Buscar

Violência Doméstica e Lei Maria da Penha

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIP- UNIVERSIDADE PAULISTA
DIREITO
NOME DO ALUNO
LEI MARIA DA PENHA
2022
Sumário
1 INTRODUÇÃO 	1
2 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: CONCEITO E ORIGEM 	2
2.1 OS PRINCIPAIS ASPECTOS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA 	7
3 A LEI MARIA DA PENHA 	11
4 UMA DISCUSSÃO A RESPEITO DA TEMÁTICA 	16
5 RELAÇÃO ENTRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A PANDEMIA 	18
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS	21
REFERÊNCIAS..........................................................................................................23
LEI MARIA DA PENHA
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo expor algumas informações e discussões violência doméstica. O tema tem fortes raízes sociais na construção de ideias sobre qual o papel do homem e a relação entre os gêneros, e foi se estabelecendo em nossa sociedade deixando afetar estas relações até hoje. A importância da discussão acerca da efetividade das medidas protetivas e da legislação que visa proteger as mulheres é evidente frente ao crescimento do número de casos.
Palavras-Chave: violência; agressão; relações; legislação.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como foco a discussão a respeito do feminicídio e a violência doméstica contra a mulher, um tema recorrente na sociedade, e marcado pela sua complexidade. Propõe-se discutir a respeito da eficácia ou ineficácia dessas políticas no controle da violência doméstica e se são suficientemente instigantes e suficientes para que mulheres abandonem a situação de violência que vivem para buscar ajuda com estes projetos. 
O reconhecimento da problemática da violência contra a mulher, sob o ponto de vista dos Direitos Humanos, é resultado de um longo processo histórico, complexo e multidimensional, sendo que, nas duas últimas décadas, notadamente desde a Declaração Universal de Direitos Humanos (ONU, 1948), pode-se observar que as demandas sociais e políticas relacionadas às estas questões vem assumindo lugar central nas legislações de todo o mundo.
De fato, a violência contra a mulher é um fenômeno complexo, que abrange questões éticas e políticas, e traz para o debate toda a construção social das relações de poder entre homens e mulheres, de maneira que, quebra a ideia que prevaleceu durante muito tempo de que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, ou seja, que as relações desenvolvidas no interior da família, entre um casal, seriam insuscetível de interferência, mesmo do Estado, que ficava alheio à situações de abusos e violações de direitos no âmbito privado. 
Nessa perspectiva, e especificamente no tocante as relações de gênero, as violências foram se naturalizando diante de uma sociedade na qual os papéis de gênero estão baseados na dualidade desigual entre masculino e feminino, sendo o primeiro o polo ativo, racional, político e público, enquanto o segundo é relacionado simbolicamente à ideia da emoção, do passivo, do privado e do doméstico. (BOURDIEU, 2002). Dentro dessa dinâmica social que constitui-se num sistema político ideológico patriarcal, o masculino predomina sobre o feminino e manifesta a desigualdade entre homens e mulheres.
No Brasil, os movimentos feministas erguem a bandeira contra a violência doméstica e os direitos das mulheres desde a década de 1970, quando grupos ativos de mulheres foram às ruas, com o slogan “Quem ama, não mata” (CALAZANS; CORTES, 2014). Além disso, a “negação da alteridade, ora pela valoração da diferença, a questão do gênero transformou-se em outras tantas discriminações, dominações e preconceitos” (RODRIGUES et al., 2015, p. 2) que banalizaram a questão da violência contra a mulher, mesmo que o crime tenha uma grande incidência no país.
	
2 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: CONCEITO E ORIGEM
O reconhecimento da problemática da violência contra a mulher, sob o ponto de vista dos Direitos Humanos, é resultado de um longo processo histórico, complexo e multidimensional, sendo que, nas duas últimas décadas, notadamente desde a Declaração Universal de Direitos Humanos (ONU, 1948), pode-se observar que as demandas sociais e políticas relacionadas às estas questões vem assumindo lugar central nas legislações de todo o mundo.
De fato, a violência contra a mulher é um fenômeno complexo, que abrange questões éticas e políticas, e traz para o debate toda a construção social das relações de poder entre homens e mulheres, de maneira que, quebra a ideia que prevaleceu durante muito tempo de que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, ou seja, que as relações desenvolvidas no interior da família, entre um casal, seriam insuscetível de interferência, mesmo do Estado, que ficava alheio à situações de abusos e violações de direitos no âmbito privado. 
Nessa perspectiva, e especificamente no tocante as relações de gênero, as violências foram se naturalizando diante de uma sociedade na qual os papéis de gênero estão baseados na dualidade desigual entre masculino e feminino, sendo o primeiro o polo ativo, racional, político e público, enquanto o segundo é relacionado simbolicamente à ideia da emoção, do passivo, do privado e do doméstico. (BOURDIEU, 2002). Dentro dessa dinâmica social que constitui-se num sistema político ideológico patriarcal, o masculino predomina sobre o feminino e manifesta a desigualdade entre homens e mulheres.
No Brasil, os movimentos feministas erguem a bandeira contra a violência doméstica e os direitos das mulheres desde a década de 1970, quando grupos ativos de mulheres foram às ruas, com o slogan “Quem ama, não mata” (CALAZANS; CORTES, 2014). Além disso, a “negação da alteridade, ora pela valoração da diferença, a questão do gênero transformou-se em outras tantas discriminações, dominações e preconceitos” (RODRIGUES et al., 2015, p. 2) que banalizaram a questão da violência contra a mulher, mesmo que o crime tenha uma grande incidência no país.
Diante dessa realidade, a partir do momento que as problemáticas de gênero e de direitos das mulheres vem ganhando maior espaço no âmbito político, se passou a discutir o papel e atuação do Estado e as suas instituições para o combate e a prevenção da violência contra a mulher, no sentido do desenvolvimento de formas de enfrentamento, buscando sua superação.
Em conformidade com Massuno (2002), cabe destacar que a criação da primeira Delegacia da Mulher brasileira ocorreu na cidade de São Paulo, mais especificamente no dia 6 de agosto de 1985, com a promulgação do Decreto nº 23.769, possuindo como base central a ideia de que policiais mulheres seriam mais adequadas e preparadas do que os homens para tratar de casos de violência contra a mulher e, além disso, é de entendimento consagrado que o ambiente das Delegacias comuns, geralmente compostas quase que integralmente por homens, não era o mais apropriado para que as mulheres pudessem denunciar os casos de violência.
Porém, os autores Debert et al. (2006) alertam especialmente para o despreparo dos agentes designados a trabalhar nas Delegacias da Mulher; na grande maioria dos casos, não é oferecido a tais profissionais uma qualificação específica para que os mesmos possam desempenhar suas funções numa Delegacia que trata essencialmente do recebimento de mulheres violentadas em variados aspectos e casos concretos.
É necessária a disposição de que, no momento inicial de desenvolvimento das Delegacias de Defesa da Mulher, dava-se especialmente ênfase à luta contra a impunidade, parte da luta das feministas, neste momento, supunham que um trabalho de apoio psicológico e social às vítimas seria uma fundamental atribuição das DDMs, além disso, do desenvolver de atividades de preservação e disseminação do combate à violência contra a mulher. Porém, já passados mais de 20 anos de seu surgimento, metade das DDMs ainda está restrita a conduzir a tradicional tarefa policial, que é a sua atribuição mais comum e corriqueira (MACHADO, 2001).
