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1 FARMACOLOGIA INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA Farmacocinética: Avalia o que o organismo faz com o fármaco - Absorção do fármaco; - Distribuição do fármaco; - Biotransformação; - Eliminação do fármaco; - Relação dose-concentração: Determinam a rapidez e o tempo levado para a droga aparecer no órgão alvo Farmacodinâmica: avalia o que o fármaco faz no organismo - Mecanismo de ação; - Efeitos bioquímicos; - Efeitos fisiológicos; - Relação concentração-efeito: A resposta e a sensibilidade determinam a magnitude do efeito de determinada concentração → Conceitos: Farmacologia: - Estudo da interação de drogas com organismos vivos - Propriedades dos medicamentos e seus efeitos nos seres vivos Fármaco: Substância que existe na composição do medicamento, responsável por seu efeito terapêutico. Também pode ser chamado PRINCÍPIO ATIVO. Podem ser substâncias químicas sintéticas; substâncias químicas obtidas de animais; substâncias químicas de plantas; ou podem ser obtidos por engenharia genética Droga: qualquer substância que altere a fisiologia de um organismo vivo Medicamento: produto industrializado, podendo conter um ou mais princípios ativos com ação terapêutica comprovada, associado a outros adjuvantes a fim de promover uma melhor conservação, liberação ou absorção dos princípios ativos. Medicamentos → princípio ativo (tema ação farmacológica) + adjuvantes (não possuem ação farmacológica, apenas compõem o medicamento) Formas farmacêuticas: comprimido, líquido, suspensão (tem que agitar antes de usar), xarope, cápsula → como o princípio ativo é incorporado em um meio. A forma interfere na farmacocinética, mas não na farmacodinâmica. Formas líquidas tem início de ação mais rápido, partículas do princípio ativo estão dispersas no líquido e são mais fáceis de serem absorvidas. Apesar das formas líquidas terem efeito mais rápido que os comprimidos, isso não significa que o efeito seja maior Remédio: é qualquer coisa que possa fazer bem. Um chá pode fazer bem. Um medicamento pode fazer bem ou um abraço, que também pode fazer bem Placebos: - Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição de um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações. - Não altera em nada a fisiologia do organismo - Não se limita aos medicamentos → podem ter efeitos psicológicos, a pessoa acredita que está recebendo um medicamento Biodisponibilidade: Medida da quantidade de medicamento (princípio ativo), contida em uma fórmula farmacêutica, que chega à circulação sistêmica e da velocidade na qual ocorre esse processo. - Quantidade de princípio ativo que fica disponível na circulação e a velocidade - Dependendo da via de administração, a biodisponibilidade é maior Bioequivalência: consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa de princípio (s) ativo (s), e que tenham comparável biodisponibilidade, quando estudados sob um mesmo desenho experimental. - Geralmente usado para testes entre indústrias, se os medicamentos são bioequivalentes Medicamento de referência – medicamento inovador registrado (ANVISA) cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovados cientificamente. Não existia disponível a molécula, apenas após vários estudos ela foi disponibilizada. - Todo medicamento tem o seu medicamento de referência Medicamento genérico (intercambiável, ou seja, pode ser tanto o genérico quanto o de referência) 2 FARMACOLOGIA geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade. Designado pela (DCB) ou, na sua ausência, pela (DCI). Geralmente genérico não recebe nome, é vendido pelo nome do princípio ativo Medicamento similar – aquele que contém os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação. É identificado por nome comercial ou marca Medicamento similar é idêntico ao de referência, o que muda é a embalagem, a validade, o nome, a marca. Mas precisa passar por testes também de equivalência e biodisponibilidade. Geralmente é mais caro que o genérico Não é intercambiável, o farmacêutico não pode oferecer o similar ao invés do de referência Medicamentos de venda livre são intercambiáveis ➔ Ação dos fármacos - Para que um fármaco produza o efeito biológico esperado no organismo, é necessário que as moléculas desse fármaco se liguem a estruturas celulares específicas. - A ligação das moléculas do fármaco a estruturas celulares se dá por interações químicas. - Seletividade da droga → determina os efeitos indesejáveis depende da natureza química, dose e via adm., e fatores intrínsecos do paciente (genética, idade, patologias etc.). Efeito colateral é determinado pela seletividade, quanto menos efeitos colaterais, maior a seletividade da droga RECEPTOR → Proteínas possuidoras de um ou mais sítios de ação que, quando ativados por substâncias, são capazes de desencadear uma resposta fisiológica. SÍTIOS DE AÇÃO → Locais onde as substâncias endógenas ou exógenas (fármacos) interagem para promover uma resposta fisiológica ou farmacológica. ➔ Como prescrever um fármaco: • Situações fisiológicas: – Idade – Sexo – Peso – Gestação • Hábitos do paciente: – Fumo – Álcool • Doenças: – Insuficiência renal – Insuficiência hepática • Características da droga: - Via de administração - Toxicidade - Tempo de eliminação - Seletividade do fármaco NOVAS DROGAS E PESQUISA CLÍNICA Pesquisa pré-clínica: deve-se considerar os aspectos da molécula escolhida - Afinidade e seletividade com o alvo, propriedades farmacocinéticas, síntese e segurança - Avaliar a dose letal e efetiva - Testes de toxicidade em animais devem ser realizados (avaliar carcinogenicidade, toxicidade reprodutiva). Resumindo: Pesquisa pré-clínica é todo ensaio que vai ser feito antes dos testes em humanos. Geralmente o primeiro teste é feito em culturas de células, depois roedores e depois em mamíferos. Pesquisa clínica: fase de testes em humanos Organização de testes clínicos: um dos principais custos no desenvolvimento de um novo fármaco Fase I: pequeno número de pessoas, administrando-o a pessoas saudáveis ou pacientes → avaliar vias de administração, doses, relação com outros fármacos. Em pessoas saudáveis, pois caso haja algum dano, é mais fácil de reverter Fase II: número maior de pessoas que apresentam uma doença ou condição em particular → geralmente não são feitos em pacientes gestantes e pediátricos - Considerado experimento piloto, análise ainda pequena 3 FARMACOLOGIA Fase III: Um número grande de pessoas com a doença ou condição apropriada. O medicamento em investigação passa por testes adicionais para determinar a sua segurança e a sua eficácia, monitorar efeitos colaterais indesejáveis e compará-lo aos tratamentos comumente usados ou a um placebo. - Geralmente nessa fase que são obtidas as informações que vão ir para a bula, rótulo - Nessa fase o medicamento é apresentado para a ANVISA para obter o registro Fase IV: São os estudos realizados depois que um medicamento se torna disponível para prescrição, com a intenção de se obter informações adicionais sobre os riscos, os benefícios e o uso de um medicamento - Nessa fase ainda há acompanhamento da indústria → fase de farmacovigilância - Essa fase pode durar muito tempo até conseguir o registro definitivo. CONCEITO E PRINCÍPIOS GERAIS DE FARMACOCINÉTICA Fases farmacológicas: As fases da farmacocinética em conjunto vão determinar a concentração do princípio ativo que iráchegar na circulação. A farmacodinâmica diz respeito como o princípio ativo vai interagir com o receptor após chegar no seu local de ação. A dose é feita de acordo com a quantidade de moléculas que deve chegar ao local de ação, leva em conta a quantidade que será absorvida, distribuída e eliminada. Teste de dosagem, desintegração, dissolução são testes de bioequivalência → relacionados com a disponibilidade farmacêutica O teste de biodisponibilidade analisa quanto do fármaco chegou à circulação para se ter o efeito Disponibilização do fármaco é dividida em quatro estágios denominados "ADME": - Absorção a partir do sítio de administração → depende da via de administração - Distribuição pelo organismo→ não ocorre ao acaso - Metabolização - Eliminação * Essa ordem não é sequencial, tudo acontece de forma dinâmica Vias de administração e seus fundamentos: - As vias de administração são escolhidas para tirar proveito das moléculas de transporte e de outros mecanismos que possibilitem a entrada do fármaco nos tecidos corporais. - A via de administração é determinada primariamente pelas propriedades do fármaco e pelos objetivos terapêuticos. - Tem que levar em conta se o efeito do fármaco é local ou sistêmico 4 FARMACOLOGIA Para efeitos locais a maioria dos fármacos são usados em forma tópica → absorção pequena Via enteral: o fármaco passa pela via intestinal A via sublingual pode ser classificada como parenteral por alguns autores A via pulmonar é considerada parenteral por ser muito vascularizada ➔ Administração oral: - São auto-administrados → o paciente mesmo toma o medicamento, não necessita de alguém para administrá-lo - Têm baixo risco de infecções sistêmicas → devido à defesa do sistema imune no TGI - Toxicidade e as dosagens excessivas por via oral podem ser neutralizadas com antídotos → pode ser feito a lavagem estomacal - Ambientes ácido (estômago) e básico (duodeno) → limitar sua absorção - Ocorre pouca absorção até que o fármaco chegue ao intestino delgado. - Tipicamente, cerca de 75% de um fármaco administrado