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Assistência de Enfermagem em Exames Laboratoriais Diagnósticos e Endoscópicos

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
 
 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM 
EXAMES LABORATORIAIS, DIAGNÓSTICOS E 
ENDOSCÓPICOS 
 
 
 
1 
 
Copyright © Portal Educação 
2012 – Portal Educação 
Todos os direitos reservados 
 
R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP: 79002-130 
Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 
Internacional: +55 (67) 3303-4520 
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Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil 
 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842a Assistência de enfermagem em exames laboratoriais, diagnósticos e 
endoscópicos / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 
 163p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-312-8 
 1. Enfermagem - Cuidados. 2. Enfermagem – Exames laboratoriais, 
diagnósticos e endoscópicos. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 610.736 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 EXAMES LABORATORIAIS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM .................................... 7 
2 REVISÃO FISIOLÓGICA DO SISTEMA HEMATOLÓGICO..................................................... 17 
2.1 ÓRGÃOS HEMOLÍTICOS - POÉTICOS ................................................................................... 17 
2.1.1 Medula Óssea ........................................................................................................................... 18 
2.1.2 Baço .......................................................................................................................................... 19 
2.1.3 Linfonodos ou Gânglios Linfáticos ............................................................................................. 20 
2.2 CÉLULAS SANGUÍNEAS PERIFÉRICAS ................................................................................. 21 
2.2.1 Eritrócitos ................................................................................................................................... 21 
2.2.2 Neutrófilos ................................................................................................................................ 22 
2.2.3 Eosinófilos ................................................................................................................................. 23 
2.2.4 Basófilos e Mastócitos ............................................................................................................... 24 
2.2.5 Monócitos .................................................................................................................................. 24 
2.2.6 Linfócitos .................................................................................................................................. 25 
3 HEMOGRAMA .......................................................................................................................... 26 
3.1 ERITROGRAMA ....................................................................................................................... 27 
3.2 HEMÁCIAS (ERITRÓCITOS) ................................................................................................... 27 
3.3 HEMATÓCRITO (HCT) ............................................................................................................. 28 
3.4 HEMOGLOBINA (HGB) ............................................................................................................ 28 
3.5 VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM) .............................................................................. 29 
3.6 HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (HCM) .................................................................... 29 
 
 
3 
 
3.7 CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (CHCM) ............................ 29 
3.8 RDW (RED CELL DISTRIBUITION WIDTH) ............................................................................. 30 
3.9 LEUCOGRAMA ......................................................................................................................... 30 
3.10 LEUCÓCITOS .......................................................................................................................... 31 
3.11 MONÓCITOS ............................................................................................................................ 31 
3.12 LINFÓCITOS ............................................................................................................................ 32 
3.13 EOSINÓFILOS .......................................................................................................................... 32 
3.14 BASÓFILOS .............................................................................................................................. 32 
3.15 NEUTRÓFILOS SEGMENTADOS ............................................................................................ 33 
3.16 SÉRIE PLAQUETÁRIA .............................................................................................................. 33 
4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA COLETA DO HEMOGRAMA .................................... 36 
4.1 COLETA DE SANGUE VENOSO .............................................................................................. 37 
5 TESTE DO PEZINHO ............................................................................................................... 53 
6 HEMOCULTURA...................................................................................................................... 59 
6.1 COLETA DE MATERIAL PARA HEMOCULTURA E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ... 59 
6.2 PRINCIPAIS CUIDADOS QUE O PROFISSIONAL DEVE MANTER NA COLETA DA 
HEMOCULTURA ................................................................................................................................ 61 
6.2.1 Momento Adequado para coleta ................................................................................................ 62 
6.2.2 Quantidade de Amostras da Hemocultura ................................................................................. 62 
6.2.3 Volume de Sangue ................................................................................................................... 63 
6.2.4 Material para Coleta ................................................................................................................. 63 
6.2.5 Transporte das Amostras .......................................................................................................... 64 
 
 
4 
 
6.2.6 Cuidados na Coleta em Sistema Fechado da Hemocultura Segundo a SBPC/ML (2009) ........ 64 
7 PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À COLETA DO SANGUE VENOSO ....... 66 
8 GASOMETRIA ARTERIAL ...................................................................................................... 68 
8.1 COLETA DE AMOSTRA PARA GASOMETRIA ARTERIAL ...................................................... 68 
9 REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA DIGESTÓRIO.................................. 71 
9.1 EXAME DE FEZES.................................................................................................................... 72 
9.1.1 Consistência .............................................................................................................................. 72 
9.1.2 Peso ......................................................................................................................................... 73 
9.1.3 Forma ........................................................................................................................................73 
9.1.4 Aspecto ..................................................................................................................................... 73 
9.1.5 Cor ............................................................................................................................................ 74 
9.1.6 Odor.......................................................................................................................................... 74 
9.1.7 Viscosidade .............................................................................................................................. 74 
9.1.8 Elementos Anormais................................................................................................................. 75 
9.1.9 Coleta de Amostra para o Exame de Fezes .............................................................................. 76 
10 REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA DO SISTEMA URINÁRIO ...................................... 80 
10.1 EXAME DE URINA .................................................................................................................... 80 
10.1.1 Coleta de amostra para o exame de urina ................................................................................. 87 
10.1.2 Coleta de urina em frasco coletor e urina de 24 horas .............................................................. 88 
10.1.3 Coleta de Urina em Bolsa Esterilizada ...................................................................................... 92 
10.1.4 Coleta de Urina por Cateterismo Vesical ................................................................................... 93 
101.5 Coleta de Urina em Paciente com Sonda Vesical ..................................................................... 94 
10.1.6 Coleta de urina por punção suprapúbica .................................................................................. 95 
11 REVISÃO DA ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................ 96 
11.1 EXAME DE ESCARRO ............................................................................................................. 97 
11.1.1 Coleta de escarro ...................................................................................................................... 97 
11.1.2 Assistência de enfermagem na coleta de escarro ................................................................... 100 
11.1.3 Coleta de escarro para investigação da tuberculose pulmonar ................................................ 102 
12 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS UNIDADES DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM .... 104 
12.1 CONTRASTES RADIOLÓGICOS............................................................................................. 118 
 
 
5 
 
13 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES SUBMETIDOS AOS AGENTES 
CONTRASTANTES ............................................................................................................................ 122 
13.1 MEIOS DE CONTRASTE NÃO IODADOS ............................................................................... 124 
13.1.1 Sulfato de Bário ........................................................................................................................ 124 
13.1.2 Gadopentetato Dimeglumínico ................................................................................................. 124 
13.1.3 D – Galactose ........................................................................................................................... 125 
14 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ................................................................................... 127 
14.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ..................... 128 
15 ULTRASSONOGRAFIA ........................................................................................................... 130 
15.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ULTRASSONOGRAFIA ............................................. 131 
16 IMAGEAMENTO POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ............................................................ 132 
16.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA .................................. 133 
17 ESOFAGOESTOMAGODUODENOGRAFIA (EED) ................................................................ 135 
17.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EED ........................................................................... 135 
18 RAIOS X DE ESTRUTURAS ÓSSEAS .................................................................................... 138 
18.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO RX DE ESTRUTURAS ÓSSEAS ............................. 138 
19 BRONCOSCOPIA ................................................................................................................... 146 
19.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA BRONCOSCOPIA ..................................................... 147 
20 ENDOSCOPIA ......................................................................................................................... 149 
20.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ENDOSCOPIA ........................................................... 149 
21 COLONOSCOPIA .................................................................................................................... 151 
 
 
 
6 
 
21.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA COLONOSCOPIA ..................................................... 152 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 155 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
1 EXAMES LABORATORIAIS E A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
 
 
Os exames laboratoriais são responsáveis pelo fornecimento do estado de saúde do 
paciente, auxiliam a avaliação de diagnósticos clínicos, fornecem o monitoramento do tratamento 
que deve ser realizado e consequente prognóstico (SILVA, 2004). Sannazzaro (1993) descreve 
que os exames laboratoriais surgiram na metade do século XIX como resultado da modernização 
e progresso da medicina, principalmente nas ciências da microbiologia, citologia e bioquímica, 
sendo que estes exames aparecem como forma de auxiliar os diagnósticos médicos. 
Os exames laboratoriais são realizados por laboratórios com alvará de licenciamento e 
profissional responsável. Segundo a RDC nº 302 de 2005, o Laboratório Clínico conceitua-se 
como um serviço destinado à análise de amostras de pacientes, com o objetivo de oferecer 
apoio ao diagnóstico e ao tratamento; esta resolução define os requisitos para o funcionamento 
dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratoriais público ou privado, que realizam 
atividades na área de análises clínicas, patologia clínica e citologia. 
Os denominados Postos de Coleta laboratorial são conceituados como unidades 
vinculadas a um laboratório clínico, que realizam atividades laboratoriais, entretanto não 
analisam o exame (não participam da etapa analítica do processo), exceto nos casos de exames 
presenciais, cujas realizações ocorram no ato da coleta. A enfermagem, tanto hospitalar como 
ambulatorial e/ou domiciliar, está em constante presença no tratamento do paciente acometido 
por uma patologia, ou mesmo nas pessoas sadias que buscam o acompanhamento de sua 
saúde regularmente. 
Assim, torna-se importante ser conhecedor da assistência correta prestada ao paciente 
no que diz respeito aos exames laboratoriais, uma vez que estes se constituem em instrumento 
de avaliação, acompanhamento e prevenção no tratamento dos indivíduos. São vários os tipos 
de exames laboratoriais existentes atualmente, cada vez mais o emprego da tecnologia vem 
auxiliando na análise de dados que possam garantir ao clínico um diagnóstico preciso do 
paciente. Neste estudo serão citados alguns dos exames mais utilizados na prática clínica, 
buscando enfatizar prioritariamente a assistência de enfermagem na busca por um resultado 
fidedigno. 
 
