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UNIVERSIDADE TIRADENTES – UNIT CURSO DE ENFERMAGEM Ética, Bioética e Legislação de Enfermagem Unidade I Leticia Luiza Andrade Da Silva Aracaju/SE 2022 Leticia Luiza Andrade Da Silva Medida de Eficiência I Unidade Medida de eficiência I apresentada à disciplina de Ética, Bioética e Legislação de Enfermagem do curso de Enfermagem da Universidade Tiradentes como requisito parcial para obtenção de nota da I unidade. Orientador: Lenilson Santos da Trindade Aracaju/SE 2022 Contextualização Auxiliar suspeita de trocar soro por vaselina dá detalhes do atendimento Stephanie Teixeira, de 12 anos, morreu ao ter vaselina injetada na veia. Ela tinha ido a hospital de SP para se tratar de uma virose. A auxiliar de enfermagem de 26 anos suspeita de injetar vaselina em vez de soro na veia de Stephanie Teixeira, de 12 anos, contou ao "Fantástico" detalhes sobre a troca que resultou na morte da menina, na madrugada do dia 4 de dezembro. “Esse instante de que eu olhei pra garrafa, mas não vi, esse momento que meu cérebro desligou, esse instante eu não tenho como fugir, como escapar”, disse. “Tudo o que eu tinha, tudo o que eu sempre amei na minha vida acabou. Acabou tudo”. Pela primeira vez, a auxiliar de enfermagem falou diante das câmeras sobre o erro que marcou sua vida para sempre. Ela só aceitou dar entrevista com a condição de que seu rosto não fosse mostrado por inteiro e relembrou os acontecimentos do dia 3 de dezembro, quando Stephanie deu entrada no Hospital Municipal São Luiz Gonzaga, na Zona Norte de São Paulo. A auxiliar conta que trabalhava no hospital havia um ano e meio. Naquele dia, ela estava escalada para o turno da tarde. “Cheguei lá, peguei plantão, como de costume. Por volta das três horas [da tarde], a Stephanie deu entrada”, lembra. A menina tinha sintomas de virose, como mal-estar e vômitos. “A enfermeira decidiu levar ela direto para a sala de hidratação, que é onde eu fico, para que as doutoras fossem atender ela direto lá”, diz a auxiliar. No depoimento à polícia, ela informou que foram receitados dois litros de soro, com remédios e glicose. Stephanie começou a receber a medicação e, segundo a auxiliar, logo pareceu mais bem disposta. “Ela já estava mais corada, brincando. Eu até fui lá, conversei com ela um momento, brinquei com ela”. A auxiliar notou que precisava buscar mais soro, para a terceira e última dose, e se dirigiu a uma espécie de depósito. Lá, de acordo com a auxiliar, havia um grande armário com três divisões. Numa ponta, roupas de cama. Na outra, seringas e máscaras. “E a parte do meio é só soro. Sempre teve só soro”, afirma. “Então, eu agachei. Esse soro estava na última prateleira. Enfiei a mão dentro do armário, peguei duas garrafas que estavam uma do lado da outra, voltei para a sala de hidratação, que é onde a menina estava”. As garrafas a que auxiliar de enfermagem se refere são praticamente idênticas. “Fui colocar as garrafas em cima da mesa. Eu olhei uma garrafa e vi: ‘solução de reparação’, que é o soro. E na outra eu olhei, mas eu não vi. Eu acreditei, eu jurava de pés juntos que as duas garrafas se tratavam da mesma coisa. De soro”. Enquanto colocava a garrafa no suporte, a auxiliar diz que uma colega entrou na sala e puxou conversa “para falar de outras crianças que iam ter que entrar para ser atendidas”. A substância começou a ser injetada em Stephanie. “E saí para atender as outras crianças, outras coisas, um monte de coisa que precisa ser feita”. Cerca de meia hora depois, segundo ela, a mãe de Stephanie disse que a filha não estava se sentindo bem. "Ela disse: ’Mãe, minha boca está formigando. Minha garganta está formigando’", relata Rosiani Mércia Teixeira, mãe de Stephanie. A auxiliar conta que correu para ver a menina. “Falei: ‘O que você está sentindo?’