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ESSENCIALIDADES PARA O CRISTÃO CATÓLICO (Tradição, Sagradas Escrituras e Magistério) Santo Ambrósio e Santo Agostinho INTRODUÇÃO A princípio serão vinte e seis aulas, sendo duas aulas semanais de pelo menos 1 hora e 30 minutos. Antes de mais nada, quero desejar boas-vindas a cada um dos que se propuseram participar e contribuir com esse projeto. Há muito tempo venho percebendo a necessidade de sermos formados acerca da fé católica e o modo de vivencia-la no dia-dia. O Curso de “Essencialidades para o Cristão Católico” é constituído e estruturado pelo Catecismo da Igreja Católica, Sagradas Escrituras, orientado sob o aspecto da Tradição e do Magistério da Igreja, bem como pela opinião e publicações dos mais abalizados teólogos e pensadores da Igreja. A meta é oferecer ao aluno uma formação densa, completa e adequada do Depósito da Fé confiado à Igreja Católica por Nosso Senhor Jesus Cristo e que está sinteticamente no Catecismo. OBJETIVO O objetivo é transmitir uma linguagem clara, didática, objetiva e analítica dos temas propostos, afim de que ao final do curso o aluno tenha condições de buscar conhecimentos aprofundados dos temas, e consequentemente transmiti-lo em seu convívio. Os temas e assuntos basicamente serão: Santa Missa: O que é a Missa? Como surgiu? A Missa na História humana pós ascensão de Jesus; A Missa como preceito dominical; A Missa parte por parte nos seus principais ritos, “Ordinário e extraordinário” Tempos Litúrgicos; Símbolos e significados dentro da liturgia; Como devo me portar na Santa Missa? Sacramentos: Batismo; Eucaristia; Crisma; Confissão ou reconciliação; Matrimônio; Ordem; Unção dos enfermos. Virgem Maria: Maria na história salvífica; Maria mãe de Deus; Dogmas marianos; Maria Virgem e Santa; Devoção Mariana x Protestantismo; Títulos Marianos; Maria de Gênesis a apocalipse. Pecado: Pecado mortal x pecado venial; As consequências do pecado; Céu x Inferno; Se morro em pecado mortal, tenho a salvação? A misericórdia de Deus; Os projetos do inferno pelo reinado na terra passando pelo pecado do homem; Deus e o pecador; Como fugir do pecado e como não torna-lo uma rotina. Por que sou católico? Reforma protestante? As 3 grandes frentes do demônio para destruir a igreja; Igreja Católica Apostólica Romana como único meio de Salvação do Homem; Igreja, coluna e sustentáculo da verdade. Para iniciarmos o nosso curso, vamos começar pelo assunto e oração mais importante da Igreja Católica, a Santa Missa. O QUE É A SANTA MISSA? Santo Inácio de Antioquia (†102), bispo e mártir, disse sobre a Eucaristia: “Esforçai-vos, portanto, por vos reunir mais frequentemente, para celebrar a Eucaristia de Deus e o seu louvor. Pois quando realizais frequentes reuniões, são aniquiladas as forças de Satanás e se desfaz seu malefício por vossa união na fé. Nada há melhor do que a paz, pela qual cessa a guerra das potências celestes e terrestres. ” (Carta aos Efésios) Todo aquele que nasceu veio ao mundo para morrer. A morte foi um triste ponto final para a vida de Sócrates, mas foi uma coroa para a vida de Cristo. Ele próprio nos disse que veio “para dar a Sua vida pela redenção de muitos”. Ninguém poderia tirá-la, mas Ele podia dá-la voluntariamente. Se, portanto, a morte foi o principal momento para o qual Cristo viveu, ela foi também a única coisa pela qual Ele quis ser lembrado. Jesus não pediu aos homens que registrassem as Suas palavras numa Escritura, nem tão pouco que a Sua bondade para com os pobres ficasse gravada na história; mas pediu que os homens recordassem a Sua morte. Para que essa memória não fosse entregue ao acaso das narrativas humanas, Ele próprio instituiu a maneira como devia ser lembrada. A Igreja que Cristo fundou, não só preservou a palavra que Ele proferiu como ainda o ato que praticou, no qual nós recordamos a Sua morte na Cruz, e que é o Sacrifício da Missa – memória da Última Ceia e prefiguração da Paixão de Jesus. Por esta razão, a Missa é, para nós, o ato culminante da amizade cristã. O púlpito, onde as palavras de Jesus são repetidas, não nos une a Ele; o coro, no qual os suaves sentimentos são cantados, não nos aproxima tanto da Sua Cruz. Um templo sem altar de sacrifício não existiu entre os próprios povos primitivos, e nada significa entre os cristãos. Na Igreja Católica é, pois, o altar, e não o púlpito, ou o coro, ou o órgão, que representa o centro de amizade, pois é ali que se renova a memória da Paixão. O valor do ato não depende daquele que o celebra, mas sim e apenas do Sumo Sacerdote e Vítima, Nosso Senhor Jesus Cristo. O que é importante acentuar é a atitude mental que cada um de nós deve adotar perante a Missa, não encarando o Santo Sacrifício da Cruz como um acontecimento ocorrido há mil e novecentos anos, mas sim como um fato acontecido em todas e cada uma das ocasiões em que a ele assistimos. “A Missa é a oração por excelência. Por isso, faltando à Missa nós estamos cometendo uma falha, pecando, porque é o maior momento de render graças a Deus” Como já retratamos na citação anterior, a Missa é um conjunto de orações e que por si é perfeita, graças à ação de Deus, tanto no sacerdote, quanto no povo. A introdução desta palavra latina Missa, em nosso idioma, para designar a celebração da Eucaristia, veio de um processo que teve seu término entre o fim do século V e o começo do VI. Esta palavra significava despedida no final das reuniões, depois passou a significar todo o conjunto de orações que compunham a celebração e hoje para nós, Missa é a Celebração Eucarística. Podemos dizer que é também uma missão no sentido de que as pessoas ao saírem da Missa, levem às outras, todo este amor presenciado diante do altar: paixão, morte e ressurreição. A Eucaristia que recebemos tem um poder de nos submeter a uma fraterna partilha e caridade com os mais necessitados. A Missa é, portanto, celebrar em comunidade a vitória de Jesus na Cruz, é celebrar a nossa vitória em Cristo e caminharmos rumo à salvação. Enquanto a Missa é o ápice das orações, a Eucaristia é a fonte e ápice de toda vida cristã. Portanto a Oração da Santa Missa se estabelece em torno da Eucaristia. Podemos chamá-la de: Assembleia Eucarística (synaxxis, pronuncie "sináxis"), porque a Eucaristia é celebrada na assembléia dos fiéis, expressão visível da Igreja. (Catecismo da Igreja Católica - CIC. -1329). Ceia do Senhor, pois se trata da ceia que o Senhor fez com seus discípulos na véspera de sua paixão, e da antecipação da ceia das bodas do Cordeiro (Ap. 19, 9) na Jerusalém Celeste. (CIC. -1329). Fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa (Cf. Mt 14, 19), sobretudo por ocasião da última Ceia (Cf. Mt 26, 26). É por este gesto que os discípulos reconheceram o Mestre após a ressurreição (Cf. Lc 24, 13-35), com isso quer dizer que todos comem do único pão partido, Cristo. Todos entram em comunhão com Ele e já não formam senão um só corpo nEle (Cf. 1Cor 11, 17-34). Memorial da Paixão e da Ressurreição do Senhor. (CIC. -1330) Santo Sacrifício, porque atualiza o único sacrifício de Cristo salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também Santo Sacrifício da Missa, "Sacrifício de Louvor” (Hb 13,15), Sacrifício Espiritual (Cf. 1Pd 2, 5), Sacrifício puro (Cf. Ml 1, 11) e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da