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PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE (1ª CP) Na Psicologia da Personalidade a unidade de análise é o indivíduo total e não o processo de percepção ou de aprendizagem. O que interessa é o indivíduo que percebe, que aprende e como esses processos relacionam-se entre si e com todos os outros. A palavra Personalidade exerce fascínio sobre os leigos e é usada de diferentes maneiras: ● Para designar habilidades sociais (Ana é uma pessoa que toma decisões rápidas) ● Para se referir a uma impressão marcante de alguém (João é muito inteligente) ● Para se referir a estrelas da mídia (Na festa do oscar estarão presentes muitas personalidades) Os psicólogos têm ideias semelhantes sobre a personalidade (maneiras distintas pelas quais a pessoa se comporta), o mesmo objeto de estudo (o comportamento humano) e, de um modo geral, as mesmas metas (descrever, compreender e prever o comportamento). ¬ Campo de estudo O objetivo da Psicologia da personalidade é estabelecer os meios que possibilitem conhecer uma pessoa. ● Cada pessoa é única, por mais que seja parecida com alguém, ela é unicamente ela. ● Apesar de única, ela não é uma única “coisa”, ela é um conjunto de “coisas” que a tornam um ser único. ● Uma pessoa é única e complexa na sua totalidade e deve ser conhecida na sua singularidade. ● Assim, a Psicologia da personalidade visa alcançar a compreensão do que é típico e próprio do indivíduo, que faz sê-lo como é, e que o torna distinto de todos os demais. ¬ Personalidade A personalidade tem alguns aspectos que reunidos ajudam a compreender a natureza complexa do indivíduo: inconscientes cognitivo forças do ego traços biológico condicionantes A personalidade não corresponde a uma justaposição de peças, mas sim representa uma organização. A personalidade não se encontra em local específico. Ela é ativa e representa um processo dinâmico no interior do indivíduo. Fatores que influenciam: genética, desenvolvimento e sócio-culturais Subjetividade Forma como eu aprendo tudo que me chega. Como absorvo, como sou afetado. Subjetividade refere-se ao processo pelo qual algo se torna constitutivo e pertencente ao indivíduo; ocorrendo de tal forma que esse pertencimento se torna único, singular. Subjetividade se refere ao processo de apropriação da realidade objetiva, sendo processo básico para a constituição e compreensão do psiquismo. Identidade É aquilo que reconheço como sendo características minhas. É aquilo com o que me identifico como sujeito. As características próprias. Consciência de si próprio, do lugar que se ocupa no mundo. É uma qualidade idêntica. É o reconhecimento de que o indivíduo é o próprio. É o conjunto de caracteres particulares. É a consciência que uma pessoa tem dela própria e que a torna diferente das outras. Remete a autenticidade. É o conjunto de elementos que determinam que tal indivíduo é único e irreplicável. Alteridade Expressa a qualidade ou estado do que é outro ou do que é diferente. Parte do pressuposto de que todo indivíduo social é interdependente dos demais sujeitos de seu contexto social, isto é, o mundo individual só existe diante do contraste com o mundo do outro. O eu na sua forma individual só pode existir através de um contato com o outro. A interação entre o eu, interior e particular a cada um, e o outro, além de mim, é o que denominamos de alteridade. Esse processo de diferenciação é parte também da construção da identidade do sujeito, que se constitui a partir da distinção entre o que eu sou e o que eu não sou. Ou seja, há impossibilidade da existência do eu-individual sem o conflito com o diferente, o estranho, o outro. Temperamento Temperamento é a tendência herdada do indivíduo para reagir ao meio de maneira peculiar. Os indivíduos têm uma quantidade de energia vital, maior ou menor, que dará a tonalidade de seus comportamentos (mais calmo ou mais agitado) Assim, desde o nascimento, entre as pessoas verificam-se diferentes limiares de sensibilidade frente aos estímulos internos ou externos, diferenças no “tom” afetivo predominante, variações no ritmo, intensidade e periodicidade dos fenômenos. Caráter O Caráter é o conjunto de formas comportamentais mais elaboradas e determinadas pela influência ambientais, sociais