 
8 
 
Desde a requisição do exame ao paciente, realizadapelo médico, existem vários 
fatores que podem induzir a um erro no resultado do exame. Ao contrário do que se pensa, não 
é apenas a análise do material que está sujeita a erros, mas também toda a fase do processo, 
ou seja, desde o momento da solicitação do exame, preparo, coleta e até a busca pelo resultado. 
Portanto, é possível considerar que a enfermagem está envolvida além da realização 
de técnicas, na questão informativa do processo, por meio do fornecimento de informações 
precisas sobre a realização do exame, locais de coleta, forma de coleta, cuidados antes do 
exame, retirada do exame e encaminhamento do resultado ao médico, e até mesmo na 
interpretação equivocada do resultado pelo próprio paciente. 
Segundo Silva (2004) as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro em Laboratórios de 
Análises Clínicas, caracterizam-se pelo gerenciamento da assistência de enfermagem e a 
organização da instituição; sendo necessária uma visão ampla pelo profissional, englobando não 
somente os aspectos éticos e legais dos serviços prestados, mas também o conhecimento 
acerca dos trabalhos da enfermagem neste campo, não necessariamente executando-os. 
O enfermeiro trabalha desde o planejamento e supervisão da assistência até as 
avaliações e cuidados tanto do paciente como dos serviços. A assistência de enfermagem aos 
pacientes, como por exemplo, coletas de sangue são direcionadas aos profissionais de nível 
médio, (Auxiliares e Técnicos de Enfermagem). 
Segundo Moura (1998) a coleta dos materiais biológicos é considerada a parte mais 
importante do processo de análise clínica. Um material advindo de uma coleta inadequada, ou 
seja, com falhas, nem mesmos os aparelhos mais modernos conseguem validar a amostra, 
tornando-se assim de grande importância um procedimento de coleta eficiente. 
O Regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos descrito pela 
RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005, conceitua amostra do paciente como parte do material 
biológico de origem humana utilizada para análise laboratorial. E a amostra do paciente com 
restrição como fora das especificações, mas que ainda pode ser utilizada para alguma análise 
laboratorial. 
Este mesmo regulamento descreve as fases envolvidas no processo de coleta, análise 
e resultado de exames laboratoriais, sendo especificadas como: 
 
 
9 
 
- Fase Pré-Analítica: inicia-se na solicitação da análise, coleta da amostra e termina 
com o início da análise do material. Segundo as recomendações da Sociedade Brasileira de 
Patologia Clínica Medicina Laboratorial para Coleta de Sangue Venoso (2009), as principais 
condições da fase pré-analítica são: variações cronológicas (alteração cíclica na concentração 
de um parâmetro em função do tempo); gênero (concentração de alguns componentes 
sanguíneos e urinários distintos entre homens e mulheres); idade (concentração dos 
componentes distinta entre as diferentes idades); posição (mudança súbita de posição pode 
levar a uma alteração nas concentrações dos valores bioquímicos como, por exemplo, da 
posição supina para a ereta, nestes casos os níveis de albumina, colesterol, triglicerídeos, 
hematócrito e hemoglobina podem ser superestimados em até 8 a 10% da concentração inicial); 
atividade física (o esforço físico pode provocar aumento da atividade sérica de algumas enzimas, 
sendo que este aumento pode persistir por 12 a 24 horas após a realização do exercício); jejum 
(evita-se a coleta de sangue por jejum superior a 16 horas, o jejum para a coleta de sangue 
habitual é de 8 horas, havendo a possibilidade de redução para 4 horas, situações especiais e 
em crianças de baixa idade o jejum pode ser de uma a duas horas); dieta (mesmo seguindo o 
jejum, a dieta pode interferir em alguns dados de resultado do exame, principalmente no início de 
uma internação hospitalar quando ocorrem alterações nas dietas habituais do paciente); uso de 
fármacos e drogas de abuso; outras causas de variações (administração de contraste para 
exames de imagem, realização de toque retal, eletromiografia, hemodiálise, diálise peritoneal, 
cirurgia, transfusão de sangue e infusão de fármacos). 
- Fase Analítica: compreende a análise do material (amostra); é o conjunto de 
operações utilizadas para a análise da amostra com descrição específica conforme o método 
utilizado. 
- Fase Pós-Analítica: inicia com a emissão do resultado válido e termina com a emissão 
do laudo para posterior interpretação pelo solicitante. 
 
Silva (2004) descreve os principais itens a serem observados na coleta do material 
para obtenção de uma amostra adequada, são eles: 
 Fase de Orientação e Preparo do Exame; 
 Horário e seleção anatômica do local de coleta; 
 
 
10 
 
 A técnica de coleta propriamente dita; 
 Os materiais e condições para transporte do material até o laboratório e seu 
acondicionamento; 
 Tempo entre a coleta e a análise do material. 
 
Diante destes itens citados pelo autor e reportando-se à prática diária, é importante 
que se faça referência às diferentes formas de intervenção da enfermagem na coleta de exames 
laboratoriais, assim é possível acrescer aos itens anteriores as seguintes considerações: 
 
 Fase de Orientação e Preparo do Exame: quando o paciente está hospitalizado é 
de suma importância uma eficiente comunicação entre o laboratório de análises clínicas e os 
profissionais que atendem ao paciente, uma vez que estes últimos estão em constante contato 
com o paciente e são responsáveis pela disseminação das informações. Muito depende da rotina 
estabelecida pela instituição, ou seja, em alguns locais os próprios técnicos do laboratório 
visitam o paciente no quarto e realizam a orientação, em outros locais quem orienta o paciente é 
o técnico de enfermagem que o atende. 
Em quaisquer umas das rotinas seguidas é necessário haver sempre a comunicação 
entre ambos os técnicos da mesma informação para segurança do paciente e da coleta; também 
os técnicos de enfermagem que atuam nas unidades devem estar cientes da informação que 
irão repassar aos pacientes, evitando com isso invalidação da amostra. Um caminho é a 
utilização de manuais de rotinas dentro de cada unidade, onde o funcionário tenha acesso por 
intermédio de fluxogramas dos preparos e informações cabíveis diante de cada exame 
solicitado. 
Estar atento para a solicitação médica da análise é outro item importante a ser 
considerado, uma vez que podem ocorrer situações em que o paciente está internado, o médico 
solicita o exame e a enfermagem não encaminha a solicitação ao laboratório, resultando em 
aumento do tempo para a realização da coleta e consequentemente obtenção do resultado, o 
que pode acarretar uma ampliação na permanência do paciente na instituição, aumento de 
custos, demora na comprovação diagnóstica, insatisfação médica e angústia do paciente. 
 
 
 
11 
 
Na situação de atendimento ambulatorial, em que na maioria das vezes o paciente 
encaminha o exame ao laboratório, este deverá ser instruído quanto ao preparo adequado; 
acredita-se que além da informação verbal é necessária a informação por escrito sobre o 
preparo do exame para evitar o esquecimento do paciente; na ida do paciente ao laboratório o 
mesmo deve igualmente ser questionado sobre o uso de medicações contínuas, atividades 
físicas, entre outros cuidados específicos conforme a peculiaridade de cada exame. 
 O item 6.1.1 do Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios Clínicos (2005) 
descreve a obrigatoriedade do laboratório clínico e posto de coleta laboratorial em fornecer por 
escrito e/ou verbal instruções claras para o paciente e/ou responsável sobre o preparo e a coleta 
de amostras. O item 6.1.2 do referido Regulamento estipula a necessidade do laboratório em 
exigir documento do paciente para cadastro de identificação, sendo que nos casos dos pacientes 
internados ou em situações de urgência podem-se usar dados do prontuáriodo paciente para 
realização do cadastro. 
Também segundo este regulamento são necessárias as seguintes informações no 
cadastro do paciente: número de registro de identificação do paciente gerado pelo laboratório; 
nome do paciente; idade, sexo e procedência do paciente; telefone e/ou endereço do paciente, 
quando aplicável; nome e contato do responsável em caso de menor de idade ou incapacitado; 
nome do solicitante; data e hora do atendimento; horário da coleta, quando aplicável; exames 
solicitados e tipo de amostra; quando necessário: informações adicionais, em conformidade com 
o exame (medicamento em uso, dados do ciclo menstrual, indicação/observação clínica, dentre 
outros de relevância); data prevista para a entrega do laudo e indicação de urgência, quando 
aplicável. 
Torna-se necessário igualmente entregar um comprovante ao familiar e/ou paciente do 
atendimento, número de registro, nome do paciente, data do atendimento, data prevista de 
entrega do laudo, relação de exames solicitados e dados para contato com o laboratório. A 
coleta de materiais enquanto o paciente estiver internado pode ser registrada no prontuário do 
mesmo pelo técnico que a realizou indicando o horário, data e assinatura. 
 
