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CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – FBD – SALAZAR – 2021.2 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
CADERNO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 
POR NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
BIBLIOGRAFIA: DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Salvador: Editora JusPODIVM, v. 1. 
COMPETÊNCIA 
1) NOÇÕES GERAIS 
. Intimamente ligado a jurisdição. 
. Noção básica de jurisdição trazida por Carnelutti: a justa composição da lide. – Uma 
definição que hoje já não abrange a jurisdição amplamente. Primeiro porque atrela a 
função jurisdicional a resolução de uma lide, quando na verdade o fenômeno 
jurisdicional não se resume a resolver lides (pretensão resistida). 
. Atividade jurisdicional não somente para resolver lides, mas até mesmo para fixar 
parâmetros de comportamento. – Acontece por exemplo quando temos um precedente 
(norma geral para aquele caso concreto). 
. A jurisdição mudou com o tempo, isso é inegável. 
. Freddie Didier – passa a analisar a jurisdição como uma atividade que possui uma carga 
criativa feita por um terceiro imparcial e que, segundo ele, tem capacidade de fazer coisa 
julgada (capacidade de se tornar indiscutível, não ser revista por órgão estranho a 
estrutura em que foi criado). – CONCEITO GRANDE QUE ACABA POR TRAZER PARA A 
PRÓPRIA JURISDIÇÃO A ARBITRAGEM. 
. Não só o Estado-juiz presta a jurisdição (até por conta da própria arbitragem 
anteriormente citada), mas a própria atividade administrativa faz-se de criação de 
normas, seja num contexto concreto ou mais geral. 
. A competência vem a ser a medida de jurisdição. – TODO JUIZ/TODO O ÓRGÃO QUE 
DESENVOLVE ATIVIDADE JURISDICIONAL (processo de investidura = concurso, provas de 
títulos, indicações diretas, quinto constitucional etc.) POSSUI JURISDIÇÃO, O QUE VAI 
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – FBD – SALAZAR – 2021.2 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 
 
VARIAR É A QUANTIDADE DE JURISDIÇÃO QUE ELE POSSUI. – A COMPETÊNCIA VEM A 
SER A QUANTIDADE DE JURISDIÇÃO QUE CADA ÓRGÃO QUE DESENVOLVE ATIVIDADE 
JURISDICIONAL POSSUI. 
. As normas lidam com a variação de competência para tentar otimizar a jurisdição. 
. Uma das funções das normas de competência é efetivar uma organização eficiente da 
atividade jurisdicional. 
. Não à toa temos várias normas modificando normas antigas que tratavam de outras 
competência de um respectivo órgão. 
. Nem sempre se consegue distribuir a competência de forma eficiente. 
. As normas de competência ligam-se também a um dos princípios mais caros daquilo 
que se deve chamar de DEVIDO PROCESSO LEGAL SUBSTANCIAL, pelo que se deve 
chamar de JUIZ NATURAL. 
 . Princípio do Juiz Natural, que tem sede constitucional, e é um das grandes 
contribuições advindas do Devido Processo Legal Substancial, tem como centro/núcleo 
a ideia de que ninguém pode ter para si escolhido um juiz e ninguém pode escolher para 
si um juiz. 
 . Jurisdição deve ser imparcial. 
 . Não confundir imparcialidade com neutralidade. – NEUTRALIDADE É SABÃO, 
GENTE NÃO É NEUTRO. 
 . O direcionamento que um juiz vá julgar um caso pode ser feito para beneficiar 
ou prejudicar as partes. – ISSO QUEBRA A IMPARCIALIDADE. 
 . Juiz natural é o competente (não no sentido leigo de capacidade intelectual, 
mas sim aquele que teve uma norma de competência lhe atribuindo a competência para 
aquele caso em específico) e imparcial. 
. Princípio da perpetuação da jurisdição (perpetuatio jurisdictionis) – tudo a ver com o 
juiz natural. – ART. 43 DO CPC: uma vez distribuída a demanda (a ação concretizada = 
todos têm direito de ação pedir uma ação jurisdicional e a partir do momento em que 
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – FBD – SALAZAR – 2021.2 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 
 
ele é concretizado tem-se uma demanda) fixa-se a competência. – Alterações de fato 
relativas aquele conflito não irão alterar a competência já fixada. 
 . Demanda se concretiza na petição inicial. – PROPÕE-SE A DEMANDA = FIXA-SE 
A DEMANDA. 
 . Existe uma série de normas que irão auxiliar os órgãos competentes (varas, foro 
etc.). 
Art. 43, CPC: Determina-se a competência no momento do registro ou da 
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado 
de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem 
órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. 
. A ideia de registro aparece no art. 43 para as varas que trazem competência geral 
(exemplo: cidades em que só há um juiz competente para uma matéria em específico). 
. Antigamente tinham “ações borboletas” – advogado entrava com uma ação e via que 
a vara não era boa, então ficava protocolando outras tantas ações idênticas encaixando 
partes que não eram partes e dentre outras coisas, esperando cair numa “vara boa” 
(assim que caía na vara boa, ele pedia desistência das demais). – FERIA AO JUIZ 
NATURAL. 
. Foro é a comarca, seção etc. – Foro competente de alguém é o domicílio do réu. 
. A alteração do domicílio posterior a propositura da ação não muda a comarca que já 
havia sido designada. – EXISTE RAZÃO DE SER PARA ISSO = INTRISICAMENTE LIGADO AO 
JUIZ NATURAL E A ATIVIDADE JURISDICIONAL. 
. Art. 43 do CPC traz algumas exceções necessárias: 
“salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a 
competência absoluta”. 
. Quando uma vara é extinta: (i) mantém-se o órgão em pé até que todas as demandas 
sejam julgadas, para que não se quebre o princípio do juiz natural = MORTE ANUNCIADA; 
(ii) redistribuir os processos para outros órgãos jurisdicionais. 
. Normas que tratam de competências podem ser absolutas ou relativas: 
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 . Relativa: pode ser modificada pela vontade das partes. – Exemplo: negócio 
jurídico processual = posso fazer um contrato com cláusula de eleição de foro (ainda que 
em regra o competente seja o domicílio do réu). 
2) CRITÉRIOS PARA FIXAR COMPETÊNCIA: 
. São balizas/padrões para escolha das normas de competência. - Através de uma 
visualização prática e empírica de como as estruturas do judiciário se organizam, temos 
5 critérios utilizados: 
. Critérios objetivos: ligados aos aspectos objetivos da demanda. - Elementos da ação. 
a)Pessoa: partes. – Exemplo: justiça federal comum são demandas que tem como parte 
a União (este é o primeiro corte para distribuição dessa demanda). 
b)Matéria: causa de pedir (tem-se as varas, juizados, etc. - possibilidade de fixar a 
competência a partir da matéria que ele vai julgar). 
c)Valor: pedido (toda demanda tem valor para a fixação de competências). 
.Critério territorial: Território onde a demanda produzirá efeitos, onde o conflito de 
interesses surgiu, onde uma das partes reside. - Deve levar em conta o tipo de demanda 
e o território. Mas, comporta exceções. 
.Critério funcional: Algumas vezes o legislador atribui a determinados órgãos 
jurisdicionais o papel de exercer determinada função no processo. – Temos que levar 
em conta que o processo não é um produto acabado desde o início, ele é um produto 
que se desenvolve ao longo do tempo. – Temos ao longo do processo um conjunto de 
partes menores que vão impulsionando-o. – Pode ser que nessa complexidade chamada 
processo, alguma função específica tenha que ser desenvolvida por outro juiz. - Ex: 
Julgamento de recurso (99% das vezes é feito por outro órgão jurisdicional que não 
proferiu a sentença). 
3) A ORIGEM DAS NORMAS QUE ESTRUTURAM A COMPETÊNCIA: 
. Nós teríamos um modelo pré-fabricado pelo legislador federal (em sua maioria das 
vezes) de distribuição de competências. – Primeiro vetor de criação de normas de 
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competência (ligado a legislação infraconstitucional, tal qual o CPC). – VETOR 
NORMATIVO FEDERAL. 
 . CPC traz várias regras a respeito disso (exemplo: art. 46 e seguintes). 
. Mas, também há espaço para que o regimento interno dos tribunaiscriem normas de 
competência, sem que com isso haja invasão de atribuição da União. – VETOR 
NORMATIVO ADVINDO DAS REGRAS DOS TRIBUNAIS. 
Art. 96. Da CF: “Compete privativamente: b) organizar suas 
secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem 
vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional 
respectiva; d) propor a criação de novas varas judiciárias; a) eleger 
seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com 
observância das normas de processo e das garantias processuais das 
partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos 
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos”; 
. O terceiro vetor seria um VETOR CONTRATUAL (partes disporem sobre foro etc.) – 
VETOR ADVINDO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS, com carga jurídica nova que 
permite que as partes possam criar modelos de competência em uma certa área 
específica com uma grande carga. 
. O quarto vetor seria o NORMATIVO CONSTITUCIONAL. 
 . Exemplo: art. 102 da CF. 
4) CONCEITOS IMPORTANTES: 
. FORO E JUÍZO: 
. FÓRUM é somatória de varas. 
. Foro diz respeito a circunscrição territorial. – FORO = LOCAL = TERRITÓRIO. 
 . Exemplo: divisão em comarcas na justiça estadual comum. 
. Juízo remete a divisão administrativa. 
 . Exemplo: Juízo da 1ª Vara Cível, da 5ª Vara do Trabalho, da 10ª Vara Penal etc. 
 . Geralmente no mesmo foro existem diversos juízos. – Muito comum na capital. 
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 . Saber onde demandar através dos vetores. – Mas, para saber o juízo 
competente é preciso se atentar aos regimentos dos tribunais. 
. Existe a possibilidade de existir foros concorrentes: 
 . Após analisar todos os vetores possíveis, se chegue a mais de um foro 
concorrente. – Exemplo: a estruturação da competência me permite escolher mais de 
um foro (isso pode acontecer por políticas das ondas de acesso à justiça OU até mesmo 
por erro). 
 . Exemplo: causa de consumo – após esgotados todos os vetores, resta mais de 
uma opção 
 . Fórum shopping liga-se claramente a ideia de foros concorrentes. - após 
esgotados os vetores, resta mais de uma opção para escolher um foro = o ato de 
escolher um deles caracteriza o foro shopping. 
 . Fórum non conveniens: envolve a ideia de que apesar da ideia de foro shopping 
(foro concorrente), não é qualquer um deles que pode ser escolhido. – É A IDEIA DE 
VALORAÇÃO DO MELHOR FORO NO MOMENTO DE ESCOLHA DOS FOROS 
CONCORRENTES. – Fenômenos que não podem deixar de lado outros princípios, tais 
como de ampla defesa etc. (autor escolher o pior foro para dificultar a defesa do réu). – 
IDEIA DE ADEQUAÇÃO CORRETA DA ESCOLHA ADVINDA DO FENÔNOMENO DO FÓRUM 
CONCORRENTE E DO FÓRUM SHOPPING. – Alguns autores utilizam a terminologia de 
“competência adequada”. 
. TRANSLATIO IUDICII/IUDICIUS: 
. Aproveitamento dos atos praticados por um juiz incompetente. - O nosso sistema atual 
tem um conjunto normativo que permite que se aproveitem os atos praticados por 
juízes incompetentes: transportar os atos praticados por um juiz incompetente para um 
juiz competente. 
. Exemplo - Art. 64, parágrafo 4° do CPC: 
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como 
questão preliminar de contestação. 
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo 
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e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. 
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá 
imediatamente a alegação de incompetência. 
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão 
remetidos ao juízo competente. 
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os 
efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra 
seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. 
 
5) COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA X COMPETÊNCIA RECURSAL: 
. Competência originária: aquela que atribui a um órgão o poder de proferir a primeira 
decisão sobre o tema. 
 . Não vincular com o juiz de piso/de 1° grau, porque pode gerar confusão, já que 
existem tribunais que acabam por gozar desta competência. 
. Competência recursal: competência de julgar recursos. 
 . Recurso é um meio de impugnar decisão judicial. – Acontece no mesmo 
processo em que a decisão fora proferida (INCIDENTAL). 
 . Geralmente atribui-se essa competência para outro órgão distinto do que 
proferiu a decisão. – EXCEÇÃO: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (é um recurso, mas por 
suas características o legislador atribuiu a competência de julgar o recurso para o 
próprio juiz que proferiu a decisão). 
 . Absurdo falarem que Embargos de Declaração não é recurso. – TEM SIM 
NATUREZA RECURSAL. – Discute-se omissão, contradição, obscuridade, erro material = 
por este motivo se atribui para o próprio juiz da decisão a competência de julgar o 
recurso. – EXEMPLO: juíza disse que o dano moral estava configurado, mas não 
quantificou = omissão. 
6) COMPETÊNCIA POR DEPENDÊNCIA: 
. Determina que a ação acessória será proposta onde seria proposta a ação principal 
(art. 61 CPC). - Sai do sorteio. - Evitar decisões conflitantes. 
7) COMPETÊNCIA OU INCOMPETÊNCIA (RELATIVA OU ABSOLUTA): 
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. A competência absoluta é definida levando em conta a pessoa, a matéria e a função. -
Já a competência relativa é definida com base no critério de valor e território.  Critério 
muito utilizado, mas para o professor é equivocado. 
. A diferenciação ontológica é só uma: 
. Uma regra de competência é absoluta quando ela não pode ser modificada por 
vontade das partes, é predeterminada pelo legislador e as partes não têm nenhuma 
possibilidade de modificar aquele panorama predeterminado pelo legislador. 
. É classificada como sendo de competência relativa quando as partes podem 
modificar o que já estava predeterminado pelo legislador. - É definida quando o sistema 
permite que eu modifique o foro competência daquela definida. 
. ART. 63 do CPC: é o ponto de partida para a questão da competência relativa. 
. Art. 62, CPC: A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou 
da função é inderrogável por convenção das partes.  Serve de ponto de partida, mas 
há exceções. 
. A competência, para ser alegada, seja relativa ou absoluta, será em preliminar de 
contestação. 
Art. 64 § 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer 
tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício. 
 Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a 
incompetência em preliminar de contestação. 
 
. A competência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo, já a relativa não. 
. O legislador fixa previamente regras de competência, a questão é que algumas podem 
ser modificadas e outras não. 
8) RECONHECIMENTO DA INCOMPETÊNCIA: 
. Em regra, seja de competência relativa ou absoluta, não extingue o processo. 
. O reconhecimento de incompetência não extingue processo, em regra, seja absoluta 
ou relativa (art. 64, § 3°). - Há exceções: os juizados, no mandado de segurança (porém 
existe flexibilização da jurisprudência). 
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – FBD – SALAZAR – 2021.2 
 
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9) FORMAS DE MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA: 
. Se eu estou tratando de modificação da competência, óbvio que está se tratando de 
regras de competência relativa (quando admite modificação pelas partes) 
. Primeira grande forma de modificação é por omissão. – Quando existe um vício. - 
Imaginemos que o foro competente (art. 46) seria o domicílio do réu. Só que apesar 
disso o autor propõe no seu domicílio. Estudamos que o juiz não pode sozinho escolher, 
as partes devem se manifestar. O réu pode simplesmente ficar calado, omisso e com 
isso, a regra preestabelecida que seria o domicílio do réu acabou sendo modificada. -Ocorreu uma convalidação. 
 . A INCOMPETÊNCIA RELATIVA NÃO PODE SER DECLARADA DE OFÍCIO. 
. Existe, e o CPC trata disso inclusive, outras formas de modificação de competência. 
. Demandas distintas podem se relacionar. 
. Conexão e continência são dois fatos jurídicos (fatos que têm consequências jurídicas) 
– Envolvem a análise de duas demandas distintas. 
. Conexão: 
. Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de 
pedir. 
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver 
sido sentenciado. 
§ 2º Aplica-se o disposto no caput : 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; 
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de 
decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles. 
 
. Art. 55, CPC, define o que seria conexão: “reputam-se conexas, duas ou mais ações, 
quando lhe forem comum o pedido ou a causa de pedir”. 
 . Não se exige identidade/igualdade de causa de pedir ou pedido. 
 . Exemplo: causa de pedir e pedido iguais em uma ação de aposentadoria, ainda 
que se tratem de ações com partes diferentes em locais diferentes. – CONEXÃO = ações 
conexas. 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 
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 . Posso ter ações conexas quando eu não tenha a igualdade de causa de pedir e 
pedido, mas tenha uma relação comum entre o contexto fático ou causa de pedir. – 
Geralmente existe algum grau de relação. – Exemplo: ação de alimentos movida por 
Joãozinho X João (pai), e ação de reconhecimento de paternidade movida por João x 
Joãozinho (filho). – Há quem diga que se tem partes idênticas aqui, mas tem-se causa 
de pedir e pedido diferentes, mas que mantém uma relação fática. – HÁ O RISCO DE 
DECISÕES CONTRADITÓRIAS. 
 . Parágrafo § 2° do art. 55 reconhece conexão quando existir relação de 
prejudicialidade entre as demandas = é o caso do exemplo de João x Joãozinho na 
demanda de paternidade E Joãozinho x João na ação de alimentos. = Existe 
prejudicialidade entre as demandas, uma vez que supondo que o juiz determine 
liminarmente a concessão dos alimentos obrigando Joãozinho a tal, mas depois na ação 
de paternidade descobre-se que ele não era o pai. 
. 1° efeito da conexão: reunião dos feitos. – Reunião dos feitos para decisão 
conjunta, SALVO se um deles já tiver sido sentenciado. – Súmula 235 do STJ. 
 . Livro Didier - “diversos institutos processuais pressupõem conexão: cumulação 
de pedidos, litisconsórcio, reconvenção, modificação de competência etc.”. 
 . OBS: questões incidentais, mesmo que envolvam matéria distinta do Juízo, 
podem ser resolvidas por estes (desde que de forma incidental, e não principal). - Ex: 
Ação discute justa causa de empregado porque ele teria furtado objeto da empresa. 
Ação penal discute exatamente isso (o furto). Elas são conexas? Sim. Podem ser 
reunidas? Não, porque não teríamos alteração da competência absoluta. Faz o que? 
Próximo efeito, suspensão do processo. 
. Suspensão do processo (art. 313, V, a, CPC): A suspensão não é eterna. Tem-se um 
prazo, §4º, art. 313, que não pode exceder 1 ano. 
 