oralmente é absorvido em 1 a 3 horas. - Todos os fármacos administrados por via oral estão sujeitos ao metabolismo de primeira passagem no fígado. Fatores que afetam a absorção gastrintestinal: _ Motilidade gastrintestinal → o aumento da motilidade pode chegar mais rápido ao local de absorção, logo, efeito mais rápido. Dor diminui a motilidade - Fluxo sanguíneo → quanto maior a circulação, maior a absorção - Tamanho da partícula e formulação - Fatores físico-químicos → Todo fármaco é uma base fraca ou um ácido fraco, por isso cada um tem um tipo de interação física e química Vantagens da via oral: seguro e econômica Desvantagens: Patologias do sistema digestivo, pH gástrico e presença de alimentos/absorção ➔ Via retal: uso em quadros de vômitos, tratamento local ou em pacientes inconscientes - Via enteral - Evita 1ª passagem (fígado) em parte, uma parte consegue ir para a via hepática Ex.: supositórios: absorção irregular e irritação local – por isso é muitas vezes irregular VIA DE ADMINISTRAÇÃO PARENTERAL - A velocidade de início de ação dos fármacos administrados por essa via é frequentemente rápida. - Introdução direta de um fármaco na circulação sistêmica, no líquido cefalorraquidiano, em tecido vascularizado ou em outro espaço tecidual Aumenta a velocidade de ação do fármaco. Ex.: intra e endovenosa → ação imediata 5 FARMACOLOGIA - Velocidade de início de ação do fármaco que difere entre os vários tecidos do corpo, dependendo da velocidade de fluxo sanguíneo para o tecido - Maior risco de infecção e necessidade de administração por um profissional de saúde → Uso de álcool nos locais em que vamos tomar alguma injeção, para evitar infecções → Via intravenosa: Em geral, a injeção subcutânea ou intramuscular de fármacos produz um efeito mais rápido do que a administração oral, porém a velocidade de absorção depende muito do local de injeção, bem como do fluxo sanguíneo local → Via intramuscular → Via intra-arterial → Intraperitoneal: não é utilizada em humanos → Via sublingual (divergência entre parental e enteral): Absorção através de pequenos vasos sanguíneos. Exemplo: Nitroglicerina (Angina) → Via retal: Uso em quadros de vômitos, tratamento local ou inconscientes. Evita 1ª Passagem (Fígado): Fármacos (Veia Cava Inferior) Supositórios: absorção irregular e irritação local. →Administração cutânea: Utiliza-se a administração cutânea quando é necessário obter um efeito local na pele (por exemplo, aplicação tópica de esteróides). - Entretanto, pode ocorrer absorção apreciável, resultando em efeitos sistêmicos. Em sua maioria, as substâncias são pouco absorvidas através da pele intacta → Sprays nasais: peptídeos são inativos quando administrados por via oral, uma vez que são rapidamente destruídos no trato gastrintestinal; todavia, a sua absorção através da mucosa nasal é suficiente para produzir um efeito terapêutico → Gotas oftálmicas: absorção através do epitélio do saco conjuntival para produzir seus efeitos. Os efeitos locais desejáveis no olho podem ser obtidos sem provocar efeitos colaterais sistêmicos → Administração por inalação: constitui a via utilizada para anestésicos voláteis e gasosos, em que o pulmão serve como via tanto de administração quanto de eliminação. - A rápida troca resultante da grande área de superfície e do fluxo sanguíneo permite a obtenção de rápidos ajustes na concentração plasmática - Fármacos administrados por inalação geralmente sofrem absorção parcial na circulação, e, consequentemente, podem ocorrer efeitos colaterais sistêmico → Via intratecal: A injeção de um fármaco no espaço subaracnóide através de agulha de punção lombar é utilizada para alguns fins específicos, como anestesias ➔ Absorção dos fármacos e vias de administração Passagem da droga do seu local de aplicação até a corrente sanguínea → determinada pela via de administração e formulação do fármaco Fatores envolvidos na absorção: - Ligados aos medicamentos: concentração, lipossolubilidade, peso molecular, grau de ionização - Ligados ao organismo: vascularização, superfície de absorção, permeabilidade capilar # Fármacos polares tem maior afinidade com a água, por isso, para que entrem na célula, precisam do auxílio de proteínas de membrana Absorção: - Membranas celulares formam as barreiras entre os compartimentos aquosos do corpo - No sistema nervoso central e na placenta, existem junções estreitas entre as células, e o endotélio é envolvido numa camada impermeável de células periendoteliais. Em outros órgãos o endotélio é descontínuo, permitindo livre passagem entre as células - Moléculas pequenas atravessam as membranas de quatro maneiras principais: *Difusão através de lipídios – 2 fatores físico-químicos contribuem: 6 FARMACOLOGIA 1. Solubilidade da membrana: expressa como coeficiente de partição para a substância distribuída entre a fase da membrana e o ambiente aquoso 2. Difusibilidade: mobilidade das moléculas no interior do lipídio Muitas características farmacocinéticas de um fármaco podem ser previstas através do conhecimento da solubilidade lipídica do fármaco * Difusão por poros (aquaporinas) → fármacos com características mais polares ou hidrofílicos * Transportadores de membrana: (proteínas transmembranas) * Pinocitose → pH e Ionização: - A maioria dos fármacos é ácido fraco ou base fraca → não se dissociam/ionizam totalmente - A força de um ácido é uma base está relacionada com a capacidade de doar e receber prótons, respectivamente - Formas sem carga tem mais penetrabilidade na membrana → são mais lipossolúveis - pH do fármaco é chamado de pKa → pka: graude dissociação (ionização) Ácidos (HA) → liberam um próton (H+) causando a formação de um ânion (A-), ou seja, ácidos doam H+ A melhor forma para um ácido ser absorvido é em sua forma molecular/associada, pois ela não apresenta carga (neutro), consegue ser absorvido pela membrana Ácido fraco, terá boa absorção num meio ácido (pH ácido), pois, há uma ionização menor Exs.: pKa=3 → fármaco ácido Em meio com pH=3 → quantidades iguais de moléculas ionizadas e moleculares → 50% na forma ionizada e 50% na forma molecular → 50% das moléculas absorvidas Em meio com pH=6 → meio com maior afinidade pelo H+, logo o fármaco tende a doar prótons e, por isso, se dissocia → menos fármaco será absorvido Em meio com pH=1,5 →meio com pouca afinidade em receber prótons → o fármaco não se dissocia → maior absorção do fármaco Bases fracas (B) → recebem prótons (H+) causando a formação de um ânion (BH+) A melhor forma para uma base ser absorvida é em sua forma dissociada/neutra, pois ao se dissociar, ela perde sua carga Exs.: pKa=8 → fármaco base fraca Em meio com pH=8→ 50% das moléculas dissociadas e 50% na forma molecular --. 50% do fármaco é absorvido Em meio com pH=10→ meio com maior afinidade pelo próton → fármaco fica na forma dissociada Em meio com pH=5→ meio com menor afinidade pelo próton do que o fármaco → o fármaco recebe esses prótons do meio e fica na forma ionizada → menos absorvido Relação pH e pka: - pH > pKa Ácido: Forma ionizada Base: Forma não- ionizada (B) - pH < pKa Ácido: não – ionizado (HA) Base: ionizado Resumo: Ácidos são absorvidos na forma molecular e são melhor absorvidos em meio ácido Bases são absorvidas na forma dissociada, por isso são melhor absorvidos em meio básico Por isso: Fármacos com caráter ácido se acumulam no compartimento com pH mais básico e fármacos com caráter básico se acumulam no compartimento com pH mais ácido Ácidos: forma molecular é a neutra e a dissociada está carregada 7 FARMACOLOGIA Bases: forma molecular carregada e a forma dissociada é a forma neutra → Partição pelo pH e aprisionamento iônico - Ionização → velocidade com a qual os fármacos atravessam as membranas e a distribuição de equilíbrio das moléculas dos fármacos entre compartimentos aquosos; - A relação entre substância ionizada e não ionizada é controlada pela pKa da substância e pelo pH do compartimento Levodopa → ácida → pka=2,5: Quando ela chega em meio ácido (já tem muito próton) → ela não consegue doar os seus prótons, porque o meio já tem muitos. Logo, ela fica na forma molecular (neutra) → mais facilmente absorvida Quando chega na mucosa interstinal (pH mais básico) → maior afinidade do meio pelo H+ --. Ela se dissocia - -. Diminui a sua absorção porque sai de seu estado neutro para seu estado ionizado Fármacos ácidos são melhores absorvidos em ambientes ácidos e farmacos básicos são melhores absorvidos em ambientes básicos. Aprisionamento iônico: - Se o fármaco adquirir carga dentro da célula ele fica aprisionado → aprisionamento iônico A partição do pH não constitui o principal determinante do local de absorção de substâncias a partir do trato gastrintestinal → outras questões influenciam, como exemplo, a superfície de absorção, o tempo de contato A absorção de uma substância ácida é promovida por substâncias que aceleram o esvaziamento gástrico e retardada por substâncias que tornam o esvaziamento gástrico lento → isto porque o principal local de absorção do TGI é o intestino, independente do pKa da substância, mesmo que o pH ácido do conteúdo gástrico favoreça a absorção de ácidos fracos → a absorção vai além do pH do meio A partição do pH tem várias consequências importantes: - A acidificação da urina acelera a excreção de bases fracas e retarda a de ácidos fracos → isto porque a urina ácida realiza o aprisionamento iônico de bases fracas, porque no néfron a base adquire carga (por estar na urina ácida) e, assim, não