 Horário e Seleção Anatômica da coleta: o horário da obtenção da coleta é de suma 
importância, pois a partir dele se pressupõe o preparo, como por exemplo, o tempo de jejum do 
 
 
12 
 
paciente. Nesta questão cabe ter atenção para as rotinas internas da instituição hospitalar 
quando o paciente estiver internado, uma vez que algumas situações devem ser previstas para 
minimizar os atrasos e uma coleta em horário impróprio. 
Na ocasião do paciente ser ambulatorial, e o mesmo ter que comparecer ao laboratório 
para a coleta, é imprescindível questionar o paciente sobre a possibilidade de estar presente no 
horário determinado. Nos casos de coletas domiciliares precede-se à comunicação do paciente 
sobre a visita do profissional que irá realizar a coleta em comum acordo entre o técnico, a família 
e o paciente. A seleção da área anatômica consiste no local onde será extraída a amostra. Neste 
momento o profissional habilitado a realizar a inspeção e verificação do local da coleta deve 
possuir conhecimento técnico e científico para tal. 
 
 A técnica da coleta: uma das principais amostras para a realização dos exames 
laboratoriais é o sangue, que pode ser obtido por diferentes formas do organismo do paciente. 
Na prática, a técnica mais utilizada é a punção com agulha em veia periférica. A realização do 
procedimento de coleta eficiente pressupõe um resultado de exame fidedigno, desta forma o 
profissional deve ser treinado para a realização de uma técnica asséptica e livre de riscos. Este 
assunto será tratado em específico posteriormente neste módulo. 
Sobre a obtenção de amostra, o Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios 
Clínicos (2005) estipula que a mesma deve ser identificada no momento da coleta ou quando o 
paciente entregá-la ao laboratório, identificando o nome do paciente e do funcionário que 
realizou a coleta e/ou a recebeu; sendo que o laboratório ou postos de coleta devem possuir por 
escrito rotinas de orientação sobre o recebimento, coleta e identificação da amostra. 
 
 Os materiais e condições para transporte do material até o laboratório e seu 
acondicionamento: o acondicionamento correto da amostra representa uma amostra aprovada 
para a análise. É necessário manter constante contato com o bioquímico para que se sigam as 
normas de temperatura e armazenamento. Nos hospitais onde os laboratórios realizam a coleta 
geralmente as amostras de sangue estão acondicionadas em caixas térmicas e logo após a 
coleta são encaminhadas pelo técnico ao laboratório. Nos casos, é importante prever a distância 
entre o domicílio do paciente e o laboratório e juntamente o tempo que a amostra irá permanecer 
armazenada e local adequado para manutenção. 
 
 
13 
 
Todos os laboratórios e os postos de coletas laboratoriais devem possuir por escrito 
rotinas referentes ao transporte da amostra, contendo os prazos estabelecidos, condições de 
temperatura e padrões técnicos que garantam a estabilidade e integridade da mesma. Segundo 
o Regulamento para Funcionamento dos Laboratórios Clínicos (2005), a amostra do paciente 
deverá ser transportada em recipiente isotérmico, higienizável e impermeável, que permita a 
estabilidade da amostra desde a coleta até a análise do material. 
As Recomendações da SBPC/ML para Coleta de Sangue Venoso (2009) descrevem 
que, no geral, os tempos referidos de armazenagem das amostras primárias consideram os 
limites para temperatura como: temperatura ambiente 18 a 25ºC, refrigeradas de 4 a 8°C e 
congeladas abaixo de 20ºC negativos. Quando não há orientação específica sobre 
acondicionamento e transporte de um material, poderá o material ser deslocado para postos ou 
outras unidades em caixa de isopor com gelo reciclável, calçado por flocos de isopor ou papel 
jornal; não podendo as amostras ficar em contato direto com o gelo para evitar a hemólise. 
Na ocasião de congelamento para transporte é recomendado o uso do gelo seco, 
nestes casos há a necessidade de tomar precauções com o recipiente que contém gelo seco 
para que permita a saída do dióxido de carbono, consequentemente evitando a formação de 
pressão excessiva. 
 
 Tempo entre a coleta e a análise do material: existem particularidades sobre o 
tempo de coleta e a análise da amostra diante de cada tipo de exame realizado; o profissional de 
enfermagem deve ser conhecedor destas questões, pois participa do processo, desta forma é 
imprescindível o cuidado no encaminhamento das amostras, obedecendo ao tempo estipulado. 
A orientação da SBPC/ML para Coleta de Sangue Venoso (2009) orienta que o tempo 
entre a coleta do sangue e a centrifugação (2° etapa de análise da amostra) não exceda uma 
hora, sendo que as amostras colhidas com anticoagulantes, nas quais o material será o sangue 
total, devem ser mantidas até o procedimento em temperatura de 4ºC a 8ºC. 
Outras questões que englobam a fase analítica e pós-analítica no processo de análise 
de material biológico e que se tornam importantes para o conhecimento do profissional de 
enfermagem baseadas no Regulamento para Funcionamento de Laboratórios Clínicos (2005) 
são descritas abaixo: 
 
 
14 
 
 Os laboratórios clínicos devem possuir lista descrita dos exames realizados em sua 
unidade, em outras ou laboratórios terceirizados; manter descrito um fluxo de rotina quando o 
resultado do exame precisa ser comunicado ao médico e/ou paciente para uma decisão 
imediata; devem possuir rotina por escrito sobre a emissão de laudos, contemplando situações 
de rotina, urgência e plantões; o laudo emitido pelo laboratório deve ser legível, sem rasuras, em 
língua portuguesa, datado e assinado pelo profissional (grau superior) habilitado; nos casos em 
que o laboratório optar pela transcrição do laudo emitido por outro laboratório de apoio, é 
necessário garantir que na técnica da transcrição a legitimidade do laudo não seja alterada; as 
cópias dos laudos devem ser arquivadas por período de cinco anos; todas as retificações 
necessárias após a emissão de um laudo devem ser feitas a partir da emissão de novo laudo; 
quando o resultado dos exames advém de uma amostra com restrição, esta informação deve 
conter no laudo. 
 O laudo deve conter no mínimo os seguintes itens: identificação do laboratório; 
endereço e telefone; identificação do Responsável Técnico (RT); número de registro do RT no 
respectivo conselho de classe profissional; identificação do profissional que liberou o exame; 
número de registro do profissional que liberou o exame no respectivo conselho de classe do 
profissional; número de registro do laboratório clínico no respectivo conselho de classe 
profissional; nome e registro de identificação do cliente no laboratório;data da coleta da amostra; 
data de emissão do laudo; nome do exame, tipo de amostra e método analítico; resultado do 
exame e unidade de medição; valores de referência, limitações técnicas da metodologia e dados 
para interpretação; observações pertinentes. 
O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) é quem assegura a assistência de enfermagem 
nos laboratórios de análises clínicas, principalmente sobre a coleta de exames. A Portaria CVS -
13, de 4 de novembro de 2005, aprova norma técnica que trata das condições de funcionamento 
dos laboratórios de Análises Clínicas e Pesquisa Clínica, Patologias Clínicas e Congêneres. Em 
seu item 4.44 descreve os profissionais habilitados para a coleta de material humano: 
 
4.44.1- De nível superior: médicos e enfermeiros; farmacêuticos e 
biomédicos e, ainda, biólogos e químicos que no curso de graduação 
e/ou em caráter extracurricular frequentaram disciplinas que confiram 
capacitação para a execução das atividades de coleta. 
 
 
15 
4.44.2- De nível técnico: técnicos de enfermagem, assim como 
técnicos de laboratório, técnicos em patologia clínica e profissionais 
legalmente habilitados que concluíram curso em nível de ensino de 2° 
grau, que, no curso de graduação e/ou em caráter extracurricular, 
frequentaram disciplinas que confiram capacitação para a execução 
das atividades de coleta. 
4.44.2.1- Os profissionais de que trata o subitem anterior poderão 
executar todas as atividades técnicas relacionadas às etapas de 
tratamento pré-analítico, mediante prévio treinamento. 
4.44.2.2- É dispensável prévio treinamento para técnicos de laboratório 
e técnicos em patologia clínica. 
4.44.3- De nível intermediário (médio): auxiliares de enfermagem, 
assim como profissionais legalmente habilitados que concluíram curso 
em nível de ensino de 1° grau, que, no curso de graduação e/ou em 
caráter extracurricular, frequentaram disciplinas que confiram 
capacitação para a execução das atividades de coleta. 
4.44.3.1- Os profissionais de que trata o subitem anterior poderão 
executar todas as atividades auxiliares relacionadas às etapas de 
tratamento pré-analítico, mediante prévio treinamento. ( 
 
