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Arcadismo_e_Romantismo_-Exercicios-15-questoes-SEM-GABARITO

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Exercícios - LITERATURA – 
Arcadismo e Romantismo
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
O texto abaixo é uma das liras que integram
Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga. 
1. Em uma frondosa
Roseira se abria 
Um negro botão! 
Marília adorada 
O pé lhe torcia 
Com a branca mão. 
2. Nas folhas viçosas 
A abelha enraivada 
O corpo escondeu. 
Tocou-lhe Marília,
Na mão descuidada 
A fera mordeu. 
3. Apenas lhe morde, 
Marília, gritando, 
Co dedo fugiu. 
Amor, que no bosque 
Estava brincando, 
Aos ais acudiu. 
4. Mal viu a rotura, 
E o sangue espargido, 
Que a Deusa mostrou, 
Risonho beijando 
O dedo ofendido, 
Assim lhe falou: 
5. Se tu por tão pouco 
O pranto desatas, 
Ah! dá-me atenção: 
E como daquele, 
Que feres e matas, 
Não tens compaixão? 
(GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu &
Cartas Chilenas. 10. ed. São Paulo: Ática, 2011.)
1. (Ita) Neste poema,
I. há o relato de um episódio vivido por Marília:
após ser ferida por uma abelha, ela é socorrida
pelo Amor. 
II. o Amor é personificado em uma deidade que
dirige a Marília uma pequena censura amorosa. 
III. a censura que o Amor faz a Marília é um
artificio por meio do qual o sujeito lírico,
indiretamente, dirige a ela uma queixa amorosa.
IV. o propósito maior do poema surge, no final,
no lamento que o sujeito lírico dirige à amada,
que parece fazê-lo sofrer. 
Estão corretas: 
a) I, II e III apenas. 
b) I, II e IV apenas. 
c) I e III apenas. 
d) II, III e IV apenas. 
e) todas 
 
2. (Ita) Haicai tirado de unia falsa lira de
Gonzaga 
Quis gravar “Amor” 
No tronco de um velho freixo: 
“Marília” escrevi. 
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 20
ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.) 
O poema abaixo retoma imagens presentes nas
liras de Marília de Dirceu e no haicai de Manuel
Bandeira, apresentados acima. 
Passeio no bosque 
o canivete na mão não deixa 
marcas no tronco da goiabeira 
cicatrizes não se transferem 
(CACASO. Beijo na boca. Rio de Janeiro: 7 Letras,
2000.) 
Algumas pessoas, ao gravarem nomes, datas
etc., nos troncos das árvores, buscam externar
afetos ou sentimentos. Esse texto, contudo,
registra uma experiência particular de alguém
que, fazendo isso, 
a) se liberta das dores amorosas, pois as
exterioriza de alguma forma. 
b) percebe que provocará danos irreversíveis à
integridade da árvore. 
c) busca refúgio na solidão do espaço natural. 
d) se dá conta de que é impossível livrar-se dos
sentimentos que o afligem. 
e) encontra dificuldade em gravar o tronco com
um simples canivete. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES: 
Leia o soneto “LXXII”, de Cláudio Manuel da
Costa (1729-1789), para responder à(s)
questão(ões).
Já rompe, Nise, a matutina Aurora
O negro manto, com que a noite escura,
Sufocando do Sol a face pura,
Tinha escondido a chama brilhadora.
Que alegre, que suave, que sonora
Aquela fontezinha aqui murmura!
E nestes campos cheios de verdura
Que avultado o prazer tanto melhora!
Só minha alma em fatal melancolia,
Por te não poder ver, Nise adorada,
Não sabe inda que coisa é alegria;
E a suavidade do prazer trocada
Tanto mais aborrece a luz do dia,
Quanto a sombra da noite mais lhe agrada.
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.) 
3. (Uefs) Uma característica típica do Arcadismo
encontrada nesse soneto é 
a) o subjetivismo exacerbado. 
b) a obsessão pela noite e pela morte. 
c) o ideal da impessoalidade. 
d) a preocupação com o social. 
e) a evocação da cultura greco-latina. 
 
4. (Uefs) O termo que melhor descreve o estado
de espírito do eu lírico é 
a) entediado. 
b) assustado. 
c) indignado. 
d) triste. 
e) otimista. 
 
