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IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período PNAB → A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede; → São princípios e diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica: ✓ Princípios: • Universalidade: determina que todos os cidadãos brasileiros, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais, têm direito ao acesso às ações e serviços de saúde a todas as pessoas. • Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. • Integralidade: o sistema de saúde deve estar preparado para ouvir o usuário, entendê-lo inserido em seu contexto social e, a partir daí atender às demandas e necessidades desta pessoa. ✓ Diretrizes: • Regionalização e hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos e com definição e conhecimento da população a ser atendida. • Territorialização: de forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele. • População adscrita: população que está inserida no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. • Cuidado centrado na pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialidades na busca de uma vida independente e plena. A família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos relevantes, muitas vezes condicionantes ou determinantes na vida das pessoas e, por consequência, no cuidado. • Resolutividade: reforça a importância da Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais. Deve ser capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população, coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário. • Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, evitando a perda de referências e diminuindo os riscos de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e da falta de coordenação do cuidado. • Coordenação do cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral. Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas, comunitárias e sociais. • Ordenação da rede: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim como, a programação dos serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das pessoas. IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período • Participação da comunidade: estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde na Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território. Considerando ainda o enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, através de articulação e integração das ações intersetoriais na organização e orientação dos serviços de saúde, a partir de lógicas mais centradas nas pessoas e no exercício do controle social. → Responsabilidade de comum a todas as esferas do governo: apoiar e estimular a adoção da ESF, como estratégia prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica; → Responsabilidade do Município: organizar os serviços para permitir que a AB atue como a porta de entrada preferencial e ordenadora da RAS; selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes multiprofissionais de AB, em conformidade com a legislação vigente; → Fomentar o vínculo: O processo de trabalho, a combinação das jornadas de trabalho dos profissionais das equipes e os horários e dias de funcionamento devem ser organizados de modo que garantam amplamente o acesso, o vínculo entre as pessoas e profissionais, a continuidade, coordenação e longitudinalidade do cuidado. → Cálculo para teto máximo de ESF no município: Máximo de 3.500 pessoas por ESF, 750 pessoas por ACS. → Toda UBS/ESF deve: monitorar a satisfação de seus usuários, oferecendo o registro de elogios, críticas ou reclamações, por meio de livro, caixa de sugestões ou canais eletrônicos; assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas mesmo que NÃO SEJAM DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA UNIDADE, com classificação de risco e encaminhamento responsável de acordo com as necessidades apresentadas, articulando-se com outros serviços de forma resolutiva, em conformidade com as linhas de cuidado estabelecidas; → Acolhimento: O acolhimento deve acontecer durante todo o horário de funcionamento da UBS, na organização dos fluxos de usuários na unidade, no estabelecimento de avaliações de risco e vulnerabilidade, na definição de modelagens de escuta (individual, coletiva, etc.), na gestão das agendas de atendimento individual, nas ofertas de cuidado multidisciplinar, etc. → O acolhimento à demanda espontânea na Atenção Básica pode se constituir como: a) Mecanismo de ampliação/facilitação do acesso b) Postura, atitude e tecnologia do cuidado c) Dispositivo de (re) organização do processo de