Lemos (2008) expõe que, em meio a este cenário específico, observa-se que a falta de capacitação na área das relações de gênero pode ser um grande agravante. Neste ínterim, o Estado de São Paulo – local da primeira DDM –, em 1998, desenvolveu cursos sobreviolência de gênero para as 126 DDMs existentes na época em questão, mais tarde, entre os anos de 2002 a 2004, novos cursos de capacitação direcionados aos policiais das DDMs foram realizados por inúmeras instituições brasileiras, sendo 20 Estados abrangidos em 2002 e os demais em 2004, compreendendo exceção ao Estado de São Paulo, e assim, as capacitações foram e são muito incipientes.
Vasconcelos e Nery (2011) alerta para o fato de que, no dia 7 de agosto de 2006, promulgou-se a Lei nº 11.340, que representou um verdadeiro e importante marco para o combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, tal lei ficou conhecida como Lei Maria da Penha, nomeada em homenagem a uma das vítimas mais emblemáticas de violência masculina contra a mulher no Brasil, a farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que atualmente se encontra paraplégica em função de uma tentativa de homicídio de seu ex-marido que atirou em sua coluna enquanto a mesma estava dormindo, ocorrendo após ter passado por um quadro de cárcere privado, mesmo assim, este homem extremamente violento não foi punido como deveria e a vítima transformou-se numa das maiores e mais relevantes ativistas sobre os direitos e proteção da mulher no Brasil. 
Neste caso específico, cabe denotar que:
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA denunciou o Estado brasileiro por negligência e omissão no cumprimento da pena alcançada por Viveiros em dois júris. Em 2001, o que era denúncia virou condenação Internacional. O Ministério da Justiça, diante disso, tratou de seguir o caso de perto e livrar-se da pecha da impunidade. Antes, porém, Maria da Penha percorreu longo caminho para provar que o ex-marido não só queria matá-la como premeditou o crime (PELICANI, s/d, p. 240).
Importante depreender que a Lei Maria da Penha objetivou pela criação de mecanismos essenciais para coibir a violência no âmbito doméstico e familiar contra a mulher, compreendendo o estabelecimento de uma série de dispositivos protetivos e assistenciais à mulher, e assim, a Lei em questão acaba por relacionar medidas integradas de prevenção à violência doméstica e, além disso, prevê a forma de prestação da assistência à mulher em meio a casos de violência doméstica e familiar (VASCONCELOS, NERY, 2011). 
Em continuidade, os Vasconcelos e Nery (2011) dispõe que a carga legislativa aqui analisada evidencia aspectos e dimensionamentos sobre a obrigatoriedade de atendimento prioritário por parte da autoridade policial que tiver conhecimento de violência doméstica contra a mulher e, também, a possibilidade de adoção de determinadas medidas protetivas com caráter de urgência, como é o caso do afastamento do agressor do lar, da proibição de contato com a ofendida e seus familiares, dentre outras perspectivas específicas.
De forma complementar, é necessário evidenciar que a Lei nº 11.340/2006 tem por objetivo coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, respondendo exigências que são recorrentemente feitas pelos tratados e convenções internacionais que foram assinadas pelo governo brasileiro, e assim, a Lei Maria da Penha traz uma série de inúmeras inovações em relação à ordem anterior, especificamente no que fiz respeito às Medidas Protetivas de Urgência que providenciam obrigações ao agressor e Medidas Protetivas de Urgência também destinadas à ofendida (LEMOS, 2008).
2.1 OS PRINCIPAIS ASPECTOS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Albuquerque (2010) preleciona entendimentos a respeito do fato de que o crime de violência doméstica consiste num crime específico que pressupõe determinadas qualidades pessoais do agente, sendo especialmente exigido que a mesma esteja alocada em meio a uma relação conjugal ou análoga, atual ou passada, diretamente com o sujeito passivo. 
Porém, na grande maioria das situações tal espécie criminal configura-se como sendo imprópria, portanto, a especial relação entre o agente e a vítima compreendem implicações apenas no que tange a uma agravação da ilicitude, da culpa e da pena que se estabelece para que o crime exista independentemente de tal relação, mas, por sua vez, também poderá dimensionar-se como próprio, assim como menciona Albuquerque (2010). 
Além disso, o crime de violência doméstica evidencia possíveis situações que em si mesmas não prelecionem o preenchimento de um crime essencialmente autônomo, mas que, uma vez que sejam praticadas por um agente que se encontre em meio àquela particular relação para com a vítima, passam a ser efetivamente puníveis, sendo especificamente especial a relação fundamentada entre a ilicitude e a punição (ALBUQUERQUE, 2010).
Complementarmente, Carvalho (2008) ainda destaca que o crime de violência doméstica consiste num crime de execução não vinculada, sendo necessária a observância de que as condutas que o integram são especialmente muito variadas, exigindo-se assim, somente, atos ou omissões compreendidos como adequados, seja em função de sua gravidade ou ainda quando estes encontrem-se conjugados para com outros, afete a saúde física ou psíquica da vítima, e assim, frente a esta situação, o legislador deverá optar por uma enumeração meramente exemplificativa delas.
De forma geral, e especificamente com base no artigo 7º desta Lei, existem cinco formas de violência doméstica e familiar contra mulher, que seguem destacadas e transcritas abaixo: 
Art. 7º. São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: 
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; 
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição de auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões [...]; 
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada [...]; 
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos, bens ou valores e direitos ou recursos econômicos [...]; 
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria (BRASIL, 2006, p. 1).
Ainda que haja uma distinção entre as formas de violência contra a mulher, Silva, Coelho e Caponi (2007) apontam que estas se mesclam de diversas maneiras trazendo a necessidade de se investigar todas as dimensões quando se trata de uma denúncia de agressão. Para que isso seja possível, é adotado o conceito de violência doméstica ampliado, que foi estabelecido pela Declaração sobre a Eliminação da Violência Contra a Mulher. Esta declara que, para se discutir, avaliar ou investigar os danos decorrentes da violência contra a mulher, deve-se abranger todas as dimensões possíveis como a violência física, sexual, psicológica, violação relacionada a herança, estupro, mutilação genital, exploração física, ameaças, coerção, etc. Como remete o termo, o conceito amplia a visão que deve ser lançada sobre a situação, ajudando profissionais a terem maiores condições de identificar vítimas de situações de violência e auxiliá-las adequadamente (OMC, 1998 apud SILVA; COELHO; CAPONI, 2007).
No que tange à punição do agressor, é relevante pontuar que a Lei Maria da Penha transformou profundamente a realidade processual dos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, a exemplo, quando se dá a proibição da aplicação da Lei nº 9.099/1995, impossibilita-se a Lei Maria da Penha para punir agressores com penas pecuniárias (multa e cesta básica) e para a aplicação de institutos despenalizadores que nela encontram-se previstos, como é o caso dos pressupostos da suspensão condicional do processo e, também, da transação penal (SPM, 2012). 