Art. 313. Suspende-se o processo: 
V. quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação 
jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; 
 
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. O prazo de um ano é pouco, faz o que? §4º, art. 313. Quando excede um ano, 
o juiz do trabalho vai decidir a questão do furto de forma incidental, nunca de forma 
principal, só para efeitos trabalhistas. - O juiz trabalhista poderá decidir essa questão 
incidental do furto para efeitos meramente trabalhistas. 
. Livro Didier: “A conexão é fato jurídico que normalmente produz o efeito 
jurídico de determinar a modificação da competência relativa, de modo a que um único 
juízo tenha competência para processar e julgar todas as causas conexas”. 
. Livro Didier: “A conexão, para fim de modificação de competência, tem por 
objetivo promover a eficiência processual (já que semelhantes, é bem possível que a 
atividade processual de uma causa sirva a outra) e evitar a prolação de decisões 
contraditórias. A reunião de causas em um mesmo juízo é o efeito principal e desejado, 
exatamente porque atende muito bem às funções da conexão”. 
. Continência: 
. Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange 
o das demais. 
. EFEITOS DA CONTINÊNCIA - Exemplo: estou discutindo a validade de uma cláusula x. 
Depois de um tempo, move-se uma nova ação alegando invalidade em todo o contrato, 
incluindo-se aqui a cláusula x que foi causa de pedir do processo anterior. – 
LITISPENDÊNCIA. – NESTE CASO, O LEGISLADOR REÚNE OS PROCESSOS = reúne no juízo 
prevento (art. 59) = onde primeiro foi registrada a ação ou distribuída a petição inicial = 
neste exemplo, reúne o processo no juízo onde foi proposta a ação da cláusula x = isso 
irá ser extremamente valioso visando economia processual/celeridade etc. (uma vez 
que provavelmente o processo da cláusula x, que foi o primeiro, já teve andamentos 
processuais importantes). 
 . Por outro lado, se a ação do contrato todo fosse proposta inicialmente, e só 
depois fosse proposto o processo tratando da cláusula X = A ÚLTIMA SERIA EXTINTA 
PELO JUÍZO. 
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. RESUMO DOS EFEITOS - art. 37, CPC: 
. Extinção da contida, quando for proposta após a continente. 
 . Ou reunião dos processos quando a continente for proposta anteriormente. 
. Famosa cláusula do foro de eleição: 
. Negócio jurídico processual típico (art. 63, parágrafos 1° a 4°, CPC). 
. Abusividade não se presume = magistrado pode fazer controle de validade de 
negócio jurídico envolvendo a cláusula do foro de eleição = esse poder do juiz só vai até 
antes da citação em caso de cláusula abusiva. 
. EXCEÇÃO A NORMA QUE DIZ QUE O JUÍZ NÃO PODE SE MANIFESTAR EM CASO 
DE ERRO DE COMPETÊNCIA. – AQUI ELE PODE, DESDE QUE ISSO SEJA FEITO ATÉ ANTES 
DA CITAÇÃO. – PRECLUSÃO PARA O JUIZ. 
. Após reconhecida a abusividade, não haverá a extinção do processo, haverá a 
determinação de remessa para o juiz competente. 
. Possibilidade de modificação advinda de atos de cooperação judiciária: 
. Hipótese nova, pouco estudada. 
. Art. 67 a 69 do CPC. 
. Cooperação nacional, em linhas gerais, envolve a possibilidade de que juízes e tribunais 
cooperem entre si, fixem inclusive acordos de cooperação entre si. = TODOS ESSES ATOS 
PENSANDO NA MELHORIA DA ATIVIDADE JURISDICIONAL. 
. Órgãos do judiciário pactuem negócios jurídicos para melhor prática da atividade 
jurisdicional. 
. COOPERAÇÃO ENTRE SI PARA A PRÁTICA DE QUALQUER ATO PROCESSUAL (art. 68, 
CPC). 
. Exemplo: juiz trabalhista pedindo para penhorar valores depositados à disposição de 
juiz federal para pagar empregados (que haviam sido bloqueados). – COOPERAÇÃO. 
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. Passo a passo para identificar o foro competente: 
. Primeiro passo: definir se a demanda é afeta ou não as justiças especializadas. – 
ENVOLVE JUSTIÇA ESPECIAL (em nosso contexto são 3: justiça do trabalho, eleitoral ou 
militar) OU A COMUM (se subdivide em federal e estadual)? 
10) JUSTIÇA FEDERAL: 
. “Justiça federal se liga diretamente a União” – isso é uma meia verdade, explica 90% 
dos casos, mas não todos. 
 . Exemplo: art. 109 da CF: “Aos juízes federais compete processar ejulgar: § 2º As causas 
intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, 
naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, 
ou, ainda, no Distrito Federal”. 
. São hipóteses taxativas. 
. Qual a competência em razão da pessoa? 
 . Art. 109, inciso I: “Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a 
União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral 
e à Justiça do Trabalho”. – EXCLUI-SE DAQUI AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA (não irá 
ser demanda na justiça federal). 
11) COMPETÊNCIA INTERNACIONAL: 
. O estado brasileiro pode julgar demandas que sejam propostas por pessoas estranhas 
ao país, que envolva pessoas que não tenham relação com o país. - Então quando 
falamos em competência internacional estamos tratando de situações sonde decisões 
jurisdicionais brasileiras poderão afetar estrangeiros. 
. Brasileiros podem ser julgados por fatos acontecidos fora do país, e pessoas que não 
residem no Brasil podem ser atingidas pela decisão proferida aqui. 
. Em algumas espécies de ações especificas, só valerão decisões proferidas pelo juiz 
brasileiro (regras de competência internacional exclusiva). 
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. Competência internacional concorrente: juiz natural nacional julgar, mas não afasta a 
possibilidade de um juiz estrangeiro julgar = concorrência de jurisdição. 
 . Art. 21 e 22 do CPC. 
 . DIDIER: “A sentença proferida no estrangeiro será eficaz no território brasileiro, 
desde que seja homologada pelo STJ, de acordo com vários critérios, tais como: não 
ofenda a soberania brasileira, tenha sido exarada por autoridade competente, seja 
eficaz no país em que foi proferida (art. 963, CPC). 
 . (i) se o réu estiver domiciliado no Brasil, não importando a sua nacionalidade 
(art. 21, I, CPC). – DIDIER: “não há diferenciação entre nacionais e estrangeiros. Reputa-
se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que tiver agência, filial ou sucursal 
no país”. 
 . (ii) se no Brasil houver de ser cumprida a sua obrigação; não importa onde ela 
foi contraída (art. 21, II, CPC). 
 . (iii) se a ação originar-se de fato ou ato ocorrido no Brasil (art. 21, III, CPC). 
 
 . Art. 22, III, CPC – partes por força da liberdade do negócio jurídico escolhem o 
Brasil como fora de eleição internacional, ainda que não se enquadrem nas hipóteses 
dos incisos I e II do art. 22 do CPC. 
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. Competência internacional exclusiva: sentença estrangeira proferida nestes casos, tal 
qual especifica o art. 23 do CPC, não produz qualquer efeito no território brasileiro, será 
ato sem importância = não há como homologá-la no Brasil. 
12) COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL: 
. Competência residual: é uma competência que vai ser analisada por fim, primeiro se 
analisa se aquela demanda não está afeta as justiça especializadas e depois se não é o 
caso da incidência das competências da justiça federal. = O que sobrar fica para justiça 
estadual. – O problema é que este resíduo é gigantesco. 
. Competência material da justiça comum estadual irá variar de acordo com as leis de 
organização judiciária de cada tribunal. 
. Regras gerais para determinar o foro aparecem no art. 46 do CPC. – Em regra, no foro 
de domicílio do réu. – Existem outras regras que complementam, mas são 
especializadas. Então, na falta de regra especializada, aplica-se a regra do art. 46. 
 . Parágrafo 1° - E se o réu tem mais de um domicílio? O autor escolhe, pois o réu 
poderá ser demandado em qualquer um deles. Todavia, nada impede que no caso 
concreto seja analisado se não houve abuso da escolha, e em caso disso ser constatado, 
o Magistrado pode fazer a correção/escolha. – CABE AO RÉU ALEGAR, SE 
EVENTUALMENTE QUISER, SE A ESCOLHA FEITA PELO AUTOR FOI ABUSIVA/LESIVA E 
TROUXE PREJUÍZOS AO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. 
 . Parágrafo 2°- O réu tem domicílio tem incerto ou desconhecido. – Demandar 
no município do autor. 
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 . Parágrafo 3° - Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação 
será proposta no foro do domicílio do autor. 
. § 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no 
foro de qualquer deles, à escolha do autor. 
. § 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência 
ou no do lugar onde for encontrado. 
. Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de 
situação da coisa. 
. § 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio 
não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de 
terras e de nunciação de obra nova. 
. § 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo 
juízo tem competência absoluta. 
. Por mais que essa regra é fixada com base no território, temos aqui um exemplo de 
caráter de competência absoluta dessa regra, no artigo 47. 
. OBS: Não é toda ação que envolva imóveis que tem que ser no foro da coisa, e sim a 
ação baseada em Direito Real. 
13) FORO DAS SUCESSÃO MORTES CAUSA: 
. Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o 
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, 
a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o 
espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
. Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
I - o foro de situação dos bens imóveis; 
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II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
 
. Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, 
também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de 
disposições testamentárias. 
. Aqui no caso é quando o ausente é confirmado a sua morte, o foro competente 
será o seu último domicílio. 
 . Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu 
representante ou assistente. 
. Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a 
União. 
. Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de 
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de 
situação da coisa ou no Distrito Federal. 
. Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor 
Estado ou o Distrito Federal. 
. Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser 
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a 
demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. 
. Art. 53 - É competente o foro: 
. I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou 
dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
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c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar. 
. II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que sepedem alimentos; 
. III - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; 
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica 
contraiu; 
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem 
personalidade jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo 
estatuto; 
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato 
praticado em razão do ofício; 
. IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; 
. V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido 
em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
14) CONFLITO DE COMPETÊNCIA: 
. Juízes que se declaram competentes do mesmo caso (dois ou mais)- cabe ao tribunal 
em comum definir quem irá agir na ação. Já quando os juízes são ligados de tribunais 
distintos, o conflito de competência é resolvido pelo STJ. E se houver conflito com 
tribunais diferentes e superiores o STF é responsável em resolver. 
 
