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Casos práticos Questionário 03 1.João, José, Fabrício e Cláudio são condôminos de determinado bem indivisível. João deseja vender sua parte e sua conhecida, Maria, ao saber dessa informação, demonstra interesse em compra-la. Ao dar conhecimento desse fato aos outros condôminos, estes manifestam o desejo de adquiri-la, oferecendo o mesmo preço que Maria estava disposta a pagar. Sabendo que nenhum dos condôminos tem benfeitoria e que Cláudio é o condômino que possui quinhão maior, para quem João deverá vender imóvel? Justifique. João deve vender Cláudio e não para Maria, pois nesse caso deve ser respeitado a preferência de quem possui o maior quinhão, tendo em vista que as ofertas tiveram o mesmo valor, foram feitas por condôminos e nenhum dos ofertantes realizou benfeitorias no imóvel. Previsão legal: Art. 1322 CC 2. Joaquim mora na periferia urbana do município onde trabalha como ambulante desde que chegou de sua cidade natal, há cerca de 07 anos. Sem condições de adquirir um imóvel formalmente, instalou-se em um terreno baldio de 200 m², próximo à praça onde vende o artesanato que produz e, aos poucos, construiu dois cômodos de alvenaria onde mora até hoje, mantendo nos fundos, uma horta de subsistência. Joaquim, no entanto, foi surpreendido com uma notificação extrajudicial para desocupação da área enviada pelo proprietário constante da matrícula do terreno. Procurado por Joaquim, como advogado, qual medida judicial cabe ao caso concreto? Fundamente e explique. Ação de usucapião especial urbano, pois no caso em tela a área ocupada tem exatos 200 metros quadrados e Joaquim a possui há 07 anos. Muito embora ele tenha uma horta aos fundos, ela é tão somente para a subsistência, não descaracterizando, assim, a real função do imóvel: a sua moradia e de sua família. Previsão legal: art.1240 CC 3. Wallace reside com sua família desde novembro de 1999, ininterruptamente e sem oposição, em imóvel público de 270 m², situado na área com características e finalidade urbanas. Nesse ano, visando regularizar a situação no imóvel, Wallace lhe procurou para que você ajuíze uma ação de usucapião. Está correto esse procedimento? Fundamente e explique. Não, no caso em tela não é permitida a ação de usucapião pois é proibido usucapir bens públicos. Previsão Legal: Art. 183, §3º CF 4. Américo e Regina são proprietários de duas fazendas vizinhas. Américo pratica atividades agrícolas e necessita adentrar o terreno de Regina para construção de um aqueduto, razão pela qual as partes concordaram em instituir um direito real neste fim e o registraram no Cartório de Registro de Imóveis. Qual seria o direito real registrado na matrícula do imóvel? Explique. Servidão não aparente de aqueduto, ou Servidão de passagem. Pois se trata de um direito real sobre coisa alheia onde um imóvel constitui em favor do outro uma comodidade. Previsão Legal: Arts.1378 a 1389 CC 5. Gabriel era empregado caseiro do imóvel de praia de José Luiz, localizado no Balneário Camboriú. Após o falecimento de José Luiz, nenhum familiar se apresenta a Gabriel, que embora demitido pelo inventariante do espólio de José Luiz, mantém-se no imóvel, cuidando dele como se seu fosse. Após 5 anos do falecimento do ex-empregador e a realização de diversas benfeitorias para manutenção do imóvel às suas expensas, Gabriel é surpreendido, ao retornar de um rápido passeio, com a ocupação do imóvel por sobrinhos de José Luiz, dizendo-se proprietários do bem. Diante dessa situação, qual medida Gabriel pode adotar para proteger a sua posse sobre o bem? Explique e fundamente. Gabriel pode valer-se do desforço imediato, uma vez que ele já tem o direito adquirido de usucapir. Previsão Legal: art. 1210 CC 6. Roberto e Antônia residem em uma pequena propriedade rural no oeste de Pernambuco, e há aproximadamente 40 anos, passam pelo imóvel do atual vizinho de Humberto em uma estrada que dá acesso à sua propriedade, sem qualquer oposição dos proprietários anteriores. Esta estrada é o melhor acesso à via pública, dela tendo ciência Humberto quando adquiriu sua propriedade. Todavia, Humberto impediu o acesso à estrada por seus vizinhos, colocando cadeado com chaves em uma das porteiras, também fazendo buracos no leito da estrada, além de uma cerca de arame farpado. Roberto e Antônia, em virtude da conduta de Humberto, viram-se obrigados a utilizar caminho por meio de pastagens, onde será construído um mineroduto, o que impedirá de meio de pastagens, o que impedirá de ter qualquer acesso à via Pública. Diante da situação, qual instituto jurídico poderá ser utilizado para defender o direito de Roberto e Antônia à via pública? Direito de passagem forçada, uma vez que é o único meio dele ter acesso à via pública. Previsão Legal: art. 1285 CC 7. José Roberto visitou o stand de vendas de uma construtora, em PORTO Velho/RO, e adquiriu um dos apartamentos do empreendimento que seria construído. Assinou, portanto um compromisso de venda e compra, pagando parte do valor à vista e o restante em 36 meses. Ao final do 36º mês, José Roberto quitou a última parcela, recebeu o termo de quitação e também recebeu as chaves do imóvel. Prometeu a construtora que outorgaria a escritura em 30 dias. Passando o prazo, José Roberto enviou notificação extrajudicial à construtora ainda não poderia outorga-la, na medida em que o apartamento permanecia servindo de garantia (hipoteca) à instituição que financiou o empreendimento. O compromisso de venda e compra firmado entre a construtora e José Roberto não está registrado