é reabsorvida pela circulação. A alcalinização da urina tem o efeito oposto A nossa urina normalmente tem um pH ácido, por volta de 5,4. Quando um paciente for intoxicado por ácido, a urina precisa ser basificada para conseguir atrair o ácido que está intoxicando o organismo. Após o fármaco ser atraído para a urina ele não consegue sair, pois ele se dissocia e não consegue voltar pela membrana Ex: Intoxicação por ácido → administrar bicarbonato (básico) Intoxicação por base → administrar ácido ascórbico (Vitamina C) → acidificar ainda mais a urina. Fatores que influenciam na absorção: - Efeito do pH e pKa. - Fluxo de sangue no local de absorção. - Área ou superfície disponível para absorção. - Tempo de contato com a superfície de absorção Transporte mediado por transportadores: 8 FARMACOLOGIA Moléculas polares necessitam de transportadores para passar pela membrana, pois não conseguem passar por difusão simples → entram por difusão facilitada ou transporte ativo Do ponto de vista farmacocinético, entretanto, existem apenas alguns locais no corpo onde o transporte de fármacos mediado por transportadores é importante, sendo os principais: • o túbulo renal; • o trato biliar; • a barreira hematoencefálica; • o trato gastrintestinal Dois outros fatores exercem uma importante influência na distribuição e eliminação da substância. São eles: - Ligação às proteínas: No plasma muitos fármacos encontram-se principalmente na forma ligada As proteínas plasmáticas ao se ligarem aos fármacos lipossolúveis, fazendo com que tenham mais afinidade pelos fluidos, assim, sejam mais facilmente eliminadas → a substância livre é farmacologicamente ativa A quantidade de uma substância que se liga à proteína depende de três fatores: • a concentração da substância livre; • sua afinidade pelos sítios de ligação; • a concentração de proteína - Partição no o tecido adiposo e outros tecidos do corpo O tecido adiposo representa um grande compartimento não-polar → por isso é comum reter alguns fármacos Fator que limita o acúmulo de fármacos no tecido adiposo corporal é seu baixo suprimento sanguíneo Partição no tecido adiposo corporal após a administração aguda de fármacos só é importante para algumas substâncias altamente lipossolúveis A gordura corporal não constitui o único tecido onde as substâncias podem acumular-se: - Cloroquina → alta afinidade pela melanina - Tetraciclinas → acumulam-se lentamente nos ossos e nos dentes, em virtude de sua alta afinidade pelo cálcio. ** Evitar tomar antibióticos com leite, porque a tetraciclina se liga ao cálcio do leite antes mesmo de ser absorvido pelo organismo - Amiodarona → no fígado e nos pulmões, bem como no tecido adiposo ** Pode formar depósitos no tecido pulmonar (pode resultar em fibrose pulmonar) DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS Depois que o fármaco chega à corrente sanguínea, ele irá se distribuir 60% a 70% da composição do corpo humano é composto por água. No entanto, a quantidade de água no corpo humano se altera de acordo com a idade Todo esse líquido está distribuído entre líquido extracelular (35%) e líquido intracelular (65%) O líquido extracelular se subdivide em plasma (25%) e líquido intersticial (75%) ➔ Compartimentos de líquidos corporais: A distribuição de um fármaco ocorre primariamente através do sistema circulatório, enquanto o sistema linfático contribui com um componente menor → por isso um dos fatores que interfere na distribuição é o débito cardíaco - O sistema linfático contribui, por exemplo, em medicamentos de injeção intramuscular A concentração do fármaco no plasma é frequentemente utilizada para definir os níveis terapêuticos do fármaco e monitorá-los, visto que é difícil medir a quantidadede fármaco que é realmente captada pelo órgão-alvo. 9 FARMACOLOGIA Biodisponibilidade: fração ativa do fármaco que chega aos tecidos → por isso os níveis séricos do fármaco são importantes fontes de monitoramento Os órgãos e os tecidos variam acentuadamente na sua capacidade de captar diferentes fármacos, bem como na proporção de fluxo sanguíneo sistêmico que recebem → cada órgão tem um tipo de constituição e uma perfusão diferente - Os fármacos são mais bem distribuídos em órgãos que são mais perfundidos, ex.: rins, fígado, cérebro → a distribuição ocorre primariamente nesses órgãos melhores perfundidos 1º em órgãos mais vascularizados 2º em vísceras, músculos não tão perfundidos quanto os músculos como fígado, cérebro, rins, mas ainda, bem perfundidos 3º em tecidos menos perfundidos, como tecido adiposo - As moléculas de substância encontram-se habitualmente em solução na forma livre e na forma ligada; • A fração ativa é a que está na forma livre - Fármacos lipofílicos são transportados pelo corpo ligados às proteínas → as proteínas conferem polaridade às moléculas do fármaco, fazendo com que as moléculas fiquem na corrente sanguínea A ligação com a proteína é desfeita à medida que a fração de fármaco ativo é absorvida, ou seja, à medida que vai diminuindo na corrente sanguínea - Substâncias que são ácidos fracos ou bases fracas encontram-se numa mistura de equilíbrio de forma com carga e sem carga, dependendo da posição do equilíbrio do pH • As proteínas também são importantes para estabilizar a carga de fármacos ionizados. Grupo amino estabiliza cargas negativas Por conseguinte, o padrão de equilíbrio de distribuição entre os vários compartimentos irá depender dos seguintes fatores: • Permeabilidade através das barreiras • Ligação no interior dos compartimentos • Partição do pH Geralmente, de um tecido para o outro, o pH não varia tanto • Partição lipídio: água - A distribuição do fármaco não ocorre ao acaso, caso isso acontecesse, seria necessária uma dose muita alta de fármaco ➔ Fatores que alteram a distribuição - Perfusão: vascularização de cada tecido; débito cardíaco - Ligação às proteínas plasmáticas; - Propriedades físico-químicas da droga – hidro ou lipossolubilidade, peso molecular (apresenta relação inversamente proporcional com a velocidade de transferência da droga); - Afinidade por tecidos: Exemplos: digoxina (coração), CO (hemoglobina), chumbo (ossos). Perfusão sanguínea: - Determina a quantidade máxima de droga que pode ser distribuída por minuto para órgãos e tecidos específicos, para uma dada concentração plasmática. - Tecidos mais ou menos irrigados receberão diferentes quantidades da droga; também o tempo de permanência das drogas nos tecidos irá variar. • Tecidos com maior fluxo sanguíneo permite que esse tecido receba maior quantidade de medicamentos Volume/fluxo sanguíneo que determinado tecido ou órgão recebe do coração Fármacos que chegam ao sistema nervoso são extremamente lipossolúveis e de baixo peso molecular, pois precisam atravessar a barreira hematoencefálica Fatores anatômicos e fisiológicos: - A segunda fase também envolve uma parte maior de massa corporal que a inicial e geralmente responde pela maior parte do fármaco distribuído 10 FARMACOLOGIA - A lipossolubilidade é um importante fator para a difusão do fármaco • Se ela for muito lipossolúvel ela pode ficar presa nos adipócitos ou no SNC • Os anestésicos normalmente ficam retidos no SNC - O pH gradiente de pH entre líquido intra e extracelular (7,0 versus 7,4) - O principal fator é a ligação do fármaco com proteínas plasmáticas Ligação a proteínas plasmáticas: - No compartimento vascular, as moléculas dos fármacos existem sob duas formas: • Forma livre • Ligada a proteínas plasmática: vai se desligar ao longo do tempo (até porque se ela não se desligasse nós não precisaríamos tomar o remédio mais vezes) - Esse equilíbrio farmacocinético que define o tempo de intervalo entre o medicamento (Ex: 6 em 6h) - Essa fração do fármaco que está ligada à proteína é inativa, porque a proteína não permita que o fármaco se ligue ao seu receptor. Contudo, quando o fármaco que está livre no sangue, começa a diminuir em concentração, os que estavam ligados às proteínas começam a se soltar O grau de ligação proteica das drogas depende de: • Afinidade entre droga e proteínas • Concentração sanguínea da droga • Concentração sanguínea das proteínas - Uma quantidade grande de fármaco na forma livre pode gerar toxicidade para o organismo As principais proteínas são: Albumina (ligam-se a ácidos) e α1- glicoproteína ácida (ligam-se a bases) - Rins não filtram proteínas, por isso, algum problema renal pode resultar em excreção de proteínas, o que pode gerar um efeito tóxico, porque o fármaco estará em maior quantidade na forma livre. Problemas hepáticos também podem ter o mesmo resultado, porém, nesse caso, a quantidade de produção de albumina que é prejudicada - α1- glicoproteína ácida → proteína inflamatória de fase aguda. Em casos de inflamação aguda, o efeito do fármaco é reduzido, pois ocorre aumento do número de fármaco ligado a α1- glicoproteína ácida → menos fração de fármaco livre - A ligação às proteínas contribui para as diferenças nas concentrações das drogas em diferentes compartimentos corporais - A ligação às proteínas impede a ação do fármaco e geralmente limita o transporte e o metabolismo do mesmo - Geralmente não limita a secreção tubular renal e a biotransformação - Em baixas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional à concentração nos locais de ligação e à constante de dissociação - Em altas concentrações de fármaco, a parte ligada é proporcional ao número de locais de ligação e à concentração do fármaco → a