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03 Responsabilidade civil nas relações de consumo - espécies

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SUMÁRIO 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
Professora: Veridiana Rehbein 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. TEORIA DA QUALIDADE ...................................................................................................................... 3 
2. TEORIA DA QUALIDADE - FATO .......................................................................................................... 3 
3. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA ......................................................................................................... 4 
4. TEORIA DA QUALIDADE - VÍCIO ......................................................................................................... 4 
5. SOLIDARIEDADE .................................................................................................................................. 5 
6. MUNDO DIGITAL ................................................................................................................................. 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO: ESPÉCIES 
 
 
Por outro lado, o campo de incidência da responsabilidade civil ampliou-se enormemente, chegando a 
representar a grande maioria dos casos que chegam ao Judiciário, principalmente nos Juizados 
Especiais. Fala-se hoje numa indústria da responsabilidade civil, com o que não concordamos. Não há 
indústria sem matéria-prima, de sorte que se hoje os casos judiciais envolvendo responsabilidade civil 
são tão numerosos é porque ainda mais numerosos são os casos de danos injustos. (Sérgio Cavalieri 
Filho) 
 
 
1. TEORIA DA QUALIDADE 
 
• Adequação: responsabilidade pelos vícios (18 e seguintes) 
• Segurança: responsabilidade pelos fatos (danos) causados (12 e seguintes) 
 
• Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
• VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e 
difusos; 
 
2. TEORIA DA QUALIDADE - FATO 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E 
COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS. ALUNO 
PORTADOR DO TRANSTORNO DO ESPECTRO 
AUTISTA. ALEGAÇÃO DE QUE FOI "CONVIDADO A SE RETIRAR" DA ESCOLA. RESPONSABILIDADE POR 
FATO DO SERVIÇO. EXCLUDENTES. ÔNUS DA PROVA. FORNECEDOR. ART. 14, § 3º, DO CDC. 
(REsp 1875164 / MG, JULGADO EM NOVEMBRO DE 2020 – o STJ neste caso, determinou o retorno dos 
autos a origem para julgamento). 
 
 
• A principal referência entre os doutrinadores consumeristas, no que se refere a teoria da 
qualidade é o Ministro do STJ Herman Benjamin. 
• Contudo, o Ministro associa o dever de segurança à integridade pessoal do consumidor 
(incolumidade físico-psíquica do consumidor) e entendimentos recentes do STJ apontam uma 
compreensão mais ampla. 
 
 
 
STJ 
"[...] o conceito de fato do produto, adotado por esta Corte, não se restringe às hipóteses de 
circunstâncias que causam insegurança do produto, mas também qualquer vício que repercuta, de 
alguma forma, no patrimônio material do consumidor, hipótese dos autos'. (AgInt no REsp 1754090 
/ SP, 2018) 
 
• Alguém que contrata um jardineiro para cortar a grama de sua casa. Se o serviço não for 
prestado a contento, é evidente o vício do serviço. Se o jardineiro matar o cão de estimação 
do consumidor, flagrante o fato do serviço ou defeito. 
• Um consumidor contrata um encanador para um conserto em sua casa. Se o problema não é 
sanado, há vício do serviço. Se o encanador falhar, causando um grave dano na residência do 
consumidor, presente o fato do serviço ou defeito. 
• (Tartuce e Neves, Manual de Direito do Consumidor, 2018) 
 
O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: 
(inversão legal do ônus da prova – regra de julgamento) 
I - que não colocou o produto no mercado; 
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; 
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 
3. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA 
 
• A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de 
culpa (exceção ao regime de responsabilidade objetiva do CDC). 
 
Síntese do entendimento atualizado sobre responsabilidade de médicos e hospitais 
• O HOSPITAL responde objetivamente por atos próprios; 
• O HOSPITAL não responde por atos médicos de profissionais NÃO VINCULADOS a ele; 
• O HOSPITAL responde SOLIDARIAMENTE por ato médico a ele vinculado (emprego ou mera 
subordinação) mediante prova da CULPA MÉDICA (lembre-se que o ônus da prova pode ser 
invertido, art. 6º). 
• O MÉDICO responde mediante prova de sua CULPA. 
 
