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Prévia do material em texto

Inovação 
Educacional
Adilson Dalben
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
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Imagens
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pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Presidência 
Rodrigo Galindo
Vice-Presidência de Produto, Gestão 
e Expansão
Julia Gonçalves
Vice-Presidência Acadêmica
Marcos Lemos
Diretoria de Produção e 
Responsabilidade Social
Camilla Veiga
Gerência Editorial
Fernanda Migliorança
Editoração Gráfica e Eletrônica
Renata Galdino
Luana Mercurio
Supervisão da Disciplina
Vanessa Moreira Crecci
Revisão Técnica
Iara Gumbrevicius
Vanessa Moreira Crecci
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Dalben, Adilson. 
D137i Inovação educacional / Adilson Dalben. – Londrina: Editora e 
 Distribuidora Educacional S.A., 2020.
 219 p.
 
 ISBN versão digital 978-65-5903-015-6
 
 1. Educação. 2. Inovação. 3. Prática Pedagógica. I. Título.
CDD 370
Raquel Torres CRB-6/2786
Sumário
Unidade 1
Tendências e inovação na área educacional ............................................... 9
Seção 1
Inovação educacional .......................................................................10
Seção 2
As tendências na área educacional .................................................26
Seção 3
As inovações na educação ...............................................................41
Unidade 2
As metodologias ativas ...............................................................................57
Seção 1
Modelos centrados na aprendizagem ativa ...................................59
Seção 2
Alguns modelos de metodologias ativas .......................................75
Seção 3
Aprendizagem ativa e protagonismo .............................................94
Unidade 3
Personalização do ensino ........................................................................114
Seção 1
O ensino adaptado aos ritmos e necessidades
de cada aluno..................................................................................116
Seção 2
Possibilidades de aprendizagem individualizada ......................131
Seção 3
Projetos educativos personalizados .............................................146
Unidade 4
Inovações pedagógicas ancoradas em tecnologias digitais .................161
Seção 1
Inovação, tecnologia e realidade ..................................................163
Seção 2
Aprendizagens por meio das tecnologias digitais .....................183
Seção 3
Recursos e conteúdos digitais ......................................................200
Palavras do autor
A disciplina Inovação Educacional é um convite para uma viagem no tempo. Em alguns momentos dessa viagem iremos para o passado, a fim de entender o mundo educacional de hoje. Para isso, vamos 
refletir sobre os impactos que algumas invenções e propostas metodológicas 
de ensino tiveram sobre a educação no passado e que moldam até hoje nossa 
forma de agir. Será, também, uma viagem ao futuro, porque teremos que 
exercitar o pensamento sobre quais competências e habilidades nossos alunos 
deverão ter para começarmos a formá-los hoje; afinal, educar é formar para 
o futuro e dar os contornos de como será esse futuro. 
Como essa disciplina coloca foco nessa formação para o futuro, você 
poderá reconhecer as potencialidades e limitações de muitos recursos 
com tecnologia digital já usadas cotidianamente para o acesso, produção 
e compartilhamento de informações, mas que são desconsideradas nos 
ambientes escolares. Ou seja, são práticas que estão no “tempo presente” 
fora da escola, mas que ainda parecem de “um futuro tão distante” dentro 
dela. Enquanto professor, seu grande desafio será trazer para a escola toda 
a interação mediada pela cultura digital que já existe fora da escola. Uma 
cultura que modifica não somente a forma de interação entre as pessoas, mas 
também a linguagem e o uso da linguagem. Isso é muito importante para que 
toda essa interação com as informações permitam a construção de conheci-
mentos científicos e éticos para as práticas sociais dos mais diferentes campos 
de atividade humana.
Nessa disciplina você terá a oportunidade de explorar um novo fazer 
pedagógico, criando novas relações entre as pessoas e entre as pessoas e esses 
recursos tecnológicos.
Esse novo fazer pedagógico é o significado que damos à Inovação 
Educacional, que a cada instante assume um novo significado. Afinal, o que 
é inovação agora, deixará de ser daqui a pouco.
Como em toda viagem, você terá acesso a muitas informações e poderá 
vivenciar formas de comunicação diferentes – que nesse momento são consi-
deradas novas, mas certamente serão modificadas de uma forma muito 
célere. Nessa vivência você colocará em uso essas informações em novos 
ambientes virtuais como blogs, plataformas adaptativas e comunidades 
virtuais, entre outros.
Ao longo da disciplina serão dadas orientações para que você experimente 
essas novas formas de interação, mediadas por alguns dos recursos digitais. 
Por isso, esperamos que você siga nossas orientações e se arrisque na busca de 
novas experiências. Use as aprendizagens para construir outras aprendizagens. 
Nesta disciplina, essa viagem no tempo está dividida em quatro unidades.
Na primeira unidade, Tendências e Inovação na Área Educacional, você 
irá ao passado para perceber que a sociedade sempre passou por modifica-
ções devido às demandas sociais, econômicas e culturais. Compreenderá o 
quanto a educação, com a Constituição Brasileira de 1988 e com a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB/96), é fruto dessas 
modificações que, ao mesmo tempo, induzem outras. Nesse início, nossa 
intenção é construir um panorama geral sobre o que significa inovar em 
educação. Você verá que essa inovação não está necessariamente vinculada 
aos recursos digitais. Você também compreenderá o que significa ter como 
foco as competências no centro da organização curricular. Vai entender 
como o hibridismo e a personificação do ensino está relacionada à equidade.
Na Unidade 2, as Metodologias Ativas serão apresentadas e você perce-
berá a importância de o aluno assumir um papel ativo no processo de sua 
própria aprendizagem, deixando no passado o papel de mero receptor. Não 
se trata de uma proposta nova, mas sua implementação requer uma postura 
inovadora do professor, da escola e do sistema de ensino.
Na Unidade 3, o enfoque passa a ser na personalização do ensino, e 
para isso destaca-se o quanto o uso de tecnologias digitais motiva o aluno a 
assumir o protagonismo no processo de construção de seu próprio conheci-
mento. A personalização do ensino é importante porque os alunos aprendem 
de formas e ritmos diferentes. Nessa unidade você aprenderá a integrar os 
recursos digitais ao currículo escolar.
Muitas das tecnologias digitais normalmente usadas fora de escola 
serão apresentadas nessa última unidade. Você perceberá que as ações para 
trazê-las para o interior da escola são Inovações Pedagógicas ancoradas em 
Tecnologias Digitais, título dadoa ela.
Após essa viagem, com uma nova experiência e conhecimentos relacio-
nados à cultura digital, você estará apto para acompanhar os avanços tecno-
lógicos, incorporando-os à sua prática pedagógica.
Ao final desta disciplina você estará apto a:
• Compreender as inovações educacionais como possibilidades diversi-
ficadas atreladas ou não às tecnologias digitais, promovendo o desen-
volvimento de indivíduos produtores de inovação de forma criativa, 
crítica e ética.
• Atuar no planejamento, desenvolvimento e avaliação de projetos 
educacionais inovadores, contribuindo para o desenvolvimento de 
conteúdos, atividades e ferramentas e promovendo processos de 
aprendizagem mais significativos, interativos e colaborativos.
• Utilizar estratégias de ensino que favoreçam a integração entre conte-
údos e problemas reais, respeitando o ritmo e individualidades e 
promovendo o desenvolvimento de competências para a atuação em 
uma sociedade plural.
Destaca-se, também, que em diversos momentos faremos referências à 
Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), que tem sido chamada 
de BNCC. Com isso, a intenção desse componente curricular também será 
sensibilizá-lo para as competências gerais da BNCC. Uma delas inclusive está 
vinculada à utilização das tecnologias digitais de informação e comunicação 
de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais 
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informa-
ções, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e 
autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018). Com essas competências, 
certamente, você será um “Inovador Educacional”!
Bons estudos!
Unidade 1
Adilson Dalben
Tendências e inovação na área educacional
Convite ao estudo
Estudar as Tendências e Inovação na Área Educacional, título dessa unidade, 
é muito instigante porque significa perceber o mundo em que vivemos hoje e 
projetar o futuro. E nós temos tudo a ver com isso, afinal nós, professores, estamos 
sempre produzindo o futuro, mudando a vida das pessoas e da sociedade.
É nessa linha de pensamento que desejamos que mergulhe nos estudos 
propostos nas três seções dessa unidade. Iniciaremos pensando sobre o que 
é Inovação Educacional, mas antes visitando os significados de inovação e 
educação e depois entendendo o quanto ela esteve sempre presente ao longo de 
toda a história da educação. A partir disso, vamos refletir sobre as tendências da 
área educacional e perceber que ela está totalmente vinculada às tendências da 
sociedade. Por fim, na última seção, vamos nos apropriar das inovações as quais 
nós, professores, estaremos envolvidos para sermos ao mesmo tempo inovadores.
Ao final dessa unidade, você terá um entendimento mais elaborado de 
como as inovações educacionais, por meio dos recursos tecnológicos digitais 
ou não, são necessárias para promover a formação de seus alunos a fim de que 
eles sejam construam seus conhecimentos por meio da produção e acesso de 
informações de maneira criativa, crítica e, principalmente, ética.
Esse seu entendimento sobre as Inovações Educacionais é essencial para 
a sua prática docente, envolvendo o planejamento, o desenvolvimento e a 
avaliação de projetos educacionais, que necessariamente deverão ser inova-
dores. A inovação deverá fazer parte seus projetos para que eles possam 
cumprir o objetivo de garantir a aprendizagem de seus alunos, em um 
processo de ensino que seja mais significativo, interativo e colaborativo.
