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Farmacologia Básica

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Alice Marqui Mattos – 4 Período - UFRJ 
 
INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA 
 
Definição 
Farmacocinética: como o fármaco vai chegar na célula e como o corpo vai fazer com 
ele (seu metabolismo e excreção); por onde o fármaco passa, onde ele se dispõe pelo 
corpo. 
Farmacodinâmica: como que o fármaco age no organismo, o que ele faz. 
 
História da Farmacologia 
Começou a se desenvolver em 1800 e pouco, mas muito antes disso já se usavam 
compostos que surtiam efeitos sobre o organismo (envenenamento). Geralmente eram 
compostos de extratos de plantas. 
Farmacologia, do grego, Pharmakon = veneno, aquilo que podia ter sintomas 
terapêuticos. 
129 – 200 → Galeno foi o 1° a considerar a teoria das doenças (o que era doença e o 
que não era de forma experimental). 
1493 – 1541 → Paracelsus começou a diferenciar a utilização de compostos (extratos 
de plantas, restos de animais...) para cada tratamento. Ele começou a se especializar nessa 
diferenciação já que os tratamentos começaram a dar certo. Ele conhecia os ingredientes 
ativos nas remédios prescritos. Outras pessoas da mesma área dele começaram a acusálo 
de envenenador. Para se defender ele lançou a frase: “Toda droga é veneno, depende 
apenas da dose.” 
Em 1805, Sertüner isolou a morfina a partir do ópio, a 1ª droga pura. 
Em 1847, Bucheim fundou o 1° Instituto de Farmacologia, tornando-a uma disciplina 
independente. Nesse momento, começou-se a se entender também a anatomia, a 
bioquímica e a fisiologia, que juntamente com a química fundamentaram a farmacologia 
e deu um “BOOM” na indústria farmacêutica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
Farmacologia básica 
Hanny Dave ( ) 
Qualquer livro de 
farmacologia 
Avaliações 
 provas (nas questões 2 
discursivas, responder em 
detalhes - quais são as 
vias de transdução, os 
receptores...) 
1 seminário no fim da 
disciplina 
Os primeiros fármacos foram substratos extraídos de plantas (quinina, digitálicos, 
atropina, efedrina, estricnina) e a partir deles dava pra descobrir a fórmula molecular para 
produzir sinteticamente e melhorar a molécula e assim melhorar seus efeitos no 
organismo. O primeiro fármaco produzido sinteticamente foi o AAS em 1900 e pouco. 
No século XX, a química sintética revolucionou a indústria farmacêutica que fez surgir 
conceitos fundamentais da Farmacologia: 
 Relação estrutura-atividade (T. Fraser): se muda a estrutura muda a atividade. 
 Receptores de drogas (J. Langley): cada droga age num receptor. 
 Toxicidade seletiva (P. Ehrlich): em 1909 desenvolveu a quimioterapia. 
 Lei de ação das massas (droga-receptor) (A. J. Clark): se aumentar a quantidade 
da dose da droga perde a especificidade de ação em apenas um receptor, começa 
a agir sobre vários receptores. 
Depois, Fleming, em 1928, descobriu a penicilina testada em humanos em 1940. 
Surgiram também os anestésicos locais, a partir do conhecimento dos receptores. Até esse 
momento o anestésico era geral e o mais usado era a ingestão de álcool. 
No século XXI, surge a biologia molecular com a ideia de DNA recombinante e 
biofármacos (anticorpos, enzimas, proteínas reguladoras, hormônios e fatores de 
crescimento). Momento da Biofarmacêutica. 
 
O que é farmacologia? 
Estudo da interação de qualquer composto químico com qualquer organismo vivo 
(homem, bichos e plantas). 
Reflete a natureza, que em seus processos vitais sempre utiliza compostos químicos 
como intermediário indispensável, desde a ingestão (enzimas) até o SNC e 
comportamento (neurotransmissores). 
 Droga: qualquer composto que tem efeito e modificou algo no organismo, mas 
esse composto não é identificado e caracterizado, não se sabe o que é de fato. Pode 
ter efeito positivo ou negativo. 
 Fármaco: é o princípio ativo do medicamento. É qualquer composto que promove 
alteração no organismo, mas a atividade, o lugar de atuação, mecanismo de 
atuação, as estruturas químicas são conhecidas. Pode ter efeito positivo ou 
negativo. Pode ter efeito terapêutico ou não. É um composto purificado. 
 Medicamento: é o fármaco que tem efeito benéfico e é usado terapeuticamente. Se 
tem utilidade terapêutica ou diagnóstica é medicamento. 
 Remédio: é qualquer coisa que melhore a qualidade de vida, independentemente 
de ser medicamento ou não. Yoga, homeopatia, terapia, medicamentos etc. 
 Fármacos-Remédios: têm utilidade farmacoterapêutica, diagnóstica, profilática e 
contraceptiva. 
A farmacologia estuda fármacos e seus benefícios desejáveis, mas também sua 
potencial toxicidade. A seletividade da droga determina os efeitos indesejáveis. Depende 
da natureza química, dose e via de administração e fatores intrínsecos do paciente 
(genética, metabolismo etc.) 
 
Novas drogas e Pesquisa Clínica 
Para que se considere analisar o fármaco, ele tem que apresentar alguma vantagem 
sobre o que já está no mercado. Isso justifica os ensaios pré-clínicos e clínicos. 
Nos ensaios pré-clínicos devem ser feitos ensaios de toxicidade, de vias de 
administração, de farmacocinética, dose-resposta. Todos os protocolos e resultados são 
mandados para a ANVISA de forma a convencer da vantagem de iniciar o ensaios 
clínicos. 
A primeira fase do clínico só precisa mostrar que o medicamento se comporta da 
mesma forma que nos ensaios pré-clínicos, sem grupo controle e sem pessoas doentes. 
Na segunda fase, testar em alguns indivíduos doentes para ver se o medicamento se 
comporta como foi proposto. Na terceira fase, inicia-se o estudo comparativo, com um 
grupo controle (o remédio de mesma classe do fármaco que está em teste) e grupos em 
várias regiões. O estudo deve ser randomizado (aleatório) e duplo cego (em que nem o 
paciente nem quem está administrando o fármaco e observando sabem quem está sendo 
tratado com o que). Quando é um fármaco novo no mercado e que não possui um 
medicamento de mesma classe no mercado, usa-se para o grupo controle um placebo. 
Nesta fase é que se submete o fármaco para a ANVISA. Não pode ter conflito de interesse, 
não pode faltar os protocolos completos e detalhados, nem os documentos dos Comitês 
de Ética Animal e Humano. Na quarta fase, o medicamento está sendo comercializado e 
internacionalizado de forma em que cada país, através dos seus órgãos reguladores de 
saúde, libera a comercialização em seu território ou não. Nesse momento também são 
feitos estudos dos efeitos que não foram identificados durante as outras fases do estudo, 
e isso tem a ver com a raça, estilo de vida, genética, entre outras características intrínsecas 
dos indivíduos da região onde se pretende usar esse medicamento. Os órgãos de vigilância 
de cada país se reportam a OMS (Organização Mundial da Saúde) para que esta 
identifique que aquele medicamento apresenta reações adversas medicamentosas (RAM), 
reações que não estão na bula. 
No Brasil, a farmacovigilância é feita pela ANVISA através de hospitais sentinelas e 
farmácias notificadoras. Todos os profissionais de saúde podem fazer notificações nos 
hospitais e farmácias que vão mandar o relatório para a ANVISA. As notificações podem 
ser feitas para qualquer produto médico-hospitalar além de medicamentos. Além disso, 
podem ser notificadas as qualidades do medicamento, bem como os efeitos adversos não 
restritos. 
 
Medicamento de referência 
O medicamento de referência é um produto inovador registrado no órgão federal, cuja 
eficácia, segurança e qualidade foram comprovados cientificamente junto ao órgão 
federal competente. Servem de parâmetro de eficácia, segurança e qualidade para os 
registros de medicamentos genéricos e similares. 
 
Medicamento genérico 
É aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma 
farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do 
medicamento de referência no país, apresentando a mesma 
segurança que o medicamento de referência no país 
podendo,com este, ser intercambiável. 
 
Medicamento similares 
É aquele medicamento com a mesma composição e 
princípio ativo mas fabricado em outro laboratório, com outro nome. 
 
Uso racional de medicamentos 
Deve-se avaliar o risco-benefício para fazer a escolha do medicamento de maneiro 
mais racional. 
Esse medicamento deve proporcionar maior qualidade de vida ao paciente, diminuir a 
morbidade, ser de fácil administração e melhor eficácia. Deve também avaliar os 
inconvenientes de administração, ou seja, se o paciente tem problema de deglutição não 
se usa administração por via oral. Ainda devem ser observados os efeitos adversos e os 
custos do medicamento. 
 
 
 
 
FARMACOCINÉTICA 
 
Introdução 
Para a farmacocinética, interessa mesmo a concentração de fármaco livre no sangue 
porque aquele que estiver ligado a proteína não vai atravessar membrana celular. Esses 
que estão livres são absorvidos no local de ação através de receptores para fazer seu efeito. 
Tanto o medicamento 
genérico quanto o similar 
devem apresentar os 
testes de bioequivalência 
apresentados à ANVISA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organismo Droga 
Farmacocinética Farmacodinâmica 
Absorção 
Distribuição 
Biotransformação 
Eliminação 
Local de ação 
Mecanismo de ação 
Efeitos 
Concentração da droga no local de ação 
Terapêutica 
Toxicológica 
Também podem ir para reservatórios para ser usados mais tarde. Depois desse processo 
dinâmico em que o fármaco sofre Biotransformação no fígado e nos rins para serem 
excretados os seus metabólitos. 
 
Transporte de membrana 
a) Difusão através de lipídios: aqueles que são lipossolúveis atravessam a membrana 
facilmente sem gasto de ATP. 
b) Difusão através de canais aquosos: são proteínas integrais de membrana 
(aquaporinas) por onde passam água e pequenas moléculas, como ureia, sem gasto 
de ATP. 
c) Transportador: pode ser por proteínas facilitadoras (integrais de membrana que se 
movimentam através do modelo fluido da membrana) sem gasto de ATP. Também 
pode ser através de bombas com gasto de ATP. 
Difusão 
passiva 
Muitas substâncias penetram nas células ou delas saem por difusão 
passiva, isto é, como a distribuição do soluto tende a ser uniforme em 
todos os pontos do solvente, o soluto penetra na célula quando sua 
concentração é menor no interior celular do que no meio externo, e sai 
da célula no caso contrário. Neste processo não há consumo de energia. 
Difusão 
facilitada 
Numerosas substâncias atravessam a membrana de certas células a 
favor de um gradiente, porém o fazem independentemente de gasto 
energético e em velocidade maior do que seria de esperar se fosse uma 
difusão passiva. Este tipo de transporte é chamado difusão facilitada e 
sua velocidade não é proporcional à concentração de soluto, exceto em 
concentrações muito baixas. 
Transporte 
ativo 
Neste caso há consumo de energia e a substância pode ser transportada 
de um local de baixa concentração para um outro de alta concentração. 
O soluto na difusão ativa pode ser transportado contra um gradiente. O 
transporte ativo é bloqueado pelos inibidores da respiração como o 
dinitrofenol, cianetos, azida, e iodoacetato, inibidores da síntese de 
ATP. 
 
