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TCC Violencia Domestica 1

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL 
 
 
 
ISABELLE CRISTINA GARCIA LAMARÃO 
MARIA DE LOURDES SALES CORREA 
ROSANGELA LIMA MEDEIROS 
SIMONE DO SOCORRO GUIMARAES DO NASCIMENTO 
WALENA LUCIA SILVA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER 
 E SUAS CONSEQUÊNCIAS PSICOLOGICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM – PAR 
2020 
SABELLE CRISTINA GARCIA LAMARÃO 
MARIA DE LOURDES SALES CORREA 
ROSANGELA LIMA MEDEIROS 
SIMONE DO SOCORRO GUIMARAES DO NASCIMENTO 
WALENA LUCIA SILVA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER 
 E SUAS CONSEQUÊNCIAS PSICOLOGICAS 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
como requisito parcial para obtenção do titulo 
de Bacharel em Serviço Social da 
Universidade Paulista – Campus Belém. 
Orientador: Liliane Malcher 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM – PARÁ 
2020 
ISABELLE CRISTINA GARCIA LAMARÃO 
MARIA DE LOURDES SALES CORREA 
ROSANGELA LIMA MEDEIROS 
SIMONE DO SOCORRO GUIMARAES DO NASCIMENTO 
WALENA LUCIA SILVA SILVA 
 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER 
 E SUAS CONSEQUÊNCIAS PSICOLOGICAS 
 
 
 
 
 
 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi orientado e aprovado para obtenção de 
grau de Bacharel, no Curso de Serviço Social, da Universidade Paulista. 
 
 
Belém, / / 2020. 
 
 
 
_________________________________________ 
LILIANE MALCHER 
Orientadora Professora Especialista 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradecemos a instituição de ensino e a todos os professores que nos 
ajudaram nesta longa jornada, os nossos sinceros agradecimentos: 
 
Eu, ISABELLE CRISTINA GARCIA LAMARÃO, agradeço primeiramente 
a Deus pela conquista e pela sua presença em minha vida me iluminando e me 
abençoando. Agradeço, a minha mãe Jacirene Garcia, pelo incentivo e amor 
incondicional, e a minha avó Inês Garcia, por todo carinho. Agradeço aos meus 
amigos, pela disposição em me auxiliar, e a toda minha família que sempre esteve 
ao meu lado nessa caminhada. Obrigado a todos. 
 
Eu, MARIA DE LOURDES SALES CORREA, Agradeço primeiramente a 
Deus, por ter me dado todo o entendimento que precisei para concluir este curso, 
agradeço aos meus pais: Maria de Lourdes Sales Correa, Sebastião de Jesus 
Correa (in memoriam), agradeço aos meus filhos: Carlos Luiz Primo de Aviz, Carla 
Viviane Correa de Aviz, Katielly Sabrina Sales Correa, Keven William Sales 
Correa, por acreditarem em mim e sempre estiveram ao meu lado torcendo para 
que este grande sonho fosse realizado. Aos meus netos: Jhennyfer Kailany Correa 
da Silva, Luana Gabriela de Aviz Neves, Luan Junior de Aviz Neves, 
 
Eu, ROSANGELA LIMA MEDEIRO, agradeço imensamente a Deus por 
estar presente em todos os momentos de minha vida, principalmente nesse 
processo de formação acadêmica, concedendo-me a graça do discernimento para 
superar as dificuldades que passaram no meu caminho, superando cada obstáculo. 
Agradeço a minha mãe Joana Fernandes Bastos que me apoiou a seguir em 
frente, sendo minha fortaleza, meu porto seguro em todos os momentos da minha 
vida. Pelo seu amor, sempre preocupada com a correria que se tornou minha vida 
durante esse processo, agradeço a todos os mestres e professores que fizeram 
parte da minha formação, obrigada pelos ensinamentos. 
 
Eu, SIMONE GUIMARAES DO NASCIMENTO, quero agradecer 
primeiramente a Deus por todas as bênçãos concedidas, por ter me dado forças e 
coragem para vencer todas as barreiras que surgiram nesta caminhada. Agradeço 
aos meus familiares por todo o apoio e incentivo aos estudos, e que muito 
contribuíram para o meu amadurecimento e aprendizado. Agradeço a minha mãe 
Naide Guimaraes do Nascimento pelo esforço em me formar e por dar-me o 
melhor. Sei que nesses anos não foram nada fáceis, me faltam palavras para 
expressar e agradecer por tudo. Amo vocês. 
 
Agradeço a todos os meus professores da Instituição que ao longo 
desses três anos, compartilharam seus conhecimentos e contribuíram na realização 
deste trabalho. 
 
Eu, WALENA LUCIA SILVA SILVA, Agradeço primeiramente a Deus por 
esta conquista, pela força que me proporcionou ao caminhar nessa estrada cheia de 
desafios e barreiras. Agradeço a pessoa que mais me apoiou nessa jornada, minha 
mãe Helena Lucia Silva Silva que é a base de tudo. Agradeço aos meus filhos: 
Patrícia Helena, Carlos Miguel e Waléria que acreditaram em mim, ao Adriano 
Xavier pela força e ao meu esposo Waldir Wanderley pela força e incentivo. 
 
Enfim, agradecemos a todos que contribuíram para a realização e 
conclusão deste trabalho: famílias, amigos e profissionais que fizeram parte da 
nossa historia e que de alguma forma torceram por nós. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A culpa da violência contra a mulher é da sociedade machista em que 
vivemos e da falta de leis mais severas para esses tipos de crime. Mas não 
podemos deixar de citar os comportamentos inadequados de ambos os sexos que 
incitam essa prática de crime. Essas condutas inadequadas são frutos da ausência 
de uma boa formação familiar, educacional e social.” 
Herbert Alexandre Galdino Pereira 
 
 
RESUMO 
 
 
 
Esse trabalho propõe-se a expor e analisar a incidência da violência 
domestica, colocando o foco no agir profissional do Assistente Social. Estudos 
realizados sobre a Lei Maria da Penha e suas inovações, complementado por uma 
posterior problematização acerca da centralidade da tutela penal no enfrentamento 
da grave problemática da violência contra a mulher no país. E por intermédio desta 
pesquisa, foi possível perceber que com o advento da Lei 11.340/06 houve um 
aumento considerável das denuncias. Entretanto, a incidência desse tipo de 
violência sofreu poucas alterações, ainda não se mostrou suficiente para diminuir os 
índices de violência que sofrem muitas mulheres no Brasil, no entanto, evidencia-se 
que a grande maioria das mulheres encontram receios no que refere à punição 
daqueles que as agrediram. A violência domestica é um problema global e muito 
antigo. Ao longo de séculos, o mundo, dominado pela cultura patriarcal, assistiu aos 
mais diversos abusos praticados contra o sexo feminino. Aspectos culturais, fatores 
educacionais, dentre outros, sempre serviram para “justificar” ou mesmo explicar 
esse tipo de violência, em especial, nas relações maritais, onde o homem sempre 
via a esposa como uma propriedade. 
 