 
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DO JUIZ 
PODERES E DEVERES DO JUIZ 
1) INTRODUÇÃO: 
. O assunto não se resume a um análise do juiz em si. – É preciso perceber que o juiz age 
dentro de uma comunidade processual. – Na verdade existem diversos sujeitos que se 
relacionam no processo. 
. Há um equívoco muito grande em pensar o processo como uma única relação jurídica 
processual (autor x juiz x réu). – Existe uma ENORME DINAMICIDADE, com inúmeros 
atos e fatos que acabam por desembocar em uma verdadeira “dança das cadeiras”. – 
UMA VISÃO MUITO MAIS TRIDIMENSIONAL ENTRE OS SUJEITOS DO PROCESSO. 
 . . Processo não envolve tão somente uma relação jurídica processual, mas sim 
um conjunto de relações/situações. 
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 . É uma relação tão dinâmica, que pode acontecer inclusive que o autor vira réu, 
e o réu vira autor. 
. Analisar não só a figura do juiz, mas também o que leva seus atos terem ou não 
validade. – Enxergar o papel do Magistrado, que não se resume a pronunciar solução 
para um caso em específico. 
. Categoria dos SUJEITOS DO PROCESSO: 
 . Sujeitos parciais: partes, MP (em alguns momentos desenvolve a função de 
fiscal da ordem jurídica e necessita ser imparcial). 
 . Sujeitos imparciais: na maioria do tempo os juízes estarão nesta zona (embora 
existam alguns momentos em que o juiz possa transitar na condição de sujeito parcial 
em algum incidente do processo, não necessariamente ferindo a ideia do juiz natural). 
2) PODERES DO JUIZ: 
. O art. 139, inciso IV, CPC, trouxe um aumento de poder para o Magistrado (avançar em 
um campo que anteriormente era impossível). 
. O artigo 139 do CPC não consegue trazer para si todo o rol de poderes. – Existem 
outros, como os poderes instrutórios do juiz que não estão ai incluídos. 
. Há muita influência das normas gerais nesses poderes do Magistrado. – Exemplo: 
igualdade entre as partes. 
 
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. É impossível a neutralidade, o que se pode ter é tratamento igualitário (garantido pelo 
sistema). – Exemplo: os prazos que a outra parte tiver, eu também vou ter. 
. Evitar atos nitidamente com intuito de procrastinar no processo. – Valendo-se da ideia 
de velar pela duração razoável do processo. 
. Magistrado não pode assumir a posição de espectador no processo, esperando que as 
partes movimentem o processo. – MAGISTRADO NÃO VAI AGIR PELAS PARTES, MAS 
ALGUNS ATOS ELE TEM COMO PROCEDER = ISSO NÃO AUTORIZA A ELE SER SENHOR DO 
PROCESSO = NÃO TEMOS MAIS QUE TER UMA VISÃO DE HIERARQUIA PROCESSUAL COM 
A SUPREMACIA DO JUIZ. 
. Indeferir atos nitidamente de caráter postulatório do processo. – ATUAÇÃO QUE DEVE 
SER FEITA COM MUITA CAUTELA. 
. V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio 
de conciliadores e mediadores judiciais; 
 . Há nitidamente um ditame no CPC de resoluções de lide que não seja 
propriamente através de uma decisão judicial. – A cultura da caneta tinha que passa = 
começar a buscar outros meios alternativos de resolução de conflitos. 
 . Mediação e conciliação não é dom, é técnica. 
 
. VI - Há uma fase instrutória, e a ideia de produção de provas não é engessada (existem 
provas típicas e atípicas). – Há então uma permissão para que o Magistrado proceda 
com uma alteração no modelo pré-estabelecido das provas, para melhor atender a 
efetividade do Direito. 
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 . Exemplo: prova pericial geralmente é ao final do processo, mas nada impede 
que ele ouça testemunhas antes para se convencer se precisa de fato fazer prova pericial 
(que é muito caro). 
. VII – poder mais administrativo para se garantir a segurança do Judiciário. 
. VIII – possibilidade de chamar às partes para esclarecimentos. – A parte pode ser 
ouvida em juízo por (i) depoimento pessoal (juiz convoca, e em caso da não 
manifestação = pena de confissão) ou (ii) para esclarecimentos do magistrado, 
transformando o processo em diligência e intimando a parte. 
. IX – princípio que valoriza a decisão de mérito. – O Magistrado ao identificar que existe 
vício processual sanável, deve intimar a parte para a procuração. 
 . Vícios processuais que sejam SANÁVEIS = UM GRANDE DESAFIO ENTENDER 
QUAIS SÃO OS VÍCIOS SANÁVEIS OU NÃO. 
 
. X – Em vista de vários processuais individuais repetitivos, o Magistrado pode intimar 
quem tem legitimidade para propor ações coletivas. 
 . Ações predatórias = A advocacia predatória é uma prática que infelizmente 
existe no nosso sistema de Justiça. Ela consiste no ajuizamento de ações em massa, 
através de petições padronizadas, artificiais e recheadas de teses genéricas, em nome 
de pessoas vulneráveis e com o propósito de enriquecimento ilícito. 
3) Dever de julgar (art. 140, CPC): 
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. Tem seu artigo desenhado nos artigos 140, 141 e 492 do CPC. – Todo conjunto 
normativo que visa proibir e delinear o poder de julgar e não-julgar. 
. Temos uma ideia de que o nosso sistema veda o non liquet = o magistrado não tem o 
direito de não julgar = o magistrado não pode se negar a julgar. – Tratado no art. 5° da 
CF e repetida a mesma ideia no art. 140 do CPC. 
 
 
 
 
. O Magistrado não pode deixar de decidir sob alegação de inexistência de normal que 
regularize o tema. – O MAGISTRADO TEM O DEVER DE JULGAR, NEM QUE PARA ISSO 
ELE TENHA QUE CRIAR UMA NORMA PARA ESSA SITUAÇÃO. 
 . Niklas Luhmann: “O Magistrado é livre para criar porque é preso para decidir”. 
– Liberdade a partir do aprisionamento. 
. Há uma grande crítica, muitas vezes baseado no senso comum, em torno do ativismo 
judicial. 
 . O ativismo judicial que vem acontecendo hoje é bom ou ruim? – FICA A 
REFLEXÃO. 
 . Temos um Legislativo que basicamente vive de referenciar medidas decisórias. 
– Acabou criando um vácuo, e quem ocupa esse vácuo deixado pelo Legislativo é a 
atividade jurisdicional. 
 . Até onde pode ir um Magistrado a título de decidir? Como aplicar isso? Não há 
uma solução fácil. – Por padrão, Magistrado não pode decidir com base na equidade. 
Todavia, caso o sistema autorize, ele pode se valer dessa decisão de equidade. – MAS O 
QUE SERIA ESSA EQUIDADE??? Parágrafo único do art. 140 do CPC é muito criticado 
neste sentido. 
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 . Não confundir o discurso que vai contra a equidade com um discurso sobre 
automação do Direito. – Ninguém nega que o magistrado interpreta e dá sua noção de 
interpretação a decisão judicial. 
 . Decisão baseada na equidade é perigosa – SAINDO DE UM CONTEXTO DE 
SEGURANÇA POSITIVISTA (QUE TEM NOÇÕES BOAS, NÃO É DE TUDO RUIM). – ISSO É 
MUITO ALÉM DO QUE SIMPLESMENTE UM PROBLEMA DE PROCESSO, MAS SIM UMA 
QUESTÃO DE ENTENDER O DIREITO. 
. O nosso sistema permite que as decisões baseadas em jurisdição voluntária, sejam 
baseadas em equidade. – ART. 723 DO CPC. 
 
. Art. 141 e 492 têm que ser interpretados em conjunto, porque trazem uma ideia de 
congruência entre o que foi pedido e o que foi decidido. - Magistrado não pode decidir 
fora do que foi pedido (extra petita – decisão diversa), além do que foi pedido (ultra 
petita) ou deixar de decidir (citra petita – eu pedi A e B, mas o magistrado só analisa A). 
– DECISÕES PROBLEMÁTICAS QUE PRECISAM CORRIGIR. – ESSES DOIS ARTIGOS, 141 E 
492 CRIAM LIMITES PARA O PODER DE DECIDIR DO ART. 140 (QUE PARECE SER 
DEMASIADAMENTE AMPLO). 
 
. Art. 142 – traz um poder importante que vem sendo utilizado justamente em ações 
agressivas/agressoras/predatórias, que permite que o magistrado identificando que as 
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partes querem obter algo que não lhes é permitido através do processo, pode extinguir 
o processo sem julgamento de mérito. 
 . O professor critica muito isso, pois diz que precisa ser mais 
debatido/aprofundado. 
 . Exemplo: famosa lide simulada na Justiça do Trabalho. – O empregador demite 
o empregado, e diz “vá na justiça que lá eu te pago”. – O reclamante acabava sendo 
penalizado com multa por litigância de má-fé, o que traduz-se numa solução muito ruim. 
 . Antigamente não existia divórcio no Brasil, e então era necessário uma ação de 
anulação de casamento, alegando problemas de fecundação etc. 
 