Etapas da farmacocinética 
1) Absorção: é a passagem do fármaco do local de administração até o sangue, 
atravessando barreiras biológicas. Quando chega ao sangue significa que foi 
absorvido, mas se for administrado por via oral ou intramuscular a quantidade de 
fármaco livre no sangue não é a mesma que foi administrada. Se for administrado 
via endovenosa não há absorção, então, a quantidade de fármaco livre no sangue 
é a mesma que foi administrada. O que interessa para a terapêutica é a 
biodisponibilidade, ou seja, o quanto de fármaco livre está disponível no sangue. 
a) Fatores que influenciam na absorção 
 Variabilidade individual: cada pessoa pode ter uma absorção de 
formas diferentes dependendo da idade, genética, Sistema 
Imunológico, doenças, alimentação, estilo de vida, questões 
ambientais etc. 
 Concentração da droga: quanto mais concentrado o fármaco, mais 
rápida será a difusão e absorção. 
 Fluxo sanguíneo local: onde tem mais vascularização melhor é a 
absorção. 
 Área de superfície de absorção: onde tem maior área maior é a 
absorção (intestino, alvéolos, por exemplo) 
 Formas farmacêuticas: se é comprimido, cápsula, solução, 
suspensão, drágea (comprimido revestido para proteger do suco 
gástrico) 
 Solubilidade da preparação: considera as questões de via de 
administração, veículo de preparação, pH, adjuvantes para facilitar 
a administração e absorção pelo organismo. 
 Grau de ionização e influência do pH: depende das propriedades 
físico-químicas do fármaco (ácido ou base, pH do meio em relação 
ao pKa do fármaco, tamanho do fármaco). Se o fármaco estiver na 
forma não ionizada, vai ser mais lipossolúvel, vai conseguir 
atravessar membranas e vai ser melhor absorvido. 
Equação de Henderson-Hasselbalsh 
pKa = pH+log [𝐻𝐴] ácido fraco pKa = pH+log [𝐵𝐻+] base fraca 
 [𝐴−] [𝐵] 
HA H+ + A- B + H+ BH+ 
 Tem carga efetiva Ionizado. Tem carga efetiva 
pKa = 4,0 HA H+ + A- B + H+ BH+ 
pH = 4,0 50% 50% 
pH = 3,0 90% 10% 
pH = 5,0 10% 90% 
 
O que importa é o pKa e não o caráter do fármaco. 
b) Vias de administração 
 Oral: é a via mais fácil e mais prática, mais barato. A desvantagem 
é que crianças não querem engolir, pessoas inconscientes, a 
absorção é muito variável por causa da variabilidade individual e 
do efeito de primeira passagem no fígado. Primeiro o fármaco 
passa pelo fígado (através do sistema porta) e sofre degradação ou 
desativação do fármaco. 
 Subcutânea: pouca irrigação, absorção lenta. Deve ser 
administrado pouco volume. Não podem ser injetadas substâncias 
irritantes por causa da lenta absorção. 
 Intramuscular: pode ser administrado um volume maior, tem maior 
absorção porque é um tecido com maior irrigação. Preparar 
solução aquosa ou oleosa. A administração por esta via interfere 
em teste diagnóstico de cretina quinase (CK). 
 Endovenosa: para proteínas com maior peso molecular já que não 
atravessam para absorção. Solução oleosas e em suspensão pode 
causar um embolo e bloquear a passagem do sangue. 
 Retal: sofre menos efeito de primeira passagem porque metade da 
vascularização passa pelo fígado e a outra metade vai direto pro 
coração. 
 Sublingual: a irrigação sublingual vai para a veia cava e cai direto 
no coração. 
 Inalatória: tem menos efeitos colaterais para muitos 
medicamentos. 
 Tópica 
 Intradérmica: para testes alérgicos 
 Intratecal 
 Intrarterial 
 Intraperitoneal 
2) Distribuição: vai depender da permeabilidade às barreiras, da ligação nos 
compartimentos, da ligação a proteínas plasmáticas, ao pH do meio e da partição 
óleo:água. Assim como na absorção, a lipossolubilidade também é um fator de 
extrema importância, assim como a ligação à proteína, porque para distribuir 
também precisa atravessar barreiras. 
Depois que foi absorvido, o fármaco vai chegar num primeiro momento onde 
existe maior irrigação do tecido. Ou seja, vai chegar primeiro nos órgãos que tem 
maior circulação, nos órgãos mais vitais. 
a) 1ª fase: mais difundido no cérebro, fígado, rim e coração. Chega em 
minutos. 
b) 2ª fase: mais difundido nos músculos e outras vísceras. Chega em horas. 
c) 3ª fase: ocorre acúmulo e redistribuição para entrar em equilíbrio no 
organismo. 
Obs.: Se um fármaco é hidrossolúvel e com peso molecular (PM) grande não vai passar 
pelo capilar dos vasos e não será bem distribuído. Os hidrossolúveis com PM pequeno 
que passarem pelo capilar passará pela membrana celular para o espaço intracelular por 
carreadores. Se for lipossolúvel, vai atravessar a membrana sozinho.A concentração do fármaco pode ser modulada através de compartimentos e 
proteínas que funcionam como reservatórios. Conforme a concentração 
plasmática vai diminuindo, o fármaco vai sendo liberado desses reservatórios para 
manter o equilíbrio da concentração do fármaco biodisponível. 
 Reservatórios de drogas: proteínas plasmáticas (geralmente, albumina), 
reservatórios celulares, tecido adiposo (tecido muito lipossolúvel), ossos, 
reservatórios transcelulares. 
Obs.: Se o fármaco se liga a proteínas plasmáticas, ele demora mais para ser d istribuído 
e excretado. Conforme a concentração plasmática vai sendo reduzida, a ligação do 
fármaco com a proteínas (que é fraca) vai sendo desfeita e o fármaco fica biodisponível. 
Obs.: Ter cuidado na administração de dois fármacos que fazem ligação com proteína por 
causa de interação medicamentosa. Se os dois se ligam à proteína, eles vão competir por 
essa ligação e um dos dois vai ficar mais disponível. 
3) Biotransformação: Essencial para o término da ação e eliminação do fármaco. O 
principal órgão que metaboliza o fármaco é o fígado. A principal função da 
biotransformação é tornar o fármaco mais hidrossolúvel (caso já não seja 
hidrossolúvel) para ser eliminado. Então, os fármacos podem sofrer: 
a) Inativação: depois de passar pelo fígado será inativado e será eliminado. 
b) Metabólito ativo da droga ativa: o metabólito gerado no fígado também 
tem atividade (menor e algumas vezes maior) 
c) Ativação da droga inativa: acontece com pró-fármacos. Aquele que chega 
no fígado sem atividade e é metabolizado passando a ficar ativado (perde 
um grupo funcional que estava na molécula para protege-la de uma 
possível degradação). Exemplo: Omeprazol 
d) Ausência de metabolismo: o fármaco entra no organismo, age e é 
excretado na mesma forma. 
3.1) Reações da fase I (não sintética): conduzem à geração de metabólitos de maior 
polaridade que os fármacos originais, mas geralmente, essas transformações são 
insuficientes para assegurar a eliminação via renal. Tem como objetivo 
funcionalizar a estrutura do fármaco, de modo a torná-lo substrato para as reações 
de fase II. 
 Introduzem ou expõem um grupo funcional do composto original (prepara 
para a fase II). 
 Em geral, perda da atividade farmacológica (pode haver retenção de 
atividade: potencialização ou ativação) 
 Raramente associada a alterações da atividade farmacológica. 
 Tipos de reações: 
Principalmente, há participação dos sistemas microssomais, como 
CYP450. O CYP450 é uma enzima oxidativa que tem destaque dado o seu 
papel fundamental no metabolismo hepático de fármacos. 
3.2) Reações da fase II 
 Reações biossintéticas (conjugados mais polares) 
 Ligante covalente entre o grupo funcional do composto original e ácido 
glicurônico, sulfato entre outros. 
 Perda de atividade farmacocinética 
 Raramente associada a alterações de atividade farmacológica. 
Fatores que alteram o metabolismo 
 
Genéticos: diferentes espécies respondem de formas diferentes. 
 Idade (criança, adulto, idoso) 
Fisiológicos Sexo (feminino, masculino) → diferença hormonal (estrógeno, testosterona) 
Nutrição (num desnutrido será diferente de uma pessoa que se alimenta bem) pH urinário 
Farmacológicos Indução enzimática 
 Inibição enzimática 
Interação de drogas (interação com proteína, interação de uma droga com 
outra. 
4) Excreção: eliminação de drogas envolve os processos de excreção e metabolismo 
inativador. Os órgãos excretores são os rins, fígado (através da bile e fezes) e 
pulmão. As drogas também são eliminadas por secreções como saliva, leite, 
lágrima, suor. Eliminam compostos polares, ou seja, hidrossolúveis (com carga 
efetiva), mais do que os lipossolúveis. Exceto o pulmão já que a via de entrada é 
a mesma de saída. 
O rim é o principal órgão excretor. A urina é formada ao final dos seguintes 
processos: 
a) Filtração glomerular (compostos hidrossolúveis) 
b) Secreção tubular (compostos lipossolúveis que conseguem ser 
transportados por transportadores presentes no túbulo proximal) 
c) Reabsorção passiva 
Fatores que influenciam na excreção: 
a) Fluxo sanguíneo renal 
b) Ligação à proteína 
c) Tamanho da molécula 
d) Lipossolubilidade: se chegar no túbulo muito lipossolúvel, vai voltar para 
a circulação e não vai ser eliminado. 
e) Grau de ionização: leva em consideração o pKa do fármaco e o pH do 
meio. O fármaco é melhor absorvido na forma molecular e melhor 
excretado na forma ionizada ou mais hidrossolúvel. Um fármaco com 
característica ácida é melhor excretado se a urina for basificada (injeção 
endovenosa de bicarbonato de sódio). Se o fármaco tiver característica 
básica é melhor excretado se a urina for acidificada (administração de 
ácido ascórbico – vitamina C). 
f) Ph urinário (4,5-8,0) 
 