Palavras Chaves: Violência domestica, e a Lei Maria da Penha nº 11.340/2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
 
This work aims to expose and analyze the incidence of physical of domestic violence, 
placing the focus on the professional act of the social worker. Studies on the Maria 
da Penha Law and its innovations, complemented by further questioning about the 
centrality of penal law in combating the serious problem of violence against women in 
the country. And through this research, it was possible one realize that with the 
enactment of Law 11,340 / 06 there was a significant increase in complaints. 
However, the incidence of this type of violence has changed little, still was not 
enough to reduce the levels of violence afflicting many women in Brazil, however, it is 
clear that the vast majority of women are fears in regard to the punishment of those 
the beat. Violence of domestic is a global problem and very old. For centuries, the 
world dominated by patriarchal culture, attended the various abuses against women. 
Cultural, educational factors, among others, have always served to "justify" or even 
explain this kind of violence, especially in marital relationships where the man always 
saw his wife as a property. 
 
Key words: Violence domestic and Maria da Penha Law No. 11,340/ 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO1 INTRODUÇÃO 01 
2 CAPITULO I – VIOLENCIA DOMESTICA 02 
2.1 PROBLEMATIZAÇÃO 03 
2.2 OBJETIVOS GERAIS E ESPECIFICOS 03 
2.3 CONCEITOS DE VIOLENCIA 
2.4 IPOS COMUNS DE VIOLENCIA 
04 
05 
 
3 CAPITULO II – JUSTIFICATIVA 
3.1 A QUEM PROCURAR EM CASO DE VIOLENCIA 
07 
09 
3.2 PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO 12 
3.3 VIOLENCIA CONTRA A MULHER 12 
3.4 FORMAS DE MANIFESTAÇÕES DE VIOLÊNCIA 14 
3.5 PERFIS DO AGRESSOR DOS DELITOS DOMESTICOS 
3.6 PERFIS DA VITIMA DE VIOLENCIA FAMILIAR 
3.7 E QUANDO O HOMEM É A VITIMA 
 
15 
16 
17 
4 CAPÍTULO III – LEI “MARIA DA PENHA” 18 
4.1 LEI 11.340/2006 - MARIA DA PENHA 18 
4.2 ORIGENS DA LEI 11.340/2006 18 
4.3 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DAS MULHERES 
4.4 DIGNIDAE DA PESSOA HUMANA E VIOLENCIA 
4.5 ATUAÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL NA QUESTÃO DA VIOLENCIA. 
5 CONCLUSÃO 
6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
20 
21 
22 
24 
26 
 
 
1 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
 O objetivo deste trabalho consiste em analisar a intervenção do Serviço 
Social frente às mulheres vítimas de violência doméstica que são atendidas em 
unidades de saúde, hospitais e emergências, o Assistente Social é de suma 
importância no acolhimento e orientações das vitimas. 
 
Atender mulheres que sofrem violência é zelar pelos Direitos Humanos e 
valorizar no espaço da Saúde a realização desses Direitos. A violência doméstica é 
a forma mais frequente de violência sofrida pelas mulheres, ao contrário dos homens 
cuja principal forma é aquela cometida por conhecidos ou estranhos em espaços 
públicos. As mulheres são também as principais usuárias de serviços de saúde, 
especialmente de atenção primária e emergenciais. 
 
Apesar dos altos índices, identificar a violência pode não ser uma tarefa 
tão fácil. Quando uma mulher que esta sofrendo violência procura os serviços de 
saúde, dificilmente revelam espontaneamente a situação que estão passando e 
mesmo quando questionadas preferem não relatar os fatos. 
 
Sabe-se que a violência doméstica se expressa de várias formas na vida 
social, e afeta mulheres de todas as idades, etnias e classes sociais. Ocorrem 
principalmente no espaço doméstico, e são efetivadas por pessoas com quem as 
vítimas mantêm relações afetivas e estão profundamente inseridas nos hábitos, 
costumes, comportamentos socioculturais, papéis e funções de gêneros imaginadas 
como naturais. 
 
De acordo com a Lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006 - Lei Maria da 
Penha, a violência contra a mulher se configura como qualquer ação ou conduta, 
baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou 
psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado. Incluem-se a 
agressão física, sexual, psicológica e econômica. 
2 
 
 
As mulheres devem procurar em primeiro lugar um centro de referencia 
de atendimento ou uma delegacia especializada no atendimento a vitima, obter as 
informações que precise, principalmente se a vitima estiver sob ameaças ou 
sofrendo violência física. Buscar orientações para entender melhor a situação pela 
qual esta passando, e obter informações da Lei Maria da Penha. 
 
Desta forma, o profissional de Serviço Social, nas questões relacionadas 
à violência domestica, possui um papel relevante, oferecendo serviços de escuta 
qualificada, realizando o acolhimento da vítima a partir da identificação da situação 
problema, realização de trabalhos em grupos participação de debates e relatórios. 
 
O projeto de pesquisa e extensão apresenta como objetivo geral conhecer 
as principais causas da violência contra a mulher na grande Belém e dar visibilidade 
pública para esta questão, e como objetivos específicos: mapear órgãos públicos 
estaduais e municipais que possuem políticas e programas direcionados ao 
atendimento de mulheres vítimas de violência; subsidiar o projeto de construção da 
Casa de Apoio, o abrigo, para que mulheres e seus filhos, vítimas de violência sejam 
acolhidos; Elaborar vídeos educativos, como um documentário, sobre a questão da 
violência, com a finalidade de ser discutido em grupos de mulheres como forma de 
prevenção e conscientização em relação aos seus direitos; programar e executar as 
políticas públicas voltadas para as mulheres que sofrem violência. 
 
2. CAPITULO I – VIOLÊNCIAS DOMÉSTICAS - PROBLEMATIZAÇÃO 
 Problematização: 3.1
O ato da violência é praticado por agressores que possuem um 
relacionamento amoroso com a vítima e entre suas características associadas estão 
à presença do o uso de álcool ou drogas e um período de ocorrência grande até a 
realização da denúncia. Como fazer uma denúncia contra alguém que faz parte do 
seu convívio familiar? 
A violência é considerada um dos maiores problemas na sociedade 
brasileira, dentre elas a mais destacada é a violência domestica que ocorre no seio 
familiar, local onde poderíamos nos sentir protegidos pelos familiares e, atingem 
3 
 
 
principalmente crianças, adolescentes, mulheres e idosos e a maioria dos 
agressores é um membro da família. 
Um dos grandes fatores que favorece a violência física é o 
espancamento. A personalidade desestruturada para um convívio particular do 
agressor que não sabe lidar com pequenas frustrações em que essa relação 
provoca no decorrer do cotidiano. A pesquisa pretende mostrar que estudar esses 
diferentes tipos de violência doméstica é procurará responder a estas questões: 
 Quais as causas mais frequentes de violência doméstica? 
 Que falhas podem ser observadas na legislação que trata 
dos diferentes tipos de violência doméstica? 
 Quais os principais obstáculos encontrados na aplicação 
das penas cabíveis? 
 Como os tribunais têm solucionado os casos de violência 
doméstica? 
 Objetivos 3.2
 Objetivos Gerais: Identificar as principais formas de 
violência contra a mulher dentro do casamento ou relação estável e suas 
consequências, a aplicação da Lei Maria da Penha e a atuação do 
Assistente Social. 
 Objetivos Específicos: 
 Identificar os tipos de violência doméstica contra as 
mulheres; 
 Investigar as consequências desta violência; 
 Conhecer os benefícios da lei Maria da Penha; 
 Identificar a atuação do assistente social nas relações 
familiares. 
 Analisar a intervenção do Assistente Social, quanto à 
garantia dos direitos de adolescentes grávidas, como acesso aos 
programas e benefícios socioassistenciais. 
 Analisar as diferentes formas de violência doméstica e 
suas consequências trazidas para a sociedade. 
4 
 