ligação do fármaco à proteína é desfeita à medida que a forma livre é requisitada, tudo depende da concentração do fármaco - A ligação plasmática é um processo saturável e não- linear - A extensão da ligação plasmática (proteínas) também pode ser alterada por fatores relacionados com a doença: • Hipoalbuminemia secundária a doença hepática grave ou a síndrome nefrótica → levam à diminuição da ligação e o aumento da fração livre • Afecções que levam a uma resposta de reação de fase aguda (câncer, artrite, infarto do miocárdio) levam a altos níveis de α1- glicoproteína ácida e aumento da ligação de fármacos básicos → necessário uma maior dose de fármaco para manter o efeito terapêutico - Fármaco em sua forma livre → farmacologicamente ativa, pois e capaz de atravessar membranas biológicas e atingir os receptores-alvo - Fármaco ligado às proteínas plasmáticas → farmacologicamente inativa → não pode sair da circulação sanguínea sem antes se “desligar” da albumina ou de outras proteínas do plasma Fármacos de Classe I: a dose é menor do que o número de locais de ligação disponíveis → a maioria das 11 FARMACOLOGIA moléculas do fármaco está ligada a albumina e a concentração de fármaco livre é baixa Fármacos de Classe II: a dose é maior do que o número de locais de ligação disponíveis → a maioria das moléculas de albumina tem fármaco ligado, e a concentração de fármaco livre é significativa Ligações não específicas → competição entre fármacos → interações medicamentosas - Aumenta a concentração de fármaco livre ao deslocar o fármaco dos sítios de ligação - Isso é mais grave em pacientes com problemas hepáticos e renais A ligação à proteína plasmática também determina a intensidade e a duração do efeito do fármaco: Barreira hematoencefálica: Células endoteliais unidas entre si por zônulas de oclusão (células justapostas) e cobertas por um involucro celular (camada de astrócitos).• Função → proteger o sistema nervoso central (SNC) de substâncias “estranhas”. • Fármacos extremamente apolares e com pequena massa (e tamanho) molecular podem rapidamente atingir os tecidos encefálicos, enquanto drogas polares, ionizadas e de grande massa molecular (e tamanho) tendem a ser impedidas. - Inflamação rompe a integridade da barreira hematoencefálica, assim como trauma Placenta • Conjunto de tecidos localizados entre a circulação materna e a fetal. • Apenas retarda a passagem de drogas da circulação da mãe para o feto. • Os requisitos para a travessia: lipossolubilidade, não polaridade e pequena massa molecular. • Substâncias como antibióticos, anestésicos, álcool etílico e certas drogas ilícitas podem atravessar a barreira placentária e chegar aos tecidos fetais Volume de distribuição: O volume de distribuição aparente, Vd, é o volume de líquido necessário para conter todo o fármaco do organismo na mesma concentração mensurada no plasma. - Vd pequeno captação pelos tecidos limitada, fica mais retido no endotélio vascular - Vd grande ampla distribuição nos tecidos fármacos lipofílicos captação tecidual extensa Distribuição no compartimento aquoso do organismo: • Logo que o fármaco entra no organismo, ele tem o potencial de distribuir-se em: Compartimento plasmático: Se um fármaco apresenta massa molecular muito elevada ou se liga extensamente às proteínas plasmáticas → se distribui em um volume (o plasma) que é cerca de 6% da massa corporal ou, em uma pessoa com 70 kg, cerca de 4 L de líquido (exemplo: heparina) Líquido extracelular: Se um fármaco apresenta baixa massa molecular, mas é hidrofílico → não se movem através das membranas celulares lipídicas para entrar na fase aquosa do interior da célula → se distribuem em um volume que é a soma da água plasmática e da água intersticial, as quais, juntas, constituem o líquido extracelular. Isso corresponde a cerca de 20% da massa corporal ou cerca de 14 L em uma pessoa com 70 kg (exemplo: aminoglicosídeos) Água corporal total: 12 FARMACOLOGIA Se um fármaco apresenta baixa massa molecular e é hidrofóbico (são os que mais se distribuem) → se distribui para o interstício e para o líquido intracelular através das membranas celulares → se distribui em um volume de cerca de 60% da massa corporal ou cerca de 42 L em uma pessoa com 70 kg (exemplo: etanol) Lembrar: quanto menor o volume de distribuição, menor a distribuição nos tecidos → fica mais retido no endotélio Fármacos com alto volume de distribuição, são os que melhor chegam ao sistema nervoso METABOLIZAÇÃO E ELIMINAÇÃO DE FÁRMACOS Eliminação: - Ocorre por dois processos: • Metabolismo: conversão enzimática de uma substância em outra dentro do organismo • Eliminação: saída do fármaco do organismo (quimicamente inalterado ou através de seus metabólitos) - Assim o fármaco pode ser eliminado metabolizado ou não. - O objetivo do metabolismo é deixar os produtos mais polares para que sejam mais facilmente eliminados. Assim, os fármacos mais lipossolúveis devem ser metabolizados em compostos polares. Além disso o metabolismo tende a diminuir ou inativar a função ativa dos fámacos Principais vias das quais as substâncias e seus metabólitos são removidos do corpo são: • Os rins → eliminam a maior parte dos fármacos → eliminam substâncias POLARES • O sistema hepatobiliar → eliminam a bile que emulsifica os compostos lipossolúveis. Fármacos que estão no fígado podem ser eliminados com a bile e, também, serem absorvidos no intestino junto com ela • Os pulmões (importantes para anestésicos voláteis/gasosos) → principalmente substâncias voláteis lipossolúveis - Existem outras vias de eliminação como o suor, o leite materno → via difícil de determinar a quantidade de substância eliminada - O metabolismo das substâncias ocorre predominantemente no fígado, sobretudo sobre o sistema do citocromo P450 (CYP) – conjunto de enzimas que atuam no metabolismo. Cada membro desse sistema é chamado de CYP - Algumas enzimas P450 são extra-hepáticas e desempenham um importante papel em diversas vias de síntese. Biotransformação: - Mecanismos enzimáticos complexos que tem como objetivo inativar compostos endógenos ativos (hormônios, enzimas, neurotransmissores etc.) e eliminar substâncias estranhas ao organismo (xenobióticos). Pró-fármacos são substâncias que precisam passar pelo metabolismo do fígado para se tornarem substâncias ativas. O metabolismo hepático pode então gerar metabólitos ativos ou inativos Desfecho do processo de biotransformação: I. Término da ação de uma substância: - Detoxicar - Inativar compostos II. Facilitar a excreção - Formar produtos mais polares - Formar produtos menos lipossolúveis III. Ativar - Ativar drogas originalmente inativas (pró- fármascos) - Alterar perfil farmacocinético - Formar metabólitos ativos 13 FARMACOLOGIA Consequências do metabolismo de drogas: Exemplos de ativação metabólica: Metabólitos ativos Ac. Acetilsalicílico → Ác. Salicílico Diazepam → nordazepam + oxazepam Metabólitos tóxicos Isoniazida → Acetominofen Pró-drogas (originalmente inativas) cortisona → hidrocortisona prednisona → predinisolona paration → paraoxon A biotransformação de fármacos envolve duas fases: As duas fases do metabolismo de fármacos: Reações de Fase I: Reação de ancoragem → insere um grupamento no fármaco (grupo de ancoragem) que vai ser o ponto de ataque na reação II • São catabólicas • As reações de fase I produzem grupos reativos (e.g. OH, COOH e NH2) que as vezes podem ser mais tóxicos. É o que acontece com o paracetamol • Esses grupos reativos servem de ponto de ataque para as reações de conjugação. • Ocorre principalmente no fígado. • Para chegarem a essas enzimas, os fármacos devem atravessar a membrana plasmática SISTEMA MONO-OXIGENASE P450 (sistema do citocromo P450 (CYP)) • Hemeproteinas → uma chamada de CYP seguida por um conjunto de números e uma letra. • Principais → CYPI, CYP2 e CYPB, que estão envolvidas no metabolismo de fármacos no fígado humano. 14 FARMACOLOGIA P450 E VARIAÇÃO BIOLÓGICA • Existem importantes variações na expressão e na regulação das enzimas P450 entre espécies. • Essas diferenças entre espécies têm notáveis implicações na escolha da espécie utilizada para testar a toxicidade e a carcinogenicidade durante o desenvolvimento de novos fármacos para uso em seres humanos. • Nas populações humanas, existem importantes fontes de variação interindividual nas enzimas P450. OUTRAS REAÇÕES DE FASE I (que não ocorrem no fígado): • Etanol é metabolizado por uma enzima citoplasmática solúvel, a álcool desidrogenase (presente na circulação), além da CYP2E1. • Xantina oxidase, que inativa a 6-mercaptopurina e a monoamina oxidase, que inativa muitas aminas biologicamente ativas Fase II: • São anabólicas (também conhecidas como reação de síntese). Resultam em ligações covalentes (muito difícil de serem desfeitas) • O conjugado resultante é quase sempre farmacologicamente inativo e menos lipossolúvel do que seu precursor, sendo excretado na urina ou na bile. • Se uma molécula de substância tiver grupo hidroxila, tiol ou amino, tanto na molécula original quanto no produto decorrente do metabolismo de fase I, ela é suscetível. Quando a molécula já possui o grupo de ataque, ela vai direto para a reação II sem passar pela I • Muitas dessas reações de conjugação são observadas no fígado; entretanto, outros tecidos também estão envolvidos, como o pulmão e o rim. As reações oxidativas são de dois tipos: As enzimas das reações de fase I são ao nível do REL → microssomiais As enzimas de fase II