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Questões Éticas A responsabilidade ética ultrapassa a capacidade e a competência técnica do fazer em saúde. Queremos ir além e acreditar que é possível recuperar o significado de palavras como respeito e solidariedade, que dão dignidade às nossas ações. Quando escolhemos trabalhar na área da saúde, escolhemos nos aproximar de outros seres humanos, em todos os sentidos, de um jeito que não acontece em nenhuma outra atividade profissional. Mesmo que não estejamos pensando nisso a cada instante, nosso trabalho está todo o tempo submetido às tensões causadas entre o que o usuário espera, e o que os serviços de saúde são capazes de oferecer. É verdade que, muitas vezes, o trabalho é em instituições onde faltam equipamentos e materiais considerados básicos para o desenvolvimento das atividades. Por vezes, os profissionais são obrigados a realizar o trabalho de uma maneira diferente da que desejaríamos. Frequentemente são excluídos das decisões, ou nem mesmo sabem que podem participar das definições sobre o seu trabalho. São comuns nas instituições normas e regras rígidas, que de tão impositivas bloqueiam qualquer iniciativa mais criativa do profissional. o Podem ser esses os fatores que os oprimem, determinando neles um afastamento, isto é, certa insensibilidade em relação às suas ações o que é claro, reflete no trato com o cliente. Chamamos a atenção para o fato de que o trabalho em saúde se realiza por meio do ouvir, do olhar e do tocar. Na equipe de saúde, a especificidade do trabalho faz com que os profissionais de enfermagem fiquem, com mais frequência, mais próximos das dores e feridas dos seres humanos que buscam alívio por meio de nossos serviços. Se entendermos que faz parte de nosso papel acolher, ficará fácil entender que a acolhida se realiza ou não, através da maneira como escutamos, olhamos e tocamos. Vamos pensar nas pessoas que chegam até nós são indivíduos que podem estar doentes nos hospitais, ambulatórios ou em casa. Podem, ainda, estar em fase de recuperação ou reabilitação. Por vezes, são doentes terminais querendo conforto. Podem desejar a prevenção de doenças, ou estar buscando informações sobre saúde. Nós, profissionais de saúde, convivemos com pessoas que têm valores morais diferentes dos nossos, isto é, pensam e agem de forma diferente da nossa; no entanto, isso não pode nem deve definir nossa forma de atendimento às pessoas. Estamos nos serviços com o propósito de realizar ações de saúde em benefício de quem nos procura e, portanto, não nos cabe (nem a ninguém) julgar seus atos. Cada um desses pacientes está fragilizado e submetido às normas dos serviços que nós, profissionais de saúde, estamos impondo. Certamente, não gostam do que ouvem; no entanto, muitas vezes não reagem ou permanecem passivas uma vez que, na situação, sentem-se desiguais, inferiorizados. A clientela a que fazemos referência corresponde, em geral, à parcela da população desvalorizada socialmente. E nós, dentro dos serviços de saúde, muitas vezes sem perceber, contribuímos para reforçar sua desvalorização. Crenças e valores religiosos dos pacientes devem ser respeitados no ato da assistência de enfermagem humanizada. A crença religiosa sempre foi uma grande aliada na recuperação dos enfermos. No processo saúde e doença, a fé de cada um tem seu valor, e devemos nós, profissionais de enfermagem, respeitar este direito do paciente. Não é a função, quanto profissional de enfermagem discutir valores religiosos com os pacientes e sim um dever, respeitarmos, acolhermos e assistirmos dentro dos seus valores espirituais. Assim estaremos construindo, uma relação de acolhimento e ajuda, contribuindo para assistência humanizada. O hospital ou qualquer equipe passa a ter uma sociedade composta por várias pessoas com diferentes valores culturais e morais que, todavia, guardam entre si uma linha divisória definida e previamente estabelecida, qual seja o contexto daqueles que tratam e dos que são tratados. O trabalho em equipe precisa ser entendido como um trabalho de parcerias. Numa equipe, todos têm uma função importante que será realizada da melhor forma possível, na medida em que os profissionais estejam integrados. Mas, as perguntas que ficam são: como fazer para que a integração aconteça e como manter uma convivência pacífica e harmoniosa com tamanha diversidade de valores coexistindo no mesmo espaço físico? A resposta está no diálogo e comunicação, que mesmo não sendo sempre harmonioso, são necessários para atingir eficazmente o objetivo comum. Assim como a tolerância e o respeito são essenciais para o convívio harmônico entre profissionais de saúde e seus clientes, atitudes éticas e responsáveis são primordiais para se estabelecer uma parceria baseada na honestidade e no respeito. É importante que cada um reconheça seus limites e os limites da atuação profissional dos membros de uma equipe, a fim de se aperfeiçoar, cada vez mais, naquilo que sabe e que foi preparado para realizar. A comunicação das ações de enfermagem é essencial para a avaliação dos cuidados prestados ao paciente. Para que ocorra uma comunicação eficaz é necessário que o profissional tenha capacidade de interagir com pacientes, Interagir com outros profissionais, interesse pelo registro de suas ações junto ao paciente, empenho no seu desenvolvimento pessoal, na arte de comunicar de forma verbal (oral e escrita) e não verbal A comunicação é um processo de interação no qual as pessoas compartilham mensagens, ideias, sentimentos e emoções, o que pode influenciar os comportamentos das mesmas que, por sua vez, reagirão a partir das crenças, valores, história de vida e cultura. Esta pode ser realizada consciente ou inconscientemente de forma verbal e ou não verbal. Elementos da comunicação: o emissor, o receptor, a mensagem, o canal, o contexto e o feed back. O emissor é aquele que emite a mensagem (ideias, sentimentos, etc.). O receptor é a pessoa que recebe e decodifica a mensagem. A mensagem é algo que pensamos e desejamos compartilhar com o outro, portanto é fundamental atentar para a forma e o conteúdo da mensagem. O conteúdo deve ser pensado antes de emitir uma mensagem . Formas da mensagem: Linguagem verbal => se refere às palavras faladas ou escritas Linguagem não verbal e simbólica => inclui os gestos, o silêncio, as expressões faciais, a postura corporal e até os objetos e adornos que usamos Os canais de comunicação => são os meios através dos quais se recebe ou transmite as mensagens, ou seja, através dos sentidos: visão, audição, tato, paladar e olfato. Contexto => é o local onde ocorre a interação. Pode interferir positivamente ou negativamente para o sucesso da comunicação. Feed-back => refere ao retorno da mensagem por parte do receptor. É uma ferramenta importante, pois pode evitar erros de interpretação durante a comunicação.
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