 
 Discutir a legislação pertinente e os obstáculos a sua 
aplicação. 
 Analisar casos julgados pelos tribunais brasileiros 
envolvendo violência doméstica. 
 Pretende-se, ainda, a coleta de dados estatísticos 
atualizados em sites oficiais e a realização de pesquisas de campo 
para ouvir relatos de pessoas vítimas de violências, bem como de seus 
familiares. 
 
 Justificativa: 3.3
Esta pesquisa justifica-se em razão de conhecer mais sobre o tema e sobre a lei 
Maria da Penha, para que através do conhecimento, possa haver melhorias no 
combate a violência doméstica contra a mulher, com o intuito de contribuir para o 
debate acerca das formas de erradicação do fenômeno social, cultural e histórico 
que é a violência doméstica e familiar contra a mulher. 
 
A violência doméstica contra as mulheres muitas vezes é tida como usual, banal, e 
que não precisa de nenhuma providência, exceto, em casos de grande gravidade e 
risco de vida. Portanto, a agressão por parceiro íntimo é sempre percebida, por 
quem a sofre, como situação indesejável, que não deveria ocorrer. Entretanto, 
diversas razões dificultam a saída da situação e o pedido de apoio, algumas 
relacionadas à dinâmica própria do ciclo da violência, outras relacionadas ao 
estigma associado à condição de vítima de violências, além da importância do 
casamento e do cuidado dos filhos como projeto de vida para as mulheres. 
 
A violência doméstica atinge um grande número de pessoas emnossa sociedade, 
não só mulheres, como também crianças, adolescentes e idosas e até mesmo 
homens, de forma silenciosa. Sua importância também é relevante porque não 
obedecem a nenhum nível social, econômico, religioso ou cultural, e pelo fato de 
imputar às vítimas um sofrimento indescritível. Outro fato que torna a pesquisa 
importante é que as agressões constituem a principal causa de morte de jovens 
entre cinco e dezenove anos e a maior parte dessas agressões é proveniente do 
ambiente doméstico. 
5 
 
 
No Brasil, segundo a UNICEF, cerca de 1800 crianças e adolescentes são 
espancados diariamente, conforme dados do ano de 1997. No Brasil existem leis 
que protegem a mulher, a criança e o adolescente, e o idoso, porém a violência 
doméstica continua de forma intensa, o que leva à necessidade de um número maior 
de pesquisas que estude a questão na busca de soluções. 
3. CAPITULO II – VIOLENCIA NO BRASIL 
 Conceitos de Violência: Muitos são os conceitos de violência: o uso da força 3.1
física, que causam danos físicos, emocionais ou psicológicos no agredido. Sendo 
a violência um modo de defesa do ser humano, ou seja, comportamentos 
passados de geração em geração que norteiam as nossas atitudes. 
A cada ano que passa, a violência reduz a vida de milhares de mulheres 
em todo o mundo e com isso, prejudica a vida de muitas outras. Ela não tem noção 
de fronteiras geográficas, raça, idade ou renda, atingindo além de mulheres: 
crianças, jovens e idosos. 
[...] cada feminista enfatiza determinado aspecto 
de gênero, havendo um campo, ainda que limitado, de 
consenso: o gênero é a construção social do masculino e do 
feminino. (SAFFIOTI, 2004, p.45). 
 
 
A violência seria a causa das questões sociais, objeto de estudo do 
Assistente Social, o problema não é visto como uma doença, mas sim como um 
problema social, agravado pelo desenvolvimento e transformações do mundo, sendo 
que a violência contribui muito para a falta de qualidade de vida das pessoas. 
Desta forma conclui-se que no Brasil há diversas formas de violência, 
como exemplo: 
 Violência urbana que é praticada pela discriminação 
contra as minorias que são os negros, os índios, os idosos, as mulheres, 
crianças, etc.; 
 A violência social em decorrência dos altos índices de 
desigualdades sociais e pobreza, violência doméstica, e entre outras. 
6 
 
 
Não há um dado concreto ou uma única explicação sobre o crescimento 
da violência no Brasil. Pode-se dizer que, certamente encontram-se associados à 
lógica da pobreza e das desigualdades socioeconômicas. É fato que pobreza e 
desigualdades não justificam, isoladamente, o acréscimo da violência. Um exemplo 
disto é a sociedade hindu, que é pobre e profundamente hierarquizada, mas não 
produzem as mesmas manifestações de violência existentes no Brasil. 
 Tipos comuns de Violência: 3.2
Após a descrição das várias classificações contidas em tratados 
internacionais e pelas doutrinas brasileiras e estrangeiras no que diz respeito aos 
tipos de violência contra mulheres, conclui-se que a violência: 
 Física consiste em atos de cometimento físico sobre o corpo da 
mulher, podendo ser através de tapas, chutes, socos, queimaduras, 
mordeduras, punhaladas, estrangulamentos, mutilação genital, tortura, 
assassinato, ou seja, qualquer conduta que ofenda a integridade física ou 
saúde corporal da mulher; 
 Psicológica é a ação ou omissão destinada a degradar ou 
controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões de outra pessoa por 
meio de intimidação, manipulação, ameaças direta ou indireta, ou seja, é a 
violência entendida como qualquer conduta que lhe cause danos emocionais 
e diminuição da autoestima; 
 Sexual se identifica como qualquer atividade sexual não 
consentida, incluindo também o assédio sexual, ou seja, é qualquer conduta 
que constranja a mulher a manter atos libidinosos não desejados, mediante 
intimidação. 
 Moral consiste no assédio moral sendo considerada qualquer 
conduta que configure injúrias, calúnias ou difamação. No artigo 7º da Lei nº 
11.340 tipifica como violência psicológica, o seja, qualquer conduta que cause 
dano emocional ou prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação da 
mulher; prejuízo ou perturbação ao seu pleno desenvolvimento; que tenha o 
objetivo de degradá-la ou controlar suas ações, comportamentos e crenças. 
 Intrafamiliar é aquela que ocorre nos lares, em que o homem ou 
a mulher é o chefe da casa, e sabe o que é melhor para todos, que uma 
7 
 
 
criança deve ser castigada para ter um bom comportamento, que a mulher 
seria submissa a ele. 
 Autoprovocada compreende ideação suicida, autoagressões, 
tentativas de suicídio e suicídios, crescente entre jovens e idosos, devido a 
vários fatores como o uso de drogas, exclusão social, o seja, falta de 
oportunidades. 
 