Diante desta portaria é possível identificar que o técnico de enfermagem participa do 
processo de coleta do material humano na fase pré-analítica, ou seja, desde a solicitação da 
análise pelo médico, coleta da amostra e encaminhamento da amostra para análise; sendo que a 
coleta do material deve ser analisada mediante a complexidade do procedimento e as 
atribuições específicas do técnico de enfermagem para desenvolvê-la ou não. 
Na Resolução COFEN -195, de 18 de fevereiro de 1997, é conferido ao enfermeiro 
atuante na saúde pública, a autonomia para a solicitação de exames de rotinas e 
complementares preconizados pelos programas do Ministério da Saúde. Além disso, a 
Resolução COFEN – 146, de 1 de junho de 2002, atribui a responsabilidade e a presença de um 
enfermeiro nos locais em que estejam sendo realizadas assistências de enfermagem. 
Diante da atuação da enfermagem no campo de análise clínica cabe aos profissionais 
o aperfeiçoamento tanto técnico como científico, com o desenvolvimento de projetos a fim de 
qualificar sua assistência e tornar-se necessário para o mercado (SILVA, 2004). Tanto nos 
hospitais como nos próprios laboratórios de análises clínicas é importante que o enfermeiro no 
 
 
16 
 
gerenciamento da equipe de enfermagem formule manuais de normas e rotinas objetivando 
esclarecer a todos os envolvidos sobre a operacionalização dos itens que compõem a fase pré-
analítica na análise de exames laboratoriais. 
 Motta (2008) descreve a rotina de enfermagem em hospitais para Coleta de Exames 
Laboratoriais de Rotina como: 
 Conferência da solicitação do exame na prescrição médica; 
 Recebimento do pedido de solicitação do exame devidamente preenchido e 
carimbado pela equipe médica; 
 Aguardo da enfermagem para a coleta realizada pelo setor de laboratório, 
conforme o horário estabelecido pela instituição hospitalar como rotina; 
 Conferência juntamente com o laboratório dos exames colhidos de acordo com 
os pedidos; 
 Colocação dos resultados no prontuário médico do paciente. 
 
Observação: 
 Os exames realizados durante o plantão, sendo ou não casos de emergência, 
devem ser colhidos pela enfermagem da unidade e encaminhados ao 
laboratório; 
 Aos domingos e feriados os exames devem ser colhidos pela enfermagem e 
encaminhados ao laboratório, nos casos em que não houver plantão de coleta; 
 Caso os valores estejam alterados, deverá haver a comunicação imediata ao 
médico assistente. 
No item de observação descrito acima por Motta (2008) cabe enquadrar-se a realidade 
de cada hospital, como também de cada laboratório. Abaixo serão descritos os principais 
exames laboratoriais realizados na prática clínica e formas de coleta, apresentando uma breve 
revisão da fisiologia como forma de complementar o estudo. 
 
 
 
 
 
17 
 
2 REVISÃO FISIOLÓGICA DO SISTEMA HEMATOLÓGICO 
 
 
O sangue é uma porção líquida encontrada no meio intersticial, que circula pelos vasos 
sanguíneos em um sistema fechado denominado Sistema Circulatório; é composto por 
propriedades químicas e físicas que tornam as células funcionais, também ocorre a formação do 
plasma sanguíneo por meio da ingesta de água e das trocas líquidas entre os outros 
compartimentos do organismo. 
As origens das células do sangue são múltiplas, por exemplo, as hemácias, plaquetas 
e leucócitos granulócitos tem sua origem na medula óssea, já os linfócitos e monócitos originam-
se no sistema reticuloendotelial, que é formado pelos linfonodos e baço, órgãos do sistema 
hematopoiético. 
O sistema hemolítico-poético mantém os elementos morfológicos do sangue em 
condições normais devido à sua grande extensão e função hemolítica ou de destruição das 
células do sangue. Este sistema é constituído por funções diferentes: 
1. Órgãos hematopoiéticos específicos (função formadora dos glóbulos): tendo a Medula Óssea 
como principal órgão, dando origem aos eritrócitos, leucócitos granulócitos e aos trombócitos ou 
plaquetas; e as formações linfáticas, originando a produção de linfócitos na circulação. 
2. Sistema Reticuloendotelial ou hemoistioblástico: Este sistema origina os monócitos (por meio 
da função hematopoiética), além de integrar todo o organismo, principalmente o fígado e baço, 
ele exerce função hemolítica conservando a capacidade hematopoiética que adquirimos na vida 
embrionária. 
 
 
2.1 ÓRGÃOS HEMOLÍTICOS - POÉTICOS 
 
 
 
18 
 
2.1.1 Medula Óssea 
 
 
É o órgão mais importante do sistema Hematopoiético (elaboração do sangue), situada 
no canal medular dos ossos longos, no tecido esponjoso. Tem envolvimento na formação, 
maturação e libertação dos eritrócitos, granulócitos e das plaquetas. Segundo Lima et al. (2001), 
macroscopicamente a medula se distingue em dois tipos fundamentais: a medula vermelha ou 
fetal, diferenciada pela rica vascularização e pela atividade hematopoiética, e a amarela ou 
adiposa, pouca vascularizada e consequentemente inativa, porém torna-se ativa caso seja 
exigido pelo sistema. 
 
 
FIGURA 1 – MEDULA ÓSSEA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.cabesp.com.br/.../008-080.jpg>. Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
 
 
 
19 
 
FIGURA 2 - CONSTITUIÇÃO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ameo.org.br/interna2.php?id=4>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
2.1.2 Baço 
 
 
Órgão mais importante do sistema reticuloendotelial pela sua capacidade de distensão 
e contração, devido às cápsulas ricas em fibras conjuntivas elásticas e musculares. Destacam-se 
como funções do órgão a hematopoiética, hemocaterética e a função de depósito de sangue. Na 
função hematopoiética incluiu a função erito e leucopoética durante a vida fetal sendo a mais 
importante. Após o nascimento esta função desaparece e o baço atua na regeneraçãosanguínea como órgão linfopoético. 
A função hemocaterética é a atuação do baço na desintegração e metabolização das 
células sanguíneas, tendo como principais elementos os eritrócitos e a hemoglobina. A função 
de depósito de sangue apresenta grande importância em determinadas patologias, uma vez que 
 
 
20 
 
o baço contém um acúmulo de eritrócitos, ou seja, uma reserva que é acionada em casos de 
hemorragias intensas, ambientes pobres em oxigênio, etc., entrando na circulação periférica e 
suprindo as necessidades do momento. 
 
 
FIGURA 3 - BAÇO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.webciencia.com/11_01baco.htm>. Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
2.1.3 Linfonodos ou Gânglios Linfáticos 
 
 
Fazem parte do sistema linfático. Este sistema é responsável pelo transporte da linfa 
(fluído linfático) para o sistema circulatório, porém, antes dessa passagem, cabe aos linfonodos 
filtrarem essa linfa, que pode ter a presença de microrganismos capazes de desenvolver um 
dano. A linfa chega até a circulação sanguínea livre de qualquer invasão. Assim, o sistema 
linfático torna-se um importante componente do sistema imunológico, pois colabora junto com os 
glóbulos brancos na defesa do organismo contra agentes invasores. 
 
 
 
21 
 
FIGURA 4 – GÂNGLIOS LINFÁTICOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.soscorpo.com.br/anatomia/s-imu02.htm>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
2.2 CÉLULAS SANGUÍNEAS PERIFÉRICAS 
 
 
2.2.1 Eritrócitos 
 
 
Compreendem as hemácias, têm por principal função o transporte de oxigênio para os 
tecidos e do gás carbônico para os pulmões. A grande parte desta troca é realizada pela 
proteína Hemoglobulina A (HbA), principal hemoglobina nos adultos, sendo dois terços 
sintetizadas nos eritroblastos e o restante no reticulócito. A vida média de uma hemácia é de 120 
dias, após esse período são destruídas no compartimento extravascular pelos macrófagos do 
sistema retículo endotelial. 
 
 
22 
 
FIGURA 5 - ERITRÓCITOS 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.msd-brazil.com/.../mm_sec14_154.html>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
2.2.2 Neutrófilos 
 
 
Exercem um papel importante na inflamação, sendo responsáveis pela defesa do 
organismo contra microrganismos. Sua produção ocorre na medula óssea em um período de 6 a 
10 dias. Parte destes neutrófilos fica armazenada na medula como uma “reserva’’ do sistema. Os 
demais, quando liberados, permanecem na circulação por até 12 horas e após encaminham-se 
para os tecidos desempenhando então a função fagocitária. O tempo médio de vida dos 
neutrófilos nos tecidos é de dois a quatro dias, passando este período morrem pela sua ação 
defensiva. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
FIGURA 6 - NEUTRÓFILO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.recursos.cnice.mec.es/.../amplianeutro.htm>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
2.2.3 Eosinófilos 
 
 
Embora o mecanismo não seja muito conhecido, presume-se que tenha particularidade 
com o mecanismo dos neutrófilos. Além de apresentarem como função a fagocitose, os 
eosinófilos têm um papel importante nas alergias e em doenças parasitárias. 
 
FIGURA 7 - EOSINÓFILOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.fiocruz.br/.../start.htm?infoid=2233&sid=9>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
24 
 
2.2.4 Basófilos e Mastócitos 
 
 
 São células que contém heparina e mediadores farmacológicos nos seus grânulos que 
são liberadas, após um processo alérgeno, à superfície celular por meio de receptores. Além dos 
mastócitos participarem na defesa contra microrganismos são responsáveis por alguns sintomas 
adversos das manifestações alérgicas. 
 