Em continuidade, percebe-se que a partir da Lei Maria da Penha, os crimes cometidos contra as mulheres passaram a ser, necessariamente, julgados nos juizados/varas especializadas de violênciadoméstica e familiar contra as mulheres, possuindo especial competência civil e criminal, que são órgãos que encontram-se equipados com equipe multidisciplinar composta por psicólogos e assistentes sociais especialmente treinados para prover um atendimento totalizante, especializado e humanizado para as vítimas (SPM, 2012). 
Ainda mediante a temática de punição do agressor, a lei em questão estabelece a criação de mecanismos específicos de responsabilização e de educação dos agressores, com evidenciação da possibilidade de o juiz decretar o comparecimento fundamental e obrigatório do autor da agressão a ser condenado criminalmente (SPM, 2012).
Existe também a violência emocional, a qual se caracteriza por comportamentos que tem como objetivo manter e exercer controle sobre a mulher. Podem ter início por assuntos do cotidiano como emprego, preocupações financeiras, hábitos irritantes, entre outros. Em relacionamentos marcados pela agressão psicológica, discussões sobre estes temas acabam culminando em uma série de atos de agressão psicológica que podem, muitas vezes resultar em agressão física (FONSECA; LUCAS, 2006).
Azevedo (1985, apud FONSECA; LUCAS, 2006) afirmam que existem alguns fatores que podem ser responsáveis por tais condições de violência como o machismo e as relações de opressão derivadas do sistema capitalista. Outros agravantes importantes podem ser o abuso de substâncias, estresse e cansaço, que podem desencadear situações de descontrole emocional.
Os homens agressores possuem algumas características em comum, como aponta Miller (1999, apud FONSECA; LUCAS, 2006, p. 8):
pessoas com fraco controle do impulso, apresentando necessidade de satisfação imediata e insaciáveis necessidades do ego; dependência emocional; frequentes quadros de estresse, mas, geralmente, bem dissimulados; baixa autoestima; ciúmes excessivos, que os levam a uma vigilância demasiada da parceira e repetidas promessas de mudança.
Há o entendimento de que a violência psicológica ou violência emocional, geralmente, ocorre através da rejeição de carinho, ameaças de espancamento à mulher e seus filhos, impedimentos de que a mulher trabalhe, tenha amizades ou saia para se divertir e, por sua vez, o parceiro passa, por exemplo, a contar a sua parceira as aventuras amorosas que tem e, simultânea e contraditoriamente, à acusa de possuir amantes, especificamente, esta tipologia de violência detecta-se com maior dificuldade, afinal, as vítimas apresentam categóricas cicatrizes psicológicas, mas são profusamente mais difíceis de serem observadas e comprovadas (WYNTER, 2001).
De forma geral, cabe depreender que:
A violência doméstica contra a mulher recebe esta denominação por ocorrer dentro do lar, e o agressor ser, geralmente, alguém que já manteve, ou ainda mantém, uma relação íntima com a vítima. Pode se caracterizar de diversos modos, desde marcas visíveis no corpo, caracterizando a violência física, até formas mais sutis, porém não menos importantes, como a violência psicológica, que traz danos significativos à estrutura emocional da mulher (FONSECA, LUCAS, 2006, p. 3).
Em conformidade com os autores Fonseca e Lucas (2006), é fundamental a percepção de que a violência emocional ou psicológica pode ser evidenciada pelo alcance de prejuízo à competência emocional da mulher, sendo expresso por intermédio da tentativa de serem controladas suas ações, crenças e decisões através de uso de intimidação, manipulação e da exposição de ameaças que partem do parceiro à mulher ou a seus filhos, situações que ainda podem ser acompanhadas por circunstâncias de humilhação, isolamento, rejeição, exploração e agressão verbal à mulher. 
Sendo assim, deve ser considerado violento todo aquele ato que acabe ocasionando danos – irreversíveis ou não – à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal feminino, que são gerados, recorrentemente, por situações de negação de carinho, impedimentos diversos, etc., tornando-se atos de hostilidade e agressividade efetivamente influenciadores e prejudiciais à motivação, à autoimagem e à autoestima feminina.
	Porém, é relevante dispor que é raro que uma forma de violência ocorra de modo isolado às demais, afinal, independentemente da forma assumida pela agressão, a violência emocional e moral sempre será recorrente, bem como as consequências geradas à saúde mental e à subjetividade de todos os envolvidos (FONSECA et al., 2012).
Cabe esclarecer, por fim, que os sintomas psicológicos mais frequentes encontrados em vítimas de violência doméstica são: insônia, pesadelos, falta de concentração, irritabilidade, falta de apetite, e até mesmo, o desenvolvimento de sérios e complicados problemas mentais como, por exemplo, a depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, além disso, é passível o acometimento de comportamentos auto-destrutivos, como o abuso do consumo de álcool e drogas, chegando até mesmo a tentativas de suicídio (KASHANI; ALLAN, 1998).
Os abusadores utilizam diversos meios para perpetuar a situação de violência contra sua companheira, um dos mais comuns é utilizar os filhos par atingi-las. Os atos violentos são direcionados aos filhos, de modo que a mulher, para acabar com a situação, acaba por ceder às vontades do companheiro. Outro alvo comum são animais de estimação, pois, especialmente no caso de mulheres que não possuem filhos, sabem que o animal é estimado pela mulher e o agridem e muitas vezes matam o animal como forma de passar a mensagem de que ela poderá ser a próxima (SOUZA; CASSAB, 2010).
Quebrar ou danificar objetos da mulher também é uma das formas utilizadas para exercer controle sobre ela, deixando-a vulneráveis e submissa, causando sofrimento (SOUZA; CASSAB, 2010).
Souza e Cassab (2010) afirmam que a rotina da mulher que sofre abusos psicológicos é difícil, pois ela está sempre alerta e em estado de medo e incerteza. Nunca sabe quando será o próximo episódio de violência. Isso contribui para o agravamento de seu sofrimento psicológico e os danos decorrentes do acúmulo deste sofrimento.
Os sintomas psicológicos da mulher vítima de violência doméstica são diversos: insônia, pesadelos, falta de concentração, irritabilidade, falta de apetite, depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, comportamentos autodestrutivos, abuso de substâncias e tentativas de suicídio (KASHANI; ALLAN, 1998, apud FONSECA; LUCAS, 2006).
A violência psicológica não afeta apenas a vítima direta, ela atinge todas as pessoas que convivem com ela. Muitas vezes os filhos acabam presenciando cenas de violência psicológica entre os pais, e podem passar a introduzir em suas próprias ações, por conta da identificação, os atos de violência vivenciados dentro de casa, reproduzindo-os com colegas de escola, a irmã, e futuramente, com a companheira (SILVA; COELHO; CAPONI, 2007). Nota-se que a violência acaba se estendendo à outras famílias pela reprodução do que se vê dentro de casa, dando mais uma dimensão de importância para se combater tal tipo de agressão.
O tratamento de uma mulher em situação de violência psicológica requer muito cuidado e atenção, uma vez que a situação normalmente perdura a anos e as sequelas psicológicas já estão fortemente enraizadas. Os danos causados por muitos anos de agressão não são facilmente ou rapidamente revertidos, é preciso um longo trabalho (SOUZA; CASSAB, 2010).