Antiga Aliança. (CIC. -1330). Santa Missa, porque a liturgia na qual se realizou o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis ("missio": missão, envio) para que cumpram a vontade de Deus em sua vida cotidiana. (CIC. -1332). A Missa é o memorial, pois relembra toda história do povo de Israel que viviaescravizado e que pelas mãos de Deus receberam a salvação. A partir disto eles celebravam uma festa todos os anos em comemoração à sua libertação, esta festa eles a chamavam de Páscoa (Passagem). Mas Cristo atualizou este sentido quando ressuscitou ao terceiro dia, na Páscoa. Ele se entregou como o último cordeiro a ser imolado, e fez isso por cada um de nós. Desde então celebramos a ressurreição de Cristo na Páscoa, festa da libertação do povo do Egito. E pela Missa revivemos todos estes fatos e os atualizamos. A OBRIGAÇÃO DO DOMINGO. “No Domingo e nos outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da Missa; além disso, devem abster-se das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo. Satisfaz ao preceito de participar da Missa quem a assiste em qualquer lugar onde é celebrada em rito católico, no próprio dia de festa ou na tarde do dia anterior (Código de Direito Canônico - CIC, Cân. 1247e 1248). ” “Todos fiéis são obrigados a participar da Eucaristia nos dias de preceito, a não ser por motivos muito sérios (doença, cuidado com bebês) ou se forem dispensados pelo próprio pastor. Aqueles que faltam deliberadamente a esta obrigação, cometem pecados graves. (CIC. – 2181). Não devemos encarar esta obrigação como algo monótono, mas sim com amor a Cristo que nos amou primeiro. ” “Um domingo sem Missa é uma semana sem Deus” (São João Maria Vianey) Muitos se perguntam se devem ir à missa no domingo mesmo sem vontade, por pura obrigação. Para responder a essa pergunta é preciso antes entender como é o funcionamento da alma humana e de como se pode prestar culto a Deus. “Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa que zelo não teríamos em assistir a ela”. O homem é constituído de corpo e de alma e é a alma que deve comandar o corpo, mesmo que os 'sentimentos' do corpo não estejam colaborando. É como um pai que leva o seu filho à missa: a alma é o pai e o corpo é o filho. Ora, o filho esperneia e diz que não quer ir, mas o pai é firme e exerce um ato de vontade sobre o filho. A alma humana possui três áreas: a inteligência, a vontade e a afetividade (sentimentos). Elas devem obedecer a essa hierarquia, deste modo, quando a pessoa sente dificuldade em ir à missa é porque a afetividade está querendo sobrepor-se às demais, porém, a sua inteligência sabe o que é o certo e determina à vontade, ordena à afetividade que vá mesmo assim. Não se trata de hipocrisia. Quando uma parte do indivíduo não quer ir à missa é justamente nesse momento que se vislumbra a oportunidade de mostrar a Deus o quanto a ama, pois uma oração que é feita na luta é uma oração que tem mais valor porque é feita na consolação. Nenhuma das três áreas da alma devem ser excluídas da vida espiritual, mas elas devem obedecer à hierarquia. A inteligência é a área usada para o ato principal da vida espiritual: a oração. A vontade também pertence à vida espiritual e quando é ela quem comanda, a isso se dá o nome de devoção. Finalmente, quando a afetividade (sentimentos) entram na vida espiritual ocorre a consolação. Contudo, mesmo que o indivíduo não receba consolações na vida espiritual, ou seja, quando ele está passando por um período de aridez, de deserto, não deve desanimar, pois esta é a área que está mais em contato com o corpo e, portanto, não é tão sublime. Neste momento, a vontade deve vir em socorro da afetividade e o indivíduo deve perpetrar atos de devoção em que, mesmo não sentindo grande consolação, os gestos concretos de vontade por ele realizados, ajudarão o intelecto, a razão, a parte superior de sua alma a prestar o culto a Deus. Aquele culto referido por São Paulo como logiké latréia, ou seja, uma adoração lógica, do Logos, um culto espiritual em que o indivíduo dobra sua inteligência diante da sabedoria infinita de Deus para pedir a Ele tudo aquilo que convém para a salvação da própria alma e das outras pessoas. BIBLIOGRAFIA “O rito da Missa, suas mudanças ao longo do tempo e sua diversidade. ” https://ocatequista.com.br/historia-da-igreja/item/18377-o-rito-da-missa-suas-mudancas-ao- longo-do-tempo-e-sua-diversidade, acesso em 2021. A Santa Missa: A oração perfeita que agrada a Deus. < file:///C:/Users/Miguel%20Angelo/Desktop/FORMA%C3%87%C3%83O%20CAT%C3%93 LICA%202021/A%20Santa%20Missa_%20Oracao%20perfeita%20que%20agrada%20a%20 Deus%20-%20Tiago%20Lacerda.pdf> acesso em 2021 “O que os Santos disseram da Eucaristia e da Missa” < https://cleofas.com.br/o-que-os-santos- disseram-da-eucaristia-e-da-missa/> acesso em 2021 “Venerável Fulton Sheen: O calvário e a Missa” <file:///C:/Users/Miguel%20Angelo/Desktop/FORMA%C3%87%C3%83O%20CAT%C3%9 3LICA%202021/O%20Calvario%20e%20a%20Missa%20-%20Fulton%20Sheen-1.pdf > A SANTA MISSA PARTE POR PARTE Muito provavelmente, eles se sentaram ao redor de um móvel bem baixinho, que fazia as vezes de mesa. Não havia cadeiras, apenas tapetes e almofadas para que se reclinassem. O formato mais comum desse móvel, na época, era o triclínio, que tinha a forma de “U” Os elementos essenciais da Última Ceia estão presentes em todas as missas, seja qual for o rito, em todos os tempos e lugares. Mas os demais elementos mudam muito, conforme a cultura local, o contexto histórico e as necessidades de cada tempo. Se a liturgia fosse um dogma, nenhuma etapa dela poderia ser alterada ao longo da história. Então, os gestos, orações e palavras da missa se resumiriam estritamente àquilo que Jesus realizou na Santa Ceia. O padre teria que lavar os pés de cada um dos fiéis, teríamos que nos sentar em almofadas, rezar somente em aramaico... mas não é assim! Os gestos e palavras da missa que foram divinamente revelados nunca mudam, pois são como a sua coluna dorsal. Já o restante pode ser alterado pelo papa sempre que ele julgar necessário, pois são elementos de origem humana, não divina. Isso é explicando pelo Papa Pio XII (anterior ao Concílio Vaticano II): “A sagrada liturgia, com efeito, consta de elementos humanos e de elementos divinos. Esses, tendo sido instituídos pelo divino Redentor, não podem, evidentemente, ser mudados pelos homens; aqueles, ao contrário, podem sofrer várias modificações, aprovadas pela hierarquia sagrada, assistida do Espírito Santo, segundo as exigências dos tempos, das coisas e das almas. Disso se origina a estupenda variedade dos ritos orientais e ocidentais... (encíclica Mediator Dei, 45)” Sim! Muitos católicos não sabem, mas a Igreja Católica possui seis grandes ritos, que deram origem a dezenas de “ritos” derivados (mais propriamente chamados de “usos”). Para saber mais sobre essa diversidade de ritos. Eles são: Ritos de Tradição Latina: Rito Romano na forma ordinária – É a liturgia que surgiu após o Concílio Vaticano II (Ordo de Paulo VI). Permite adaptações nas igrejas locais, desde que haja autorização expressa do Vaticano. Rito Romano da forma extraordinária – É a chamada “Missa Tridentina”. Rito estabelecido no Concílio de Trento, consolidando os elementos de vários ritos surgidos no Ocidente desde a Igreja primitiva. Rito Ambrosiano – Vindo da