FIGURA 8 - BASÓFILOS 
 
FONTE: Disponível em: <http:// www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
2.2.5 Monócitos 
 
 
 São fagócitos ativos que permanecem na circulação de 20 a 40 horas, após passam 
para os tecidos, amadurecendo e desempenhando funções, podendo ter uma vida média de 
meses ou até anos. Os monócitos dividem-se em macrófagos fagocitários que tem a principal 
função de apresentar o antígeno para os linfócitos do organismo. 
 
 
 
25 
 
FIGURA 9 - MONÓCITOS 
 
FONTE: Disponível em: <http:// www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
 
2.2.6 Linfócitos 
 
 
Os linfócitos auxiliam os fagócitos no processo de defesa do organismo, prevenindo 
infecções e invasão de agentes estranhos. São divididos em dois importantes grupos, os 
linfócitos T, que são produzidos inicialmente no timo e os linfócitos B. Os linfócitos T maduros 
compreendem 65 a 80% dos linfócitos circulantes e os linfócitos B 5 a 15%. 
 
FIGURA 10 - LINFÓCITOS 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/leucocitos.htm>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
 
26 
 
3 HEMOGRAMA 
 
 
O hemograma, segundo Failace (2003), é o exame complementar mais utilizado em 
laboratórios de análises clínicas, tanto para fins diagnósticos como para controle de algumas 
doenças de caráter infeccioso, doenças crônicas e emergências médicas. O hemograma é o 
estudo do sangue que avalia cada elemento presente na via hematológica, na forma quantitativa, 
por exemplo, a contagem dos leucócitos, como na forma qualitativa, analisando a qualidade 
destes elementos. 
Grotto (2009) descreve que as informações fornecidas pela análise do sangue 
periférico têm como objetivo responder a duas questões principais, se a medula óssea está 
produzindo número suficiente de células maduras de diferentes linhagens e se os processos de 
proliferação, diferenciação e aquisição de funções de cada tipo celular estão se desenvolvendo 
de maneira adequada em todas as linhagens celulares. 
O hemograma consiste em um exame que analisa as variações quantitativas e 
morfológicas dos elementos figurados no sangue, geralmente é requisitado pelos médicos para 
diagnosticar e/ou controlar a evolução de uma doença como anemia e infecções de diversos 
tipos (PATRÍCIA, 2009). Segundo Neto (2004), o hemograma consiste em um exame 
complementar que auxilia no diagnóstico de doenças sistêmicas e também permite avaliar as 
condições gerais do paciente; embora sendo inespecífico, o hemograma pode apresentar 
alterações que quando somadas a outros dados clínicos e demais exames complementares 
permite hipóteses diagnósticas sobre patologias e/ou avalia o risco para determinados 
procedimentos cirúrgicos e exames ou administração de medicamentos. 
O hemograma, mesmo possuindo um poder diagnóstico limitado nas mãos de um 
clínico conhecedor das funções celulares e das bases fisiopatológicas das doenças, torna-se 
uma ferramenta importante na avaliação de diferentes situações, como nos diagnósticos de 
evolução de doenças hematológicas, detecção de quadros infecciosos e no monitoramento 
terapêutico (GROTTO, 2009). 
 
 
 
27 
 
Geralmente a primeira parte de um hemograma constitui-se da Série Vermelha 
(Eritrograma), sendo expressos principalmente os números de hemácias, concentração de 
hemoglobina e hematócrito; já a segunda parte do hemograma é chamada de Série Branca 
(Leucograma), em que são expressos os valores dos glóbulos brancos, avaliação do número de 
leucócitos e diferenciação celular e a última parte do exame é expressa pela quantidade de 
plaquetas. 
Este curso trata-se da assistência de enfermagem na realização dos exames tanto 
laboratoriais como diagnósticos, desta forma, o foco não está centrado na interpretação dos 
resultados e sim na aprendizagem dos cuidados necessários para uma adequada assistência na 
coleta da amostra, buscando um resultado que condiz com a realidade do paciente. Mesmo 
assim, para que se compreendam as especificidades dos exames serão citadas as descrições 
de cada item que engloba o exame, bem como os valores referenciais. 
 
 
3.1 ERITROGRAMA 
 
 
3.2 HEMÁCIAS (ERITRÓCITOS) 
 
 
Corresponde à contagem do número de glóbulos vermelhos nosangue por mililitro 
cúbico. O aumento do número de eritrócitos é denominado de eritrocitose, enquanto a 
diminuição do número de eritrócitos é denominada de eritropenia, sendo que a primeira 
relaciona-se à policitemia (aumento da espessura do sangue, reduzindo a velocidade de 
circulação), enquanto a segunda relaciona-se à anemia propriamente dita. Valores de Referência 
para pacientes adultos: 4,5 a 6,10 (milhões/mm³). 
 
 
 
28 
 
3.3 HEMATÓCRITO (HCT) 
 
 
Em uma amostra de sangue, expressa a porcentagem da massa dos eritrócitos, ou 
seja, o volume da massa das hemácias. Segundo Failace (2003), com o avanço tecnológico dos 
contadores atuais, a centrifugação do Hct tornou-se um método não mais utilizado, pois a 
contagem e a medida do volume dos eritrócitos agora são exatas. Porém, na Hemoterapia 
(emprego terapêutico do sangue) o Hct ainda resiste devido à avaliação das alterações 
volêmicas. 
Valores baixos de Hematócrito podem indicar uma provável anemia e um valor alto 
pode estar relacionado à policitemia (aumenta a espessura do sangue, reduzindo a sua 
velocidade de circulação). Valores de Referência: Hematócrito (%): Homens: 47,0 Mulheres: 
42,0. 
 
 
3.4 HEMOGLOBINA (HGB) 
 
 
A hemoglobina é o dado básico do eritrograma, pois além de ser o principal 
componente dos eritrócitos com a função de transportar o oxigênio do sangue para os tecidos, 
seus níveis abaixo da referência para os adultos sugerem anemia. 
Os valores de referência da Hemoglobina (g/dl) para o homem são de 15,5 e na mulher 13,6. 
 
 
 
 
 
29 
 
3.5 VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM) 
 
 
O VCM é a relação entre o volume do hematócrito e o número de eritrócitos, ou seja, 
avalia a média do volume das hemácias, sendo que o resultado pode trazer tamanho normal 
(chamadas normocíticas), diminuídas (microcíticas) ou aumentadas (macrocíticas), sendo que a 
anisocitose refere-se ao achado de presença de hemácias com volumes diferentes. Segundo 
Grotto (2009), o VCM ainda é o mais utilizado para avaliação das anemias associado a 
alterações morfológicas das hemácias. Valores de Referência na Normocitose: Adultos: 81 u³ (80 
a 98,0 fl); Crianças até 3 anos: 73 u³; Crianças de 04 a 14 anos: 73 u³. 
 
 
3.6 HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (HCM) 
 
 
 A HCM é dada a partir da relação entre o valor da hemoglobina obtida em gramas e a 
contagem dos eritrócitos, pode estar elevada na presença da macrocitose ou diminuída na 
presença de hemácias microcíticas. Valores de Referência para paciente Adulto: 27,0 a 34,0 pg. 
 
 
3.7 CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (CHCM) 
 
 
A CHCM é calculada por meio da relação entre a hemoglobina obtida em gramas e o 
volume globular. Refere-se à avaliação da hemoglobina encontrada em 100 ml de hemácias; 
 
 
30 
 
indica o grau de saturação de hemoglobina encontrada nos eritrócitos. Quando esta saturação é 
normal o resultado são hemácias normocrômicas, quando está diminuída, hemácias 
hipocrômicas, e quando está elevada, hemácias hipercrômicas. Valores de Referência para 
paciente Adulto: 31,0 a 35,0 g/dl 
 
 
3.8 RDW (RED CELL DISTRIBUITION WIDTH) 
 
 
Medida quantitativa da anisocitose, realizado por meio do histograma de distribuição 
das hemácias de acordo com o volume das células. Seus valores são obtidos em percentagem, 
sendo que os índices de normalidade encontram-se entre 11% e 16%; uma das principais 
utilidades é a diferenciação entre a anemia ferropriva e a betatalassemia heterozigótica; o índice 
de anisocitose se altera rapidamente na deficiência do ferro, mais rápido do que nos parâmetros 
de VCM e diminuição de albumina. 
 
 
3.9 LEUCOGRAMA 
 
 
A análise da série branca no hemograma tem como principal objetivo fornecer os 
valores globais e diferenciais de leucócitos, bem como suas alterações qualitativas e 
quantitativas. Vale lembrar que os leucócitos (glóbulos brancos) são os responsáveis pelo 
sistema de defesa do organismo e se encontram aumentados principalmente em processos 
infecciosos bacterianos e parasitários, em algumas doenças autoimunes, destruição tecidual por 
doenças degenerativas e diminuídas em casos de infecção viral (NETO, 2004). 
 
 
31 
 
Os principais tipos de leucócitos são: os neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e 
basófilos. Quando é solicitado um hemograma completo a diferenciação dos leucócitos é feita 
além do valor global. Estes valores em separado servem de base para o clínico identificar 
processos patológicos mais específicos diante do aumento ou diminuição de cada leucócito. 
 
 
3.10 LEUCÓCITOS 
 
 
Refere-se à contagem global dos glóbulos brancos, na maioria das vezes encontra-se 
aumentado (leucocitose) em processos infecciosos agudos ou crônicos, reações alérgicas, 
leucemias, etc. Valores de Referência em Adulto: 3.100 a 11.000 mm³. A diferenciação do tipo 
de leucócito é feita por meio dos itens abaixo apresentados. 
 
