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Resumão Farmacologia 2º período

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1 FARMACOLOGIA 
 INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA 
Farmacocinética: Avalia o que o organismo faz com o 
fármaco 
- Absorção do fármaco; 
- Distribuição do fármaco; 
- Biotransformação; 
- Eliminação do fármaco; 
- Relação dose-concentração: Determinam a rapidez e 
o tempo levado para a droga aparecer no órgão alvo 
Farmacodinâmica: avalia o que o fármaco faz no 
organismo 
- Mecanismo de ação; 
- Efeitos bioquímicos; 
- Efeitos fisiológicos; 
- Relação concentração-efeito: A resposta e a 
sensibilidade determinam a magnitude do efeito de 
determinada concentração 
→ Conceitos: 
Farmacologia: 
- Estudo da interação de drogas com organismos vivos 
- Propriedades dos medicamentos e seus efeitos nos 
seres vivos 
Fármaco: Substância que existe na composição do 
medicamento, responsável por seu efeito terapêutico. 
Também pode ser chamado PRINCÍPIO ATIVO. 
Podem ser substâncias químicas sintéticas; substâncias 
químicas obtidas de animais; substâncias químicas de 
plantas; ou podem ser obtidos por engenharia genética 
Droga: qualquer substância que altere a fisiologia de 
um organismo vivo 
Medicamento: produto industrializado, podendo 
conter um ou mais princípios ativos com ação 
terapêutica comprovada, associado a outros 
adjuvantes a fim de promover uma melhor 
conservação, liberação ou absorção dos princípios 
ativos. Medicamentos → princípio ativo (tema ação 
farmacológica) + adjuvantes (não possuem ação 
farmacológica, apenas compõem o medicamento) 
Formas farmacêuticas: comprimido, líquido, suspensão 
(tem que agitar antes de usar), xarope, cápsula → 
como o princípio ativo é incorporado em um meio. A 
forma interfere na farmacocinética, mas não na 
farmacodinâmica. 
Formas líquidas tem início de ação mais rápido, 
partículas do princípio ativo estão dispersas no líquido 
e são mais fáceis de serem absorvidas. Apesar das 
formas líquidas terem efeito mais rápido que os 
comprimidos, isso não significa que o efeito seja maior 
Remédio: é qualquer coisa que possa fazer bem. Um 
chá pode fazer bem. Um medicamento pode fazer bem 
ou um abraço, que também pode fazer bem 
Placebos: 
- Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, 
ministrada em substituição de um medicamento, com 
a finalidade de suscitar ou controlar as reações. 
- Não altera em nada a fisiologia do organismo 
- Não se limita aos medicamentos → podem ter efeitos 
psicológicos, a pessoa acredita que está recebendo um 
medicamento 
Biodisponibilidade: Medida da quantidade de 
medicamento (princípio ativo), contida em uma 
fórmula farmacêutica, que chega à circulação sistêmica 
e da velocidade na qual ocorre esse processo. 
- Quantidade de princípio ativo que fica disponível na 
circulação e a velocidade 
- Dependendo da via de administração, a 
biodisponibilidade é maior 
Bioequivalência: consiste na demonstração de 
equivalência farmacêutica entre produtos 
apresentados sob a mesma forma farmacêutica, 
contendo idêntica composição qualitativa e 
quantitativa de princípio (s) ativo (s), e que tenham 
comparável biodisponibilidade, quando estudados sob 
um mesmo desenho experimental. 
- Geralmente usado para testes entre indústrias, se os 
medicamentos são bioequivalentes 
Medicamento de referência – medicamento inovador 
registrado (ANVISA) cuja eficácia, segurança e 
qualidade foram comprovados cientificamente. Não 
existia disponível a molécula, apenas após vários 
estudos ela foi disponibilizada. 
- Todo medicamento tem o seu medicamento de 
referência 
Medicamento genérico (intercambiável, ou seja, pode 
ser tanto o genérico quanto o de referência) 
 
2 FARMACOLOGIA 
geralmente produzido após a expiração ou renúncia da 
proteção patentária ou de outros direitos de 
exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e 
qualidade. Designado pela (DCB) ou, na sua ausência, 
pela (DCI). 
Geralmente genérico não recebe nome, é vendido pelo 
nome do princípio ativo 
Medicamento similar – aquele que contém os mesmos 
princípios ativos, apresenta a mesma concentração, 
forma farmacêutica, via de administração, posologia e 
indicação. 
É identificado por nome comercial ou marca 
Medicamento similar é idêntico ao de referência, o que 
muda é a embalagem, a validade, o nome, a marca. 
Mas precisa passar por testes também de equivalência 
e biodisponibilidade. Geralmente é mais caro que o 
genérico 
Não é intercambiável, o farmacêutico não pode 
oferecer o similar ao invés do de referência 
Medicamentos de venda livre são intercambiáveis 
➔ Ação dos fármacos 
- Para que um fármaco produza o efeito biológico 
esperado no organismo, é necessário que as moléculas 
desse fármaco se liguem a estruturas celulares 
específicas. 
- A ligação das moléculas do fármaco a estruturas 
celulares se dá por interações químicas. 
- Seletividade da droga → determina os efeitos 
indesejáveis depende da natureza química, dose e via 
adm., e fatores intrínsecos do paciente (genética, 
idade, patologias etc.). 
Efeito colateral é determinado pela seletividade, 
quanto menos efeitos colaterais, maior a seletividade 
da droga 
RECEPTOR → Proteínas possuidoras de um ou mais 
sítios de ação que, quando ativados por substâncias, 
são capazes de desencadear uma resposta fisiológica. 
SÍTIOS DE AÇÃO → Locais onde as substâncias 
endógenas ou exógenas (fármacos) interagem para 
promover uma resposta fisiológica ou farmacológica. 
➔ Como prescrever um fármaco: 
• Situações fisiológicas: 
– Idade 
– Sexo 
– Peso 
– Gestação 
• Hábitos do paciente: 
– Fumo 
– Álcool 
• Doenças: 
– Insuficiência renal 
– Insuficiência hepática 
• Características da droga: 
- Via de administração 
- Toxicidade 
- Tempo de eliminação 
- Seletividade do fármaco 
NOVAS DROGAS E PESQUISA CLÍNICA 
Pesquisa pré-clínica: deve-se considerar os aspectos da 
molécula escolhida 
- Afinidade e seletividade com o alvo, propriedades 
farmacocinéticas, síntese e segurança 
- Avaliar a dose letal e efetiva 
- Testes de toxicidade em animais devem ser realizados 
(avaliar carcinogenicidade, toxicidade reprodutiva). 
Resumindo: Pesquisa pré-clínica é todo ensaio que vai 
ser feito antes dos testes em humanos. Geralmente o 
primeiro teste é feito em culturas de células, depois 
roedores e depois em mamíferos. 
Pesquisa clínica: fase de testes em humanos 
Organização de testes clínicos: um dos principais 
custos no desenvolvimento de um novo fármaco 
Fase I: pequeno número de pessoas, administrando-o 
a pessoas saudáveis ou pacientes → avaliar vias de 
administração, doses, relação com outros fármacos. 
Em pessoas saudáveis, pois caso haja algum dano, é 
mais fácil de reverter 
Fase II: número maior de pessoas que apresentam uma 
doença ou condição em particular → geralmente não 
são feitos em pacientes gestantes e pediátricos 
- Considerado experimento piloto, análise ainda 
pequena 
 
3 FARMACOLOGIA 
Fase III: Um número grande de pessoas com a doença 
ou condição apropriada. O medicamento em 
investigação passa por testes adicionais para 
determinar a sua segurança e a sua eficácia, monitorar 
efeitos colaterais indesejáveis e compará-lo aos 
tratamentos comumente usados ou a um placebo. 
- Geralmente nessa fase que são obtidas as 
informações que vão ir para a bula, rótulo 
- Nessa fase o medicamento é apresentado para a 
ANVISA para obter o registro 
Fase IV: São os estudos realizados depois que um 
medicamento se torna disponível para prescrição, com 
a intenção de se obter informações adicionais sobre os 
riscos, os benefícios e o uso de um medicamento 
- Nessa fase ainda há acompanhamento da indústria → 
fase de farmacovigilância 
- Essa fase pode durar muito tempo até conseguir o 
registro definitivo. 
CONCEITO E PRINCÍPIOS GERAIS DE 
FARMACOCINÉTICA 
Fases farmacológicas: 
 
As fases da farmacocinética em conjunto vão 
determinar a concentração do princípio ativo que iráchegar na circulação. 
A farmacodinâmica diz respeito como o princípio ativo 
vai interagir com o receptor após chegar no seu local 
de ação. 
 
A dose é feita de acordo com a quantidade de 
moléculas que deve chegar ao local de ação, leva em 
conta a quantidade que será absorvida, distribuída e 
eliminada. 
Teste de dosagem, desintegração, dissolução são 
testes de bioequivalência → relacionados com a 
disponibilidade farmacêutica 
O teste de biodisponibilidade analisa quanto do 
fármaco chegou à circulação para se ter o efeito 
Disponibilização do fármaco é dividida em quatro 
estágios denominados "ADME": 
- Absorção a partir do sítio de administração → 
depende da via de administração 
- Distribuição pelo organismo→ não ocorre ao acaso 
- Metabolização 
- Eliminação 
* Essa ordem não é sequencial, tudo acontece de forma 
dinâmica 
Vias de administração e seus fundamentos: 
- As vias de administração são escolhidas para tirar 
proveito das moléculas de transporte e de outros 
mecanismos que possibilitem a entrada do fármaco 
nos tecidos corporais. 
- A via de administração é determinada primariamente 
pelas propriedades do fármaco e pelos objetivos 
terapêuticos. 
- Tem que levar em conta se o efeito do fármaco é local 
ou sistêmico 
 
4 FARMACOLOGIA 
 
Para efeitos locais a maioria dos fármacos são usados 
em forma tópica → absorção pequena 
Via enteral: o fármaco passa pela via intestinal 
A via sublingual pode ser classificada como parenteral 
por alguns autores 
A via pulmonar é considerada parenteral por ser muito 
vascularizada 
➔ Administração oral: 
- São auto-administrados → o paciente mesmo toma o 
medicamento, não necessita de alguém para 
administrá-lo 
- Têm baixo risco de infecções sistêmicas → devido à 
defesa do sistema imune no TGI 
- Toxicidade e as dosagens excessivas por via oral 
podem ser neutralizadas com antídotos → pode ser 
feito a lavagem estomacal 
- Ambientes ácido (estômago) e básico (duodeno) → 
limitar sua absorção 
- Ocorre pouca absorção até que o fármaco chegue ao 
intestino delgado. 
- Tipicamente, cerca de 75% de um fármaco 
administrado oralmente é absorvido em 1 a 3 horas. 
- Todos os fármacos administrados por via oral estão 
sujeitos ao metabolismo de primeira passagem no 
fígado. 
Fatores que afetam a absorção gastrintestinal: 
_ Motilidade gastrintestinal → o aumento da 
motilidade pode chegar mais rápido ao local de 
absorção, logo, efeito mais rápido. Dor diminui a 
motilidade 
- Fluxo sanguíneo → quanto maior a circulação, maior 
a absorção 
- Tamanho da partícula e formulação 
- Fatores físico-químicos → Todo fármaco é uma base 
fraca ou um ácido fraco, por isso cada um tem um tipo 
de interação física e química 
Vantagens da via oral: seguro e econômica 
Desvantagens: Patologias do sistema digestivo, pH 
gástrico e presença de alimentos/absorção 
 
