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Modelo de AÇÃO DE USUCAPIÃO FAMILIAR DE BEM IMÓVEL URBANO

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EXMO. JUIZ DE DIREITO DA __VARA DE REGISTROS PÚBLICOS DA COMARCA DA CIDADE DE BELO HORIZONTE/MG
Antônio Carlos da Silva, brasileiro, casado sob o regime da comunhão parcial de bens com Manoela Cristina da Silva, profissão “XXXXXXX”, inscrito no CPF sob o número “XXXXXXXXX-XX”, portador da cédula de identidade: “XXXXXXX”, endereço eletrônico “XXXXXXXXXX” residente e domiciliado à Rua Humaitá, nº 20, Bairro Petrolina, CEP “XXXXX-XXX”, Belo Horizonte, Minas Gerais, vem, à presença de V. Exa. através de sua advogada qualificada no instrumento de procuração, propor a presente:
AÇÃO DE USUCAPIÃO FAMILIAR DE BEM IMÓVEL URBANO
Em face de Manoela Cristina da Silva, brasileira, casada sob o regime da comunhão parcial de bens com Antônio Carlos da Silva, profissão “XXXXXXX”, inscrita no CPF sob o número “XXXXXXXXX-XX”, portadora da cédula de identidade: “XXXXXXX”, endereço eletrônico “XXXXXXXXXX” residente e domiciliado à rua “XXXXXXX”, N° "XX", bairro “XXXXXXX”, CEP “XXXXX-XXX”, João Monlevade, Minas Gerais, pelos fatos e fundamentos expostos que passaremos a expor a seguir. 
I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Impõe-se seja requerida a gratuidade de justiça, com base nos artigos 98 e 99 do CPC/15 e no Art. 1º, §§ 2º e 3º, da Lei nº 5.478, uma vez que a requerente não possui condições de arcar com as despesas inerentes ao presente processo, pois são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas processuais, inclusive o recolhimento das custas iniciais.
II- DOS FATOS
Antônio e Manoela se casaram civilmente sob o regime da comunhão parcial de bens no dia XX/XX/XXXX, conforme a certidão de casamento em anexo. Antônio adquiriu de Carlos Renato Pedrosa, em XX/XX/1981, o imóvel, onde atualmente mora, através de um contrato de promessa de compra e venda que foi devidamente registrado junto ao Cartório do 4º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte.
Após a aquisição, Antônio contratou um pedreiro para que murasse o imóvel e realizasse a construção de uma casa. O valor das construções, somando juntamente o material para a realização destas e o valor da mão de obra cobrada pelo pedreiro, ficou em torno de R$XX. XXX, XX, pagos por Antônio. 
O imóvel adquirido por Antônio fica localizado na Rua Humaitá nº 20, Bairro Petrolina em Belo Horizonte (Lote 04 da quadra 20) e possui uma área de 240 metros quadrados e tem apenas uma casa construída, na qual é o seu único bem. 
Ao longo dos anos tiveram quatro filhos, todos menores impúberes atualmente, sendo o primeiro nascido em XX/XX/XXXX, o segundo nascido em XX/XX/XXXX, o terceiro nascido em XX/XX/XXXX e o quarto nascido em XX/XX/XXXX. Todos nasceram em Belo Horizonte/MG e foram criados pelo casal na referida residência.
Antônio e Manoela moraram juntos neste imóvel por mais de XX anos, mas em setembro de 2017, Manoela saiu de casa, sem nenhuma explicação, e levando consigo os quatro filhos do casal, fazendo com que Antônio ficasse sem ver os filhos. Ela não informou aonde iria e desde então, Antônio não tem notícias dela. Classificando assim abandono de lar. 
Antonio descobriu, por meio de parentes, que ela está morando com a mãe na cidade de João Monlevade/MG e já possui um companheiro chamado João Herculano com o qual mora desde que abandonou o lar.
Sendo assim, há quase cinco anos que o casal se encontra separados de fato. Antonio permaneceu residindo no imóvel durante esse período e arcando com todas as despesas de manutenção, de forma mansa, pacifica e ininterrupta, com animus domini.
Em virtude da grande especulação imobiliária, ele passou a receber ofertas de empresas interessadas em seu imóvel, porém Antonio não consegue contato com sua esposa, uma vez que não possui nenhum número de telefone dela e ao chegar na casa de sua sogra a mesma diz que Manoela não se encontra. Deste modo, sem o devido contato com ela, Antonio não consegue regularizar a propriedade do imóvel para conseguir vende-lo. 