“Clearence” (Depuração) 
Indica a remoção completa de determinado soluto ou substância de um volume específico 
de sangue na unidade de tempo 
A excreção renal, a biotransformação hepática, eliminação pulmonar e a excreção fecal 
são processos de eliminação que determinam o clearence total de um fármaco. 
Obs.: Um fármaco pode ser excretado na forma inalterada ou parcialmente metabolizada 
(metabólitos). 
É o quanto está sendo eliminado num determinado tempo e num determinado volume. 
𝑚𝑔 
𝑐𝑙𝑒𝑎𝑟𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑟𝑒𝑛𝑎𝑙 = 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑐𝑟𝑒çã𝑜 𝑢𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 (𝑚𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜) 
𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑠𝑚á𝑡𝑖𝑐𝑎 
 
Via hepática de liberação de fármacos 
A via hepática não é a via habitual de excreção, mas a capacidade de metabolismo é 
grande e é estratégica para a distribuição e destino das drogas. 
Alguns medicamentos e seus metabólitos são excretados pela via hepática, por 
intermédio da bile. Os fatores que definem esta forma de eliminação incluem o tamanho 
e a polaridade da molécula do medicamento a ser excretado. Medicamentos com peso 
molecular alto apresentam grande probabilidade de serem eliminados pela bile. A 
excreção biliar possui importância também na eliminação de substâncias orgânicas 
polares que não são reabsorvidas pelo intestino. 
Algumas substâncias liberadas pela bile, ao alcançarem o intestino, podem ser 
reabsorvidas. Isto dependerá da lipossolubilidade, ou ainda da conjugação destas drogas 
com glicuronídeos. Neste último caso, estes compostos podem passar por hidrólise 
causada pela enzima β-glicuronidase, produzida pelos microrganismos da flora bacteriana 
intestinal, e voltar a ser reabsorvidas pelo organismo. Esta excreção hepática, seguida de 
reabsorção intestinal, recebe o nome de ciclo entero-hepático de um medicamento. Este 
processo, quando acontece de forma significativa, é responsável, frequentemente, pelo 
retardamento na excreção total de certos fármacos. 
Certas substâncias são inibidoras (ou indutoras) das enzimas hepáticas, causand o 
assim, alteração na depuração total dos fármacos, como é o caso do fumo e alguns 
pesticidas. Deste modo, estas drogas-tóxicas, por meio da alteração da função enzimática, 
levam a biotransformação de determinados medicamentos, retardando a depuração total 
do medicamento biotransformado no fígado. Insuficiência hepática também altera a 
depuração total das drogas (Doença hepática e estase biliar são fatores que influenciam 
na depuração). 
 
 
Parâmetros farmacocinéticos 
Adequam a posologia, a fim de se obter um efeito desejado. 
1) Meia vida do fármaco: tempo necessário para a concentração plasmática ser 
reduzida à 50%. Quanto mais tempo o fármaco passa ligado a uma proteína 
plasmática, maior é o seu tempo de meia vida. 
2) Depuração: relevante para estabelecer a dose da droga em tratamento de longo 
prazo. 
3) Volume de distribuição: medida do espaço aparente do organismo disponível para 
conter o fármaco. Parâmetro mais teórico porque o cálculo feito nem sempre é 
como o fármaco está distribuído.4) Biodisponibilidade: percentual do fármaco absorvido inalterado na circulação 
sistêmica. 
 
Adequação da posologia 
Manutenção da concentração plasmática efetiva constante. 
 
ASPECTOS MOLECULARES DA AÇÃO DE FÁRMACOS 
Professora Elisabeth Maróstica 
 
“A ação de uma substância deve ser entendida em termos de interações químicas 
convencionais entre substâncias e tecidos” 
(Paul Ehrlich) 
Para conseguir desenvolver um novo fármaco temos que ter um novo alvo e precisa 
conhecer molecularmente o alvo. A grande maioria dos alvos são proteínas, seja ela uma 
enzima, um receptor (na membrana ou intracelular), um transportador ou um canal iônico. 
Quando se fala de receptor podemos ter um fármaco agonista ou antagonista. Quando se 
fala de enzimas podemos ter um inibidor, um substrato falso ou pró-fármaco. Quando 
falamos de canais iônicos, aqueles que não dependem de ligantes, podemos ter 
bloqueadores ou moduladores. Quando falamos de transportadores podemos ter um 
fármaco de transporte normal, um inibidor ou um substrato falso. 
Os fármacos interagem com 4 tipos de proteínas reguladoras que normalmente atuam 
como alvos farmacológicos primários: receptores, enzimas, canais iônicos, moléculas 
carreadoras (transportadores). 
 
Receptores farmacológicos 
Componente macromolecular funcional do organismo com o qual o agente químico 
presumivelmente interage. 
1) Funções dos receptores fisiológicos 
a) Interação com o ligante: os fármacos se ligam em substâncias fisiológicas que 
ativam o receptor e então o fármaco atua sobre ele. 
b) Propagação da mensagem: depois que o fármaco se liga ao receptor, este 
receptor é ativado e propaga o sinal para dentro da célula através de segundos 
mensageiros. 
2) Receptores farmacológicos 
Moléculas alvo por meio das quais mediadores fisiológicos solúveis – hormônios, 
neurotransmissores, citocinas, fatores de crescimento, etc. – produzem seus efeitos. 
3) Tipos de receptores farmacológicos 
a) Canais iônicos regulados por ligantes (receptores ionotrópicos): controlam os 
eventos sinápticos mais rápidos do sistema nervoso, onde um neurotransmissor 
atua sobre a membrana pós-sináptica de uma célula nervosa ou muscular, 
aumentado transitoriamente sua permeabilidade a determinados íons. 
b) Receptores acoplados à proteína G (receptores metabotrópicos): esse tipo de 
receptor é a principal família de receptores farmacológicos. São acoplados a 
proteínas G (Gi → inibitória; Gq → estimulatória) 
c) Receptores ligados à quinase: medeiam às ações de uma ampla variedade de 
mediadores proteicos, incluindo fatores de crescimento e citocinas, bem como 
hormônios, como a insulina. 
d) Receptores nucleares ou intracelulares: nem sempre estão no núcleo. Na 
verdade, estão, na maioria das vezes no citoplasma. Quando ativados por uma 
substância fisiológica migram para o núcleo para atuar na síntese proteica. 
 
Receptores ionotrópicos 
São geralmente compostas por diversas subunidades, dispostas de tal maneira que se 
forma um poro central através do qual os íons poderão se deslocar em função do seu 
gradiente eletroquímico. Os canais tendem a ser específicos para um determinado íon, 
apesar de íons com carga e tamanho idêntico também possam, até um determinado limite, 
atravessar o canal. 
Exercem um papel crucial em tecidos neuronais e musculares excitáveis, permitindo 
uma rápida e coordenada despolarização em resposta a alterações de voltagem. Ao longo 
de todo o axónio e na sinapse, os canais dependentes de voltagem propagam 
direccionalmente os sinais eléctricos. 
Os canais de sódio e os canais de potássio dependentes de voltagem estão localizados 
nos nervos e músculos. 
O canal de cálcio dependente de voltagem desempenha um papel na libertação de 
neurotransmissores na terminação pré-sináptica. 
Os canais de sódio dependentes de voltagem e os canais de cálcio dependentes de 
voltagem são formados por um único polipeptídio com quatro domínios homólogos. Cada 
domínio contém seis alfa-hélices que atravessam a membrana. Uma destas hélices, S4, é 
a hélice sensível à voltagem. Possui muitas cargas positivas de tal maneira que cargas 
positivas fora da célula repelem a hélice, induzindo uma alteração conformacional que 
induz o fluxo de íons pelo canal. Os canais de potássio funcionam de modo similar, com 
a exceção de serem compostos por quatro polipeptídios, cada um com um domínio. 
 
Receptores metabotrópicos 
a) Proteína Gs (estimulatória): ativa a adenil ciclase – enzima intracelular aderida à 
membrana plasmática que catalisa a formação de AMPc a partir de ATP – está 
relacionada com o aumento da resposta celular. Assim, a subunidade α da proteína 
Gs, catalisa a troca de GDP por GTP, assumindo a forma ativa dessa isoforma. A 
porção α da proteína desloca-se então do dímero βγ e ativa a adenil ciclase, 
resultando no aumento substancial da concentração de AMPc. O aumento na 
concentração de AMPc intracelular (na ordem de 10 nM) culmina na ativação da 
proteína quinase dependente de AMPc (PKA). Essa enzima é composta por duas 
subunidades: uma reguladora, com alta afinidade pelo AMPc, e uma catalítica. Na 
ausência de AMPc, a subunidade C é inativada pela formação de um complexo 
tetramérico. A ligação do AMPc à subunidade reguladora induz mudanças 
conformacionais que resultam na dissociação da enzima inibida e consequente 
ativação da PKA, que em seguida pode fosforilar diversas estruturas 
intracelulares, obtendo uma resposta específica ao estímulo agonista. 
b) Proteína Gq: está envolvida na ativação da enzima fosfolipase C, que assim como 
a adenilato ciclase participa da formação de segundos mensageiros. Depois de 
ativada, ela degrada o fosfatidilinositol 4,5 bifosfato (PIP2), presente na 
membrana, em 1,4,5 trifosfato de inositol (IP3) e 1,2 diacilglicerol (DAG). Estes 
são os dois segundos mensageiros envolvidos nas respostas fisiológicas mediadas 
pela proteína Gq. O IP3, dada sua estrutura hidrossolúvel, migra pelo citosol e se 
liga a receptores específicos de IP3 no retículo endoplasmático e mitocôndrias, 
promovendo a liberação do íon Ca2+ no citosol e aumentando a concentração desse 
íon de forma brusca até cerca de 10–6 M. O íon cálcio funciona como um terceiro 
mensageiro que desencadeia respostas intracelulares, como exocitose nos 
neurônios e nas células endócrinas, contração muscular e rearranjos do 
citoesqueleto durante os movimentos amebóides. O DAG fica associado à 
membrana plasmática devido à sua estrutura hidrofóbica, tendo a função de ativar 
a proteína quinase C (PKC), uma enzima ligada à membrana plasmática que 
promove a fosforilação de radicais em diversas proteínas intracelulares. 
c) Proteína Gi (inibitória): inibe a atividade da 
enzima adenilato ciclase. Diminuem os níveis 
de AMPc, inibem-se os canais de Na2+ e abrem-
se canais de K+, que sai da célula deixando-a 
hiperpolarizada. Essa isoforma, relacionada 
com a diminuição da resposta celular, é 
responsável pela mediação dos efeitos 
inibitórios de receptores nessa via. 
 