➔ Via retal: uso em quadros de vômitos, 
tratamento local ou em pacientes 
inconscientes 
- Via enteral 
- Evita 1ª passagem (fígado) em parte, uma parte 
consegue ir para a via hepática 
Ex.: supositórios: absorção irregular e irritação 
local – por isso é muitas vezes irregular 
VIA DE ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL 
- A velocidade de início de ação dos fármacos 
administrados por essa via é frequentemente rápida. 
- Introdução direta de um fármaco na circulação 
sistêmica, no líquido cefalorraquidiano, em tecido 
vascularizado ou em outro espaço tecidual 
 Aumenta a velocidade de ação do fármaco. Ex.: 
intra e endovenosa → ação imediata 
 
5 FARMACOLOGIA 
- Velocidade de início de ação do fármaco que difere 
entre os vários tecidos do corpo, dependendo da 
velocidade de fluxo sanguíneo para o tecido 
- Maior risco de infecção e necessidade de 
administração por um profissional de saúde → Uso de 
álcool nos locais em que vamos tomar alguma injeção, 
para evitar infecções 
→ Via intravenosa: Em geral, a injeção subcutânea ou 
intramuscular de fármacos produz um efeito mais 
rápido do que a administração oral, porém a 
velocidade de absorção depende muito do local de 
injeção, bem como do fluxo sanguíneo local 
→ Via intramuscular 
→ Via intra-arterial 
→ Intraperitoneal: não é utilizada em humanos 
→ Via sublingual (divergência entre parental e 
enteral): Absorção através de pequenos vasos 
sanguíneos. Exemplo: Nitroglicerina (Angina) 
→ Via retal: Uso em quadros de vômitos, tratamento 
local ou inconscientes. Evita 1ª Passagem (Fígado): 
Fármacos (Veia Cava Inferior) Supositórios: absorção 
irregular e irritação local. 
→Administração cutânea: Utiliza-se a administração 
cutânea quando é necessário obter um efeito local na 
pele (por exemplo, aplicação tópica de esteróides). 
- Entretanto, pode ocorrer absorção apreciável, 
resultando em efeitos sistêmicos. Em sua maioria, as 
substâncias são pouco absorvidas através da pele 
intacta 
→ Sprays nasais: peptídeos são inativos quando 
administrados por via oral, uma vez que são 
rapidamente destruídos no trato gastrintestinal; 
todavia, a sua absorção através da mucosa nasal é 
suficiente para produzir um efeito terapêutico 
→ Gotas oftálmicas: absorção através do epitélio do 
saco conjuntival para produzir seus efeitos. Os efeitos 
locais desejáveis no olho podem ser obtidos sem 
provocar efeitos colaterais sistêmicos 
→ Administração por inalação: constitui a via utilizada 
para anestésicos voláteis e gasosos, em que o pulmão 
serve como via tanto de administração quanto de 
eliminação. 
- A rápida troca resultante da grande área de superfície 
e do fluxo sanguíneo permite a obtenção de rápidos 
ajustes na concentração plasmática 
- Fármacos administrados por inalação geralmente 
sofrem absorção parcial na circulação, e, 
consequentemente, podem ocorrer efeitos colaterais 
sistêmico 
→ Via intratecal: A injeção de um fármaco no espaço 
subaracnóide através de agulha de punção lombar é 
utilizada para alguns fins específicos, como anestesias 
 
➔ Absorção dos fármacos e vias de 
administração 
Passagem da droga do seu local de aplicação até a 
corrente sanguínea → determinada pela via de 
administração e formulação do fármaco 
Fatores envolvidos na absorção: 
- Ligados aos medicamentos: concentração, 
lipossolubilidade, peso molecular, grau de ionização 
- Ligados ao organismo: vascularização, superfície de 
absorção, permeabilidade capilar 
# Fármacos polares tem maior afinidade com a água, 
por isso, para que entrem na célula, precisam do auxílio 
de proteínas de membrana 
Absorção: 
- Membranas celulares formam as barreiras entre os 
compartimentos aquosos do corpo 
- No sistema nervoso central e na placenta, existem 
junções estreitas entre as células, e o endotélio é 
envolvido numa camada impermeável de células 
periendoteliais. Em outros órgãos o endotélio é 
descontínuo, permitindo livre passagem entre as 
células 
- Moléculas pequenas atravessam as membranas de 
quatro maneiras principais: 
*Difusão através de lipídios – 2 fatores físico-químicos 
contribuem: 
 
6 FARMACOLOGIA 
1. Solubilidade da membrana: expressa como 
coeficiente de partição para a substância distribuída 
entre a fase da membrana e o ambiente aquoso 
2. Difusibilidade: mobilidade das moléculas no interior 
do lipídio 
Muitas características farmacocinéticas de um fármaco 
podem ser previstas através do conhecimento da 
solubilidade lipídica do fármaco 
* Difusão por poros (aquaporinas) → fármacos com 
características mais polares ou hidrofílicos 
* Transportadores de membrana: (proteínas 
transmembranas) 
* Pinocitose 
→ pH e Ionização: 
- A maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca → 
não se dissociam/ionizam totalmente 
- A força de um ácido é uma base está relacionada com 
a capacidade de doar e receber prótons, 
respectivamente 
- Formas sem carga tem mais penetrabilidade na 
membrana → são mais lipossolúveis 
- pH do fármaco é chamado de pKa → pka: graude 
dissociação (ionização) 
Ácidos (HA) → liberam um próton (H+) causando a 
formação de um ânion (A-), ou seja, ácidos doam H+ 
 
A melhor forma para um ácido ser absorvido é em sua 
forma molecular/associada, pois ela não apresenta 
carga (neutro), consegue ser absorvido pela membrana 
Ácido fraco, terá boa absorção num meio ácido (pH 
ácido), pois, há uma ionização menor 
Exs.: 
pKa=3 → fármaco ácido 
Em meio com pH=3 → quantidades iguais de moléculas 
ionizadas e moleculares → 50% na forma ionizada e 
50% na forma molecular → 50% das moléculas 
absorvidas 
Em meio com pH=6 → meio com maior afinidade pelo 
H+, logo o fármaco tende a doar prótons e, por isso, se 
dissocia → menos fármaco será absorvido 
Em meio com pH=1,5 →meio com pouca afinidade em 
receber prótons → o fármaco não se dissocia → maior 
absorção do fármaco 
Bases fracas (B) → recebem prótons (H+) causando a 
formação de um ânion (BH+) 
 
A melhor forma para uma base ser absorvida é em sua 
forma dissociada/neutra, pois ao se dissociar, ela perde 
sua carga 
Exs.: 
pKa=8 → fármaco base fraca 
Em meio com pH=8→ 50% das moléculas dissociadas e 
50% na forma molecular --. 50% do fármaco é 
absorvido 
Em meio com pH=10→ meio com maior afinidade pelo 
próton → fármaco fica na forma dissociada 
Em meio com pH=5→ meio com menor afinidade pelo 
próton do que o fármaco → o fármaco recebe esses 
prótons do meio e fica na forma ionizada → menos 
absorvido 
Relação pH e pka: 
- pH > pKa 
Ácido: Forma ionizada 
Base: Forma não- ionizada (B) 
- pH < pKa 
Ácido: não – ionizado (HA) 
Base: ionizado 
Resumo: 
Ácidos são absorvidos na forma molecular e são melhor 
absorvidos em meio ácido 
Bases são absorvidas na forma dissociada, por isso são 
melhor absorvidos em meio básico 
Por isso: 
Fármacos com caráter ácido se acumulam no 
compartimento com pH mais básico e fármacos com 
caráter básico se acumulam no compartimento com pH 
mais ácido 
Ácidos: forma molecular é a neutra e a dissociada está 
carregada 
 
7 FARMACOLOGIA 
Bases: forma molecular carregada e a forma dissociada 
é a forma neutra 
 
→ Partição pelo pH e aprisionamento iônico 
- Ionização → velocidade com a qual os fármacos 
atravessam as membranas e a distribuição de 
equilíbrio das moléculas dos fármacos entre 
compartimentos aquosos; 
- A relação entre substância ionizada e não ionizada é 
controlada pela pKa da substância e pelo pH do 
compartimento 
 
Levodopa → ácida → pka=2,5: 
Quando ela chega em meio ácido (já tem muito próton) 
→ ela não consegue doar os seus prótons, porque o 
meio já tem muitos. Logo, ela fica na forma molecular 
(neutra) → mais facilmente absorvida 
Quando chega na mucosa interstinal (pH mais básico) 
→ maior afinidade do meio pelo H+ --. Ela se dissocia -
-. Diminui a sua absorção porque sai de seu estado 
neutro para seu estado ionizado 
Fármacos ácidos são melhores absorvidos em 
ambientes ácidos e farmacos básicos são melhores 
absorvidos em ambientes básicos. 
Aprisionamento iônico: 
- Se o fármaco adquirir carga dentro da célula ele fica 
aprisionado → aprisionamento iônico 
 
A partição do pH não constitui o principal determinante 
do local de absorção de substâncias a partir do trato 
gastrintestinal → outras questões influenciam, como 
exemplo, a superfície de absorção, o tempo de contato 
A absorção de uma substância ácida é promovida por 
substâncias que aceleram o esvaziamento gástrico e 
retardada por substâncias que tornam o esvaziamento 
gástrico lento → isto porque o principal local de 
absorção do TGI é o intestino, independente do pKa da 
substância, mesmo que o pH ácido do conteúdo 
gástrico favoreça a absorção de ácidos fracos → a 
absorção vai além do pH do meio 
A partição do pH tem várias consequências 
importantes: 
- A acidificação da urina acelera a excreção de bases 
fracas e retarda a de ácidos fracos → isto porque a 
urina ácida realiza o aprisionamento iônico de bases 
fracas, porque no néfron a base adquire carga (por 
estar na urina ácida) e, assim, não é reabsorvida pela 
circulação. A alcalinização da urina tem o efeito oposto 
A nossa urina normalmente tem um pH ácido, por volta 
de 5,4. Quando um paciente for intoxicado por ácido, a 
urina precisa ser basificada para conseguir atrair o 
ácido que está intoxicando o organismo. Após o 
fármaco ser atraído para a urina ele não consegue sair, 
pois ele se dissocia e não consegue voltar pela 
membrana 
Ex: Intoxicação por ácido → administrar bicarbonato 
(básico) 
Intoxicação por base → administrar ácido ascórbico 
(Vitamina C) → acidificar ainda mais a urina. 
Fatores que influenciam na absorção: 
- Efeito do pH e pKa. 
- Fluxo de sangue no local de absorção. 
- Área ou superfície disponível para absorção. 
- Tempo de contato com a superfície de absorção 
Transporte mediado por transportadores: 
 