4. TEORIA DA QUALIDADE - VÍCIO 
 
Ementa: APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. CONSERTO 
DE VEÍCULO. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 
 
 
DA CONCESSIONÁRIA E DA FABRICANTE. ALEGAÇÃO DE PERDA DA GARANTIA. LIMITE DE 
QUILOMETRAGEM NÃO RESPEITADO. REALIZAÇÃO DAS MANUTENÇÕES PERIÓDICAS. FALHA EM 
COMPONENTE INTERNO DE COMANDO “MULTIFUNÇÕES”. AUSÊNCIA DE PROVA QUANTO À ORIGEM 
DO DEFEITO. ABUSIVIDADE CONSTATADA. DEVER DE RESSARCIMENTO EVIDENCIADO. DANO 
MATERIAL. RESTITUIÇÃO DO VALOR DESEMBOLSADO. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO. PESSOA 
JURÍDICA. AUSÊNCIA DE OFENSA À HONRA OBJETIVA. SENTENÇA REFORMADA, NO PONTO. 
SUCUMBÊNCIA REDIMENSIONADA. 
 
As partes se enquadram nos conceitos de consumidor e fornecedor descritos no art. 2º e 3º do CDC, 
atraindo a incidência da legislação consumerista. Saliento que a requerente, empresa atuante no ramo 
de importação e negócios imobiliário, utiliza o veículo em proveito próprio, além de ser tecnicamente 
vulnerável na relação em litígio, mostrando-se aplicável ao caso a teoria finalista mitigada, conforme 
precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Ainda, tratando-se de pretensão indenizatória 
por vício do produto, respondem solidariamente a concessionária e a fabricante (arts. 12 e 18 do CDC). 
Quanto ao mérito, em que pese a requerente não tenha observado os limites de quilometragem 
estabelecidos pelo plano de manutenção, tenho que a negativa de cobertura pela garantia contratual 
mostra-se abusiva, no caso, pois não está demonstrado que o avanço da quilometragem indicada para 
realização das revisões tenha provocado o defeito no componente interno de comando multifunções. 
 
Evidenciada, portanto, a prática abusiva em afronta ao dever de boa-fé, mostra-se cabível a reparação 
pelos danos materiais que vieram devidamente comprovados. Com relação aos danos morais, por 
outro lado, em se tratando de pessoa jurídica, sua caracterização somente é admitida quando 
verificada ofensa à sua honra objetiva, situação não constatada nos autos. Vai, portanto, afastada a 
condenação ao pagamento de indenização por danos morais. Diante da solução endereçada, impõe-
se o redimensionamento da sucumbência. RECURSOS DE APELAÇÃO PARCIALMENTE 
PROVIDO.(Apelação Cível, Nº 70083221333, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, 
Relator: Leoberto Narciso Brancher, Julgado em: 21-10-2020) 
 
5. SOLIDARIEDADE 
 
• Art. 7º, parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente 
pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo. 
• Pelo sistema tradicional, cada qual contribuiria na medida de sua responsabilidade pessoal. O 
Código rompe com este modelo e introduz uma solidariedade legal para as hipóteses de 
corresponsabilidade. 
• Ver 942, p.u. CC. 
• No CDC, analisar dispositivos que tratam especificamente da solidariedade: artigos 12, 13, 14, 
18, 20, 25, §1º e §2º e 34) 
 
 
• Por que é tão importante compreender e aplicar bem as regras de solidariedade na prática 
processual? 
• Para identificar a legitimidade. 
• CPC 
• Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: 
• XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
• Art. 485. O juiz não resolveráo mérito quando: 
• VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
 