trabalho em equipe → Os desfechos do acolhimento com classificação de risco poderão ser definidos como: a) Consulta ou procedimento imediato b) Agendamento de consulta ou procedimento em data futura c) Procedimento para resolução de demanda simples prevista em protocolo d) Encaminhamento a outro ponto de atenção da RAS e) Orientação sobre territorialização e fluxos da RAS ❖ ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS → COMUNS: ✓ Realizar a gestão das filas de espera, evitando a prática do encaminhamento desnecessário, com base na referência e contrarreferência, ampliando-a para umprocesso de compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade das equipes que atuam na atenção básica; ✓ Cadastrar e manter atualizado o cadastramento das famílias; ✓ Realizar ações de atenção à saúde: coletivas, programadas, de vigilância, de promoção, prevenção, de educação, atendimento de demanda espontânea, visita domiciliar, etc; ✓ Participar do acolhimento ao usuário com classificação de risco, responsabilizando-se pela continuidade da atenção e estabelecimento de vínculo; ✓ Realizar busca ativa e notificações de agravo; ✓ Participar de reuniões de equipes. ❖ ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO → Realizar consultas clinicas, pequenos procedimentos cirúrgicos, atividade em grupo na UBS e, quando indicado, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários; → Realizar estratificação de risco e elaborar plano de cuidados para as pessoas que possuem condições crônicas no território, junto aos demais membros da equipe; → Encaminhar, quando necessário, usuários a outros pontos de atenção, respeitando fluxos locais, mantendo sob sua responsabilidade o acompanhamento do plano terapêutico prescrito; IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período → Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamento da pessoa; → Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e ACE em conjunto com os outros membros da equipe. ❖ ATUALIZAÇÃO 2020 → Art. 6º Os estabelecimentos de saúde que ofertem ações e serviços de Atenção Primária à Saúde, no âmbito do SUS, de acordo com o Anexo XXII, serão denominados: I - Unidade Básica de Saúde (UBS): estabelecimento que não possui equipe de Saúde da Família; II - Unidade de Saúde da Família (USF): estabelecimento com pelo menos 1 (uma) equipe de Saúde da Família, que possui funcionamento com carga horária mínima de 40 horas semanais, no mínimo 5 (cinco) dias da semana e nos 12 meses do ano, possibilitando acesso facilitado à população. → Fica instituído o Programa Saúde na Hora no âmbito da Política Nacional de Atenção Básica; São objetivos do Programa Saúde na Hora: I - ampliar o horário de funcionamento das USF e UBS, possibilitando maior acesso dos usuários aos serviços; II - ampliar a cobertura da Estratégia Saúde da Família; III - ampliar o acesso às ações e serviços considerados essenciais na Atenção Primária à Saúde (APS); IV - ampliar o número de usuários nas ações e nos serviços promovidos nas USF e UBS; e V - reduzir o volume de atendimentos de usuários com condições de saúde de baixo risco em unidades de pronto atendimento e emergências hospitalares. ❖ OS DESAFIOS DA PNAB → ATUAL PERFIL DE SAÚDE: ✓ Alterações no perfil demográfico; ✓ Alterações no padrão de mobimortalidade da população brasileira; ✓ Aumento expressivo das DCNT; ✓ Diminuição das doenças infectocontagiosas; ✓ Aumento da mortalidade por causas externas; ✓ Predominância de condições crônicas; → Sistema de Saúde: Conjunto articulado de ações e serviços voltado para a promoção da saúde e para o enfrentamento de riscos ou agravos apresentados pelos indivíduos em uma dada sociedade. → Cuidado em saúde: serviços de saúde, profissionais de saúde, organização do sistema. ❖ PRINCIPAIS FRAGILIDADES DO SISTEMA → Baixa capacidade resolutiva da Atenção Básica; → Sobrecarga dos serviços de urgência e emergência; → Limites no acesso do paciente aos serviços ambulatoriais e hospitalares especializados; → Fragilidade dos mecanismos de articulação entre as redes de atenção à saúde; → Baixa utilização da gestão do cuidado; → Práticas que desconsideram a equidade; → Formação profissional pouco articulados com as necessidades do sistema; → Alta rotatividade e sobrecarga de trabalho dos profissionais; → Falta de preparação profissional para o trabalho em equipe; → Desorganização interna dos serviços com fragilidades na estrutura gerencial/ corpo funcional/ processos de trabalho favorecendo, inclusive, a falta de integração da equipe profissional; → Baixa utilização de mecanismos de coordenação