 
3.11 MONÓCITOS 
 
 
São células que se caracterizam por se movimentarem durante alguns dias na 
circulação sanguínea e depois a deixam, fixando-se nos tecidos, adquirindo aspecto de 
macrófagos. Tem como principal função a fagocitose e defesa do organismo. Apresentam-se em 
grande número nos processos infecciosos crônicos ou em fase final das infecções. Valores de 
Referência em Adulto: 2 a 10 % e 72 a 1.100/mm³. 
 
 
 
 
32 
 
3.12 LINFÓCITOS 
 
 
Os linfócitos estão presentes de 20 a 30% na circulação, a maioria apresenta 
morfologia típica, por isso a denominação de linfócitos típicos. Quando apresentam tamanho 
maior, com núcleo pouco menos maduro e granulações citoplasmáticas, recebem o nome de 
linfócitos atípicos ou linfócitos leucocitoides. Denomina-se de linfocitose quando existe o 
aumento do número de linfócitos e linfopenia quando há carência do número de linfócitos, sendo 
que nesta última situação o indivíduo está com sua imunidade prejudicada. Valores de 
Referência em Adulto: 20 a 50% e 720 a 5.500 mm³. Não é considerado um hemograma normal 
a indicação de existência de Linfócitos Atípicos. 
 
 
3.13 EOSINÓFILOS 
 
 
Os eosinófilos correspondem a cerca de 2 a 4% dos leucócitos dos esfregaços. 
Apresentam-se aumentados (eosinofilia) em processos infecciosos (parasitas), doenças 
imunológicas e reações alérgicas ou de hipersensibilidade. Valores de Referência em Adulto: 1 a 
7% e 36 a 770/mm³. 
 
 
3.14 BASÓFILOS 
 
 
 
 
33 
 
Os basófilos são células raras, correspondem a cerca de 0 a 1%. O aumento dos 
basófilos (basofilia) ocorre principalmente em processos infecciosos e imunológicos. Valores de 
Referência em Adulto: 0 a 3 % e 0 a 330/mm³. 
 
 
 
3.15 NEUTRÓFILOS SEGMENTADOS 
 
 
São os leucócitos mais numerosos, cerca de 60 a 65%, se apresentam como células 
diferenciadas, com seus núcleos em forma segmentada, por isso a denominação de neutrófilos 
segmentados. Cerca de 2 a 5% das células têm núcleo não segmentado, como bastão, por este 
motivo são denominados bastonetes. Têm a função de realizar a fagocitose e encontram-se 
aumentados (neutrofilia) nos processos infecciosos e inflamatórios e valores diminuídos indicam 
a neutropenia. Valores de Referência em Adulto (Segmentados): 40 a 65% e 1.440 a 7.150/mm³. 
Valores de Referência em Adulto (Bastões): 1 a 5% e 36 a 550/mm³. 
É normal na corrente circulatória encontrar células maduras, entretanto, quando há 
presença de células jovens, sejam de eritrócitos ou leucócitos, significa que existe juntamente 
um processo agudo acontecendo. Na presença de leucócitos jovens circulantes (mielócitos, pró-
mielócitos, metamielócitos) há uma infecção aguda ou enfermidades que acometem a medula 
óssea. Desta forma, quando temos células jovens circulantes em número acima da referência 
denomina-se desvio à esquerda e na presença de células maduras, desvio à direita (NETO, 
2004). 
 
 
3.16 SÉRIE PLAQUETÁRIA 
 
 
34 
 
As plaquetasou trombócitos constitui-se em elementos sanguíneos circulantes que 
provêm do citoplasma megacariócito (VERRASTRO, 1998). São formadas no sistema 
hematopoiético da medula óssea e a principal função é a participação fundamental na fase inicial 
do processo fisiológico de hemostasia. 
A hemostasia conceitua-se como um fenômeno fisiológico que procura manter o 
sangue no interior dos vasos e impedir a sua saída para tecidos vizinhos. Ao contrário do que 
muitos pensam este mecanismo não é composto apenas por coágulos e, sim, por fatores como 
plaquetários, coagulantes, vasculares, fibrinolíticos, anticoagulantes, etc. 
Desta forma as plaquetas promovem a agregação das células e a adesão delas com 
as células endoteliais que se encontram próximas da lesão. Neste mecanismo da hemostasia as 
plaquetas funcionam como tampões e desencadeiam a coagulação sanguínea. 
 
 
FIGURA 11 – PAREDE VASCULAR ROMPIDA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/plaquetas.htm>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
As plaquetas são observadas de acordo com a quantidade e o seu tamanho, o número 
considerado normal é de 150.000 a 400.000 por microlitro de sangue, já o tamanho de uma 
 
 
35 
 
plaqueta varia entre um a quatro micrometros (VERRASTRO, 1998). Pessoas que apresentam 
número de plaquetas dentro dos valores normais, com a ausência de grânulos, têm 
sangramentos devido à dificuldade da agregação plaquetária, assim como o valor das plaquetas 
diminuído induzem ao sangramento. 
A principal causa da plaquetopenia ou trombocitopenia (diminuição do número de 
plaquetas), segundo o autor, é a produção insuficiente das mesmas, podendo ser vista em 
infiltrações leucêmicas na medula óssea, na aplasia de medula, uso de alguns medicamentos, 
produtos químicos e infecções virais. A destruição aumentada das plaquetas também pode 
desencadear a plaquetopenia, esta condição pode ser vista em situações imunológicas por auto 
e aloanticorpos, na púrpura trombocitopênica autoimune e na esplenomegalia. 
E, por último, o consumo exagerado de plaquetas como em coagulações 
intravasculares disseminadas e na púrpura trombocitopênica trombótica também podem gerar a 
plaquetopenia. O aumento do número de plaquetas é denominado plaquetose e pode ocorrer na 
anemia ferropriva, nas hemorragias agudas, inflamações, infecções crônicas, anemias 
hemolíticas e leucemias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA COLETA DO HEMOGRAMA 
 
 
Considerando as fases que envolvem o processo da análise de material biológico é 
possível englobar a assistência de enfermagem na coleta do hemograma como: 
 Encaminhamento do exame solicitado pelo médico ao laboratório responsável 
pela coleta, quando o paciente está internado; instrução ao paciente do local da coleta nos casos 
de pacientes ambulatoriais; instrução da possibilidade de coleta domiciliar indicando serviço de 
referência ou o próprio laboratório. 
 Preenchimento do Cadastro do Paciente: por intermédio do documento do 
paciente realizar o cadastro do mesmo para o registro da coleta e/ou em casos de urgência e 
pacientes internados buscar dados no prontuário do paciente. 
 Instrução quanto ao preparo do exame: cabe à enfermagem realizar a instrução 
do jejum conforme a solicitação do exame. Segundo a SBPC/ML (2009) o jejum habitual para o 
exame de sangue de rotina é de 8 horas, podendo ser reduzido a 4 horas na maioria dos 
exames e em situações especiais (pacientes de baixa idade) pode ser de uma ou duas horas 
apenas. Importante salientar que a ingestão de água para a hidratação da pessoa não interfere 
no jejum para coleta de exames, exceto uma ingestão elevada pode alterar a realização do 
exame de urina. A maioria da bibliografia estudada supõe que para a realização do hemograma 
não há necessidade de jejum, o que ocorre na maioria das vezes é que junto à realização do 
hemograma existem requisições de outras análises da amostra de sangue, desta forma a 
instrução é de realização do jejum específico para cada exame. 
 Coleta de Sangue: O hemograma é um exame que tem como material principal 
o sangue periférico, isso quer dizer que é analisado o sangue periférico do paciente após a 
coleta para então obter-se os resultados. São preconizados inúmeros cuidados na coleta do 
sangue, estes devem ser seguidos em qualquer coleta de sangue periférico, não somente para 
realização do hemograma, mas demais análises que sejam requisitadas pelo médico assistente 
do paciente. 
 
 
 
 
37 
 
Segundo Failace (2003), a coleta de sangue para o hemograma pode ser realizada a 
qualquer hora, porém deve-se evitar após refeições ricas em gordura e após exercícios físicos 
de grande intensidade, sendo que estes podem interferir significativamente no resultado, 
aumentando o número de glóbulos brancos por volume de sangue circulante, ou seja, a 
leucocitose. 
Para Lima et al. (2001), a punção deve ser rápida, assim como o manuseio do garrote, 
pois este pode modificar a distribuição de alguns constituintes do sangue. A instrução do 
paciente para abrir e fechar a mão momento antes da coleta para tornar a veia mais túrgida não 
é aconselhável, pois pode aumentar em 2mEq na dosagem do potássio. 
Segundo Failace, (2003) após a coleta o sangue é transferido da seringa para um tubo 
de ensaio rotulado com o nome do paciente e com tampa contendo de um a dois mg de EDTA 
(Ácido etilenodiamino-tetracético) anticoagulante para hematologia e em seguida encaminhado 
imediatamente para o laboratório para que não haja coagulação incipiente ou total da amostra. 
 