na matrícula do imóvel. Diante do caso concreto, o que poderia ser feito por José Roberto para conseguir ter a outorga da escritura definitiva? Fundamente. José pode entrar com uma ação de adjudicação compulsória. Previsão Legal: Art. 1418 CC + Súmula 230 STJ 8. Ana Lúcia, brasileira, solteira, ocupante e usufrutuária de um único imóvel residencial, sem nenhum outro bem, adquiriu, decorrente de um cheque não quitado, junto a uma empresa de cosméticos. Esta ajuizou execução judicial no título de crédito e, ciente de que o imóvel tinha usufruto, pediu a penhora deste. No entanto, a nua propriedade do imóvel de Ana Lucia, antes da realização da compra dos cosméticos, havia sido doada para a sua filha, Patrícia, com a devida reserva do usufruto vitalício a Ana Lúcia. Diante das informações, o pedido de penhora sobre o imóvel utilizado por Ana Lúcia está correta? Justifique e fundamente. Não, pois ela não é a detentora da propriedade e não se pode alienar bens de terceiros Previsão Legal: art. 1268 CC 9. Dalva, viúva, capaz e sem filhos, decide vender para sua amiga Lorena um apartamento de 350 m² que tinha com o marido em área urbana, o qul não visitava havia cerca de 7 anos. Após a celebração do negócio, Lorena, a nova proprietária, é surpreendida com a presença de Roberto, um estranho, morando no imóvel. Este, por sua vez, explica para Lorena que “já se considera proprietário da casa” pela usucapião, pois “conforme estudou”, apesar de morar ali apenas há 6 meses, “seus falecidos pais já moravam no local á mais de 5 anos”, o que seria suficiente, desde que a antiga proprietária “havia abandonado o imóvel”. Lorena por sua vez, foi aconselhada por um vizinho a ajuizar uma ação pleiteando a sua imissão na posse para retirar Roberto da sua casa. Diante o exposto, responda os itens a seguir: a) Roberto tem razão ao alegar que já usucapiu o imóvel? Apesar do artigo 1207 CC dizer que os herdeiros do sucessor do direito universal são obrigatoriamente sub-rogados nos direitos possessórios do “de cujus”; no entanto, no caso em pauta o imóvel tem 350 m² e para usucapir um imóvel para fins de moradia, o mesmo não pode ultrapassar 250 m² em área urbana (art.1240 CC) Bem como, Roberto não morava com os pais e não possuía requisitos personalíssimos para usucapir o imóvel. b) Está correta a sugestão feita pelo vizinho de Lorena? Por quê? Qual ação judicial mais recomendável na hipótese? Sim, está correta. Cabe ação Reivindicatória. 10. Ronaldo tem um crédito de R$ 2.000,00com Celso. O referido crédito foi proveniente de contrato de mútuo celebrado entre as partes, subscrito por duas testemunhas. Apesar do vencimento da obrigação, Celso não cumpre o avençado. Ronaldo propõe ação de execução para o adimplemento da obrigação, restando evidenciado que Celso efetivamente doou seus dois únicos bens (automóveis) para Jorge antes da propositura da ação. De acordo com as informações constantes no caso, responda se é possível identificar algum vício na doação dos bens (automóveis)? Sim, houve fraude contra credor e a ação cabível é a Ação Pauliana, uma vez que a doação foi anterior à citação, deixando o devedor insolvente. Fundamento Legal: Art. 158 ao 165 CC 11. Em ação petitória ajuizada por Marlon em face de Ana, o juiz titular da Vara Cível de Iúna/ES conclui a audiência de instrução e julgamento, estando o processo pronto para julgamento. Na referida audiência, Ana comprovou por meio da oitiva do perito do juízo, ter ocorrido o desprendimento de porção considerável da terra situada às margens do rio não navegável, que faz divisa das fazendas das partes, vindo a, natural e subitamente, se juntar ao imóvel da requerida há, aproximadamente um ano e oito meses. Diante do caso apresentado, responda: Se verificado o desprendimento da porção de terras, Ana terá direito a permanecer com a porção acrescida mediante pagamento de indenização a Marlon? Explique e justifique. Ana tem direito a permanecer com a porção acrescida, pois a mesma foi adquirida por meio de acessão natural por avulsão comprovada pelo perito. Quanto à indenização, Ana não terá direito tendo em vista que já se passou o prazo decadencial de 1 ano. Fundamento Legal: art. 1251 CC 12. Josué, que não tinha lugar para morar com a família, ocupou determinada área urbana de 500 m². como ignorava a titularidade do imóvel, o qual se encontrava sem demarcação e aparentemente abandonado, nele constituiu uma casa de alvenaria, com três quartos, furou um poço, plantou grama e, como não possuía outro imóvel, fixou residência com a mulher e os 5 filhos, por cerca de dois anos, sem ser molestado. Matusalém, proprietário do imóvel, ao tomar conhecimento da ocupação, ajuizou ação de reintegração de posse em face de Josué. Diante tal situação, responda e fundamente as seguintes indagações: Na contestação, Josué poderia requerer a indenização pelas benfeitorias realizadas? Sim, pois estava de boa-fé. ART. 1219 CC b) Qual seria o prazo necessário para arguir usucapião em seu favor e qual a sua espécie? Seria o caso de usucapião extraordinária prevista no artigo 1238, §1º CC. O prazo é de 10 anos. 13. Adelino, caseiro de uma chácara de 250 m², de propriedade de Matilde, localizada em Atibáia, ingressou com uma ação de usucapião alegando que reside no imóvel, com sua família há mais de 20 anos e que Matilde não aparece na chácara há pelo menos 10 anos, apesar dela continuar efetuando os pagamentos mensais referentes aos salários de Adelino. Levando-se em consideração o caso apresentado
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