tradição galicana, surgiu no século IV, com Santo Ambrósio, mentor de Santo Agostinho. É utilizado na Arquidiocese de Milão. Curiosidade: a Batina Ambrosiana tem somente cinco botões (simbolizando as chagas de Cristo), e não 33 (símbolo da idade do Senhor), como a dos padres do rito romano. Rito Moçárabe – Era cultivado pelos cristãos árabes que viviam sob o domínio muçulmano em Al Andaluz. Continuou a ser usado pelos cristãos árabes na Espanha após a Reconquista. A partir do século XI, foi praticamente banido do país, ficando restrito a Toledo. Desde 1993, passou a ser autorizado em todo o território espanhol. “Ritos” históricos das ordens religiosas – Não são verdadeiramente ritos, mas sim variações do Rito Romano, de acordo com cada ordem religiosa. Alguns exemplos são: Rito Litúrgico Cartuxo, Rito Litúrgico Cisterciense, Rito Litúrgico Dominicano e Rito Litúrgico Beneditino. Uso Anglicano – É uma forma modificada do rito praticado na Igreja Anglicana, com adaptações oriundas da Missa de Paulo VI. É restrito aos fiéis católicos do Ordinariato Anglicano. O Uso Anglicano começou a ser desenvolvido muito recentemente, durante o papado de Bento XVI. Foi quando um número considerável de clérigos anglicanos, junto com a assembleia de leigos de suas congregações, se converteram à fé católica. OS RITOS DA TRADIÇÃO ORIENTAL Na Antiguidade, o latim era a língua dominante no Ocidente, favorecendo a troca de conhecimentos e a cultura entre os diversos povos. Era o equivalente ao idioma inglês, hoje. Por isso, fazia todo o sentido que o latim fosse a língua universal para os países de tradição cultural latina. Porém, Europa oriental e no Oriente Médio, o latim não era tão relevante. É por isso que Roma permitiu que as igrejas orientais praticassem liturgias diferentes do Rito Latino, inclusive utilizando outras línguas, sem ser o latim. Assim, desde os primórdios do cristianismo, desenvolveram-se os variados ritos das igrejas católicas orientais. Alguns Ritos Orientais são: Rito Alexandrino – Liturgia de São Marcos; Rito Antioqueno – Liturgia de São Tiago; Rito Armênio – Liturgia grega de São Basílio; Rito Caldeu – Derivado do Rito Antioqueno; Rito Bizantino – Derivado das Liturgias de S. Tiago e S. Basílio (entre outras). A hierarquia eclesiástica tem usado sempre desse seu direito em matéria litúrgica, preparando e ordenando o culto divino e enriquecendo-o sempre de novo esplendor e decoro para glória de Deus e vantagem dos féis. Não duvidou, além disto – salva a substância do sacrifício eucarístico e dos sacramentos – em mudar aquilo que não julgava adaptado, em acrescentar o que parecia contribuir melhor para a glória de Jesus Cristo e da augusta Trindade, para instrução e estímulo salutar do povo cristão. (Pio XII, Mediator Dei, 44) “1345. Desde o século II, temos o testemunho de São Justino, mártir, sobre as grandes linhas do desenrolar da celebração eucarística. Permaneceram as mesmas até aos nossos dias, em todas as grandes famílias litúrgicas. Eis o que ele escreve, cerca do ano 155, para explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que fazem os cristãos: ” «No dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que habitam a cidade ou o campo. Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite. Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas. Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» (175) «por nós mesmos [...] e por todos os outros, [...] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e acções, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna. Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros. Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados. Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons. Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama: Ámen. [...] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam aos ausentes» (176). “1346. A liturgia eucarística processa-se em conformidade com uma estrutura fundamental, que se tem conservado através dos séculos até aos nossos dias. Desdobra-se em dois grandes momentos, que formam basicamente uma unidade: – a reunião, a liturgia da Palavra, com as leituras, a homilia e a oração universal; – a liturgia eucarística, com a apresentação do pão e do vinho, a acção de graças consecratória e a comunhão.” Liturgia da Palavra e liturgia eucarística constituem juntas "um só e mesmo acto de culto" (177). Com efeito, a mesa posta para nós na Eucaristia é, ao mesmo tempo, a da Palavra de Deus e a do corpo do Senhor (178). ETAPAS, EXPLICAÇÃO, SIGNIFICADOS, DA SANTA MISSA. "Padre Pio era o modelo de cada padre... Não se podia assistir "à sua Missa", sem que nos tornássemos, quase sem perceber, "participantes" desse drama que se vivia a cada manhã sobre o altar. Crucificado com o Crucificado, o Padre revivia a paixão de Jesus com grande dor, da qual fui testemunha privilegiada, pois lhe ajudava, na missa. Ele nos ensinava que nossa Salvação só se poderia obter se, em primeiro lugar, a cruz fosse plantada na nossa vida. Dizia: "Creio que a Santíssima Eucaristia é o grande meio para aspirar à Santa Perfeição, mas é preciso recebê-La com o desejo e o engajamento de arrancar, do próprio coração, tudo o que desagrada Àquele que queremos ter em nós”. (27 de julho 1917). Pouco depois da minha ordenação sacerdotal, explicou-me ele que, durante a celebração da Eucaristia, era preciso era preciso colocar em paralelo a cronologia da Missa e a da Paixão. Trata-se, antes de tudo, de compreender e de realizar que o Padre no altar é Jesus Cristo. Desde então, Jesus, em seu Padre, revive indefinidamente a mesma Paixão. Ao entrar e sair de uma igreja com um sacrário, procedemos à genuflexão um gesto de adoração a Jesus Eucarístico. Feita pelo comentarista, ao lado do altar. Um convite à Assembleia para participar da Celebração, criando um clima de oração e fé. Solicita que todos, de pé, recebam o celebrante. Canto de entrada. “Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembleia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros” (IGMR n.25). Durante o canto, o padre, os ministros e/ou acólitos dirigem-se ao altar. Durante a missa, todas as músicas fazem parte de cada momento. Através da música participamos da missa cantando. A música não é simplesmente acompanhamento ou trilha musical da celebração: a música é também nossa forma de louvarmos a Deus. Daí a importância da participação de toda assembleia durante os cantos. A procissão. “O povo de Deus é um povo peregrino, que caminha rumo ao coração do Pai. Todas as procissões têm esse sentido: caminho a se percorrer e objetivo a que se quer chegar. ” (Sl 43, 4; ) Do sinal da cruz inicial até o Ofertório, é preciso ir encontrar Jesus no Getsemani, é preciso seguir Jesus na Sua agonia, sofrendo diante deste "mar de lama" do pecado. É preciso unir-se a Jesus em sua dor de ver que a Palavra do Pai, que Ele veio nos trazer, não é recebida pelos homens, nem bem, nem mal. E, a partir desta visão, é preciso escutar as leituras da Missa como sendo dirigidas a nós, pessoalmente. (Ap. 7,3; 14,1) A expressão “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” quer dizer a pessoa, não apenas o “nome”. Iniciamos a Missa colocando nossa vida e toda a nossa ação invocando a Santíssima Trindade. O beijo no altar. Durante a missa, o pão e o vinho são consagrados no altar, ou seja, é no altar que ocorre o mistério eucarístico. O presidente da celebração ao chegar beija o altar, que representa Cristo, em sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar. (Ef. 2, 20) Por incrível que possa parecer, o local mais importante de uma igreja é o altar, pois ao contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário nunca poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.Saudação. O presidente da celebração e a assembleia recordam-se por que estão celebrando a missa. É, sobretudo pela graça de Deus, em resposta ao seu amor. Nenhum motivo particular deve sobrepor-se à gratuidade. Pelo sinal da cruz nos lembramos que pela cruz de Cristo nos aproximamos da Santíssima Trindade. (II Cor 13,11-13; 1,2 e outras cartas de São Paulo). Retirada na sua maioria dos cumprimentos de Paulo, o presidente da celebração e a assembleia se saúdam. O encontro eucarístico é movido unicamente pelo amor de Deus, mas também é encontro com os irmãos. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco! Todos respondem: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! Ato Penitencial “Se estás diante do altar para apresentar a tua oferta e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa tua oferta lá diante do altar. Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, depois volta para apresentares tua oferta. ” (Mt 5,23-24) Convite para cada um olhar para si (reconhecer os próprios pecados e não os dos outros), buscando um arrependimento sincero. Precisamos pedir que Jesus purifique nosso coração para termos parte com ele. A absolvição geral que o padre dá no Ato Penitencial é uma purificação das faltas leves, e realmente nos purificam para participarmos da Ceia do Senhor. Os pecados graves necessitam de uma confissão sacramental. Após saudar a assembleia presente, o sacerdote convida toda assembleia a, em um momento de silêncio, reconhecer-se pecadora e necessitada da misericórdia de Deus. Após o reconhecimento da necessidade da misericórdia divina, o povo a pede em forma de ato de contrição: Confesso a Deus Todo-Poderoso... em forma de diálogo por versículos bíblicos: Tende compaixão de nós... ou em forma de ladainha: Senhor, que viestes salvar... após, segue- se a absolvição do sacerdote. Tal ato pode ser substituído pela aspersão da água, que nos convida a rememorar-nos o nosso compromisso assumido pelo batismo e através do simbolismo da água pedirmos para sermos purificados. Cabe aqui dizer, que o “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente ao ato penitencial. Este se dá após a absolvição do padre e é um canto que clama pela piedade de Deus. Daí ser um erro omiti-lo após o ato penitencial quando este é cantando. (IJo 1,9; Pr 24,16; Sl 6,3; 31,10 Mt 15,22; 27,15; 20,30) “Jesus filho de Dani, tende piedade de mim” Perdão e a Misericórdia de Deus. Ex 32,6; Jn4,2 Hino de Louvor (Glória) É um cântico solene, uma das mais perfeitas formas de louvor à Santíssima Trindade, porque se dirige ao Pai e a Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Vem logo após o Ato Penitencial, porque o perdão de Deus nos faz felizes e agradecidos. Inspirado no canto dos anjos que louvaram a Deus no nascimento de Jesus: “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade. ” (Lc 2,14) O Glória não é cantado (nem recitado) na Quaresma e no Advento, tempos que não são próprios para se expressar alegria. (Ap 15,34: Jo 14,13-14) Coleta Do latim “collígere”, que quer dizer reunir, recolher, coletar. Tem o sentido de reunir, numa só oração, todas as orações da Assembleia. Por isso, começa com o “Oremos um convite aos presentes para que se ponham em oração seguida de uma pausa, para que cada um faça mentalmente a sua oração pessoal. A seguir, o padre eleva as mãos assumindo as intenções dos fiéis e elevando-as a Deus e profere a oração em nome de toda a Igreja. Por fim, todos dizem “Amém” para dizer que a oração do padre também é sua. É uma oração presidencial, feita apenas pelo padre, como representante de Cristo. Todas as orações presidenciais são compostas por: invocação, pedido e conclusão. As orações são dirigidas ao Pai, em nome de Jesus nosso mediador, na unidade do Espírito Santo. Liturgia da palavra - Rm 10,17 A Eucaristia é o “mistério de nossa fé” e a fé vem pela Palavra de Deus (cf. Rm 10,14). Daí a importância da pregação, abrangida pela Liturgia da Palavra. “Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. ” (Mt 4,4) A Palavra de Deus não é para ser apenas “lida”, mas “proclamada” solenemente. “A fé entra pelo ouvido. ” As leituras das missas dominicais variam a cada ano, repetindo-se a cada três anos. São os chamados ANOS A B e C. Em cada ano meditamos o Evangelho segundo Mateus, Marcos e Lucas respectivamente. O Evangelho segundo João intercala-se durante o ano em momentos fortes. Os 3 primeiros Evangelhos fazem como que uma sinopse dos fatos acerca da vida de Jesus são, por isso, chamados de “sinóticos”. O Evangelho escrito por São João focaliza outros fatos e palavras de Jesus, destacando Sua divindade e penetrando mais o Mistério do Filho de Deus. A Liturgia da Palavra é tão importante quanto a Liturgia Eucarística e deve ter um lugar reservado para a proclamação a MESA DA PALAVRA. OBSERVAÇÃO. O Ano Litúrgico começa com o tempo do Advento, quatros semanas antes do Natal, e termina com a Solenidade de Cristo Rei, no ano civil seguinte. A Igreja, para celebrar o Mistério de Cristo presente na Palavra que é proclamada, dividiu as celebrações dominicais ao longo de três anos litúrgicos, chamados de: Ano A, Ano B e Ano C. A Igreja desejou que as leituras bíblicas proclamadas na liturgia dominical voltassem a ser lidas novamente após três anos, e assim se organizou o Ano Litúrgico em 3 ciclos de leituras (Evangelho e demais livros do Antigo e do Novo Testamento). No Ano A lemos o Evangelho de Mateus; no Ano B o Evangelho de Marcos e no Ano C, o Evangelho de Lucas. O Evangelho de João é reservado para ocasiões especiais, principalmente festas e solenidades. Assim, nas celebrações dominicais são proclamados textos que falam do anúncio do Messias, da encarnação, da sua vida pública (missão), do anúncio do Reino, dos sinais que Jesus realizou, do chamado dos discípulos, etc., até culminar com sua morte e ressurreição e assim se chegar à esperança da construção do Reino de Deus: a Parusia, com a solenidade de Cristo Rei do Universo. A divisão dos Anos Litúrgicos em A, B e C foi determinada a partir da comparação que o Ano 1 seria o Ano A, o Ano 2 o B e o Ano 3 o C e os anos 6, 9 e 12 novamente o Ano C. Então, o ano em que a soma dos algarismos for um número múltiplo de 3 é o Ano Litúrgico do Ciclo C. Por exemplo 2019 (2+0+1+9=12, que é múltiplo de 3). Sendo assim, 2019 foi o Ano C, e por sequência 2020 é o Ano A, 2021 será Ano B e 2022 será novamente o Ano C (2+0+2+2= 6, que é múltiplo de 3). Por isso, participando das celebrações dominicais ao longo dos três anos do Ciclo litúrgico, cada fiel pode beber dos principais textos bíblicos que alimentam a fé e renovam no coração a certeza da Salvação que o Pai nos deu em seu Filho Jesus Cristo. Deus, que com seu infinito amor, age no tempo e na história, e o Ano Litúrgico é justamente a celebração da ação de Deus no tempo concreto da nossa vida. O Ano litúrgico nos faz vivenciar a espiritualidade de sair do nosso tempo (crónos) para entrarmos no tempo de Deus (Kairós) - o tempo da graça e da salvação. SEGUINDO... Primeira Leitura A Primeira Leitura, em geral, é tirada no Antigo Testamento, onde se encontra o passado remoto da História da Salvação. Em alguns tempos litúrgicos também são tiradas de outros livros do Novo Testamento que não sejam os Evangelhos. Salmo Responsorial É uma resposta cantada ou recitada à mensagem proclamada. Ou ainda, uma “oração” da Leitura, ajudando o povo a rezar e a meditar na Palavra de Deus que acabou de ser proclamada. Não pode ser substituída por outros cânticos que não sejam inspirados no salmo previsto. Segunda Leitura Em geral, é uma carta, retirada do Novo Testamento. Só é proclamada em missas dominicais ou de dias festivos, não nas missas feriais (no meio da semana). Assim, a Liturgia daPalavra, no decorrer das missas do ano, nos dá uma visão de toda a História da Salvação, recordando quase toda a Bíblia. Aclamação ao Evangelho - Aleluia: - Ap 19,1. 