 Cultural é aquela usada contra os costumes e crença de 
determinados grupos, abrangendo a violência de gênero que seria violência 
praticada na relação entre homens e mulheres como o machismo, evidentes 
na forma de expressões da violência como os assassinatos, estupros, 
abusos: físicos e sexuais, emocionais, prostituição forçada, mutilação genital, 
racial e outras. 
 Urbana é aquela cometida nas cidades, seja em razão da prática 
de crimes eventuais, pelo crime organizado. É um problema que aflige vários 
países mundo afora. 
 Social é evidente em nosso país no que se refere ao negro, 
ocasionando o modelo escravista implantado no país durante a sua 
colonização. 
 Institucional é a praticada nas instituições, através de regras, 
produzindo relações injustas, sendo a saúde, segurança e serviços públicos 
os principais exemplos dessa negligencia institucional. 
 Interpessoal agrada através de conflitos nas relações sociais, as 
pessoas não conseguem resolver suas divergências através de um diálogo, 
levando a ultima instancia suas diferenças. Este tipo de violência pode ser 
físico ou psicológico, ocorrer tanto no espaço público como no privado. São 
vítimas crianças, jovens, adultos e idosos. 
 Coletiva recebe uma grande atenção pública, pois, há conflitos 
violentos entre nações e grupos, terrorismo de Estado ou de grupos, estupro, 
como arma de guerra, guerras de gangues, em que ocorre em toda a parte do 
mundo. 
 Patrimonial é aquela praticada contra o patrimônio da mulher, 
sendo muito comum nos casos de violência doméstica e familiar (danos), ou 
8 
 
 
seja, é a conduta que configura retenção, subtração, destruição dos bens da 
vítima; 
 Doméstica e familiar é a ação ou omissão que ocorre no espaço 
de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as 
esporadicamente agregadas. É aquela praticada por membros de uma 
mesma família. 
 
No estado do Pará, por exemplo, houve um aumento de 20% nos 
registros de violência doméstica atendidos pela Polícia Militar no primeiro fim de 
semana de isolamento devido ao Convide 19. No Rio de Janeiro, a incidência foi 
ainda maior com números de 50% dos casos. 
Em Santana no estado de Macapá, o aumento foi mais assustador ainda. 
De 904 crimes contra a mulher em 2018, para 1.107 no ano de 2019. Casos que 
inicialmente foram atendidos após denuncias aos 190. 
O Brasil tem um índice de 4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres, é o 
quinto maior do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria 
dos crimes é cometida dentro de casa, por pessoas com algum grau de parentesco 
ou próximos às vítimas, sobretudo parceiros ou ex-parceiros. 
De um modo geral, de cada 10 vítimas de violência doméstica, oito são 
mulheres, e a maioria das vitimas são donas de casa entre a faixa etária de 20 e 39 
anos com baixo nível educacional e socioeconômico. 
Os pesquisadores justificaram que, juntos a baixa escolaridade e 
condição socioeconômica precária podem contribuir para que as vítimas sejam 
dependentes financeiramente de seus parceiros e tambémseus agressores elas se 
tornam menos dispostas a denunciá-los. Alguns estudos foram observados que, 
mulheres com empregos remunerados têm mais chances de ser financeiramente 
independentes e menos tolerantes a comportamentos agressivos, possivelmente 
porque também são mais informadas sobre seus direitos. 
No entanto, a interpretação dos números apresentados nesse trabalho 
deve levar em conta que eles se referem ao universo dos incidentes de violência 
9 
 
 
domésticos oficialmente notificados. Estudos recentes indicam que a maioria dos 
incidentes dessa natureza não é oficialmente notificada, sendo o grau de 
subnotificação maior que a média entre as mulheres com nível de escolaridade 
superior, presumivelmente com nível socioeconômico também superior. 
Mais da metade das mulheres vítimas de abusos e agressões não 
denunciam seus parceiros, possivelmente porque são desencorajadas ou mal 
atendidas nas delegacias e serviços públicos de saúde. A conclusão consta da 
segunda edição do relatório Visível e invisível: A vitimização de mulheres no Brasil, 
divulgado em fevereiro pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria 
com o Datafolha. 
Foram entrevistadas mais de 1.092 mulheres a partir de 16 anos de idade 
em 103 municípios de todas as regiões do Brasil. A amostra foi nacionalmente 
representativo com um índice de aproximadamente 16 milhões de mulheres, de 
todas as classes sociais, que sofreram algum tipo de violência no Brasil, em 2018, 
um número equivalente a 1.830 casos foram registrados a cada hora. 
Segundo os coordenadores do trabalho, os dados apresentados 
evidenciam os desafios e sinalizam a necessidade de adoção de estratégias 
orientadas à prevenção da violência contra as mulheres, que tem no Feminicídio seu 
ápice, mas compreende uma gama muito vasta de ações, como ameaças, torturas 
psicológicas, agressões verbais e violências física e sexual. 
 
As mulheres vítimas de violência 
doméstica podem realizar denúncia por telefone e 
meio virtual disponibilizado pela Coordenadoria da 
Mulher de Belém (Combel). De acordo com a ONU 
Mulheres a violência física e sexual contra mulheres 
tem aumentado durante o período de isolamento 
social provocado pela corona vírus. 
 
Em Belém o foco não é apenas a violência física, mas outros tipos 
também. Neste espaço, a mulher é acolhida. Evitados que aconteçam a vitimização 
da mulher que, em outras situações vai a diferentes lugares e acaba por ficar 
constrangida, envergonhada, tendo que expor sua história em cada um deles. Por 
10 
 
 
isso, evitamos a peregrinação em diversas instituições de uma mulher que está 
fragilizada. 
No Pro Paz Integrado em Belém-Pa, mulheres encontram todo o apoio 
multidisciplinar de profissionais da área da assistência social para falar diretamente 
com elas. 
Na avaliação de alguns estudiosos, esse crescimento também guardaria 
relação com a entrada em vigor da Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 
2006 com o objetivo de prevenir, conter, punir e erradicar todo e qualquer tipo de 
violência contra a mulher. Com isso, cada vez mais vítimas têm rompido o silêncio 
sobre abusos, contribuindo para que novos casos venham à tona. 
 A quem procurar em caso de violência: 3.3
3.1.1 Centro de especialização de atendimento a mulher: Os Centros de Referência 
são espaços de acolhimento/atendimento psicológico e social, orientação e 
encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência, que devem 
proporcionar o atendimento e o acolhimento necessários à superação de 
situação de violência, contribuindo para o fortalecimento da mulher e o 
resgate de sua cidadania. 
3.1.2 Casas e abrigos: As Casas-Abrigo são locais seguros que oferecem moradia 
protegida e atendimento integral a mulheres em risco de morte iminente em 
razão da violência doméstica. É um serviço de caráter sigiloso e temporário, 
no qual as usuárias permanecem por um período determinado, durante o qual 
deverão reunir condições necessárias para retomar o curso de suas Vidas. 
3.1.3 Casas de acolhimento provisório: Constituem serviços de abrigamento 
temporário de curta duração de até 15 dias, não sigilosos, para mulheres em 
situação de violência, acompanhadas ou não de seus filhos, que não correm 
risco iminente de morte. Vale destacar que as Casas de Acolhimento 
Provisório não se restringem ao atendimento de mulheres em situação de 
violência doméstica e familiar, acolhendo também mulheres que sofrem 
outros tipos de violência, em especial vítimas do tráfico de mulheres. O 
abrigamento provisório garante a integridade física e emocional das mulheres, 
bem como realizar diagnóstico da situação da mulher para encaminhamentos 
necessários. 
11 
 