É preciso trazer perspectiva para a vida dessas mulheres, fazendo-as perceber que podem voltar a ter uma vida normal e amar novamente. Tais mulheres perderam suas identidades após longos anos de submissão e violência, e podem recuperá-la com um tratamento e apoio adequados (SOUZA; CASSAB, 2010).
3 A LEI MARIA DA PENHA
É necessário evidenciar que a Lei nº 11.340/2006 tem por objetivo coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, respondendo exigências que são recorrentemente feitas pelos tratados e convenções internacionais que foram assinadas pelo governo brasileiro, e assim, a Lei Maria da Penha traz uma série de inúmeras inovações em relação à ordemanterior, especificamente no que fiz respeito às Medidas Protetivas de Urgência que providenciam obrigações ao agressor e Medidas Protetivas de Urgência também destinadas à ofendida (LEMOS, 2008)
Albuquerque (2010) preleciona entendimentos a respeito do fato de que o crime de violência doméstica consiste num crime específico que pressupõe determinadas qualidades pessoais do agente, sendo especialmente exigido que a mesma esteja alocada em meio a uma relação conjugal ou análoga, atual ou passada, diretamente com o sujeito passivo. 
Porém, na grande maioria das situações tal espécie criminal configura-se como sendo imprópria, portanto, a especial relação entre o agente e a vítima compreendem implicações apenas no que tange a uma agravação da ilicitude, da culpa e da pena que se estabelece para que o crime exista independentemente de tal relação, mas, por sua vez, também poderá dimensionar-se como próprio, assim como menciona Albuquerque (2010). 
Além disso, o crime de violência doméstica evidencia possíveis situações que em si mesmas não prelecionem o preenchimento de um crime essencialmente autônomo, mas que, uma vez que sejam praticadas por um agente que se encontre em meio àquela particular relação para com a vítima, passam a ser efetivamente puníveis, sendo especificamente especial a relação fundamentada entre a ilicitude e a punição (ALBUQUERQUE, 2010).
Complementarmente, Carvalho (2008) ainda destaca que o crime de violência doméstica consiste num crime de execução não vinculada, sendo necessária a observância de que as condutas que o integram são especialmente muito variadas, exigindo-se assim, somente, atos ou omissões compreendidos como adequados, seja em função de sua gravidade ou ainda quando estes se encontrem conjugados para com outros, afete a saúde física ou psíquica da vítima, e assim, frente a esta situação, o legislador deverá optar por uma enumeração meramente exemplificativa delas.
No que tange à punição do agressor, é relevante pontuar que a Lei Maria da Penha transformou profundamente a realidade processual dos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher, a exemplo, quando se dá a proibição da aplicação da Lei nº 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais), impossibilita-se a Lei Maria da Penha para punir agressores com penas pecuniárias (multa e cesta básica) e para a aplicação de institutos despenalizadores que nela encontram-se previstos, como é o caso dos pressupostos da suspensão condicional do processo e, também, da transação penal (SPM, 2012). 
Em continuidade, percebe-se que a partir da Lei Maria da Penha, os crimes cometidos contra as mulheres passaram a ser, necessariamente, julgados nos juizados/varas especializadas de violência doméstica e familiar contra as mulheres, possuindo especial competência civil e criminal, que são órgãos que encontram-se equipados com equipe multidisciplinar composta por psicólogos e assistentes sociais especialmente treinados para prover um atendimento totalizante, especializado e humanizado para as vítimas (SPM, 2012). 
Ainda mediante a temática de punição do agressor, a lei em questão estabelece a criação de mecanismos específicos de responsabilização e de educação dos agressores, com evidenciação da possibilidade de o juiz decretar o comparecimento fundamental e obrigatório do autor da agressão a ser condenado criminalmente (SPM, 2012).
O tempo sempre traz a inovação, e na atual conjuntura social as diferenças e falta de isonomia são bem mais combatidas, e assim a pauta da violência contra as mulheres passou a ganhar destaque, em especial com a visibilidade de determinados atos de violência que causaram clamor popular e motivaram que medidas legais mais enérgicas fossem tomadas, e isso em grande parte do planeta, inclusive no Brasil. 
Infelizmente com relação ao tema da violência contra a mulher as conquistas da população feminina não se revelam tão consistentes, eis que não obstante as conquistas ocorridas no campo de legislações específicas e políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres, esta ainda ocorre em índices alarmantes no Brasil e em muitos países do planeta.
Por outro lado, diversos estudos apontam que, não obstante a completude das legislações específicas, as medidas efetivas de proteção e de punição relativas a violência contra a mulher são bastante deficientes e insuficientes, apontando ainda que os investimentos públicos no enfrentamento à violência contra a mulher são insuficientes e nem chegam a todas as regiões do país.
Ressalte-se que em termos universais, a busca feminina pelo reconhecimento de seus direitos e pelo combate a violência contra as mulheres teve por corolário diversos movimentos e tratados internacionais, como da Organização das nações Unidas, como já dito, e outros diversos, muitos dos quais o Brasil participou e firmou o compromisso de investir em formas de combate a violência de gênero.
Para Araujo (2008) a violência contra a mulher continua sendo um grave problema social no Brasil e no mundo, não obstante a luta feminina em torno da questão, e não obstante nunca ter se falado nem se pesquisado tanto sobre a violência contra a mulher como nos últimos anos, os avanços são poucos, embora a Organização Mundial de Saúde já reconheça a tempos a violência contra a mulher como um problema de saúde pública que exige do governo políticas públicas mais eficazes no combate e prevenção de tal fenômeno. Este tipo de violência, além de causar sofrimento físico e psíquico à mulher, é também uma violação dos direitos humanos. 
Importante ressaltar que a lei por si só não impede que ocorra a violência, que no Brasil ainda é frequente, no entanto auxilia na redução dos casos e na proteção à vítima. Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Lei Maria da Penha contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios contra mulheres praticados no ambiente doméstico. Outro grande avanço no mesmo sentido, trata-se da Lei 13.104/2015, conhecida como Lei do Feminicídio (DITZEL, 2016). 
A primeira Delegacia da Mulher no Brasil foi criada em 1985 na cidade de São Paulo. A criação das delegacias representou uma importante política pública, tornando-se um espaço de acolhimento às mulheres vítimas de violência, sendo que as Delegacias da Mulher são até os dias atuais a principal política pública de enfrentamento à violência doméstica contra mulheres, tendo a implantação das delegacias sido uma grande conquista e teve impacto positivo na visibilização da violência contra a mulher. As atribuições das aludidas delegacias sãoinvestigar, apurar e tipificar o crime (DITZEL, 2016)
Não obstante a violência contra a mulher em suas diferente faces sempre tenha sido uma realidade na maioria das sociedades, as atuais legislações que visam combater tal violência trouxe um intenso debate e visibilidade sobre o assunto, além de uma maior participação de órgãos do sistema judiciário.
Se por um lado a Lei Maria da Penha é um produto político dos movimentos sociais, que lutam pelo reconhecimento dos direitos das mulheres em todas as esferas da vida social, por outro, sua aplicação prática tem enfatizado basicamente seu caráter punitivo, em detrimento da proteção e prevenção (SANDALOWISKI et al. 2016).
