Buscar

queda em idosos

Prévia do material em texto

Queda em idosos 
IDENTIFICAR OS FATORES DE RISCO PARA QUEDAS EM IDOSOS 
→ A queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em 
tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais, comprometendo a estabilidade; 
→ As quedas podem estar associadas a várias causas, tais como: 
∟ Falta de equilíbrio; 
∟ Riscos ambientais; 
∟ Medicações; 
→ Falta de equilíbrio 
∟ O EQUILÍBRIO é a capacidade de se manter numa posição sobre sua base de apoio (estacionária ou móvel); 
∟ O equilíbrio depende de 3 componentes, que passam por várias alterações durante o processo de envelhecimento: 
• SENSORIAL – Sistemas visual, vestibular e somatossensorial 
➢ Sistema visual – fornece informações sobre o ambiente. Com o envelhecimento, a visão tende a ficar mais 
prejudicada, fornecendo informações reduzidas ou distorcidas; Dessa forma, com o envelhecimento, a pessoa 
tende a perder a capacidade de detectar informações do ambiente, levando a instabilidade postura e aumentando 
o risco de queda. 
➢ Sistema vestibular – fornece informações sobre os movimentos da cabeça, além disso, é composto por 
neurônios que têm influencia direta sobre os neurônios motores da medula, os quais, pela ativação de alguns 
músculos, influenciam na questão do equilíbrio; Com o envelhecimento, esses neurônios vão diminuindo, tanto 
em tamanho quanto em quantidade; Assim, essas perdas vestibulares acabam gerando oscilações em excesso, 
facilitando a ocorrência de quedas pela falta de equilíbrio. 
➢ Sistema somatossensorial – fornece informações relacionadas ao contato e à posição do corpo pelos receptores 
cutâneos, musculares e articulares; Com o envelhecimento, esses receptores são alterados e as informações 
acabam sendo reduzidas, tendo como consequência limitações na sensibilidade tátil, na capacidade de detectar 
o movimento dos membros e de perceber o movimento ou posição articular, facilitando, assim, a ocorrência de 
quedas. (p.e. – caiu do nada, sem tropeçar ou escorregar) 
• PROCESSAMENTO CENTRAL 
• EFETOR – aparelho biomecânico através do qual se expressa a resposta programada 
➢ ADM, torque e força muscular, alinhamento postural, flexibilidade e resistência; 
➢ A força muscular é necessária para a performance ajustada das atividades de vida diária. A diminuição da potência 
muscular influencia a reação postural a perturbações externas, resultando em diminuição do equilíbrio e, 
consequentemente, em queda. 
∟ Todos esses fatores afetam o equilíbrio e facilitam a ocorrência de quedas nos idosos; 
→ Riscos ambientais 
∟ Ambiente Domiciliar: 
• Piso escorregadio; 
• Falta de barras de apoio; 
• Prateleiras muito altas; 
• Assentos sanitários muito baixos (dificultam quando vai levantar); 
• Calçados inapropriados; 
• Iluminação inadequada dos ambientes; 
• Objetos e fios espalhados pela casa / tapetes; 
∟ Ambiente Externo: 
• Escadarias altas e/ou sem corrimão; 
• Calçadas esburacadas e/ou desniveladas, dificultando a circulação pelas ruas; 
→ Medicações 
∟ Drogas psicotrópicas aumentam o risco de queda; 
• Hipnóticos; Antidepressivos; Antipsicóticos – efeitos aumentam com a idade e a dose 
∟ Ray e Griffin – análise de estudo epidemiológico de associações entre idades, sintomas causados por drogas e quedas; 
• As pessoas mais idosas, tanto no ambiente hospitalar como nos comunitários ou domiciliares, sofrem mais 
frequentemente quedas e tonturas, hipotensão postural, comprometimento psicomotor e eventos associados à 
medicação 
Causas mais importantes 
→ A maioria das quedas ocorre durante as atividades rotineiras dos idosos e gera o medo de cair novamente; 
→ Conforme a idade avança, aumenta a incidência de quedas. Tal relação explica-se pelos efeitos cumulativos das alterações 
relacionadas à idade, as doenças e ao meio ambiente inadequado. 