 
 
Aldosterona: aumenta a 
concentração de Na2+ no 
sangue e aumenta a pressão 
arterial. 
Receptores ligados a quinase 
Dispara uma cascata de fosforilação que acaba com a transcrição gênica e translocação 
de proteínas e atividade enzimática. Esses receptores têm capacidade de autofosforilar. 
 
Receptores nucleares ou intracelulares 
Os receptores nucleares têm a capacidade de se ligarem diretamente ao DNA e regular 
a expressão de genes adjacentes. Como tal, estes receptores são classificados como fatores 
de transcrição. A regulação da expressão genética pelos receptores nucleares só acontece 
quando um ligante, uma molécula que afeta o comportamento do receptor, está presente. 
Mais especificamente, a ligação do ligante a um receptor nuclear resulta numa mudança 
conformacional no receptor, ativando-o, resultando na regulação (positiva)da expressão 
genética. 
A propriedade única dos receptores nucleares, que os diferencia de outras classes de 
receptores, é a habilidade de diretamente interagir e controlar a expressão do DNA. 
Consequentemente, os receptores nucleares assumem um papel no desenvolvimento e na 
homeostase do organismo. 
 
Receptores e doenças 
Professora Milla 
Os principais mecanismos que podem levar a uma disfunção dos receptores são: 
 Auto-anticorpos contra as proteínas receptoras. 
 Mutações em genes que codificam receptores. Miastenia gravis (doença 
autoimune): destruição dos receptores nicotínicos de acetilcolina da placa motora, 
ou seja, o corpo produz anticorpos que destroem receptores nicotínicos de 
acetilcolina. 
 
INTERAÇÃO FÁRMACO-RECEPTOR E MÉTODOS EM FARMACOLOGIA 
Professora Elizabeth 
 
Teoria clássica do receptor 
1) Propriedades dos fármacos 
a) Afinidade: é a tendência do fármaco de se ligar aos receptores. Envolve forças 
químicas e a estrutura do fármaco. A afinidade não está relacionada com a 
capacidade deste fármaco de ativar receptores para produzir um efeito biológico. 
Propriedade presente em agonistas (totais e parciais), antagonistas e agonistas 
inversos. 
b) Seletividade: é a preferência de ligação entre dois ou mais receptores. O fármaco 
pode se ligar em mais de um receptor, mas têm preferência (seletividade) por um 
ou por outro. 
c) Eficácia intrínseca: é a capacidade de uma vez o fármaco ligado ao receptor, dar 
início as alterações que provocam os efeitos. Capacidade do fármaco em induzir 
resposta. É determinada pela estrutura química do fármaco. Propriedade ausente 
em antagonistas. 
Obs.: O antagonista se liga no receptor e não produz efeito. Ele NÃO produz efeito 
contrário, apenas impede que o agonista se ligue e produza efeito farmacológico. 
Para saber qual é a afinidade (através da constante de dissociação) ou a seletividade 
dos fármacos pelos receptores pode-se fazer, por exemplo, estudos com ligantes 
radioativos. Nesses experimentos podemos checar se o receptor está naquele tecido e a 
quantidade de fármaco ligado pode determinar quanto desse receptor existe naquele 
tecido. Nesses experimentos, deve-se prestar atenção se a presença de hormônios pode 
interferir na quantidade de expressão de receptor e na afinidade do fármaco por esse 
receptor. 
Para medir a eficácia pode-se fazer estudos funcionais com órgãos ou tecidos isolados. 
Sem lisar nenhuma célula, esse tecido ou órgão é colocado num sistema que tem tudo 
para manter o tecido ou órgão vivo e funcionando. Quando se adiciona a esse sistema um 
fármaco (agonista ou antagonista), observa-se se há contração do tecido ou relaxamento. 
Assim, é possível produzir uma curva de concentração-efeito. Dessa forma, avalia-se a 
afinidade, mas principalmente a eficácia. 
2) Curvas de concentração-efeito do agonista (Professora Milla) 
As curvas concentração-efeito ou dose-resposta permitem a estimativa da resposta 
máxima passível de ser produzida pela substância (Emax), bem como a concentração ou 
dose necessária para produzir 50% da resposta máxima (CE50 ou DE50). 
Obs.: Geralmente se estuda em escala logarítmica. A expressão da concentração como 
Log da concentração expande a escala na faixa de maior variação do efeito em função da 
concentração do fármaco, tornando mais fácil a determinação do valor de CE50. 
 
Os valores de CE50 e DE50 são parâmetro úteis para se comparar a potência de dois 
fármacos. 
Um fármaco será mais potente que outro fármaco se ele consegue com concentrações 
menores produzir a ocupação de um maior número de receptores. A potência de um 
fármaco é influenciada pela sua afinidade pelo receptor. 
O conceito de eficácia está relacionado com a capacidade de um fármaco de produzir 
um efeito máximo. Um fármaco será mais eficaz quanto maior o efeito máximo produzido 
por ele. 
 
Faixa mais linear, portanto, 
mais confiável para calcular os 
parâmetros farmacológicos 
terapêuticos. O valor calculável 
é a CE 
50 . 
 
Interação fármaco-receptor 
A ocupação de um receptor por uma molécula de um fármaco pode ou não resultar em 
ativação do receptor. E a interação dos fármacos com os receptores é dinâmica, ou seja, 
se liga e se desliga o tempo todo. A ativação se refere à capacidade da molécula ligada de 
afetar o receptor de modo a desencadear uma resposta tecidual. 
Ligação do fármaco ao receptor e desencadeamento de uma resposta são fases distintas 
Os fármacos que se ligam aos receptores podem ser agonistas e antagonistas. 
Os agonistas são substâncias que se ligam ao receptor e são capazes de promover a sua 
ativação, produzindo então uma resposta biológica. 
Os antagonistas se ligam aos receptores mas não são capazes de promover a sua 
ativação e induzir uma resposta biológica. 
 
Classificação dos fármacos quanto ao seu efeito 
 Os agonistas plenos: são capazes de produzir efeitos máximos sem precisar ocupar 
100% dos receptores disponíveis pois 
possuem alta eficácia intrínseca 
(eficácia intrínseca igual a um; α=1). 
 Os agonistas parciais: são capazes de 
produzir efeitos submáximos, mesmo 
ocupando 100% dos 
receptores disponíveis, pois possuem 
eficácia intrínseca intermediária 
(eficácia intrínseca entre zero e um; 
0≤α≤1). 
 Os agonistas inversos: são capazes de produzir efeitos contrários aos produzidos 
por agonistas (eficácia intrínseca menor que um; α≤1). 
OBS.: Se o receptor estiver em estado de repouso ou ativado os antagonistas podem atuar 
de forma normal. Entretanto, um agonista pleno tem a interação favorecida quando o 
receptor está no estado ativado. Enquanto os agonistas inversos têm a interação 
favorecida quando o receptor está em estado de repouso. 
 
Propósito do uso de antagonistas 
Impedir ou diminuir as ações dos agonistas. Então, dependendo do que se pretende, o 
antagonista precisa se ligar e se desligar do receptor ou precisa ficar ligado com o 
receptor. 
1) Antagonismo competitivo simples (reversível): Antagonista ocupa o mesmo sítio 
do agonista no receptor, ou seja, a presença do antagonista competitivo simples 
diminui a potência do agonista; É superável baseado na reversibilidade da ligação; 
Competição regida pela “Lei de Ação das Massas” → Ocorre desvio paralelo da 
curva de log da concentração/efeito para a direita sem que ocorra qualquer redução 
na resposta máxima. Pode ser revertido aumentando-se a concentração do agonista 
no sistema. 
 
 
Curva do gráfico é 
referente ao 
AGONISTA e não 
do antagonista, 
uma vez que este 
não produz efeito 
 
2) Antagonismo não-competitivo 
a) Não superável ou pseudo-irreversível: também denominado antagonismo 
competitivo irreversível. O antagonista ocupa o mesmo sítio do agonista no 
receptor; O antagonista se liga ao receptor se dissociando muito lentamente. 
Ocorre uma diminuição do efeito máximo; Não pode ser revertido com o aumento 
da concentração do agonista. 
 
b) Alostérico negativo: o antagonista ocupa sítio distinto do agonista no receptor 
(sítio alostérico); Antagonista reduz afinidade do agonista. É uma variante de 
antagonista não-competitivo: antagonista diminui eficácia do agonista. 
 
Índice terapêutico 
A concentração do fármaco é diferente da dose do medicamento porque a dose está 
relacionada com a posologia. 
 
INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
Professora Beth 
 
Drogas autonômicas são aquelas que vão atuar nos nervos autonômicos. Receptores 
adrenérgicos no sistema nervoso simpático (luta e fuga) e receptores colinérgicos no 
sistema nervoso parassimpático. 
 
Organização do sistema nervoso periférico 
O sistema nervoso periférico é dividido em: 
1) Nervos somáticos: são mielinizados, de condução rápida, sem sinapses, vão 
inervar os músculos esqueléticos de movimentos voluntários. 
2) Nervos autonômicos: são involuntários 
a) Simpático:atua na digestão, controle de pH. Prepara para situação de luta e 
fuga, de emergência. 
b) Parassimpático: faz o controle do simpático, controle de temperatura corporal, 
de ação mais difusa. 
Origem das fibras dos nervos: 
1) Simpático: origem tóraco-lombar. Possui uma cadeia paravertebral que permite a 
resposta difusa rápida. A cadeia de gânglios da cadeia paravertebral permite a 
integração das fibras pós-sinápticas (longas) fazendo com que a resposta seja 
difusa e rápida, já que uma fibra ativada pode ativar as outras. Proporção de 1:20 
(uma fibra pré para até 20 fibras pós). Promove vasoconstrição de vasos 
periféricos. 
2) Parassimpático: origem crânio-sacral. A fibra pré-sináptica é mais longa e a fibra 
pós é curta e próxima ao órgão inervado por ela. Fibra de efeitos conservadores, 
controle de ações vegetativas. Proporção de 1:1 (uma fibra pré para uma pós). Faz 
vasodilatação de vasos periféricos. 
Obs.: As fibras das glândulas sudoríparas têm origem anatômica adrenérgica, mas libera 
acetilcolina no terminal que estimula a glândula. Então é chamada de fibra adrenérgica 
simpático-colinérgica. As fibras que inervam os rins e regulam a vasodilatação renal 
também têm origem adrenérgica, mas liberam dopamina. 
 
Neurotransmissores e receptores 
1) Simpático 
Acetilcolina → gânglio da fibra pré com a pós. 
Noradrenalina → receptores adrenérgicos nos tecidos (α e β). 
Exceção: glândula sudorípara (acetilcolina) e vasos renais (Dopamina) 
 
2) Parassimpático (rege a vida vegetativa) 
Acetilcolina → receptores colinérgicos Muscarínicos nos tecidos, no coração e os 
colinérgicos nicotínicos no sistema nervoso central ou em gânglios. 
 