 
 
 
. O art. 143 vem como uma resposta para aqueles que pensam que “o juiz pode tudo”. 
– NA VERDADE, a pena/sanção administrativa máxima é a prevista neste artigo, mas isso 
não afasta sanções penais (exemplo: operação faroeste). 
. Primeiro tem que se demandar contra o Estado por eventual erro do Judiciário. 
– E o estado é quem regressa contra o juiz. 
. Contra o estado não se discute o elemento subjetivo. – Mas, quando o Estado 
regressar contra o Juiz, terá que ser comprovado se foi por dolo ou fraude. 
4) Poderes instrutórios: 
. Art. 370, CPC. – Tem muito a ver com imparcialidade. 
 
 
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. O que seria mérito do processo? É composto de uma somatória da causa de pedir + 
pedido + os pontos colocados pelo réu. 
 . É errado pensar que só o autor desenha o mérito. – Pois, o réu ao se defender 
pode trazer fato novo, que irá se somar na construção do mérito. 
. Para decidir o mérito, o magistrado precisa saber fundamentar suas decisões. – 
Formalmente será necessária a produção de prova. 
 . Prova é um elemento de convencimento. – Aquele que alega tem um ônus de 
prova. 
. O CPC permite que o magistrado de ofício ou de requerimento da parte, determine as 
provas necessárias ao julgamento do mérito. 
5) Atos do juiz: 
. Processo não se inicia e termina de maneira pré-estabelecida, ainda que existam etapas 
ideias a serem seguidas durante o desenrolar processual. 
. Fases processuais: 
. Fase inicial = oportunidade que se dá às partes de expor seus pontos. – Autor 
através da petição inicial, o réu pode contrapor. 
. Fase intermediária = busca de provas. – Prova não se liga a verdade de fato, é 
um suporte para a alegação feita. 
. Fase decisória = magistrado decide. 
. Essa separação ideal de fases é como o próprio nome diz, uma mera separação ideal. 
– Existem outros atos que distorcem essa ordem de fases ideais, como no caso da 
decisão do magistrado quanto a questão de competência/incompetência. – É UMA 
SEPARAÇÃO FLEXÍVEL. 
. O processo além das fases ideias, é composto por uma somatória de pontos menores 
= atos processuais. 
. Atos processuais – dividem-se em PRONUNCIAMENTOS e ATOS MATERIAIS. 
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 . Atos materiais: tudo o que não são pronunciamentos.- São todos os atos que 
não contém nenhum caráter de dizer algo sobre alguma coisa, seriam encarado como 
atos materiais, como exemplo: ouvir uma testemunha. 
 . Pronunciamentos: são aqueles atos que contém uma manifestação do 
magistrado, poderíamos dizer que são atos voluntários dirigidos a uma finalidade. 
. Atos de PRONUNCIAMENTO: 
. Atos decisórios: 
. Em 1° grau (art. 203, CPC): o 1° grau seria o Juízo singular = geralmente é a porta de 
entrada p/ o Judiciário. 
 . É possível, em 1° grau, se ter DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS e/ou SENTENÇAS. 
 . É um erro gigantesco dizerem que o tribunal deu uma sentença. – SENTENÇA É 
ATO DE PRIMEIRO GRAU = JUÍZO SINGULAR. 
 . Se o ato decisório pode pôr fim a uma das fases processuais em 1° grau = 
SENTENÇA. 
 
. Em 2° grau (art. 204, CPC): de uma forma mais resumida, o 2º grau diz respeito às 
atividades dos tribunais. 
 . Analisa-se a composição subjetiva do órgão que proferiu a decisão. – Analisar 
se a decisão é um ato de um componente do tribunal singular ou coletivo/colegiado. 
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. Despachos (art. 203, §3°, CPC): não contém nenhuma carga decisória. – Pronuncia-se 
o magistrado, mas nada decide. 
 
 . Despachos, por não terem carga decisória, em regra não caberão recursos. - 
Isso porque, recurso é um meio processual de correção de decisões. Logo, em regra, um 
despacho não pode prejudicar ninguém. – Exceção: possibilidade que a doutrina permite 
de apresentar Embargos de Declaração contra despacho. 
6) Impedimento e suspeição do juiz: 
. Pressupostos processuais ligados ao juiz: 
. De existência: investidura. 
 . Concurso público de provas e títulos + experiência de 3 anos OU nomeação pelo 
Chefe do Executivo. 
. NÃO CONFUNDIR INVESTIDURA OU FALTA DE INVESTIDURA COM 
INCOMPETÊNCIA. 
. De validade: 
 . Competência 
 . Imparcialidade: pode ser ferida, produzindo decisão passível de nulidade. – O 
CPC trata dessas possíveis questões de imparcialidade no estudo dos chamados 
impedimentos e suspeições – “Juiz impedido” = há uma situação do ponto de vista 
objetivo que atinge a imparcialidade do juiz. 
 . O sistema entende que uma hipótese de suspeição é menos grave do que uma 
hipótese de impedimento. – Se o juiz é impedido e decide, essa decisão pode ser objeto 
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de ação rescisória. Mas, se o juiz é suspeito e decide, existirá um prazo bem menor para 
pode se alegar isso, através de recurso, sob pena de preclusão. 
. Imparcialidade: 
. Premissas: 
 . Neutralidade x imparcialidade: Não podemos confundir neutralidade com 
imparcialidade, neutro ninguém é, seria impossível obter uma neutralidade absoluta, 
agora o juiz ele não pode ser parcial, ele precisa ser imparcial com as partes. 
. Vícios relativos à imparcialidade: 
 . Impedimento: hipóteses art. 144 do CPC. 
 
 
 . Suspeição: hipóteses art. 145 do CPC. 
 
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. Procedimento para arguição da parcialidade (art. 146, CPC): 
 
 
 
 
SUJEITOS PROCESSUAIS 
PARTES 
1) Introdução: 
. Existem os sujeitos imparciais = a figura do juiz. 
. Existem outros sujeitos parciais, dentro os quais estão AS PARTES. 
 . É necessário se desprender da ideia de que todo mundo que participa do 
processo é PARTE. – É um erro! 
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. A doutrina tem um conceito de parte ligado ao direito material. – Interesse próprio no 
litígio. 
. Algumas pessoa definem como “aquele quem pede ou contra quem é pedido alguma 
coisa”. – Parte de uma concepção mais processual, mas também deixa de fora a atuação 
de alguns sujeitos, que não necessariamente fazem pedidos relacionados ao direito 
material (que não necessariamente pedem alguma coisa). 
 . Padece da falha da incompletude. – Definições devem ser o mais completas 
possíveis do ponto analítico. 
. Didier amplia essa noção de um conceito puramente processual, tentando abandonar 
a ideia de pedido e interesse, para fazer uma análise macro. 
 . Parte seria o sujeito processual que pode assumir direitos, deveres, ônus, 
obrigações, faculdades e poderes processuais, atuando com parcialidade. 
. Tão importante quanto conceituar quem é parte, é entender o que é terceiro. 
 . Terceiro é sempre um conceito que se obtém por exclusão. 
2) Capacidade de ser parte: 
. É a condição que alguém tem, em hipótese, de assumir o papel de parte no processo. 
. É um conceito que possui uma amplitude gigantesca, com base na ideia de que temos 
do acesso à justiça amplo (art. 5°, XXXIV, CF). 
. O próprio CPC no art. 70, traz também essa ideia ampla. 
 
. Todos que podem assumir a condição de sujeito de direito, tem capacidade de ser 
parte. – Art. 5°, XXXIV, CF. 
. Não vincular personalidade a capacidade de ser parte. 
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 . Temos inúmeros exemplos de não-pessoas que podem ser partes no processo. 
– Exemplo da massa falida, mesa do senado pode propor mandado de segurança etc. 
 . Ainda que eu possa dizer que todos que tem personalidade possuem 
capacidade de ser parte. Mas, o inverso não é possível se dizer. 
 . Para que o ato processual exista, praticado pela parte, ela tem que ter condições de 
ser parte do processo. – PRESSUPOSTO DE EXISTÊNCIA. 
 . Deve-se analisar se o ato praticado pela parte é válido ou não. 
. A capacidade de ser parte envolve a ideia de poder acessar ao judiciário. – Quem pode 
assumir essa posição? Todos aqueles que podem ser sujeitos de direito (art. 70 do CPC 
e art. 5°, XXXIV da CF). 
 . Envolve a investigação de quem pode acessar o judiciário. 
3) Capacidade processual: 
. Em alguns momentos ela se desprenderá totalmente da capacidade material, e vice-
versa. 
. A capacidade processual é uma condição específica. – Aquele que pode ser parte no 
processo, deverá por conta do ordenamento jurídico, se apresentar como em juízo? 
Algumas vezes poderá ir sozinho, outras vezes o legislador exige que seja assistido, 
representado (exemplo do art. 71, CPC). 
. Didier: “A capacidade processual é aptidão para praticar os atos processuais 
independentemente de assistência ou representação (pais, tutor, curador etc.), 
pessoalmente ou por pessoas indicas pela lei, tais como o síndico, administrador judicial, 
inventariante etc. 
. Didier: “A capacidade processual pressupõe a capacidade de ser parte”. 
. Didier: “Há uma estreita relação entre a capacidade processual e a capacidade material 
(capacidade de exercício), conforme demonstra a regra do art. 70 do CPC. No entanto, 
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são capacidades autônomas e distintas. O sujeito pode ser processualmente capaz e 
materialmente incapaz ou processualmente incapaz e materialmente capaz”. 
 . Alguém processualmente capaz é materialmente incapaz – Exemplo: menor 
com 16 anos que pode ajuizar ação popular. 
 