A interação e a colaboração devem ser promovidas nas atuais estratégias 
de ensino que você adotará, e os recursos tecnológicos estão disponíveis para 
isso. Daí a importância de seu conhecimento sobre essas inovações tecno-
lógicas para que você possa incorporá-las em suas aulas e, assim, favorecer 
a integração entre conteúdos e problemas reais, respeitando o ritmo e as 
potencialidades de seus alunos.
Aproveite!
10
Seção 1
Inovação educacional
Diálogo aberto
Atualmente, quando você ouve falar em inovação, é provável que venha 
a sua cabeça situações modernas com imagens de telas de computadores, 
celulares ou artefatos relacionados à inteligência artificial. E quando se fala 
em inovação educacional, é igualmente provável que você imagine aulas 
com computadores, celulares e internet ou alguma outra tecnologia. Mas 
por que será que são essas imagens que vêm imediatamente à cabeça e não 
outras? Será, então, que as inovações educacionais só existem com esses 
recursos e artefatos tecnológicos?
É importante lembrar que tecnologia não é sinônimo de artefato tecno-
lógico. É comum as pessoas afirmarem que usam a tecnologia, quando 
estão usando computadores ou celulares. Isso é um equívoco. Por exemplo: 
o computador e o celular são artefatos tecnológicos. A tecnologia é todo 
conhecimento conceitual e de técnicas para a produção de computadores ou 
celulares. A melhora da performance dos computadores ou dos celulares é 
fruto dos avanços da tecnologia.
Para respondermos a essas perguntas devemos ter em mente que aquilo 
que é pensado como inovação em uma época, depois de implementada, logo 
se torna algo comum.
Por exemplo: o uso de lousas brancas e das canetas com tinta, no lugar 
dos quadros negros e do giz, são ou foram considerados como uma inovação 
educacional por alguns, mas não por outros. Já a invenção da máquina de 
impressão tipográfica pelo alemão Johann Gutenberg, na década de 1430, 
propiciou uma inovação educacional.
Esses exemplos deixam claro que a relação entre os recursos tecnoló-
gicos e a inovação educacional deve ser marcada pelo momento histórico 
em que ela ocorreu. 
Ou seja, essas imagens que vêm à nossa cabeça nos dias de hoje, quando 
falamos em inovação, estão atreladas ao momento presente e jamais ocorre-
riam em outros momentos da história ou do futuro.
Agora, imagine que você está participando de um processo seletivo para 
uma vaga de professor. O entrevistador faz o seguinte comentário: “o mundo 
mudou muito e continua a mudar cada vez mais rápido. Antes, era possível 
11
trabalhar com os alunos sentados em filas, e o objetivo do ensino, em geral, 
era fazer com que os alunos memorizassem aquilo que o professor dizia que 
estava ensinando. E após as provas quase tudo era esquecido pelos alunos. 
Hoje isso não é mais possível. Temos que inovar! ”. Em seguida ele pergunta: 
“o que é Inovação Educacional para você e quais seriam as maneiras possíveis 
de inovarmos na educação? ”. O que você responderia? 
Essa é uma situação hipotética, mas, na verdade, está presente na cabeça 
de professores, gestores educacionais, decisores de políticas públicas, editores 
de material didático, ou seja, está na cabeça de todo mundo que trabalha com 
educação e percebe que ela precisa se atualizar para garantir maiores chances 
de os alunos aprenderem.
Nesta seção você terá acesso a informações que ajudarão a responder às 
perguntas feitas pelo entrevistador na situação hipotética apresentada. Nela 
você vai refletir sobre o que é inovação educacional, sobre as muitas possi-
bilidades de inovar na área educação e quando um avanço deve ou não ser 
considerado uma inovação pedagógica.
Não pode faltar
Falar sobre Inovação Educacional é sempre muito prazeroso, porque está 
implícita a ideia de que ela vai melhorar a realidade que vivemos em um 
determinando momento. Falar de inovação significa olhar para o futuro com 
a esperança e convicção de que o mundo será melhor. 
A Inovação Educacional é um assunto muito amplo porque buscar e 
construir esse sonhado futuro implica reconhecer algo e fazer algo agora, que 
é resultado do que aconteceu no passado. Essa noção de encadear o passado 
e o presente é essencial, mas muitas vezes ela não é considerada na prática.
Além da questão do tempo (presente, passado e futuro), você vai perceber 
nesta seção que se trata de uma temática interessante porque tem muitas 
conexões com outras áreas da Educação e, também, com outras áreas do 
conhecimento, como economia, tecnologia,política educacional.
E para começar vamos refletir um pouco.
Reflita
Muitas vezes, a inovação é confundida com o que é novo. Será que sempre 
a inovação traz algo de novo? E o que é uma o que Inovação Educacional?
Antes de continuar a ler esse texto, pare um pouco e pense sobre a 
seguintes questões que parecem ser básicas: para você, o que é 
inovação e o que é educação?
12
O que você entende por esses dois termos é o mesmo entendimento 
das pessoas que estão ao seu lado? Será que o que entendemos atual-
mente sobre inovação e educação é o mesmo entendimento dado ao 
longo da história?
Muitas são as definições encontradas para ambos.
Nós teríamos que recorrer à história da humanidade para constatar que o 
próprio surgimento da ideia de Educação foi uma inovação. Também deverí-
amos percorrer a história da educação para compreender que desde o seu 
surgimento ela vem sendo modificada por inovações.
A definição de educação é muito diversa, variando de pensador para 
pensador (para não falar de pessoa para pessoa, de pesquisador para pesqui-
sador, de educador para educador, de filósofo para filósofo), de época para 
época e, também, da intenção que se tem quando se buscou essa definição.
Para Durkheim, sociólogo francês, que viveu entre 1858 e 1917,
A educação não é, pois, para sociedade, senão o, meio 
pelo qual ela prepara, no íntimo das crianças, as condições 
essenciais da própria existência. […] A educação é a ação 
exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não 
se encontram ainda preparadas para a vida social; tem por 
objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número de 
estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela socie-
dade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a 
criança, particularmente, se destine. (FILLOUX, 2010, p. 49)
Exemplificando
Brandão (2007, p. 62) apresentou diferentes definições de educação de 
acordo com seus principais teóricos: 
“A educação não é mais do que o desenvolvimento consciente 
e livre das faculdades inatas do homem. ” (Sciacca) 
“A educação é o processo externo de adaptação superior 
do ser humano, física e mentalmente desenvolvido, livre e 
consciente, a Deus, tal como se manifesta no meio intelec-
tual, emocional e evolutivo do homem. ” (Herman Horse)
“O fim da educação é desenvolver em cada indivíduo toda a 
perfeição de que ele seja capaz. ” (Kant).
 “É toda a espécie de formação que surge da influência 
espiritual. ” (KRIECK) 
13
Além dos teóricos citados por Brandão, cabe destacar, também, a 
definição do filósofo John Dewey: “A educação é um método funda-
mental do progresso e da reforma social. ” (DEWEY, 1897b, p. 93 apud 
WESTBROOK; TEIXEIRA, 2010, p. 21).
Essas diferentes definições para educação mostram que as dadas por 
Durkheim foram selecionadas para mostrar o quanto ela está associada ao 
desenvolvimento de conhecimentos e valores que provocarão mudanças 
na sociedade no futuro. Ao mesmo tempo, permitem perceber o quanto a 
definição de educação que temos hoje é influenciada por conhecimentos e 
valores construídos no passado.
Saviani (1991) afirma que a “educação contemporânea” tem estreita 
relação com a consciência que o ser humano tem de si mesmo, e que essa 
consciência se modifica em função da época, do lugar e de acordo com o 
modelo que se tem de sociedade.
É importante aqui perceber o quanto a educação influencia e é, ao mesmo 
tempo, influenciada pela sociedade, e por isso está sempre em constante mudança.
A BNCC (BRASIL, 2018) discorre sobre educação integral. Nessa 
perspectiva, estão relacionadas a formação integral do indivíduo, na qual 
estariam envolvidos o direito da formação e desenvolvimento global do 
estudante. Esse desenvolvimento seria pleno, não linear e compreendendo 
o desenvolvimento cognitivo como o socioemocional de modo inseparável.
Vamos agora buscar entender o que vem a ser inovação, e para isso vamos 
nos remeter à área da administração e da indústria para depois fazer um 
paralelo com a área educacional. Cabe destacar que, assim como ocorre 
com o termo educação, há diferentes entendimentos para o termo inovação. 
Educação tem diferentes significados.
O Manual de Oslo, uma das publicações da Organização para 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), traz as diretrizes 
para coleta e interpretação de dados sobre inovação. Nesse documento, 
inovação está definida como sendo:
[…] a implementação de um produto (bem ou serviço) 
novo ou significativamente melhorado, ou um processo, 
ou um novo método de marketing, ou um novo método 
organizacional nas práticas de negócios, na organização 
do local de trabalho ou nas relações externas. (OECD, 
2005, p. 55)
14
Para Christopher Freeman (1982), um dos maiores estudiosos sobre o 
tema, a inovação é o processo que coloca novas ideias em uso e que não 
precisa ser de natureza tecnológica. Peter Drucker (1986), um dos autores 
mais reconhecidos da administração moderna, a inovação não pode ser 
confundida com invenção. Para ele, a inovação vem da área econômica, 
enquanto invenção vem da tecnologia; e a inovação não precisa ser técnica, 
tampouco ser necessariamente algo concreto, porque poucas delas são tão 
impactantes quanto aquelas que ocorrem no âmbito social.