e culturais, que a pessoa usa para adaptar-se ao meio. Ao contrário do temperamento, o caráter é predominantemente volitivo e intencional. É usado para designar aspectos morais. Está relacionado a reações afetivas ou a marca pessoal de alguém ¬ Estrutura e dinâmica da personalidade Por estrutura entende-se a disposição que as partes assumem formando um sistema ou totalidade. Entre as partes há uma interação caracterizando uma dinâmica. A estrutura e a dinâmica são correlatas. O conhecimento das características estruturais permite perceber a dinâmica e reconhecer a dinâmica permite inferir possíveis estruturas. O termo dinâmica da personalidade refere-se aos mecanismos pelos quais a personalidade se expressa, enfocando muitas vezes as motivações que orientam os comportamentos. A dinâmica fornece o caminho para compreender o desenvolvimento e as mudanças da personalidade. Inclui adaptação ou ajustamento dos indivíduos às exigências da vida e por isso tem implicações para a saúde mental. ¬ Avaliação da personalidade As técnicas de avaliação diferem quanto ao nível de objetividade ou subjetividade. As melhores técnicas de avaliação seguem os seguintes princípios: Confiabilidade: envolve a consistência de respostas a um método de avaliação. Validade: Refere-se ao fato de o método de avaliação medir ou não o que se pretende. Se a proposta é avaliar a personalidade, está de fato avaliando? métodos de avaliação ● Inventários de Personalidade: técnica de avaliação da personalidade na qual os sujeitos do estudo respondem a perguntas sobre os seus comportamentos e sensações. (Minnesota Multiphasic Personality Inventory – MMPI: 567 frases afirmativas para se colocar V ou F). ● Testes projetivos: Um meio de avaliação da personalidade em que os sujeitos projetam suas necessidades pessoais, medos e valores nas interpretações ou na descrição de um estímulo ambíguo. (Rorschach; TAT). ● Entrevistas clínicas: Pode-se obter informações valiosas conversando com quem estiver sendo avaliado. Pode-se investigar uma vasta gama de comportamentos e sensações, além de observar aparência, conduta, expressões faciais, etc. ¬ Teóricos da personalidade Jung Foi o principal discípulo de Freud mas cortou relações para desenvolver sua teoria, a psicologia analítica. A mente, para Jung, tem dois níveis: o consciente e o inconsciente. Contudo, diferente de Freud, Jung defende que a parte mais importante do inconsciente vem do passado coletivo da humanidade, o chamado inconsciente coletivo, e não das nossas experiências individuais. Seu foco foi sobre individuação, tornar-se ciente do inconsciente. Individuação é um termo usado para um processo de desenvolvimento pessoal que envolve o estabelecimento de uma conexão entre o ego (centro da consciência) e o self (centro da psique total). O self inclui tanto a consciência como o inconsciente. Para Jung, o ego é o centro da consciência e não o centro da personalidade como defende Freud. Seria o ego uma estrutura psíquica que gerencia os aspectos conscientes da mente O centro da personalidade seria o SELF. Lida tantocom processos conscientes quanto processos inconscientes. Embora isso, o self é, em grande medida, inconsciente. Jung dizia que os aspectos conscientes não deveriam ser expandidos em excesso, pois causavam o adoecimento psíquico. O inconsciente pessoal, conceituado por Jung, abarca todas as experiências individuais que foram reprimidas/esquecidas como traumas e frustrações. Além disso, o inconsciente pessoal também abarca as informações e conhecimentos que recebemos e aprendemos de modo involuntário. Cada indivíduo tem um inconsciente pessoal único e algumas das informações que existem nele e podem ser lembradas facilmente, outras mais difíceis de achar, e outras nunca serão lembradas novamente ou nuncachegarão a ser conscientes. O inconsciente coletivo tem suas raízes no passado coletivo de toda a humanidade. Seus conteúdos psíquicos são sempre passados a diante nas próximas gerações e são praticamente os mesmos para todas as pessoas de todas as culturas. Conceitos universais relacionados a deuses, maternidade, água, terra, etc, formam o conteúdo psíquico do inconsciente coletivo alimentado desde as primeiras experiências que nossos antepassados tiveram com essas ideias. Jung