 
3.1.4 Delegacias especializadas de atendimento a mulher (DEAM’s): São unidades 
especializadas da Polícia Civil para atendimento às mulheres em situação de 
violência. O DEAM’s tem caráter preventivo e repressivo, realiza ações de 
prevenção, apuração, investigação e enquadramento legal. As DEAM’s 
passam a desempenhar novas funções que incluem, por exemplo, a 
expedição de medidas protetivas de urgência ao juiz no prazo máximo de 48 
horas. 
3.1.5 Núcleos ou postos de atendimento a mulher – Delegacias comuns: 
Constituem espaços de atendimento à mulher em situação de violência (que 
em geral, contam com equipe própria) nas delegacias comuns. 
3.1.6 Defensoria publica especializada: As Defensorias da Mulher têm a finalidade 
de dar assistência jurídica, orientar e encaminhar as mulheres em situação de 
violência. É um órgão do Estado, responsável pela defesa das cidadãs que 
não possuem condições econômicas como um exemplo: de ter advogado 
contratado por seus próprios meios. Possibilitam a ampliação do acesso à 
Justiça, bem como, a garantia às mulheres de orientação jurídica adequada e 
de acompanhamento de seus processos. 
3.1.7 Juizados especializados de violência domestica e familiar contra a mulher: Os 
Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher são órgãos da 
Justiça Ordinária com competência cível e criminal que poderão ser criados 
pela União (no Distrito Federal e nos Territórios) e pelos Estados para o 
processo, julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de 
violência doméstica e familiar contra a mulher. Segundo a Lei nº 11.340/2006 
(Lei Maria da Penha) poderão contar com uma equipe de atendimento 
multidisciplinar a ser integrada por profissionais especializados nas áreas 
assistenciais, psicossocial, jurídica e da saúde. 
3.1.8 Promotorias, e promotorias especializadas: A Promotoria Especializada do 
Ministério Público promove a ação penal nos crimes de violência contra as 
mulheres. Atua também na fiscalização dos serviços da rede de atendimento. 
3.1.9 Casa da Mulher brasileira: A Casa da Mulher Brasileira integra no mesmo 
espaço, serviços especializados para os mais diversos tipos de violência 
contra as mulheres: acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; 
Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública; promoção de autonomia 
econômica. 
12 
 
 
3.1.10 Serviço de saúde geral e serviços voltados para o atendimento dos casos de 
violência sexual e domestica: A área da saúde, por meio da Norma Técnica 
de Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual 
contra Mulheres e Adolescentes, tem prestado assistência médica, de 
enfermagem, psicológica e social às mulheres vítimas de violência sexual, 
inclusive quanto à interrupção da gravidez prevista em lei nos casos de 
estupro. 
 
 PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO 3.4
Assim como em qualquer outro País ou sociedade, foram praticadas 
diversas modalidades de violência no Brasil. Fato é que, as várias culturas e 
sociedades não definiram e não definem a violência da mesma maneira, mas ao 
contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundos os tempos e os lugares. 
O segundo alvo da violência colonizadora foi a população negra. Sabe-se 
que, entreos séculos XV e meados do século XIX, aproximadamente 30 milhões de 
negros foram violentamente retirados de seu continente de origem, traficados, 
mortos e transformados em escravos. 
O preconceito e discriminação estão bem claros nas indicações sócios 
econômicos que indicam que as mulheres, principalmente as negras são 
discriminadas no mercado de trabalho quando não conseguem empregos ou 
ocupam cargos secundários, apesar de serem bem qualificadas e instruídas ou 
ainda quando percebem salários inferiores quando ocupam os mesmos cargos que 
os homens e mulheres brancas. 
 VIOLENCIA CONTRA A MULHER 3.5
Como foi abordado anteriormente, que a violência contra a mulher não é 
nenhuma novidade diante da atual sociedade, desde os tempos mais remotos a 
violência já se fazia presente, não só no Brasil como também nos demais países. 
A igreja evidentemente teve uma grande influência na ideia de submissão 
da mulher ao homem. Na Bíblia Sagrada, em seu primeiro livro chamado “Gênesis”, 
a mulher é construída a partir de uma costela do homem, vindo depois da existência 
13 
 
 
deste, para fazer-lhe companhia. No mesmo livro bíblico, o primeiro pecado do 
mundo é provocado pelo desejo feminino e pela desobediência de Eva ao oferecer 
do fruto proibido a Adão. 
Antigamente, as mulheres eram tratadas como propriedade dos homens, 
perdendo assim, a autonomia, a liberdade e até mesmo a disposição sobre seu 
próprio corpo. Há registros na história de venda e troca de mulheres, como se 
fossem mercadorias. Eram escravizadas e levadas à prostituição pelos seus 
senhores e maridos. 
Até a década de 1980, no Brasil e em outros países do mundo, o estudo 
sobre a violência contra a mulher teve como paradigma predominante o fato de 
tratar-se de um problema privado, em que as ações do Estado se limitavam à sua 
capacidade de intervenção. 
Este conceito abrange as mais variadas agressões de forma física, sexual 
e psicológica, com os mais variados agentes perpetradores, incluindo os de 
relacionamento íntimo e familiar, pessoas da comunidade em geral, e aqueles 
exercidos e tolerados pelo Estado. 
 FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA VIOLENCIA. 3.6
As formas de manifestação da violência contra a mulher estão expressas 
na Lei 11.340 de 07/08/2006, a qual é fruto da ratificação pelo Brasil da Convenção 
Interamericana para prevenir, punir e erradicar a Violência contra a mulher, 
conhecida como Convenção de Belém do Pará, em novembro de 1995. 
A lei ampliou as formas de manifestação da violência doméstica e familiar 
contra a mulher, além das mais conhecidas e praticadas que são a violência física, 
psíquica, moral, sexual e patrimonial. 
A sociedade é preconceituosa. Dentre muitos preconceitos, está o 
preconceito contra a mulher enraizado culturalmente na ideologia patriarcal que situa 
as mulheres em desigualdade aos homens. Uma das consequências destas 
relações hierárquicas entre os gêneros pode ser a violência moral ou, física. Eis que 
14 
 