→ Com envelhecimento, ocorrem perdas de células musculares e elasticidade dos tecidos diminuição da massa óssea alterações 
posturais e redução da mobilidade articular, sistemas esses responsáveis pela mobilidade do corpo. Portanto, a degradação desses 
componentes parece predispor o idoso a uma maior incidência de queda. 
→ A fraqueza muscular dos idosos hospitalizados estabelece uma relação bidirecional com suas perdas funcionais, dependência de 
cuidadores, sedentarismo e aceleração do envelhecimento fisiológico. 
→ Fatores de risco intrínsecos e extrínsecos para as quedas 
∟ Os fatores intrínsecos englobam as alterações visuais, alterações cognitivas, alterações musculoesqueléticas, déficit 
vitamínico, patologia cardiovascular, deformidades nos pés e comorbidades que o idoso apresenta, como diabetes mellitus 
ou depressão. 
∟ Os fatores extrínsecos abrangem as características do meio envolvente e o uso de calçado inadequado. 
→ FATORES DE RISCO gerais: 
∟ Idade avançada (80+); 
∟ Sexo feminino; 
∟ História prévia de quedas (possível medo) 
∟ Imobilidade; 
∟ Sedentarismo / baixa aptidão física; 
∟ Fraqueza muscular; 
∟ Equilíbrio diminuído; 
∟ Marcha lenta (passos mais curtos); 
∟ Condições neurológicas; 
∟ Medicações; 
∟ Comportamentos de risco; 
∟ Ambientes não seguros; 
Referências: Livro Fisioterapia Geriátrica: a prática da assistência ao idoso; Livro Tratado de Geriatria e Gerontologia 
COMPREENDER A ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA PREVENÇÃO DE QUEDAS 
→ Durante o envelhecimento, a capacidade de funcionamento do organismo humano tende a diminuir natural e fisiologicamente. 
∟ Assim, diversos fatores podem adiantar ou atrasar esse processo, essas alterações fisiológicas. 
• Genética – Determinante interno 
• Estilo de vida e ambiente em que vive – Determinantes externos 
→ Diversas são as situações que devem ser enfrentadas para minimizar a ocorrência de eventos de quedas, e os enfrentamentos 
devem ser realizados de maneira associada, pois as ações isoladas não surtem um efeito satisfatório; 
→ O papel da família é de extrema importância na questão de prevenção (relações afetivas) 
∟ Relação com a CIF 
→ Para diminuir o risco de queda, é necessário um pequeno treinamento físico diário, o mais aconselhável é frequentar programa 
especiais (no livro usado como referência trazia o Programa de Revitalização Geriátrica); 
∟ PROGRAMA DE REVITALIZAÇÃO GERIÁTRICA: utilização da fisioterapia como recurso preventivo e promocional, aplicada 
com o objetivo de contribuir para a integração das condições de vida com a satisfação pessoal, cuja consequência nada 
mais é do que a melhora na qualidade de vida; 
• Assim, a revitalização geriátrica, além de ser um conjunto de técnicas preventivas e, em alguns casos, reabilitadora, 
torna-se, principalmente, um agente positivo pra manter bons estados das condições de saúde do idoso ou melhorá-
los ainda mais. 
• Inclui exercícios de força e mobilidade, exercícios de marcha, exercícios de coordenação, agilidade e equilíbrio, 
exercícios respiratórios e de relaxamento, além do alongamento e aquecimento. 
• Programa realizado em grupo; 
∟ Devido a certas limitações individuais (sejam físicas ou sociais), muitos idosos não conseguem participar desse tipo de 
programa. Dessa forma, o fisioterapeuta precisa associar exercícios que sejam possíveis de realizar nos domicílios, nas casas 
desses idosos, sempre com a sua orientação e sob a supervisão dos cuidadores (aí entra também a importância da família) 
• CARTILHAS EDUCATIVAS 
→ A funcionalidade está relacionada com boa qualidade de vida na velhice e, atualmente, tem sido usada como um importante 
indicador de saúde. 
→ Considerando que funcionalidade é um termo que abrange todas as funções do corpo, atividades e participação social do 
indivíduo de maneira similar, são metas do fisioterapeuta: 
∟ Promover o adiamento da instalação de incapacidades decorrentes do processo do envelhecimento; 
∟ Tratar as alterações funcionais e motoras provenientes de doenças e problemas associados; e 
∟ Reabilitar o idoso dentro das suas potencialidadese especificidades. 