assistencial; IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período Previne Brasil e Indicadores de saúde → Em dezembro de 2019 foram estabelecidos os PABs (Piso da Atenção Básica) → PAB Fixo: ✓ Multiplicação da população residente pelo valor per capita (R$23-28) ✓ Distribuição dos municípios era feita em 4 faixas, de acordo com indicadores: PIB per capita, percentual de população com plano de saúde, percentual de população com bolsa família, percentual da população em extrema pobreza e densidade demográfica → PAB Variável: ✓ Credenciamento e implantação de estratégias e programas: Equipes de Saúde da Família (eSF), Equipes de Saúde Bucal (eSB) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) → Atualmente o repasse financeiro é feito pelo Previne Brasil, por meio de 3 critérios: ✓ Captação Ponderada: calculada com base no nº de cadastros, incentivando que a população que depende do SUS esteja sob responsabilidade das equipes e dos serviços de saúde. ✓ Cadastro da população (CPF e CNS) ✓ Transmissão dos dados via e-SUS e prontuário eletrônico ✓ Definição de um quantitativo potencial de pessoas cadastradas por equipe ✓ Se o nº de pessoas exceder o nº do IBGE, o nº do IBGE fica como teto ✓ Vulnerabilidade socioeconômica: programa bolsa família, benefício previdenciário até 2 salários-mínimos, benefício de prestação continuada → Pagamento por desempenho: calculado a partir do desempenho do município e um conjunto de indicadores de processos e resultados em saúde. Visa reconhecer as necessidades e aperfeiçoar as estratégias de intervenção, definindo prioridades de melhoria → Incentivo para Ações Estratégicas: parte do financiamento que é baseado na implementação de programas, estratégias e ações que tragam melhorias para a APS. Toda vez que há adesão e implementação de programa de saúde = recebe recurso → NASF: Núcleo Ampliado de Saúde da Família: ✓ Equipe composta por profissionais de diferentes áreas. ✓ Objetivo de ampliar as ofertas de saúde na rede de serviços ✓ No ano de 2020 houve mudanças: ✓ Equipe multiprofissional deixa de estar vinculada somente às equipes NASF e pode ser direcionada a qualquer área que necessite de seu suporte. ✓ O Ministério da Saúde não credencia mais as equipes de NASF. ✓ Indicadores gerais: • Morbidade: ▪ Analisam do que as pessoas adoecem ▪ Mede os casos novos de uma doença ▪ Mede o total de casos de uma doença ▪ Oportuniza a tomada de decisão em saúde pública ▪ Os dados são obtidos a partir: coeficiente de incidência e coeficiente de prevalência. • Mortalidade ▪ Expectativa de vida ▪ Número de médio de anos que um indivíduo vive ▪ Quantifica esses eventos ▪ Números absolutos auxiliam ao planejamento da disponibilidade de leitos e medicamentos ▪ Não revela a causa que levou ao óbito ▪ Coeficiente de mortalidade geral, coeficiente de mortalidade por causa, coeficiente de mortalidade infantil (dados que são lançados no SIM (Sistema De Informações Sobre Mortalidade) e SINASC (Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos), coeficiente de mortalidade materna: reflete que os serviços não estão acompanhando gestantes de forma adequada, e coeficiente de letalidade (risco de uma doença levar a morte). ✓ Indicadores de Previne Brasil • Proporção de gestantes com pelo menos 6 consultas de pré- natal, sendo a primeira realizada até a 20ª semana: ▪ Mede a proporção de gestantes que realizaram a quantidade de consultas pré-natal preconizadas pelo Ministério da Saúde. ▪ Tem por finalidade avaliar o acesso pré-natal, subsidiar o processo de planejamento, gestão e avaliação da assistência ao pré-natal, além de incentivar captação de gestantespara inicio oportuno do pré-natal. ▪ Dados são coletados do SISAB E SINASC. • Proporção de estantes com realização de exames para sífilis e HIV: ▪ Mede a proporção de gestantes que realizaram exame de sífilis e HIV durante o pré-natal. IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período ▪ O objetivo é mensurar quantas gestantes realizaram o exame em relação a quantia de gestante que o município possui. ▪ Tem por finalidade avaliar o cumprimento de diretrizes e normas para a realização de pré-natal, subsidiar o planejamento, avaliação e gestão da assistência pré-natal, oportunizar tratamento adequado para minimizar danos ao feto. ▪ Os dados são retirados do SISAB e SINASC • Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado: ▪ Mede a proporção de gestante que realizaram atendimento odontológico do pré-natal na APS ▪ Tem por finalidade avaliar o acesso ao cuidado em saúde bucal durante o pré-natal, avaliar o cumprimento de