nãosão microssomiais, elas estão no citoplasma 15 FARMACOLOGIA Reações oxidativos não-microssomais (reações de fase II → Não ocorrem somente no citoplasma): Álcool desidrogenase e aldeído desidrogenase Etanol → Acetaldeído → Acetato Xantina oxidase Hipoxantina → Xantina → Ác. Úrico Monoamino oxidase (estão dentro das mitocôndrias) Metabolismo das catecolaminas e serotonina Reações oxidativas microssomais: participação de: - Citocromo P450 - Ferro - NAD (dinucleotídeo nicotinamida adenina) - Flavoproteína - Oxigênio CITOCROMO P450 - Principal mecanismo para metabolização de produtos endógenos e xenobióticos. - Importante fonte de variabilidade inter-individual no metabolismo de drogas. - Relacionado a efeitos tóxicos de determinados fármacos - Envolvido no mecanismo de interação entre as drogas. NOMENCLATURA DOS CITOCROMOS P450 Exemplo: CYP1A2 CYP1 (família): apresenta homologia > 40% na seqüência de aminoácidos. Existem 14 famílias descritas em humanos CYP1A (subfamília): apresenta homologia > 55%. Existem 30 subfamílias descritas em humanos CYP1A2 (enzima específica). Exemplos de CYP450 Ex. formação de compostos reativos Acetimidoquinona é uma molécula instável que deve se reduzir para se estabilizar. Para se estabilizar, ele deve receber o grupamento GLUTATIONA → Sua redução é obtida pela oxidação de um outro composto (GLUTATIONA). Quando a glutationa se esgota, lipídios da membrana celular são oxidados, causando lise celular. → PODE SER ESGOTAR POR: excesso de dose do paracetamol (acetominofeno) ou se o paracetamol for tomado com outras substâncias que também dependem da GLUTATIONA causando lise celular → CITOTOXIDADE METABOLISMO DE XENOBIÓTICOS Indutores: São compostos que induzem a atividade de enzimas do CYP450, portanto aumentam a velocidade da excreção de xenobióticos. Dessa maneira, a biodisponibilidade é menor. Na presença de um INDUTOR: - Aumenta a atividade da enzima CYP - Aumenta a velocidade do metabolismo do substrato - Aumenta a velocidade de excreção - Diminui a concentração do substrato no sangue 16 FARMACOLOGIA Ex.: amitriptilina é um substrato para a CYP2C19. Já a fluoxetina inibe a ação da CYP2C19 e a Carbamazepina aumenta a atividade da CYP2C19 Um exemplo onde existe uma preocupação clínica relevante é a interação entre o omeprazol e o clopidogrel. - O omeprazol inibe a enzima CYP2C19 que é responsável pelo metabolismo do clopidrogel na sua forma ativa, logo o uso do omeprazol com este antiagregante plaquetário causa a perda da farmacoterapia prescrita. Inibidores: São compostos que inibem a atividade de enzimas do CYP450, portanto diminuem a excreção de xenobióticos. Dessa maneira, a biodisponibilidade é maior. Na presença de um INIBIDOR: - Diminui a atividade da enzima - Diminui a velocidade do metabolismo do substrato - Diminui a velocidade de excreção - Aumenta a concentração do substrato no sangue METABOLISMO DE PRIMEIRA PASSAGEM (PRÉ- SISTÊMICO) - O fígado (ou, algumas vezes, a parede intestinal) extrai e metaboliza algumas substâncias com tanta eficiência que a quantidade que chega à circulação sistêmica é consideravelmente menor do que a quantidade absorvida. → isso acontece principalmente com os fármacos que são administrados pela via oral Metabolismo pré-sistêmico: metabolismo que ocorre antes do fármaco chegar à circulação sistêmica. Por isso algumas substâncias foram transformadas em pró- fármaco - Por isso é necessária uma dose muito maior do fármaco quando este é administrado por via oral do que quando administrado por outras vias; - São observadas variações individuais pronunciadas na extensão do metabolismo de primeira passagem de determinada substância, resultando numa situação imprevisível quando essas substâncias são administradas por via oral. ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS - Rim: principal via · Filtração glomerular → Dependente do fluxo sanguíneo renal. O que não são filtradas: células, proteínas (principalmente de massa maior) em situações normais · Secreção tubular ativa → eliminação de fármacos que não são filtrados, principalmente aqueles que estavam ligados a proteínas plasmáticas · Reabsorção tubular passiva (ocorre principalmente no tubo contorcido proximal) Fármacos que não estão ligados a proteínas: eliminados pela filtração 17 FARMACOLOGIA Fármacos ligados a proteínas (grande maioria): eliminados por secreção ativa → por canais ácidos e básicos Clearance: taxa de depuração renal → o quanto (taxa) uma substância é eliminada pelo rim em 24h Meia-vida: tempo necessário para que 50% da concentração plasmática caia a metade Eliminação renal de drogas: - Filtração glomerular - Secreção - Reabsorção Filtração glomerular: A filtração glomerular só permite a passagem de moléculas com PM < 20000. Albumina = 68000. Aliás, fármaco ligado a proteína não é filtrado. A filtração de fármacos livres depende das características biofísicas, as substâncias polares são mais bem filtradas Secreção tubular - Até 20% do fluxo plasmático é filtrado. 80% restante passa pelos capilares peritubulares. Secreção ativa de ácidos e bases. - A eliminação de um fármaco mediada por transportadores pode efetuar a depuração máxima de uma droga. - Penicilina – 80% ligada a ptn plasmática. Velocidade alta de depuração. - Trato biliar e as fezes - Outras vias: ar expirado; saliva; leite; suor Para substâncias mais ácidas, é melhor que a urina esteja alcalina → fármaco vai ficar na forma ionizada, com o tempo, vai aumentar sua concentração porque ele não é absorvido de forma ionizada, logo, vai ser filtrado. Para fármacos mais básicos é melhor que a urina esteja mais ácida para aumentar sua eliminação 18 FARMACOLOGIA Algumas substâncias podem prejudicar a passagem de outras pelos canais de secreção, o que dificulta a eliminação → Podem usar um mecanismo que congestione o canal → aumentam a meia vida do fármaco por fazer com que ele fique mais tempo na circulação sem conseguir ser eliminado • Fatores que definem esta forma de eliminação incluem tamanho e polaridade da molécula do medicamento a ser excretado. • Medicamentos com peso molecular alto apresentam grande probabilidade de serem eliminados pela bile. Substâncias mais lipossolúveis e apolares têm mais afinidade com a bile e, por isso, são eliminadas no intestino junto com a bile. Não é uma via muito efetiva para excreção porque parte dessa bile é absorvida nos intestinos, assim, parte dos fármacos é absorvida com ela → Via que pode sofrer influência por substâncias externas, que aumentam a secreção da bile PRINCÍPIOS GERAIS DOS FÁRMACOS Fármacos modulam a respostas fisiológicas, não realizam funções A partir do momento que a substância está na corrente sanguínea, ela já pode interagir com receptores e exercer seu efeito farmacológico → a substância ocupa um número necessário de receptores, a mais são tóxicos e a menos são subclínicos Ação dos fármacos - Para que um fármaco produza o efeito biológico esperado no organismo, é necessário que as moléculas desse fármaco se liguem a estruturas celulares específicas. - A ligação das moléculas do fármaco a estruturas celulares se dá por interações químicas → afinidade, a ligação não é ao acaso - Normalmente, as estruturas celulares são proteínas celulares, e cujas estruturas químicas acoplam-se de forma justa à molécula do fármaco Especificidade dos fármacos: - A especificidade é recíproca: classes individuais de fármacos ligam-se apenas a certos alvos, e alvos individuais só reconhecem determinadas classes de fármacos. → fármacos possuem alvos específicos - Nenhum fármaco é completamente específico em suaação. - Em muitos casos, ao aumentar a dose de um fármaco, a substância pode afetar outros alvos além de seu alvo principal, e esse fato pode levar ao aparecimento de efeitos colaterais. Alvos proteicos para ligação de fármacos: Há quatro tipos principais de proteínas reguladoras que normalmente atuam como alvos farmacológicos primários: - Enzimas. Ex.: IECAs - Moléculas transportadoras. Ex.: omeprazol - Canais de íons - Receptores Interação fármaco- receptor: •Tendência do fármaco de se ligar ao receptor depende da afinidade •Tendência do fármaco ativar o receptor depende de sua eficácia 19 FARMACOLOGIA •Envolve a geração de uma resposta mediada pelo receptor iniciada por um agonista ou impedir a sua ligação Epinefrina e propranolol: afinidade semelhante e eficácia diferente Epinefrina: tem afinidade e eficácia por receptores → ativa o receptor Propanolol: tem afinidade, mas não tem eficácia → bloqueia o receptor - Logo, para produzir efeito farmacológico o fármaco precisa ter duas características: Agonistas X Antagonistas Agonista: substâncias que ocupam o espaço do receptor e o ativam, produzindo uma resposta biológica. Tem o mesmo comportamento da substância endógena Antagonista: quando a substância ou fármaco liga-se ao receptor, mas não o ativa. Apenas substâncias endógenas fazem ligação completa com o receptor Agonistas totais: Têm afinidade pelo receptor. Produzem efeito máximo. Têm atividade intrínseca = 1 (100%) Agonistas parciais: Têm afinidade pelo receptor. Não produz efeito máximo. Atividade intrínseca entre 0 e 1. Por mais que ocupe todos os receptores ela não irá produzir efeito máximo Antagonistas: Têm afinidade pelo receptor. Não produz resposta direta. Atividade intrínseca = 0. Não tem eficácia, apenas se liga e bloqueia o receptor Quantificação do antagonista: Potência tem a ver com dose: quanto mais potente, menor a