Subtipos de receptores 
1) Adrenérgicos 
a) Receptores α: 
α1 (A, B, D) 
Receptor metabotrópico com efeito como o da proteína Gq, via da PLC. Esse receptor 
é estimulatório (sua transdução intracelular está relacionada ao estímulo da fosfolipase 
e ao aumento de Ca2+). 
No músculo liso promove a contração. 
Nas glândulas promove o aumento da liberação de secreção. 
α2:efeito modulatório ou inibitório. Efeito como o da proteína Gi (principalmente em 
A e C). 
A Receptor periférico pré-sináptico que modula a liberação de neurotransmissores 
B 
É um receptor secundário com efeito como o de α1. Se localiza longe na sinapse. 
Pode estar presente no músculo liso. Precisa de maior concentração do ligante. 
C Receptor pré-sináptico no sistema nervoso central. 
b) Receptores β (β1, β2, β3): todos têm ação estimulatória com efeitos da adenilato 
ciclase aumentando AMPc, ativando PKA. O efeito final (de contração ou 
relaxamento) depende do tecido. No coração contrai e no músculo liso relaxa. 
Obs.: β2 → ação preferencialmente de adrenalina. A noradrenalina não tem afinidade por 
esse receptor. Nos grandes vasos da musculatura esquelética, promove vasodilatação. No 
pulmão, promove relaxamento e no coração promove contração. 
 O coração tem todos os tipos de β, mas 80% é β1. O β3, na via de transdução, quando 
interage com óxido nítrico, tem um efeito inibitório. Mas é uma via secundária. 
2) Colinérgicos: no coração, pouca ação de contração (a ação é indireta), os efeitos 
são mais de condução e controle de frequência cardíaca através de M2. Controla 
trato gastrointestinal e secreções das glândulas. 
a) Muscarínicos: são acoplados a proteína G. 
M1 Transdução semelhante a α1. Relacionada a IP3. Acoplados a Gi. 
M2 
Modula a inervação simpática que diminui a liberação dos neurotransmissores. 
Estão no coração controlando a frequência cardíaca, já que são acoplados a 
canais de K+ (a porção βγ do receptor ativa canais de K+), por onde entra 
potássio e hiperpolariza a célula. São inibitórios envolvidos com inibição de 
adenilato ciclase. Acoplados a Gq. 
M3 Transdução semelhante a α1. Relacionada a IP3. Acoplados a Gi. 
M4 São inibitórios envolvidos com inibição de adenilato ciclase. Acoplados a Gq. 
M5 Transdução semelhante a α1. Relacionada a IP3. Acoplados a Gi. 
b) Nicotínicos: importantes na anestesia, mas não para outras terapêuticas. Abrem 
canais de Na2+ e despolariza a célula. 
Nm Nicotínico muscular 
Respondem igualmente a 
acetilcolina. Nn 
Nicotínico neural (no SNC ou na fenda 
sináptica do SNA) 
 
Neuromodulação do sistema nervoso autônomo 
As fibras parassimpáticas têm receptores adrenérgicos que regulam a fibra a partir do 
simpático (através de noradrenalina). E as fibras simpáticas têm receptores Muscarínicos 
que regulam a fibra a partir do parassimpático (através de noradrenalina). Outros 
moduladores são acetilcolina, cálcio, ATP, histamina, óxido nítrico, por exemplo. 
 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO 
Professora Milla 
 
O neurônio pós ganglionar possui um receptor nicotínico porque é um receptor do tipo 
ionotrópico de resposta rápida, da ordem de mili segundos. 
 
Neurotransmissão colinérgica 
A acetilcolina é sintetizada a partir de uma molécula de colina que entra na célula 
présináptica através de transporte simporte por canais de sódio. Dentro da célula, a 
mitocôndria libera uma molécula de acetil coenzima A. A reação entre acetil coenzima A 
e colina é catalisada pela enzima colina acetiltransferase, que transfere o grupamento 
acetila para a molécula de colina, formando a acetilcolina e liberando uma coenzima A. 
A partir disso, a acetilcolina fica armazenada em vesículas até o momento da liberação. 
Quando abrem-se os canais de cálcio, esse cálcio que entra na célula provoca a 
despolarização dessa célula pré e as vesículas que armazenam acetilcolina se fundem com 
a membrana celular liberando esse neurotransmissor na fenda sináptica. Na fenda, age em 
receptores nicotínicos (ionotrópicos) e muscarínicos (metabotrópicos) além de ser 
degradada pela enzima acetilcolinesterase liberando uma colina e um acetato. 
Existe uma modulação de receptores colinérgicos (M2) e adrenérgicos (α2) que podem 
inibir a liberação de acetilcolina por ação desse próprio neutrotransmissor em M2 ou por 
interação de outros neurotransmissores em α2. 
Fármacos como o hemicolíneo inibem o simporte de sódio e colina. Sendo assim, diminui 
a síntese do neurotransmissor e diminui o efeito na sinapse. O vesaminol impede a 
vesiculação de acetilcolina. A toxina botulínica impede a liberação de acetilcolina na 
fenda. Os anticolinesterásicos impedem a ação da acetilcolinesterase sobre a acetilcolina 
e as concentrações desse neurotransmissor aumentam na fenda. Nesse caso, o 
neurotransmissor permanece mais tempo na fenda sináptica, atuando nos receptores e 
intensificando o efeito colinérgico. 
 
Sinapse colinérgica (sítios de ação da acetilcolina) 
1) Muscarínica 
Quando os receptores M2 e M4 são ativados por acetilcolina (agonista de muscarínico), 
a célula cardíaca, por exemplo, fica hiperpolarizada. Promove relaxamento do músculo 
cardíaco, diminuição da força de contração e da frequência cardíaca. 
Quando os receptores M1, M3 e M5 são ativados por acetilcolina, a célula cardíaca fica 
despolarizada. Promove contração do músculo cardíaco, aumento da força de contração 
e da frequência cardíaca. 
Tipo de 
 SNA Local Efeito 
receptor 
Simpático Glândulas sudoríparas M3 Aumento de secreção. 
Parassimpático 
Célula parietal e 
enterocromafim 
M1 
Aumento de secreção 
(HCL pelas parietais). 
Coração – nodos e átrios M2 
Célula hiperpolarizada; 
diminuição da frequência 
cardíaca (cronotropismo 
negativo); diminuição da 
força de contração 
(inotropismo negativo); 
diminuição da velocidade 
de condução nodo 
átrioventricular 
(dromotropismo 
negativo); diminuição da 
Pressão Arterial e do 
débito cardíaco. 
Olho – músculo ciliar, 
pupila 
M3 
Contração do músculo 
ciliar → constrição de 
pupila (miose). 
Músculo liso não vascular M3 
Contração de musculatura 
lisa. 
Glândulas exócrinas M3 Aumento de secreção.Endotélio M3 
Vasodilatação por ação de 
NO. 
Obs.: A musculatura vascular, quando excitada por acetilcolina produz óxido nítrico 
(NO), um antioxidante por se ligar em espécies reativas de oxigênio impedindo a 
despolarização. Portanto, o efeito final é de relaxamento celular. 2) Nicotínica 
Para que um receptor nicotínico seja ativado por acetilcolina, precisa de duas 
moléculas de acetilcolina. Para que a resposta de contração muscular seja eficiente precisa 
de 70% dos receptores da junção neuromuscular ocupados. 
Sistema 
Local Efeito nervoso 
Somático Junção Neuromuscular 
Favorecem a micção e a defecação por 
relaxar os esfíncteres respectivos. Autônomo 
Gânglios simpáticos e 
parassimpáticos 
 
Substâncias colinomiméticas – Fármacos parassimpaticomiméticos 
São aquelas que mimetizam a ação de acetilcolina liberada pela estimulação do 
parassimpático. 
Nenhuma dessas substâncias têm seletividade pelos receptores. O que ocorre é que 
essas substâncias têm tropismo por diferentes tecidos, onde existem os diferentes tipos de 
receptores gerando respostas diferentes. 
Obs1.: Não se usa acetilcolina na clínica para tratar nenhum paciente porque ela é 
rapidamente metabolizada. Terapeuticamente não é interessante. 
Obs2.: Os parassimpatolíticos são os antagonistas muscarínicos. 
 
Agonistas de ação direta: agonistas muscarínicos (parassimpatomiméticos), aquele 
extraído da Amanita muscaria. Imitam a acetilcolina. Também são conhecidos como 
agonistas colinérgicos. 
 
 Tecido Efeitos 
Agonistas 
muscarínicos 
Sistema 
cardiovascular 
Redução da frequência cardíaca; diminuição 
do débito cardíaco; vasodilatação generalizada 
(NO); queda da PA. 
Musculatura lisa Contração. 
Glândulas 
exócrinas 
Sudorese, lacrimejamento, salivação, secreção 
brônquica. 
Efeitos Oculares 
Contração do músculo ciliar e constritor da 
pupila, prevenção do glaucoma agudo. 
Lembrar: 
Fórmula para calcular pressão arterial (PA): 
PA = 𝐷é𝑏𝑖𝑡𝑜 𝑐𝑎𝑟𝑑í𝑎𝑐𝑜 (𝐷𝐶) × 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑉𝑎𝑠𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑃𝑒𝑟𝑖𝑓é𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝑅𝑉𝑃) 
 DC = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑆𝑖𝑠𝑡ó𝑙𝑖𝑐𝑜 (𝑉𝑠) × 𝐹𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐶𝑎𝑟𝑑í𝑎𝑐𝑎 (𝐹𝐶) 
1) Usos clínicos de agonistas muscarínicos 
Especificidade 
 Fármaco Indicações clínicas e usos terapêuticos 
do receptor 
Pilocarpina* Usada para tratar glaucoma através de colírios 
e xerostomia (ausência de saliva). 
Muscarínico 
Usada na forma de colírio após substituição de 
lente, em cirurgia de catarata; durante a cirurgia 
de transplante de córnea (ceratoplastia) 
Muscarínico 
Acetilcolina 
Betanecol* 
Metacolina 
Estimula músculo liso do TGI e bexiga. Usada 
na retenção urinária não obstrutiva ou causada 
por atonia neurogênica da bexiga ou 
póscirúrgicos. 
Muscarínico 
Usada para diagnósticos de hiperatividade 
brônquica. Diminui frequência cardíaca; casa 
bradicardia. Provoca vasodilatação. 
Muscarínico 
Cevimelina 
Carbacol 
Agonistas M1seletivos 
* Medicamentos de importância terapêutica. 
Obs.: Esses medicamentos não são usados para reduzir a pressão arterial porque não têm 
seletividade e por isso apresentam muito mais efeitos colaterais (indesejados) do que 
efeitos terapêuticos. 
Usada para xerostomia. Causa menos sudorese 
que a Pilocarpina, quando usada no tratamento 
de xerostomia. 
Muscarínico 
Usada para glaucoma. Sem efeito no músculo 
cardíaco e maior efeito no trato gastrintestinal e 
urinário. 
Muscarínico e 
Nicotínico 
Diminuição da síntese de β-amilóides e de 
acetilcolinesterase para o tratamento de 
Alzheimer 
 