6. MUNDO DIGITAL 
 
O CDC tem instrumentos e standards de transparência importantíssimos para lidar com a nova 
riqueza do século XXI (os serviços, os dados e outros “bens imateriais” ou “inteligentes” possibilitados 
pelo mundo digital), ainda mais com seu renovador Art. 7º, que abriu as portas para a prática do 
Diálogo das Fontes, a aplicação simultânea e coerente de várias normas iluminada pelos direitos 
fundamentais e valores da Constituição, sempre com a finalidade de proteção dos consumidores. (O 
Direito do Consumidor no mundo em Transformação, 2021) 
 
• Servicização dos produtos(servitização) 
• Bens e serviços estão se combinando para formar um terceiro produto que não é um bem 
industrial tradicional e tampouco um serviço convencional. 
• “a qualidade do produto é redefinida, pois ele só tem a qualidade esperada se o software nele 
instalado funcionar e de forma coadunada com o hardware ou produto em si ...” (REsp 
1.721.669/SP) 
 
Como afirma Günther Teubner, somos hoje “sujeitos digitais”, virtualizados e conectados, usando 
plataformas e ‘apps’, que coletam nossos dados e perfis em “big data”, e optando por um consumo 
compartilhado e à distância, sempre com alguma fase digital, ou mesmo “inteligente”. É bem verdade 
que – com ou sem a aprovação do Projeto de Lei 3514/2015 o CDC aplica-se às relações de consumo – 
mesmo que gratuitas – na Internet. (O Direito do Consumidor no mundo em Transformação, 2021) 
Diálogo das fontes: Marco Civil da Internet, a Lei do Cadastro Positivo e a nova Lei Geral de Proteção 
de Dados-LGPD 
 
• Novos fornecedores: de busca, de pesquisa, de conteúdo, de fornecimento em si off-line e on-
line, de entretenimento, de intermediação, de pagamento, de garantia etc. 
• Fornecedor-gatekeeper ou guardião do acesso: Em matéria de contratos da economia do 
compartilhamento, o diferencial é a dificuldade na identificação do fornecedor, havendo um 
fornecedor aparente (muitas vezes, um cidadão que não faz disso sua profissão) e um 
 
 
fornecedor real, o gatekeeper , daí a importância de frisar que se tratam de contratos de 
consumo como os outros. 
• Nome e marca que o consumidor conhece e confia. 
• Fornecedor-gatekeeper ou guardião do acesso: aquele que determina o caminho (abre ou 
fecha portas). Não é um mero intermediário, é um controlador do negócio. 
• Internet das coisas: quando os produtos de sua casa estão conectados e podem ser “dirigidos” 
externamente, mas há um terceiro que, necessariamente, está recebendo todos os dados e 
atividades dos produtos –, os danos podem ser muito maiores que o valor de todos os 
produtos e serviços unidos. 
• Serviços off-line - no mundo físico, como transporte, saúde, segurança, educação, telefonia e 
comunicação, energia e serviços essenciais, turismo, beleza, lazer, espetáculos, TV a cabo, 
crédito, financiamento etc.); 
• Serviços digitais ou online - serviços prestados na Internet mesmo, como informação, revistas, 
jornais, delivered online, cloud services, e-mails, social media, com seus influenciadores, blogs, 
Zoom, Skype, WhatsApp etc.), 
• Sistemas combinados “produtocomserviços” (“product-service-system”, PSS), dos serviços 
inteligentes, da inteligência artificial; 
 
Ementa: APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E 
MATERIAIS. AIRBNB. PLATAFORMA ONLINE DE INTERMEDIAÇÃO DE HOSPEDAGEM. APARTAMENTO 
INFESTADO DE PERCEVEJOS. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO RECONHECIDA EM SENTENÇA. Cuida-
se de ação de indenização por danos morais e materiais decorrentes da má prestação do serviço de 
intermediação de hospedagem a cargo da ré, uma vez que o apartamento reservado pela autora e por 
sua amiga, durante viagem a Paris, estava infestado de percevejos. (Apelação Cível, Nº 70082965377, 
Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Kraemer, Julgado em: 18-12-2019) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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