afirma que temos certas tendências e predisposições a agir dessa ou daquela forma diante de certas situações, como todos os outros animais. Os arquétipos são elementos que emergem a partir das tendências inatas que fazem parte do inconsciente coletivo. Portanto, eles têm uma base biológica. Todos temos potencialidades para o desenvolvimento de incontáveis arquétipos. Os arquétipos não são, em sua totalidade, inconscientes. Possuem elementos individuais que provém da consciência da própria pessoa e de seu inconsciente pessoal. Os arquétipos se desenvolvem de forma autônoma. Arquétipos que se desenvolveram suficientemente e foram conceitualizados por Jung: ● Persona Formada pelos aspectos da personalidade que mostramos publicamente. É a parte da personalidade que obedece as "exigências sociais” como profissão, gênero, e classe social. Jung diz que não é saudável trazermos todos os elementos da persona para nossa vida particular, pois assim acabamos nos afastando da nossa individualidade. Por outro lado, não se deve abandonar totalmente as exigências da vida em sociedade, pois os vínculos sociais também são importantes para a saúde psíquica. O ideal é o equilíbrio. ● Sombra Arquétipo que engloba todos os aspectos de nossa personalidade que nos recusamos a reconhecer, tentamos esconder de nós mesmos e dos outros, todas as nossas tendências que consideramos inaceitáveis. Mas também algumas características construtivas e criativas fazem parte da sombra. Jung afirmava que para sermos inteiros precisamos nos esforçar continuamente para conhecer a nossa sombra. Infelizmente, é mais fácil projetarmos nossa escuridão nos outros, ou seja, enxergar nas outras pessoas o que há de mal e feio em nós. Esse desconhecimento a respeito de si mesmo, pode levar o indivíduo a se deixar sucumbir pelo aspecto da sombra, vivendo uma vida de tristeza. ● Anima Aspectos femininos(sentimentos) que constituem uma parte do inconsciente coletivo dos homens. Se localiza no inconsciente coletivo e é muito resistente a se tornar consciente. É resultado de todas as experiências que nossos ancestrais masculinos tiveram com suas mães, filhas, irmãs, companheiras e filhas, assim formando uma imagem global da mulher. Apesar disso, também agrega elementos pessoais do relacionamento de cada homem com as mulheres de sua vida. ● Animus Lado masculino da mulher, responsável pelo pensamento e racionalidade. ● Grande mãe Arquétipo que abarca aspectos positivos(fertilidade e nutrição) e negativos(poder e destruição) atribuídos à condição materna. ● Velho sábio Arquétipo da sabedoria e do significado, simbolizando conhecimento humano sobre os mistérios da vida. O sentido desse aspecto é inconsciente e não pode ser vivido por um indivíduo isolado. ● Herói Alguém que luta contra as adversidades ou o mal. Nos dá a sensação de libertação e nos serve como modelo de personalidade ideal. ● Self Todos temos a tendência de buscar o crescimento, perfeição e completude, segundo Jung. Essa disposição inata é o SELF. O self liga todos os arquétipos e nos impulsiona para a autorrealização. Possui elementos conscientes e inconscientes, mas em sua maioria localizados no inconsciente coletivo. O self simboliza os ideais de perfeição de cada um e representa a busca pelo equilíbrio. Complexo é um conglomerado de ideias inter relacionadas que apresentam um forte valor emocional e se organizam em torno de um arquétipo. Logo, o núcleo de complexo é sempre o arquétipo. Os complexos são experiências muito pessoais e eles podem ser totalmente conscientes ou podem conter materiais inconscientes. Quando o complexo é ativado, por alguma circunstância da vida tipo trauma ou conflito moral, ele se apresenta sempre com uma grande carga emocional. Segundo Jung, os complexos são caminhos que podem nos levar ao inconsciente. Eles são responsáveis pelos sonhos e por algumas de nossas atitudes cotidianas. Para Jung, libido seria uma forma mais ampla e generalizada de energia psíquica. Inclui sexo, mas não se restringe a ele. É por meio dela que as atividades psicológicas (percepção, raciocínio e sentimentos) são executadas. Jung utilizou ideias da física para explicar o funcionamento da energia psíquica e propôs 3 princípios básicos: ● Oposição Conflito entre tendências ou processos é