 
4.1 COLETA DE SANGUE VENOSO 
 
 
Como a maioria dos exames laboratoriais possui como amostra o sangue, abaixo 
serão descritas as técnicas para a correta coleta do sangue observando todos os itens que 
incluem um adequado procedimento realizado pelo técnico de enfermagem capacitado para tal. 
A técnica de coleta de sangue descrita por Motta (2008) instrui: 
 
 Material Necessário: 1 par de luvas de procedimento, 1 scalp nº 21 ou 23, ou agulha 
30x06 ou 30x07, uma seringa de 10 ml, 1 garrote, 2 bolas de algodão, 5 ml de álcool a 70% e 
tubos para a coleta de acordo com o pedido do exame. 
 
 
 
38 
 
 Procedimento: orientar o paciente sobre a coleta, identificar o tubo de coleta (nome, 
data, hora e RG), realizar a antissepsia do local da punção após a palpação, colher o material, 
colocar nos tubos previamente identificados, encaminhar junto com o pedido ao laboratório. 
OBS: os tubos de coleta devem vir identificados pelo laboratório quanto ao conteúdo, como por 
exemplo, tubos cinzas: glicemia. 
 
A Recomendação sobre a Coleta de Sangue Venoso pela SBPC/ML (2009) descreve: 
 
1. Etapas que o profissional deve seguir na coleta de sangue venoso: verificação 
da solicitação médica e cadastro do pedido; apresentação ao paciente; explicação ao paciente 
ou ao familiar quanto ao procedimento que será realizado obtendo o consentimento; realização 
da assepsia das mãos entre os atendimentos dos pacientes; realização da identificação dos 
pacientes: conscientes (por meio da comparação dos dados pessoais com os dados do pedido 
do exame), inconscientes, muito jovens ou que não falam a língua do flebotomista (confirmação 
de dados com o acompanhante ou equipe de enfermagem, registrando o nome da pessoa que 
forneceu as informações, comparar os dados com os que constam no pedido). 
OBS: as dúvidas referentes à identificação do paciente devem ser resolvidas antes da 
coleta. Pacientes semiconscientes, comatosos ou dormindo (o paciente deverá ser despertado 
antes da coleta, em pacientes internados, se não for possível identificá-lo entrar em contato com 
o enfermeiro ou médico assistente, nos pacientes em coma, deve-se ter cuidado adicional na 
prevenção de movimentos bruscos ou vibrações quando a agulha estiver sendo introduzida), 
pacientes não identificados em sala de emergência(utilizar identificação provisória enquanto não 
se estabelece a definitiva); verificação do cumprimento do preparo e jejum do exame e 
questionamento sobre eventual alergia ao látex. 
 
2. Local para punção venosa: o local de preferência para a coleta do sangue é a fossa 
anticubital; mesmo sendo possível a coleta de sangue em qualquer veia dos membros 
superiores as mais utilizadas são as veias cubital mediana e cefálica, sendo a cefálica mais 
propensa a hematoma e dolorosa para punção. Em pacientes que possuem acesso venoso 
difícil nesta região é recomendada a punção no dorso da mão, e não recomendado puncionar 
 
 
39 
 
as veias na parte inferior do punho; punções em região de membros inferiores só podem ser 
realizadas mediante a autorização médica. 
De preferência não coletar sangue de membro que está recebendo terapias 
endovenosas; evitar áreas de cicatrizes de queimaduras; somente puncionar o mesmo membro 
pós-mastectomia após autorização médica; evitar coleta em locais onde há o hematoma devido 
a propensão de alteração no resultado do exame e, nos casos em que não há outra veia 
disponível, puncionar distalmente ao hematoma; a coleta de sangue em fístulas arteriovenosas, 
enxertos ou cânulas vasculares só pode ser feita mediante a autorização médica; é 
recomendado evitar a coleta em veias trombosadas. 
 
FIGURA 12 – VEIA CUBITAL MEDIANA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.saber.sapo.ao/wiki/Veia_cubital_mediana>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
 
40 
 
FIGURA 13 – REDE VENOSA DORSAL DA MÃO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.wmda.mobi/pt/Rede_venosa_dorsal_da_mão>. 
Acesso em: 28 dez. 2010. 
 
 
3. Localização da Veia: a identificação da veia a ser puncionada para coleta pode ser 
feita por meio da observação de uma veia calibrosa; da orientação ao paciente para baixar o 
braço e abrir e fechar a mão; da realização da massagem suave no membro superior do 
paciente na direção do punho para o cotovelo, na palpação da veia com o dedo indicador 
(evitando realizar palpação com o dedo polegar), na fixação da veia com os dedos nos casos de 
flacidez e na utilização do transluminador. 
Está contraindicada a batida com os dedos sobre a veia do paciente para localização, 
já que este procedimento provoca hemólise e consequente alteração do resultado do exame. Na 
identificação da veia pode-se utilizar o torniquete, solicitando ao paciente que abre e feche a 
mão, entretanto, aguardar dois minutos após a retirada do torniquete para a realização da coleta. 
 
4. Procedimento: 
 Verificar se o material está completo para a realização do procedimento 
 Abrir o material para coleta na frente do paciente 
 Lavar as mãos 
 
 
41 
 
FIGURA 14 – ASSEPSIA DAS MÃOS 
 
FONTE: Disponível em:<http://www.sissaude.com.br/sissaude/userfiles/maos.jpg>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
 Calçar as luvas de procedimento: tendo o cuidado para que as mesmas não sejam 
rasgadas; devem ser trocadas a cada coleta, e nos casos de pacientes alérgicos ao látex ou 
mesmo quando o funcionário for alérgico substituir o uso por luvas de outro material; 
 Posicionar o paciente corretamente: o paciente pode estar sentado para a 
realização da coleta do sangue, sendo importante que a poltrona tenha encosto e descanso 
para os membros superiores, a posição correta do braço do paciente sentado para a punção é 
sobre o descanso da cadeira, inclinada para baixo e estendida, sendo que o cotovelo não pode 
estar dobrado; em pacientes deitados no leito o uso de um travesseiro debaixo do braço pode 
ser necessário para chegar à posição correta, com braço inclinado para baixo e estendido; 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
FIGURA 15 – CADEIRA DE COLETA DE SANGUE 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.vallitech.com.br/.../extra1.jpg>. Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
 Realizar a assepsia do local da veia: a recomendação é que a assepsia seja 
realizada com álcool isopropílico 70% ou álcool etílico, iodeto de povidona 1 a 10% ou gluconato 
de Clorexidina para hemocultura; substâncias de limpeza não alcoólicas, como Clorexidina e 
sabão neutro. Quando houver a solicitação de dosagem de álcool no sangue utilizar uma 
substância livre de álcool para realizar a assepsia, que deve ser feita com movimento circular do 
centro para fora, com a utilização do antisséptico e uma gaze, deixando secar por 30 segundos 
(evita hemólise e reduz sensação de ardência na punção); após a assepsia não abanar, nem 
soprar e não tocar mais no local, a cada nova palpação realizar novamente a assepsia. 
 Colocar o torniquete com o braço voltado para cima. A recomendação é de que o 
torniquete seja posicionado de 7,5 a 10 cm acima do local escolhido para punção; que o material 
seja preferencialmente livre de látex (principalmente nos casos dos pacientes que possuem 
alergia ao látex), evitando o uso de torniquetes feitos de tecidos emborrachados com fechamento 
por grampos ou fivelas, sendo que o torniquete deve ser substituído em casos de contaminação. 
O uso do torniquete não deve exceder a um minuto, visto que o maior tempo pode ter 
como consequência a mensuração de valores incorretos na análise do exame. Em pacientes 
com lesão no local pretendido para colocação do torniquete, utilizar outro local ou pôr o 
torniquete sobre a roupa do paciente. Ao garrotear o paciente não apertar excessivamente para 
evitar a interrupção do pulso arterial, os pulsos devem estar palpáveis após o garroteamento. A 
 
 
43 
 
utilização do torniquete não está recomendada na coleta de sangue para análise de testes de 
lactato ou cálcio, pois pode haver interferência no resultado. 
 
 Coleta de sangue a vácuo: constitui-se em um sistema de coleta de sangue 
fechado que proporciona maior segurança ao profissional que realiza a coleta, pois o mesmo não 
entra em contato com o sangue coletado e ao resultado do exame, já que diminuindo a 
manipulação o risco de alterar o resultado do exame também diminui. Este tipo de coleta é o 
mais recomendado. Ao puncionar a veia do paciente o sangue flui continuamente para o tubo de 
coleta a vácuo, sendo que o tubo já está preparado para o recebimento da quantidade específica 
de sangue e com os anticoagulantes necessários. 
 
 
FIGURA 16 – COLETA DE SANGUE A VÁCUO 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene4.htm>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
Nas coletas de sangue a vácuo o bisel da agulha deve estar voltado para cima, 
perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, impedindo com isso que o sangue 
se choque na parede do bisel e faça hemólise e evitando o refluxo do tubo para a veia. Introduzir 
mais ou menos um centímetro da agulha na veia do paciente. Após a penetração da agulha de 
coleta múltipla de sangue inserir o primeiro tubo a vácuo, no momento em que o sangue 
 
 
44 
 
começar a fluir para dentro do tubo, retirar o garrote do paciente e solicitar para que o mesmo 
abra a mão; realizar a troca dos tubos conforme a solicitação dos exames, sendo que após a 
retirada de cada tubo de coleta com sangue realizar imediatamente a homegeinização pela 
inversão 5 a 10 vezes. Após a coleta de sangue no último tubo, retirar a agulha e descartá-la 
conforme normas de descarte de perfurocortantes. 
 