 
. Réu revel: regularmente citado e que não se defendeu. 
 . Um dos grandes efeitos da revelia, é que as alegações fáticas feitas pela outra 
parte serão presumidas como verdadeiras. 
. Citação por hora certa: o oficial de justiça vai até o endereço do réu, e desconfia (com 
provas) que o réu está tentando se esconder/fugir da citação. – O oficial tem que 
certificar isso em Juízo. – Ele pode avisar ao vizinho, ou qualquer pessoa que esteja ali, 
que voltará no dia x e hora y para completar a citação. O oficial de justiça retorna, e 
estando ou não a pessoa = se dá como citado. 
. Art. 72, CPC – situações da curadoria especial. 
 . Curadoria especial = curadoria processual, limitada ao processo. – ISSO É 
DIFERENTE DA CURADORIA DO DIREITO MATERIAL, A QUAL PERMITE A ATIVIDADE EM 
ATIVIDADES OUTRAS QUE NÃO SOMENTE O PROCESSO. 
. Art. 73 do CPC – trata da atuação das pessoas casadas em juízo. 
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. Didier: “O casamento é fato jurídico que repercute de forma bastante significativa no 
processo civil, mais especificamente em relação à capacidade processual das pessoas 
casadas”. 
. Consentimento do outro = NÃO É NECESSÁRIO QUE OS DOIS ATUEM EM CONJUNTO, 
BASTA O CONSENTIMENTO DO OUTRO. 
 . E se o cônjuge não quiser dar o consentimento? Terei meu direito de ação 
cessado? – Aqui (no caput do art. 74, CPC) a pessoa casada está propondo a ação: 
 
 
 
 
. OBS: Litisconsórcio: 
 . Fenômeno que envolve pluralidade de partes. 
 . Pode ser classificado como ativo (quando envolve mais de um autor), passivo 
(quando envolve mais de um réu), misto (mais um de autor e mais de um réu). 
 . Pode ser facultativo (depende da vontade das partes para sua formação) ou 
necessário (ocorre por questões normativas). 
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 . Geralmente os litisconsórcios são facultativos. 
. Quando uma pessoa casada está no polo passivo na ação: 
 . Ambos os cônjuges serão necessariamente citado. – AQUI O AUTOR TEM QUE 
PROPOR A AÇÃO CONTRA OS DOIS. – Art. 73, §1°. – Justificativas: (i) essa ação pode 
acabar reverberando no patrimônio do casal = preocupação com a entidade familiar (ii) 
ou pode envolver questão que diz de fato a respeito aos dois. 
 . Inciso II do art. 73 – responsabilidade solidária. – Litisconsórcio passivo 
necessário = exigência normativa. 
 . Inciso II do art. 73 – as dívidas contraídas por um dos cônjuges, pode reverbera 
no patrimônio comum do casal. – Pode ser que exista uma responsabilidade dos dois se 
comprovar que a dívida foi em prol da família = por isso exige-se a citação, para que se 
manifestem a respeito. 
 . Inciso IV do art. 73 – novamente preocupação com o patrimônio comum do 
casal. 
 
 
. §2° - Nas ações possessórias a ideia do Art. 73 caput será utilizado aqui somente se 
caso a composse que é quando ambos os cônjuges assumiam uma posse, seja praticado 
tais atos em conjunto pelos cônjuge. 
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. §3° - pensado num contexto de comprovação cartorária. 
 
. Ausência dos pressupostos: 
 
4) Capacidade postulatória: 
. Não é um atributo da parte em si, mas sim de certos sujeitos que auxiliam a parte para 
complementar este pressuposto processual. 
 . A parte que não seja formada em direito; que não seja inscrita regularmente 
nos quadros da Ordem; que não seja o MP; que não seja o defensor e nem a AGU, não 
possuem capacidade postulatória. – PRECISARÃO DE ALGUÉM PARA SUPRIR ESSA 
CAPACIDADE. 
. OBS: 
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. Capacidade de ser parte: em hipótese, quem pode figurar no processo? 
Praticamente todos aqueles que podem ser sujeitos de direitos. 
 . Capacidade processual/de estar em juízo: aquele que tem capacidade de ser 
parte, tem que se apresentar como em juízo? Investigo se ela pode se apresentar só, ou 
se necessita da figura do representante, assistente, curador especial etc. 
 . Capacidade postulatória: esse que tem capacidade de ser parte e tem 
capacidade processual, pode praticar os atos sem ajuda de alguém? - DIZ RESPEITO APRÁTICA DIRETA DE ATOS PROCESSUAIS (como se produzirão os atos processuais? Uma 
investigação muito mais restrita). – Advogado, MP, defensor, AGU etc. = possuem 
capacidade postulatória. 
. A regulamentação da capacidade postulatória se dá pelo CPC e pelo Estatuto da OAB. 
 . Existe uma área de interseção entre o CPC e o Estatuto da OAB. – O CPC 
praticamente repete alguns dispositivos do Estatuto da OAB = isso porque, infelizmente 
o Estatuto da Ordem na prática acaba sendo visto como algo coorporativo, que não é de 
fato seguido = buscou-se uma “eficácia-social maior”. 
. Em face desta interseção da OAB com o CPC, quem tem capacidade postulatória em 
nosso ordenamento? Em regra, advogados com inscrição regular na OAB; integrantes 
do MP (promotores, procuradores de justiça etc.); defensores públicos; advogados 
públicos, como a AGU. 
. Além desse arcabouço normativo, por exemplo, a Lei dos Juizados Especiais (Lei 
9.099/95), a CLT e a CF (quando trata por exemplo do HC) = PODEM AUTORIZAR 
PESSOAS OUTRAS QUE NÃO AS ANTERIORMENTE CITADAS, ATRIBUINDO-AS 
CAPACIDADE POSTULATÓRIA. 
 . No Juizado pode se ter qualquer pessoa postulando sem ajuda dos advogados 
em causas de até 20 salários-mínimos. 
 . CLT – empregado pode também propor ação por conta própria. 
 . CF – habeas corpus. 
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 . Nós temos até mesmo outros diplomas que permite também a outros sujeitos 
o acesso à justiça sem que para isso precise de alguém que goze de capacidade 
postulatória. 
. OBS: dica de leitura – “Acesso á Justiça” de Mauro Cappelletti = analisa os problemas 
de acesso à justiça, e um deles é o problema cultural. – Uma das grandes coisas das 
pessoas não acessarem a justiça é porque não conhecem os seus direitos. 
. É MUITO PERIGOSO SE ENTRAR NUM DISCURSO DE AMPLIAÇÃO DA CAPACIDADE 
POSTULATÓRIA = VIÉS DE DISPONIBILIDADE (CASO CONCRETO). – Quase sempre quando 
a parte acessa à justiça sem alguém que goze de capacidade postulatória = chances de 
perder são maiores. 
. Promotor é promotor após aprovado numa concurso de provas e títulos = advém a 
capacidade postulatória. – Defensor público e AGU também. 
. FORMA DE CONSTITUIÇÃO DO ADVOGADO PELO CPC: 
 . Advogado faz o exame de Ordem, o que lhe confere uma capacidade 
postulatória ampla. Entretanto, para atuar em determinados processos, se fará 
necessário de um ato jurídico documentalizado. 
 
 
 
 
 
. Art. 104, CPC – EXIGE QUE O ADVOGADO APRESENTE PROCURAÇÃO (é um ato jurídico 
através do qual alguém outorga poderes a outra pessoa, para que faça determinado 
ato). 
. A procuração do art. 104 do CPC que permite atuar em juízo pode ser: 
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. (i) Uma procuração genérica, também chamada de ad judicia, a qual dará aos 
advogados poderes mais básicos possíveis para atuar em juízo – art. 105 do CPC = 
praticar todos os atos do processo, EXCETO o que prever este artigo; 
 
 
 
 
 
. (ii) Procuração com poderes especiais, atos elencados no art. 105 que exigem 
procuração especial – citação (em regra só a parte, mas através da procuração especial 
dada ao advogado é possível); confessar (praticamente disponibiliza o direito = admito 
como verdadeiro um fato contrário ao interesse próprio – está no plano fático = admito 
que aquela alegação fática não é verdadeira); reconhecer a procedência do pedido 
(plano normativo = reconheço que aquela situação jurídica realmente tem que ser 
acolhida); transigir (fazer um acordo); desistir; renunciar o direito sobre o qual se funda 
a ação; receber; dar quitação (dizer “realmente foi como tinha que ser feito”); firmar 
compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica (possibilidade de 
pedir o benefício da justiça gratuita = um dos requisitos é que a parte declare = se o 
advogado quiser assinar isso, deverá ele ter poder especial). 
 . OBS: problema da gratuidade da justiça = quase que inevitavelmente quem vai 
pagar por isso é o Estado = necessidade de repensar essa ideia de gratuidade da justiça 
como tão somente uma forma romantizada de acesso à justiça. 
 
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. § 3° - a sociedade de advogados poderá também ser intimada, por isso a necessidade 
de informar. 
 
. Advogado pode sim postular em causa própria. – O professor não recomenda, pois 
acaba se “advogando com fígado” = muito emocional. 
. Optando o advogado por advogar em causa própria, deverá seguir o dito no art. 106 
do CPC. 
 
. Art. 111 do CPC – ao fim do ato de outorga da procuração. 
 
