Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG 11- A SAÚDE DAS PERNAS OBJETIVOS: 1) DESCREVER A ANATOMIA DA VASCULARIZAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES. Artérias do membro inferior: O maior dos vasos aferentes é a aorta, que sai do ventrículo esquerdo, descreve um arco aórtico de trajeto descendente, atravessa o tórax (aorta torácica) e o abdome (aorta abdominal). Esta última próxima à pelve divide em dois ramos terminais, denominadas artérias ilíacas comuns (direita e esquerda). Em continuação as ilíacas, se dividem em ilíaca externa e interna. A Artéria Ilíaca Externa, antes de seguir em direção ao Membro Inferior, emite dois ramos: Artéria Epigástrica Inferior e Artéria Circunflexa Ilíaca Profunda. A Epigástrica Inferior origina-se acima do Ligamento Inguinal, seguindo superiormente na Fáscia Transversal até adentrar na parte inferior da Bainha do Músculo Reto do Abdome, onde se anastomosa com a Artéria Epigástrica Superior, ramo da Artéria Torácica Interna. Já a Artéria Circunflexa Ilíaca Profunda segue na face profunda do Abdome, paralela ao Ligamento Inguinal, para irrigar as estruturas: Músculo Ilíaco e Fossa Ilíaca. A Artéria Ilíaca Externa, após emissão de tais ramos, segue em direção ao Membro Inferior por meio da passagem pelo Hiato Femoral, dando origem a Artéria Femoral, após passagem pelo Ligamento Inguinal. A artéria ilíaca externa vai até o limite inferior da fossa poplítea, onde se divide em dois ramos, a artéria tibial anterior e posterior. A parte superior do tronco principal é chamada de artéria femoral, a parte inferior de artéria poplítea. A artéria femoral é a continuação da ilíaca externa. Ela se encontra (medial) no trígono femoral, sendo, lateral ao nervo femoral e medial a veia femoral. Apresenta uma disposição medial e oblíqua. Passa pelo hiato tendíneo através do canal do adutor no músculo adutor magno e cai na fossa poplítea, onde, se torna artéria poplítea. Ela irriga os glúteos e a coxa. A artéria femoral emite ramos em sua extensão, que podem ser divididos em Ramos Superiores e Ramos na Coxa. Os Ramos Superiores são: A Artéria Epigástrica Superficial ascende anteriormente ao ligamento inguinal em direção a região umbilical, sendo responsável pela irrigação da parede superficial do Abdome nas regiões púbica e umbilical inferior. A Artéria Circunflexa Ilíaca Superficial, por sua vez, segue ao longo do Ligamento Inguinal, sendo responsável pela irrigação da parede superficial do Abdome na região inguinal. A Artéria Pudenda Externa sobe medialmente até a face anterior do Trígono Urogenital do Períneo, sendo responsável, nos homens, pela irrigação da face anterior do Escroto e pele da raiz do Pênis; enquanto, nas mulheres, irriga a região do monte púbico e face anterior do Lábios do Pudendo. Enquanto os Ramos na Coxa são: Artéria Femoral Profunda, o maior ramo da Artéria Femoral, é a principal artéria da Coxa, dando origem as Artérias Circunflexas Femorais Medial e Lateral, que se anastomosam na porção superior do Osso Fêmur. A Artéria Circunflexa Femoral Medial é a artéria responsável pela irrigação da Cabeça e Colo do Fêmur. A Artéria Circunflexa Femoral Lateral é responsável pela irrigação dos músculos da face lateral da Coxa por meio de 3 ramos principais: Ascendente, Transverso e Descendente. E a continuação da artéria femoral: Artéria Poplítea é a continuação da femoral. Ela passa pela fossa poplítea na face posterior do fêmur e joelho, sendo, lateral a veia poplítea e nervo tibial. Irriga todo o joelho. A ARTÉRIA POPLÍTEA dá ramos terminais denominados de: Artéria tibial anterior: responsável pela irrigação do Compartimento Anterior da Perna, segue em direção anterior acima da Tíbia, entre os Músculos Extensor Longo dos dedos e Tibial Anterior, até passar pelo Retináculo dos Músculos Extensores, onde passa a ser chamada de Artéria Dorsal do Pé. Artéria tibial posterior: Irriga a porção posterior