Exemplificando
Um exemplo é a rede de saneamento básico – tratamento de água, 
canalização e tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e 
avenidas, coleta e tratamento de resíduos orgânicos (em aterros sanitá-
rios regularizados) e materiais (através da reciclagem) – comum em boa 
parte dos centros urbanos, uma inovação na história recente. O direito 
humano à água potável e ao saneamento foi reconhecido pela Assem-
bleia Geral das Nações Unidas (ONU) em 2010. O saneamento básico é 
uma das prioridades de desenvolvimento global e é objeto do Objetivo 
de Desenvolvimento Sustentável.
Jannuzzi, Falsarella e Sugahara, em suas pesquisas sugerem que, em 
função do impacto que provocam, uma inovação pode ser incremental, 
semirradical e radical. Segundo esses autores,
A primeira, denominada incremental, se caracteriza pela 
variação de um produto e/ou serviço já existente, no qual 
novos atributos são adicionados a este. A segunda, desig-
nada como inovação semiradical, se caracteriza pela modifi-
cação nos produtos e/ou serviços, porém mantendo a 
continuidade dos padrões já existentes. Por fim, a inovação 
radical que se distingue das demais pela proposição de 
produtos e/ou serviços totalmente novos, incidindo na 
construção de uma nova infraestrutura. Toda inovação, 
independente da classificação, traz em sua essência a 
geração, uso e assimilação de conhecimentos. (JANNUZZI; 
FALSARELLA; SUGAHARA, 2016, p. 104)
Se nos inspirarmos nessa classificação proposta por esses autores, 
poderíamos arriscar a dizer que uma Inovação Educacional poderia ser 
classificada em:
15
• Incremental, que se caracteriza apenas pelo aprimoramento do 
processo com a inclusão de algum novo recurso tecnológico ou 
mudança de procedimentos.
• Semirradical, caracteriza-se pela mudança do processo que se 
mantém, com a inclusão de algum novo recurso tecnológico ou 
mudança de procedimentos. 
• Radical, que se distingue das demais pela proposição de uma 
nova infraestrutura implementando uma nova lógica, quebrando 
paradigmas e estabelecendo novas relações (inclusive de poder) no 
processo educacional.
Agora temos uma noção de que os termos educação e inovação podem 
assumir diferentes significados e definições, a depender de quem os define, 
de quando e para que são definidos. Assim, neste momento, com o objetivo 
de compreendermos o que é Inovação Educacional, nós vamos assumir que:
• Educação pode ser entendida como o conjunto de ações tomadas pelo 
ser humano para a constante construção dos conhecimentos, visando 
sua integração na sociedade e relação com a natureza.
• Inovação é colocar em uso algum conceito ou artefato tecnológico para 
resolver algum problema ou aprimorar algum processo ou produto.
Juntando essas duas definições, finalmentepodemos propor o enten-
dimento de que Inovação Educacional é a implementação de um conceito, 
procedimentos ou objeto, que leva ao cumprimento de algum novo 
objetivo educacional.
Desse entendimento deve estar claro que:
• A inovação significa implementação ou a colocação em uso de algo.
• Aquilo que é colocado em uso na inovação pode ser um conceito, um 
procedimento ou um objeto. Esses três itens podem ser novos (uma 
invenção) ou não.
• Será o novo objetivo educacional que definirá a finalidade e o 
impacto da inovação.
Com esse entendimento, fica claro que as inovações educacionais estão a 
serviço da melhoria da qualidade educacional oferecido pelo sistema educa-
cional, que ocorre por meio da escola e do professor.
Esperamos que você perceba, então, que a qualidade educacional é 
um dos fatores que determinam a inovação. Veja esse exemplo dado por 
16
Cury (2001), quando se referia à nova organização da estrutura do sistema 
educacional brasileiro.
A educação básica é um conceito mais do que inovador 
para um país que, por séculos, negou, de modo elitista 
e seletivo, a seus cidadãos, o direito ao conhecimento 
pela ação sistemática da organização escolar. Resulta 
daí que a educação infantil é a raiz da educação básica, 
o ensino fundamental é o seu tronco e o ensino médio 
é seu acabamento. É dessa visão holística de “base”, 
“básica”, que se pode ter uma visão consequente das 
partes. (CURY, 2008, p. 294-295)
Nesse exemplo você pode perceber que havia um problema educacional 
(e social, político e econômico) a ser resolvido, e a inovação educacional foi 
uma reestruturação que trouxe grande impacto à sociedade.
Se mergulharmos um pouco na história da educação, vamos perceber 
que inovações educacionais ocorrem o tempo todo, como já vimos no início 
desta seção.
A enciclopédia, cuja elaboração foi iniciada em 1744 e demorou 22 anos 
para ser concluída, foi produzida pelo francês Juan Diderot e contou com a 
ajuda de grandes filósofos como Rousseau, D’Lambert e Montesquieu. Ela 
foi inovadora porque até então existiam apenas dicionários, e a enciclopédia 
permitiu o relacionamento de diversos conhecimentos de forma racional. 
Certamente, com seus mais de 60 mil artigos, ela foi um dos livros mais 
importantes no Iluminismo. Mas era muito caro e, por isso, só os nobres e 
burgueses tinham acesso a ela (GUINSBURG, 2000).
No âmbito das metodologias de ensino, também há inúmeras inovações 
educacionais. Exemplos dessas inovações podem ser as propostas feitas por 
Célestin Freinet (que defendeu a dimensão social da escola, vendo o aluno 
como um sujeito ativo para as mudanças da comunidade), David Ausubel 
(defendeu a aprendizagem significativa), Henri Wallon (destacou a impor-
tância no processo de aprendizagem de se observar as reações internas e 
externas do aluno), Jean Piaget (destacou que o aluno é quem constrói sua 
própria aprendizagem e de uma maneira distinta em cada idade), John 
Dewey (defendeu a democracia e a liberdade nas escolas para o melhor 
desenvolvimento dos alunos), Lev Vygotsky (defendeu as relações sociais no 
processo educativo), Maria Montessori (valorizava a educação para a vida , 
colocando no centro o aluno, que deve ser considerado sujeito e objeto de 
ensino, respeitando sua atividade, individualidade e liberdade), Paulo Freire 
17
(defende que o aluno precisa ter consciência do mundo que o cerca, para 
poder interpretá-lo e nele intervir), dentre muitos outros.
Assimile
Perceba que estes são apenas alguns personagens da história de 
educação, dentre muitos outros, que em diferentes momentos da 
história propuseram mudanças para melhorar a educação.
Perceba também que a educação, tal como a conhecemos e a enten-
demos hoje, tem uma ou outra característica de cada uma das propostas 
feitas por esses pesquisadores ao longo do tempo.
Ou seja, qualquer que seja a inovação, ela sempre é influenciada, 
positiva ou negativamente, por outras que já existiram. Uma inovação 
nunca parte do nada, sempre há algo que ela tem o propósito de 
aprimorar ou evitar.
Até o momento vimos algumas inovações educacionais que ocorreram 
no passado. Foram dados exemplos de inovação que ocorreu com uma estru-
turação da educação (LDB/96), um artefato tecnológico (a enciclopédia) ou 
com propostas metodológicas de ensino. Muitos outros exemplos poderiam 
ser dados como mudanças de espaços físicos, home schooling (proposta em 
que os pais podem educar seus filhos em casa), entre outros.
Reflita
Vamos deixar o passado para trás e começar a pensar no presente. 
Pense em algumas coisas boas e ruins que acontecem nas escolas hoje 
em dia. Quais delas você acha que deveriam continuar e quais você acha 
que deveriam mudar?
Diante desses elementos que pensou, quais seriam os propósitos das 
inovações educacionais necessárias para hoje?
Desse seu pensamento, é provável você tenha se lembrado de muitas 
formas de ensinar que hoje não são mais adequadas. Podemos observar que 
nas escolas se perde muito tempo em atividades que não levam à aprendi-
zagem, e o resultado é o baixo desempenho e o desinteresse.
 Para Moran (2018), 
Muitas formas de ensinar hoje não se justificam mais. 
Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, nos 
desmotivamos continuamente. Tanto professores como 
18
alunos temos a clara sensação de que muitas aulas conven-
cionais estão ultrapassadas. Mas para onde mudar? Como 
ensinar e aprender em uma sociedade mais interconectada? 
Avançaremos mais se soubermos adaptar os programas 
previstos às necessidades dos alunos, criando conexões 
com o cotidiano, com o inesperado, se transformarmos a 
sala de aula em uma comunidade de investigação. Ensinar 
e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade, espaço 
temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e 
processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma 
das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, 
a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da 
sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos enges-
sados. Temos informações demais e dificuldade em escolher 
quais são significativas para nós e conseguir integrá-las 
dentro da nossa mente e da nossa vida. (MORAN, 2018, p.1)
Esse texto é bastante contemporâneo e reflete algo que será usado 
frequentemente ao longo desta disciplina: as Tecnologias de Informação e 
Comunicação, que já são usadas fora da escola. 