diretrizes e normas para realização de um pré-natal e subsidiar o processo de planejamento, gestão e avaliação da assistência pré-natal. • Cobertura de exame cito patológico: ▪ Mede a proporção de mulheres com idade entre 25-64 anos que realizaram 1 exame cito patológico do colo do útero no intervalo de 3 anos, em relação ao total de mulheres da mesma faixa etária no município. ▪ Tem por finalidade avaliar o acesso ao exame e cumprimento de diretrizes, subsidiar o processo de planejamento, gestão, avaliação da saúde da mulher. ▪ Os dados são retirados do SISAB e Projeção Populacional 2020 - IBGE • Cobertura de exame vacinal de poliomielite inativada e de penta valente: ▪ Mede os níveis de proteção da população infantil contra doenças imunopreveníveis ▪ Tem por finalidade avaliar o acesso de imunização, subsidiar o processo de planejamento, gestão e avaliação das ações de imunização e avaliar o cumprimento de diretrizes e normas para a realização de ações imunizantes na APS ▪ Fonte SIPN e SINASC • Percentual de pessoas hipertensas com PA aferida a cada semestre: ▪ Mede a proporção de pessoas com hipertensão arterial sistêmica que são consultadas pelas equipes de APS e possuem a PA aferida no semestre. ▪ Tem por finalidade avaliar se a aferição está incorporada no processo de trabalho da equipe da APS, avaliar o cumprimento de diretrizes e normas para o acompanhamento de pessoas hipertensas e subsidiar o processo de planejamento, gestão e avaliação no controle de doenças crônicas. • Percentual de diabéticos com solicitação de hemoglobina glicada: ▪ Mede a proporção de pessoas com diabetes que são consultadas pelas equipes de APS e possuem exame de hemoglobina glicada solicitado pelo menos vez ao ano. ▪ Tem por finalidade avaliar se a solicitação de hemoglobina glicada pelo menos 1 vez ao ano está incorporada na rotina da unidade, avaliar o cumprimento de diretrizes e normas para o acompanhamento de pessoas com diabetes na APS e subsidiar processo de planejamento, gestão e avaliação do controle de doenças crônicas. ▪ Dados retirados do SISAB IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina / 2º Período Planifica SUS → Quanto a divisão, os territórios podem ser classificados em: ✓ Território – distrito ✓ Território – área ✓ Território – microárea → Alicerces da casa: macroprocessos básicos da APS: • Territorialização: • Cadastramento das famílias: • Estratificação de riscos familiares: • Diagnostico local: • Estratificação de risco das condições crônicas: • Programação e monitoramento por estratos de risco • Agenda • Contratualização ❖ Resultados esperados da territorialização → Estabelecer áreas de responsabilidade das equipes de saúde, para que possam fazer o planejamento: diagnostico, identificação e priorização dos problemas de saúde e programação, operacionalização e monitoramento das ações de saúde. → Mendes (1993) trabalha a territorialização a partir de duas concepções: ✓ Território solo: definido a partir de critérios geográficos e com uma visão estática! ✓ Território processo: definido por critérios geográficos políticos, econômicos, sociais e culturais, com uma visão dinâmica que acompanha as mudanças permanentes no território. → Território - Distrito: é a delimitação de um território administrativo assistencial que congrega diferentes pontos da Rede De Atenção À Saúde. → Território - Área: é o território-processo de responsabilidade de uma Equipe De Saúde Da Família (ESF) ou uma Equipe De Atenção Básica (EAB). Tem por finalidade planejar as ações de saúde, organizar a oferta de serviços dentro da rede, viabilizar os recursos para o atendimento das necessidades de saúde das famílias residentes no território. Organizar os dados por microárea, possibilitando um conhecimento mais preciso da sua população adscrita. → Território microárea: é a subdivisão do território-área de responsabilidade da equipe de saúde para definição das áreas de atuação de cada agente comunitário de saúde. ✓ PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO: 1) Território solo (entrada) 2) Definir o território área e microárea 3) Cadastramento das famílias 4) Diagnostico local 5) Conhecer subpopulações ativos 6) Território processo (saída) = território sanitário definido, com famílias cadastradas e estratificadas por risco ✓ METAS DA TERRITORIALIZAÇÃO: ▪ Cadastrar 100% da população residente no território; ▪ Identificar 100% das lideranças comunitárias e entidades associativas e representativas da comunidade residente no território; ▪ Construir o mapa inteligente destacando os aspectos geográficos, ambientais, sociais