 
 
Efeitos farmacológicos dos agonistas colinérgicos 
1) Sistema cardiovascular 
a) Efeito inotrópico negativo (diminui força de contração cardíaca – M2) 
b) Efeito cronotrópico negativo (diminui frequência cardíaca – M2) 
c) Efeito dromotrópico negativo (diminui taxa de condução nódulos 
sinoatrialatrioventricular – M2) 
d) Vasodilatação (de todos os leitos vasculares – M3/NO) 
2) Sistema Gastrointestinal 
a) Contração de músculo liso do TGI (M3; PLC, IP3/DAG e abertura de canais de 
cálcio) 
b) Estimulação da secreção ácida (M1). 
3) Sistema genitourinário 
a) Contração de músculo destrusor da bexiga 
b) Relaxamento dos músculos trígono e esfíncter 
c) Contração de músculo liso do epidídimo. 
4) SNC 
a) Regulação de funções cognitivas (memória e aprendizagem), comportamental, 
sensorial e motora 
b) Transmissão colinérgica tem importância em várias patologias como 
Alzheimer (agonistas M1 em estudo – Cevimelina, milamelina, talsaclidina, 
sabcomelina, xanomelina), Parkinson (função colinérgica exacerbada que 
causa ou tremores, por exemplo), esquizofrenia, depressão e outras 
5) Sobre o olho 
O medicamento de referência que atua como agonista é a Pilocarpina. Ela 
facilita a drenagem do humor aquoso além de provocar a contração do músculo 
ciliar (só tem enervação parassimpática). 
 
Agonistas de ação indireta: anticolinerterásicos. A Ache vai ser inibida e não vai haver 
a degradação de acetilcolina o que vai intensificar a ligação acetilcolina-receptor. Isso vai 
provocar todos os efeitos semelhantes da ação de um agonista direto através do acúmulo 
da acetilcolina na fenda. 
 
Mecanismo de hidrólise da acetilcolina pela acetilcolinesterase 
1) Anticolinesterásicos reversíveis: são os carbamatos (compõem o chumbinho). Os 
carbamatos têm o grupo acetil substituído por um grupo carbamil que sofre uma 
hidrólise pela acetilcolinesterase de maneira mais lenta, o que prende a enzima por 
mais tempo até o fim da hidrólise. 
a) Indicações Clínicas dos Carbamatos (inibidores reversíveis): Atonia da bexiga 
e do íleo; Adjuvante em anestesia; Intoxicação Atropínica; Miastenia Grave; 
Glaucoma (Ecotiopato); Importância toxicológica (chumbinho); Doença de 
Alzheimer (deficiência de neurônios colinérgicos intactos). Novos Agentes 
(Tacrina, Donepezil, Rivastigmina, Galantamina). 
2) Anticolinesterásicos irreversíveis: são os organofosforados. A dissociação ocorre 
de maneira muito lenta ao ponto da enzima perder sua função. A ligação dos 
organofosforados com acetilcolinesterase (Ache) é extremamente estável. Essas 
substâncias provocam uma mudança conformacional da Ache que a faz perder a 
afinidade por acetilcolina. Se a intoxicação por organofosforados for tratada com 
Pralidoxima em até 4 horas após a intoxicação, o grupamento oxima atua como 
reativador da Ache. Esse radical oxima atrai o grupamento fosfato dos 
organofosforados provocando o desligamento da Ache antes que esta sofra 
mudança estrutural. 
a) Sintomas da Intoxicação com organofosforados: Miose, dor ocular, redução da 
visão, rinorréia, hiperemia, broncoconstrição e aumento da secreção brônquica, 
anorrexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, fasciculações musculares 
(contrações descompassadas) e em seguida uma paralisia principalmente 
respiratória, salivação, defecação, urinação, sudorese, lacrimejamento, ereção 
peniana, Hipotensão e bradicardia – colapso cardiovascular. No SNC provoca 
confusão, ataxia, convulsão, coma, parada respiratória. Os efeitos em longo 
prazo podem ser neuropatias tardias. 
b) Tratamento da intoxicação: atropina 2-4 mg/10 min (antagonista muscarínico); 
pralidoxima 1-2g intravenosa lenta (contra organofosforados); cuidados não 
farmacológicos (lavar a pele, tirar a roupa, por exemplo). 
Anticolinesterásicos 
Classificação Anticolinesterásico Utilidade 
Ação curta 
(reversível) 
Edrofônio 
Diagnóstico da miastenia gravis já que se 
fizer uma injeção muscular desse fármaco 
ocorrerá contração. Se não for miastenia não 
haverá contração e o diagnóstico é 
intoxicação 
Ação média 
Neostigmina 
Piridostigmina 
Fisostigmina (feijão 
calabar) 
Usada no tratamento de glaucoma. 
Galantamina, rivastigmina possuem efeito 
central útil no tratamento de Alzheimer 
Irreversível 
DiflosSão organofosforados presentes nos 
inseticidas, gases bélicos (neurotoxicidade) 
causando bradicardia intensa, hipotensão, 
dificuldade respiratória, bloqueio 
neuromuscular 
Paration 
 
 Uso terapêutico Anticolinesterásico Efeitos colaterais 
Ìlio paralítico Neostigmina (0,5 mg) 
Semelhantes aos efeitos 
colinérgicos 
Atonia de bexiga Neostigmina 
Glaucoma 
Refratário a outros agentes – 
ecotiofato 
Miastenia gravis 
Piridostigmina; Neostigmina; 
Ambenônio 
Alzheimer 
Galanamina; Donepezila; 
Rivatigmina 
Intoxicação por 
anticolinérgicos 
Fisiostigmina 
Reversão de bloqueio 
neuromuscular 
Neostigmina + Atropina 
 
FARMACOLOGIA DOS ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS 
 
Os antagonistas colinérgicos se ligam nos receptores colinérgicos (muscarínicos) e 
impedem a ação da acetilcolina. Não possui efeito, apenas impede a ligação do agonista 
ou do neurotransmissor. 
No caso de uma intoxicação, a 1ª ação é administrar atropina que é o principal 
bloqueador muscarínico não-seletivo. Depois, pode ser usada a pralidoxima. Além dos 
antagonistas não-seletivos, existem os seletivos que têm mais afinidade por um tipo de 
receptor, mas também pode atuar em outros, ou seja, não tem especificidade. 
Os antagonistas muscarínicos são alcaloides naturais extraídos de vegetais com 
atropina (da Atropa belladona e da Datura stramonium) e a escopolamina ou hioscina (da 
Scopolia carniolica e da Hyoscyamus niger). A partir disso, foram desenvolvidos os 
semisintéticos como homatropina Br (da atropina) e N-butilescopolamina e o buscopan 
(da escopolamina). O N-butilescopolamina tem ação em músculos lisos de trato 
gastrointestinal. Os sintéticos são moléculas que não derivam dos alcaloides naturais, mas 
atuam sobre os mesmos receptores. Aquele que age no mesmo receptor da atropina é o 
ipratrópio. Aqueles que agem no mesmo receptor da escopolamina são o tiotrópio e 
oxitrópio. O ipratrópio e o tiotrópio não têm absorção oral porque são estruturas muito 
complexas. São tão complexas que mesmo que sejam administrados via endovenosa não 
atravessará a barreira hematoencefálica, ou seja, não atingirá o Sistema Nervoso Central, 
mas terá muitos efeitos colaterais. As diferenças de efeitos entre atropina e escopolamina 
é só suas ações no Sistema Nervoso Central, por causa da presença de um oxigênio que 
deixa a escopolamina mais lipossolúvel. Os semi-sintéticos são produzidos com 
modificações moleculares que afetem a farmacocinética, ou seja, aumentar o tempo de 
ação ou do efeito terapêutico. A atropina só tem efeito no Sistema Nervoso Central em 
doses muito altas e causa efeito excitatório. Em dose terapêutica, a atropina não causa 
efeito no Sistema Nervoso Central. Em doses altas, causa um efeito excitatório no SNC. 
A escopolamina, sendo mais lipossolúvel, atinge o Sistema Nervoso Central com efeito 
depressor de SNC (causa um pouco de sono). 
Obs.: Móleculas de oxigênio ou de enxofre conferem maior lipossolubilidade aos 
fármacos. 
 
Efeitos farmacológicos dos antagonistas colinérgicos 
1) Olho: midríase com contração do músculo circular do olho. 
2) Coração: aumento da frequência cardíaca. 
3) Glândula sudorípara: diminuição da sudorese. 
4) Pulmão: broncodilatação, diminuição de secreção. 
5) Trato gastrointestinal: diminuição da motilidade e diminuição de secreção. Relaxa 
a musculatura lisa com atropina. 
 
Efeito da atropina em relação à dose 
O efeito da atropina é dose dependente. Conforme varia a dose, os efeitos podem ser 
diferentes, ou mais ou menos intensos. A faixa de dose terapêutica está entre 0,5 mg e 5 
mg. Quando ultrapassa a dose terapêutica, o indivíduo fica intoxicado por hiperdoce de 
atropina (10 mg). Quando a dose de atropina é muito baixa ocorre um efeito paradoxal 
com ação de M1, em que continua diminuindo a frequência cardíaca. 
A atropina impede espasmos de musculatura lisa. Pode ser usada para cólicas 
abdominais, menstrual. Este fármaco está presente no atroveran. 
Antagonistas 
Terapia Usos terapêuticos Efeitos adversos colinérgicos 
Escopolamina 
Ipratrópio e 
tiotrópio 
Tropicamida 
Biperideno e 
benzexol 
Contra enjoos de 
movimento 
(cinetose) 
controlado pelo 
SNC (vias 
dopaminérgicas, 
serotoninérgicas e 
colinérgicas). Nesse 
caso não se usa 
atropina porque não 
atinge o SNC. 
• Úlcera péptica 
• Motilidade do TGI 
aumentada 
• Exame de fundo de 
olho 
• Asma 
• Bronquite 
• Doença de Parkinson 
• Cinetose 
• Medicação 
préanestésica: 
atropina. 
1° efeito 
antibradizante, ou 
seja, impede o reflexo 
vago-vagal. 2° efeito 
broconstrição. 3° 
efeito diminui 
secreção que deixa a 
boca seca. Por último, 
diminui a motilidade 
gastrointestinal e 
micção. 
• Cólica renal 
• Intoxicação por 
organofosforado 
• Boca seca 
• Taquicardia 
• Visão 
borrada 
• Dificuldade 
de micção 
• Diminui 
motilidade TGI 
• Flush 
atropínico: em 
dose alta, o 
indivíduo fica com 
a pele 
avermelhada, 
redução de 
sudorese e 
boca seca. 
Diminuem a 
secreção, mas não 
inibem o batimento 
ciliar que facilita a 
eliminação da 
secreção 
acumulada na 
bronquite. A 
atropina inibe o 
batimento ciliar, por 
isso é o 
medicamento de 
escolha contra 
bronquite. 
Usada para dilatar o 
olho num exame de 
fundo de olho, por 
exemplo. 
Medicamentos 
antagonistas 
colinérgicos com 
uma ação melhor no 
SNC. São feitos 
para 
SNC, com ação 
específica para este 
local. Usado como 
Oxibutinina, 
tolterodina e 
darifenacina 
adjuvante para o mal 
de Parkinson. 
 