8 FARMACOLOGIA 
Moléculas polares necessitam de transportadores para 
passar pela membrana, pois não conseguem passar por 
difusão simples → entram por difusão facilitada ou 
transporte ativo 
Do ponto de vista farmacocinético, entretanto, existem 
apenas alguns locais no corpo onde o transporte de 
fármacos mediado por transportadores é importante, 
sendo os principais: 
• o túbulo renal; 
 • o trato biliar; 
• a barreira hematoencefálica; 
• o trato gastrintestinal 
Dois outros fatores exercem uma importante 
influência na distribuição e eliminação da substância. 
São eles: 
- Ligação às proteínas: 
No plasma muitos fármacos encontram-se 
principalmente na forma ligada 
As proteínas plasmáticas ao se ligarem aos fármacos 
lipossolúveis, fazendo com que tenham mais afinidade 
pelos fluidos, assim, sejam mais facilmente eliminadas 
→ a substância livre é farmacologicamente ativa 
A quantidade de uma substância que se liga à proteína 
depende de três fatores: 
• a concentração da substância livre; 
• sua afinidade pelos sítios de ligação; 
• a concentração de proteína 
- Partição no o tecido adiposo e outros tecidos do 
corpo 
O tecido adiposo representa um grande 
compartimento não-polar → por isso é comum reter 
alguns fármacos 
Fator que limita o acúmulo de fármacos no tecido 
adiposo corporal é seu baixo suprimento sanguíneo 
Partição no tecido adiposo corporal após a 
administração aguda de fármacos só é importante para 
algumas substâncias altamente lipossolúveis 
A gordura corporal não constitui o único tecido onde 
as substâncias podem acumular-se: 
- Cloroquina → alta afinidade pela melanina 
- Tetraciclinas → acumulam-se lentamente nos ossos e 
nos dentes, em virtude de sua alta afinidade pelo 
cálcio. 
** Evitar tomar antibióticos com leite, porque a 
tetraciclina se liga ao cálcio do leite antes mesmo de 
ser absorvido pelo organismo 
- Amiodarona → no fígado e nos pulmões, bem como 
no tecido adiposo 
** Pode formar depósitos no tecido pulmonar (pode 
resultar em fibrose pulmonar) 
DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS 
Depois que o fármaco chega à corrente sanguínea, ele 
irá se distribuir 
 
60% a 70% da composição do corpo humano é 
composto por água. No entanto, a quantidade de água 
no corpo humano se altera de acordo com a idade 
Todo esse líquido está distribuído entre líquido 
extracelular (35%) e líquido intracelular (65%) 
O líquido extracelular se subdivide em plasma (25%) e 
líquido intersticial (75%) 
➔ Compartimentos de líquidos corporais: 
A distribuição de um fármaco ocorre primariamente 
através do sistema circulatório, enquanto o sistema 
linfático contribui com um componente menor → por 
isso um dos fatores que interfere na distribuição é o 
débito cardíaco 
- O sistema linfático contribui, por exemplo, em 
medicamentos de injeção intramuscular 
A concentração do fármaco no plasma é 
frequentemente utilizada para definir os níveis 
terapêuticos do fármaco e monitorá-los, visto que é 
difícil medir a quantidadede fármaco que é realmente 
captada pelo órgão-alvo. 
 
9 FARMACOLOGIA 
Biodisponibilidade: fração ativa do fármaco que chega 
aos tecidos → por isso os níveis séricos do fármaco são 
importantes fontes de monitoramento 
Os órgãos e os tecidos variam acentuadamente na sua 
capacidade de captar diferentes fármacos, bem como 
na proporção de fluxo sanguíneo sistêmico que 
recebem → cada órgão tem um tipo de constituição e 
uma perfusão diferente 
- Os fármacos são mais bem distribuídos em órgãos que 
são mais perfundidos, ex.: rins, fígado, cérebro → a 
distribuição ocorre primariamente nesses órgãos 
melhores perfundidos 
1º em órgãos mais vascularizados 
2º em vísceras, músculos não tão perfundidos quanto 
os músculos como fígado, cérebro, rins, mas ainda, 
bem perfundidos 
3º em tecidos menos perfundidos, como tecido 
adiposo 
- As moléculas de substância encontram-se 
habitualmente em solução na forma livre e na forma 
ligada; 
• A fração ativa é a que está na forma livre 
- Fármacos lipofílicos são transportados pelo corpo 
ligados às proteínas → as proteínas conferem 
polaridade às moléculas do fármaco, fazendo com que 
as moléculas fiquem na corrente sanguínea 
A ligação com a proteína é desfeita à medida que a 
fração de fármaco ativo é absorvida, ou seja, à medida 
que vai diminuindo na corrente sanguínea 
- Substâncias que são ácidos fracos ou bases fracas 
encontram-se numa mistura de equilíbrio de forma 
com carga e sem carga, dependendo da posição do 
equilíbrio do pH 
• As proteínas também são importantes para 
estabilizar a carga de fármacos ionizados. 
Grupo amino estabiliza cargas negativas 
Por conseguinte, o padrão de equilíbrio de distribuição 
entre os vários compartimentos irá depender dos 
seguintes fatores: 
• Permeabilidade através das barreiras 
• Ligação no interior dos compartimentos 
• Partição do pH 
 Geralmente, de um tecido para o outro, o 
pH não varia tanto 
• Partição lipídio: água 
- A distribuição do fármaco não ocorre ao acaso, caso 
isso acontecesse, seria necessária uma dose muita alta 
de fármaco 
➔ Fatores que alteram a distribuição 
- Perfusão: vascularização de cada tecido; débito 
cardíaco 
- Ligação às proteínas plasmáticas; 
- Propriedades físico-químicas da droga – hidro ou 
lipossolubilidade, peso molecular (apresenta relação 
inversamente proporcional com a velocidade de 
transferência da droga); 
- Afinidade por tecidos: Exemplos: digoxina (coração), 
CO (hemoglobina), chumbo (ossos). 
Perfusão sanguínea: 
- Determina a quantidade máxima de droga que pode 
ser distribuída por minuto para órgãos e tecidos 
específicos, para uma dada concentração plasmática. 
- Tecidos mais ou menos irrigados receberão diferentes 
quantidades da droga; também o tempo de 
permanência das drogas nos tecidos irá variar. 
• Tecidos com maior fluxo sanguíneo permite 
que esse tecido receba maior quantidade de 
medicamentos 
Volume/fluxo sanguíneo que determinado tecido ou 
órgão recebe do coração 
 
Fármacos que chegam ao sistema nervoso são 
extremamente lipossolúveis e de baixo peso molecular, 
pois precisam atravessar a barreira hematoencefálica 
Fatores anatômicos e fisiológicos: 
- A segunda fase também envolve uma parte maior de 
massa corporal que a inicial e geralmente responde 
pela maior parte do fármaco distribuído 
 
10 FARMACOLOGIA 
- A lipossolubilidade é um importante fator para a 
difusão do fármaco 
• Se ela for muito lipossolúvel ela pode ficar 
presa nos adipócitos ou no SNC 
• Os anestésicos normalmente ficam retidos no 
SNC 
- O pH gradiente de pH entre líquido intra e extracelular 
(7,0 versus 7,4) 
- O principal fator é a ligação do fármaco com proteínas 
plasmáticas 
Ligação a proteínas plasmáticas: 
- No compartimento vascular, as moléculas dos 
fármacos existem sob duas formas: 
• Forma livre 
• Ligada a proteínas plasmática: vai se desligar 
ao longo do tempo (até porque se ela não se 
desligasse nós não precisaríamos tomar o 
remédio mais vezes) 
- Esse equilíbrio farmacocinético que define o 
tempo de intervalo entre o medicamento (Ex: 
6 em 6h) 
- Essa fração do fármaco que está ligada à 
proteína é inativa, porque a proteína não 
permita que o fármaco se ligue ao seu 
receptor. Contudo, quando o fármaco que está 
livre no sangue, começa a diminuir em 
concentração, os que estavam ligados às 
proteínas começam a se soltar 
O grau de ligação proteica das drogas depende de: 
• Afinidade entre droga e proteínas 
• Concentração sanguínea da droga 
• Concentração sanguínea das proteínas 
- Uma quantidade grande de fármaco na forma livre 
pode gerar toxicidade para o organismo 
As principais proteínas são: Albumina (ligam-se a 
ácidos) e α1- glicoproteína ácida (ligam-se a bases) 
- Rins não filtram proteínas, por isso, algum problema 
renal pode resultar em excreção de proteínas, o que 
pode gerar um efeito tóxico, porque o fármaco estará 
em maior quantidade na forma livre. Problemas 
hepáticos também podem ter o mesmo resultado, 
porém, nesse caso, a quantidade de produção de 
albumina que é prejudicada 
- α1- glicoproteína ácida → proteína inflamatória de 
fase aguda. Em casos de inflamação aguda, o efeito do 
fármaco é reduzido, pois ocorre aumento do número 
de fármaco ligado a α1- glicoproteína ácida → menos 
fração de fármaco livre 
- A ligação às proteínas contribui para as diferenças nas 
concentrações das drogas em diferentes 
compartimentos corporais 
- A ligação às proteínas impede a ação do fármaco e 
geralmente limita o transporte e o metabolismo do 
mesmo 
- Geralmente não limita a secreção tubular renal e a 
biotransformação 
- Em baixas concentrações de fármaco, a parte ligada é 
proporcional à concentração nos locais de ligação e à 
constante de dissociação 
- Em altas concentrações de fármaco, a parte ligada é 
proporcional ao número de locais de ligação e à 
concentração do fármaco → a ligação do fármaco à 
proteína é desfeita à medida que a forma livre é 
requisitada, tudo depende da concentração do 
fármaco 
- A ligação plasmática é um processo saturável e não-
linear 
- A extensão da ligação plasmática (proteínas) também 
pode ser alterada por fatores relacionados com a 
doença: 
• Hipoalbuminemia secundária a doença 
hepática grave ou a síndrome nefrótica → 
levam à diminuição da ligação e o aumento da 
fração livre 
• Afecções que levam a uma resposta de reação 
de fase aguda (câncer, artrite, infarto do 
miocárdio) levam a altos níveis de α1- 
glicoproteína ácida e aumento da ligação de 
fármacos básicos → necessário uma maior 
dose de fármaco para manter o efeito 
terapêutico 
- Fármaco em sua forma livre → farmacologicamente 
ativa, pois e capaz de atravessar membranas biológicas 
e atingir os receptores-alvo 
- Fármaco ligado às proteínas plasmáticas → 
farmacologicamente inativa → não pode sair da 
circulação sanguínea sem antes se “desligar” da 
albumina ou de outras proteínas do plasma 
Fármacos de Classe I: a dose é menor do que o número 
de locais de ligação disponíveis → a maioria das 
 