5. (Uefs) Um verso que remete à convenção
arcádica do “locus amoenus” (“lugar aprazível”)
é: 
a) “O negro manto, com que a noite escura,” (1ª
estrofe) 
b) “Aquela fontezinha aqui murmura!” (2ª
estrofe) 
c) “Só minha alma em fatal melancolia,” (3ª
estrofe) 
d) “Não sabe inda que coisa é alegria;” (3ª
estrofe) 
e) “Quanto a sombra da noite mais lhe agrada.”
(4ª estrofe) 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
Para responder à(s) questão(ões) a seguir,
considere o texto abaixo.
Há no Romantismo nacional uma expressão
evidente do culto da nacionalidade, o qual,
tomado num sentido mais amplo, se manifesta
também em lutas pela afirmação da liberdade
política e determina a exaltação de valores e
tradições. Esse sentimento é tomado também
nos seus aspectos sociais, sob o apanágio dos
direitos do homem livre, razão de ser do
movimento abolicionista e matéria para o
romance, para o teatro e para a poesia da
época.
(Adaptado de: CANDIDO, Antonio e CASTELLO,
José Aderaldo. Presença da Literatura Brasileira
I. Das origens ao Romantismo. São Paulo: DIFE,
1974, p. 207-208) 
6. (Puccamp) Deve-se depreender do texto que,
no século XIX, 
a) há uma relação de causa e efeito entre a
eclosão do movimento abolicionista e a do
indianismo. 
b) a poesia abolicionista de um Castro Alves
integra a valorização que então se empresta à
luta pelos direitos humanos. 
c) a riqueza do teatro, da ficção e da poesia da
época é integralmente devedora do sentimento
nacionalista. 
d) é a retomada de valores e tradições do século
anterior que dá base às conquistas do
Romantismo. 
e) os ideais abolicionistas foram decisivos para a
estabilização dos gêneros da poesia, do teatro e
da ficção no Brasil. 
 
7. (Puccamp) A evidência do culto da
nacionalidade de que fala o texto pode ser
comprovada no projeto de um copioso autor
romântico, investido de seu papel de escritor
brasileiro. Nesse projeto, 
a) José de Alencar busca alcançar épocas,
espaços e culturas distintas da nossa história. 
b) Machado de Assis abraça vários gêneros
literários comprometidos com os vários
regionalismos. 
c) Aluísio Azevedo dedica-se a estudar a fundo o
que entendia por psicologia do caráter nacional.
d) Manuel Antônio de Almeida estimulou, em
suas crônicas, a propagação de revoltas
libertárias. 
e) Bernardo Guimarães investiu, em seus versos,
contra o despotismo dos mandatários
portugueses. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
Para responder à questão seguir, considere o
texto abaixo:
Paralelos históricos nunca são exatos, e por isso
sempre são suspeitos, mas no século XIX está o
molde do que nos acontece agora, com as
revoluções anárquicas da era da restauração
pós-Bonaparte, nascidas da frustração com a
promessa libertária esgotada da Revolução
Francesa, no lugar do nosso atual inconformismo
sem centro, nascido da frustração com
experiências socialistas fracassadas. Nos dois
casos, a revolta sem método, muitas vezes
apolítica e suicida, substituiu a revolução
racionalizada.
(VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 149) 
8. (Puccamp) A frustração com a promessa
libertária esgotada da Revolução Francesa, se
chegou a dar o tom a uma poesia melancólica e
intimista dos primeiros momentos do
Romantismo, foi afastada pelo esforço
empenhado em novas lutas libertárias dos
nossos últimos românticos. É o que sugere uma
comparação estabelecida entre obras,
respectivamente, dos poetas 
a) Álvares de Azevedo e Castro Alves. 
b) Bernardo Guimarães e Cruz e Souza. 
c) Casimiro de Abreu e Raul Pompeia. 
d) Álvares de Azevedo e Olavo Bilac. 
e) Casimiro de Abreu e Raul Bopp. 
 