. Pode o advogado renunciar aos poderes? Sim. – Deve provar que comunicou a parte, 
juntando no processo (essa comprovação é desnecessária quando a procuração tiver 
sido outorgada para vários advogados). – Fica vinculado a este processo durante 10 dias 
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seguintes, como tempo para que a parte constitua novo advogado e para que não se 
perca prazo. 
5) Legitimidade: 
. É diferente de qualquer uma das capacidades, e diz respeito a atos específicos. 
. Sempre que se faz um estudo de legitimidade = analisa-se a prática de atos específicos. 
. Questão de poder ou não pleitear em nome próprio a defesa de direito alheio. 
. Podemos classifica-la em duas grandes espécies: 
 . Ordinária (art. 18, CPC): permite a parte pleitear em juízo em nome próprio a 
defesa de direito próprio. – ISSO NÃO SE CONFUNDE COM CAPACIDADE POSTULATÓRIA. 
– Exemplo: o fato de eu ser advogado e poder advogar para minha esposa, não quer 
dizer que estou postulando em meu nome um direito dela = na relação jurídica 
processual é ela que aparece como parte autora = ela apenas supre a ausência de 
capacidade postulatória através de um advogado = logo não há desrespeito a 
legitimidade ordinária. 
 
 
 
 
. Extraordinária (art. 18, CPC): figura do substituto processual = aquele que pode 
atuar em nome próprio um direito alheio = substitui a parte naquele processo, não 
precisando de procuração para tal. - O próprio art. 18 abre campo para que atuar em 
nome próprio por direito alheio = quando autorizado pelo ordenamento jurídico. – 
EXEMPLO: sindicato = quando está e em juízo não está defendendo direito dele, mas 
sim do grupo. 
. Durante muito tempo se afirmou que a legitimação extraordinária advinha tão 
somente da lei. – O art. 18 diz que advém do ORDENAMENTO JURÍDICO (pode se 
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outorgar, por exemplo, através de negócio jurídico processual = tem muita importância 
prática = Exemplo: nos juizados especiais não se admite que alguém vá a juízo quando 
incapaz, mas em muitas vezes a capacidade pode advir por exemplo de uma doença, 
então pode ser que a autora não possa ir até a audiência. Mas, diante da possibilidade 
de outorgar a alguém poder para em nome próprio atuar em nome da pessoa, resolve-
isso (antes ficava-se postergando a audiência, agora com a possibilidade de outorgar a 
alguém isso muda). 
. Exemplo: habeas corpus – posso entrar em meu nome para pedir liberdade para 
qualquer pessoa que esteja em situação de prisão ilegal. – NÃO ESTÁ SE 
REPRESENTANDO ELA, QUEM ESTÁ COMO PARTE É QUEM PEDIU O HABEAS CORPUS. 
. Quem está em juízo não é incapaz, é capaz , MAS ESTÁ DEFENDENDO DIREITO 
DE OUTRO QUE NÃO O PRÓPRIO. – Há utilidade em pensar isso em face de negócio 
jurídico processual. 
6) Litisconsórcio: 
. Fenômeno muito comum de acontecer em processo. 
. Vai envolver a noção de que é possível atuar em conjunto em processos. – A parte 
pode, seja como autora ou ré, ter ao seu lado outros autores ou réus. 
. PLURALIDADE DE PARTES – Noção fundamental para entender o litisconsórcio. 
. Nãoconfundir litisconsórcio com tutela coletiva (processos coletivos). 
 . No processo/tutela coletiva, geralmente trata-se de direitos de muitos (assim 
como acontece no litisconsórcio). MAS, na tutela coletiva ocorre o fenômeno da 
legitimação extraordinária = quem vai em juízo pedir a tutela coletiva não são os 
titulares do direito (exemplo: não são todos os moradores da margem de um rio que foi 
poluído que irão a juízo pedir indenização por dano ambiental = seria inviável do ponto 
de vista prático = outorga-se para entes específicos, como MP e defensoria pública), mas 
sim entes específicos outorgados para ir à juízo (como MP, defensoria pública, ação 
popular, sindicatos, associações constituídas há mais de 1 ano etc.). – TEM-SE A 
ATUAÇÃO DE UMA PARTE E NÃO DE TODOS, apesar de se ter a defesa de direitos de 
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muitos (assim como acontece no litisconsórcio, mas isso não aproxima uma coisa da 
outra = tratamentos totalmente distintos). 
. Que situações jurídicas admitem litisconsórcio? – Hipóteses no art. 113, 
CPC: 
 
I – comunhão de interesses, exemplo: um mesmo autor contra 2 devedores solidários 
(sei que quando há obrigação solidária posso escolher cobrar de uma só pessoa, mas 
também posso entrar com processo contra todos). 
II – conexão de interesses (tem-se relações conexas, isto é, não necessariamente se tem 
a mesma causa de pedir e/ou pedido), exemplo: dois consumidores contra a mesma 
operadora de telefonia = são contratos distintos, em que ambos poderiam optar por 
escolher litigar individualmente, mas por conexão resolveram se unir, cujo objetivo é 
tentar traçar conexões entre as provas, economia processual etc. 
 . Algumas situações deste caso, o litisconsórcio pode atrapalhar, criando a figura 
do litisconsórcio multitudinário. 
III – afinidade de interesses (é o elo mais tênue que temos), em que as demandas 
poderiam ser completamente distintas (não se tendo muita utilidade do ponto de vista 
probatório), mas ainda assim se permite que as partes se unam e litiguem. – Exemplo: 
um cidadão que tenha alugado diversos imóveis a inquilinos distintos, cada um com seu 
contrato, e esse proprietário tenha reajustado o valor dos contratos com índice 
ilegal/diverso do estabelecido = todos os inquilinos podem litigar individualmente em 
face desse proprietário, mas por afinidade escolhem o litisconsórcio (economia 
processual, facilidade na defesa de interesses etc.). 
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. §1° e §2° - OBS: litisconsórcio multitudinário – é aquele que por sua dimensão possa 
causar dificuldade no direito de defesa da outra parte ou dificultar a própria condução 
do processo pelo juiz. 
 . Exemplo: 50/500/5000 empregados alegando insalubridade devida contra o 
mesmo empregador. – ISSO É MUITO DIFÍCIL SE PENSANDO NA CONDUÇÃO 
PROCESSUAL. 
 . O juiz pode nessas situações fazer o desmembramento do processo. – ISSO NÃO 
SIGNIFICA EXTINGUIR O PROCESSO. – O MAGISTRADO VAI REDIMENSIONAR, E NÃO 
EXTINGUIR. – Essa ideia de limitação, redimensionamento, desmembramento pode ser 
requerido pela parte. 
. Classificações: 
. Quanto ao polo onde ocorre: 
 . + de um ator = litisconsórcio ativo. 
 . + de um réu = litisconsórcio passivo. 
 . + de um ator e + de um réu = litisconsórcio misto. 
. Quanto ao momento da formação: 
 . litisconsórcio formado já desde o início do processo (petição inicial) = 
litisconsórcio inicial. 
 . litisconsórcio fruto das intervenções de terceiros, formado após o início do 
processo = litisconsórcio ulterior/posterior. – Existem alguns problemas relativos a esse 
tipo de litisconsórcio, principalmente no que diz respeito a lesão do princípio do juiz 
natural (exemplo: mandado de segurança de um servidor público contra o estado = 
nesta situação, suponha que esse mandado de segurança irá reverberar em outros 
servidores = o servidor que entrou com o MS consegue o que pediu = outros servidores 
pedem p/ entrar no processo e requerem extensão subjetiva para eles do direito 
concedido = lesão ao princípio do juiz natural, pois o servidor que formou o litisconsórcio 
ulterior/posterior “escolheu” o juiz que já havia julgado aquele processo concedendo o 
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direito que se almeja – DOUTRINA TEM DEFENDIDO QUE PARA QUE SEJA FORMADO 
LITISCONSÓRCIO ULTERIOR FACULTATIVO EM CASOS DE MANDADO DE SEGURANÇA, 
ISSO DEVE SER FEITO ATÉ ANTES DE EXISTIR UMA DECISÃO LIMINAR, PARA QUE SE EVITE 
ESCOLHER JUÍZES). 
. Quanto à obrigatoriedade de formação – Qual o motivo de algumas situações exigir-se 
a atuação conjunta de autores e/ou réus? Liga-se diretamente ao perigo jurídico de dar 
tratamento diverso àquelas partes que litigam em conjunto. – Exemplo: MP entra com 
ação de anulação de casamento = é natural que se pense que irá se entrar contra os dois 
cônjuges, porque correria o risco de se ter casamento anulado para um e não para outro. 
 . Facultativo: não precisa ser obrigatoriamente formado. 
 . Necessário: a lei exige. 
. Quanto à uniformidade de julgamento (art. 116, CPC): 
 . Simples: as partes são tratadas de forma autônoma. – Exemplo: AUTOR 1 e 
AUTOR 2 litigando contra o mesmo réu = nada impede que ao final do processo se tenha 
o AUTOR 1 vencendo e o AUTOR 2 não. 
 . Unitário: como se ambas as partes fossem uma só, dando-se tratamento 
jurídico como se fossem um só de fato. – Exemplo: toda prova do AUTOR 1 
valerá/ajudará AUTOR 2; o recurso do AUTOR 1 ajuda o AUTOR 2 também etc. 
. Ausência de formação do litisconsórcio: 
. Constatando o juiz que o litisconsórcio não se formou, o art. 115, parágrafo único: (i) 
se for um caso em que o litisconsórcio era necessário, o juiz deverá intimar o autor para 
que ele requeira a intimação dos outros autores que devem integrar a lide, sob pena de 
extinção do processo (NÃO É O JUIZ QUE FAZ A INTEGRAÇÃO, UMA VEZ QUE ISSO NÃO 
É POSSÍVEL. O QUE ELE FAZ É DETERMINAR QUE A PARTE COMPLEMENTE/FAÇA A 
INTEGRAÇÃO). 
 . Supondo-se uma situação em que decorra todo o processo sem que o juiz 
perceba que era necessária a integração dos demais autores, e proferiu decisão de que 
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a revelia de ter se formado litisconsórcio, o qual não foi formado. – O QUE OCORRE COM 
A DECISÃO? Se for litisconsórcio simples, a decisão será ineficaz para o litisconsorte que 
não foi integrado (o ato existe, é válido, mas só produz efeito para quem de fato está 
integrado no processo), tal qual aponta o inciso I do art. 115. - Por outro lado, se for 
litisconsórcio unitário, se terá a nulidade da decisão (não é mera ineficácia, mas sim a 
invalidade de fato), tal qual aponta o inciso II do art. 115. 
 . Mesmo o juiz mandando fazer a integração, mas não fazem. - 
 
 
 
 
 
 
. Art. 116 do CPC define o que é litisconsórcio unitário. 
 