11 FARMACOLOGIA 
moléculas do fármaco está ligada a albumina e a 
concentração de fármaco livre é baixa 
Fármacos de Classe II: a dose é maior do que o número 
de locais de ligação disponíveis → a maioria das 
moléculas de albumina tem fármaco ligado, e a 
concentração de fármaco livre é significativa 
 
Ligações não específicas → competição entre fármacos 
→ interações medicamentosas 
 
- Aumenta a concentração de fármaco livre ao deslocar 
o fármaco dos sítios de ligação 
- Isso é mais grave em pacientes com problemas 
hepáticos e renais 
A ligação à proteína plasmática também determina a 
intensidade e a duração do efeito do fármaco: 
 
Barreira hematoencefálica: Células endoteliais unidas 
entre si por zônulas de oclusão (células justapostas) e 
cobertas por um involucro celular (camada de 
astrócitos).• Função → proteger o sistema nervoso central (SNC) 
de substâncias “estranhas”. 
• Fármacos extremamente apolares e com pequena 
massa (e tamanho) molecular podem rapidamente 
atingir os tecidos encefálicos, enquanto drogas 
polares, ionizadas e de grande massa molecular (e 
tamanho) tendem a ser impedidas. 
- Inflamação rompe a integridade da barreira 
hematoencefálica, assim como trauma 
Placenta 
• Conjunto de tecidos localizados entre a circulação 
materna e a fetal. 
• Apenas retarda a passagem de drogas da circulação 
da mãe para o feto. 
• Os requisitos para a travessia: lipossolubilidade, não 
polaridade e pequena massa molecular. 
• Substâncias como antibióticos, anestésicos, álcool 
etílico e certas drogas ilícitas podem atravessar a 
barreira placentária e chegar aos tecidos fetais 
Volume de distribuição: 
O volume de distribuição aparente, Vd, é o volume de 
líquido necessário para conter todo o fármaco do 
organismo na mesma concentração mensurada no 
plasma. 
- Vd pequeno  captação pelos tecidos limitada, fica 
mais retido no endotélio vascular 
- Vd grande  ampla distribuição nos tecidos  
fármacos lipofílicos  captação tecidual extensa 
Distribuição no compartimento aquoso do organismo: 
• Logo que o fármaco entra no organismo, ele tem o 
potencial de distribuir-se em: 
Compartimento plasmático: 
Se um fármaco apresenta massa molecular muito 
elevada ou se liga extensamente às proteínas 
plasmáticas → se distribui em um volume (o plasma) 
que é cerca de 6% da massa corporal ou, em uma 
pessoa com 70 kg, cerca de 4 L de líquido (exemplo: 
heparina) 
Líquido extracelular: 
Se um fármaco apresenta baixa massa molecular, mas 
é hidrofílico → não se movem através das membranas 
celulares lipídicas para entrar na fase aquosa do 
interior da célula → se distribuem em um volume que 
é a soma da água plasmática e da água intersticial, as 
quais, juntas, constituem o líquido extracelular. Isso 
corresponde a cerca de 20% da massa corporal ou 
cerca de 14 L em uma pessoa com 70 kg (exemplo: 
aminoglicosídeos) 
Água corporal total: 
 
12 FARMACOLOGIA 
Se um fármaco apresenta baixa massa molecular e é 
hidrofóbico (são os que mais se distribuem) → se 
distribui para o interstício e para o líquido intracelular 
através das membranas celulares → se distribui em um 
volume de cerca de 60% da massa corporal ou cerca de 
42 L em uma pessoa com 70 kg (exemplo: etanol) 
Lembrar: quanto menor o volume de distribuição, 
menor a distribuição nos tecidos → fica mais retido no 
endotélio 
Fármacos com alto volume de distribuição, são os que 
melhor chegam ao sistema nervoso 
 
METABOLIZAÇÃO E ELIMINAÇÃO DE FÁRMACOS 
Eliminação: 
- Ocorre por dois processos: 
• Metabolismo: conversão enzimática de uma 
substância em outra dentro do organismo 
• Eliminação: saída do fármaco do organismo 
(quimicamente inalterado ou através de seus 
metabólitos) 
- Assim o fármaco pode ser eliminado metabolizado ou 
não. 
- O objetivo do metabolismo é deixar os produtos mais 
polares para que sejam mais facilmente eliminados. 
Assim, os fármacos mais lipossolúveis devem ser 
metabolizados em compostos polares. Além disso o 
metabolismo tende a diminuir ou inativar a função 
ativa dos fámacos 
Principais vias das quais as substâncias e seus 
metabólitos são removidos do corpo são: 
• Os rins → eliminam a maior parte dos 
fármacos → eliminam substâncias POLARES 
• O sistema hepatobiliar → eliminam a bile que 
emulsifica os compostos lipossolúveis. 
Fármacos que estão no fígado podem ser 
eliminados com a bile e, também, serem 
absorvidos no intestino junto com ela 
• Os pulmões (importantes para anestésicos 
voláteis/gasosos) → principalmente 
substâncias voláteis lipossolúveis 
- Existem outras vias de eliminação como o suor, o leite 
materno → via difícil de determinar a quantidade de 
substância eliminada 
- O metabolismo das substâncias ocorre 
predominantemente no fígado, sobretudo sobre o 
sistema do citocromo P450 (CYP) – conjunto de 
enzimas que atuam no metabolismo. Cada membro 
desse sistema é chamado de CYP 
- Algumas enzimas P450 são extra-hepáticas e 
desempenham um importante papel em diversas vias 
de síntese. 
Biotransformação: 
- Mecanismos enzimáticos complexos que tem como 
objetivo inativar compostos endógenos ativos 
(hormônios, enzimas, neurotransmissores etc.) e 
eliminar substâncias estranhas ao organismo 
(xenobióticos). 
 
Pró-fármacos são substâncias que precisam passar 
pelo metabolismo do fígado para se tornarem 
substâncias ativas. 
O metabolismo hepático pode então gerar metabólitos 
ativos ou inativos 
Desfecho do processo de biotransformação: 
I. Término da ação de uma substância: 
- Detoxicar 
- Inativar compostos 
II. Facilitar a excreção 
- Formar produtos mais polares 
- Formar produtos menos lipossolúveis 
III. Ativar 
- Ativar drogas originalmente inativas (pró-
fármascos) 
- Alterar perfil farmacocinético 
- Formar metabólitos ativos 
 
13 FARMACOLOGIA 
Consequências do metabolismo de drogas: 
 
Exemplos de ativação metabólica: 
Metabólitos ativos 
Ac. Acetilsalicílico → Ác. Salicílico 
Diazepam → nordazepam + oxazepam 
Metabólitos tóxicos 
Isoniazida → Acetominofen 
Pró-drogas (originalmente inativas) 
cortisona → hidrocortisona 
prednisona → predinisolona 
paration → paraoxon 
A biotransformação de fármacos envolve duas fases: 
 
 
 
 
 
 
 
As duas fases do metabolismo de fármacos: 
 
Reações de Fase I: 
Reação de ancoragem → insere um grupamento no 
fármaco (grupo de ancoragem) que vai ser o ponto de 
ataque na reação II 
• São catabólicas 
• As reações de fase I produzem grupos reativos (e.g. 
OH, COOH e NH2) que as vezes podem ser mais tóxicos. 
É o que acontece com o paracetamol 
• Esses grupos reativos servem de ponto de ataque 
para as reações de conjugação. 
• Ocorre principalmente no fígado. 
• Para chegarem a essas enzimas, os fármacos devem 
atravessar a membrana plasmática 
SISTEMA MONO-OXIGENASE P450 (sistema do 
citocromo P450 (CYP)) 
• Hemeproteinas → uma chamada de CYP seguida por 
um conjunto de números e uma letra. 
• Principais → CYPI, CYP2 e CYPB, que estão envolvidas 
no metabolismo de fármacos no fígado humano. 
 
14 FARMACOLOGIA 
 
 
P450 E VARIAÇÃO BIOLÓGICA 
• Existem importantes variações na expressão e na 
regulação das enzimas P450 entre espécies. 
• Essas diferenças entre espécies têm notáveis 
implicações na escolha da espécie utilizada para testar 
a toxicidade e a carcinogenicidade durante o 
desenvolvimento de novos fármacos para uso em seres 
humanos. 
• Nas populações humanas, existem importantes 
fontes de variação interindividual nas enzimas P450. 
 
 
OUTRAS REAÇÕES DE FASE I (que não ocorrem no 
fígado): 
• Etanol é metabolizado por uma enzima 
citoplasmática solúvel, a álcool desidrogenase 
(presente na circulação), além da CYP2E1. 
• Xantina oxidase, que inativa a 6-mercaptopurina e a 
monoamina oxidase, que inativa muitas aminas 
biologicamente ativas 
Fase II: 
• São anabólicas (também conhecidas como reação de 
síntese). Resultam em ligações covalentes (muito difícil 
de serem desfeitas) 
• O conjugado resultante é quase sempre 
farmacologicamente inativo e menos lipossolúvel do 
que seu precursor, sendo excretado na urina ou na bile. 
• Se uma molécula de substância tiver grupo hidroxila, 
tiol ou amino, tanto na molécula original quanto no 
produto decorrente do metabolismo de fase I, ela é 
suscetível. 
Quando a molécula já possui o grupo de ataque, ela vai 
direto para a reação II sem passar pela I 
• Muitas dessas reações de conjugação são observadas 
no fígado; entretanto, outros tecidos também estão 
envolvidos, como o pulmão e o rim. 
As reações oxidativas são de dois tipos: 
 
As enzimas das reações de fase I são ao nível do REL → 
microssomiais 
As enzimas de fase II nãosão microssomiais, elas estão 
no citoplasma 
 