∟ E, nesse contexto, atuar na atenção à saúde do idoso em todos os âmbitos, desde a promoção até os cuidados de alta 
complexidade. 
→ A atuação profissional pode ser realizada em todos os âmbitos de atenção à saúde, desde a promoção até os cuidados de mais 
alta complexidade. 
→ O fisioterapeuta apresenta um papel de suma importância na prevenção de quedas em idosos através da orientação para a 
realização de atividades físicas, alongamentos, fortalecimento muscular, treino de marcha e equilíbrio, buscando a manutenção 
ou melhoria da capacidade funcional, redução das incapacidades e limitações. Independente se o programa de exercícios é feito 
em grupo ou individualmente, o mesmo promove vários benefícios no controle de quedas; 
∟ A realização do fortalecimento muscular no indivíduo idoso pode potencializar o fator determinante para a melhora da 
independência e da qualidade de vida, além de ser melhor indicador para a prevenção do risco de quedas. O fortalecimento 
muscular leva a melhora da função do idoso, e quando associado a outros exercícios funcionais leva a ganho de equilíbrio. 
∟ A prática regular de exercícios físicos promove melhoras significativas nos aspectos equilíbrio, flexibilidade, funcionalidade e 
aumento da resistência muscular, reduzindo o risco de quedas e consequentemente quebrando o ciclo de quedas. O tipo 
de exercício físico mais eficaz na prevenção das quedas nos idosos é o treino de equilíbrio. Mudanças moderadas a elevadas 
do equilíbrio, após um programa centrado no treino de equilíbrio, conduzem a um significativo efeito protetor na redução 
de quedas. 
∟ Os idosos ficam expostos a vários fatores de risco, principalmente em suas residências. Portanto, é importante a realização 
de ações que diminuam estes fatores. Ações e adaptações recomendadas são: evitar camas muito altas; usar sapatos 
apropriados e dispositivos de apoio para marcha (bengala, andador); não encerar pisos; instalar corrimãos nas escadas e 
rampas; providenciar iluminação adequada para a noite; instalar, no banheiro, vaso sanitário mais alto e barras de apoio 
próximo ao chuveiro e ao vaso sanitário; os tapetes devem ser antiderrapantes; concertar calçadas e degraus quebrados. 
→ Em idosos hospitalizados, o fisioterapeuta pode atuar na mobilização articular, prevenindo possível atrofias pelo longo tempo 
acamado 
→ A cinesioterapia (exercício terapêutico) é o principal recurso utilizado pelos fisioterapeutas para a manutenção da capacidade 
motora e funcional do idoso; 
→ A hidroterapia é eficiente para a melhora do equilíbrio postural para idosos, tanto durante a realização de alguns movimentos 
que simulam atividades funcionais como durante a marcha. 
→ A educação para a saúde, orientações posturais, exercícios físicos globais e específicos, realizados individualmente ou em grupo, 
são medidas primárias da fisioterapia na abordagem do envelhecimento motor. 
→ A abordagem fisioterápica preventiva melhora a capacidade funcional, diminui a prescrição de medicamentos, influenciando na 
qualidade de vida do indivíduo idoso e adiando o período de vida com incapacidade e dependência. 
→ A identificação dos fatores de risco causadores das quedas é uma importante estratégia para estabelecer programas de 
prevenção das mesmas. 
∟ Um ambiente pode ser considerado ideal para o idoso quando oferece segurança, facilita o desenvolvimento da sua 
funcionalidade, proporciona a estimulação cognitiva, facilita a mobilidade e a interação social, favorece a adaptação às 
mudanças sendo aconchegante e familiar para o idoso; 
∟ É importante ressaltar que as mudanças realizadas no domicílio devem ser realizadas com a autorização do idoso, pois sua 
casa e seus objetos possuem uma memória afetiva e qualquer alteração irá necessitar de uma reorganização interior para 
fornecer maior segurança; 
→ Ao tratar uma consequência decorrente da queda, o profissional precisa direcionar seu olhar não apenas para as sequelas físicas, 
mas também, para o quanto a queda pode interferir nas atividades cotidianas do idoso. 
Referências: Livro Fisioterapia Geriátrica: a prática da assistência ao idoso; Livro Tratado de Geriatria e Gerontologia

Continue navegando