Para Barafuldi et al. (2017) não obstante o aumento cada vez maior das notificações de violência contra a mulher nos últimos anos no Brasil, ainda há uma subnotificação dos casos que chegam às unidades de saúde, que pode ser explicada pela denominada “invisibilidade da violência” que impede seu reconhecimento, em especial a doméstica, que aparece com muita frequência na atenção básica. A procura das mulheres por serviços de saúde com “queixas vagas” ou “invisíveis” sugerem situações de violência, nem sempre abordada de forma aberta, constituindo-se desta forma em um problema velado.
Se antes da promulgação destas leis estes tipos de violência eram muito pouco investigados pelos diversos órgãos do sistema judiciário destes dois países, já que eram percebidos pelos seus agentes,principalmente pela polícia, como delitos brandos em relação à criminalidade urbana que comporta furtos, crimes à propriedade, dentre outros, a partir de meados dos anos dois mil – contexto de surgimento destas novas leis – delineou-se um novo espaço para a publicização destes conflitos. (DITZEL, 2016)
Tem-se então que em termos Latino-americano, o Brasil vem se destacando no combate a violência contra as mulheres. O contexto da violência doméstica e contra a mulher vem mudando, assim como as respostas do governo e da sociedade, que não obstante ainda aceitar com assustadora passividade os episódios de violência contra a mulher, vem se posicionando de forma mais efetiva, e a criação de leis como a lei Maria da Penha no Brasil e a Lei de Violência Doméstica no Uruguai demonstram essa mudança de paradigma, que aos poucos vai se instalando nas atuais sociedades.
Importante frisar que além dos mecanismos de proteção as mulheres no Brasil como a Constituição Federal, o país ainda é signatário de Tratados Internacionais de Direitos Humanos, participando ativamente de conferências internacionais como da ONU que tratam de questões como direitos das mulheres frente a violência. No entanto, forçoso concluir que, não obstante o envolvimento de países como o Brasil na luta internacional por tais direitos, na prática e rotina das delegacias e judiciário revelam que a realidade é diferente do que a determinada pelas leis específicas, revelando-se que existe uma verdadeira violação a direitos. Mesmo com o Governo Federal propondo políticas específicas para mulheres, com vistas a combater a violência e feminicídio, ainda assim prevalecem inúmeros problemas (MATOS; SILVA; NASCIMENTO, 2019, p. 2).
O requerimento das medidas protetivas de urgências estabelecidas com a Lei 11.340/20066 possibilitam a proteção imediata da mulher ao reprimir a situação de violência e controlar o comportamento do agressor. O objetivo da medida é tirar a mulher da situação de risco no período entre as investigações policiais e o início da ação penal. De ordem judicial, essas medidas visam ainda garantir a proteção da mulher ao determinar o afastamento do agressor do lar (caso eles morem juntos), ao proibi-lo de se aproximar da mulher e dos filhos, de frequentar os mesmos lugares que eles e de manter contato, entre outras que o juiz julgue necessário (MACHADO et al. 2020).
No Brasil cai por terra o discurso e a retórica da garantia de direitos das mulheres e combate a violência, quando confrontado com a realidade, sendo possível ratificar que o sistema vigente no Brasil, assim como em grande parte dos países, ainda é de um sistema deficiente no que diz respeito aos direitos das mulheres e ao combate da violência (SIMAS et al. 2015, p. 550). A questão da saúde no caso das mulheres encarceradas se revela ainda mais dramático, eis que, não obstante as leis específicas como a LEP e a própria Constituição Federal garantirem o direito da pessoa encarcerada à saúde, o acesso efetivo se revela bastante limitado. Nos casos de mulheres encarceradas grávidas tal realidade é ainda pior, em especial pela precariedade do pré-natal.
Por estar dentro do contexto social e cultural por longo tempo, a violência de gênero e contra a mulher ainda tem um longo período de enfrentamento pela frente, de forma que tais espécies de violência parem de ser encarados como algo cultural ou pior, natural à espécie humana. Para isso a adoção de legislações específicas e políticas públicas de enfrentamento a estes tipos de violências revelam-se imprescindíveis.
4 UMA DISCUSSÃO A RESPEITO DA TEMÁTICA
As mortes violentas de mulheres por razões de gênero são fenômeno global, entretanto no Brasil alcançou patamares alarmantes. Muitas dessas mortes acontecem em uma cultura de tolerância nas sociedades e governos, disfarçadas dentro de um costume patriarcal, revestidas de naturalidade, justificadas como naturais em um relacionamento, “por amor”, “por ciúme” diminui-se a gravidade absoluta do crime.
Todos os dias têm-se notícias de morte de mulheres ocorridas dentro da sistemática nacional de violência de gênero, em decorrência da desigualdade e marginalização de mulheres que as coloca em um lugar de vulnerabilidade e, quanto à maioria dos casos sequer chega-se a ter notícia, os números são imprecisos mas extremamente altos.
 Há décadas a luta dos movimentos de mulheres tem alcançado resultados nos âmbitos nacional e internacional, alçando o tema da violência contra a mulher e das mortes de mulheres como fundamental aos direitos humanos e pauta necessária de proteção nos sistemas jurídicos internos e externos.
Inúmeros são os casos emblemáticos que trazem luz e visibilidade às formas de violência baseadas em gênero, especialmente aquelas que resultam na morte da mulher, o feminicídio, a morte de mulher apenas e tão somente pela condição de ser mulher.
Isso sequencia ações formadoras de uma agenda para dar visibilidade e proteção à mulher quanto à sistemática violação de seus direitos humanos e dignidade. Essa movimentação acontece de forma lenta, demandando respostas mais eficazes dos poderes públicos, inclusive com a pressão de organismos internacionais a fim de por fim à violência contra as mulheres, especialmente no tocante à epidemia de assassinatos. 
A partir da aprovação da Convenção de Belem do Pará, os movimentos de mulheres brasileiras buscaram incorporar em suas pautas mudanças legislativas estratégicas para o enfrentamento da violência doméstica e familiar.
A violência contra a mulher é um problema grave de saúde pública e deve ser tratado adequadamente pelos profissionais e órgãos governamentais, com medidas de prevenção e combate e o fortalecimento da rede de apoio às mulheres vítimas.
É preciso questionar a estruturação da sociedade em cima das relações entre homens e mulheres a fim de quebrar estereótipos e imagens distorcidas das relações. Continuar construindo a ideia de que o homem é superior à mulher e pode tomar decisões e intervir em suas vidas é algo que contribui para o aumento dos quadros de violência (FONSECA; LUCAS, 2016).
São muitos os fatores que constituem as situações de violência, e é preciso lançar um amplo olhar sobre dimensões sociais e psicológicas a fim de acolher e apoiar adequadamente estas mulheres, para que elas possam se livrar de relações abusivas e reconstituir suas vidas de forma independente, e saber que podem relacionar-se novamente de forma saudável (FONSECA; LUCAS, 2006).
As políticas públicas precisam estar em harmonia com as necessidades das mulheres, de forma que sejam eficazes em diferentes níveis, não apenas para punir o homem que agride a mulher, mas para permitir que esta consiga ultrapassar barreiras de gênero e atuar na sociedade, livre de preconceitos ou limitações. O Estado ocupa um papel de manter a democracia funcional, sendo que, permitir um desequilíbrio entre suas políticas e a democracia pode resultar na exclusão de gênero de seus benefícios.