15 FARMACOLOGIA 
Reações oxidativos não-microssomais (reações de 
fase II → Não ocorrem somente no citoplasma): 
Álcool desidrogenase e aldeído desidrogenase 
Etanol → Acetaldeído → Acetato 
Xantina oxidase 
Hipoxantina → Xantina → Ác. Úrico 
Monoamino oxidase (estão dentro das mitocôndrias) 
Metabolismo das catecolaminas e serotonina 
Reações oxidativas microssomais: 
participação de: 
- Citocromo P450 
- Ferro 
- NAD (dinucleotídeo nicotinamida adenina) 
- Flavoproteína 
- Oxigênio 
CITOCROMO P450 
- Principal mecanismo para metabolização de produtos 
endógenos e xenobióticos. 
- Importante fonte de variabilidade inter-individual no 
metabolismo de drogas. 
- Relacionado a efeitos tóxicos de determinados 
fármacos 
- Envolvido no mecanismo de interação entre as 
drogas. 
NOMENCLATURA DOS CITOCROMOS P450 
Exemplo: CYP1A2 
CYP1 (família): apresenta homologia > 40% na 
seqüência de aminoácidos. Existem 14 famílias 
descritas em humanos 
CYP1A (subfamília): apresenta homologia > 55%. 
Existem 30 subfamílias descritas em humanos 
CYP1A2 (enzima específica). 
Exemplos de CYP450 
 
Ex. formação de compostos reativos 
 
Acetimidoquinona é uma molécula instável que deve 
se reduzir para se estabilizar. Para se estabilizar, ele 
deve receber o grupamento GLUTATIONA → Sua 
redução é obtida pela oxidação de um outro composto 
(GLUTATIONA). 
Quando a glutationa se esgota, lipídios da membrana 
celular são oxidados, causando lise celular. → PODE 
SER ESGOTAR POR: excesso de dose do paracetamol 
(acetominofeno) ou se o paracetamol for tomado com 
outras substâncias que também dependem da 
GLUTATIONA 
causando lise celular → CITOTOXIDADE 
METABOLISMO DE XENOBIÓTICOS 
Indutores: São compostos que induzem a atividade de 
enzimas do CYP450, portanto aumentam a velocidade 
da excreção de xenobióticos. Dessa maneira, a 
biodisponibilidade é menor. 
Na presença de um INDUTOR: 
- Aumenta a atividade da enzima CYP 
- Aumenta a velocidade do metabolismo do substrato 
- Aumenta a velocidade de excreção 
- Diminui a concentração do substrato no sangue 
 
16 FARMACOLOGIA 
 
 
Ex.: amitriptilina é um substrato para a CYP2C19. Já a 
fluoxetina inibe a ação da CYP2C19 e a Carbamazepina 
aumenta a atividade da CYP2C19 
Um exemplo onde existe uma preocupação clínica 
relevante é a interação entre o omeprazol e o 
clopidogrel. 
- O omeprazol inibe a enzima CYP2C19 que é 
responsável pelo metabolismo do clopidrogel 
na sua forma ativa, logo o uso do omeprazol 
com este antiagregante plaquetário causa a 
perda da farmacoterapia prescrita. 
Inibidores: São compostos que inibem a atividade de 
enzimas do CYP450, portanto diminuem a excreção de 
xenobióticos. Dessa maneira, a biodisponibilidade é 
maior. 
Na presença de um INIBIDOR: 
- Diminui a atividade da enzima 
- Diminui a velocidade do metabolismo do substrato 
- Diminui a velocidade de excreção 
- Aumenta a concentração do substrato no sangue 
METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM (PRÉ-
SISTÊMICO) 
- O fígado (ou, algumas vezes, a parede intestinal) 
extrai e metaboliza algumas substâncias com tanta 
eficiência que a quantidade que chega à circulação 
sistêmica é consideravelmente menor do que a 
quantidade absorvida. → isso acontece principalmente 
com os fármacos que são administrados pela via oral 
Metabolismo pré-sistêmico: metabolismo que ocorre 
antes do fármaco chegar à circulação sistêmica. Por 
isso algumas substâncias foram transformadas em pró-
fármaco 
 
- Por isso é necessária uma dose muito maior do 
fármaco quando este é administrado por via oral do 
que quando administrado por outras vias; 
- São observadas variações individuais pronunciadas na 
extensão do metabolismo de primeira passagem de 
determinada substância, resultando numa situação 
imprevisível quando essas substâncias são 
administradas por via oral. 
ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS 
- Rim: principal via 
· Filtração glomerular → Dependente do fluxo 
sanguíneo renal. O que não são filtradas: 
células, proteínas (principalmente de massa 
maior) em situações normais 
· Secreção tubular ativa → eliminação de 
fármacos que não são filtrados, principalmente 
aqueles que estavam ligados a proteínas 
plasmáticas 
· Reabsorção tubular passiva (ocorre 
principalmente no tubo contorcido proximal) 
Fármacos que não estão ligados a proteínas: 
eliminados pela filtração 
 
17 FARMACOLOGIA 
Fármacos ligados a proteínas (grande maioria): 
eliminados por secreção ativa → por canais ácidos e 
básicos 
 
 
Clearance: taxa de depuração renal → o quanto (taxa) 
uma substância é eliminada pelo rim em 24h 
Meia-vida: tempo necessário para que 50% da 
concentração plasmática caia a metade 
Eliminação renal de drogas: 
- Filtração glomerular 
- Secreção 
- Reabsorção 
Filtração glomerular: 
A filtração glomerular só permite a passagem de 
moléculas com PM < 20000. Albumina = 68000. Aliás, 
fármaco ligado a proteína não é filtrado. A filtração de 
fármacos livres depende das características biofísicas, 
as substâncias polares são mais bem filtradas 
 
 
Secreção tubular 
- Até 20% do fluxo plasmático é filtrado. 80% restante 
passa pelos capilares peritubulares. Secreção ativa de 
ácidos e bases. 
- A eliminação de um fármaco mediada por 
transportadores pode efetuar a depuração máxima de 
uma droga. 
- Penicilina – 80% ligada a ptn plasmática. Velocidade 
alta de depuração. 
- Trato biliar e as fezes 
- Outras vias: ar expirado; saliva; leite; suor 
 
Para substâncias mais ácidas, é melhor que a urina 
esteja alcalina → fármaco vai ficar na forma ionizada, 
com o tempo, vai aumentar sua concentração porque 
ele não é absorvido de forma ionizada, logo, vai ser 
filtrado. 
Para fármacos mais básicos é melhor que a urina esteja 
mais ácida para aumentar sua eliminação 
 
 
18 FARMACOLOGIA 
Algumas substâncias podem prejudicar a passagem de 
outras pelos canais de secreção, o que dificulta a 
eliminação → Podem usar um mecanismo que 
congestione o canal → aumentam a meia vida do 
fármaco por fazer com que ele fique mais tempo na 
circulação sem conseguir ser eliminado 
 
• Fatores que definem esta forma de eliminação 
incluem tamanho e polaridade da molécula do 
medicamento a ser excretado. 
• Medicamentos com peso molecular alto apresentam 
grande probabilidade de serem eliminados pela bile. 
Substâncias mais lipossolúveis e apolares têm mais 
afinidade com a bile e, por isso, são eliminadas no 
intestino junto com a bile. Não é uma via muito efetiva 
para excreção porque parte dessa bile é absorvida nos 
intestinos, assim, parte dos fármacos é absorvida com 
ela → Via que pode sofrer influência por substâncias 
externas, que aumentam a secreção da bile 
PRINCÍPIOS GERAIS DOS FÁRMACOS 
Fármacos modulam a respostas fisiológicas, não 
realizam funções 
 
A partir do momento que a substância está na corrente 
sanguínea, ela já pode interagir com receptores e 
exercer seu efeito farmacológico → a substância ocupa 
um número necessário de receptores, a mais são 
tóxicos e a menos são subclínicos 
Ação dos fármacos 
- Para que um fármaco produza o efeito biológico 
esperado no organismo, é necessário que as moléculas 
desse fármaco se liguem a estruturas celulares 
específicas. 
- A ligação das moléculas do fármaco a estruturas 
celulares se dá por interações químicas → afinidade, a 
ligação não é ao acaso 
- Normalmente, as estruturas celulares são proteínas 
celulares, e cujas estruturas químicas acoplam-se de 
forma justa à molécula do fármaco 
Especificidade dos fármacos: 
- A especificidade é recíproca: classes individuais de 
fármacos ligam-se apenas a certos alvos, e alvos 
individuais só reconhecem determinadas classes de 
fármacos. → fármacos possuem alvos específicos 
- Nenhum fármaco é completamente específico em suaação. 
- Em muitos casos, ao aumentar a dose de um fármaco, 
a substância pode afetar outros alvos além de seu alvo 
principal, e esse fato pode levar ao aparecimento de 
efeitos colaterais. 
Alvos proteicos para ligação de fármacos: 
Há quatro tipos principais de proteínas reguladoras 
que normalmente atuam como alvos farmacológicos 
primários: 
- Enzimas. Ex.: IECAs 
- Moléculas transportadoras. Ex.: omeprazol 
- Canais de íons 
- Receptores 
Interação fármaco- receptor: 
•Tendência do fármaco de se ligar ao receptor 
depende da afinidade 
•Tendência do fármaco ativar o receptor depende de 
sua eficácia 
 
19 FARMACOLOGIA 
•Envolve a geração de uma resposta mediada pelo 
receptor iniciada por um agonista ou impedir a sua 
ligação 
Epinefrina e propranolol: afinidade semelhante e 
eficácia diferente 
Epinefrina: tem afinidade e eficácia por receptores → 
ativa o receptor 
Propanolol: tem afinidade, mas não tem eficácia → 
bloqueia o receptor 
- Logo, para produzir efeito farmacológico o fármaco 
precisa ter duas características: 
 
Agonistas X Antagonistas 
Agonista: substâncias que ocupam o espaço do 
receptor e o ativam, produzindo uma resposta 
biológica. 
Tem o mesmo comportamento da substância 
endógena 
Antagonista: quando a substância ou fármaco liga-se 
ao receptor, mas não o ativa. 
 