da perna, tornozelo e planta do pé. Logo no início de seu trajeto, dá origem a Artéria Fibular, descendo, em seguida, posteriormente ao maléolo medial, terminando no Retináculo dos Músculos Flexores, dividindo-se em Ar- térias Plantares Medial e Lateral. Na divisão da artéria poplítea (entre a artéria tibial anterior e a posterior) existe outra porção/ramo continuada da artéria tibial posterior denominada de tronco tíbio fibular. Deste sai um ramo, denominada de artéria fibular. A ARTÉRIA FIBULAR é um ramo da tibial posterior e apresenta um trajeto posterior ao maléolo lateral. Irriga a porção lateral da perna e o tornozelo. A Artéria Fibular é responsável pela irrigação do Compartimento Posterior da Perna. A irrigação dos pés é feita por 2 estruturas principais: Artéria Dorsal do Pé e Arco Plantar Profundo. A Artéria Dorsal do Pé, ramo da Artéria Tibial Anterior, é responsável pela irrigação dos músculos do dorso do Pé. Ao chegar no primeiro espaço interósseo, emi- te dois ramos: 1ª Artéria Metatarsal Dorsal e Artéria Arqueada. Esta úl- tima origina as Artérias Metatarsais Dorsais, responsáveis pela formação das Artérias Digitais Dorsais, além de contribuir com a formação do Arco Plantar Profundo, por meio da Artéria Plantar Profunda. O Arco Plantar Profundo é composto pela Artéria Plantar Lateral (maior contribuição) e Artéria Plantar Profunda (menor contribuição), oriunda da Artéria Arqueada. Drenagem venosa do membro inferior: O membro inferior tem veias superficiais e profundas, que ficam localizadas no tecido subcutâneo e na fáscia muscular, respectivamente, e acompanham todas as grandes artérias. Veias superficiais: as duas principais veias superficiais no membro inferior são as veias safenas e parva. A veia safena magna é formada pela união da veia dorsal do hálux e o arco venoso dorsal do pé. A veia safena magna: Ascende anteriormente até o maléolo medial Segue posteriormente ao côndilo medial do fêmur (cerca de cinco dedos transversos posteriormente à margem medial da patela) Anastomosa-se livremente com a veia safena parva Atravessa o hiato safeno na fáscia lata Desemboca na veia femoral. Enquanto ascende na perna e na coxa, a veia safena magna recebe várias tributárias e comunica-se em vários locais com a veia safena parva. As tributárias das faces medial e posterior da coxa costumam se unir para formar uma veia safena acessória. Quando existente, essa veia é a principal comunicação entre as veias safenas magna e parva. Além disso, vasos bem grandes, as veias cutâneas lateral e anterior, originam-se de redes venosas na parte inferior da coxa e entram na veia safena magna superiormente, logo antes de sua entrada na veia femoral. Perto de seu fim, a veia safena magna também recebe as veias circunflexa ilíaca superficial, epigástrica superficial e pudenda externa A veia safena parva origina-se na face lateral do pé, a partir da união da veia dorsal do quinto dedo com o venoso dorsal. A veia safena parva: Ascende posteriormente ao maléolo lateral como uma continuação da veia marginal lateral Segue ao longo da margem lateral do tendão do calcâneo Inclina-se em direção à linha mediana da fíbula e penetra na fáscia muscular Ascende entre as cabeças do músculo gastrocnêmio Drena para a veia poplítea na fossa poplítea. Veias perfurantes: penetram a fáscia muscular próximo ao local onde se originam as veias superficiais e possui válvulas que permitem o fluxo sanguíneo apenas das veias superficiais para as veias profundas, o que é importante para o bom retorno venoso dos membros inferiores. Veias profundas: acompanham todas as grandes artérias e seus ramos, e essas veias acompanhantes normalmente são pares, muitas vezes interconectadas, situadas ao alado da artérias que acompanham. Embora o arco venoso dorsal drene basicamente pela veias safenas,as veias perfurantes drenam para a veia tibial anterior do compartimento anterior da perna. As veias plantares medial e lateral formam as veias tibiais posteriores e as fibulares e todas essas três (tibiais anterior e posterior e fibular) drenam para a veia poplítea, que se torna a veia femoral. A veia femoral também recebe sangue da veia femoral profunda, formada por quatro veias perfurantes, e se torna a veia ilíaca externa. 