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CIRCULAÇÃO COLATERAL

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Circulação colateral é um mecanismo de defesa do organismo, para irrigar ou drenar 
determinado território quando há obstrução de artérias ou veias de relativo calibre. No caso de haver 
uma obstrução de um vaso mais calibroso que participe da rede anastomótica, o sangue passa a 
circular ativamente por estas variantes, por conta da diferença de pressão, estabelecendo-se uma 
efetiva circulação colateral. 
 MEMBRO SUPERIOR 
Circulação colateral em torno da escápula (do ombro): Haverá anastomose entre os ramos da a. 
subclávia e ramos da a. axilar, tal circulação colateral se desenvolverá em torno da escápula. tão eficiente 
que permite a ligadura da terceira parte da artéria subclávia (vai da margem lateral do músculo escaleno 
anterior até a margem lateral da primeira costela) ou da primeira parte da artéria axilar (situa-se entre a 
margem lateral da primeira costela e a margem medial do músculo peitoral menor). Artérias envolvidas são: 
artéria subescapular (ramo da artéria axilar; origina artéria toracodorsal e circunflexa da escápula), a. 
circunflexa da escápula, a. escapular descendente (ramo da segunda porção da artéria subclávia, pelo 
tronco costocervical), a. supra-escapular (ramo da primeira porção da artéria subclávia, pelo tronco 
tireocervical) e ramos das aa. Intercostais (ramo da artéria torácica). 
Obstrução da a. braquial (circulação colateral do cotovelo) – responsável pela mão rosada: Haverá 
anastomose entre a a. braquial (Continuação da artéria axilar, possui trajeto descendente pelo braço e na 
fossa cubital. Localiza-se no plano mediano) pelos ramos colateral ulnar superior e colateral ulnar inferior, 
com a a. ulnar (Também se origina na fossa cubital e segue em direção ao punho, podendo ser sentida 
lateralmente ao tendão do m flexor ulnar do carpo) , pelos ramos recorrentes e entre a a. braquial profunda 
(irriga o tríceps; cruza posteriormente o terço médio do úmero juntamente com o nervo radial) pelos ramos 
colateral medial e colateral radial, com a a. radial (Origina-se na fossa cubital e daí segue em direção ao 
punho recoberta pelo m. braquiorradial no seu trajeto (descendente) proximal. Na porção distal do antebraço 
torna-se superficial, posicionando-se lateralmente ao tendão do m. flexor radial do carpo), pela a. recorrente 
radial (Nasce próximo à origem da a. radial e tem trajeto ascendente sob o m. braquiorradial) 
 MEMBRO INFERIOR 
Circulação colateral do quadril: É uma via alternativa em casos de obstrução da a. femoral. Pode ocorrer 
por meio da a. ilíaca interna (ramos terminais da ilíaca comum no nível da articulação sacro-ilíaca) e seu 
ramo, a. glútea inferior (emerge na margem inferior do musculo piriforme, em companhia das veias e do 
nervo glúteos inferiores), que se anastomosa com as aa. Perfurantes e ramos ascendentes da circunflexa 
femoral lateral, que são ramos da femoral e femoral profunda. Dependendo do local da obstrução na artéria 
femoral, poderá ocorrer uma circulação através das aa. circunflexa medial e lateral, que se anastomosa com 
a femoral mais inferiormente ao trombo, ou até mesmo estabelecer anastomoses com a a. poplítea. 
As artérias surais lateral e medial, que estão situados profundamente aos tendões de ambos 
gastrocnêmios e do plantar, são a única fonte de irrigação par ao musculo gastrocnêmio. Dessa forma, se 
obstruída, a irrigação do musculo gastrocnêmio fica altamente prejudicada, levando ao quadro de 
“claudicação intermitente”, com dor na panturrilha durante a marcha. Se não houver possibilidade de 
circulação colateral na região, o gastrocnêmio sofrera isquemia 
Obstrução na a. poplítea ou femoral distal (circulação colateral do joelho): A rede articular do joelho 
periarticular, uma rede de vasos que circundam o joelho e garantem circulação colateral capaz de manter a 
vascularização da perna durante a flexão completa do joelho, o que pode causar acotovelamento da artéria 
poplítea. Haverá anastomose entre: aa. superiores e inferiores do joelho (ramos da artéria poplítea), ramo 
descendente da a. circunflexa femoral lateral (passa posteriormente aos músculos sartório e retofemoral, se 
divide em ramos ascendentes, transverso e descendente que nutrem os músculos adjacentes), a. 
descendente do joelho (Origina-se da artéria femoral logo antes de sua terminação no extremo distal do 
canal dos adutores. Não atravessa o hiato dos adutores. É acompanhado pelo nervo safeno e da ramos 
articulares para o joelho, participando da formação da rede arterial da articulação do joelho. Essa artéria 
possui dois ramos terminais: o ramo safeno e o ramo articular), ramo circunflexo fibular, a. recorrente tibial 
anterior (ramo da artéria tibial anterior) 
Obstrução da v. ilíaca externa/ veia ilíaca comum/ veia femoral: nesse caso, a drenagem ocorrerá pela 
v. safena magna (formada pela união da veia dorsal do hálux e o arco venoso dorsal do pé), a qual tem 
como tributária a v. epigástrica lateral que através de anastomoses umbilicais comunica-se com a v. torácica 
lateral (é formada pela confluência de tributarias que nascem na região umbilical, e desemboca na veia 
axilar). A v. torácica lateral é tributária da v. axilar, a qual desemboca na v. subclávia (vem da v. 
braquiocefálica que vem da veia cava superior. 