 
 
. Art. 117, CPC: 
 
 
. Caso de litisconsórcio unitário – MP x 2 cônjuges em ação de anulação de casamento. 
No curso do processo, 1 dos cônjuges deixa para lá, nada mais fazendo no processo = 
atos e omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. – Ocorre 
aproveitamento subjetivo dos atos de um p/ outro. 
 . NO LITISCONSORTE SIMPLES É CADA UM POR SI. 
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. Art. 118, CPC: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
1) Introdução: 
. Terceiro: universo MENOS os sujeitos do processo. 
 . Todo mundo que não é sujeito do processo, para aquele processo ele é 
considerado terceiro.. Didier, pág. 557: Terceiro é conceito que se determina por exclusão ao conceito de 
parte. Afirma Barbosa Moreira: "é terceiro quem não seja parte, quer nunca o tenha 
sido, quer haja deixado de sê-lo em momento anterior àquele que se profira a decisão". 
Trata-se de conceito simples, decorrente da simples inatividade em relação ao processo. 
 . São duas as premissas fundamentais da teoria da intervenção de terceiro: a) 
terceiros são todos os sujeitos estranhos a dado processo, que se tornam partes a partir 
do momento em que intervenham; b) o acréscimo de sujeitos ao processo, em qualquer 
hipótese de intervenção, não importa criação de processo novo - a presença de um 
sujeito a mais torna o processo mais complexo, mas ele é sempre o mesmo. 
 . Há intervenção de terceiro espontânea, pela qual o terceiro pede para intervir 
(p. ex.: assistência e o recurso de terceiro), assim corno há intervenção de terceiro 
provocada, quando o terceiro é trazido a juízo (p. ex.: chamamento ao processo). 
. Sempre uma ideia relacional: analisar aquele processo. 
. Para longe de uma conceituação técnica, a intervenção de terceiros aparece como 
instrumentos que um terceiro adentre processo alheio (ideia de instrumentalidade). 
. Mecanismo trazido na lei que permite que aquele que não é parte do processo, 
torne-se sujeito processual. 
. Didier: A intervenção de terceiro é fato jurídico processual que implica modificação de 
processo já existente. Trata-se de ato jurídico processual pelo qual um terceiro, 
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autorizado por lei ou por negócio processual5 , ingressa em processo pendente, 
transformando-se em parte. 
. Interesse de agir: interesse do terceiro para compor/participar da lide. – VAI SER O 
PEDÁGIO QUE HÁ DE SER PAGO PARA CADA TIPO DE INTERVENÇÃO QUE TEMOS EM 
NOSSO SISTEMA. 
 . Pode ser um interesse absolutamente genérico, como nos casos da intervenção 
chamada de assistência. – Seria como um pedágio bem pequeno. 
 . Não são caminhos que devem ser tratados da mesma forma, porque o 
tratamento normativo é diferenciado diante de cada caso. 
 . O MAGISTRADO É O RESPONSÁVEL POR FAZER ESSA ESPÉCIE DE CONTROLE DE 
ADMISSIBILIDADE. – Pode o Magistrado negar, admitir ou até mesmo alguém que já 
estava no processo. 
. OBS: processo incidente é aquele processo que produzirá efeitos sobre outro. 
 . Incidente processual ocorre dentro do mesmo processo. Já o processo incidente 
não. – Isso ocorre pelos mais variados motivos, as vezes questões relacionadas à 
competência etc. 
. OBS: A inadmissibilidade ou admissibilidade de um terceiro não extingue processo, o 
máximo que pode acontecer é se deslocar a competência. – Exemplo: União pede para 
intervir, esse pedido desloca o processo para JF se estiver na JE, mas se chegar lá e o juiz 
falar que esse processo não é de interesse da União, o processo não será extinto, voltará 
para o foro estadual. 
. Na maioria das vezes, as intervenções de terceiros acontecem através de incidentes 
processuais, mas também existem situações em que essa intervenção pode provocar 
processo incidente (exemplo da chamada “oposição”, um procedimento especial, sendo 
solucionadas através de decisões interlocutórias, o que reverbera no sistema recursal, 
isto é, o terceiro poderá ou não propor recurso, qual tipo etc.). 
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. Didier: Processo incidente é um processo novo, instaurado em razão de um processo 
existente, que dele se desgarra, mas nele produz efeitos. É um processo filhote: nasce 
de um processo existente, mas adquire vida própria. Considera-se incidente esse 
processo, porque foi instaurado sempre de algum modo relacionado a algum processo 
pendente e porque visa a um provimento jurisdicional que de algum modo influirá sobre 
esse ou seu objeto. São exemplos: a) embargos de terceiro (arts. 674 e segs., CPC); b) 
oposição (arts. 682 e segs., CPC); c) reclamação (arts. 988 e segs., CPC); d) mandado de 
segurança contra ato judicial. 
. Didier: Incidente do processo é processo novo, que de modo não necessário surge de 
um processo já existente, e a ele se incorpora, tornando-o mais complexo. O incidente 
do processo é um galho novo, que o processo, como árvore, passa a ter. Por isso se diz 
que o incidente do processo é uma ramificação do processo originário. São exemplos: a) 
alegação de suspeição ou impedimento do juiz; b) incidente de resolução de demandas 
repetitivas (arts. 976 e segs., CPC); c) conflito de competência (arts. 951 e segs., CPC); d) 
incidente de arguição de inconstitucionalidade (arts. 948 e segs., CPC). 
. CADA INTERVENÇÃO SE LIGA A UM INTERESSE. – Exemplo: denunciação da lide se liga 
a ideia de regresso. – A assistência é a que tem um interesse mais fluído, se ligando a 
uma situação relacionada aos efeitos principais do processo sobre o terceiro. 
. Pode ser voluntária (onde o terceiro pede para ingressar) ou coacta (determinada pelo 
magistrado, geralmente solicitada pela outra parte). 
2) Fundamentos para as intervenções de terceiros: 
. Didier: Todo processo, de alguma maneira, afeta a terceiro. Ora se trata de um reflexo 
emocional, ora econômico, ora jurídico. O Direito Processual Civil disciplina os casos em 
que se permite o ingresso de terceiro em juízo, em razão do vínculo que mantém com a 
causa. 
. Classicamente, os fundamentos para intervenções de terceiros, gravitam em torno 
de 2 grandes vetores: (i) efeitos de uma decisão judicial e (ii) a economia processual. 
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– O PROFESSOR PROPÕE INCLUIR UM TERCEIRO VETOR: o vetor relacionado a 
discussão do precedente judicial. 
. Efeitos de uma decisão judicial, e como isso pode ou não justificar a 
intervenção do terceiro no processo alheio? 
. Basicamente temos 3 efeitos relacionados as decisões judiciais: 
 . Principais/diretos: relacionam-se com o conteúdo da decisão judicial. – Esse 
conteúdo pode ser simplificado em 3 espécies: (i) declaratório, em que o magistrado 
certifique (ou não) a ocorrência de um fato ou relação jurídica, como exemplo de uma 
ação de investigação de paternidade em que se declara que o sujeito é o pai, e o efeito 
dessa decisão declaratória é trazer a certeza; (ii) constitutivo, quando a decisão 
reconhece a existência e também implementa na prática o exercício de um direito 
potestativo, e o efeito será a modificação, extinção ou criação de uma nova 
relação/situação jurídica; e (iii) condenatório, se ligam ao campo das obrigações, em que 
o juiz reconhece a existência da obrigação, declarando-a como existente, e declarando 
também que é necessário cumprir a obrigação, permitindo que as partes peçam o 
cumprimento forçado da obrigação através de medidas executivas. 
. OBS: efeito de decisão declaratória e constitutiva, segundo o professor, não teriam 
como atingir um terceiro em uma visão geral, a priori/classicamente. Por outro lado, 
uma vez que as decisões condenatórias se ligam ao campo obrigacional que é 
completamente prático, isso implicará no atingir de terceiros no plano jurídico. 
 . Anexos: são aqueles efeitos que são agregados à decisão pelo legislador. – Não 
decorrem diretamente do conteúdo. – Exemplo: correção monetária, arbitramento dos 
honorários advocatícios, aplicação de juros, hipoteca judicial = legislador agrega 
normativamente isto à decisão. 
 . Reflexos: efeitos que decorrem da complexidade da tecitura social (das relações 
humanas). 
3) Assistência: 
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL I – FBD – SALAZAR – 2021.2 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 
5
2 
 
. Pessoa tem que ter interesse na causa para ser assistente. 
. Espectro de possibilidade de ocorrer muito grande. – Grande forma de terceiro intervir. 
 
 
 
 
 
. Assistência Simples – arts. 119 a

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