e marcando os problemas identificados em cada área. ✓ FASES DE APROPRIAÇÃO DO TERRITÓRIO: ▪ Realizar discussões na equipe de saúde para a compreensão do processo de territorialização ▪ Avaliar a territorialização atual: áreas de abrangências e microáreas (“onde estamos”) ▪ Entrevistar as lideranças-chaves existentes no território áreas para a identificação e priorização dos problemas de saúde das famílias: • Identificação da percepção do usuário/comunidade sobre o funcionamento da UAPS; • Colaboração na definição do território. ✓ FASE DE APROPRIAÇÃO DO TERRITÓRIO: ▪ Fazer uma análise comparativa, considerando os principais elementos (ver roteiro de territorialização): • Distância máxima de uma domicilio e a UAPS; • Barreiras geográficas ou de grande esforço; • Áreas de risco ambiental e/ou urbano; • Malha viária, pavimentação, transporte; • Proporção população/equipe; • Marcar no mapa os problemas de maior relevância; • Atualizar o cadastro das famílias residentes no território • Fazer a identificação dos problemas no mapa com a representação das comunidades; • Fazer o mapa inteligente; • Identificar a rede social de parcerias. IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina / 2º Período ✓ DELIMITAÇÃO DO TERRITÓRIO DA UBS ▪ Localização de pontos de Atenção à Saúde – UBS, hospitais, PA, escolas, creches, serviços sociais, associações comunitárias, campos de futebol, parques, etc; ▪ Estabelecimentos de controle sanitário; ▪ Áreas de risco ambiental – lixão, áreas de risco de deslizamento ou de inundação e outros riscos; ▪ Áreas de invasões ou se assentamentos, favelas e outros. ✓ PERFIL INSTITUCIONAL ▪ Histórico da Unidade; ▪ Localização; ▪ Tipologia: UBS ▪ Acesso a UBS – topografia e transporte urbano; ▪ Horário de atendimento; ▪ Recursos Humanos – número de profissionais por categoria; ▪ Conselhos locais de Saúde – existência e atuação ▪ Sistematizar as sugestões para a definição da nova área de abrangênciada equipe e das respectivas microáreas (“onde queremos chegar”); ▪ Enviar para a SMS, Coordenação da APS. IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina / 2º Período Educação em Saúde → De acordo com o Ministério Da Saúde, é um processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que tem como objetivo à apropriação temática pela população. A realização de ações de educação em saúde contribui para aumentar a AUTONOMIA das pessoas no seu CUIDADO. → Na prática, no dia a dia do profissional da ESF: ✓ Geralmente a educação em saúde é vista como instrumento de divulgação ou apenas transmissão de informações prontas e fragmentadas. ✓ Geralmente, os usuários sentem-se distantes daquela mensagem emitida pelo profissional, pois é muito diferente de sua realidade. → DESAFIOS: ✓ Ausência de planejamento das ações; ✓ Estrutura física inadequada das unidades; ✓ Ausência de capacitação profissional; ✓ Falta de recursos materiais como: impressos, equipamentos audiovisuais, etc → Os resultados apontam que ações educativas de saúde são executadas, muitas vezes, sem o conhecimento dos indicadores do território pertencente à ESF. → Predomínio no uso de palestras, onde o profissional é visto como único detentor do conhecimento. → Escassez de recursos materiais e ausência de capacitação ❖ PLANEJANDO AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE → O planejamento é um instrumento importante para a execução das ações educativas na atenção primária em saúde, pois possibilitam uma maior resolutividade das ações educativas sobre a saúde dos usuários e com isso, um maior impacto nos indicadores de saúde da população. → A participação multiprofissional nas ações educativas de saúde da ESF evita a sobrecarga de atividade de um único profissional, além de proporcionar aos usuários diferentes saberes acerca de um tema específico. → Proporcionar o protagonismo do usuário no cuidado com sua saúde, além disso, torna a educação em saúde como estratégia reorientadora do cuidado, o que reflete na melhoria dos indicadores de saúde da população. 