dose necessária para efeito máximo Potência só pode ser medida entre duas substâncias que atuam no mesmo receptor Potência é diferente de eficácia 20 FARMACOLOGIA Antagonista competitivo reversível: - A concentração fixa de antagonista desloca a curva para a direita sem mudança na inclinação. - É o tipo de antagonismo mais comum e importante Para reverter a ação do agonista basta aumentar a concentração do agonista, assim, ocupa o receptor quem estiver em maior concentração Antagonista competitivo irreversível: - Antagonista se dissocia muito lentamente, ou não se dissocia, dos receptores - Ocorre com fármacos que formam ligações covalentes com o receptor. Não adianta aumentar a concentração do agonista, a partir do momento que o antagonista se ligou, ele não se desliga Efeitos alostéricos: Alostérico: substância que se liga em um sítio de ligação que não compete com o agonista. Caso o antagonista se ligue, ele promove uma modificação conformacional no sítio de ligação do agonista, impedindo a ligação. Ou seja, não bloqueia o sítio de ligação do agonista, mas impede a ligação por outro mecanismo → essa alteração é reversível Agonista inverso: * Existem receptores que são ativados independentemente de outras substâncias (ativação constitutiva) - Agonistas inversos reduzem a ativação constitutiva de receptores → reduzem a eficácia fisiológica do receptor - Possuem eficácia negativa (antagonistas possuem eficácia zero) - A substância tem eficácia, por isso é um agonista, mas é uma eficácia negativa sobre o receptor - Na prática não há diferença entre antagonista competitivo e agonista inverso 21 FARMACOLOGIA Antagonismo e sinergismo farmacológico Antagonismo químico: - Duas substâncias se combinam em solução e o efeito do fármaco é perdido → Uma substância bloqueia o efeito da outra Ex.: Dimercaprol (reduz toxicidade de metais pesados) + infliximabe (anticorpo neutralizante com ação anti- inflamatória, pois sequestra TNF) Antagonismo farmacocinético - Antagonista reduz a concentração do fármaco ativo em seu sítio de ação → Reduz a biodisponibilidade (eficácia biológica) - Pode ocorrer por aumento da velocidade de degradação (aceleração do metabolismo hepático), redução da absorção intestinal ou aumento da eliminação renal. Antagonismo fisiológico - Interação entre fármacos no organismo que possuem ações opostas: - Ex.: Histamina estimula secreção ácida, enquanto omeprazol inibe a bomba de prótons Receptores de reserva - Ocorrem quando um agonista pode evocar a resposta máxima em uma concentração que não acarrete a ocupação de todos os receptores disponíveis Dependendo da concentração do agonista, pode ocorrer um aumento de receptores para que ocorra uma resposta máxima. Ex.: citalopram, anti- depressivos - Comum em fármacos que agem sobre a musculatura lisa Dessensibilização e taquifilaxia - Dessensibilização e taquifilaxia: Redução do efeito do fármaco quando administrado continuamente (na maioria dos casos se desenvolve em poucos minutos). O corpo entende que a via está sendo ativada demais, logo, gera uma redução de receptores - Tolerância: descreve a diminuição gradual da responsividade a um fármaco, que leva dias ou semanas para se desenvolver. Comum com os opioides - Resistência a um fármaco: perda da eficácia do fármaco (geralmente antimicrobiano ou antineoplásico) - Alteração em receptores: - Frequente em receptores acoplados a canais iônicos - Causado por alteração conformacional do receptor, sem que ocorra abertura do canal - Dessensibilização também ocorre em receptores acoplados à proteína G - Fosforilação do receptor interfere em sua capacidade de ativar cascatas dos segundos mensageiros - Sensibilidade é reestabelecida com a retirada do agonista - Translocação de receptores: - Depleção de mediadores: Ocorre por esgotamento de uma substância intermediária essencial 22 FARMACOLOGIA - Aumento da degradação metabólica de um fármaco: Ex.: uso crônico de etanol promove tolerância - Adaptação fisiológica Ex.: Ação hipotensiva de diuréticos tiazídicos é limitada pela ativação do sistema renina-angiotensina - Extrusão ativa do fármaco das células Curva de dose- resposta: Avalia a partir de qual concentração a substância produz efeito e em qual produz efeito toxico Janela terapêutica: Significa a área (ou faixa) entre a dose eficaz mínima, e, a dose máxima permitida. Corresponde a uma faixa plasmática aceitável na qual os resultados terapêuticos são positivos. Abaixo da janela: dose subclínica, sem o efeito esperado Acima da janela: efeito tóxico Relação entre concentração e efeito dos fármacos: Relação dose-resposta: conceitos e parâmetros - Concentração Efectiva 50% (ED50): Concentração do fármaco que induz um efeito específico em 50% de indivíduos de uma dada população. - Dose Letal 50% (LD50): Concentração do fármaco que induz morte em 50% de indivíduos de uma dada população. - Índice terapêutico: relação da dose que produz respostas tóxicas com a dose que produz o efeito terapêutico em uma população. 23 FARMACOLOGIA ASPECTOS MOLECULARES DOS FÁRMACOS Alvos para a ação dos fármacos: geralmente são proteínas 1) Receptores 2) Canais iônicos → ativados por: voltagem, ligante (é um tipo de receptor), segundos mensageiros, reserva 3) Enzimas 4) Transportadores de membrana Exemplos de proteínas transportadoras: Transportador de norepinefrina. INIBIDOR: cocaína. FALSOS SUBSTRATOS: anfetamina Bomba de prótons. INIBIDOR: omeprazol PROTEÍNAS RECEPTORAS: Tipos de receptor: Tipo 1: canais iônicos controlados por ligantes - Conhecidos como ionotrópicos - Para serem ativados necessitam que alguma substância específica se ligue a ele - Produzem respostasrápidas nas células - Ex.: receptores de neurotransmissores rápidos. Receptor de acetilcolina Tipo 2: receptores acoplados à proteína G (GPCR) - Proteínas G estão ancoradas à membrana; apresentam 7 domínios - Conhecidos como metabotrópicos ou heptaelicoidais - São receptores de membrana acoplados a sistemas efetores intracelulares por uma proteína G → pode ativar segundos mensageiros Ex.: Receptores de hormônios e transmissores lentos Tipo 3: receptores relacionados e ligados a quinases - Grande grupo heterogêneo - Responde principalmente a mediadores protéicos - Via que ocorre mediante a fosforilação de estruturas - O domínio intracelular geralmente possui atividade enzimática - Geralmente relacionada a ativação da via de transcrição de genes Ex.: receptores da insulina, citocinas e fatores de crescimento Tipo 4: Receptores Nucleares - A substância para ativar o receptor nuclear primeiro precisa passar pela membrana plasmática - Atuam no núcleo - Regulam a transcrição gênica - Compreendem receptores de esteróides, hormônios tireoidianos e vitamina D - Efeito mais lento 24 FARMACOLOGIA ESTRUTURA MOLECULAR: Tipo 1: Canais Iônicos Controlados Por Ligantes Cada canal é formado por tipos de subunidades, isso varia entre eles, logo nem todas as substâncias se ligam a todos os receptores •Receptor Nicotínico: – Primeiro a ser clonado – Possui cadeias , , e – Possui 2 sítios de ligação para ACh Tipo 2: Receptores Acoplados à Proteína G Tem um domínio extracelular (onde se liga a substância) e um domínio intracelular Parte intracelular é composta por um trímero: 3 subunidades. A molécula de GTP se liga à subunidade alfa. O domínio intracelular que gera resposta • Engloba diversos receptores (muscarínicos, adrenérgicos, opióides...) • Genoma humano possui cerca de 400 GPCRs • São divididos em famílias 25 FARMACOLOGIA → Receptores Ativados por Proteases • GPCRs podem ser ativados por proteases • Receptores desse tipo ocorrem em vários tecidos • Estão relacionados com inflamação e respostas a lesão que ocorrem liberação de proteases → Proteínas G e Sua Função • Proteína G reconhece o GPCR ativado e transmite a mensagem O agonista se liga ao domínio externo da proteína G, promovendo a conversão do GDP em GTP, fornecendo energia para a subunidade alfa se separar e migrar pela membrana para ativar uma enzima Subtipos de proteína G: - Gs: unidade alfa ativa a enzima adenilciclase → aumenta a quantidade de AMPc (segundo mensageiro) que gera ativação de quinases tipo A - Gi: inibe a adenilciclase → redução da quantidade de AMPc - Gq: ativa a enzima chamada fosfolipase C que degrada fofoslipidio de membrana em 2 partes: IP3 (promove aumento da concentração de Ca++ intracelular pela saída de cálcio do RS) e o DAG (ativa a proteína quinase C PKC) •Variações moleculares na subunidade a permite maior especificidade nas reações desencadeadas por GPCRs As subunidades beta e gama potencializam o efeito da subunidade alfa •Quatro classes principais de proteína G possuem importância farmacológica: 26 FARMACOLOGIA Alvos das proteínas G: •Adenilil ciclase: Responsável pela formação de AMPc • AMPc é inativado por fosfodiesterases •Fosfolipase C: Responsável pela formação de fosfato de inositol e diacilglicerol (DAG) •RhoA/Rho quinase: sistema que controla a atividade de diversas vias de sinalização •Proteína quinase ativada por mitógenos (MAP quinase): envolvida no controle da divisão celular e várias outras funções 27 FARMACOLOGIA Tipo 3: Receptores Ligados a Quinases Apresentam 2 domínios: intra e extracelular → passam uma vez pela membrana Principais tipos: 1 – Receptor de citocina: receptores que se apresentam como dímeros na membrana em repouso. A via que é ativada é a Jak-Sat 2 – Receptor para fator de crescimento: quando o fator de crescimento se liga ao