Todos nós as usamos de forma até intuitiva, e parece ser natural. Até 
mesmo os mais idosos, que foram sempre apontados como pessoas avessas 
ou com dificuldade para lidar com tecnologia, as usam com bastante destreza. 
Com as Tecnologias da Informação e Comunicação – conhecidas como TICs 
– muitas informações são produzidas de maneira formal ou informal, com o 
uso de imagens (fotos, vídeos, realidade virtual), com uma estética bastante 
peculiar e agradável, e todos nós consumimos essas informações, muitas 
vezes de boa qualidade, mas em outras, nem tanto.
Nessa produção e consumo de informações, nós nos tornamos ativos no 
processo que vira conhecimento. Nosso desafio e responsabilidade é colocar 
esses recursos tecnológicos e essas habilidades já disponíveis a serviço da 
educação, ou seja, nos ambientes escolares.
Nós usamos o termo responsabilidade junto com o desafio porque caso 
a educação não volte a assumir sua participação na construção do conheci-
mento, quem o fará? Todos sabemos que essa democratização na produção 
e acesso de informações é bastante positiva e ao mesmo tempo perigosa, 
porque há questões éticas em jogo.
Propostas feitas por Eduardo Chaves e Valdemar Setzer (1988), Bacich 
e Moran (2018), Manuel Castells (1999a,1999b,1999c), Pierre Lévy (1995, 
19
2000, 2003) e Saymour Papert (1986) têm as mesmas características daquelas 
feitas em outros momentos da história, porém incorporam a tecnologia 
digital como um recurso para a inovação educacional.
Esses recursos tecnológicos permitem uma maior interação entre todos 
em uma comunidade de aprendizagem, colocando os alunoscomo prota-
gonistas principais na produção dessas informações e, consequentemente, 
na construção de seus conhecimentos. Esses recursos, com as plataformas 
adaptativas, podem também resolver o problema do desempenho dos alunos 
que têm ritmos diferentes de aprendizagem e, por isso, requerem formas 
particulares de ensino.
Tais recursos aumentam as potencialidades formativas do ensino, mas 
requerem que o professor e a escola, profissional e instituição responsáveis 
pela educação sejam mediadores profissionais nesse processo.
Esse tipo de mediação não é algo de simples de ser realizado porque 
requer uma nova forma de relação entre professor, aluno e conhecimentos. 
Isso implica mudar nossa forma de ver o mundo e rever nossos valores e 
alterar nossas crenças, isto é, requer outra mentalidade (mindset) sobre 
a educação.
Todas as decisões que tomamos são influenciadas por nossos valores, 
que vamos construindo ao longo da vida na interação com outros, com os 
contextos que estamos inseridos. Nossa mentalidade sobre a educação, por 
consequência, é que orienta os nossos passos futuros.
De acordo com Dweck (2017), podemos encontrar pessoas com mentali-
dade fixa ou mentalidade de crescimento. As pessoas com mentalidades fixas 
se caracterizam por ser pessoas inertes, isto é, aceitam o sistema, confor-
mam-se com o contexto em que vivem e não se arriscam a mudar por não 
confiarem em si mesmas. Do lado oposto estão as que têm mentalidade de 
crescimento, que acreditam nas mudanças, e que são confiantes em suas 
capacidades de fazer ou aprender a fazer. As pessoas com pensamento de 
crescimento sabem que diante de algo novo erros são cometidos, e que eles 
são importantes para aprender cada vez mais. Essa mentalidade de cresci-
mento é importante para aqueles que acreditam nas inovações educacionais. 
Esperamos que com esse texto, você mantenha a sua mentalidade de 
crescimento. Usamos apenas o verbo manter nessa oração porque temos 
a convicção de que, se você está lendo esse material, é porque você é uma 
pessoa com mentalidade de crescimento. Pessoas assim como você são 
importantes para a implementação das inovações educacionais que já estão 
propostas e aquelas que estão por vir.
20
Sem medo de errar
Como candidato à vaga de professor, diante de pergunta “o que é inovação 
para você? ”, sua resposta poderia ser “para mim, uma inovação educacional 
é aquela proposta que traz algo de novo em relação ao que se tem para 
melhorar a qualidade da aprendizagem dos alunos na escola”.
Para completar essa resposta e tentar conquistar a confiança do entrevis-
tador, seria interessante complementar a resposta da seguinte maneira:
“Mas toda inovação educacional só é possível se o professor tiver uma 
mente aberta para o novo e a responsabilidade de estudar e conhecer esse 
novo, porque a sala de aula não pode ser um laboratório e nem os alunos 
são cobaias. Além disso, as expectativas a serem colocadas sobre a inovação 
educacional devem ser bem dimensionadas, porque uma proposta nunca se 
tornará uma inovação educacional se não for exequível. Por isso, junto com 
os professores, os demais profissionais da educação que estão na escola e no 
sistema educacional precisam ter as mesmas atitudes de abertura para o novo 
e responsabilidade para garantir as condições mínimas necessárias para a 
proposta de se tornar uma inovação. Ou seja, a inovação educacional começa 
em todos que trabalham com a educação, e somos responsáveis por ela. ”
Qualquer inovação coloca o professor diante de uma tensão que, por um 
lado está o seu desejo pelo novo e, ao mesmo tempo, o medo pelo desco-
nhecido associado à preocupação sobre se terá condições de corresponder e 
acertar com seus alunos.
Implementar uma inovação na educação pode parecer inadequado para 
algumas pessoas que defendem que a escola não deve ser vista como um 
laboratório, onde os alunos seriam cobaias para testes.
De fato, essas pessoas estão certas em suas preocupações, afinal, escola 
não deve ser vista mesmo como local de testes. Mas, ao mesmo tempo, 
muitos estudos mostram que de maneira geral a aprendizagem dos alunos 
não está em um patamar desejado.
Por isso as inovações são necessárias. Além disso, implementar uma 
inovação não significa fazer testes. O texto aqui apresentado mostrou alguns 
exemplos de pesquisas que indicam o que deve ser feito e também o que deve 
ser evitado. Esse conhecimento acumulado precisa chegar às escolas para que os 
professores não mais ensinem da mesma maneira como a que foram ensinados.
Para que seja possível dar esse passo para a implementação de inova-
ções, é necessário planejamento, estudo e formação e boa gestão dos 
espaços e tempos escolares.
21
Com a flexibilização presente na legislação educacional vigente, novos 
currículos já podem ser colocados em ação para que a aprendizagem dos alunos 
seja garantida como um direito que eles têm. Diante desse desafio, em que os 
papéis do professor e do aluno são redefinidos e as escolas passam por uma 
reorganização, o acesso dos novos recursos digitais se torna um grande aliado.
É difícil prever com detalhes como serão as aulas diante dessas inova-
ções. No entanto, é certo que suas características centrais para esse momento 
perpassam por tornar o aluno responsável por sua aprendizagem, devida-
mente orientada e monitorada pelo professor, e também o uso das tecnolo-
gias digitais em projetos. 
Tais projetos deverão fazer com que os alunos se sintam capazes de intervir 
no mundo que os cercam. Em uma etapa inicial, professores e gestores devem 
se juntar aos alunos para elaborarem um diagnóstico para identificar qual é 
o problema deverá superado na escola, estabelecerem os objetivos a serem 
atingidos e os recursos necessários.
Avançando na prática
Inovações educacionais vividas
Imagine a seguinte situação: você foi fazer um curso de oito horas sobre 
Inovações Educacionais e o formador, logo no início, pediu aos partici-
pantes que fizessem um retrospecto em suas vidas, enquanto estudantes 
na Educação Básica (ensino Fundamental e Ensino Médio), e dissessem 
quais situações daquele período poderiam ser consideradas Inovações 
Educacionais. Quando todos terminaram de apresentar suas memórias, o 
formador selecionou os seguintes relatos:
“Uma das inovações mais legais foi quando meu professor de português 
passou a nos levar à biblioteca. Nunca tínhamos isso lá e durante todo o 
segundo semestre ele nos deixava lá por duas horas aulas todas as semanas. 
Era muito legal porque ficávamos à vontade, porque ele nos deixava com a 
bibliotecária e ia tomar café. Pegávamos um livro e ficávamos conversando 
de todos os assuntos. Foi uma das Inovações mais legais porque melhorou o 
relacionamento da turma”.
“Eu tinha um professor muito legal de matemática que usava as músicas, 
tipo jingle, para ajudar a memorizar algumas fórmulas da matemática. Meus 
amigos falavam que ele tinha um jeito inovador em relação aos outros profes-
sores, mas para mim era só um jeito diferente porque eu continuava a não 
22
entender de onde as fórmulas saiam. Mas um dia ele propôs a construção 
de uma cisterna na escola. Ai sim, para mim foi inovador… Eu finalmente 
entendi para que serve a matemática. ”
Como profissional da área, analise essas duas memórias e diga, colocan-
do-se no lugar do formador, se elas são ou não inovações.
Resolução da situação-problema
Em primeiro lugar, é importante perceber que a segunda memória tem 
duas situações, ou seja, as memórias trazem três situações. São elas:
• Ida semanal à biblioteca.
• Uso de música para memorizar fórmulas de matemática.
• Construção de uma cisterna.
Nas três situações as respostas podem ser subjetivas por depender do que 
é considerado como objetivo de cada uma das propostas consideradas inova-
doras pelos participantes do curso.