3-4. 6. (menos no Tempo da Quaresma) Jesus Cristo é a Palavra de Deus. Ele se torna presente na proclamação do Evangelho. Aclamar é aplaudir com alegria, então o canto de Aclamação ao Evangelho é uma espécie de “aplausos” para o Senhor que vai nos falar. Pode ser antecedido por um breve comentário (não é uma homilia, que não deve antecipar o que vai ser dito no Evangelho), convidando e motivando a Assembleia para ouvir o Evangelho. Na Quaresma e no Advento, o canto não tem “Aleluia”. Evangelho - Leitura do dia, da Festa, e Ano Proclamação do Evangelho Antes da proclamação do Evangelho, pode-se fazer uma procissão com a Bíblia ou Lecionário e as velas. Para se dar mais destaque ao anúncio da Palavra de Jesus, dois ministros ou acólitos podem segurar uma vela em cada lado do ambão. O diácono, e na falta deste o padre, proclama em um lugar mais elevado, para ser visto e ouvido por toda a Assembleia, que deve estar em pé, numa atitude de expectativa para ouvir a Mensagem. É como se o próprio Jesus se colocasse diante de nós para nos falar do que mais nos interessa. O diácono/padre saúda a Assembléia: – O Senhor esteja convosco! – Todos: Ele está no meio de nós! – Diácono/Padre: Evangelho de Jesus Cristo, escrito por … – Todos: Glória a vós, Senhor! E, ao final do Evangelho: – Diácono/Padre: Palavra da Salvação! (E beija a Bíblia) – Todos: Glória a vós, Senhor! “Bem-aventurado os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática. ” (Lc 11,28) Homilia (Pregação) É a interpretação de uma profecia ou a explicação dos textos bíblicos das leituras proclamadas. Os próprios Apóstolos, depois de ouvirem as parábolas, pediam a Jesus que lhes explicasse o que elas queriam dizer. Assim também é o Povo de Deus, que precisa de alguém que lhes explique as Escrituras, do mesmo modo que Filipe explicou ao ministro da Rainha Candace, da Etiópia, uma passagem do AT: “Ouvindo que lia o profeta Isaías, disse-lhe: “Porventura entendes o que lês?” Ele respondeu: “Como é que vou entender se ninguém me explicar? ”.” (At 8,30b-31a) As Escrituras não são de simples compreensão e não estão sujeitas a interpretações particulares, mas tão somente da Igreja que Cristo fundou, sob o Primado de Pedro: “Pois, antes de tudo, deveis saber que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal, porque jamais uma profecia se proferiu por vontade humana, mas foi pelo impulso do Espírito Santo que homens falaram da parte de Deus. ” (2Pd 1,20-21) “É o que ele faz em todas as epístolas em que vem a tratar do assunto. Nelas há alguns pontos de difícil inteligência, que homens ignorantes e sem firmeza deturpam, não menos que as demais Escrituras, para sua própria perdição. ” (2Pd 3,16) Além do que, a Bíblia não é a única fonte de doutrina para o cristão, mas, inclusive, a Tradição (Oral e Escrita) e o Magistério da Igreja fundada por Jesus: “Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever. ” (Jo 21,25) “Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras seja por carta. ” (2Ts 2,15) Creio (Profissão de Fé) Dogmas da Igreja Católica que foram interpretados pelo magistério da Igreja, ao Papa e aos Bispos em comunhão com ele, e, muitos morreram por isso. (CIC pág. 38) Crer em Deus é confiar nele! Com o Creio, a comunidade afirma que crê na Palavra de Deus que foi proclamada e está pronta para pô-la em prática. É como um juramento público. Há dois textos diferentes para a Profissão de Fé: o Símbolo Apostólico e o Símbolo Niceno- Constantinopolitano. O primeiro vem do tempo dos Apóstolos. É um resumo das verdades de fé professada pelos primeiros cristãos. É também mais curto e mais recitado nas missas no Brasil. O Símbolo Niceno-Constantinopolitano surgiu no séc. IV, a partir da heresia de Ário, que, em sua heresia (negação de verdades de fé), disse que Jesus era apenas homem, não Deus (como hoje o fazem os espíritas e os “Testemunhas de Jeová”). Então a Igreja, no Concílio de Nicéia (ano 325), colocou no “Creio” algumas palavras a mais, acentuando a divindade de Jesus: “Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro…” Alguns anos depois, Macedônio, outro herege, negou a divindade do Espírito Santo. A Igreja reafirmou essa divindade, a partir do Concílio de Constantinopla (ano 381): “Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; ele que falou pelos profetas.” Assim se formou esse Símbolo, surgido após os Concílios de Nicéia e Constantinopla. É uma síntese das verdades fundamentais da fé, para manter os cristãos unidos, à medida que iam se espalhando pelo mundo. No Brasil, o Símbolo Niceno-Constantinopolitano é recitado apenas em alguns domingos, geralmente quando se fala de Jesus como Messias, o Filho de Deus. Eis o símbolo completo: “Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra; de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus: e se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém! ”. Preces da Comunidade: - At 4,23-31. No início da missa existe a Oração Coleta uma oração presidencial breve, a fim de colocar a Assembléia em clima de fé para ouvir a Palavra de Deus. A Oração dos Fiéis é um espaço mais abrangente para que os fiéis coloquem publicamente suas intenções. Após ouvirmos a Palavra de Deus e de professarmos nossa fé nessa Palavra, nós colocamos em Suas mãos as nossas preces de modo oficial e coletivo. Nessa oração, o povo exerce sua função sacerdotal, suplicando por todos os homens, incluindo as seguintes intenções: – Pelas necessidades da Igreja e do papa; – Pelos governantes, legisladores e magistrados; (pois eles têm um poder temporal, e devem servir ao povo) – Pelos que sofrem qualquer necessidade, especialmente pelos doentes; e – Pelas necessidades da comunidade local. A Equipe de Liturgia deve tomar a iniciativa de ver as intenções da comunidade incluídas na oração, possibilitando que a fé expresse algo mais concreto e vivencial. Na Oração dos Fiéis, a introdução e a conclusão são feitas pelo Presidente. As outras preces são feitas pelos fiéis, em voz alta, expressando a fé viva e alegria de toda a comunidade, unidade num só coração e numa só alma. Durante a Oração dos Fiéis, todos ficam de pé a posição própria do orante e como rezavam os primeiros cristãos. Liturgia Eucarística O Ofertório: É a prisão, chegou a hora... É a oferta do pão, do vinho,da nossa