 Coleta de sangue com seringa e agulha: ainda é largamente utilizada 
principalmente pela disponibilidade do material, entretanto traz riscos na manipulação do 
sangue pelo profissional, já que após a coleta o sangue deve ser transferido para o tubo de 
coleta; é considerado um sistema aberto para coleta de sangue. É necessário que o profissional 
obedeça as normas de descartes com materiais perfurocortantes. Institui-se que as seringas e 
agulhas utilizadas possuam um dispositivo de segurança (NR32) e para coleta de sangue 
adicionalmente um dispositivo de transferência, o que torna desnecessário a abertura do tubo 
de coleta já que com odispositivo o sangue é transferido diretamente da seringa para o tubo. 
 
 
 FIGURA 17 – COLETA DE SANGUE COM SERINGA E AGULHA 
 
FONTE: Disponível em <http://www.bd.com/scripts/resource.aspx?IDX=3209>. 
Acesso em: 28 dez. 2009. 
 
 
 
45 
 
Nas coletas de sangue com agulha e seringa o bisel da agulha deve estar voltado para 
cima, perfurando a veia com a agulha em ângulo de 30º ou menos, introduzir a agulha mais ou 
menos um centímetro na veia do paciente. Após a punção no momento em que o sangue 
começar a fluir para a seringa, retirar o garrote do paciente. Aspirar o sangue conforme a 
quantidade descrita nas etiquetas dos tubos. Retirar a agulha da veia do paciente e, nas 
seringas com dispositivo de segurança, ativá-lo. 
Conectar a seringa ao dispositivo de transferência da amostra e introduzir os tubos a 
vácuo aguardando fluir o sangue e realizando as trocas dos tubos conforme a necessidade. 
Homogeneizar o conteúdo dos tubos imediatamente após a coleta de 5 a 10 vezes pela 
inversão. Descartar o dispositivo de transferência e a seringa. Na coleta de sangue venoso com 
seringa e agulha realizar sempre a verificação se a agulha e seringa estão bem adaptadas para 
evitar a formação de espuma; não puxar o êmbolo com muita força. 
Após a coleta com seringa e agulha descartar a agulha e passar o sangue para o tubo 
de coleta, tendo o cuidado para não encostar a seringa nos anticoagulantes, deslizando o 
sangue na parede do tubo cuidadosamente. Não é recomendado espetar a agulha nas 
borrachas dos tubos para transferência do sangue, pois a pressão positiva pode ocasionar a 
hemólise e quebra do equipamento. 
 
 Coleta de sangue em cateter de infusão: não é recomendada a coleta de sangue 
em cateteres de infusão pela probabilidade de erro no resultado do exame, entretanto, quando 
não há alternativa é necessário que o profissional que realiza a coleta mantenha os seguintes 
cuidados: comunicar ao médico assistente do paciente a forma com que a coleta será realizada, 
notificar ao laboratório que a coleta foi feita a partir do cateter de infusão, registrando qual a 
substância que o paciente está recebendo no referido cateter, desprezar uma quantidade de 
amostra antes de colocá-la no tubo de coleta. Geralmente o volume a ser desprezado equivale a 
duas vezes o volume do espaço morto do cateter (nos casos de cateteres preservados com 
heparina é necessário desprezar 5,0 ml de sangue antes ou seis vezes o volume do cateter). No 
momento da coleta ter certeza de que o fluxo de infusão está parado, fazer assepsia rigorosa do 
cateter, lavá-lo com solução salina isotônica conforme o volume do mesmo, desprezar os 
primeiros 5 ml de sangue (aspirando com seringa), conectar a seringa ou adaptador de coleta a 
 
 
46 
 
vácuo no cateter e proceder à coleta, ao término, retirá-los e realizar a assepsia do cateter. O 
profissional habilitado deve reiniciar a infusão; registrar o local onde a coleta foi feita. 
 
 Outras considerações sobre coleta de sangue: as fístulas arteriovenosas não 
devem ser utilizadas para coleta de sangue e o membro que possui a fístula deve ser 
preservado. Quando o paciente não possui acesso venoso é necessário que esteja disponível a 
coleta de sangue capilar. Nos casos de pacientes recebendo transfusão de sangue não é 
recomendada a coleta no braço que recebeu o sangue, devido à probabilidade de erro na análise 
da amostra. 
 
 Pós-Coleta: imediatamente após as coletas de sangue homogeneizar o sangue no 
tubo de coleta de 5 a 10 vezes, conforme a indicação do fabricante, por meio da inversão (uma 
inversão equivale a virar o tubo todo para baixo e após retornar à posição inicial), não chacoalhar 
o tubo. Não deixar o sangue em contato direto com o gelo quando a amostra exige refrigeração. 
Evitar sempre a transferência de um tubo para outro. 
Em ambos os casos, tanto na coleta de sangue a vácuo como na coleta com seringa e 
agulha, após a retirada da agulha da veia realizar compressão com algodão ou gaze seca por 
um a dois minutos e realizar curativo oclusivo no local da punção; orientar ao paciente que não 
dobre o braço, não carregue peso ou bolsa no braço que foi puncionado por pelo menos uma 
hora e não manter a manga da roupa dobrada. Certificar-se das condições do paciente para 
locomover-se sozinho e entregar comprovante para retirada do resultado. Colocar as amostras 
em local conforme a rotina ou encaminhá-las para processamento imediato. 
Como foi descrito anteriormente, a principal amostra para realização de exames 
laboratoriais é o sangue. Contudo, após a coleta do sangue e dependendo da requisição do 
solicitante a amostra pode ser analisada mediante o sangue total, o plasma ou o soro. Segundo 
a SBPC/ML (2009), para obtenção do soro para análise é necessário que após a coleta o sangue 
colhido seja colocado em tubo de coleta sem anticoagulante e deixado coagular em temperatura 
ambiente num período de 30 a 60 minutos. Nos casos em que o tubo contenha gel separador 
com ativador de coagulação a espera vai de 30 a 45 minutos, sendo que após este período a 
amostra é centrifugada e há a separação do soro (parte líquida) para análise. 
 
 
 
47 
 
No caso do hemograma, a amostra para análise é do sangue total e o tubo deve conter 
anticoagulante EDTA. Para dosagem de glicose utiliza-se o plasma no tubo de coleta, além do 
que ao EDTA estará acrescido o fluoreto de sódio. O profissional que realiza a coleta do sangue 
deve estar atento para os tubos de coleta que estão identificados e são específicos para cada 
análise requerida, contendo inclusive a quantidade específica de sangue a ser coletado. 
Os tubos de coleta de sangue possuem em sua extremidade uma tampa diferenciada 
pelas cores, estas cores indicam qual o anticoagulante que está dentro do tubo e se há 
anticoagulante. Na coleta, quando o profissional verifica a requisição, já deve estar ciente dos 
tubos que deverá utilizar para a colocação da amostra (sangue). A tabela abaixo exemplifica esta 
questão: 
 
 
TABELA 1 – CORES DOS TUBOS PARA COLOCAÇÃO DAS AMOSTRAS DE SANGUE 
Cor da Tampa Anticoagulante Exemplos de Uso 
Vermelha Nenhum 
Exames que requerem soro. Ex: (bioquímica e 
sorologia). 
Lilás EDTA Hematologia e Tipagem sanguínea. 
Azul-Claro Citrato de Sódio 
Exames de coagulação (TAP, TTPa, 
Fibrinogênio) 
Cinza Fluoreto de Sódio Glicose (impede a glicólise) 
Verde Heparina Alguns exames especiais. 
FONTE: Professora Ângela: Laboratório de Análises Clínicas. Disponível em: 
<http://www.professoraangela.kit.net/tubosdecoletaeanticoagulantes.htm>. Acesso em: 13 dez. 2009. 
 
 
Além das cores das tampas dos frascos de coleta a vácuo citadas na tabela acima e as 
respectivas substâncias em seu interior existem os tubos com tampa preta, que contêm citrato 
trissódico, utilizados para coleta e transporte de sangue venoso para testes de 
hemossedimentação (VHS). Os tubos com tampa amarela com solução de ácido citrato dextrose 
 
 
48 
 
(ACD), utilizados para teste de tipagem sanguínea ou preservação celular, tubos com tampa 
rosa para provas de compatibilidade cruzada em duas versões, com ativador de coágulo (com 
soro) ou com EDAT (sangue total) e tubo com tampa royal em três versões (sem aditivo, com 
heparina ou ativador de coágulo), utilizados para testar traços de elementos metálicos. 
Outra questão importante que deve ser observada pelo profissional que realiza a coleta 
é a sequência de uso dos tubos de coleta nos casos de coleta de sangue a vácuo. Como este 
sistema de coleta de sangue é fechado, após a realização da punção o sangue vai fluindo para 
dentro dos tubos e o profissional deverá realizar as trocas dos tubos de coleta conforme a 
solicitação dos exames, observando qual será o tubo adequado segundo a presença do 
anticoagulante. 
Diante disso a SBPC/ML (2009) instrui a seguinte sequência para coleta de sangue 
com tubos

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