Por isso é preciso se desvincular da ideia de que a mulher pertence ao espaço doméstico e privado, e que sua vocação principal é ser mãe e dona de casa, o Estado precisa compreender a mulher como um sujeito capaz de ocupar espaços de protagonismo dentro da sociedade, sendo agente transformadora da realidade (CARNEIRO; CARVALHO, 2016)
A normatização dos procedimentos relacionados aos cuidados das vítimas de violência doméstica, principalmente no âmbito psicológico, é uma importante e indispensável ferramenta para o combate deste problema, no entanto, é preciso ir além e debater o tema, ampliando o conhecimento acerca de seus aspectos; através destas ações é preciso que o profissional de saúde se conscientize de que o processo de acolhimento e tratamento destes casos precisa ser feito de forma livre de julgamentos ou valores morais, tais profissionais precisam levar em consideração todo o contexto de vida da vítima, sua situação, suas percepções, deixando de lado seus próprios julgamentos a respeito dos casos, tornando o processo integral, universal e igualitário (MINISTÉRIODA SAÚDE, 2012)
As políticas representam um grande avanço no que diz respeito à luta contra a desigualdade de gênero e as situações de violência decorrentes disso; representam a possibilidade de aumento da abrangência e das discussões acerca do tema, bem como a implementação de ações, que reforcem esta luta. 
O que ocorre, conforme Lima e Deslandes (2014), é que ainda falta reconhecimento destas causas na sociedade e no contexto das instituições. Uma das críticas citadas pelos autores a respeito do Estado brasileiro é sobre o caráter laico e sua relação com pressões religiosas frente aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres; políticas foram adotadas para abranger a garantia destes direitos às mulheres, como a ampliação dos serviços de atenção às mulheres vítimas de violência e situações de aborto, que ganham cada vez mais espaço.
É evidente a existência de múltiplos fatores em torno da questão da violência contra a mulher, que ultrapassam o aspecto da segurança pública, requerendo uma intervenção estatal multifacetada, que saia dos limites da esfera jurídica, sendo capaz de atingir a realidade social em suas dimensões cultural, institucional e familiar, a fim de alcançar o difícil objetivo de erradicação da violência contra as mulheres nas sociedades contemporâneas. 
De fato, o eixo levantado pela da área jurídica criminal, o qual constitui na evidência dos aspectos legais de proteção dos direitos da mulher é de suma relevância, sendo que os mecanismos e estratégias nesta área devem ser aperfeiçoados, por meio, por exemplo, da capacitação dos agentes públicos (delegadas, juízas, defensoras, etc), principalmente dos agentes policiais, além da ampliação dos recursos e órgãos especializados na questão.
 Para além disso, interessa atualmente uma maior absorção e compreensão do eixo da prevenção e da educação. É nítido que a Lei não se limita aos aspectos penais ou jurídicos, pelo contrário, incluem a previsão da formulação de políticas públicas amplas que considerem as problemáticas das desigualdades nas relações de gênero, no âmbito da segurança pública, da cultura, da saúde, da assistência social e da educação.
5 RELAÇÃO ENTRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E A PANDEMIA
Segundo estatísticas a violência contra a mulher só tem aumentado durante o período de pandemia, tendo um índice alto e desolador mundialmente. A principal estratégia adotada pela pandemia do CORONA-VIRUS foi exatamente o isolamento social, porém tal medida tem exposto ainda mais as mulheres a violência doméstica, tendo que conviver ainda mais com seus agressores, tornando o isolamento exacerbado os conflitos entre os familiares. 
Neste sentido, o próprio lar onde as mulheres convivem com seus agressores tem se tornado o maior lugar inseguro para se viver. Outro aspecto importante a ressaltar que na maioria dos casos não há a denúncia por parte da vítima, por temerem que as regras de convívio social não sejam descumpridas e as mesmas tendo que conviver com o agressor temendo por suas vidas. 
Desde que a covid-19 chegou ao País, mulheres que tinham histórico de sofrer agressões passaram a correr mais risco de vida por serem obrigadas a permanecerem mais tempo em casa, muitas vezes com seus próprios agressores. (FERREIRA, 2021)
Pode-se dizer que a violência contra a mulher é um fenômeno global, que tem levado grandes organizações a discutirem estratégias para contensão do caso. O secretário geral da Organização das Nações Unidas, Antônio Guetteres alertou que o horrível crescimento da violência doméstica necessita de medidas urgentes. 
No Brasil por exemplo foram registrados 648 novos casos de feminicídio durante o primeiro semestre de 2020, sendo um aumento equivalente a 1,9% a mais em relação ao mesmo período do ano de 2019, segundo os próprios dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 
Doravante, esse aumento afetou muitos países sendo de 30% no Chipre, 33% em Singapura, 30% na França e 25% na Argentina, e os mesmos buscam uma diversidade de estratégias de contensão. Tal violência se caracteriza uma grande violação dos direitos humanos sendo tarefa de todos os países que possuem essa taxatividade crescente. 
O Brasil ocupa entre o quinto e quarto lugar dos cinco países com maior número de feminicídio, o que demonstra uma grande concentração de violências contra a mulher muitas das vezes fatais. 
Globalmente, assim como no Brasil, durante a pandemia da COVID-19, ao mesmo tempo em que se observa o agravamento da violência contra a mulher, é reduzido o acesso a serviços de apoio às vítimas, particularmente nos setores de assistência social, saúde, segurança pública e justiça. 
Os serviços de saúde e policiais são geralmente os primeiros pontos de contato das vítimas de violência doméstica com a rede de apoio. Durante a pandemia, a redução na oferta de serviços é acompanhada pelo decréscimo na procura, pois as vítimas podem não buscar os serviços em função do medo do contágio. (VIEIRA, GARCIA, MACIEL, 2020)
Essa violência está diretamente relacionada a vulnerabilidade da mulher diante de seu companheiro, já que a violência doméstica em questão e pautadas em lei, uma das características é a ocorrência de violência dentro do lar. 
Outros aspectos podem ser mencionados, tais como a dependência econômica e perda de lucratividade, aumento do consumo de bebidas alcoólicas, submissão ao companheiro em cuidar com mais frequência dos serviços domésticos, o simples tratamento diferenciado a sua vulnerabilidade como mulher, aspectos culturais que concentram uma ideia diferenciado de direito entre o homem e mulher. Todos esses aspectos estão relacionados a reclusão do agressor.
A pandemia de COVID-19 envolve aspectos que evidenciam as questões sociais no Brasil, trazendo à tona a limitação das instituições e governos em lidar com a complexidade do país. A responsabilidade de cada indivíduo para a sustentação democrática e tentativas de igualdade social no país é ainda maior neste momento, sendo um fator de dificuldade que estas pessoas consigam perceber as possibilidades à frente deste cenário, especialmente se vivem uma situação brutal como a violência de gênero. (SANTOS, 2020)
O Governo do Brasil juntamente com os órgãos de assistência Social e as organizações mundiais tem adotados estratégias de proteção dessas vítimas. Por meio do próprio aplicativo do Direitos Humanos Brasil teve seu lançamento para que todas as vítimas possam utiliza-los para fins de denúncia. Outra estratégia e a principal que antes mesmo da pandemia é utilizada são os sistemas de telefone onde as vítimas podem ligar para o número 100 e 180. 