A ida à biblioteca poderia ser até ser considerada inovadora se o 
objetivo fosse melhorar a relação entre os alunos, ou ironicamente falando, 
se fosse para dar trabalho para abibliotecária. Mas toda proposta educa-
cional deve ter como finalidade a melhoria da educação. No caso, o fato 
do professor deixar os alunos sozinhos, sem qualquer orientação, não 
provocou mudanças na aprendizagem da turma, pois não havia uma 
situação explícita de melhora da qualidade educacional. Portanto, apesar 
do novo ser ir à biblioteca, essa situação não deve ser classificada como 
uma inovação educacional.
Na proposta do uso de músicas para ajudar na memorização de 
fórmulas matemática acontece o mesmo. Houve de fato a inclusão de 
um procedimento didático diferente e novo, no entanto, como o próprio 
depoimento do participante revela, não cumpre o objetivo de atribuir 
significado ao que se pretendeu ensinar de Matemática, não levando, 
portanto, à aprendizagem.
Diferentemente do que ocorreu na proposta da construção da cisterna. O 
participante evidencia que passou a entender a importância da matemática.
Deve-se destacar que em nenhuma das três situações foi analisado 
o uso ou não de recursos tecnológicos digitais. Em todas as situações 
as inovações educacionais apresentadas estavam ligadas a procedimentos 
didáticos usados.
23
Faça valer a pena
1.
I. O uso dos recursos digitais para o desenvolvimento das pesquisas 
escolares, para comunicação e publicação de informações, simula-
dores e jogos, tem a potencialidade de tornar a escola mais interes-
sante para os alunos.
PORQUE
II. As práticas escolares tradicionais precisam ser eliminadas do 
cotidiano das escolas, cedendo tempo e espaço para que as inova-
ções educacionais se tornem presentes, pois esses recursos digitais 
garantem a interação e a comunicação de forma mais eficiente.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I.
b. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I.
c. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II, falsa.
d. A asserção I é uma proposição falsa e a II, verdadeira.
e. As asserções I e II são proposições falsas. A primeira afirmação é 
verdadeira, e a segunda falsa.
2. Quando estão fora da escola, os alunos se mostram entusiasmados 
e com uma forte interação. É incrível a quantidade de informações que 
trocam por meio dos recursos digitais. Muitos deles produzem informa-
ções. Mas, em geral, dentro da escola esse perfil muda. Todos percebem 
a necessidade de inovar as práticas escolares. O primeiro passo é atribuir 
significado ao termo inovar.
Leia atentamente as afirmações a seguir.
I. Inovar na educação não significa obrigatoriamente usar recursos 
tecnológicos digitais, mas sim propor algo diferente ao que é feito 
para cumprir algum objetivo previamente estabelecido.
II. Usar os recursos disponíveis no computador durante uma aula só 
pode ser considerada uma inovação se o professor deixar de ser a 
fonte principal das informações e tornar-se um mediador da busca 
de informações feita pelos alunos.
24
III. Quando o professor substitui o uso da lousa e giz pelo uso de proje-
ções na sala de aula, está promovendo uma inovação pedagógica 
porque usa os recursos disponíveis para obter maior atenção e 
interesse dos alunos.
IV. Propor o jogo de xadrez com clara intencionalidade pedagógica em 
uma sala de aula na qual os alunos nunca tiveram essa experiência 
deve ser considerado uma inovação pedagógica, mesmo sendo o 
xadrez um jogo milenar.
Considerando o contexto apresentado, é correto apenas o que se afirma em:
a. I e II.
b. I e IV.
c. I, II e III.
d. I, III e IV.
e. II, III e IV.
3. Graciela Messina publicou em 2001 um ensaio cuja escrita foi motivada 
pelas inquietações da equipe da rede de inovações educacionais da Organi-
zação das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), acerca 
da fragilidade teórica do conceito de inovação para explicar os processos 
inovadores que são desenvolvidos na educação da América Latina. 
Segundo ela,
[…] fato de que a inovação foi assumida como fim em si 
mesma e como a “solução” para problemas educacionais 
estruturais e complexos. Como decorrência, em nome 
da inovação, têm-se legitimado propostas conserva-
doras, homogeneizado políticas e práticas e promovido a 
repetição de propostas que não consideraram a diversidade 
dos contextos sociais e culturais. Além disso, a categoria 
inovação foi tratada como algo à parte das teorias sobre a 
mudança educacional. Daí a necessidade de integrar ambos 
os conceitos e de fazer uma reflexão mais geral que envolva 
a mudança na área. (MESSINA, 2001, [s.p.])
Com a afirmação “em nome da inovação, têm-se legitimado propostas conserva-
doras”, qual das alternativas a seguir tem maior aderência ao que autora sugere?
25
a. Há propostas consideradas inovadoras que cumprem o seu objetivo 
por serem propostas conservadoras, quando obtém sucesso obtido 
na “solução” de problemas educacionais estruturas e complexos.
b. Há propostas consideradas inovadoras porque colocam nova 
dinâmica de trabalho na escola.
c. Há propostas consideradas inovadoras que precisam legitimar as 
propostas conservadoras para que a educação cumpra seu papel 
historicamente definido de mudar as realidades onde são imple-
mentadas.
d. Há propostas consideradas inovadoras que mantêm as caracterís-
ticas da realidade onde foram implementadas, mesmo usando algo 
novo, não sendo, portanto, inovadoras.
e. Há propostas consideradas inovadoras que legitimam as conserva-
doras e por isso cumprem o seu objetivo.
26
Seção 2
As tendências na área educacional
Diálogo aberto
Vimos, na seção anterior, o que são as inovações educacionais e como elas 
podem ter diferentes tipos de impacto na sala de aula, na escola e no sistema 
educacional. Muitas vezes, elas são induzidas pelas demandas existentes na 
sociedade e sempre vêm com um determinado propósito de aprimoramento 
ou resolução de um problema.
Nesta seção, aprofundaremos uma das mais recentes inovações 
educacionais brasileiras, que foi a implementação da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional, em 1996 (LDB/96), a qual, induzida por 
inúmeras demandas sociais, econômicas, política, culturais e tecnoló-
gicas, abriu terreno para a indução de outras inovações, como a gestão 
democrática das escolas e a flexibilização dos conteúdos, dos tempos e 
dos espaços escolares.
Não se trata mais de uma lei tão recente, mas, desde sua promulgação, 
vem sendo aprimorada com novas leis e regulamentações e orientando quase 
todas as ações educacionais, desde a definição e políticas públicas até sua 
ação na sala de aula. Uma dessas ações é a implementação da Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC).
Na seção anterior, criamos uma situação hipotética, na qual você 
estava participando de um processo seletivo para o cargo de professor. 
Agora, imaginaremos que você foi convocado para a segunda etapa desse 
processo seletivo.
Nessa segunda etapa, você recebeu um texto com a seguinte escrita:
A universalização do ensino, isto é, a possibilidade de acesso ao 
ensino por crianças e jovens, tornou-se uma realidade no Brasil, que 
vem se consolidando desde a década de 1970. Essa consolidação passa 
pela permanência dos alunos na escola, diminuindo a evasão durante o 
processo de escolarização e, posteriormente, pela melhoria da qualidade 
educacional oferecida, afinal, além de acessar e permanecer nas escolas, os 
alunos têm direito à educação de boa qualidade.
A LDB/96 e as regulamentações que a seguiram deram o suporte legal 
para essas evoluções, e o acesso aos recursos tecnológicos digitais têm 
potencial para ajudar em suas consolidações.
27
No entanto, essas inovações educacionais se consolidam apenas 
quando as mudanças são implementadas. Um exemplo dessas mudanças 
seria a efetivação de processos de ensino e aprendizagem que superaram 
a distância entre o ensino centrado no conhecimento e o ensino centrado 
no estudante. Enquanto a primeira perspectiva desses processos valoriza 
a reprodução do conhecimento científico, cultural e artísticoproduzido 
ao longo da história, a segunda propõe que a escola deve promover a 
construção desse conhecimento pelo aluno.
Após a leitura desse texto, o responsável pela seleção pergunta: qual é 
a relação que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem com a 
superação da distância mencionada no texto? Qual seria sua resposta?
Nesta seção, refletiremos sobre os elementos conceituais e suas aplicações 
no ensino, que, certamente, ajudarão você a construir uma resposta para essa 
situação hipotética, assim como auxiliarão em sua prática docente real.
A LDB/96 determina ações a serem tomadas em muitas frentes educa-
cionais, mas, nesta seção, nos ateremos às questões ligadas à concepção 
educacional que ela trouxe, em particular, à organização curricular, que 
desloca a unidade curricular de disciplinas para competências. Esse deslo-
camento implica a flexibilização curricular e outra organização dos espaços 
no contexto escolar.
Ao final desta seção, você poderá compreender os significados desses 
termos. Espera-se que com isso você consiga ter mais critérios para a escolha 
do sentido que dará às suas ações docentes.
Não pode faltar
Para cumprir os objetivos dessa disciplina e, particularmente, desta seção, 
analisaremos a concepção educacional e a organização curricular que podem ser 
implementadas nas escolas a partir da Constituição de 1988 e da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional ocorrida em 1996. Também, abordaremos alguns 
aspectos da organização curricular prevista na BNCC (BRASIL, 2018).