Antonio possui apenas uma casa e o único bem adquirido na constância do casamento foi o imóvel em que Antonio reside, o qual é o objeto da lide. 
Tendo em vista o fato narrado, considera-se a pretensão do Requerente em obter provimento judicial para a ação de usucapião.
III- DO DIREITO
III. I- DO IMÓVEL USUCAPIENDO 
O imóvel está situado na Rua Humaitá, nº 20, Bairro Petrolina em Belo Horizonte, Minas Gerais, Lote 04 da quadra 20. Está registrado no Livro n° 2- Registro Geral n° XX. XXX, sob o número de matrícula XXX o imóvel possui uma área de 240m², sendo 12 metros de frente e 20 metros de profundidade, a área construída possui 150m², sendo 10 metros de frente e 15 metros de profundidade, possuindo oito cômodos de 12m² cada. O imóvel está avaliado no valor de R$ XX. XXX,XX. 
III. II- DOS CONFRONTANTES
Por localizar-se no meio do quarteirão tem como vizinhos:
· À direita: o Sr. Antônio de Freitas e sua mulher Aparecida de Freitas que são proprietários e moradores do local (Lote 05 da quadra 20);
· À esquerda: a Sra. Aparecida Assunção, viúva, que é locatária do imóvel que pertence ao Sr. Joaquim da Cruz, viúvo e aposentado (lote 3 da quadra 20); 
· Fundos: um lote vago pertencente à empresa Viação Cachoeira Ltda (lote 11 da quadra 20).
III. III- USUCAPIÃO FAMILIAR 
Preceitua o artigo 1240-A do Código Civil que:
“Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.”
Entretanto, prevalece de que o abandono do lar não é uma simples saída do imóvel, mas um ato voluntário de abandonar a posse do bem somado a ausência da tutela da família, como expresso no Enunciado n° 595, da VII Jornada de Direito Civil/2015: 
“Enunciado n° 595: O requisito "abandono do lar" deve ser interpretado na ótica do instituto da usucapião familiar como abandono voluntário da posse do imóvel somado à ausência da tutela da família, não importando em averiguação da culpa pelo fim do casamento ou união estável. Revogado o Enunciado 499.”
Diante disso, é entendimento do Tribunal de Justiça do Distrito Federal a respeito da usucapião familiar: 
FAMÍLIA E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. USUCAPIÃO FAMILIAR. ARTIGO 1.240-A DO CÓDIGO CIVIL. ABANDONO DO LAR. ABANDONO FÍSICO, MATERIAL E AFETIVO. ENUNCIADO N. 595 DA VII JORNADA DE DIREITO CIVIL. PRECEDENTE. PARTILHA DE BEM IMÓVEL. RECURSO IMPROVIDO. 1. Apelação interposta contra sentença, em ação de reconhecimento e dissolução de união estável, que julgou parcialmente procedentes os pedidos iniciais para: a) declarar a existência de união estável entre as partes no período de entre fevereiro de 1999 e maio de 2013; b) declarar a dissolução da união estável existe entre as partes a partir de 01 de junho de 2013; c) partilhar os direitos relativos ao imóvel objeto dos autos à razão de 50% para cada um dos ex-companheiros. 1.1. Nesta via recursal, a autora requer a reforma da sentença. Aduz que o apelado passou mais de dois anos afastado da família sem nenhum tipo de contato, cumprindo, assim, o requisito para a usucapião familiar. Afirma que é a única que arca com o sustento da família e ajuda na criação de seu neto. Narra que todas as testemunhas ouvidas afirmam que não viram o requerido nos últimos anos frequentando o imóvel. 2. Do abandono do lar. 2.1. Artigo 1.240-A do Código Civil: ?Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-áo domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural?. 2.2. O abandono do lar pelo ex-cônjuge deve ser voluntário e injustificado e o cônjuge que permanecer no imóvel adquirirá o domínio ou a propriedade integral do bem. 2.3. O Enunciado 595 da VII Jornada de Direito Civil: ?O requisito "abandono do lar" deve ser interpretado na ótica do instituto da usucapião familiar como abandono voluntário da posse do imóvel somado à ausência da tutela da família, não importando em averiguação da culpa pelo fim do casamento ou união estável.? 