Apenas substâncias endógenas fazem ligação completa 
com o receptor 
 
Agonistas totais: Têm afinidade pelo receptor. 
Produzem efeito máximo. Têm atividade intrínseca = 1 
(100%) 
Agonistas parciais: Têm afinidade pelo receptor. Não 
produz efeito máximo. Atividade intrínseca entre 0 e 1. 
Por mais que ocupe todos os receptores ela não irá 
produzir efeito máximo 
Antagonistas: Têm afinidade pelo receptor. Não 
produz resposta direta. Atividade intrínseca = 0. Não 
tem eficácia, apenas se liga e bloqueia o receptor 
 
Quantificação do antagonista: 
 
Potência tem a ver com dose: quanto mais potente, 
menor a dose necessária para efeito máximo 
Potência só pode ser medida entre duas substâncias 
que atuam no mesmo receptor 
Potência é diferente de eficácia 
 
20 FARMACOLOGIA 
 
Antagonista competitivo reversível: 
- A concentração fixa de antagonista desloca a curva 
para a direita sem mudança na inclinação. 
- É o tipo de antagonismo mais comum e importante 
Para reverter a ação do agonista basta aumentar a 
concentração do agonista, assim, ocupa o receptor 
quem estiver em maior concentração 
 
Antagonista competitivo irreversível: 
- Antagonista se dissocia muito lentamente, ou não se 
dissocia, dos receptores 
- Ocorre com fármacos que formam ligações 
covalentes com o receptor. Não adianta aumentar a 
concentração do agonista, a partir do momento que o 
antagonista se ligou, ele não se desliga 
 
Efeitos alostéricos: 
Alostérico: substância que se liga em um sítio de 
ligação que não compete com o agonista. Caso o 
antagonista se ligue, ele promove uma modificação 
conformacional no sítio de ligação do agonista, 
impedindo a ligação. Ou seja, não bloqueia o sítio de 
ligação do agonista, mas impede a ligação por outro 
mecanismo → essa alteração é reversível 
 
Agonista inverso: 
* Existem receptores que são ativados 
independentemente de outras substâncias (ativação 
constitutiva) 
- Agonistas inversos reduzem a ativação constitutiva de 
receptores → reduzem a eficácia fisiológica do 
receptor 
- Possuem eficácia negativa (antagonistas possuem 
eficácia zero) 
- A substância tem eficácia, por isso é um agonista, mas 
é uma eficácia negativa sobre o receptor 
- Na prática não há diferença entre antagonista 
competitivo e agonista inverso 
 
21 FARMACOLOGIA 
 
Antagonismo e sinergismo farmacológico 
Antagonismo químico: 
- Duas substâncias se combinam em solução e o efeito 
do fármaco é perdido → Uma substância bloqueia o 
efeito da outra 
Ex.: Dimercaprol (reduz toxicidade de metais pesados) 
+ infliximabe (anticorpo neutralizante com ação anti-
inflamatória, pois sequestra TNF) 
Antagonismo farmacocinético 
- Antagonista reduz a concentração do fármaco ativo 
em seu sítio de ação → Reduz a biodisponibilidade 
(eficácia biológica) 
- Pode ocorrer por aumento da velocidade de 
degradação (aceleração do metabolismo hepático), 
redução da absorção intestinal ou aumento da 
eliminação renal. 
Antagonismo fisiológico 
- Interação entre fármacos no organismo que possuem 
ações opostas: 
- Ex.: Histamina estimula secreção ácida, enquanto 
omeprazol inibe a bomba de prótons 
Receptores de reserva 
- Ocorrem quando um agonista pode evocar a resposta 
máxima em uma concentração que não acarrete a 
ocupação de todos os receptores disponíveis 
Dependendo da concentração do agonista, pode 
ocorrer um aumento de receptores para que ocorra 
uma resposta máxima. Ex.: citalopram, anti-
depressivos 
- Comum em fármacos que agem sobre a musculatura 
lisa 
Dessensibilização e taquifilaxia 
- Dessensibilização e taquifilaxia: Redução do efeito do 
fármaco quando administrado continuamente (na 
maioria dos casos se desenvolve em poucos minutos). 
O corpo entende que a via está sendo ativada demais, 
logo, gera uma redução de receptores 
- Tolerância: descreve a diminuição gradual da 
responsividade a um fármaco, que leva dias ou 
semanas para se desenvolver. Comum com os opioides 
- Resistência a um fármaco: perda da eficácia do 
fármaco (geralmente antimicrobiano ou 
antineoplásico) 
- Alteração em receptores: 
- Frequente em receptores acoplados a canais 
iônicos 
- Causado por alteração conformacional do 
receptor, sem que ocorra abertura do canal 
- Dessensibilização também ocorre em 
receptores acoplados à proteína G 
- Fosforilação do receptor interfere em sua 
capacidade de ativar cascatas dos segundos 
mensageiros 
- Sensibilidade é reestabelecida com a retirada 
do agonista 
- Translocação de receptores: 
 
- Depleção de mediadores: 
Ocorre por esgotamento de uma substância 
intermediária essencial 
 
22 FARMACOLOGIA 
 
- Aumento da degradação metabólica de um fármaco: 
Ex.: uso crônico de etanol promove tolerância 
- Adaptação fisiológica 
Ex.: Ação hipotensiva de diuréticos tiazídicos é limitada 
pela ativação do sistema renina-angiotensina 
- Extrusão ativa do fármaco das células 
Curva de dose- resposta: 
 
 
Avalia a partir de qual concentração a substância 
produz efeito e em qual produz efeito toxico 
 
 
Janela terapêutica: 
Significa a área (ou faixa) entre a dose eficaz mínima, e, 
a dose máxima permitida. Corresponde a uma faixa 
plasmática aceitável na qual os resultados terapêuticos 
são positivos. 
 
Abaixo da janela: dose subclínica, sem o efeito 
esperado 
Acima da janela: efeito tóxico 
Relação entre concentração e efeito dos fármacos: 
 
Relação dose-resposta: conceitos e parâmetros 
- Concentração Efectiva 50% (ED50): Concentração do 
fármaco que induz um efeito específico em 50% de 
indivíduos de uma dada população. 
- Dose Letal 50% (LD50): Concentração do fármaco que 
induz morte em 50% de indivíduos de uma dada 
população. 
- Índice terapêutico: relação da dose que produz 
respostas tóxicas com a dose que produz o efeito 
terapêutico em uma população. 
 
 
 
 
 
23 FARMACOLOGIA 
ASPECTOS MOLECULARES DOS FÁRMACOS 
Alvos para a ação dos fármacos: geralmente são 
proteínas 
 
1) Receptores 
2) Canais iônicos → ativados por: voltagem, ligante (é 
um tipo de receptor), segundos mensageiros, reserva 
3) Enzimas 
4) Transportadores de membrana 
 
Exemplos de proteínas transportadoras: 
Transportador de norepinefrina. INIBIDOR: cocaína. 
FALSOS SUBSTRATOS: anfetamina 
Bomba de prótons. INIBIDOR: omeprazol 
PROTEÍNAS RECEPTORAS: 
Tipos de receptor: 
Tipo 1: canais iônicos controlados por ligantes 
- Conhecidos como ionotrópicos 
- Para serem ativados necessitam que alguma 
substância específica se ligue a ele 
- Produzem respostasrápidas nas células 
- Ex.: receptores de neurotransmissores rápidos. 
Receptor de acetilcolina 
Tipo 2: receptores acoplados à proteína G (GPCR) 
- Proteínas G estão ancoradas à membrana; 
apresentam 7 domínios 
- Conhecidos como metabotrópicos ou heptaelicoidais 
- São receptores de membrana acoplados a sistemas 
efetores intracelulares por uma proteína G → pode 
ativar segundos mensageiros 
Ex.: Receptores de hormônios e transmissores lentos 
Tipo 3: receptores relacionados e ligados a quinases 
- Grande grupo heterogêneo 
- Responde principalmente a mediadores protéicos 
- Via que ocorre mediante a fosforilação de estruturas 
- O domínio intracelular geralmente possui atividade 
enzimática 
- Geralmente relacionada a ativação da via de 
transcrição de genes 
Ex.: receptores da insulina, citocinas e fatores de 
crescimento 
Tipo 4: Receptores Nucleares 
- A substância para ativar o receptor nuclear primeiro 
precisa passar pela membrana plasmática 
- Atuam no núcleo 
- Regulam a transcrição gênica 
- Compreendem receptores de esteróides, hormônios 
tireoidianos e vitamina D 
- Efeito mais lento 
 
24 FARMACOLOGIA 
 
 
ESTRUTURA MOLECULAR: 
Tipo 1: Canais Iônicos Controlados Por Ligantes 
Cada canal é formado por tipos de subunidades, isso 
varia entre eles, logo nem todas as substâncias se ligam 
a todos os receptores 
•Receptor Nicotínico: 
– Primeiro a ser clonado 
– Possui cadeias , ,  e  
– Possui 2 sítios de ligação para ACh 
 
 
 
 
 
Tipo 2: Receptores Acoplados à Proteína G 
 
Tem um domínio extracelular (onde se liga a 
substância) e um domínio intracelular 
Parte intracelular é composta por um trímero: 3 
subunidades. A molécula de GTP se liga à subunidade 
alfa. O domínio intracelular que gera resposta 
• Engloba diversos receptores (muscarínicos, 
adrenérgicos, opióides...) 
• Genoma humano possui cerca de 400 GPCRs 
• São divididos em famílias 
 
25 FARMACOLOGIA 
 
→ Receptores Ativados por Proteases 
• GPCRs podem ser ativados por proteases 
• Receptores desse tipo ocorrem em vários tecidos 
• Estão relacionados com inflamação e respostas a 
lesão que ocorrem liberação de proteases 
→ Proteínas G e Sua Função 
• Proteína G reconhece o GPCR ativado e transmite a 
mensagem 
 
O agonista se liga ao domínio externo da proteína G, 
promovendo a conversão do GDP em GTP, fornecendo 
energia para a subunidade alfa se separar e migrar pela 
membrana para ativar uma enzima 
Subtipos de proteína G: 
- Gs: unidade alfa ativa a enzima adenilciclase → 
aumenta a quantidade de AMPc (segundo mensageiro) 
que gera ativação de quinases tipo A 
- Gi: inibe a adenilciclase → redução da quantidade de 
AMPc 
- Gq: ativa a enzima chamada fosfolipase C que degrada 
fofoslipidio de membrana em 2 partes: IP3 (promove 
aumento da concentração de Ca++ intracelular pela 
saída de cálcio do RS) e o DAG (ativa a proteína quinase 
C PKC) 
•Variações moleculares na subunidade a permite 
maior especificidade nas reações desencadeadas por 
GPCRs 
As subunidades beta e gama potencializam o efeito da 
subunidade alfa 
 
•Quatro classes principais de proteína G possuem 
importância farmacológica: 
 
26 FARMACOLOGIA 
 
Alvos das proteínas G: 
•Adenilil ciclase: Responsável pela formação de AMPc 
• AMPc é inativado por fosfodiesterases 
•Fosfolipase C: Responsável pela formação de fosfato 
de inositol e diacilglicerol (DAG) 
•RhoA/Rho quinase: sistema que controla a atividade 
de diversas vias de sinalização 
•Proteína quinase ativada por mitógenos (MAP 
quinase): envolvida no controle da divisão celular e 
várias outras funções 
 
 
 
 
27 FARMACOLOGIA 
 
 
Tipo 3: Receptores Ligados a Quinases 
Apresentam 2 domínios: intra e extracelular → passam 
uma vez pela membrana 
Principais tipos: 
1 – Receptor de citocina: receptores que se 
apresentam como dímeros na membrana em repouso. 
A via que é ativada é a Jak-Sat 
 
2 – Receptor para fator de crescimento: quando o fator 
de crescimento se liga ao domínio extracelular, ele 
altera o domínio, que se dimeriza (migra pela 
membrana e acha outro receptor) e os resíduos de 
tirosina entram em contato e se auto-fosforilam. Essa 
fosforilação produz um sítio de ligação para uma 
proteína com domínio SH, que se liga ao resíduo de 
tirosina e, também, se fosforila, ativando a via 
mitogênica que ativa fatores de transcrição para que a 
célula entre em mitose 
Serina treonina quinase: Similar aos RTKs, porém, 
fosforila um resíduo de serina e/ou treonina 
 
