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Gasometria Arterial Prática de Enfermagem Coleta de sangue arterial · Análise dos gases sanguíneos é necessária uma amostra de sangue arterial; · Nas artérias não acontecem as trocas gasosas, portanto, presume-se que uma amostra de sangue arterial tenha os mesmos valores do pH, PaO2 e PCO2 do ventrículo. Critérios para a escolha do local da coleta · · Segurança; · Acessibilidade; · Conforto do cliente; 1ª indicação: artéria radial; 45º 2ª:artéria: artéria braquial; 45º 3ª artéria: artéria femoral; 90º A artéria radial ao nível do pulso, é o melhor sítio para se obter uma amostra de sangue arterial, porque: · Localização: superficial, fácil palpação e estabilização; · Há uma circulação colateral excelente oferecida pela artéria ulnar; · Não há grandes vasos venosos adjacente a ela; · Punção pouco dolorosa, se não atingir o periósteo vizinho a ela; Principais problemas causados pela invasão vascular: · Hematoma (sangramento); · Hemorragias; · Infecção; · Trombose; · Embolia; · Obstrução do vaso; · Diminuição do fluxo sanguíneo aos tecidos distais; · Na punção arterial, além de muita dor, geralmente ocorre uma obstrução temporária do fluxo sanguíneo, formação de coágulos intraluminais ou sangramento com a formação de hematomas. Teste de Allen · O propósito do Teste de Allen é o de determinar o fluxo sanguíneo colateral para a mão, via artéria ulnar. · O cliente fecha as mãos, permitindo a saída de seu sangue. · Aplica-se pressão no pulso para comprimir e obstruir os fluxos das duas artérias. · A pressão de obstrução é retirada da artéria ulnar, enquanto a artéria radial permanece obstruída. · É o teste de Allen que vai sugerir que a punção da artéria radial não resultará em déficit na perfusão da mão. Limitações do teste de Allen: · · Clientes não cooperativos ou comatosos; · Clientes ictéricos ou chocados; · Clientes pálidos; · Resultado é considerado inconclusivo no caso de uma reperfusão demorada ou tardia; Sítios alternativos: · Quando a artéria radial é o suprimento principal do arco palmar, pode-se escolher a artéria ulnar como um sítio alternativo de punção arterial, no entanto, não é o sítio preferencial pela dificuldade de estabilização e propensão a trombose. · A artéria braquial ao nível da fossa antecubital é a alternativa de escolha no caso de impossibilidade de utilização das artérias radiais. · Alguns vasos colaterais no cotovelo podem prover a vascularização da mão quando a artéria braquial está interrompida. · A artéria femoral deve ser evitada pois não há quase circulação colateral presente no membro inferior quando ela é obstruída no seu fluxo imediatamente abaixo do ligamento inguinal. · Quando não há outro sítio disponível então deve ser feita sua punção, num ângulo de 90 °C. Técnica para punção da artéria radial 1. Apoio psicológico ao cliente, explicando o procedimento, porque tem que ser feito ali; 2. Examinar a pele e pesquisar situações que possam invalidar o local para a punção; 3. Localize e palpe as artérias ulnar e radial. Faça o teste de Allen; 4. Posicione o cliente para que o braço e as mãos estejam em posição confortável. Coloque um coxim abaixo do pulso para auxiliar em sua hiperextensão; 5. Faça a limpeza ou degermação local com clorexidina tópica ao alcóolica; 6. Coloque luva estéril na mão não dominante, com a numeração apropriada; · A grande maioria das punções acontecem na primeira tentativa, porém as vezes não se consegue isso. Nessas situações o médico ou enfermeiro deve ser chamado para fazer um botão anestésico no local e proceder nova coleta. A utilização do anestésico sem vaso constritor é indicada para o cliente tolerar melhor outra ou outras punções; · Recomenda-se o emprego de agulhas calibre 25x7. Agulhas de calibres menores como 13x4.5 (insulina) podem ser utilizadas em pessoas idosas com atrofia muscular na região; · A única desvantagem da agulha de menor calibre é necessitar de maior pressão para impelir o sangue para dentro da seringa. Utilize uma seringa de 3 ou 5ml heparinizada; · Como heparinar? · Desinfete a tampa de borracha do frasco de heparina com álcool 70%. · Introduza a agulha no frasco e aspire pequena quantidade de heparina. Puxe o êmbolo até o final para heparinizar todo o corpo da seringa e após elimine completamente a heparina de dentro da seringa. · A artéria radial é então palpada com uma das mãos e a seringa heparinizada é manipulada com a outra mão. · Uma vez localizada a artéria, estabilizá-la com os três dedos da mão. · Perfurar a pele retirando um dos dedos, mas mantendo a estabilização, num ângulo de 45°C. · Ocasionalmente a agulha transfixa a artéria e apenas um filete de sangue é percebido, sendo necessário retroceder até seu reposicionamento dentro do vaso. · Obter no mínimo 1 a 2ml de sangue por amostra. · Punção arterial nunca deve ser aspirada (seringa de vidro) em seringa de plástico sim, quando necessário, avalie a hipótese de punção de vaso venoso. · Aplicar compressão local por 5 minutos. Se o cliente faz uso de anticoagulante, a compressão deve ser feita por 15 minutos. · Fazer a compressão com gaze esterilizada, pois o algodão com álcool não é estéril. · Quando a seringa é apropriada, o fluxo de sangue vem normalmente para dentro dela. · Se o cliente estiver fazendo uso de oxigênio contínuo, coletar a amostra de sangue arterial sem retirar o oxigênio. Colocar na requisição que acompanha a amostra a seguinte observação: · Cliente em uso de O2 durante a coleta: · Se o cliente usa oxigênio, mas pode ficar sem o mesmo, retire-o e aguarde de 20 a 30 minutos para proceder a coleta do sangue arterial Preparo da amostra · Amostras de sangue para determinação dos gases arteriais são muito sensíveis a erros pré-analíticos devido: a coleta imprópria, acondicionamento e transporte até o laboratório de maneira incorreta. · O ar ambiente tem uma PCO2 igual a zero e uma PO2 de 150 mmHg. As bolhas de ar misturadas ao sangue de uma amostra resultarão num equilíbrio dos gases entre o sangue e o ar ambiente, podendo diminuir em muito a PCO2 do sangue e aumentar seu pH. · É recomendável que amostra obtida com bolhas seja descartada. · Para garantir uma condição anaeróbica, a seringa deve ser imediatamente inserida em um tampão. · Cuidar com acidente com perfurocortante. · O sangue é um tecido vivo que consome O2 e produz CO2 mesmo depois de ser colhido em uma seringa. · Se a amostra é imediatamente colocada no gelo, são insignificantes as alterações do pH e da PCO2. Se a amostra não for imediatamente congelada as alterações serão bastante significativas. · Como regra geral, as amostras de sangue arterial devem ser analisadas dentro dos primeiros 30 minutos após a coleta, sob risco de erro pré-analítico. Várias literaturas falam em até 15 minutos apenas. · Cuidar para que o armazenamento e o transporte não joguem fora todo o trabalho da coleta e da análise posterior pois as consequências podem ser graves.
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