Envolve mecanismo 
de recepção por M3. 
Relaxam 
musculatura lisa do 
ureter permitindo 
maior controle para 
armazenar mais 
urina. 
 
 
FARMACOLOGIA DOS AGONISTAS ADRENÉRGICOS 
 
A tirosina é o precursor do neurotransmissor adrenérgico (noradrenalina). Entra na 
célula por transportador seletivo. A tirosina hidroxilase é a etapa limitante da produção 
de noradrenalina. Determina se vai ser produzida muita ou pouca noradrenalina. Após a 
síntese, a noradrenalina fica armazenada em vesículas esperando o impulso nervoso. Se 
não estiver armazenada em vesículas, se estiver livre na célula pré-sináptica, a 
noradrenalina será degradada porque a enzima de degradação está presente na 
varicosidade noradrenérgica da célula pré-sináptico. 
Tirosina → Dopa → Dopamina → Noradrenalina → Adrenalina 
Tirosina Hidroxilase → DOPA Descarboxilase → Dopamina β-Hidroxilase → 
Nmetiltransferase (na Suprarrenal). 
A adrenalina é produzida na medula da adrenal, a partir da noradrenalina, onde tem a 
enzima N-metiltransferase que adiciona um metil na noradrenalina transformando-a em 
adrenalina. Esse metil que dá especificidade de adrenalina por receptores β2, diferente da 
noradrenalina. A adrenalina não é liberada na fenda sináptica, somente circulante no 
sangue. 
A noradrenalina liberada na fenda não é degrada na fenda por uma enzima, como a 
acetilcolina. Ela tem que ser recaptada, principalmente pela célula pré-sináptica, para ser 
degradada onde tem a enzima de degradação. O principal responsável pelo fim do efeito 
da adrenalina é uma proteína transportadora (processo ativo). 80% da noradrenalina é 
recaptada pela célula pré-sináptica, onde tem a enzima monoaminoxidase (MAO) que a 
degrada. Na célula pré-sináptica, receptores α2 modulam a síntese de noradrenalina. A 
inibição da MAO aumenta o efeito da noradrenalina, mas a inibição da proteína de 
recaptação na célula pré-sináptica acaba sendo mais importante porque a noradrenalina 
fica mais tempo na fenda sem ser degradada nem recaptada. 
A adrenalina também não sofre degradação na fenda e é recaptada, principalmente pela 
pós-sináptica onde tem a enzima de degradação. A degradação de adrenalina é nos tecidos 
onde tem a enzima catecol-orto-metil-transferase (COMT). 
Obs.: Quando no neurônio há α-metil-tirosina, gera uma metil-noradrenalinaque ativa 
receptores α2 inibitório que diminui o efeito adrenérgico na célula pós-sináptica porque 
inibe a liberação de mais neurotransmissor. 
 
Histórico do adrenérgicos 
1896 – observou-se que a administração do extrato da glândula suprarrenal provocava o 
aumento da pressão arterial. 
1913 – quando a adrenalina foi isolada observou-se que em locais diferentes a adrenalina 
apresentava efeitos diferentes. Esses efeitos podiam sem vasoconstrição com aumento de 
pressão arterial ou vasodilatação 
1948 – foi possível diferenciar os receptores α e β baseado nos efeitos das catecolaminas 
1955 – desenvolveram-se os antagonistas adrenérgicos 
Posteriormente identificaram os subtipos dos receptores adrenérgicos. 
Principais catecolaminas 
São os compostos que tem um anel catecol e um grupamento amina. 
1) Noradrenalina: hormônio endógeno. Não tem afinidade com receptores β2. No 
coração (β1) aumenta frequência e força de contração. 
2) Adrenalina: hormônio endógeno. Tem um metil a mais que a noradrenalina, o que 
confere afinidade para receptores β2. A adrenalina tem efeito sobre todos os 
receptores α ou β com mais ou menos afinidade dependendo do tipo de receptor. 
No coração (β1) aumenta frequência e força de contração. 
3) Dopamina: hormônio endógeno. Tem menos uma hidroxila (-OH) que a 
noradrenalina. 
4) Isoprenalina: tem um radical maior. Composto sintético parecido com a 
adrenalina, com preferência de afinidade para os outros tipos de receptores β. 
Seletividade para β melhor que a adrenalina. Quase não tem afinidade pelos 
receptores α1 e α2. 
 
 
Características dos receptores para agonistas adrenérgicos 
Todos os receptores são transmembranares, compostos por 7 alças e a 3ª alça acoplada 
a proteína G. O que varia é o tamanho das alças e dos terminais entra e extracelulares. 
1) α1: expresso nos vasos periféricos controlando a resistência dos vasos. Ativa PLC, 
aumenta IP3, DAG e cálcio. 
2) α2: principal receptor da célula pré-sináptica que modula a liberação de 
neurotransmissor. Diminui AMPc e canais de sódio, aumenta canais de potássio. 
Inibe a Neurotransmissão adrenérgica. 
3) β1: aumenta AMPc e ativa PKA dependendo do tecido que está. Aumenta 
frequência cardíaca no coração. 
4) β2: aumentam AMPc. 
5) Β3: aumentam AMPc. Acredita-se que está envolvido com metabolismo de 
lipídeos. 
 
 
Efeitos cardiovasculares de infusão de agonistas adrenérgicos 
 
 Pressão Arterial Frequência cardíaca Resistência 
 
 (mmHg) (bpm) periférica (U.A.) 
Adrenalina 
Noradrenalina 
Isoprenalina 
Aumenta a pressão 
arterial 
 sistólica, 
diminuição da 
diastólica. 
Ação em β1 que 
aumenta força de 
contração. 
Aumento da força 
 de contração. 
Ação em β1. 
Relaxamento de 
musculatura lisa. 
Ação em β2 que 
faz vasodilatação 
e diminui a 
resistência. 
Aumenta a pressão 
sistólica e 
diastólica. 
Ação em β1. 
Diminui a força de 
contração por ativação de 
parassimpático. O 
baroreflexo estimula 
receptores M2 em resposta 
ao aumento da pressão e 
resistência para controlar a 
pressão. 
Aumenta 
resistência 
periférica. 
Ação em α1 que 
faz 
vasoconstrição. 
Aumenta pouco a 
pressão arterial 
sistólica, diminui 
muito a diastólica. 
Ação em β1. 
Aumenta muito a força de 
contração e 
 frequência cardíaca. 
Ação em β1. 
Diminui a 
resistência 
periférica. Relaxa 
muito a 
musculatura lisa. 
Ação em β2. 
 
 Principais efeitos da ativação de receptores adrenérgicos 
α1 
Vasoconstrição; 
Secreção salivar; 
Relaxamento de músculo liso gastrointestinal; 
Contração de esfíncter; 
Contração de outros músculos lisos; 
Glicogenólise hepática. 
α2 
Diminuição da liberação de neurotransmissor (Noradrenalina e 
Acetilcolina); 
Agregação plaquetária; 
Contração de musculatura lisa vascular; Diminuição 
da liberação de insulina. 
β1 
Aumento da força de contração cardíaca; 
Aumento da frequência cardíaca; 
Aumento da liberação de renina; 
β2 
Broncodilatação; 
Vasodilatação; 
Relaxamento músculo liso visceral; 
Gliconeogênese e glicogenólise (metabolismo de carboidrato); 
Tremor muscular essencial, tremor de Parkinson ou tremor de medo; 
Aumento da liberação de Noradrenalina, assim como a angiotensina. 
β3 Lipólise. 
Classificação de agonistas adrenérgicos 
1) Ação direta: são os seletivos (fenilefrina, dobutamina) e os não seletivos 
(Adrenalina, noradrenalina e isoprenalina). 
2) Ação mista: tem ação nos dois tipos de receptores. (Efedrina) 
3) Ação indireta: atuam nos mecanismos de controle do neurotransmissor, por 
exemplo inibindo as enzimas de degradação ou inibindo a recaptação (cocaína) 
ou, ainda aumentando a liberação desses neurotransmissores (anfetaminas). 
 
Mecanismo de ação dos agonistas adrenérgicos 
1) Receptores α provocam vasoconstrição e aumento de cálcio intracelular e IP3. 
2) Receptores β provocam vasodilatação, aumento de AMPc e ativação de PKA; No 
coração, aumenta a força de contração e a frequência cardíaca; Também provocam 
o aumento da glicemia porque aumentam o metabolismo de carboidratos no 
fígado. 
 