necessário para a geração de energia psíquica. O conflito entre as polaridades (desejo) é o principal motivador do comportamento e gerador de energia. (ex: criação/decomposição, calor/frio) ● Equivalência Redistribuição contínua da energia dentro de uma personalidade. Se a energia gasta em certas condições ou atividades enfraquece ou desaparece, ela é transferida para outro lugar da personalidade (ex: interesse numa pessoa ou numa área de estudo). ● Entropia Uma tendência ao equilíbrio dentro da personalidade. O ideal é uma distribuição igual da energia psíquica por todas as estruturas da personalidade. Adler Apesar de ter sido um dos quatro membros originais do círculo de Freud, Adler jamais aceitou a primazia da teoria da libido, a origem sexual da neurose ou a importância dos desejos infantis, e por isso rompeu com Freud. A abordagem criada por Adler compreende as pessoas como sendo totalidades integradas (singularidade) dentro de um sistema social. Sustenta a motivação do homem como sendo fundamentada pelas solicitações sociais. O homem procura contato com os outros, empreende atividades sociais em cooperação, constrói um estilo de vida. Em vez de sermos impulsionados por forças que não podemos controlar, estamos ativamente envolvidos na criação de nosso self no direcionamento do nosso futuro. Nossa personalidade é moldada pelo nosso ambiente e interações sociais. O consciente é o centro da Personalidade. Cada pessoa é um ser social, daí se concentrava na singularidade e sua teoria se chamava Psicologia individual. Em 1912 fundou a Sociedade de Psicologia individual. A ideia de Adler sobre a inferioridade orgânica apareceu pela primeira vez em 1907, e tentava explicar porque a doença afeta as pessoas de formas diferentes. Adler ampliou sua investigação sobre inferioridade orgânica para o estudo do sentimento psicológico de inferioridade. Ele afirmava que todas as crianças são profundamente afetadas por um sentimento de inferioridade, consequência inevitável do tamanho da criança e de sua falta de poder. A criança aprende então a dar um valor excessivo ao tamanho, atributo que possibilita a pessoa abrir uma porta, ou à força, a qual habilita a transportar objetos pesados, ou ao direito de dar ordens e exigir obediência. Esses sentimentos despertam na criança um desejo de crescer, de ficar tão forte como os outros, ou mesmo mais forte ainda. O sentimento de inferioridade é a fonte da luta humana. Não é sinal de fraqueza ou anormalidade. É comum a todos e é uma força motivadora. Luta pela perfeição é inata Então, a pedra fundamental da teoria da personalidade de Adler é o conceito de passar de um sentimento de inferioridade para um sentimento de domínio. Adler identificou a teoria de Freud com o princípio da causalidade e sua própria teoria com o princípio do finalismo. Ele afirmava que sóo objetivo final pode explicar a conduta humana. Finalismo de ficção – Adler descobriu a ideia de que o homem é motivado mais pelas expectativas do futuro do que por suas experiências do passado. O complexo de inferioridade pode surgir de 3 fontes na infância: inferioridade orgânica, mimo excessivo e negligência. Um outro fator contribuindo para o desenvolvimento da personalidade é a ordem de nascimento:● Crianças primogênitas: Após ter perdido sua posição de filho único, tendem a não partilhar. Elas se tornam conservadoras. São voltadas para o passado e se preocupam em manter a ordem e autoridade. ● Filhos segundos: Favorecem a mudança e tornam-se ativistas sociais. ● Filhos mais novos: Sentem-se seguros porque eles nunca foram substituídos. Movidos pela necessidade de superar os irmãos mais velhos podem se tornar grandes realizadores. ● Filhos únicos: Podem amadurecer cedo, mas provavelmente sofrerão na escola e no contexto social, nos quais não forem o centro das atenções. Para atingirmos a superioridade temos padrões de comportamento. Cada um luta da sua maneira, tem seu estilo de vida. Inicialmente ele afirmou que os estilos de vida eram formados pelas tentativas de compensação dos sentimentos de inferioridade, ou seja estaria vinculado às interações sociais. Depois ele afirma que cada pessoa cria seu estilo, cada um cria seu self, sua personalidade, seu estilo de vida. Poder criativo do self: a habilidade de