 
 
 
 
 
28 FARMACOLOGIA 
Tipo 3: receptores nucleares 
- Localizado na parte intracelular, logo a substância que 
o ativa tem que passar pela membrana plasmática, por 
isso precisa ser lipossolúvel, com baixo peso molecular 
Ex. dessas substâncias exógenas que ativam os 
receptores nucleares: hormônios esteroidais, 
hormônios tireoideanos, vitaminas lipossolúveis 
- A ativação dos receptores produz respostas lentas 
Os receptores são divididos em 3 classes: 
 
MECANISMOS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS 
Regulação do cálcio intracelular: 
- Regulação da concentração de Ca++: 
- Controle da extrusão de Ca2+ 
- Controle da entrada de Ca2+ 
- O movimento de Ca2+ entre o citosol e os 
locais de armazenamento intracelulares 
 
O cálcio pode entrar na célula por 4 tipos de canais: 
controlados por voltagem, por ligante, por 
aramazenamneto(quantidades baixas de cálcio no RS 
promove um sinal que induz a abertura dos canais de 
cálcio controlados por reserva) e por segundos 
mensageiros (IP3 promove a exocitose de cálcio do RS) 
Os níveis de cálcio precisam reduzir: ele volta pro RS 
pela bomba SERCA (gasta ATP) e exocitado pela bomba 
NCX (trocador de sódio e cálcio) e pela bomba ATPase 
de cálcio (principal via de exocitose) 
Tipos e funções dos canais de cálcio: 
 
 
29 FARMACOLOGIA 
 
Liberação de cálcio por receptor de rianodina: 
liberação de cálcio é induzida por cálcio → A entrada 
de Ca++ (gatilho) ativa canais de liberação de Ca++ 
(receptores de rianodina) ➔ liberação de Ca++ 
induzida por Ca++ 
Excitabilidade: 
• Membrana da célula em repouso é permeável ao 
potássio e impermeável ao sódio e cálcio 
• Fármacos que inibem os canais de potássio reduzem 
a excitabilidade da membrana 
 
A célula em repouso tem seu interior mais negativo 
devido a saída de potássio pelos canais que ficam 
abertos 
- O início do potencial de ação ocorre pela abertura de 
canais de sódio, despolarizando a célula e tornando o 
meio intracelular mais positivo 
 
 
Ex.: anestésicos bloqueiam os canais de sódio 
 
30 FARMACOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Canais de potássio: 
 
 
Contração Muscular: 
• Ocorre em resposta ao cálcio 
• Na musculatura lisa a contração pode ocorrer sem 
potenciais de ação (caso ocorra aumento de IP3, por 
exemplo) 
 
31 FARMACOLOGIA 
• Ativação do mecanismo contrátil envolve a 
fosforilação da cadeia leve da miosina 
 
 
 
Na contração do músculo liso não há potencial de ação, 
a contração ocorre principalmente por segundos 
mensageiros da proteína G (IP3). O cálcio liberado a 
partir da ligação do IP3 ao seu receptor se liga aos 4 
sítios da calmodulina, e é a calmodulina que fosforila a 
cadeia leve de miosina 
 
Fosfodiesterase degrada o excesso de AMPc 
Liberação de mediadores químicos: 
• Maioria dos mediadores é armazenada em vesículas 
e liberado por exocitose 
• Exocitose é estimulada pelo cálcio → o estímulo 
induz a entrada de cálcio, e é o cálcio que estimula a 
exocitose 
• Grupos principais de mediadores químicos: 
– Mediadores pré-formados e armazenados em 
vesículas (neurotransmissores, neuromoduladores e 
diversos hormônios) → liberação mais rápida e mais 
expressiva 
– Mediadores produzidos em função da demanda 
(liberados através de difusão ou transportadores de 
membrana – NO, prostanóides...) 
 
32 FARMACOLOGIAINTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA AUTONÔMICA 
 
Neurônios pré-ganglionares: corpo celular no SNC e 
terminal axonal no gânglio, onde faz sinapse com o 
neurônio pós-ganglionar 
Neurônios pós-ganglionares: corpo celular no gânglio e 
terminal axonal no órgão alvo. 
 
 
33 FARMACOLOGIA 
 
Fibras simpáticas: as pré-ganglionares são curtas 
Fibras parassimpáticas: as pré-ganglionares são fibras 
longas 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO: 
- Consiste nos neurônios cujos corpos celulares situam-
se nos plexos intramurais na parede do intestino. 
- Não se enquadram simplesmente dentro da 
classificação simpática/parassimpática → não é 
mediado apenas por um neurotransmissor 
- Alguns neurônios entéricos atuam como 
mecanorreceptores ou quimiorreceptores. 
- Do ponto de vista farmacológico, o sistema nervoso 
entérico é mais complexo do que o sistema simpático 
ou parassimpático, envolvendo muitos neuropeptídios 
e outros transmissores (como 5-hidroxitriptamina (5-
HT), serotonina, oxido nítrico e ATP). 
 
A glândula suprarrenal é inervada diretamente por um 
neurônio pré-ganglionar 
No sistema nervoso simpático não há fibras pré e pós-
ganglionares, e sim, um nervo motor voluntário. 
→ Maioria dos gânglios parassimpáticos estão na 
parede do órgão inervado ou perto dela 
→ Fibras colinérgicas: Liberam acetilcolina. Inclui todas 
as fibras autonômicas eferentes pré-ganglionares e as 
fibras motoras somática 
→ Maioria das fibras pós-ganglionares parassimpáticas 
e poucas fibras pós-ganglionares simpáticas são 
colinérgicas (inervam glândulas sudoríparas) 
→ Maioria das fibras pós-ganglionares simpáticas 
liberam norepinefrina (fibras noradrenérgicas) 
Receptores simpáticos: alfa e beta → acoplados à 
proteína G 
 
34 FARMACOLOGIA 
Receptores parassimpáticos: colinérgicos e 
muscarínicos. 
TRANSMISSÃO COLINÉRGICA: 
- Efeitos da acetilcolina nos órgãos alvos 
 
 
Receptores muscarínicos: associados à proteína G 
M2 e M4 → associados à proteína Gi (efeito inibitório 
sobre o neurônio, uma espécie de feedback negativo) 
M1, M3 e M5 → associados à proteína Gq (efeito 
ativador) 
Receptores nicotínicos: canais iônicos → dois tipos 
(neuronal Nn e muscular Nm) → canais de sódio 
Os receptores nicotínicos são mais rápidos que os 
muscarínicos 
Acetilcolina: formada pela combinação de Acetil-CoA 
(vem da glicólise) e colina realizada pela Acetilcolina-
transferase, que transfere o acetil para a colina, 
formando acetilcolina que fica armazenada em uma 
vesícula até que um estímulo permita a entrada de 
cálcio que induz a fusão da vesícula de acetilcolina com 
a membrana do neurônio pré-sináptico, liberando a 
acetilcolina para se ligar ao receptor na membrana do 
neurônio pós-sináptico. 
Acetilcolinesterase (ancorada no neurônio pós-
sináptico) degrada a acetilcolina para que ela não fique 
disponível gerando efeito prolongado. A colina 
resultante da degradação é novamente reutilizada. 
Na membrana dos neurônios pré-sinápticos existem 
receptores que indicam a quantidade de 
neurotransmissores liberados, avisando se estão em 
excesso → autorreceptores 
O botox inibe a fusão da vesícula de acetilcolina coma 
membrana do neurônio pré-sináptico 
 RECEPTORES COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS: 
- Receptores de acetilcolina foram nominados por 
causa dos alcaloides originalmente utilizados em sua 
identificação (Muscarina e Nicotina) 
 
No endotélio vascular não receptores para a 
acetilcolina, mas o aumento da sua quantidade 
estimula a produção de NO, que produz relaxamento 
vascular 
 
35 FARMACOLOGIA 
 
 Receptores colinérgicos nicotínicos: 
- Denominados N2 ou NN → nos gânglios autônomos 
e no sistema nervoso central. 
- Denominados N1 ou NM → na junção neuromuscular 
(JNM). 
Nem todos os receptores nicotínicos possuem as 
mesmas subunidades 
- Trata-se de um canal iônico, a acetilcolina se liga a ele 
para promover a entrada de sódio 
 
TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA: 
- Feita por fibras do sistema simpático 
- Na maioria dos neurônios pós-ganglionares 
simpáticos, a norepinefrina é o produto final. 
- Na medula da suprarrenal e em certas áreas do 
cérebro, parte da norepinefrina (noradrenalina) é 
convertida em epinefrina (adrenalina). 
- Em neurônios dopaminérgicos, a síntese termina em 
dopamina, porque só tem enzima para produzir até 
dopamina 
- Vários processos nessas terminações são potenciais 
sítios para ação de fármacos. 
 
As catecolaminas vão agir no órgão alvo, assim, são 
liberadas na CÉLULA pós-sináptica 
Todo receptor para noradrenalina é associado à 
proteína G, incluindo o auto-receptor de regulagem 
presente no neurônio adrenérgico 
MAO: enzima mitocondrial responsável pela 
degradação de catecolaminas 
Neurotransmissores podem cair na circulação, mas 
existem enzimas que fazem a sua degradação no 
sangue 
 
Biossíntese de catecolaminas: 
- Aminas com núcleo catecol. São produzidas com o 
aminoácido tirosina 
 
36 FARMACOLOGIA 
A catecolamina produzida depende da enzima que faz 
a sua síntese 
- Etapa limitante da reação é a conversão de tirosina 
em dopa. 
- Catecolaminas endógenas: adrenalina, noradrenalina 
e dopamina. 
- Catecolaminas sintéticas: Ex: Isoproterenol 
 
Receptores autonômicos: 
 
Receptores do tipo beta são acoplados à proteína Gs → 
ativam a adenilciclase 
Cotransmissores em nervos colinérgicos e 
adrenérgicos: 
- Vesículas colinérgicas e adrenérgicas possuem outras 
substâncias. 
- Propiciam uma ação mais rápida ou mais lenta do 
transmissor primário. 
- Muitos são transmissores primários em fibras NANC. 
- Participam da inibição da retroalimentação dos 
mesmos terminais nervosos e de terminais próximos. 
Efeito direto da atividade autonômica: 
 
 
Organização funcional da atividade autonômica: 
- A função autonômica é integrada e regulada em 
muitos níveis, desde o SNC até as células efetoras. A 
maior parte da regulação usa retroalimentação 
negativa, mas vários outros mecanismos têm sido 
identificados. 
Integração central 
- Em seu nível mais alto – mesencéfalo e bulbo 
raquidiano – as duas divisões do SNA e o sistema 
endócrino estão integrados uns aos outros, com influxo 
sensorial, e com informações dos centros mais 
elevados do SNC, inclusive o córtex cerebral. 
Integração da função cardiovascular 
- Os reflexos autonômicos são de particular 
importância na compreensão de respostas 
cardiovasculares a fármacos autonômicos 
 
37 FARMACOLOGIA 
Integra ̧̃o da fuņção cardiovascular: O aumento do 
tônus simpático leva a taquicardia, aumento do volume 
sistólico, vasoconstrição, redução da capacitância 
venosa, com aumento do retorno venoso ao coração. 
Tal resposta (taquicardia reflexa) é responsável por 
aumentar a pressão arterial aos seus valores basais. Já 
o aumento do tônus vagal leva a bradicardia e, junto da 
inibição simpática, desencadeia processos 
antagônicos. Tal resposta (bradicardia reflexa) é 
responsável por diminuir a pressão arterial aos seus 
valores basais. 
 