- Na região umbilical, ocorrem anastomoses entre as tributarias que formam as veias torácicas lateral e 
epigástrica superficial. Como a via axilar é afluente da veia cava superior e a veia safena magna, da veia 
cava inferior, as anastomoses criam um canal venoso entre as veias cavas (superior e inferior) denominado 
canal toracoepigastrico. Assim, se a veia femoral for obstruída, o membro inferior ainda poderá ser drenado 
 
finalmente, a veia cava superior 
- Obstrução na veia lombar: Nesse caso a drenagem será feita pelas vv. lombares direita e esquerda, sendo 
que a v. lombar direita desembocará na v. ázigos e a v. lombar esquerda na v. hemiázigos. Essa desemboca 
na v. ázigos, a qual desemboca na v. cava superior. 
- Obstrução da v. poplítea: nesse caso, a drenagem será feita pela v. tibial anterior e terá o seguinte trajeto: 
v. tibial anterior, ramo recorrente da tibial anterior, ascendente do joelho, circunflexa femoral lateral, v. 
superior e inferior do joelho, descendente do joelho e por fim v. femoral. 
 CABEÇA E PESCOÇO 
As artérias subclávias (direita e esquerda) têm como ramo a artéria vertebral, muito importante para 
a irrigação sanguínea do encéfalo, parte superior da medula espinal, cerebelo e o lobo occipital do cérebro. 
Passam através dos forames transversos das vértebras cervicais, pelo forame vertebral do Atlas, cruzando 
o forame magno atingindo a cavidade craniana, onde se anastomosam formando a artéria basilar (sistema 
vertebrobasilar). Um deslocamento nas vértebras cervicais pode provocar um pinçamento na artéria 
vertebral, alterando o fluxo de sangue para o encéfalo. Como existe uma anastomose entre as artérias 
vertebrais, existe uma possibilidade de circulação colateral no caso de obstrução da artéria subclávia 
(síndrome do roubo da subclávia) 
Como a artéria oftálmica é ramo da artéria carótida interna, as anastomoses no nível do ângulo 
medial do olho constituem, na verdade, uma comunicação entre artérias carótidas interna e externa (pela 
artéria angular). Estas anastomoses auxiliam na circulação colateral após a ligadura da artéria carótida 
comum ou externa de um dos lados 
Artéria Occipital: Essa se origina do contorno posterior da artéria carótida externa e, próximo à sua 
origem, o nervo hipoglosso cruza seu contorno anterior. Dirige-se superior e posteriormente, cruzando a 
artéria carótida interna e a veia jugular interna e aloja-se no sulco occipital do osso temporal, medialmente 
ao processo mastoide. Finalmente, perfura o musculo trapézio e divide-se em vários ramos para o couro 
cabeludo. Dentre esses ramos, o que mais se destaca é o ramo descendente. Esse se anastomosa com 
ramos daartéria subclávia, constituindo uma eficiente via de circulação colateral nos casos de ligadura da 
artéria carótida externa ou da artéria subclávia 
OBS: ramos da esfenopalatina com ramos da palatina maior podem formar circulação colateral, 
atravessando o canal incisivo. Artéria infraorbital (emite vários ramos faciais, que irrigam nariz, lábio superior 
e pálpebra inferior que se anastomosam com ramos da artéria facial, podendo ser uma opção de circulação 
colateral 
É importante saber que veias dessa região (face e couro cabeludo) não possuem válvulas, uma condição 
importante para controle da pressão intracraniana. O sangue pode fluir tanto profundamente-
superficialmente quanto superficialmente-profundamente de acordo com a diferencia de pressão. Assim, da 
mesma forma que vimos a anastomose entre artéria angular (ramo terminal da artéria facial) e artéria 
oftálmica (ramo da artéria carótida interna), acontece o mesmo com as veias. A veia angular se anastomosa 
com veia oftálmica, que drenam para as veias intracranianas. Portanto, como veias superficiais estão mais 
sujeitas a lesões e processos infecciosos, isso pode migrar para dentro da cavidade craniana (podendo 
evoluir para meningite/encefalite) 
 TORAX 
O primeiro ramo da artéria subclávia é a artéria torácica interna junto da borda do esterno, emitindo 
ramos para a parede do tórax (artérias intercostais) e para a mama. Quando a artéria torácica interna atinge 
o abdome, recebe o nome de artéria epigástrica superior, que se anastomosa com a artéria epigástrica 
inferior (originada na artéria ilíaca externa, percorrendo junto ao músculo reto abdominal). Por isso, há a 
possibilidade de circulação colateral, com o sangue fluindo para a artéria subclávia ou ilíaca externa. Em 