A Constituição da República Federativa do Brasil (CF/88), promulgada 
em 1988 e conhecida como “Constituição cidadã”, é uma referência básica, 
uma vez que ela especifica que a educação é um direito de todos os cidadãos, 
aliás, esse é o primeiro dos direitos sociais elencados em seu art. 6º, o qual 
diz: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção 
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
28
Constituição” (BRASIL, 1988, [s.p.]). No entanto, isso não significa apenas 
acesso à educação, mas também a permanência com princípios de ensino 
especificados em seu art. 206:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos 
seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência 
na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o 
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na 
forma da lei, plano de carreira para o magistério público, 
com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por 
concurso público de provas e títulos, assegurado regime 
jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade. (BRASIL, 1988, [s.p.])
A LDB/96 é o documento jurídico que complementa a CF/88, estabele-
cendo as diretrizes e bases da educação nacional. Nela, a flexibilização dos 
currículos e o deslocamento do foco do ensino para a aprendizagem dos 
alunos são elementos que favorecem a implementação de inovações educa-
cionais que podem ser materializadas nas salas de aula. Com a promulgação 
dessa lei, a aprendizagem passa a ser vista como um direito.
A flexibilização significa que as escolas ou redes de escolas, sejam elas 
públicas ou não, podem se organizar em séries ou por ciclos de formação 
(composto por um ou mais anos de escolarização) e, ainda, optar por tempos 
letivos, como semestres, bimestres ou trimestres, para fecharem o ciclo de 
avaliação somativo, decidindo sobre a continuidade dos estudos de seus 
alunos e adotando como critérios aqueles que melhor atendam às suas neces-
sidades locais e dos alunos. 
Como você sabe, cada aluno aprende em tempos diferentes e todos 
aprenderão aquilo que é desejado se tiverem o tempo adequado e estiverem 
inseridos em um contexto de aprendizagem igualmente adequado. Mas, o 
que é esperado que os alunos aprendam?
Com a LDB/96, isso passou a ser especificado por meio da descrição das 
competências e habilidades que eles precisam desenvolver no processo de 
escolarização. A presença das competências e habilidades pode ser percebida 
29
claramente nas diretrizes educacionais e os documentos que orientam a 
elaboração dos currículos escolares, como a BNCC.
Lembre-se
Este artigo da LDB é o dispositivo legal central que abre os caminhos 
para as inovações:
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em 
séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância 
regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, 
com base na idade, na competência e em outros crité-
rios, ou por forma diversa de organização, sempre 
que o interesse do processo de aprendizagem assim o 
recomendar. (BRASIL, 1996, [s.p.])
Uma das decorrências dessa opção de associar o que se espera que o aluno 
aprenda às competências e habilidades é a centralidade que elas passaram a 
ocupar no monitoramento da qualidade de ensino oferecido pelas escolas e 
redes de ensino, uma vez que os desempenhos dos alunos são medidos por 
meio das habilidades, as quais demonstram ter nos exames de larga escala, 
como ocorre, por exemplo, na Prova Brasil e no ENEM.
Diante disso, de maneira ainda que superficial, é importante que as 
competências sejam reveladas em nossas ações e que mobilizem os recursos 
e conhecimentos que temos em situações específicas diante de um fenômeno 
da vida, sejam eles no âmbito social, natural ou, provavelmente, de ambos 
concomitantemente. Já as habilidades estão mais no âmbito do saber fazer 
eminentemente imediato e prático. Diferentes habilidades, quando articu-
ladas, decorrem de competências ou constituem competências, mas sempre 
envolvendo algum conhecimento aplicável a algum contexto.
Você deve ter claro que, ao organizar um currículo escolar, se coloca o 
desenvolvimento das competências e habilidades como um eixo norteador no 
lugar daquela organização que relacionava conteúdos. Isso não significa, em 
hipótese alguma, que os conteúdos estão sendo desvalorizados, ao contrário, o 
propósito dos espaços escolares é a construção de conhecimentos, e a proposta 
dessa organização curricular por competências e habilidades tem por finali-
dade atribuir significado a esses conteúdos. Com essa proposta, esse conheci-
mento é aplicável e problematizado para a construção de outro conhecimento.
Logo, pensar em uma escola com uma organização curricular que consi-
dera o desenvolvimento de competências e habilidades implica o abandono 
30
da crença que conhecimentos podem ser transmitidos, e a substituição 
desse conhecimento é construído e aplicado pelos próprios alunos em seu 
processo de aprendizagem.
Reflita
O parágrafo anterior do texto evidencia uma aparente contradição 
em relação à inovação educacional proposta na LDB. Por um lado, ela 
valoriza a flexibilização reconhecendo as individualidades dos alunos e 
os contextos onde estão inseridos; por outro lado, quando monitora a 
qualidade de ensino oferecido pelas escolas e redes de escolas, regula e, 
indiretamente, engessa o mínimo ou essencial que os alunos aprendam 
de forma generalizada e padronizada. Diante desse contexto, você 
acha que essa contradição é aparente ou é real? Seja ela aparente ou 
real, qual proposta faria para superá-la? O que você entenderia como 
mínimo ou desejável em um currículo escolar?
Sabemos que a opção por um currículo que privilegia o desenvolvimento 
de competências e habilidades tem como pano de fundo uma concepção 
educacional e adere a uma tendência pedagógica.
Já em sua origem, o termo competência foi associado à aptidão e capaci-
dade de analisar e resolver problemas. Mas, associar competência à mera 
capacidade seria tornar simples algo muitocomplexo, podendo levar a um 
entendimento equivocado. A competência implica a articulação de diferentes 
conhecimentos e a aplicação deles em determinados contextos com ações 
pautadas em valores individuais ou coletivos. Segundo Perrenoud (1999, p. 
7), “para enfrentar uma situação da melhor maneira possível, deve-se, via de 
regra, pôr em ação e em sinergia vários recursos cognitivos complementares, 
entre os quais estão os conhecimentos”.
Em entrevista, Perrenoud discorre sobre o conceito de competência, a 
qual, segundo ele:
(...) é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos 
cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para 
solucionar com pertinência e eficácia uma série de situa-
ções. Três exemplos: Saber orientar-se em uma cidade 
desconhecida mobiliza as capacidades de ler um mapa, 
localizar-se, pedir informações ou conselhos; e os seguintes 
saberes: ter noção de escala, elementos da topografia ou 
referências geográficas. Saber curar uma criança doente 
31
mobiliza as capacidades de observar sinais fisiológicos, 
medir a temperatura, administrar um medicamento; e 
os seguintes saberes: identificar patologias e sintomas, 
primeiros socorros, terapias, os riscos, os remédios, os 
serviços médicos e farmacêuticos. Saber votar de acordo 
com seus interesses mobiliza as capacidades de saber 
se informar, preencher a cédula; e os seguintes saberes: 
instituições políticas, processo de eleição, candidatos, 
partidos, programas políticos, políticas democráticas, etc. 
Esses são exemplos banais. Outras competências estão 
ligadas a contextos culturais, profissionais e condições 
sociais. Os seres humanos não vivem todos as mesmas 
situações. Eles desenvolvem competências adaptadas 
a seu mundo. A selva das cidades exige competências 
diferentes da floresta virgem, os pobres têm problemas 
diferentes dos ricos para resolver. Algumas competências 
se desenvolvem em grande parte na escola. Outras não. 
(BENCINI; GENTILE, 2000, [s.p.])
Assimile
Na BNCC, a competência é definida como a “mobilização de conheci-
mentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e 
socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas 
da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do 
trabalho” (BRASIL, 2016, p. 8).
As competências são, portanto, capacidades complexas que envolvem o 
conhecimento, as ações e os valores de uma pessoa para analisar ou resolver 
um problema em um determinado contexto. Essas ações requerem habili-
dades que são desenvolvidas ao mesmo tempo que as competências, por isso, 
as competências são mais gerais, e as habilidades são mais específicas.
Assimile
Na BNCC, as “habilidades expressam as aprendizagens essenciais que 
devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares” 
(BRASIL, 2016, p. 29).
Para você entender por que a proposta da LDB pode ser considerada uma 
inovação, consolidada na BNCC, de especificar o que precisa ser aprendido 
pelos alunos por meio da descrição de competências e habilidades, é preciso 
32
reconhecer o movimento ocorrido na organização curricular em função 
daquilo que foi valorizado no ensino.
Exemplificando
É importante que você conheça a forma como são expressas as compe-
tências e habilidades da BNCC.
A imagem a seguir apresenta a forma pela qual a BNCC é organizada e 
como as competências e habilidades são agrupadas.
Figura 1.1 | Organização da BNCC
Objetivos de 
aprendizagem e
desenvolvimento
Habili-
dades
Objetos 
de 
conheci-
mento
Unidades 
temáti-
cas
Língua
Portu-
guesa
Matemáti-
ca
Competências
específicas de área
Competências específi-
cas de componente
Componentes
Curriculares
Competências
específicas de área
Campos de
experiências
EDUCAÇÃO BÁSICA
COMPETÊNCIAS GERAIS
ETAPAS
ENSINO
FUNDAMENTAL
Direitos de 
aprendizagem e
desenvolvimento
EDUCAÇÃO INFANTIL
Áreas do
conhecimento
ENSINO MÉDIO
Áreas do
conhecimento
Anos 
iniciais
Anos 
finais
Crianças 
pequenas 
(4a-5 
a11m)
Crianças 
bem 
pequenas 
(1a7m-
3a11m)
Bebês
(0-1a6m)
Habilidades
Fonte: Brasil (2018, p. 24).