Modulação pré-sináptica: 
- Regulam a liberação de transmissores principalmente 
ao afetarem a entrada de Ca2+ nas terminações 
nervosas. 
- Os receptores pré-sinápticos, que, em sua maioria, 
são do tipo acoplado à proteína G controlam a função 
dos canais de cálcio e de potássio através de segundos 
mensageiros. 
- A liberação de transmissor é inibida quando a 
abertura dos canais de cálcio é inibida, ou quando 
aumenta a abertura dos canais de potássio. 
- Ocorre também regulação pré-sináptica por 
receptores ligados diretamente a canais iônicos. 
- Receptores pré-sinápticos que respondem à 
substância liberada são chamados autorreceptores. 
- Autorreceptores geralmente são inibitórios. 
- Heterorreceptores são capazes de responder a várias 
outras substâncias. 
Término da ação dos transmissores: 
- Mecanismo para o rápido processamento do 
transmissor liberado, demodo que a sua ação seja 
breve e localizada. 
- Nas sinapses colinérgicas a acetilcolina liberada é 
inativada muito rapidamente na fenda sináptica pela 
acetileolinesterase; 
 
Alvos potenciais para terapia farmacológica: 
- Síntese de neurotransmissores; 
- Armazenamento; 
- Liberação; 
- Término da ação do transmissor; 
- Efeitos do receptor; 
TRANSMISSÃO COLINÉRGICA 
• Trata das propriedades do neurotransmissor 
acetilcolina (ACh). 
• Função das vias colinérgicas são complexas, porém 
envolvem geralmente a junção neuromuscular (JNM), 
o sistema nervoso autônomo e o sistema nervoso 
central; 
• Aplicações terapêuticas atuais dos fármacos 
colinérgicos e anticolinérgicos são limitadas, devido à 
natureza ubíqua e complicada das vias colinérgicas. 
Como a acetilcolina é neurotransmissor liberado 
principalmente por neurônios parassimpáticos, no 
 
38 FARMACOLOGIA 
trato gastrointestinal ela tem ação ativadora, já na 
maioria dos outros órgãos ela tem ação inibitória 
Experimento de Dale mostrando que a acetilcolina 
produz dois tipos de efeito sobre a pressão arterial: 
 
Atropina é um antagonista muscarínico, não nicotínico 
Caso D: o animal teve um episódio de taquicardia ao 
injetar ACh pois uma grande quantidade agiu sobre a 
região ganglionar, tanto na transmissão simpática, 
quanto parassimpática 
Caso C: a atropina impediu a ação da ACh, por isso não 
houve bradicardia 
Grupos principais de fármacos ativadores de 
colinoceptores 
 
Formas de promover ação colinérgica do ponto de vista 
farmacológico: 
Fármacos de ação direta: afinidade por receptores de 
ACh → são agonistas colinérgicos que não são 
degradados tão rapidamente quanto a ACh. Podem 
agir sobre receptores muscarínicos e nicotínicos 
Fármacos de ação indireta: inibindo a colinesterase, 
enzima que degrada a ACh, ou seja, não antagonistas 
da colinesterase. Podem ser reversíveis ou irreversíveis 
- Inibidores da colinesterase e estimulantes de 
receptores de acetilcolina compõem um grupo grande 
de fármacos que mimetizam a acetilcolina. 
Espectro de ação dos fármacos colinomimétricos 
 
Receptores nicotínicos: 
 
Receptores muscarínicos: 
 
Receptores muscarínicos estão presentes nos órgãos 
alvos. 
Receptores nicotínicos estão presentes nos gânglios 
autônomos pós-sinápticos ou nas junções 
neuromusculares (placa motora) 
 
 
 
39 FARMACOLOGIA 
Modo de ação dos fármacos colinomimétricos: 
 
Vesamicol atua impedindo o armazenamento de ACh 
em vesículas 
Toxina botulínica atua impedindo a liberação de ACh 
pela fusão da vesícula com a membrana do neurônio 
pré-sináptico 
- Sítios Fisiológicos de Ação: 
• Agonistas muscarínicos → se ligam aos receptores 
muscarínicos 
• Anticolinesterásicos e fármacos que intensificam a 
transmissão colinérgica → antagonistas das 
colinesterases → são fármacos de ação indireta 
• Antagonistas muscarínicos → ex.: atropina 
• Fármacos estimulantes ganglionares → sem 
aplicação terapêutica 
• Fármacos bloqueadores ganglionares → sem 
aplicação terapêutica 
• Fármacos bloqueadores neuromusculares 
 
Também chamados de parassimpático miméticos → 
atuam em receptores muscarínicos, mas podem agir 
em nicotínicos (alguns) 
Apesar de existirem vários agonistas muscarínicos, 
nem todos são de aplicabilidade clínica → basicamente 
são usados os grifados em vermelho + carbacol 
FARMACOLOGIA DOS ESTIMULANTES DE AÇÃO 
DIRETA: 
 Química e Farmacocinética 
• Estrutura 
– Grupo amônio quaternário carregado os torna 
insolúveis em lipídios 
– Variações no grupo éster da colina reduzem a 
suscetibilidade à hidrólise pela colinesterase 
 
 Efeitos em sistemas orgânicos dos agonistas 
muscarínicos 
Agonistas muscarínicos podem se ligar a qualquer 
receptor muscarínico, independente se é M1, M2,... 
Sistema cardiovascular: 
• Receptores M2 (associados à proteína Gi – efeito 
inibitório) 
– ↓ Frequência e débito cardíaco 
 – ↓ da resistência vascular periférica 
– ↓ Pressão arterial 
 
40 FARMACOLOGIA 
– Vasodilatação → não é efeito direto da ACh não, mas 
ela pode induzir a produção de NO (substância 
vasodilatadora) 
Trato geniturinário 
- Agonistas muscarínicos promovem micção (contração 
da bexiga, pela contração da musculatura lisa) 
Musculatura lisa → Receptor M3 
Atividade de secreção → Receptor M1 
 
Olho: 
Receptores M3 no músculo constritor da pupila, 
promovem a miose → ação parassimpática 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema respiratório: 
 
- Acetilcolina estimula receptores muscarínicos e induz 
broncoconstrição 
- Neurônio parassimpáticos são dominantes na 
manutenção do tônus 
- Agentes anticolinérgicos causam relaxamento 
Agonistas muscarínicos no sistema respiratório não 
possuem aplicabilidade clínica 
No sistema respiratório encontra-se receptores M3 
que promovem broncoconstrição e receptores M1 que 
promovem secreção de substâncias 
Trato gastrointestinal: 
- Aumenta a atividade secretora e a motora do 
intestino. 
- Receptor M3 é necessário para a ativação direta da 
contração de músculos lisos, ao passo que o receptor 
M2 reduz a formação de AMPc e o relaxamento 
causado por fármacos simpatomiméticos. 
 Glândulas secretoras: 
• Receptores M3 e M1 – estimulam a secreção 
Sistema nervoso central 
– Possui receptores muscarínicos (principalmente 
cérebro) e nicotínicos (medula espinhal) 
– As funções da ACh no SNC incluem: 
1. Modulação do sono; 
2. Estado de vigília; 
3. Aprendizagem e Memória; 
4. Supressão da dor em nível da medula espinal; 
5. Funções essenciais em plasticidade neural; 
6. Desenvolvimento neural inicial; 
 
41 FARMACOLOGIA 
7. Imunossupressão; 
• A importância clínica da ACh na função cognitiva é 
ilustrada pela fisiopatologia e pelo tratamento da 
Doença de Alzheimer (DA) e de outras demências 
neurodegenerativas, incluindo a demência difusa e a 
Doença de Parkinson com Demência (DPD). 
• As demências neurodegenerativas e a lesão cerebral 
provocam disfunção colinérgica central. 
 
Efeitos colaterais dos agonistas muscarínicos: 
- Falta de ar, diarreia, cólica intestinal, hipotensão, 
dificuldade de acomodação visual, sensação de aperto 
da bexiga. 
Sistema nervoso periférico: 
– No sistema cardiovascular a nicotina possui efeito 
simpaticomimético (hipertensão, taquicardia) 
– No TGI os efeitos são parassimpatomiméticos 
(vômitos, diarreia...) 
Junção neuromuscular: 
– Agonista nicotínico resulta em despolarização da 
placa terminal por aumento da permeabilidade ao 
sódio e potássio 
FARMACOLOGIA DOS ESTIMULANTES DE AÇÃO 
INDIRETA 
 Inibidores da colinesterase 
Agem inibindo a degradação de colinesterase (enzima 
que degrada éster – Ach possui esse grupamento) 
• Tipos de colinesterase: 
– Acetilcolinesterase (AChE): 
- Presente solúvel no plasma 
- Ancora no neurônio pós-sináptico 
- Presente solúvel nas terminações nervosas 
colinérgicas 
– Butirilcolinesterase (BuChE): 
- Presente solúvel no LCR 
- Encontrada no fígado, pele, musculo liso do TGI 
- Função fisiológica incerta 
Sítio ativo da acetilcolinesterase 
 
Grupamento amino liga a ACh à acetilcolinesterase. Os 
fármacos agem dificultando essa ligação, prolongando 
a ação do fármaco. 
A quebra da acetilcolina ocorre no grupamento éster 
 
Esses inibidores possuem a mesma forma de ação, o 
que irá diferir é a farmacocinética de cada um. 
Esses inibidores podem ser usados para reverter o 
efeito dos anestésicos relaxantes muscular. 
Fisostigmina é mais apolar, mais lipossolúvel, assim ela 
consegue passar a barreira hematoencefálica. 
 
42 FARMACOLOGIA 
Organofosforados não tem uso terapêutico (são 
comuns em pesticidas, agrotóxicos) → Se ligam de 
forma irreversível à acetilcolinesterase. 
Como reativar a acetilcolinesterase: 
A ligação do organofosforado à acetilcolinesterase é 
reversível até certo tempo, pois com o passar, essa 
ligação

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