domínio extracelular, ele altera o domínio, que se dimeriza (migra pela membrana e acha outro receptor) e os resíduos de tirosina entram em contato e se auto-fosforilam. Essa fosforilação produz um sítio de ligação para uma proteína com domínio SH, que se liga ao resíduo de tirosina e, também, se fosforila, ativando a via mitogênica que ativa fatores de transcrição para que a célula entre em mitose Serina treonina quinase: Similar aos RTKs, porém, fosforila um resíduo de serina e/ou treonina 28 FARMACOLOGIA Tipo 3: receptores nucleares - Localizado na parte intracelular, logo a substância que o ativa tem que passar pela membrana plasmática, por isso precisa ser lipossolúvel, com baixo peso molecular Ex. dessas substâncias exógenas que ativam os receptores nucleares: hormônios esteroidais, hormônios tireoideanos, vitaminas lipossolúveis - A ativação dos receptores produz respostas lentas Os receptores são divididos em 3 classes: MECANISMOS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS Regulação do cálcio intracelular: - Regulação da concentração de Ca++: - Controle da extrusão de Ca2+ - Controle da entrada de Ca2+ - O movimento de Ca2+ entre o citosol e os locais de armazenamento intracelulares O cálcio pode entrar na célula por 4 tipos de canais: controlados por voltagem, por ligante, por aramazenamneto(quantidades baixas de cálcio no RS promove um sinal que induz a abertura dos canais de cálcio controlados por reserva) e por segundos mensageiros (IP3 promove a exocitose de cálcio do RS) Os níveis de cálcio precisam reduzir: ele volta pro RS pela bomba SERCA (gasta ATP) e exocitado pela bomba NCX (trocador de sódio e cálcio) e pela bomba ATPase de cálcio (principal via de exocitose) Tipos e funções dos canais de cálcio: 29 FARMACOLOGIA Liberação de cálcio por receptor de rianodina: liberação de cálcio é induzida por cálcio → A entrada de Ca++ (gatilho) ativa canais de liberação de Ca++ (receptores de rianodina) ➔ liberação de Ca++ induzida por Ca++ Excitabilidade: • Membrana da célula em repouso é permeável ao potássio e impermeável ao sódio e cálcio • Fármacos que inibem os canais de potássio reduzem a excitabilidade da membrana A célula em repouso tem seu interior mais negativo devido a saída de potássio pelos canais que ficam abertos - O início do potencial de ação ocorre pela abertura de canais de sódio, despolarizando a célula e tornando o meio intracelular mais positivo Ex.: anestésicos bloqueiam os canais de sódio 30 FARMACOLOGIA Canais de potássio: Contração Muscular: • Ocorre em resposta ao cálcio • Na musculatura lisa a contração pode ocorrer sem potenciais de ação (caso ocorra aumento de IP3, por exemplo) 31 FARMACOLOGIA • Ativação do mecanismo contrátil envolve a fosforilação da cadeia leve da miosina Na contração do músculo liso não há potencial de ação, a contração ocorre principalmente por segundos mensageiros da proteína G (IP3). O cálcio liberado a partir da ligação do IP3 ao seu receptor se liga aos 4 sítios da calmodulina, e é a calmodulina que fosforila a cadeia leve de miosina Fosfodiesterase degrada o excesso de AMPc Liberação de mediadores químicos: • Maioria dos mediadores é armazenada em vesículas e liberado por exocitose • Exocitose é estimulada pelo cálcio → o estímulo induz a entrada de cálcio, e é o cálcio que estimula a exocitose • Grupos principais de mediadores químicos: – Mediadores pré-formados e armazenados em vesículas (neurotransmissores, neuromoduladores e diversos hormônios) → liberação mais rápida e mais expressiva – Mediadores produzidos em função da demanda (liberados através de difusão ou transportadores de membrana – NO, prostanóides...) 32 FARMACOLOGIAINTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA AUTONÔMICA Neurônios pré-ganglionares: corpo celular no SNC e terminal axonal no gânglio, onde faz sinapse com o neurônio pós-ganglionar Neurônios pós-ganglionares: corpo celular no gânglio e terminal axonal no órgão alvo. 33 FARMACOLOGIA Fibras simpáticas: as pré-ganglionares são curtas Fibras parassimpáticas: as pré-ganglionares são fibras longas SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO: - Consiste nos neurônios cujos corpos celulares situam- se nos plexos intramurais na parede do intestino. - Não se enquadram simplesmente dentro da classificação simpática/parassimpática → não é mediado apenas por um neurotransmissor - Alguns neurônios entéricos atuam como mecanorreceptores ou quimiorreceptores. - Do ponto de vista farmacológico, o sistema nervoso entérico é mais complexo do que o sistema simpático ou parassimpático, envolvendo muitos neuropeptídios e outros transmissores (como 5-hidroxitriptamina (5- HT), serotonina, oxido nítrico e ATP). A glândula suprarrenal é inervada diretamente por um neurônio pré-ganglionar No sistema nervoso simpático não há fibras pré e pós- ganglionares, e sim, um nervo motor voluntário. → Maioria dos gânglios parassimpáticos estão na parede do órgão inervado ou perto dela → Fibras colinérgicas: Liberam acetilcolina. Inclui todas as fibras autonômicas eferentes pré-ganglionares e as fibras motoras somática → Maioria das fibras pós-ganglionares parassimpáticas e poucas fibras pós-ganglionares simpáticas são colinérgicas (inervam glândulas sudoríparas) → Maioria das fibras pós-ganglionares simpáticas liberam norepinefrina (fibras noradrenérgicas) Receptores simpáticos: alfa e beta → acoplados à proteína G 34 FARMACOLOGIA Receptores parassimpáticos: colinérgicos e muscarínicos. TRANSMISSÃO COLINÉRGICA: - Efeitos da acetilcolina nos órgãos alvos Receptores muscarínicos: associados à proteína G M2 e M4 → associados à proteína Gi (efeito inibitório sobre o neurônio, uma espécie de feedback negativo) M1, M3 e M5 → associados à proteína Gq (efeito ativador) Receptores nicotínicos: canais iônicos → dois tipos (neuronal Nn e muscular Nm) → canais de sódio Os receptores nicotínicos são mais rápidos que os muscarínicos Acetilcolina: formada pela combinação de Acetil-CoA (vem da glicólise) e colina realizada pela Acetilcolina- transferase, que transfere o acetil para a colina, formando acetilcolina que fica armazenada em uma vesícula até que um estímulo permita a entrada de cálcio que induz a fusão da vesícula de acetilcolina com a membrana do neurônio pré-sináptico, liberando a acetilcolina para se ligar ao receptor na membrana do neurônio pós-sináptico. Acetilcolinesterase (ancorada no neurônio pós- sináptico) degrada a acetilcolina para que ela não fique disponível gerando efeito prolongado. A colina resultante da degradação é novamente reutilizada. Na membrana dos neurônios pré-sinápticos existem receptores que indicam a quantidade de neurotransmissores liberados, avisando se estão em excesso → autorreceptores O botox inibe a fusão da vesícula de acetilcolina coma membrana do neurônio pré-sináptico RECEPTORES COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS: - Receptores de acetilcolina foram nominados por causa dos alcaloides originalmente utilizados em sua identificação (Muscarina e Nicotina) No endotélio vascular não receptores para a acetilcolina, mas o aumento da sua quantidade estimula a produção de NO, que produz relaxamento vascular 35 FARMACOLOGIA Receptores colinérgicos nicotínicos: - Denominados N2 ou NN → nos gânglios autônomos e no sistema nervoso central. - Denominados N1 ou NM → na junção neuromuscular (JNM). Nem todos os receptores nicotínicos possuem as mesmas subunidades - Trata-se de um canal iônico, a acetilcolina se liga a ele para promover a entrada de sódio TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA: - Feita por fibras do sistema simpático - Na maioria dos neurônios pós-ganglionares simpáticos, a norepinefrina é o produto final. - Na medula da suprarrenal e em certas áreas do cérebro, parte da norepinefrina (noradrenalina) é convertida em epinefrina (adrenalina). - Em neurônios dopaminérgicos, a síntese termina em dopamina, porque só tem enzima para produzir até dopamina - Vários processos nessas terminações são potenciais sítios para ação de fármacos. As catecolaminas vão agir no órgão alvo, assim, são liberadas na CÉLULA pós-sináptica Todo receptor para noradrenalina é associado à proteína G, incluindo o auto-receptor de regulagem presente no neurônio adrenérgico MAO: enzima mitocondrial responsável pela degradação de catecolaminas Neurotransmissores podem cair na circulação, mas existem enzimas que fazem a sua degradação no sangue Biossíntese de catecolaminas: - Aminas com núcleo catecol. São produzidas com o aminoácido tirosina 36 FARMACOLOGIA A catecolamina produzida depende da enzima que faz a sua síntese - Etapa limitante da reação é a conversão de tirosina em dopa. - Catecolaminas endógenas: adrenalina, noradrenalina e dopamina. - Catecolaminas sintéticas: Ex: Isoproterenol Receptores autonômicos: Receptores do tipo beta são acoplados à proteína Gs → ativam a adenilciclase Cotransmissores em nervos colinérgicos e adrenérgicos: - Vesículas colinérgicas e adrenérgicas possuem outras substâncias. - Propiciam uma ação mais rápida ou mais lenta do transmissor primário. - Muitos são transmissores primários em fibras NANC. - Participam da inibição da retroalimentação dos mesmos terminais nervosos e de terminais próximos. Efeito direto da atividade autonômica: Organização funcional da atividade autonômica: - A função autonômica é integrada e regulada em muitos níveis, desde o SNC até as células efetoras. A maior parte da regulação usa