1) Engajar de toda equipe multiprofissional no planejamento das ações de educação em saúde; 2) Realizar um diagnóstico da situação de saúde da população, para assim, elencar as temáticas que serão discutidas nas atividades educativas; 3) Definir um Plano de Ação, com a determinação de objetivos, população-alvo, metodologia, recursos e cronograma de atividades; 4) Execução: Operacionalizar o plano de ação 5) Avaliação: verificar se os objetivos propostos foram ou não alcançados. ❖ ESTRATÉGIAS DE AÇÕES → Muitas vezes as abordagens utilizadas nas ações educativas buscam a transmissão de conhecimento, com o objetivo de favorecer apenas mudanças de comportamento da população. → Os profissionais são vistos como únicos detentores do saber e os usuários são vistos apenas como receptores de informações prontas e não como sujeito com bagagem de experiências e saberes culturais e sociais. → É importante que as ações educativas favoreçam o exercício da autonomia do usuário e a construção da sua cidadania. → Utilizando estratégias educativas que utilizem a escuta, a problematização de situações do dia-a-dia da população, ou seja, envolvendo o usuário na produção do seu autocuidado. → Estimular o protagonismo do usuário no cuidado com sua saúde, além disso torna a educação em saúde como estratégia reorientadora do cuidado, o que reflete na melhoria dos indicadores de saúde da população. → Os profissionais devem desenvolver um novo olhar diante dos usuários, valorizando seus saberes e compreendendo o contexto social e cultural em que estão inseridos. → Realização de grupos (gestantes, hipertensos etc); → Rodas de Conversa; → Ações em espaços públicos na comunidade; IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina / 2º Período Consultório na rua ➢ POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA → A atenção básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. → Plano emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Alcool e outras drogas no SUS (PEAS 2009- 2010) → A responsabilidade pela atenção à saúde da população de rua, como de qualquer cidadão, é de todo e qualquer profissional do SUS com destaque especial para a atenção básica. ➢ CONCEITO DE POPULAÇÃO DE RUA → População em situação de rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de morada e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória. ➢ INICIO – CONSULTORIA DE RUA → Experiencia em Paris, Médicos do Mundo, assistência aos desvalidos: ✓ SIDA/AIDS: gays, prostitutas e toxicômanos. ✓ Professor Antônio Nery: → CETAD – Centro de Estudos e Terapia de Drogas, Universidade Federal da Bahia (1985) → “Banco de Rua” em 1989, que deu origem a sua tese doutorado em 1993 na França; → Primeiro consultório de rua em 1995 (salvador-BA, 1995- 2006), reiniciado em 2010 com o apoio da SENAD/MJ, em Salvador, Camaçari e Lauro de Freitas ➢ INICIO – ESF SEM DOMICÍLIO → BELO HORIZONTE 1994 – Centro de Saude Carlos Chagas → SÃO PAULO 2004 – Programa A Gente na Rua → PORTO ALEGRE 2004 – Rede Básica de Saúde e do Programa de Atenção Integral à População adulta de rua (Paipar) da Fundação de Assitencia social e cidadania (Fasc). → Constituídas por equipes multiprofissionais e prestam atenção integral à saúde de uma referida população em situação de rua in loco. → Integram o componente Atenção Básica da Rede de Atenção Psicossocial e desenvolvem ações de atenção Básica, devendo seguir os fundamentos e as diretrizes definidos na Política Nacional de Atenção Básica. → Atividades in loco, de forma itinerante, ações compartilhadas e integradas às UBS e, quando necessário, também com as equipes CAPS e os serviços de Urgência e Emergência e de outros pontos de atenção, de acordo com a necessidade do usuário. → Quando necessário, utilizam as instalações das UBS do território. → Lidar com os diferentes problemas e necessidades de saúde da população em situação de rua. → Inclui a busca ativa e o cuidado aos usuários de álcool, crack e outras drogas. ➢ LEGISLAÇÃO → 2011 – Portaria nº 2488: Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). → 2011 – Portaria nº 3.088: Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina / 2º Período álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). → 2011 – Portaria nº 122: Define as diretrizes de organização e funcionamento das Equipes de Consultório na Rua. → 2012 – Portaria nº 123: Define os critérios de cálculo do número máximo de equipes de Consultório na Rua (eCR) por Município. → 2013 – Portaria nº 1.887 ➢ FUNDAMENTOS E DIRETRIZES – PORTARIA Nº 3.588 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2017 → Problemase necessidades de saúde da população em situação de rua; → Pessoas com transtornos mentais; → Usuários de crack, álcool e outras drogas, incluindo ações de redução de danos, em parceria com equipes de outros pontos da RAPS. ➢ MODALIDADES → Modalidade I: 4 profissionais → Modalidade II: 6 profissionais → Modalidade III: mesmos da II + médico ➢ CARGA HORARIA → Mínima de 30 horas semanais. O horário de funcionamento deverá se adequar às demandas das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em período diurno e/ou noturno e em qualquer dia da semana. ➢ CONTRIBUIÇÃO → Atendimento na rua → Responsabilização do sujeito → Redução de dados → Facilitar o acesso as políticas públicas de saúde → Diagnóstico precoce e tratamento oportuno → Articulação da rede IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina / 2º Período Vigilância epidemiológica ➢ OBJETIVOS → A vigilância epidemiológica é definida pela Lei n° 8.080/90 como um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. ❖ COMPETÊNCIAS → Dados: são muito importantes, já que são informações usadas e fornecidas. Esses dados devem ser coletados, processados, para ter de forma objetiva e analisados para nortear as orientações. Ou seja, as competências são: ✓ Coleta ✓ Processamento ✓ Análise ✓ Recomendação ✓ Promoção de saúde ✓ Avaliação das medidas adotadas ✓ Divulgação das informações e orientações ❖ COLETA DE DADOS → Os dados podem ser de vários tipos: ✓ Sociodemográficos ✓ Mortalidade ✓ Morbidade ✓ Saúde pública (onde tem surto, tipo de epidemia, etc) → As fontes dos dados são: ✓ NOTIFICAÇÃO: a forma mais importante, pois é onde o profissional de saúde entra de forma ativa. A notificação é a comunicação à autoridade sanitária responsável, por qualquer cidadão (não só o médico) acerca da ocorrência de doença ou agravo de saúde, para adoção de intervenções. ✓ POPULAÇÃO: a própria população pode fornecer os dados, mas a vigilância vai verificar de forma ativa. ✓ INVESTIGAÇÃO ATIVA: nem sempre a vigilância fica passiva esperando os dados chegarem para fazer o processamento e análise. Muitas investigações são coordenadas pela vigilância. ✓ LABORATORIAIS: Os resultados laboratoriais vinculados à rotina da vigilância epidemiológica complementam o diagnóstico de confirmação de casos e, muitas vezes, servem como fonte de conhecimento de casos ou de eventos que não foram notificados. ✓ ESTUDOS: coorte e ensaios clínicos randomizados são fontes de informações. ❖ SISTEMAS DE INFORMAÇÃO → Os sistemas de informação são importantes pois transformam dados em informações, esses dados são coletados pelos profissionais de saúde, que por fim são enviados para o setor responsável que, assim, vai alimentar o sistema. ✓ SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE (SIM): é um sistema de vigilância epidemiológica nacional, cujo objetivo é captar dados sobre os óbitos do país a fim de fornecer informações sobre mortalidade para todas as instâncias do sistema de saúde. O documento de entrada do sistema é a Declaração de Óbito (DO), padronizada em todo o território nacional. O destino de cada uma das três vias é o seguinte: ▪ 1ª Via: recolhida nas Unidades Notificadoras, devendo ficar em poder do setor responsável pelo processamento dos dados na instância municipal ou estadual; ▪ 2ª Via: entregue pela família ao cartório do registro civil para emissão da Certidão de Óbito, onde ficará retida para os procedimentos legais; ▪ 3ª Via: permanece nas Unidades Notificadoras, em casos de óbitos notificados pelos estabelecimentos de saúde, IML ou SVO, para ser anexada à documentação médica pertencente ao falecido. ✓ SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS VIVOS (SINASC): tem como instrumento padronizado de coleta de dados a Declaração de Nascido Vivo (DN). A DN deve ser preenchida para todos os nascidos vivos no país, o que, segundo conceito definido pela OMS, corresponde a “todo produto da concepção que, independentemente do tempo de gestação ou peso ao nascer, depois de expulso ou extraído do corpo da mãe, respire ou apresente outro sinal de vida tal como batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não desprendida a placenta”. Emissão em três vias: ▪ Primeira Via (cor branca) – Secretaria de Saúde: deve ser encaminhada à Secretaria de Saúde para o devido processamento; ▪ Segunda Via (cor amarela) – Cartório ▪ Terceira Via (cor rosa) – Unidade de Saúde ✓ SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN): é alimentado, principalmente, pela notificação e IESC II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina / 2º Período investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória. ✓ Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica. ✓ Notificação negativa: ausência de dados da última semana, ou seja, o médico manda que não houve nenhum agravo de notificação compulsória. ❖ DIFICULDADES: → Fichas de notificações com dados incompletos; → Dados não condizentes com a ocorrência do agravo; → Atraso no encaminhamento das fichas o que impede a efetividade do bloqueio do agravo; → Notificações rasuradas; → Notificações sem carimbo.
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