vida, das necessidades do nosso irmão: trabalho, alegrias, angústias, sofrimentos, tristezas, doenças; e, principalmente a nossa oferta material na cestinha, unida a tudo o mais (IPd 2,5; Gn 14,18; Lc 21,1-4) Durante e preparação das oferendas,canta-se o Canto do Ofertório. As principais ofertas são o pão e o vinho. Podem-se trazer outras coisas, como ramos de trigo, cachos de uva, água, flores. O ato de levar ao altar as ofertas significa que o pão e o vinho estão saindo das mãos do homem que trabalha. As outras oferendas representam também a vida do povo: a flor, símbolo de amor e gratidão; a coleta em dinheiro, fruto do trabalho e da generosidade dos fiéis. O dinheiro para o ofertório é a nossa oferta para a conservação e manutenção da casa de Deus. Não é uma “esmola”, pois Deus não é mendigo, mas o Senhor de nossa vida. Outra condição para Deus aceitar a nossa oferta é que estejamos em paz como nossos irmãos. A fé pede nossa comunhão com Deus e com os irmãos (cf. Mt 5,23-24). A procissão é opcional. Quando houver, deve haver alguma colocação do comentarista, explicando o sentido das ofertas, sobretudo quando se leva algo que não seja o pão e o vinho. As ofertas devem ter um significado e ajudar a participação da comunidade na Liturgia. As pessoas que trazem as oferendas em procissão não as trazem apenas em seu nome, mas representando toda a comunidade. No início da Missa, o Presidente e seus Ministros ficam nas cadeiras em frente ao altar. Eles não vão para o altar, porque este representa a mesa da Ceia, que começa na Liturgia Eucarística. Ao fim da Oração dos Fiéis, o Presidente e os Ministros vão para o altar para preparar as oferendas: corporal estendido no centro (como uma toalha), missal aberto, o cálice e a patena com a hóstia grande do sacerdote (que pode vir junto com as hóstias dos fiéis, na âmbula sentido de unidade do Presidente com a Assembleia). Apresentação do Pão e do Vinho Na Missa, oferecemos a Deus o pão e vinho que, pelo poder do mesmo Deus, mudam- se no Corpo e no Sangue do Senhor. Deus aceita nossa oferta e a transforma numa dádiva de valor infinito a própria Divindade! O Presidente recebe as ofertas da comunidade e, por sua vez, oferece o pão a Deus, dizendo: “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos de vossa bondade, fruto da terra e do trabalho do homem, que agora vos apresentamos e para nós se vai tornar pão da vida! ” E a Assembleia responde: “Bendito seja Deus para sempre! ” Então o padre coloca a hóstia (de trigo puro, não fermentado) sobre o corporal e prepara o vinho para oferecê-lo do mesmo modo. Antes, ele põe um pouco de água no vinho e diz: “Pelo mistério desta água e deste vinho, possamos participar da divindade de vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade. ” A mistura da água no vinho (puro, de uva) simboliza a união da natureza humana com a divina. Nós (água), na Missa, nos unimos a Cristo (vinho) para formar um só Corpo com Ele. Em seguida, o Presidente eleva o cálice e diz: “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da videira e do trabalho do homem, que agora vos apresentamos e para nós se vai tornar vinho da salvação! ” E a Assembleia bendiz a Deus: “Bendito seja Deus para sempre! ” Abençoar é bendizer! Bendizemos a Deus nessa hora porque o pão comum que oferecemos vai se tornar para nós o “Pão da Vida” e o vinho, o “Vinho da Salvação”. E porque recebemos muito mais do que oferecemos. O cálice com o vinho e a âmbula com as hóstias para a comunidade ficam sobre o corporal, no centro do altar, junto da hóstia grande do Presidente, que é colocada sobre a patena. Presidente lava as mãos A oração seguinte fala que nosso sacrifício é aceito por Deus quando temos um coração purificado e humilde. Após colocar o cálice sobre o corporal, o padre inclina-se diante do altar e reza em voz baixa: “De coração contrito e humilde, sejamos, Senhor, acolhidos por vós; e seja o nosso sacrifício de tal modo oferecido que vos agrade, Senhor, nosso Deus! ” Essa oração é tirada do Livro de Daniel. Deportado para a Babilônia, o Povo de Israel estava longe do Templo e não podia oferecer a Deus os sacrifícios de cordeiros e bois. Então Azarias fez essa bela oração, oferecendo a Deus o seu sacrifício espiritual. Quando a missa é festiva, costuma-se incensar o altar, o Presidente da Celebração e a Assembleia. O incenso significa que aquele sacrifício deve subir até Deus, como a fumaça. Antigamente a comunidade levava para o altar ofertas como alimentos e outros objetos que poderiam sujar as mãos do padre, que, por isso, lavava as mãos. Hoje, além da purificação das mãos, há também o sentido da purificação espiritual. Ao lavar as mãos, o padre reza em voz baixa: “Lavai-me, Senhor, das minhas faltas e purificai-me do meu pecado. ” (Sl 50,4) Essa oração lembra Davi pedindo perdão de seu pecado. Orai, irmãos! O sacerdote intercede por toda a Assembleia, que deve responder ativamente. Assim, o padre se volta ao povo e pede: “Orai, irmãos, para que o nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai Todo-Poderoso! ” Ao que a Assembleia responde: “Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória de seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja. ” Em primeiro lugar, a glória de Deus! Oração sobre as Oferendas: - O presidente oferece na oração, tudo o que nós oferecemos. Tem por fim colocar nas mãos de Deus os dons que trouxemos para o sacrifício. É um modo de insistir a mesma coisa diante de Deus, como nas parábolas que Jesus contou (cf. Lc 11,5-8 e 18,1-8). O Prefácio: É o canto de louvor e de agradecimento que Jesus dirige ao Pai, e que Lhe permitiu, enfim, chegar a esta "Hora". É o momento em que podemos sentir que estamos começando a entrar na Jerusalém Celeste como São João viu no Apocalipse. A oração é própria do dia ou o Presidente escolhe (menos aos domingos) O “Santo” é tirado de Is 6,3. A repetição, dizendo 3 vezes “Santo” significa o máximo de santidade, “Santíssimo”. Às vezes, quando o “Santo” é cantado, mudam-se algumas palavras, mas o sentido deve ser o mesmo. O Santo deveria ser sempre cantado. Oração Eucarística ou Anáfora “A Consagração nos dá o Corpo entregue agora, o Sangue derramado agora. Misticamente, é a própria crucifixão do Senhor. E é por isso que Padre Pio sofria atrozmente neste momento da Missa. Nós nos uníamos em seguida a Jesus na cruz, oferecendo ao Pai, desde esse instante, o Sacrifício Redentor. Este é o sentido da oração litúrgica que segue imediatamente à consagração. ” Inicia o centro, o “coração” da Celebração o Mistério da presença real de Jesus no pão e vinho consagrados. Não é “mais uma oração” da missa é a própria Missa. Para os judeus, santo era todo o lugar onde Deus se manifestava. De modo especial, o Templo era santo. Dentro do Templo, havia uma parte santíssima o “santo dos santos”, uma sala que continha a Arca da Aliança ou Tabernáculo. Lá só o sumo sacerdote entrava, e uma vez por ano apenas, para o sacrifício expiatório. Só depois de se purificar é que o sacerdote podia entrar ali. Hoje, em termos de presença de Deus, o mais simples templo católico é mais importante que o Templo de Jerusalém, porque tem dentro de si mais que a Arca da Aliança: o próprio Cristo, Deus Vivo, no sacrário, com a luz acesa ao lado. Ele é o verdadeiro “Santo dos Santos”. Antes do Concílio Vaticano II, havia uma só forma de Oração Eucarística. Atualmente, para que cada povo possa participar mais e utilizarem sua própria cultura existem várias fórmulas que são aprovadas pela Igreja. No Brasil existem 14 formas. É hora do Sacrifício Eucarístico, onde o Sacerdote e o povo pedem ao Espírito Santo a transubstanciação que se chama Epliclese, onde as aparências continuam as mesmas mudando somente a substância Pão torna-se Corpo e o Vinho em Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo (pela ação da nossa fé). É a Jerusalém Celeste, o “Céu na Terra” João Paulo II (Eclaesiae Eucaristia), neste momento ele o papa diz que o padre é: In Persona Cristi = A pessoa de Cristo. Transubstanciação: - (CICpág. 