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A seguir, um exemplo de como algumas delas podem ser desencade-
adas em um primeiro ano dos anos iniciais do ensino fundamental:
Competência Geral
• Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente constru-
ídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender 
e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a 
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
Competência Específica de Matemática:
• Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto 
das necessidades e preocupações de diferentes culturas, em 
diferentes momentos históricos, e é uma ciência viva, que 
contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e 
para alicerçar descobertas e construções, inclusive, com impactos 
no mundo do trabalho.
Habilidade Específica de Matemática:
• (EF01MA01) Utilizar números naturais como indicador de 
quantidade ou de ordem em diferentes situações cotidianas e 
reconhecer situações em que os números não indicam contagem 
nem ordem, mas, sim, código de identificação.
Diante do exposto, é importante deixar claro que a humanidade, ao 
longo da história, vem acumulando uma série de conhecimentos e que 
há muito tempo a escola tem tido o propósito de levá-los aos alunos, 
por meio da mera transmissão. Apesar de ser uma característica muito 
antiga, ela é muito comum nas aulas atualmente, as quais são marcadas 
por um ensino expositivo, tendo o professor e os livros como fonte exclu-
siva de informações. Nesse modelo de ensino (e de escola), o aluno tem o 
papel de receptor durante suas atividades de estudo e de reprodutor nos 
momentos de avaliação.
Nessa lógica, a prática docente se caracteriza pela frequente apresen-
tação oral das informações, apoiada em escritas na lousa ou em projeções 
e cópias de textos, seguidas de exercícios para a sistematização e aplicação 
de conceitos. O final do processo era marcado por uma prova escrita indivi-
dual, na qual quanto mais fiel a reprodução das informações apresentadas 
ou copiadas na aula, maiores eram os indícios da boa aprendizagem. Em 
geral, ao final dessa prova, as informações eram esquecidas, uma vez que 
não tinham significado ou qualquer relação com a vida, sendo sua finalidade 
apenas obter um bom resultado na prova escrita.
Buscando a oposição às características de ensino desse primeiro 
momento, o conhecimento acumulado na história continua a ser valorizado, 
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porém, como algo que deve ser construído e reconstruído pelos próprios 
alunos, atribuindo, assim, significado com base em seus valores culturais. 
Nessa lógica, o aluno passa a ser o construtor de seu conhecimento, e o 
professor assume o papel de mediador e facilitador, colocando-se entre o 
aluno e o conhecimento.
Na lógica que coloca o aluno como o protagonista na construção de seu 
conhecimento, ele faz conexões em uma inserção crítica à realidade que vive, 
analisando e propondo intervenções.
Se você comparar os papéis do professor e do aluno nesses dois contextos, 
perceberá que eles se modificam significativamente, assim como a organi-
zação e a dinâmica da sala de aula e da escola.
Nessa nova lógica, ao assumir o papel de professor, você deixará de ser 
um apresentador de informações e passará a ser um mediador da aprendi-
zagem dos alunos, não se limitando mais a dar as informações para eles, 
mas orientando-os sobre como encontrá-las e sistematizá-las a serviço da 
construção e do compartilhamento do conhecimento. Esse compartilha-
mento não deverá se restringir apenas à divulgação, mas abranger também 
a sua problematização.
Os recursos tecnológicos digitais vêm se revelando um recurso pedagó-
gico potente para o desenvolvimento de competências e habilidades, não 
só por facilitar o ensino baseado em projetos e a organização de situações-
-problema, mas também por ser facilmente adaptável às possibilidades de 
flexibilização do ensino.
Com a proposta de organizaros currículos com a especificação de compe-
tências e habilidades, o conhecimento deve ser problematizado para que 
outros sejam construídos e, quando necessário, sejam aplicados nas inter-
venções sobre a realidade vivida. Por isso, os propósitos da ação do aluno 
ganham força e suas competências e habilidades se tornam necessárias para 
a análise e resolução de problemas em situações que requerem intervenções. 
Diante disso, o papel do professor passa a ser facilitador da reconstrução do 
conhecimento, e o aluno, o principal agente. 
Para que o aluno seja agente, suas ações dependerão de suas competên-
cias e habilidades e, por isso, um currículo escolar com essa lógica pode ser 
denominado como currículo referenciado em competências. Nessa lógica, 
o desempenho do aluno é medido por meio do que ele é capaz de fazer. 
A construção e reconstrução desses conhecimentos têm se tornado mais 
eficientes e eficazes à medida que os recursos tecnológicos digitais têm tido 
o seu acesso facilitado.
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Vocabulário
Eficiência e eficácia não são sinônimos. O conceito de eficiência está atrelado 
ao adequado uso dos recursos disponíveis para uma determinada finalidade, 
enquanto o de eficácia está associado ao cumprimento dos objetivos.
Assim, um processo pode ser classificado como:
• Eficiente e eficaz quando usou os recursos disponíveis de maneira 
adequada e cumpriu os objetivos.
• Eficiente e ineficaz quando usou os recursos disponíveis de 
maneira adequada, mas não cumpriu os objetivos.
• Ineficiente e eficaz quando os objetivos foram atingidos, mas sem 
a adequada utilização dos recursos.
• Ineficiente e ineficaz quando os objetivos não foram atingidos e 
tampouco a utilização dos recursos foi adequada.
Você deve ter percebido que a mudança de foco sobre o que deve ser 
ensinado e a sua respectiva forma podem ser consideradas inovações educa-
cionais, porém, quando elas não são implementadas, ficam apenas no estágio 
de ser uma proposta.
Pensar em tudo o que precisa ser ensinado, definir objetivos pedagógicos 
e escolher as estratégias que serão propostas para que esses objetivos sejam 
cumpridos são ações inerentes à prática docente. No entanto, adequar-se a 
essas novas demandas que colocam o desenvolvimento de competências e 
habilidades nos alunos se consolida como a mais recente tendência pedagó-
gica. Essa adequação é um novo desafio para você e seus colegas. Trata-se de 
uma inovação educacional!
Dica
Conheça e se reconheça!
É muito interessante que você conheça as diferentes tendências 
pedagógicas existentes para que possa reconhecer em sua própria 
prática docente qual delas você tem maior aproximação e possa avaliar 
se é realmente a sua opção preferida.
Uma referência disponível é:
LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública. São Paulo: Edições 
Loyola, 2001.
Lembre-se de que, raramente, qualquer ação educacional segue exclu-
sivamente uma das tendências.
Como você viu ao longo desta seção, a LDB/96 é um dispositivo legal que 
possibilita a implementação de inovações pedagógicas. Será na sala de aula 
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que seus propósitos se materializarão, e isso ocorrerá se o foco do professor 
passar a ser a aprendizagem dos alunos. A opção por uma organização curri-
cular que expressa as aprendizagens por meio da descrição das competências 
e habilidades a serem desenvolvidas nesse processo é uma oportunidade de 
atribuir significado a essas aprendizagens, e ela será aproveitada por todos 
se os papéis ocupados por alunos e professores, assim como a organização 
curricular, forem redefinidos.
Sem medo de errar
As inovações educacionais sempre têm uma finalidade. Atualmente, 
apesar de todos os avanços tecnológicos e das possiblidades abertas pela 
legislação, a educação parece estar muito estagnada.
Está bastante evidente que as aulas, em geral, ainda aderem aos modelos 
que valorizam a reprodução do conhecimento, nos quais o aluno tem dificul-
dade em entender para que serve tudo aquilo que estuda e faz na escola. Ele 
frequenta as aulas, em geral, para cumprir o tempo letivo e ser aprovado no 
processo. As escolas e suas aulas precisam ser mais valorizadas e, para isso, 
precisam rever os modelos atuais e valorizar a construção do conhecimento. 
Você deve ter percebido a importância da estreita relação existente 
entre a Constituição de 1988, a LDB/96 e a BNCC para a implementação de 
inovações educacionais no sistema de ensino e, em particular, nas salas de 
aula, onde elas efetivamente tomam forma para cumprir com os propósitos 
a que foram propostas.
A concepção educacional presente na LDB/96 favorece a implementação 
das tendências pedagógicas que valorizam a aprendizagem dos alunos, 
colocando-os como os principais construtores de conhecimento de uma 
maneira muito contemporânea, isto é, usando os recursos didáticos que 
foram aprimorados graças aos avanços tecnológicos digitais e mudando as 
relações entre os alunos e, mais notadamente, entre o professor e os alunos. 
A própria BNCC, como um documento orientador para a elaboração de 
matrizes curriculares, diretrizes metodológicas, produção de materiais 
e recursos didáticos e formação de professores, já não mais se organiza 
por uma relação de conteúdos; ela define competências e habilidades que 
precisam ser desenvolvidas a cada período da escolarização e, em parti-
cular, em cada área de conhecimentos.
Se você fizer uma retrospectiva em sua memória, remetendo aos 
momentos que era aluno, certamente, as situações mais frequentes são 
aquelas nas quais estava ouvindo o professor e se preocupando em anotar 
para, depois, estudar para tirar boas notas na prova.
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Essas práticas docentes, nas quais os professores e seu conhecimento 
ficam no centro do processo e os alunos ocupam o papel de receptores, ainda 
são frequentes. Isso acontece porque somos propensos a ensinar da mesma 
maneira que aprendemos. Além disso, a forma de organização escolar, os 
livros didáticos e os planos de ensino já feitos são fatores que colaboram para 
a manutenção dessas práticas.