Existem ainda diversas organizações sociais, tais como as chamadas justiceira que promovem apoio social, jurídico, psicológico e assistencial, por meio do WhatsApp número (11) 99639-1212 às vítimas de violência doméstica. Outro aplicativo chamado “mete a colher” onde as mensagens apagam a cada 24 horas. 
A ONG tamoJuntas onde existe uma rede de profissionais que fornecem assistência integrada as vítimas. Além disso existem as parcerias das empresas, como a AVON e a Natura com as hashtag #IsoladasSimSozinhasNão. A empresa Magazine Luiza instaurou em seu aplicativo uma funcionalidade de denúncia, onde já encontra resultados altíssimos de denúncias de casos de violência. 
O Ministério Público estadual lançou cartilhas de conscientização com o Título “Homens que agradam não agridem”, com autoria da promotora de justiça Lindinalva Correia Rodrigues, que na qual vem realizando trabalhos sobre a violência contra a mulher. 
As provas podem ser as mais simples possíveis, tais como: 
· Exame de corpo de delito em casos de agressões físicas, contatando as origens das lesões; 
· Fotos, áudios ou vídeos das ações de violência;
· Conversas de exto com o agressor; 
· Testemunhas que tenham conhecimento ou presenciado alguma situação de violência;
· E o depoimento da própria vítima. 
Muitas das vezes as vítimas não realizam as devidas denúncias por medo de seus agressores, até por que no período de pandemia o isolamento é indispensável, tornandoainda mais burocrático o processo de denúncia. 
Há ainda aquelas vítimas que retiram suas denúncias por medo de seus agressores o que dificultam ainda mais as aplicações de penas para esses agentes agressores. Este é a principal dificuldade encontrada pelas entidades governamentais para a aplicação das penas contra esses agentes que nitidamente se caracterizam como criminosos. 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A violência contra a mulher é um problema grave de saúde pública e deve ser tratado adequadamente pelos profissionais e órgãos governamentais, com medidas de prevenção e combate e o fortalecimento da rede de apoio às mulheres vítimas.
É preciso questionar a estruturação da sociedade em cima das relações entre homens e mulheres a fim de quebrar estereótipos e imagens distorcidas das relações. Continuar construindo a ideia de que o homem é superior à mulher e pode tomar decisões e intervir em suas vidas é algo que contribui para o aumento dos quadros de violência (FONSECA; LUCAS, 2016).
São muitos os fatores que constituem as situações de violência, e é preciso lançar um amplo olhar sobre dimensões sociais e psicológicas a fim de acolher e apoiar adequadamente estas mulheres, para que elas possam se livrar de relações abusivas e reconstituir suas vidas de forma independente, e saber que podem relacionar-se novamente de forma saudável (FONSECA; LUCAS, 2006).
É evidente a existência de múltiplos fatores em torno da questão da violência contra a mulher, que ultrapassam o aspecto da segurança pública, requerendo uma intervenção estatal multifacetada, que saia dos limites da esfera jurídica, sendo capaz de atingir a realidade social em suas dimensões cultural, institucional e familiar, a fim de alcançar o difícil objetivo de erradicação da violência contra as mulheres nas sociedades contemporâneas. 
De fato, o eixo levantado pela da área jurídica criminal, o qual constitui na evidência dos aspectos legais de proteção dos direitos da mulher é de suma relevância, sendo que os mecanismos e estratégias nesta área devem ser aperfeiçoados, por meio, por exemplo, da capacitação dos agentes públicos (delegadas, juízas, defensoras, etc), principalmente dos agentes policiais, além da ampliação dos recursos e órgãos especializados na questão.
 Para além disso, interessa atualmente uma maior absorção e compreensão do eixo da prevenção e da educação. É nítido que a Lei não se limita aos aspectos penais ou jurídicos, pelo contrário, incluem a previsão da formulação de políticas públicas amplas que considerem as problemáticas das desigualdades nas relações de gênero, no âmbito da segurança pública, da cultura, da saúde, da assistência social e da educação.
Seguindo essa linha de raciocínio, tornam-se essenciais as reflexões e propostas no sentido de formular novas abordagens e desenvolver políticas públicas voltadas para o enfrentamento da desigualdade de gênero na sociedade como um todo, para além da dimensão estritamente legal. 
O enfrentamento da violência contra as mulheres ainda carece de uma articulação intersetorial, que compreenda a resolução de problemas sociais a partir de sua complexidade. Trata-se de uma necessidade, a integração de ações multidisciplinares e a interação entre os sujeitos envolvidos nestas relações, de forma que, as políticas públicas de combate à violência contra a mulher devem buscar ampliar sua atuação para ações de saúde, de assistência psicológica e amparo social.
Ainda assim, tais políticas públicas são extremamente importantes e representam um avanço para a sociedade; é preciso desenvolvê-las melhor de acordo com o que se observa na sociedade e os dados de violência que são obtidos, a fim de maximizar seus efeitos. Também é preciso desenvolver novas ações que envolvam todos os setores da sociedade e todas as pessoas, de forma a promover uma conscientização geral da situação e promover discussões a respeito do problema, pois a visibilidade é muito importante para o progresso destas ações.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, P. Comentário do Código Penal à luz da Constituição da República e da Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2010, p. 464.
ALMEIDA, S. M. A. F.; GROSSI, P. K. O trabalho do assistente social com mulheres em situação de violência conjugal. XX Seminario Latinoamericano de Escuela de Trabajo Social, 2012. Disponível em: < http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/9468/2/O_TRABALHO_DO_ASSISTENTE_SOCIAL_COM_MULHERES_EM_SITUACAO_DE_VIOLENCIA_CONJUGAL_espaco_de_atencao_na_formacao.pdf.> Acesso em: 
ARAUJO, M. F.; MATIOLLI, O. (org.). Gênero e Violência. São Paulo: Arte e Ciência, 2004. 
ARAUJO, Maria de Fátima. Gênero e violência contra a mulher: o perigoso jogo de poder e dominação. Psicol. Am. Lat., México, n. 14, out. 2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2008000300012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 
BOURDIEU, P. A Dominação Masculina. Tradução de Marie Helena Kuhner. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
BRASIL. Leis e Decretos. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher; e dá outras providências. Brasília: Senado Federal, 2006.
CALAZANS, M.; CORTES, I. O processo de criação, aprovação e implementação da Lei Maria da Penha. 2014. Disponível em: <http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-content/uploads/2014/02/1_3_criacao-e-aprovacao.pdf>. Acesso em: 
CARNEIRO, S. P.; CARVALHO, M. L. B. A violência de gênero e as medidas protetivas. In: SEMINÁRIO NACIONAL DEMANDAS SOCIAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, 12, 2016. Disponível em: < http://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/snpp/article/view/14578/3278>. Acesso em: 
CARVALHO, A. T. Direito Penal, Parte Geral, Questões Fundamentais da Teoria Geral do Crime. Lisboa: Coimbra Editora, 2008.
CAVALCANTI, S. V. S. F. Violência Doméstica: análise da Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340/06. Salvador: JusPODIVM, 2006.