9. (Puccamp) Integrando o que se pode
considerar uma revolta sem método, como
manifestação satírica de uma crítica ao estatuto
colonial, 
a) o poema “Vila Rica”, de Claúdio Manuel da
Costa, é também um dos primeiros passos na
direção do Abolicionismo. 
b) os versos das Cartas Chilenas, de Tomás
Antônio Gonzaga, destacaram-se em nosso
século de Ilustração. 
c) os Sermões, de Antônio Vieira, devem ser
consideradoso primeiro testemunho do nosso
nativismo. 
d) o prefácio “Lede”, de Gonçalves de
Magalhães, alinha-se entre os documentos
fundadores do nosso Arcadismo. 
e) o poema O Uraguai, de Basílio da Gama,
expressa a consolidação entre nós do
nacionalismo romântico. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
Leia o poema de Tobias Barreto.
A Escravidão
Se é Deus quem deixa o mundo
Sob o peso que o oprime,
Se ele consente esse crime,
Que se chama escravidão,
Para fazer homens livres,
Para arrancá-los do abismo,
Existe um patriotismo
Maior que a religião.
Se não lhe importa o escravo
Que a seus pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos seus,
Em delírio inefável,
Praticando a caridade,
Nesta hora a mocidade
Corrige o erro de Deus! 
10. (Uftm) Considerando a temática abordada
no poema, é correto afirmar que ele se enquadra
no movimento romântico 
a) condoreiro, a exemplo de Castro Alves que,
com o poema Navio Negreiro, aborda a questão
da escravidão no Brasil. 
b) indianista, a exemplo de Gonçalves Dias que,
com o poema I – Juca Pirama, analisa a condição
dos excluídos socialmente. 
c) ultrarromântico, a exemplo de Fagundes
Varela que, com o poema Cântico do Calvário,
mostra o sofrimento do negro no Brasil. 
d) condoreiro, a exemplo de Castro Alves que,
com o poema Vozes d’África, exalta a força e a
simpatia dos negros africanos. 
e) ultrarromântico, a exemplo de Casimiro de
Abreu que, com o poema Meus oito anos,
recorda a escravidão que conhecera na infância.
11. Soneto
Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!... já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece...
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
O núcleo temático do soneto citado é típico da 
segunda geração romântica, porém configura 
um lirismo que o projeta para além desse 
momento específico. O fundamento desse 
lirismo é
a) a angústia alimentada pela constatação da 
irreversibilidade da morte.
b) a melancolia que frustra a possibilidade de 
reação diante da perda.
c) o descontrole das emoções provocado pela 
autopiedade.
d) o desejo de morrer como alívio para a 
desilusão amorosa.
e) o gosto pela escuridão como solução para o 
sofrimento.
12.A natureza, nessa estrofe:
“Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.”
Gonçalves Dias
Obs.:
tamarindo = árvore frutífera; o fruto dessa
mesma planta
bogari = arbusto de flores brancas
a) é concebida como uma força indomável que
submete o eu lírico a uma experiência erótica
instintiva.
b) expressa sentimentos amorosos.
c) é representada por divindade mítica da
tradição clássica.
d) funciona apenas como quadro cenográfico
para o idílio amoroso.
e) é recriada objetivamente, com base em
elementos da fauna e da flora nacionais.
13. TEXTO A
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.
[...]
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o Sabiá.
DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de
Janeiro: Aguilar, 1998.
TEXTO B
Canto de regresso à Pátria
Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas
E quase tem mais amores
Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas
Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que eu veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo
ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno
Oswald. São Paulo: Círculo do Livro. s/d.
Os textos A e B, escritos em contextos históricos
e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo
poético: a paisagem brasileira entrevista a
distância. Analisando-os, conclui-se que:
a) o ufanismo, atitude de quem se orgulha
excessivamente do país em que nasceu, e o tom
de que se revestem os dois textos.
b) a exaltação da natureza é a principal
característica do texto B, que valoriza a
paisagem tropical realçada no texto A.
c) o texto B aborda o tema da nação, como o
texto A, mas sem perder a visão crítica da
realidade brasileira.
d) o texto B, em oposição ao texto A, revela
distanciamento geográfico do poeta em relação
à pátria.
e) ambos os textos apresentam ironicamente a
paisagem brasileira.
14. A palavra de Castro Alves seria, no contexto
em que se inseriu, uma palavra aberta à
realidade da nação, indignando-se o poeta com
o problema do escravo e entusiasmando-se com
o progresso e a técnica que já atingiam o meio
rural. Esse último aspecto permite afirmar que
Castro Alves
a) identifica-se aos poetas da segunda geração
romântica no que se refere à concepção da
natureza como refúgio.
b) afasta-se, nesse sentido, de outros poetas,
como Fagundes Varela, que consideram o campo
um antídoto para os males da cidade.
c) trata a natureza da mesma forma que o poeta
árcade que o antecedeu.
d) antecipa o comportamento do poeta
parnasiano que se entusiasma com a realidade
exterior.
e) idealiza a natureza da pátria, buscando
preservar a sua simplicidade e pureza, tal como
Gonçalves Dias.
15. O Romantismo, graças à ideologia dominante
e a um complexo conteúdo artístico, social e
político, caracteriza-se como uma época propícia
ao aparecimento de naturezas humanas
marcadas por
a) teocentrismo, hipersensibilidade, alegria,
otimismo e crença.
b) etnocentrismo, insensibilidade, descontração,
otimismo e crença na sociedade.
c) egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia,
pessimismo, angústia e desespero.
d) teocentrismo, insensibilidade, descontração,
angústia e desesperança.
e) egocentrismo, hipersensibilidade, alegria,
descontração e crença no futuro.

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