2.4. No caso dos autos, não há como confundir o abandono do lar de forma voluntária e injustificada com a separação fática ocorrida pela impossibilidade de convívio conjugal. Ao que consta na peça exordial, a requerente esclareceu que houve separação de corpos e que não conviveram mais juntos. Denota-se aqui que não houve saida voluntária do ex-cônjuge do imóvel, mas que o convívio naquele ambiente se tornou inviável. 2.5. A jurisprudência entende que o abandono do lar não é apenas o afastamento meramente físico do consorte, que passa a residir em outro local após a separação, mas como a também a ausência de assistência moral e material à família. 2.6. Jurisprudência: ?(?) O requisito do abandono do lar, essencial à caracterização da usucapião familiar, é interpretado pela doutrina e pela jurisprudência não apenas como o afastamento meramente físico do consorte, que passa a residir em outro local após a separação, mas como a ausência de assistência moral e material à família.(...)? (00023166420178070019, Relator: Fábio Eduardo Marques, 7ª Turma Cível, DJE: 3/6/2020.) 2.7. No caso dos autos, as testemunhas corroboraram a informação de que o ex-cônjuge ainda mantinha contato com as filhas. 3. Apelação improvida.
Deste modo, entende-se que a Requerida abandonou o lar ao se mudar com os filhos, sem avisar o cônjuge, com o intuito de constituir uma nova família em outro local com o novo companheiro. 
O Requerente, por esses cinco anos de abandono, usou sua casa com o fim de moradia, apresentou melhorias ao local e arcou com todas as dívidas do imóvel. Além disso, esse é o único bem que o Requerente possui estando sob posse pacífica, mansa e sem oposição da Requerida há cinco anos. 
Sendo assim, o Requerente é o único possuidor legítimo do imóvel, fazendo jus a aquisição da propriedade por meio desta ação de usucapião familiar.
O artigo 1.241 do Código Civil expressa que:
“Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida, mediante usucapião, a propriedade imóvel.
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá título hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.”
Portanto, nada impede que seja deferido o pedido feito pelo autor, uma vez que preenche todos os requisitos legais exigidos e previstos no referido artigo.
IV - DO (S) PEDIDO (S)
Pelo exposto, pede-se:
a) A procedência da ação para que, ao fina, seja reconhecido o domínio do Requerente Antônio Carlos da Silva de forma integral, sob o imóvel na Rua Humaitá nº 20, Bairro Petrolina em Belo Horizonte (Lote 04 da quadra 20).
b) A condenação da parte Ré no pagamento em custas e honorários advocatícios de sucumbência. 
V- DOS REQUERIMENTOS
Requerer a Vossa Excelência:
a) A citação por carta precatória da Ré Manoela Cristina da Silva e de seu companheiro João Herculano na Rua XXXX, N° XX, bairro XXXX, João Monlevade/MG, CEP XXXXX-XXX, para que da ação tome conhecimento e, querendo, apresente resposta; 
b) Intimação dos representantes da Fazenda Pública da União, Estado e Município para que manifestem seu interesse na causa; 
c) A intimação dos confrontantes da direita, o Sr. Antônio de Freitas e sua mulher Aparecida de Freitas que são proprietários e moradores do local (Lote 05 da quadra 20);
d) A intimação dos confrontantes da esquerda, a Sra. Aparecida Assunção, viúva, que é locatária do imóvel que pertence ao Sr. Joaquim da Cruz, viúvo e aposentado (lote 3 da quadra 20)
e) A intimação dos confrontantes dos fundos um lote vago pertencente à empresa Viação Cachoeira Ltda (lote 11 da quadra 20);
f) Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, titulo hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis.
g) A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes, do Código de Processo Civil e art. 1º, § 2º, da Lei nº 5.478/68;
XII - DAS PROVAS
Serão admitidos os meios de provas testemunhais, documental, perícia técnica e depoimento pessoal. 
XIII - DO VALOR DA CAUSA
Em conformidade com o artigo 292 do Código de Processo Civil, é definido o valor da causa é de R$ XXX. XXX, XX, correspondente ao valor do imóvel. 
Nestes termos,
Pede deferimento
Data
Ass.: ________________________________
ADVOGADO(S)
Nº OAB

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