retroalimentação negativa, mas vários outros mecanismos têm sido identificados. Integração central - Em seu nível mais alto – mesencéfalo e bulbo raquidiano – as duas divisões do SNA e o sistema endócrino estão integrados uns aos outros, com influxo sensorial, e com informações dos centros mais elevados do SNC, inclusive o córtex cerebral. Integração da função cardiovascular - Os reflexos autonômicos são de particular importância na compreensão de respostas cardiovasculares a fármacos autonômicos 37 FARMACOLOGIA Integra ̧̃o da fuņção cardiovascular: O aumento do tônus simpático leva a taquicardia, aumento do volume sistólico, vasoconstrição, redução da capacitância venosa, com aumento do retorno venoso ao coração. Tal resposta (taquicardia reflexa) é responsável por aumentar a pressão arterial aos seus valores basais. Já o aumento do tônus vagal leva a bradicardia e, junto da inibição simpática, desencadeia processos antagônicos. Tal resposta (bradicardia reflexa) é responsável por diminuir a pressão arterial aos seus valores basais. Modulação pré-sináptica: - Regulam a liberação de transmissores principalmente ao afetarem a entrada de Ca2+ nas terminações nervosas. - Os receptores pré-sinápticos, que, em sua maioria, são do tipo acoplado à proteína G controlam a função dos canais de cálcio e de potássio através de segundos mensageiros. - A liberação de transmissor é inibida quando a abertura dos canais de cálcio é inibida, ou quando aumenta a abertura dos canais de potássio. - Ocorre também regulação pré-sináptica por receptores ligados diretamente a canais iônicos. - Receptores pré-sinápticos que respondem à substância liberada são chamados autorreceptores. - Autorreceptores geralmente são inibitórios. - Heterorreceptores são capazes de responder a várias outras substâncias. Término da ação dos transmissores: - Mecanismo para o rápido processamento do transmissor liberado, demodo que a sua ação seja breve e localizada. - Nas sinapses colinérgicas a acetilcolina liberada é inativada muito rapidamente na fenda sináptica pela acetileolinesterase; Alvos potenciais para terapia farmacológica: - Síntese de neurotransmissores; - Armazenamento; - Liberação; - Término da ação do transmissor; - Efeitos do receptor; TRANSMISSÃO COLINÉRGICA • Trata das propriedades do neurotransmissor acetilcolina (ACh). • Função das vias colinérgicas são complexas, porém envolvem geralmente a junção neuromuscular (JNM), o sistema nervoso autônomo e o sistema nervoso central; • Aplicações terapêuticas atuais dos fármacos colinérgicos e anticolinérgicos são limitadas, devido à natureza ubíqua e complicada das vias colinérgicas. Como a acetilcolina é neurotransmissor liberado principalmente por neurônios parassimpáticos, no 38 FARMACOLOGIA trato gastrointestinal ela tem ação ativadora, já na maioria dos outros órgãos ela tem ação inibitória Experimento de Dale mostrando que a acetilcolina produz dois tipos de efeito sobre a pressão arterial: Atropina é um antagonista muscarínico, não nicotínico Caso D: o animal teve um episódio de taquicardia ao injetar ACh pois uma grande quantidade agiu sobre a região ganglionar, tanto na transmissão simpática, quanto parassimpática Caso C: a atropina impediu a ação da ACh, por isso não houve bradicardia Grupos principais de fármacos ativadores de colinoceptores Formas de promover ação colinérgica do ponto de vista farmacológico: Fármacos de ação direta: afinidade por receptores de ACh → são agonistas colinérgicos que não são degradados tão rapidamente quanto a ACh. Podem agir sobre receptores muscarínicos e nicotínicos Fármacos de ação indireta: inibindo a colinesterase, enzima que degrada a ACh, ou seja, não antagonistas da colinesterase. Podem ser reversíveis ou irreversíveis - Inibidores da colinesterase e estimulantes de receptores de acetilcolina compõem um grupo grande de fármacos que mimetizam a acetilcolina. Espectro de ação dos fármacos colinomimétricos Receptores nicotínicos: Receptores muscarínicos: Receptores muscarínicos estão presentes nos órgãos alvos. Receptores nicotínicos estão presentes nos gânglios autônomos pós-sinápticos ou nas junções neuromusculares (placa motora) 39 FARMACOLOGIA Modo de ação dos fármacos colinomimétricos: Vesamicol atua impedindo o armazenamento de ACh em vesículas Toxina botulínica atua impedindo a liberação de ACh pela fusão da vesícula com a membrana do neurônio pré-sináptico - Sítios Fisiológicos de Ação: • Agonistas muscarínicos → se ligam aos receptores muscarínicos • Anticolinesterásicos e fármacos que intensificam a transmissão colinérgica → antagonistas das colinesterases → são fármacos de ação indireta • Antagonistas muscarínicos → ex.: atropina • Fármacos estimulantes ganglionares → sem aplicação terapêutica • Fármacos bloqueadores ganglionares → sem aplicação terapêutica • Fármacos bloqueadores neuromusculares Também chamados de parassimpático miméticos → atuam em receptores muscarínicos, mas podem agir em nicotínicos (alguns) Apesar de existirem vários agonistas muscarínicos, nem todos são de aplicabilidade clínica → basicamente são usados os grifados em vermelho + carbacol FARMACOLOGIA DOS ESTIMULANTES DE AÇÃO DIRETA: Química e Farmacocinética • Estrutura – Grupo amônio quaternário carregado os torna insolúveis em lipídios – Variações no grupo éster da colina reduzem a suscetibilidade à hidrólise pela colinesterase Efeitos em sistemas orgânicos dos agonistas muscarínicos Agonistas muscarínicos podem se ligar a qualquer receptor muscarínico, independente se é M1, M2,... Sistema cardiovascular: • Receptores M2 (associados à proteína Gi – efeito inibitório) – ↓ Frequência e débito cardíaco – ↓ da resistência vascular periférica – ↓ Pressão arterial 40 FARMACOLOGIA – Vasodilatação → não é efeito direto da ACh não, mas ela pode induzir a produção de NO (substância vasodilatadora) Trato geniturinário - Agonistas muscarínicos promovem micção (contração da bexiga, pela contração da musculatura lisa) Musculatura lisa → Receptor M3 Atividade de secreção → Receptor M1 Olho: Receptores M3 no músculo constritor da pupila, promovem a miose → ação parassimpática Sistema respiratório: - Acetilcolina estimula receptores muscarínicos e induz broncoconstrição - Neurônio parassimpáticos são dominantes na manutenção do tônus - Agentes anticolinérgicos causam relaxamento Agonistas muscarínicos no sistema respiratório não possuem aplicabilidade clínica No sistema respiratório encontra-se receptores M3 que promovem broncoconstrição e receptores M1 que promovem secreção de substâncias Trato gastrointestinal: - Aumenta a atividade secretora e a motora do intestino. - Receptor M3 é necessário para a ativação direta da contração de músculos lisos, ao passo que o receptor M2 reduz a formação de AMPc e o relaxamento causado por fármacos simpatomiméticos. Glândulas secretoras: • Receptores M3 e M1 – estimulam a secreção Sistema nervoso central – Possui receptores muscarínicos (principalmente cérebro) e nicotínicos (medula espinhal) – As funções da ACh no SNC incluem: 1. Modulação do sono; 2. Estado de vigília; 3. Aprendizagem e Memória; 4. Supressão da dor em nível da medula espinal; 5. Funções essenciais em plasticidade neural; 6. Desenvolvimento neural inicial; 41 FARMACOLOGIA 7. Imunossupressão; • A importância clínica da ACh na função cognitiva é ilustrada pela fisiopatologia e pelo tratamento da Doença de Alzheimer (DA) e de outras demências neurodegenerativas, incluindo a demência difusa e a Doença de Parkinson com Demência (DPD). • As demências neurodegenerativas e a lesão cerebral provocam disfunção colinérgica central. Efeitos colaterais dos agonistas muscarínicos: - Falta de ar, diarreia, cólica intestinal, hipotensão, dificuldade de acomodação visual, sensação de aperto da bexiga. Sistema nervoso periférico: – No sistema cardiovascular a nicotina possui efeito simpaticomimético (hipertensão, taquicardia) – No TGI os efeitos são parassimpatomiméticos (vômitos, diarreia...) Junção neuromuscular: – Agonista nicotínico resulta em despolarização da placa terminal por aumento da permeabilidade ao sódio e potássio FARMACOLOGIA DOS ESTIMULANTES DE AÇÃO INDIRETA Inibidores da colinesterase Agem inibindo a degradação de colinesterase (enzima que degrada éster – Ach possui esse grupamento) • Tipos de colinesterase: – Acetilcolinesterase (AChE): - Presente solúvel no plasma - Ancora no neurônio pós-sináptico - Presente solúvel nas terminações nervosas colinérgicas – Butirilcolinesterase (BuChE): - Presente solúvel no LCR - Encontrada no fígado, pele, musculo liso do TGI - Função fisiológica incerta Sítio ativo da acetilcolinesterase Grupamento amino liga a ACh à acetilcolinesterase. Os fármacos agem dificultando essa ligação, prolongando a ação do fármaco. A quebra da acetilcolina ocorre no grupamento éster Esses inibidores possuem a mesma forma de ação, o que irá diferir é a farmacocinética de cada um. Esses inibidores podem ser usados para reverter o efeito dos anestésicos relaxantes muscular. Fisostigmina é mais apolar, mais lipossolúvel, assim ela consegue passar a barreira hematoencefálica. 42 FARMACOLOGIA Organofosforados não tem uso terapêutico (são comuns em pesticidas, agrotóxicos) → Se ligam de forma irreversível à acetilcolinesterase. Como reativar a acetilcolinesterase: A ligação do organofosforado à acetilcolinesterase é reversível até certo tempo, pois com o passar, essa ligação
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