Ações fisiofarmacológicas de agonista adrenérgicos 
1) Musculatura lisa 
 Artérias, veias e arteríolas → vasoconstrição (α1), aumento de pressão arterial 
e de resistência periférica; leito coronariano, cerebral e pulmonar pouco 
afetados 
 Vaso musculatura esquelética → vasodilatação (β2 + NO) 
 Brônquios → broncodilatação (β2) → aumento de AMPc, diminuição da 
concentração de cálcio intracelular 
 Útero → relaxamento (β2) 
 TGI → diminuição da motilidade (α2 pré-sináptico menos liberação de 
acetilcolina; diminuição de AMPc, aumento de K+; α1, β); contração de 
esfíncter (α1) 
 Ducto deferente, cápsula esplênica → contração (α1) 
 Resposta trófica → vasos, próstata e outros (α1 + fator de crescimento) 
2) Terminações nervosas 
 Aumento da liberação de transmissor adrenérgico e colinérgico (α2 
présináptico) 
 Aumento da liberação de transmissor adrenérgico (β2 pré-sináptico) 
3) Coração 
 Efeito inotrópico e cronotrópico positivos (β1) 
 Aumento da frequência cardíaca, da força de contração levando ao aumento do 
débito cardíaco e consumo de O2 
 Aumento da dose provoca arritmias, fibrilação ventricular 
 Hipertrofia cardíaca por ação de α1 + fator de crescimento 
4) Metabolismo 
 Efeito global: mobiliza reservas de glicogênio e gordura para suprir a demanda 
energética 
 Metabolismo de CH no fígado e músculos (β2, α1) 
 Diminuição do potássio plasmático (β2) 
 Estimulação da lipólise (β3) 
 Diminuição de secreção de insulina (α2) 
 Inibição da produção de leptina no tec. adiposo (β) 
5) Outros efeitos 
a) Músculo esquelético: aumento da força de contração de fibras rápidas e 
diminuição da força de contração de fibras lentas (β2 + prot. contráteis) 
 Tremor acentuado provocam aumento de disparos do fuso muscular, altera 
cinética de contração; Instabilidade no controle reflexo de contração 
 Alteração da expressão de proteínas do retículo sarcoplasmático (aumento da 
velocidade e força de contração muscular) – clembuterol 
b) Inibição da liberação de histamina por ação de β2 
c) Inibição da proliferação de linfócitos, destruição celular e produção de muitas 
citocinas (β2) 
d) Agregação plaquetária (α2) 
 
Agonista adrenérgicos 
1) Agonistas não seletivos (α e β): Noradrenalina e Adrenalina 
2) Agonista β não seletivo (β1 e β2): Isoprenalina 
3) Agonista β1-seletivo: Dobutamina 
4) Agonista β2-seletivo: são os broncodilatadores inaladores. As diferenças são as 
farmacocinéticas. Salbutamol (Albuterol), Terbutalina, Fenoterol, Salmeterol 
(mais seletivo), Formoterol, Indacaterol, Ritodrina (feita para relaxamento de 
musculatura uterina em casos de ameaça de aborto, mas não é muito usada com 
esse fim), Clembuterol (de uso veterinário,usado de forma ilegal por humanos 
para estimular musculatura esquelética) 
5) Agonista α1-seletivo: Fenilefrina 
6) Agonista α2-seletivo: Clonidina (usado no tratamento de dependentes químicos 
por conta da abstinência), Apraclonidina (tratamento de glaucoma). 
 
Usos terapêuticos de agonistas adrenérgicos 1) 
Sistema cardiovascular: 
a) Parada cardíaca: adrenalina 
b) Choque cardiogênico (diminuição grande da pressão cardíaca): dobutamina 
(agonista β1) ou dopamina. 
c) Bloqueio cardíaco: os agonistas β (por exemplo, Isoprenalina) podem ser usados 
temporariamente, enquanto o marca-passo elétrico está sendo providenciado. 
2) Choque anafilático (hipersensibilidade aguda): a adrenalina constitui tratamento 
de primeira linha. Tem ação em α1 aumentando a frequência cardíaca 
(vasoconstrição) e relaxa os brônquios (broncodilatação). 
3) Sistema respiratório: 
a) Asma: agonistas seletivos de β2. (salbutamol, terbutalina, salmeterol e 
formoterol). 
b) Descongestão nasal: gotas contendo oximetazolina ou efedrina para uso em curto 
prazo. 
4) Outras indicação: 
a) A adrenalina pode ser usada para prolongar a ação de anestésicos locais. A 
adrenalina faz vasoconstrição local, diminui o fluxo sanguíneo local (o que 
diminui o sangramento) e impede a dispersão do anestésico, ou seja, concentra 
o anestésico no local da intervenção (seja dentária até pequenas cirurgias) 
b) Inibição do trabalho de parto prematuro (salbutamol, ritodrina): relaxa o útero. 
c) Outras indicações para agonistas α2 (por exemplo, clonidina): incluem 
hipertensão, rubores da menopausa, redução da pressão intra-ocular e profilaxia 
da enxaqueca, suspensão de vícios (relacionada com a inibição dos efeitos da 
abstinência). 
Efeitos indesejáveis 
Arritmias, tremores 
Taquicardia 
Angina (com Doença arterial coronariana – DAC) 
Bradicardia, sedação (ação de α2 no SNC) 
Altas doses provocam hemorragia cerebral, aumento exagerado da pressão arterial 
podendo levar ao AVE. 
 
 
FARMACOLOGIA DOS ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS 
 
São os fármacos que bloqueiam a ação dos neurotransmissores adrenérgicos 
(noradrenalina e adrenalina). Pode ser de receptor α e β, da célula pré e da célula pós 
dependendo da especificidade do fármaco. 
 
Principais efeitos da ATIVAÇÃO de receptores adrenérgicos 
α1 
Vasoconstrição; 
Secreção salivar; 
Relaxamento de músculo liso gastrointestinal; 
Contração de esfíncter; 
Contração de outros músculos lisos; 
Glicogenólise hepática. 
α2 
Diminuição da liberação de neurotransmissor (Noradrenalina e Acetilcolina); 
Agregação plaquetária; 
Contração de musculatura lisa vascular; Diminuição 
da liberação de insulina. 
β1 
Aumento da força de contração cardíaca; 
Aumento da frequência cardíaca; 
Aumento da liberação de renina; 
β2 
Broncodilatação; 
Vasodilatação; 
Relaxamento músculo liso visceral; 
Gliconeogênese e glicogenólise; 
Tremor muscular essencial, tremor de Parkinson ou tremor de medo; 
Aumento da liberação de Noradrenalina, assim como a angiotensina. 
A noradrenalina não tem afinidade por esse tipo de receptor. 
β3 Lipólise. 
Obs.: O propranolol não é um medicamento não-seletivo, não distingue receptores β1 e 
β2. É antagonista de dois tipos de receptores. Surgiu em 1955 e foi um dos prmeiros 
medicamentos antagonista β-seletivos. 
 Yohimbina é um antagonista α2-seletivo que aumenta a liberação de noradrenalina 
e adrenalina e é usado na veterinária com o intuito de reverter a anestesia. Quando se quer 
que o animal acorde rápido da anestesia, usa-se esse fármaco para aumentar a liberação 
de noradrenalina e da adrenalina e reverter o quadro anestésico. 
 
Classificação de antagonistas adrenérgicos 
Normalmente são antagonistas reversíveis, com exceção da fenoxibenzamina. Mas é 
usado com uso específico nos hospitais como pré-cirúrgico de feocromocitoma. 
Os antagonistas α são α1 ou α2-seletivos ou não-seletivos 
Os antagonistas β são não-seletivos (1ª geração), β1-seletivo (2ª geração) e não-seletivos 
e β1-seletivo de 3ª geração. Esses de 3ª geração apresentam um efeito adicional de 
vasodilatação, ou seja, potencializam a vasodilatação que já ocorre normalmente. 
 
Antagonistas α-adrenérgicos 
1) Fentolamina: não-seletivo. Bloqueia α1 nos vasos provocando intensa 
vasodilatação periférica, diminui a resistência periférica. Bloqueia α2 e impede a 
modulação da liberação de neurotransmissor. A noradrenalina age no β1 cardíaco 
provocando taquicardia. 
2) Prazosina: seletivo pra α1. Então bloqueia α1, mas não bloqueia α2. Pode causar 
taquicardia num primeiro momento, mas não é intenso porque não inibe a 
modulação da liberação de neurotransmissor. Promove vasodilatação, por isso, os 
médicos devem aconselhar o uso do medicamento na hora de deitar, uma vez que 
a vasodilatação periférica pode fazer o indivíduo desmaiar num primeiro 
momento, quando ainda não está acostumado com esse efeito. Tem efeito sobre 
lipoproteínas. Então ao sofrer efeito de primeira passagem, diminui LDL e 
aumenta HDL. 
 
Usos terapêuticos dos antagonistas α-adrenérgicos 
1) Hipertensão: antagonistas α1-seletivos. A prazosina é de ação curta. As drogas 
´referidas apresentam ação mais longa (doxazosina e terazosina) e são usadas 
isoladamente na hipertensão leve ou em combinação com outros fármacos. 
2) Hipertrofia prostática benigna: usa-se tansulosina que é um antagonista seletivo 
dos receptores α1A. 
3) Feocromocitoma: usa-se a fenoxibenzamina em associação com um antagonista 
dos receptores β1 na preparação para cirurgia. 
 
Antagonistas β-adrenérgicos 
 Uso terapêutico mais amplo e mais variado do que dos antagonistas α-adrenérgicos. 
 Previnem o efeito das catecolaminas em β 
 Úteis nas disfunções cardiovasculares 
 Efeito depende do tônus simpático, ou seja, alguns antagonistas β têm efeito 
agonista parcial (tem atividade simpática intrínseca). Se o indivíduo está com 
adrenalina aumentada, age como antagonista. Se o indivíduo está em repouso, 
não é um paciente hipertenso, o fármaco age como agonista parcial. O 
propranolol não é agonista parcial (é antagonista puro – β- não seletivo), mas o 
pindolol tem esse efeito. 
 Outros se distinguem por: 
a) Seletividade; 
b) Atividade simpática intrínseca; 
c) Propriedades farmacocinéticas; 
d) Atividade estabilizadora de membrana: o propranolol tem a propriedade 
de estabilizar a eletroquímica e eletrofisiologia de membrana o que reduz 
a arritmia cardíaca. Se além de reduzir a frequência cardíaca eu quero 
reduzir a arritmia, então eu uso uma dose um pouco maior de propranolol. 
Se a dose normal é 80 mg/ml, pode-se usar 120 mg/ml. 
e) Propriedades vasodilatadoras. 
 
Propriedades farmacológicas dos β-bloqueadores 1) 
Cardiovasculares: 
 Diminui força de contração cardíaca, 
 Diminui frequência cardíaca 
 Diminui consumo de O2: importante no momento da angina (é uma dor que 
provoca medo, costuma deixar o paciente imóvel, assustado e que dura poucos 
segundos) e do infarto podendo levar a diminuição do débito cardíaco. O débito 
cardíaco aumenta a resistência periférica inicial e a administração crônica leva a 
uma resistência periférica nula ou reduzida. 
 Reduz a condução átrio-ventricular, os anti-arrítmicos aumentam o período 
refratário da célula cardíaca em que entra potássio fazendo hiperpolarização e 
preparando a célula para a nova despolarização e disparo de potencial de ação, 
reduz despolarização espontânea ectópica em altas doses 
a) Efeito anti-hipertensivo adicional: 
 Reduz renina: reduz a volemia 
 Bloqueia β2 pré-sináptico 
 Reduz tônus simpático por ação central 
 Vasodilatação adicional por algum mecanismo extra além do bloqueio de β (3ª 
geração). 
PERGUNTA DE PROVA: Por que o propranolol é usado na hipertensão? 
Propranolol é um bloqueador-beta adrenérgico não-seletivo 
usado principalmente

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