As inovações educacionais devem romper com isso e, para isso, pensar 
nos currículos escolares tomando a BNCC como referência, e não como 
currículo pronto, é uma grande oportunidade. Esse rompimento passa pela 
mudança da prática docente.
Antigamente, os alunos com dificuldades em aprender evadiam das 
escolas. Hoje, eles permanecem e devem permanecer para que o seu direito de 
aprender seja garantido. Para a garantia desse direito, devemos mudar nossa 
prática docente, e essa mudança começa com nossa participação na elaboração 
ou no aprimoramento da proposta educacional da escola e com a busca por 
atender, de forma crítica, àquilo que está especificado na LDB/96 e na BNCC.
Esse processo continua a acontecer quando incorporamos inovações 
educacionais em nosso plano de ensino para o ano letivo e quando planejamos 
cada aula usando metodologias de ensino que respondam positivamente a 
perguntas, como: estou colocando foco nas aprendizagens dos alunos? Estou 
propondo uma dinâmica diferente nas aulas em relação à forma que eu 
aprendi? Estou usando adequadamente os recursos disponíveis?
Se você responder positivamente a essas questões, terá dado grandes 
passos, mas não suficientes. Precisará, ainda, implementar e avaliar o desen-
volvimento dessas aulas. Para esse olhar avaliativo, basta se perguntar: os 
objetivos estabelecidos estão sendo cumpridos? As estratégias de ensino 
estão permitindo o uso adequado dos recursos disponíveis? As dez compe-
tências propostas na BNCC estão sendo desenvolvidas? 
Será dessa maneira que você estará aproveitando as possibilidades de flexi-
bilização e de reorganização dos espaços e das interações que a Constituição 
de 1988 e a LDB/96 trouxeram para aprimorar a qualidade da educação. Será 
dessa maneira que estará ajudando seus alunos a desenvolver as competên-
cias e habilidades especificadas na BNCC.
Faça valer a pena
1. Para tornar o aluno um agente da construção de seu próprio conheci-
mento, é necessário redefiniro seu papel, assim como o do professor, uma vez 
que as práticas escolares tradicionais precisam ser eliminadas do cotidiano 
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das escolas, cedendo o tempo e o espaço para que as inovações educacionais 
permitam que o foco seja colocado sobre a aprendizagem e sobre o que o 
aluno é capaz de fazer com o seu conhecimento.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), publicados em 1997, trazem 
cinco papéis que precisam ser ocupados pelo professor para que as práticas 
educacionais tradicionais sejam eliminadas:
I. Organizador da aprendizagem, para escolher as tarefas, a fim de que 
ocorra a construção de conhecimentos considerando as condições 
socioculturais, as expectativas e a competência cognitiva dos alunos.
II. Consultor, deixando de lado o papel daquele que expõe as informações e 
assumindo aquele que auxilia na obtenção das informações necessárias.
III. Mediador, promovendo o debate entre os alunos e exercitando a 
argumentação e a negociação sobre os métodos usados e os resul-
tados encontrados.
IV. Controlador, estabelecendo as condições para o cumprimento das 
tarefas.
V. Incentivador da aprendizagem, estimulando a cooperação entre os alunos.
Assinale a afirmativa correta:
a. Assumindo esses papéis, o professor deve permanecer no centro do 
processo de ensino-aprendizagem, pois ele deve continuar a dar o 
ritmo nas aulas
b. Nesse papel, o professor promove oportunidades para que os alunos 
decidam sobre os encaminhamentos a serem adotados durante o 
desenvolvimento do trabalho.
c. A confrontação entre os pensamentos dos alunos é importante, mas, 
como gasta muito tempo e gera muitos conflitos, deve ser evitada 
sempre que possível.
d. A opção por promover a formulação das ideias, dos procedimentos 
e dos argumentos se justifica mais pelo desenvolvimento das compe-
tências socioemocionais do que das cognitivas.
e. A interação entre alunos são essenciais para o desenvolvimento de 
suas competências e habilidades, por isso, o professor deve controlar 
todas as ações deles, a fim de evitar conflitos desnecessários.
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2. A competência é um atributo das pessoas, exerce-se em um âmbito bem 
delimitado, está associada a uma capacidade de mobilização de recursos, 
realiza-se necessariamente junto a outros, exige capacidade de abstração e 
pressupõe conhecimento de conteúdos (MACHADO, 2002).
Analise cada uma das afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
a. É possível observar a competência sem uma ação efetiva.
b. A falta de conhecimento é uma etapa a ser superada com a competência.
c. Abstrair um contexto é uma competência.
d. Quando interagimos com os outros, estamos sendo competentes.
e. Uma ação que revela uma competência é uma ação consciente que 
envolve conhecimento e é integrada ao contexto da sociedade e/ou 
da natureza.
3. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define as aprendizagens 
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da educação 
básica. É um documento de caráter normativo que atende ao que está 
prescrito no art. 26, da LDB/96, o qual estabelece que os currículos da 
educação básica devem ter base nacional comum, a ser complementada, em 
cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte 
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da 
cultura, da economia e dos educandos.
A respeito do assunto, conforme a última versão desse documento, considere 
as seguintes afirmativas:
I. A BNCC estabelece as competências e habilidades que devem se 
tornar os currículos escolares.
II. As escolas devem usar a BNCC como uma referência para suas 
decisões pedagógicas, a fim de definir a forma pela qual desenvolverá 
as competências, especificando claramente o “saber” e o “saber fazer” 
a serem construídos pelos alunos. 
III. Cada escola ou rede de escolas deve construir seu currículo consi-
derando somente as características culturais, sociais e econômicas de 
seus alunos e os contextos onde estão inseridos.
IV. A inter-relação e o desdobramento das competências gerais especi-
ficadas na BNCC permitem que as escolas definam o tratamento 
didático mais adequado a ser implementado.
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Assinale a alternativa correta:
a. Somente a afirmativa III é verdadeira.
b. Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
c. Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
d. Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
e. As afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
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Seção 3
As inovações na educação
Diálogo aberto
Até agora, nós desenvolvemos a ideia e exemplos de inovação educa-
cional. Vimos que as propostas de inovações educacionais sempre são ações 
tomadas que aprimoram o processo de ensino para atender determinados 
propósitos. Às vezes elas são induzidas por demandas sociais (universali-
zação do ensino) e por avanços tecnológicos (tecnologia digital) ou, também, 
podem induzir mudanças desejadas (LDB/96). De qualquer forma, essas 
propostas só podem ser consideradas como inovações quando efetivamente 
mudam uma realidade anterior resolvendo problemas identificados ou 
cumprindo objetivos preestabelecidos.
Tais mudanças podem ocorrer desde o nível da política educacional até 
ao do trabalho em sala de aula. 
Para pensar nesse contexto, imagine que você foi aprovado no processo 
seletivo para uma vaga de professor e foi convidado para uma entrevista 
individual que será a última etapa desse processo.
Ao chegar lá, você foi agradavelmente acolhido pela direção e pela 
coordenação pedagógica da escola em uma sala que tinha poltronas confor-
táveis e onde estava sendo oferecido um delicioso café da manhã.
Elas pediram para você se sentar e disseram: “Queremos inovar nessa escola. 
Precisamos de modernidades, mas nada com esses modismos. Nossos alunos 
já não são os mesmos. Antes, eles ficavam mais quietos e atentos. Atualmente, 
são desinteressados, mas não param de mexer no celular e parecem ter uma 
energia que nunca se esgota. Nós queremos que essa escola seja reconhecida 
pela inovação educacional em um ano, e tem que começar pela sala de aula”.
Como você caracterizaria seu plano de ensino para atender essas expec-
tativas manifestadas pela direção da escola?
Há muitos elementos que precisam ser analisados nessa fala da 
diretora que ocorre em um ambiente acolhedor. Um desses elementos se 
refere ao perfil do aluno. Segundo a direção, antes era desejado que os 
alunos fossem quietos e atentos, hoje, eles têm interesse pelas relações 
estabelecidas por meio dos recursos digitais e não por aquelas propostas 
da escola. O outro elemento está associado à necessidade de modernizar 
com ações e recursos mais permanentes.
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Nesta seção, vamos analisar propostas metodológicas que poderão ser 
incorporadas em suas aulas e as tornem inovadoras. Você poderá notar 
que essas inovações perpassam pelo uso adequado dos recursos digitais 
para facilitar e potencializar a mudança do papel do aluno no processo da 
construção de seu conhecimento. Uma mudança que implica mudar o papel 
do professor, da organização do tempo e do espaço escolar, das relações na 
sala de aula e na escola.
 Essa mudança é justificada diante da heterogeneidade dos perfis dos alunos 
presentes nas escolas que têm necessidades educacionais distintas e necessitam 
de intervenções educacionais distintas. Dessa maneira, para que todos aprendam 
e atinjam os mesmos objetivos educacionais, a escola precisa de equidade, e não 
apenas de igualdade. Uma vez que quando o ensino é caracterizado pela igual-
dade, todos os alunos são submetidos aos mesmos tempos de ensino e com os 
mesmos recursos didáticos. Em contrapartida, um ensino com equidade é aquele 
que cada aluno aprende com ritmo e formas diferentes, tem acesso a oportuni-
dades particulares de aprender, com tempos e recursos distintos, mais adequados 
à sua forma individual de aprender. Um ensino equânime é aquele que perso-
naliza o ensino permitindo que os alunos criem sua rota alternativa de apren-
dizagem (DEMO, 2014). Por isso, um ensino

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