. Ela falou: ‘Não sei’. Mas aí eu comecei a perceber que ela não estava bem mesmo, então, eu saí para chamar a enfermeira e o médico”. O médico veio e Stephanie teve uma crise. “A boca entortando, o olho virando, ela fechava a mão”, lembra a mãe de Stephanie. “O doutor questionou então a medicação que estava correndo. Eu olhei e falei:” solução de reparação”. Pelo aspecto da garrafa, a gente já conhece”. Uma colega da auxiliar checou o rótulo da garrafa. “Aí, ela falou o que era para mim e pro doutor. Era vaselina. Aí, eu já entrei em desespero. Falei: ‘Impossível’”, diz a mulher. Stephanie foi levada para a UTI do São Luís Gonzaga e, mais tarde, transferida para a Santa Casa de São Paulo. Pouco depois de meia-noite, relembra a mãe da garota, chegou a notícia: “Eu escutei a minha filha gritar: Então, a minha pressão já baixou. Falei: ‘Aconteceu alguma coisa com a minha filha, meu Deus’. Aí me falaram: ‘A sua filha faleceu’. E, aí, o mundo acabou”, conta Rosiani. A vaselina que a auxiliar pegou por engano estava sendo usada no tratamento de uma criança com queimaduras. O líquido oleoso não se mistura com o sangue e causa embolia, ou seja, o entupimento de veias e artérias, comprometendo órgãos vitais. A auxiliar de enfermagem diz que nunca tinha visto vaselina naquele recipiente. “Durante todo o tempo que eu trabalhei lá, eu só tinha visto soro naquela garrafa. Nunca tinha visto outra coisa, medicação, nada”. Ela diz que não tem ideia de quem guardou a vaselina no lugar errado. Etapa 01: Princípio de enfermagem infringido pela auxiliar de enfermagem. O princípio que foi claramente infringido pela auxiliar de enfermagem foi o de não- maleficência, pois o princípio se baseia na ideia de que nenhum mal deve ser feito ao outro. Assim, não é permitida nenhuma ação que consista em malefício intencional a cobaias ou a pacientes. De acordo com o trecho da reportagem ‘’Eu olhei uma garrafa e vi: ‘solução de reparação’, que é o soro. E na outra eu olhei, mas eu não vi.’’ Houve uma falta de atenção da profissional em relação a checar se a medicação estava correta, consequentemente na hora da administração do medicamento foi aplicado de maneira errônea já que ela aplicou vaselina, o que acarretou danos irreparáveis que levaram a morte da paciente. Etapa 02: Definição da profissão auxiliar de enfermagem e atividades previstas para esta categoria. Art. 13. O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo- lhe especialmente: • O auxiliar de enfermagem exerce funções como observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; executar ações de tratamento simples; e prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente, conforme é descrito na Lei. Art. 15. As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta lei, quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro. Etapa 03: Artigos do novo código de ética, que tenham sido infringidos pela auxiliar de enfermagem. • Art. 38 Prestar informações escritas e/ou verbais, completas e fidedignas, necessárias à continuidade da assistência e segurança do paciente • Art. 45 Prestar assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. • Art. 51 Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independentemente de ter sido praticada individual ou em equipe, por imperícia, imprudência ou negligência, desde que tenha participação e/ou conhecimento prévio do fato. • Art. 78 Administrar medicamentos sem conhecer indicação, ação da droga, via de administração e potenciais riscos, respeitados os graus deformação do profissional. Penalidade prevista para cada artigo listado anteriormente: • Art. 115 A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 38, 51 e 78. • Art. 116 A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 38, 45, 51 e 78. • Art. 117 A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 45, 51 e 78. • Art. 118 A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 45, 51 e 78. • Art. 119 A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido no artigo: 45. Referências: AVA GRUPO TIRADENTES. Ética e Bioética. Disponível em: https://unit.grupoa.education/sagah/object/default/18592428. Acesso em: 28 fev. 2022. AVA GRUPO TIRADENTES. Lei do exercício profissional. Disponível em: https://unit.grupoa.education/sagah/object/default/18592428. Acesso em: 28 fev. 2022. COFEN GOV.BR. RESOLUÇÃO COFEN Nº 564/2017. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html. Acesso em: 28 fev. 2022.
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