DC1 P1 GABARITO

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DC1 – P1 – DIREITO CIVIL 1 – PARTE GERAL - GABARITO 
1. João, com 50 anos de idade, viúvo e pai de um filho maior, desapareceu de seu domicílio. 
Após um ano da arrecadação, foi declarada a ausência, aberta a sucessão provisória e, 
cumpridas todas as formalidades legais, o sucessor entrou na posse dos bens e os conservou, 
recebendo os respectivos frutos e rendimentos. Seis anos após o trânsito em julgado da 
sentença que concedeu a sucessão provisória, João apareceu e regressou ao seu domicílio, 
tendo ficado provado que a ausência foi voluntária e injustificada. Neste caso, João chegou 
a ser declarado morto? Terá algum direito sobre os bens e rendimentos que eram seus? 
Justifique. 
RESPOSTA: João não foi declarado presumidamente morto, isto só 
ocorreria no caso da abertura da sucessão definitiva (CC, art. 6º, 
segunda parte e 37) e João haverá os bens existentes no estado em que 
se acharem (CC, art. 36), perdendo, em favor do sucessor, sua parte 
nos frutos e rendimentos (CC, art. 33, § único). 
 
2. A famosa entrevistadora Vih Tube anunciou, em seu programa, estar grávida de uma 
menina. Contudo, na semana seguinte, seu marido afirmou que não podia ter filhos, 
comprovando, por laudo médico de infertilidade, sua afirmativa. Em rede nacional, acusou-a 
de adultério. 
Diante da notícia avassaladora, Artur Crosfiteiro publicou texto no seu blog ofendendo Vih 
Tube com palavrões e expressões chulas, principalmente no âmbito sexual, atingindo-a 
intensamente em sua honra, e, em relação à futura filha da entrevistadora, usou os mesmos 
termos, até de forma mais grosseira. 
Vih Tube, de tão abalada até parou de tomar banho, e decidiu procurar um advogado para 
assisti-la na defesa de seus direitos, questionando-o, inclusive, quanto aos direitos de sua 
filha que já foi ofendida mesmo antes de nascer. 
Diante da situação narrada, responda aos itens a seguir, fundamentando-as com os 
dispositivos pertinentes. 
Mesmo antes de a criança nascer, Vih Tube pode reclamar direitos do nascituro? Que 
direitos teria o nascituro? O nascituro poderia receber indenização? 
RESPOSTA: Sim. Pela teoria concepcionista é possível proteger os 
diretos do nascituro e neste caso a genitora é legitimada a representa-
lo, na proteção dos direitos personalíssimos. (CC 2º) 
Pela teoria concepcionista no que concerne aos direitos 
personalíssimos. Apenas certos efeitos de certos direitos dependem do 
nascimento com vida, notadamente os direitos patrimoniais materiais, 
como a doação e a herança. 
Não. Direitos patrimoniais somente são possíveis de aquisição com o 
nascimento com vida, qualquer indenização, portanto não cabe ao 
nascituro, mas ficaria como expectativa de direito para quando e se 
nascer com vida. (CC 2º) 
 
3. Qual(is) a(s) diferença(s) entre a capacidade de fato (de exercício) e a capacidade de 
direito? 
RESPOSTA: A principal diferença está no exercício e na forma de fazê-
lo, enquanto a capacidade de direito (CC, art. 1º) dá a todos a 
possibilidade genérica de aquisição de direito e contração de deveres 
a de capacidade de exercício é a aptidão de fazê-lo por si só, assim, 
a diferença está na forma de exercer a capacidade, uns farão por si 
só e outros por representante ou assistente (CC, art. 3º e 4º). 
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4. A intransmissibilidade dos direitos da personalidade, prevista no art. 11 do Código 
Civil, comporta exceção? Justifique e exemplifique. 
Resposta: A natureza do objeto é que torna intransmissível o bem. 
Contudo, importante notar que essa intransmissibilidade não é 
absoluta, admitindo algumas exceções, como por exemplo a cessão de uso 
de direitos de imagem, à qual, nota-se, é dada interpretação 
restritiva, não podendo a cessão de imagem para um fim ser utilizada 
em hipótese alguma para finalidade diversa. Outra prova da relatividade 
dessa característica é o parágrafo único do art.13 do Código Civil, 
que, combinado com a Lei 9.434/97, autoriza doação de órgãos em vida.