 
temos um ditado popular de muito mau gosto “em briga de marido e mulher, não se 
mete a colher”. 
As mulheres que decidem romper um relacionamento violento também 
estão rompendo com uma série de sonhos e expectativas em relação ao casamento 
e à família. Há perdas e ganhos frente a esta decisão, que não devem ser ignorados 
pelos profissionais de saúde. Reconhecê-las, implica poder trabalhá-las e, assim, 
fortalecer a mulher no redirecionamento e estabelecimento de novos projetos de 
vida. 
As razões de algumas mulheres permanecerem em uma relação conjugal 
violenta estão ligadas a questões referentes: principalmente à dependência 
financeira, na esperança de que o companheiro mude de comportamento, ou ao 
medo provocado por ameaças de morte, ou, ainda, em função dos filhos, frutos do 
relacionamento. 
Cabe ressaltar que o fator da dependência financeira, em grande parte 
dos casos, é alegado para justificar a permanência nesse tipo de relacionamento. 
Por diversas vezes, estão intimamente relacionada à presença de filhos, associados 
à impossibilidade de criá-los sem o auxílio do companheiro. Algumas sequelas 
podem repercutir na vida das vítimas, não imediatamente após a violência sofrida, 
podendo ¹protrair indeterminadamente no tempo, a exemplo de dores de cabeça 
constantes, aumento da pressão arterial e dificuldades para dormir. 
O impacto desta realidade afetou desde a percepção da mulher sobre si 
mesma, refletindo nos sentimentos de insegurança e impotência, até suas relações 
com o meio social, ficaram fragilizada em decorrência da situação de isolamento, 
expressas pela falta de apoio das pessoas às quais recorreram. Muitas delas 
ficaram num estado de depressão, tristeza, ansiedade, medo, esses foram os mais 
destacados como consequências psicológicas deste tipo de violência. 
A partir de 1980 começaram a repercutir no setor público do Brasil os 
movimentos das feministas que saíram às ruas em busca dos seus direitos, por uma 
vida digna sem violência, busca pelas desigualdades de gênero, que as permitissem 
assumir o seu papel de cidadãs com direito a participação econômica, cultural e 
15 
 
 
política em igualdade aos homens, conseguiram o reconhecimento da violência 
contra a mulher como crime nas relações sociais da contemporaneidade. 
 PERFIS DO AGRESSOR DOS DELITOS DOMESTICOS 3.7
O agressor pode ser qualquer tipo de homem, desde o mais sério e culto 
ao menos favorecido. Porém, em maioria absoluta, os que mais violentam as 
mulheres são os mais cultos em que, aparentemente, é um homem acima de 
qualquer suspeita. Aparenta ser um cavalheiro, de reputação idônea, tanto no seu 
ambiente social e de trabalho, não demonstrando nenhuma atitude violenta, só 
aparece dentro de casa. Geralmente quando uma mulher é vítima da violência e 
pede algum tipo de ajuda, alguns vizinhos não acreditam que este “homem 
cavalheiro”, tenha sido capaz de tal atitude, pois é difícil associar a imagem pública 
do homem respeitável à do espancador. 
“No ponto de vista psicológico, esse homem 
têm uma insegurança muito grande em relação à própria 
virilidade, ao papel masculino. São muito possessivos e 
ciumentos, vendo então as mulheres como sua 
propriedade e não aguentam perder o controle sobre 
elas”, descreveu a psicóloga Ruth Gheler. 
Em geral, de acordo com o relatório final da Comissão Parlamentar de 
Inquérito que investigou a questão da violência contra a mulher no país, os 
agressores são filhos de pais excessivamente autoritários e eles próprios foram 
vítimas de violência física na infância. 
Pode-se perceber então, que inexiste um perfil característico de um 
homem agressor em que a sociedade possa apontar quem é um agressor, não está 
escrito na testa deles, porém apesar de ser difícil determinar as razões ou 
motivações que podem desencadear este tipo de violência, pode-se destacar que: a 
maioria dos homens tem necessidade de controle ou dominação sobre a mulher; 
possuem sentimento de poder frente à mulher; têm receio da independência da 
mulher; a maioria deles libera a raiva em reposta à percepção de que estaria 
perdendo a posição de chefe da família. 
16 
 
 
Estudos indicam que não existe coincidência significativa em relação à 
idade, nível social, educação. Trata-se apenas de um grupo heterogêneo. Apesar 
disso, é possível afirmar, segundo as diferentes investigações, que o maior índice de 
agressores se detecta na classe média baixa. 
 
 PERFIS DAS VITIMAS DE VIOLENCIA FAMILIAR: 3.8
Os diferentes estudos sobre as mulheres vítimas de maus-tratos 
afirmam que não existe um perfil determinado de vítima e de 
agressor. Porém, as conclusões extraídas de diversas pesquisas 
analisadas mostraram alguns padrões comportamentais que se 
exteriorizam frequentemente nos casos de violência doméstica são 
eles: 
 A violência se manifesta de maneira reiterada, sendo um 
padrão de conduta continuado; 
 Os agressores são geralmente homens,maridos, ex-
maridos, companheiros ou ex-companheiros das vítimas; 
 Os indivíduos que foram vítimas de maus-tratos na 
infância reproduzem estas condutas, e, por isso, têm mais 
possibilidades de serem agressores, agredindo sua própria 
companheira; 
 As agressões sofridas não são conhecidas até transcorrer 
um longo período de tempo; 
 O crime doméstico se manifesta como violência física, 
psicológica, sexual, patrimonial ou moral; às vítimas possuem baixa 
autoestima e vários problemas de saúde, na maioria dos casos, as 
mulheres são chantageadas por seus maridos e frequentemente 
cedem às pressões, sentindo-se incapaz de agir; 
 As vítimas vivem em estado de pânico e temor. Precisam 
de ajuda externa para assumir seu problema e encontrar soluções 
alternativas. 
A maioria das mulheres que trabalham fora de casa é mais consciente da 
situação. Isto porque os exercícios de atividade profissional asseguram-lhe 
17 
 
 
independência econômica, encorajando-as a reagir e buscar soluções para os seus 
problemas. 
 E quando o homem é a vitima: 3.9
Pouco se fala sobre isso. Os casos de violência doméstica contra os 
homens costumam permanecerem escondidas entre as quatro paredes da vida 
conjugal. E os principais responsáveis por isso são as próprias vítimas. Isso 
acontece porque, em uma sociedade conservadora como a nossa, os homens que 
sofrem de violência doméstica sentem dificuldade em admitir esse tipo de agressão 
e preferem esconder ou disfarçar. 
 
Vergonha, constrangimento, medo de terminar um relacionamento e das 
Consequências que isso pode ocasionar. Em muitos casos, as razões dos homens 
são idênticas às das mulheres quando se trata de ocultar as agressões, como o 
temor de perder a convivência com os olhos. No entanto, mesmo em situações 
parecidas, homens e mulheres tem tratamento diferente pela legislação brasileira 
 
A Lei Maria da Penha não contempla os casos em que o homem é a 
vítima. E como os registros desse tipo de ocorrência são raros, ainda existem muitas 
dúvidas sobre a melhor maneira de se recorrer à justiça. Mas, mesmo lentamente, 
essa realidade vem mudando. Muitos juristas defendem que os benefícios da Lei 
“Maria da Penha” sejam estendidos a todos os cônjuges, independentemente do 
gênero. Ou seja, homens e mulheres deveriam, igualmente, ser protegidos da 
violência doméstica. O melhor caminho para mudar a realidade do homem agredido 
é a conscientização. Quanto mais homens denunciarem maus tratos sofridos, mais a 
legislação precisará abrir espaço para abrigar essas vítimas silenciosas. 
 