uma obstrução da aorta, o sangue flui através das artérias torácicas internas até a ilíaca externa de forma 
retrograda 
- A artéria epigástrica superior corre entre o musculo reto do abdômen e a lâmina posterior se sua bainha, 
fornecendo ramos que irrigam o musculo e a pele suprajacente. Anastomosa-se com a artéria epigástrica 
inferior, constituindo, assim, uma importante via de circulação colateral entre as artérias subclávia e ilíaca 
externa 
Também são importantes as anastomoses entre as artérias intercostais posteriores com as 
anteriores, que estabelece uma ligação entre a artéria subclávia e a aorta. Essa eficiente circulação colateral 
é uma importante via em caso de oclusão da aorta, como acontece, por exemplo, na coarctação da aorta, 
uma oclusão congênita do arco da aorta, geralmente distal a emergência da artéria subclávia esquerda. Ja 
anastomose pela a. intercostal suprema, com aa. intercostais posteriores, e dessas com aa. intercostais 
anteriores, estabelece uma ligação entre a a. subclávia e a aorta 
Circulação porto-sistêmica: As veias que drenam o intestino são chamadas de mesentéricas superior e 
inferior (desemboca na veia esplênica) formando a veia porto-hepática. Quando a veia porto-hepática 
atravessa o fígado, forma uma extensa rede capilar, e depois forma a veias hepáticas, que desembocam na 
veia cava inferior. Além disso, é importante saber que as veias paraumbilicais estão conectadas com a 
circulação porto-hepática e com as veias da parede do abdome, percorrem juntamente com o ligamento 
redondo, que conecta o umbigo ao fígado. Portanto, o caso em que o sangue não consegue passar pela 
rede capilar no fígado, em quadros de cirrose hepática (quadro cabeça de medusa), por exemplo, a pressão 
do sangue aumenta e o fluxo se inverte, percorrendo em um volume maior para as veias paraumbilicais e, 
em seguida, para a veia epigástrica superficial (ficam mais volumosas), desembocando na veia safena 
magna, funcionando como uma circulação colateral. 
Existem dois plexos venosos vertebrais ao longo de toda a coluna vertebral: o externo (localizado sobre 
os canais vertebrais, anteriormente) e o interno (dentro do canal vertebral, junto às meninges). Há 
comunicação entre veias do plexo interno e externo (que se anastomosam com veias cervicais, tributárias 
da jugular e subclávia), podendo funcionar como circulação colateral. Na extremidade inferior da coluna, há 
conexão dos plexos vertebrais com veias tributárias da ázigos e hemiázigos, e com veias lombares. Com 
obstrução na veia cava inferior ou ilíaca, o sangue pode fluir com maior volume através das veias dos plexos 
vertebrais, atingindo o sistema ázigos (chegando à veia cava superior) ou veias cervicais (chegando à 
subclávia, braquiocefálica e cava superior). Obstrução da veia cava superior, o sangue, de forma retrógrada, 
flui pelo plexo vertebral, atingindo a região lombar, para ilíaca comum e cava inferior. 
Veias tributárias do sistema porta também se comunicam com os plexos vertebrais na região torácica, 
participando de circulação colateral em caso de congestão de sangue no fígado. Veias gástricas e 
esofágicas comunicam o sistema porta, com veias do sistema ázigos e com o plexo vertebral externo. 
(congestão do fígado/cirrose). O sangue flui em maior volume para as veias gástricas e esofágicas, 
tornando-se varicosas e sujeitas à rompimento, causando hemorragia intensa. 
Existem alguns plexos venosos na cavidade pélvica junto às vísceras da região. É importante para a 
mulher depois de alguns partos, pois o útero pode comprimir, dificultando a circulação/retorno venoso, 
podendo gerar dor. Também possuem relação com veias tributarias da lombar, que vão formar o sistema 
azigos; além de drenar para a veia ilíaca interna-> comum-> cava inferior. Forma-se uma possível circulação 
colateral em caso de obstrução da veia ilíaca comum ou da veia cava inferior, o sangue fica acumulado nos 
plexos, fluindo num volume maior através das anastomoses com as veias lombares, (ilíaca interna->comum-
>cava inferior) que vão formar o sistema ázigos 
Obstrução da veia cava inferior ou ilíaca comum pela veia epigástrica inferior (ramo da ilíaca externa)-> 
epigástrica superior-> torácica interna e lateral-> subclávia; pela epigástrica superficial (desemboca na 
femoral ou safena magna) e circunflexa ilíaca superficial-> torácica lateral e superior; circunflexa ilíaca 
profunda (ramo da ilíaca externa); pelo sistema ázigos

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