330, índice 1376 – Concílio de Trento) Invocação do Espírito Santo Momentos antes da Consagração, o padre estende as mãos sobre o pão e o vinho e pede ao Pai que os santifique, enviando sobre eles o Espírito Santo. Toda invocação do Espírito Santo é feita de pé. Narrativa da Ceia e Consagração do Pão e do Vinho Neste momento a Assembleia se ajoelha, ou mesmo de pé (normalmente aqueles que por algum problema não podem ajoelhar-se) porém em posição de adoração (cabeça baixa, em posição de reverência). A Ceia Eucarística celebrada por Jesus com os Apóstolos teve origem na Ceia Pascal Hebraica, que também não é celebrada como uma simples recordação, mas como um acontecimento que se faz presente. Dentro da missa, esta é a hora da transformação do pão e do vinho, que se tornam o Corpo e o Sangue do Senhor. Por ordem de Cristo, o Presidente recorda o que Jesus fez na Última Ceia. Ele pega o pão, o apresenta ao povo e pronuncia as palavras de Consagração: “Tomai, todos, e comei, isto é o meu corpo que será entregue por vós. ” (Lc 22,17ss) Após a consagração do pão, o padre levanta a hóstia à vista da Assembleia. A seguir, genuflecte para adorar Jesus presente no Santíssimo Sacramento. A mesma coisa faz o padre com o cálice de vinho. Ele recorda que Jesus tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente e o deu a seus discípulos, dizendo: “Tomai, todos e bebei: este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos, para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim. ” Novamente, o padre genuflecte para adorar o Cristo presente após a consagração do vinho. Na Consagração do pão e do vinho o povo deve ajoelhar-se ou ainda fazer uma profunda inclinação de cabeça no momento em que o padre eleva a hóstia e o cálice. Durante as palavras de Consagração é que há a transubstanciação a transformação das espécies no Corpo Eucarístico. Nessa hora, o silêncio deve ser total não deve haver nem mesmo fundo musical. Lembremos que na missa o padre age “in persona Christi”, ou seja, em lugar da pessoa de Cristo. É como se Jesus estivesse pessoalmente presidindo a Celebração. A Igreja celebra a Missa para cumprir a vontade de Jesus, que mandou celebrar a Ceia: “Fazei isto em memória de mim! ” No início das comunidades cristãs, eles não falavam “missa”, mas “fração do pão” (cf. At 2,42). São Paulo também fala de missas celebradas em algumas comunidades (cf 1Cor 11,17-34), inclusive celebradas por ele (cf. At 20,7-11). A Eucaristia não é simplesmente uma das coisas que Jesus fez por nós: é a grande surpresa que Ele nos preparou durante toda a sua vida. Ele já havia prometido nos dar “pão vivo descido do céu” e que esse pão seria a sua carne “para a nossa salvação” (cf. Jo 6,35-69). Reflexão, somente em pensamento Jo 20,28 - “Meu Senhor e Meu Deus”, aumentai a minha fé. Mc 9,23-24 - “Creio! Vem em socorro da minha falta de fé. ” Eis o Mistério da Fé: - ICor 11,26 e outros Lembrança da Morte e Ressurreição de Jesus A Assembléia, levanta-se no mesmo momento em que o padre (logo depois da consagração do vinho ele genuflectiu e se levantou) e responde: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus! ” Há outras formas de resposta. O que é importante é que todos respondam com fé! O Mistério só é aceito por quem crê! Assim, as palavras do celebrante soam como que um “desafio à fé”: “Eis o Mistério da fé! ” No Emaús temos o costume de cantar o Maranatha que é perfeitamente litúrgico para o momento, é um clamor ao Jesus que vem! Orações pela Igreja Orações ao Pai: - Em seguida o Presidente ora ao Pai pela Igreja, pelos Bispos, Presbíteros e fiéis falecidos (memento dos mortos) depois reza pelos fiéis vivos (memento dos vivos) memento= memória. A Igreja é o “Corpo Místico de Cristo”. Nela circula a vida da Graça. É o que chamamos de Comunhão dos Santos, dita no “Creio”. Entre todos os membros da Igreja, no céu ou na terra, existe a intercomunicação da Graça. Uns oram pelos outros, pois somos todos irmãos, membros da grande Família de Deus. Assim, na Missa, dentre as orações pela Igreja, a primeira é pelo Papa e pelo Bispo Diocesano, pelas suas grandes responsabilidades. Pedimos também pelos evangelizadores e evangelizados, pela conversão dos pagãos e pela perseverança dos cristãos. Oramos também pelos falecidos um ato de caridade. Na Bíblia há um elogio a Judas Macabeu pela sua intercessão e oferecimento de um “sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado” (2Mac 12,45-46). Finalmente pedimos por nós como “povo santo e pecador”, para que estejamos um dia reunidos com a Virgem Maria, os Apóstolos e todos os bem-aventurados no céu, para louvarmos e bendizermos a Deus. A oração termina “por Jesus Cristo nosso Senhor”, que nos disse: “Em verdade, em verdade, vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai em meu nome, ele vos dará. Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e recebereis. ” (Jo 16,23-24) Doxologia: Grande Louvor: - É só do Presidente está oração: Por Cristo, com Cristo etc... Resposta: - (Ap. 5,13-14.) É dito pelo sacerdote e somente por ele. Esse é o verdadeiro ofertório, pois é o próprio Cristo que oferece e é oferecido. É por meio de Jesus que damos graças e louvores ao Pai. Ele é o nosso Pontífice, isto é, a nossa “ponte” entre o céu e a terra, como Ele disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim. ” (Jo 14,6) Por isso, encerra-se a Oração Eucarística proclamando: Padre: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai Todo-Poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda a glória, agora e para sempre! ” Depois disso a Assembleia responde o chamado GRANDE AMÉM, que é o principal de toda a missa! Devia ser festivamente dito ou cantado com uma profunda devoção pois é o Amém Síntese da Missa. Esse até de louvor é dito de pé, sendo que o Presidente levanta a hóstia e o cálice. "Por Cristo com Cristo e em Cristo" corresponde ao grito de Jesus: "Pai, nas Tuas Mãos entrego o Meu Espírito!" Desde então, o sacrifício é consumado pelo Cristo e aceito pelo Pai. Daqui por diante, os homens não mais estão separados de Deus e se encontram de novo unidos. É a razão pela qual, nesse instante, recita-se a oração de todos os filhos: "Pai Nosso...". Rito da comunhão Pai Nosso: - Mt 6,9; Lc 11,2-4 Continuação da oração do Pai Nosso: omeça a preparação para a Comunhão Eucarística. É a síntese do Evangelho. Para bem rezá-lo, precisamos entrar no pensamento de Jesus e na vontade do Pai. É uma oração de sentido comunitário que, mesmo rezada só, deve-se proferi-la em intenção de todos. Para comungar o Corpo do Senhor na Eucaristia, preciso estar em comunhão com meus irmãos membros do Corpo Místico de Cristo. A oração do Pai Nosso é rezada da seguinte forma: “Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos daí hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.” O primeiro céu aparece no plural na versão em português do Pai-Nosso por significar TODO LUGAR e um estado de espírito, de alegria de VIDA. O segundo céu aparece no singular em oposição a terra, significando realmente o céu no sentido da Vida Eterna. Dizemos perdoai- nos com a partícula NOS pois pedimos que Deus perdoe a NÓS e não as nossas ofensas, assim como perdoamos AQUELES que nos ofenderam e não os pecados deles. Dentro da missa, o Pai Nosso não tem o AMÉM final. A oração do Pai Nosso se estende até o final da oração que o sacerdote reza a seguir, pedindo a Deus que nos livre de todos os males. Porque só quando estamos libertos do malé que podemos experimentar a paz e dar a paz. Assim como só Deus pode dar a verdadeira paz, também só quem está em comunhão com Deus é que pode comunicar a seus irmãos a paz. Sac. Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador. O “Amém” do Pai Nosso, dentro da missa é substituído pela oração: “Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre! ”, que é dito logo após a oração anterior. Saudação da Paz A paz é um dom de Deus, que só ele pode dar: “Deixo-vos a paz. Dou-vos a minha paz. Não a dou como o mundo a dá.” (Jo 14,27) Antes de o Presidente convidar a Assembleia para que se saúdem mutuamente no amor de Cristo, ele recorda as palavras de Jesus, fazendo este diálogo com o povo: Padre: Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo. Povo: Amém! Padre: A paz do Senhor esteja sempre convosco! Povo: O amor de Cristo nos uniu. Ao fim da saudação entre os fiéis, o celebrante parte a hóstia grande e coloca um pedacinho dela dentro do cálice com vinho consagrado. Esse ato tem o sinal da fraternidade, da repartição do pão, como Jesus o fez para seus discípulos na Ceia, além do reconhecimento de Cristo, por parte dos discípulos de Emaús, ao partir o pão em sua casa. A fração da hóstia indica a Morte de Jesus... A Intinção, instante em que o Padre, tendo partido a hóstia (símbolo da morte...), deixa cair uma parcela do Corpo de Cristo no cálice do Precioso Sangue, marca o momento da Ressurreição, pois o Corpo e o Sangue estão de novo reunidos e é ao Cristo Vivo que vamos comungar. A Benção do Padre marca os fiéis com a cruz, ao mesmo tempo como um extraordinário distintivo e como um escudo protetor contra os assaltos do Maligno... Cordeiro de Deus Logo após, o Presidente põe um pedaço da Hóstia no cálice e reza em voz baixa: “Esta união do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor, que vamos receber, nos sirva para a vida eterna!” Ao mesmo tempo, a Assembléia canta o “Cordeiro de Deus”. Embora no Ato Penitencial todos já se tenham purificado, ao aproximar-se do momento da Comunhão os fiéis sentem-se indignos de receber o Corpo do Senhor e pedem perdão mais uma vez, dizendo: “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós! Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós! Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz! ” Enquanto isso, o padre se inclina diante do Santíssimo Sacramento e pede a Jesus que aquela comunhão seja para a sua salvação. Ninguém se atreva a receber o Corpo do Senhor indignamente! No AT e no NT Jesus é apresentado como o “Cordeiro de Deus”. Sete séculos antes de Cristo, o profeta Isaías predisse que o Messias seria levado à morte, “sem abrir a boca, como um cordeiro conduzido ao matadouro” (cf. Is 53,7). João Batista, ao ver Jesus passando, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). São Paulo disse: “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado” (1Cor 5,7b). E, de fato, na hora em que Jesus morria na cruz, era imolado no Templo o cordeiro pascal para os judeus comemorarem a Páscoa. São Pedro também disse que não fomos resgatados pelo preço vil de ouro ou de prata, mas “pelo sangue precioso de Cristo, o Cordeiro sem mancha” (cf. 1Pd 1,18-19). Felizes os Convidados! Terminado o “Cordeiro de Deus”, o Presidente levanta a Hóstia consagrada e a apresenta à Assembleia, dizendo: “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor! Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! ” Pelo sangue de Cristo fomos salvos. Jesus é o nosso Libertador. Dele nos aproximamos com alegria. Daí o Presidente nos convidar à comunhão, dizendo “Felizes os convidados”. Ao que o povo responde: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo. ” Essa resposta é tirada da resposta do oficial romano, o centurião, dada a Jesus (cf. Mt 8,8). Na verdade, ninguém é digno de comungar. É por bondade de Jesus que Ele vem a nós. Por isso, nos aproximamos da Comunhão com fé e humildade. A comunhão eucarística não é um “prêmio” para os justos que já se libertaram de todos os pecados, mas um Alimento que fortalece os pecadores na sua caminhada em busca da libertação de todo o mal. Comunhão: - Jo 6,48-51. Fração do Pão, Eucaristia, Ação de Graças, Partilha, tudo isso é a comunhão; Aquele que louvamos na Glória professamos a fé no Credo e o que É a Nova e Eterna Aliança e que ressuscitou no domingo (1º dia da semana) e por isso é que deixou de ser homenageado o dia de sábado (que será no céu o nosso descanso o dia sabático) passou a ser o domingo; o dia da Ressurreição de Jesus. Em seguida, comunga o Corpo e o Sangue do Senhor. Depois o padre e os ministros dão a comunhão para os fiéis. Mostrando a Hóstia a cada um, diz: “O Corpo de Cristo! ” E quem comunga responde: “Amém! ” Canto de Ação de Graças Após a Comunhão do povo, convém haver alguns momentos de silêncio para interiorização da Palavra de Deus e ação de graças. Pode-se também recitar algum salmo ou cantar algum canto de ação de graças. Não é o momento de dar avisos ou prestar homenagens a alguém. A Ação de Graças é de toda a Assembleia e não apenas dos cantores ou de algum solista. Ação de graças não é o nome mais apropriado, pois toda a missa é Ação de graças. Reflexão para a Comunhão: - Ap 3,20; Gl 2,20. Não precisa ficar ajoelhado, pode ser Sentado. Oração depois da Comunhão – Oremos: Oração de agradecimento do Presidente pelo alimento que recebemos para fortificar a nossa fé. RITOS FINAIS: Vivência, Avisos e Benção: - Nm 6,24-26 e outros. Despedida – Graças a Deus Todos devem esperar o sacerdote sair do altar para depois se retirarem. BIBLIOGRAFIA: A Missa Parte por Parte -Pe. Luiz Cechinato, 18ª ed., Ed. Vozes, 1992; <https://afeexplicada.wordpress.com/2018/06/24/o-sentido-de-cada-parte-da-santa-missa/> acesso em 2021 Celebrar a Vida Cristã – Ed. Vozes; Catecismo da Igreja Católica. <blob:https://web.telegram.org/b4f3ab0c-7efa-4c27-8ce1- 907ac4e8a784> acesso em 2021. Riquezas da Mensagem Cristã – Ed. Lumen Christi; A Missa na Bíblia. Paróquia de Santo Afonso – Tijuca – RJ. <http://www.paravc.com.br/Irene/palestras/a-missa-biblia.pdf> acesso em 2021. A missa explicada por padre Pio. <http://www.italiamiga.com.br/artecultura/artigos/a_missa_explicada_por_padre_pio.htm> acesso em 2021. O rito da Missa, suas mudanças ao longo do tempo e sua diversidade. <https://ocatequista.com.br/historia-da-igreja/item/18377-o-rito-da-missa-suas-mudancas-ao- longo-do-tempo-e-sua-diversidade> acesso em 2021.