4. CAPÍTULO III – LEI “MARIA DA PENHA” 
 
 Lei 11.340/2006 Maria da Penha 3.1
A Lei Maria da Penha é uma reação à situação de indignação da violação 
dos direitos fundamentais da mulher. Os caminhos a percorrer são: 
18 
 
 
 Acabarem com o silêncio da violência sofrida 
pedindo soluções que venha punir os agressores, considerando 
crime os atos violentos cometidos e estimulando as denúncias; 
 Pedir amparo à lei para a construção de políticas 
públicas que favoreçam as mulheres vitimadas. É comum 
mulheres às portas das delegacias na segunda-feira devido à 
violência sofrida no fim de semana pelo marido. E ainda têm 
cidades que nem têm atendimento as mulheres aos fins de 
semana. 
 
Os vários deslocamentos discursivos sobre o tema da violência 
doméstica, produzidos pela Lei Maria da Penha, são objeto de disputa política entre 
posições feministas e não feministas. Esses deslocamentos são insistentemente 
contrapostos, no intuito de que retornem ao seu lugar de origem, ao seu status quo. 
Assim, as concepções sobre as formas de violência e o tratamento jurídico trazido 
pela Lei refletem as disputas sobre quem fala e o quê se fala. 
 
 Origens da Lei 11.340/2006 3.2
 
A Lei 11.340/06, denominada Lei Maria da Penha, veio no sentido de 
harmonizar a proteção à vulnerabilidade da mulher em relação à violência doméstica 
e familiar. A referida Lei trouxe o conceito de violência doméstica e familiar em seu 
texto. Diz em seu artigo 5º que: 
 Configura violência doméstica e familiar contra a mulher 
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, 
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 
 
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço 
de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as 
esporadicamente agregadas; 
II – no âmbito da família, compreendida como comunidade formada 
por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços 
naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
19 
 
 
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor 
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de 
coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo 
independem de orientação sexual. 
 
“No caso de violência doméstica ou familiar contra a 
mulher não mais se lavra o termo circunstanciado (mesmo 
quando a infração não conta com pena superior a dois anos), 
sim, procede-se à abertura de inquérito policial. Já não se pode 
questionar, de outro lado, o cabimento da prisão em flagrante, 
lavrando-se o respectivo auto. Uma vez concluído o inquérito, 
segue-se (na fase judicial) o procedimento pertinente previsto no 
CPP. A ação penal nos crimes de lesão corporal dolosa simples 
contra a mulher nas condições previstas na Lei 11.340/2006 
passou a ser pública incondicionada”. (GOMES; BIANCHINI. 
2006, S.P.) 
 
A Lei foi assim denominada porque em 1983, no dia 29 de maio, na 
cidade de Fortaleza, capital do Ceará, a farmacêutica Maria da Penha Fernandes, 
enquanto dormia, foi atingida por um tiro de espingarda desferido por seu então 
marido, o economista Marco Antônio Heredia Viveiros, colombiano de origem e 
naturalizado brasileiro. Em razão desse tiro, que atingiu a vítima em sua coluna, 
destruindo a terceira e quarta vértebras, suportou lesões que a deixaram 
paraplégica. O marido negou a autoria do disparo e o atribuiu a um suposto 
assaltante. 
 
Os espaços públicos de decisão ainda estão restritos às mulheres e 
necessitam de apoio político não para ser igual ao homem, mas, para que tenha a 
liberdade em ser mulher, construir seu próprio papel na sociedade tendo atendido 
seus direitos civis, social, econômico, político e cultural. O Estado deveria evitar as 
violações dos direitos humanos. 
 
A mulher possui laços de afeto com seu agressor o que explica sua 
submissão, por isso muitas não reagem, por medo de represálias, ou na esperança 
20 
 
 
de que não aconteça mais a violência. Assim, é dever do Estado disponibilizar 
medidas legais que estejam disponíveis. “Milhões de mulheres são vítimas de 
condutas que afetam sua integridade física sexual e psicológica sendo grande parte 
destas ocorrências no âmbito doméstico”. Por medo e também a falta de 
credibilidade do sistema legal. Também pode ocorrer coerção das mulheres vítimas 
por isso não registram queixas junto às autoridades que poderiam ajudar na 
resolução do caso, isto acaba em comportamentos que resultam em problemas 
maiores ainda para a sociedade como saúde pública e mortes femininas. 
 
 Dos Direitos Fundamentais das Mulheres: 3.3
 Os direitos humanos são os direitos e liberdades básicas de todos os seres 3.4
humanos. Normalmente o conceito de direitos humanos tem a ideia também de 
pensamento e de expressão, e a igualdade perante a lei. 
A expressão Direitos Humanos já diz, claramente, o que isto significa: 
Direitos Humanos são os direitos do homem, ou seja, são direitos que visam 
resguardar os valores mais preciosos da pessoa humana, direitos que visam 
resguardar a solidariedade, a igualdade, a fraternidade, a liberdade, e a dignidade 
da pessoa humana. No entanto, apesar de facilmente identificado, a construção de 
um conceito que o defina, não é uma tarefa fácil, em razão da amplitude do tema, ou 
seja,direitos humanos seria uma ideia política com base moral e estão intimamente 
relacionados com os conceitos de justiça, igualdade e democracia. 
Os direitos humanos fundamentais visam a resguardar os valores mais 
preciosos da pessoa humana, ou seja, a vida, a igualdade, a liberdade e a dignidade 
humana. 
A atual Constituição da República Federativa do Brasil conferiu dignidade 
e proteção especiais aos direitos fundamentais, sendo considerado um verdadeiro 
marco histórico nesta seara. As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata, conforme o artigo 5º, § 1º, permitindo inclusive 
a conclusão de que os direitos fundamentais estão protegidos não apenas diante do 
legislador ordinário, mas também contra o poder constituinte reformador, por 
integrarem o rol das denominadas cláusulas de irredutibilidade ou mínimas. 
21 
 
 
O artigo 5º, § 2º, estabelece que os direitos e garantias expressos nesta 
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ele 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte. Essa norma possibilita que outros direitos, ainda não expressamente 
previstos na Constituição, sejam considerados direitos fundamentais, este que pode 
ser entendido como o conjunto de direitos e garantias do ser humano que tem por 
finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de proteção contra o arbítrio 
do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e 
desenvolvimento da personalidade humana. 
 Dignidade da pessoa humana e violência domesticam: 3.5
 