criar um estilo de vida apropriado. O Self corresponde a um sistema altamente personalizado e subjetivo que interpreta e torna significativas as experiências do organismo. É criador, unitário e dá sentido à vida. É o princípio ativo da vida humana. Então, a própria pessoa cria seu estilo de vida, pois temos o poder criativo do self, e o estilo de vida é uma estrutura ou padrão de comportamento pelo qual buscamos a perfeição. É determinado pelas relações sociais nos primeiros anos e assim tende a permanecer. O Estilo de vida corresponde ao princípio do sistema pelo qual a personalidade funciona. É o princípio que explica a singularidade da pessoa. Cada pessoa tem seu estilo de vida. Estilos de vida segundo Jung: ● Dominador pouca consciência social e sem consideração pelos outros. ● Submisso (para Adler é o tipo humano mais comum): espera ser satisfeito por outras pessoas, portanto, se torna dependente delas. ● Esquivo não enfrenta problemas da vida, evita dificuldades porque assim evita possíveis fracassos. Essas pessoas não conseguem colaborar com outras. ● Socialmente útil colabora com os outros e age de acordo com a necessidade destes. Rogers Em 1951 Rogers publicouTerapia Centrada no Cliente; continha sua primeira teoria formal sobre a terapia, sua teoria da personalidade e algumas pesquisas que reforçam suas conclusões. Neste livro sugere que a maior força orientadora da relação terapêutica deveria ser o cliente, não o terapeuta. Há três condições básicas e simultâneas defendidas por Rogers como facilitadoras, no relacionamento entre psicoterapeuta e cliente para que de fato ocorra a auto atualização. São elas: ● Congruência É definida como o grau de exatidão entre a experiência da comunicação e a tomada de consciência. Um alto grau de congruência significa que a comunicação (o que você está expressando), a experiência (o que está ocorrendo em seu campo) e a tomada de consciência (o que você está percebendo) são todas semelhantes. Suas observações e as de um observador externo seriam consistentes. ● Incongruência Discrepância entre a autoimagem de uma pessoa e os aspectos de sua experiência. As experiências que são incongruentes ou incompatíveis com o nosso autoconceito tornam-se ameaçadoras e se manifestam como ansiedade. Impera a preocupação de se as nossas experiências terão aceitação dos outros e não para contribuir com nossa tendência atualizante. ● Empatia Fazia parte da Psicologia Humanista e acreditava que o comportamento humano é extremamente racional, evoluindo com uma complexidade sutil e ordenada para os objetivos que o seu organismo se esforça por atingir. Portanto, não valorizou forças inconscientes. Reconhece que experiências infantis afetam o modo como percebemos o ambiente e nós mesmos, mas sentimentos e emoções presentes têm maior impacto. Em razão da ênfase na consciência e no presente sugere que a personalidade é entendida a partir de nosso próprio ponto de vista, baseada em nossas experiências subjetivas. Enquanto Freud enfatizava as pulsões, Rogers fala que as pessoas têm tendência básica à auto-realização. Quando agimos livremente, estamos livres para experimentar e realizar a nossa natureza básica como animais sociais e positivos. (crítica a psicanálise ao dizer que somos regidos pelo inconsciente) Enfatiza a importância do eu interno e subjetivo da consciência e dos sentimentos. Enfatiza a percepção, a auto-avaliação subjetiva e o processo de mudança (difere da psicanálise que enfatizava inconsciente, impulsos, redução de tensões). Ele descreveu o autoconhecimento como uma aceitação do self, da realidade e um senso de responsabilidade pelo self. O self é o padrão de experiências e percepções, é o conjunto organizado de percepções. O self é uma gestalt organizada e consistente num processo constante de formar-se e reformar-se à medida que as situações mudam. Tipos de self segundo Rogers: ● Real quem você realmente é, e é onde contém a tendência para a realização. ● Ideal aquilo que você gostaria de ser, como você se imagina ser Com o surgimento do self os bebês desenvolvem um tipo de necessidade que Rogers chamou de consideração positiva, outro importante conceito em sua teoria. ● Consideração positiva: aceitação, amor e aprovação dos outros; ● Consideração positiva incondicional: aprovação concedida independente do comportamento de uma pessoa. Na terapia centrada na pessoa, Rogers oferece essa consideração. ● Consideração positiva condicional: aprovação, amor ou aceitação concedidos somente quando uma pessoa expressa comportamentos e atitudes desejáveis. ● Autoconsideração positiva: condição sob a qual concedemos aceitação e aprovação a nós mesmos Para Rogers a base de nossa natureza é essencialmente positiva. A direção de nosso movimento está basicamente voltada para a auto-realização (Realizar, manter e promover o indivíduo que se encontra em processo de mudança). Rogers sugere que em cada um de nós há um impulso inerente em direção a sermos competentes e capazes quanto o que estamos aptos a ser. Tendência atualizante é a força motivadora dominante numa pessoa que está funcionando de modo livre, não paralisada por eventos passados ou por crenças correntes que mantêm a incongruência. É importante observar que esta tendência atualizante é o postulado fundamental da teoria, pois o self representa uma expressão da tendência geral do organismo para funcionar de maneira a se preservar e se valorizar. Em prol da tendência atualizante está o processo de avaliação organísmica: processo pelo qual julgamos as experiências em termos de seu valor para promover ou impedir nossa realização e crescimento. É o processo governante da vida, pelo qual julgamos as experiências como desejáveis (positivas) ou indesejáveis (negativas). Mundo experiencial é a realidade de nosso ambiente depende da percepção que temos dele. Há um campo de experiência único para cada indivíduo; este campo de experiência ou campo fenomenal contém tudo o que se passa no organismo em qualquer momento, e que está potencialmente disponível à consciência. Inclui eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a pessoa não toma consciência, mas poderia tomar se focalizasse a atenção nesses estímulos. É um mundo privativo e pessoal que pode ou não corresponder à realidade objetiva. Pessoa de pleno funcionamento é o termo utilizado por Rogers para a auto atualização, para o desenvolvimento de todas as facetas do self. A pessoa de pleno funcionamento é livre para responder e experienciar suas respostas às situações. Esta é a essência do que Rogers chama de viver uma vida plena. Tal pessoa estará comprometida num contínuo processo de atualização. A pessoa de pleno funcionamento tem diversas características distintas, a primeira das quais é uma abertura à experiência. Uma segunda característica é viver no presente - realizar completamente cada momento. Uma característica final é a confiança nas exigências internas e no julgamento intuitivo, uma confiança semprecrescente na capacidade de tomar decisões. tendência atualizante → atualizar o self → pessoa de pleno funcionamento FREUD - inconsciente - 1ª teoria do aparelho psíquico: consciente pré-consciente inconsciente - 2ª teoria do aparelho psíquico id: princípio do prazer e sede das pulsões ego: princípio da realidade e mecanismos de defesa superego: princípio da moralidade - libido, transferência, contratransferência, édipo. recalque, resistência, sonhos, associação livre. - estruturas clínicas: neurose, psicose e perversão JUNG - inconsciente coletivo - libido ≠ freud - princípios da física: oposição, entropia, equivalência - aparelho psíquico: inconsciente coletivo(arquétipo), inconsciente pessoal(complexo), ego(atitudes e funções), consciente(difere de freud) - 8 tipos psicológicos - eixo ego-self - desnudamento da persona - confronto sombra - confronto anima-animus - desenvolvimento do self ADLER - consciente - individualidade e interação social - sentimento de inferioridade: fonte da luta humana - complexo de inferioridade: mimo excessivo, inferioridade orgânica e negligência - complexo de superioridade - finalismo de ficção - poder criativo do self - estilos de vida: dominador, submisso, esquivo e socialmente útil - posição dos filhos ROGERS - consciente - tendência atualizante - self real e self ideal - congruência e incongruência - consideração positiva condicional - consideração positiva incondicional - autoconsideração positiva - mundo experimental - avaliação organísmica - condição de merecimento - empatia
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