DEBERT, G. G. G.; GREGORI, Maria Filomena; PISCITELLI, Adriana Garcia. (Orgs.). Gênero e distribuição da justiça: as delegacias de defesa da mulher e a construção das diferenças. Campinas: Unicamp, 2006. 
DITZEL, Ana Caroline Dobruski. As consequências psicológicas e os prejuízos na qualidade de vida da mulher que sofreu violência doméstica do seu parceiro. 2016. Disponível em: <https://iessa.edu.br/revista/index.php/tcc/article/view/85/32>. Acesso em: 
FONSECA, P. M.; LUCAS, Taiane Nascimento Souza. Violência doméstica contra a mulher e suas consequências psicológicas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Curso de Psicologia. Fundação Bahiana para o Desenvolvimento das Ciências. Salvador: FBDC, 2006.
FONSECA, D. H.; RIBEIRO, C. G.; LEAL, N. S. B. Violência doméstica contra a mulher: realidades e representações sociais. Psicologia & Sociedade, v. 24, n. 2, p. 307-314, 2012. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/psoc/v24n2/07.pdf>. Acesso 
GOMES, I. S. Feminicídios e possíveis respostas penais: dialogando com o feminismo e o direito penal. Gênero & Direito, Periódico do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Gênero e Direito Centro de Ciências Jurídicas, João Pessoa, n. 1, p. 188-218, 2015. Disponível em:<http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/ged/article/view/24472>. Accesso em: 
KASHANI, J. H.; ALLAN, Wesley D. The impact of family violence on children and adolescents. Thousand Oaks, Ca: Sage,1998.
LAGARDE, Marcela y de los Ríos. Del femicidio al feminicidio. Desde el jardín de Freud, Bogotá, n. 6, p. 216-225, 2006.
LEMOS, M. O. Delegacias de defesa da mulher O que aconteceu com elas? Fazendo Gênero 8 - Corpo, Violência e Poder, Florianópolis, ago. 2008.
LIMA, C. A.; DESLANDES, S. F. Violência sexual contra mulheres no Brasil: conquistas e desafios do setor saúde na década de 2000. Saúde Doc, v. 23, n. 3, p. 787-800, 2014. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-12902014000300787&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 
LISBOA, T. K.; PINHEIRO, E. A. A intervenção do serviço social juntoà questão da violência contra a mulher. Katálysis, v. 8, n. 2, p. 199-210, 2005.
MACHADO, L. Z. Eficácia e desafios das Delegacias Especializadas no Atendimento às Mulheres: o futuro dos direitos à não-violência. Mimeo, 2001. 
MACHADO, Dinair Ferreira et al. Violência contra a mulher: o que acontece quando a Delegacia de Defesa da Mulher está fechada?. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 25, n. 2 pp. 483-494. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1413-81232020252.14092018>. Acesso em: 
MASSUNO, E. Delegacia de defesa da mulher: uma resposta a violência de gênero. In: BLAY, Eva Alterman (Org.). Igualdade de oportunidades para as mulheres. São Paulo: Humanitas, 2002, p. 25-55.
MATOS, Khesia Kelly Cardoso; SILVA, Susanne Pinheiro Costa e; NASCIMENTO, Emanuela de Araújo. Filhos do cárcere: representações sociais de mulheres sobre parir na prisão. Interface (Botucatu), Botucatu , v. 23, e180028, 2019. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832019000100252&lng=en&nrm=iso>. access on 
MATOS, M.; PARADIS, C. G. Desafios à despatriarcalização do Estado brasileiro. Cadernos Pagu. Dossiê O gênero da política: feminismos, estado e eleições, Campinas, n. 43, p. 57-118, jul./dez. 2014.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual contra mulheres e adolescentes : norma técnica. 3 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prevencao_agravo_violencia_sexual_mulheres_3ed.pdf >. Acesso em: 
OLIVEIRA, A. C. G. A.; COSTA, M. J. S.; SOUSA, E. S. S. Feminicídio e violência de gênero: aspectos sociojurídicos. Revista Tema, vol. 16, nº 24/25, jan./dez. 2015.
ONU - Organização das Nações Unidas. Declaração de Beijing. Conferência Mundial Sobre a Mulher. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996.
ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 10 de dezembro de 1948. Assembléia Geral das Nações Unidas. ONU, 1948.
PELICANI, R. B. A Lei Maria da Penha e o princípio da igualdade: interpretação conforme a constituição. Revista da Faculdade de Direito, s/d.
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. São Paulo: Max Limonad, 2002.
RODRIGUES; L. L.; COELHO, R. P.; LIMA, R. R. A contribuição da Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) para o combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. 2015. Disponível em: <http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/salvador/renata_pinto_coelho.pdf>. Acesso em: 
ROMERO, T. I. Sociología y política del feminicidio: algunas claves interpretativas a partir de caso mexicano. Revista Sociedade e Estado, Brasília, vol. 29, n. 2, p. 373-400, maio/ago. 2014.
SAFFIOTI, H. I. B. Gênero, patriarcado, violência. 1ª edição. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2011.
SCOTT, J. W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. 1995. Disponível em: <https://archive.org/details/scott_gender> Acesso em: 
SEGATO, R. L. Qué es un feminicidio. Notas para un debate emergente. Série Antropologia, n. 401. Brasília: Universidade de Brasília, 2006. p. 2-11.
SILVA, L. L.; COELHO, E. B. S.; CAPONI, S. N. C. Violência silenciosa: violência psicológica como condição da violência física doméstica. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 11, n. 21, p. 93-103, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832007000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 
SOUZA, H. L.; CASSAB, L. A. Feridas que não se curam: a violência psicológica cometida à mulher pelo companheiro. Anais do I Simpósio sobre Estudos de Gênero e Políticas Públicas, Universidade Estadual de Londrina, 2010. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/gpp/pages/arquivos/5.HugoLeonardo.pdf. Acesso em: 
SPM – Secretaria de Políticas para as Mulheres. Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Conheça a lei que protege as mulheres da violência doméstica e familiar. Brasília: SPM, 2012.
TELES, M. A. A. O que é violência contra a mulher. São Paulo: Brasiliense, 2006.
TRAMONTANA, E. Discriminación y violência de gênero: aportes del sistema interamericano de derechos humanos. In: BOGDANDY, A. V.; PIOVESAN, F.; ANTONIAZZI, M. M. (Coord.). Estudos avançados de direitos humanos: democracia e integração jurídica: emergência de um novo direito público. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
VASCONCELOS, T. B.; NERY, I. S. A atuação das delegacias da mulher como política pública de enfrentamento à violência de gênero. In: V Jornada Internacional de Políticas Públicas. São Luiz, 2011.
VIANA, A. J. B.; SOUSA, E. S. S. O poder (in)visível da violência sexual: abordagens sociológicas de Peirre Bourdieu. Revista de Ciências Sociais, Fortaleza, v. 45, n. 2, p. 155-183, jul./dez. 2014.
WAISELFISZ, J. J. Mapa da violência 2015. Homicídios de Mulheres no Brasil. Brasília, 2015. Disponível em: <http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_mulher.pdf>. Acesso em: 
WYNTER, A. E. La violencia desde una perspectiva de Género. Revista Enfermeras, vol. 37, n 1-2, p. 23-26, 2001.
2

Continue navegando