O grande marco para os direitos fundamentais no século XX foi, sem 
sombra de dúvida, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, elaborada após 
a 2ª Guerra Mundial, sob o reflexo da indignação da comunidade internacional com 
as atrocidades praticadas com o povo judeu. Foi à primeira vez em que as Nações 
se uniram para discutir e elaborar uma norma de proteção dos direitos humanos, 
comum a todos. O Brasil é signatário desta declaração e de várias outras 
convenções e pactos de direitos humanos, o que constitui um grande avanço para a 
democracia e para a legislação Brasileira. 
Com a elaboração da Declaração Universal de 1948, começou a se 
desenvolver o Direito Internacional dos Direitos Humanos, mediante a adoção de 
inúmeros tratados internacionais voltados à proteção de direitos fundamentais, 
formando-se então, o sistema normativo global de proteção dos direitos humanos, 
no âmbito das Nações Unidas. 
Esse sistema normativo, por sua vez, é integrado por instrumentos de 
alcance geral (como os pactos internacionais) e por instrumentos de alcance 
específicos como as Convenções Internacionais que buscam proteger a 
determinados grupos de pessoas mais vulneráveis a violações de direitos humanos, 
como é o caso dos negros, das crianças e das mulheres. 
22 
 
 
A violência doméstica praticada contra a mulher é um concreto exemplo 
de violação da dignidade da pessoa humana e dos direitos fundamentais. Tão 
verdade é, que a recente lei 11.340 de 07/08/2006 (Lei Maria da Penha), teve de se 
adequar aos documentos internacionais de proteção aos direitos das mulheres, em 
seu artigo 6º, onde afirma taxativamente que “a violência doméstica e familiar contra 
a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos”. 
 Atuação do Assistente Social na questão da violência domestica: 3.6
 
Sabe-se, no entanto, que o/a Assistente Social não trabalha sozinho. É 
importante que haja um envolvimento com a equipe do setor de saúde para que a 
vítima tenha seu atendimento em totalidade. O setor de saúde tem um importante 
papel no enfrentamento da violência familiar. O profissional dessa área tende a 
subestimar a importância da violência, voltando suas atenções às lesões físicas e o 
Assistente Social atua junto aos conflitos relativos à violência, tendo em vista, sua 
capacidade instrumental e metodológica em como lidar com a situação e as 
questões interpessoais. E entender que este é um fenômeno social, que deve ser 
enfrentado através de estratégias políticas e de intervenção social direta com 
psicólogos, juntos trabalham numa tentativa de construir uma consciência crítica 
tanto do agressor como da vítima. 
O Serviço Social passou a atuar no combate à violência doméstica 
inserido nas instituições que prestam atendimento à mulher vítima de violência. 
Desde então, a profissão tem sido mais reconhecida, valorizada e requisitada, 
merecendo a confiança de outras profissões, conquistando o seu espaço e 
demarcando a identidade da assistência social. 
O Serviço Social é uma profissão compromissada com a questão social, 
em busca pelas igualdades e liberdade de qualquer ser humano, visando à justiça 
social. Este é o motivo pelo qual a profissão é parceira nesta luta da violência contra 
a mulher. O assistente social vem atuando frente a este problema, investigando 
como ocorre e quais são as suas formas de agressão, para poder combatê-las. 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conclui-se que a violência contra a mulher é uma violação dos Direitos 
Humanos, e como tal faz-se necessário o empenho na erradicação das causas e 
conseqüências desta violação. 
 
A sociedade brasileira reconhece a violência doméstica, não apenas 
como privado e sim como um problema público, bem diferente de décadas atrás que 
ficavam bem restritas ao lar, sendo bem mais tarde rompido este silêncio que não 
era questionado. 
 
24 
 
 
Para entender o porquê das mulheres não denunciarem seus 
companheiros agressores, é necessário desvendar a realidade oculta que as 
oprimem em seu cotidiano e que as mantém na subordinação ou carceres. 
 
Os sentimentos mais expressados pelas mulheres são de revolta, 
desrespeito, medo, situação financeira, calúnias e a insatisfação de estarem 
denunciando àqueles que eram seus companheiros e pais de seus filhos. Muitas das 
vezes essas mulheres vítimas, querem romper com esse ciclo de violência, e outras 
preferem abafar o caso não denunciando seus parceiros para não prejudicar seus 
agressores e por não sentirem segurança na vigência da Lei Maria da Penha. 
 
Verificamos que ainda há muito que se fazer no sentido de evolução, no 
que se diz respeito, a legislação e implementação das políticas públicas. Algumas 
mulheres dizem conhecer a Lei Maria da Penha (2006), e que veem nas mídias 
sociais que mulheres morrem todos os dias, e quanto aos agressores, estes são 
presos, logo soltos. Assim, a existência da Lei, não parece contribuir para que as 
mulheres se considerem amparadas frente às situações de violência nas quais 
passam. Por ser uma Lei bastante discutida na sociedade, quando uma mulher 
chega a denunciar seu agressor, já possuem algum conhecimento sobre a mesma, 
mas não chegam a levar a denuncia adiante, temendo as consequências que 
possam acontecer após, e logo desistem. 
Sendo assim, a mulher após ser atendida no CREAS, e mesmo sendo 
orientada sobre seus direitos que lhe assiste e como prosseguir diante tal situação, 
muitas se recusa a realizar os procedimentos legais, outras até fazem Boletim de 
Ocorrência. Porem a grande maioria opta pelo arquivamento do processo. 
 
Há a desistência da denúncia por parte da mulher referente à violência 
cometida pelo companheiro agressor que se configura como uma impunidade que 
proporciona a insegurança da mulher, mas também a não vigência da Lei, já que na 
maioria de fato não desejam a prisão de seus companheiros e/ou de seus ex-
companheiros. Apesar de algumas mulheres não terem continuado com o processo 
criminal, o registro do Boletim de ocorrência é visto de uma forma positiva já que 
várias mulheres nos dias de hoje estão com medida protetiva e consequentemente 
romperam com seus companheiros agressores. 
25 
 
 
 
Percebe-se também que as vítimas acreditamque a violência só é 
entendida de fato como uma violência quando ela acontece fisicamente, ou seja, 
acredita que as palavras ofensivas e os empurrões, assim como os outros tipos de 
violência, não se caracterizam de fato como violência. 
 
Para fazermos o manuseio dos instrumentais, é necessária a utilização da 
ética profissional, do posicionamento ético-político, pois estes são fundamentais 
para se estabelecer estratégias que possam responder às demandas e, assim, criar 
uma identidade profissional com compromisso no combate à violência doméstica. O 
profissional de serviço social deve escutar os problemas relatados pelas vitimas, 
mantendo a sua ética profissional, sem fazer julgamentos de valores, mantendo uma 
relação de respeito com a usuária dos seus serviços, para que ela perceba que o 
profissional está ali para ajudá-la e não para julgá-la. 
 
 
 
 
 
 
6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
SAFFIOTI, Heleieth I. B. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Editora 
Fundação Perseu Abramo (Coleção Brasil Urgente), 2004. 
BASTOS, Marcelo Lessa. Violência doméstica e familiar contra a mulher. Lei “Maria 
da Penha”. Alguns comentários. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 
1189, out./2006. Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/9006 
 
PASINATO, Wânia. Acesso à justiça e violência doméstica e familiar contra as 
mulheres: as percepções dos operadores jurídicos e os limites para a 
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