2) COMPREENDER O RETORNO VENOSO DOS MEMBROS INFERIORES. É o sangue que retorna ao coração após ser metabolizado pelos tecidos; Quando aumentamos o retorno venoso, a pré-carga e o débito cardíaco também aumentam; É dependente da pressão sistêmica que por sua vez é dependente da pressão arterial >> Quando a pressão da veia cava e do átrio são iguais, não há retorno venoso. Para facilitar às veias da perna o transporte do sangue para o coração contra a gravidade, as veias no tronco e nas pernas estão equipadas com válvulas. As válvulas venosas são cúspides que crescem para fora das paredes internas dos vasos e se achatam contra a parede do vaso, ou seja, abertas, para permitir que o sangue flua desimpedido na direção do coração. O retorno venoso é interrompido assim que a pressão nas veias baixa. As válvulas venosas fechadas, em seguida, barram o caminho e impedem que o sangue flua na direção errada. As válvulas venosas funcionam como válvulas antirretorno, as quais só permitem que o sangue flua numa única direção. O retorno venoso nos membros inferiores é afetado pela lei da gravidade e, na ausência de outro coração que o bombeie de volta, o sangue conta com alguns apoios naturais. São estes: 1- Malha muscular (em especial, a panturrilha): quando movimentamos as pernas, a panturrilha sofre constantes retrações e expansões. Por isso é chamada também de “coração da perna”. 2- Válvulas intravenosas: junto a esse movimento, o sangue é empurrado para cima por pequenas válvulas situadas dentro das paredes das veias das pernas. 3- Pressão: a cada batimento do coração (sístole) ocorre o que chamamos de vis a tergo, quando o sangue é empurrado do lado arterial para o lado venoso; e o vis a frontis, quando o sangue é sugado de volta ao coração (diástole). 4- Região plantar: o movimento de pisar faz com que os pés se tornem agentes importantes, funcionando como “esponjas” que ora puxam o sangue, ora o repelem de volta ao fluxo venoso. 3) IDENTIFICAR OS TRATAMENTOS, PREVENÇÕES E FATORES DE RISCO DAS VARIZES. O refluxo venoso, causado por hipertensão venosa crônica prolongada e periférica de membros inferiores, responde a sintomas da insuficiência venosa crônica (IVC), como inchaço, dor e cansaço, e a sinais mais evidentes, como as varizes e as úlceras varicosas, em casos mais graves. Os impactos na qualidade de vida do trabalhador, bem como consequências socioeconômicas, gastos com cuidados médicos, hospitalares e previdenciários, geram a necessidade de o médico do trabalho promover mudanças de hábito de vida dos trabalhadores, principalmente quanto a atividades físicas (alongamento e caminhada), massagem local, orientação de elevação dos membros em repouso e com os pés para cima, em aproximadamente 15 cm acima do nível do coração, indicação de utilização de meias compressivas e bandagens funcionais e de medicamentos como a diosmina, o dobesilato de cálcio, os rutosídeos e o extrato de castanhas-da-índia. Logo, devem-se traçar estratégias preventivas e de tratamento de problemas ocasionados pela IVC no trabalho, com desenvolvimento multidisciplinar que associe a clínica com os fatores de risco pessoal e ambiental. REFERÊNCIAS: 1) MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, A. M.R. Moore anatomia orientada para a clínica. 8.ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2019. 2) GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. americana Rio de Janeiro, RJ: Saunders/Elsevier, c2011. 1151 p., il, 28cm. ISBN 9788535237351 (enc.). 3) DE LIMA, Denis Camargo. As varizes na saúde do trabalhador: sintomas, tratamento e prevenção.
Compartilhar