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A2 - Quais são os órgãos anexos da pele

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- -1
SISTEMA TEGUMENTAR
UNIDADE 2 – QUAIS SÃO OS ÓRGÃOS 
ANEXOS DA PELE?
Aline Alves de Lima Silva e Vivian Alessandra Silva
- -2
Introdução
A pele é formada por inúmeras células organizadas em camadas. Essas células são especializadas nas funções de
proteger, metabolizar, secretar e reter substâncias, bem como conferir sensibilidade ao organismo. Assim, todos
os seres humanos têm uma pele estruturalmente similar, mas será que todas as peles são iguais?
Há alguns tipos de peles diferentes e cada um deles têm características próprias. Entre seca, oleosa, mista e
sensível, o mesmo indivíduo pode ter mais de um tipo de pele em diferentes regiões do corpo. Entre eles,
podemos encontrar similaridades e diferenças, mas como conseguimos identificar quais são elas?
Além dos diferentes tipos de peles, tal órgão se encontra incessantemente em contato com estímulos externos,
como sol, chuva, vento, radiação, microrganismos diversos, roupas etc. O que tais estímulos provocam? Como
eles estão relacionados á saúde de uma pele saudável?
Nesse contexto, ao longo desta unidade, entenderemos que os anexos epidérmicos são formados por glândulas
sebáceas e sudoríparas, unhas e pelos. Talvez você ainda não tenha parado para analisar a importância desses
elementos para a integridade da pele, mas eles são de extrema relevância para manter a integridade dos tecidos
cutâneos.
Abordaremos anexo por anexo, a morfologia, a localização e as funções, a fim de arrematar nossas considerações
sobre o sistema tegumentar e sua contribuição para o organismo. Afinal, quais são os órgãos anexos da pele?
Como eles se comportam em cada região do corpo? Quais doenças mais frequentemente afetam tais anexos?
Vamos nos aprofundar no assunto? Acompanhe!
2.1 Anexos epidérmicos: glândula sebácea
As glândulas são originadas a partir da , sendo divididas entre merócrinas, apócrinas e holócrinas; deectoderma 
acordo com suas características após a liberação de secreções. As são aquelas em que aglândulas merócrinas
secreção é empacotada em vesículas e transferida por exocitose, sendo que a glândula permanece intacta após a
liberação de secreções. Já as liberam uma camada bem fina de seu citoplasma apical,glândulas apócrinas
juntamente com as secreções. Por fim, temos as , que liberam células inteiras junto àsglândulas holócrinas
secreções, já que elas involuem, morrem e se rompem, sendo seu conteúdo transformado em secreção, que é
conduzida ao longo do ducto (NEIVA, 2015).
Assim, iremos entender um pouco melhor sobre as glândulas sebáceas ao longo deste tópico, começando pelo
estudo de suas estrutura e função.
2.1.1 Estrutura e função das glândulas sebáceas
As glândulas sebáceas são do tipo holócrinas, ou seja, liberam células inteiras juntamente com a sua secreção.
Elas são estruturas lineares cujos ductos são curtos e se abrem nos folículos pilosos. Também são classificadas
como glândulas alveolares.
Elas se situam na derme e se apresentam em maior quantidade ao redor das aberturas corpóreas, como boca,
nariz, orelha e ânus. Também são abundantes na face e no couro cabeludo, porém não as encontramos na palma
da mão e na planta do pé. Faz sentido, não é? Já imaginou se a palma da sua mão ficasse oleosa como o seu rosto?
Não seria difícil agarrar objetos com firmeza? E na planta dos pés? Já imaginou ter produção sebácea nesta
região?
- -3
Figura 1 - Pele e corte histológico de um folículo piloso e glândula sebácea
Fonte: logika600; Jose Luis Calvo, Shutterstock, 2019.
Clique nas setas e aprenda mais sobre as glândulas sebáceas.
As glândulas sebáceas são responsáveis pela produção do , uma substância composta por triglicerídeos, sebo
ácidos graxos livres, ésteres de colesterol e colesterol. A função do sebo é fazer a impermeabilização da
superfície da pele e das hastes dos pelos. Apesar de estarem ativas desde o nascimento, é no período púbere que
têm sua atividade intensificada, sendo influenciada pelos hormônios sexuais (NEIVA, 2015).
As glândulas sebáceas são frequentemente associadas à acne, quando ocorre aumento da secreção da glândula e
a proliferação de microrganismos promove a inflamação no interior do folículo piloso. É um processo cutâneo
comum para a maioria dos seres humanos e não faz distinção de acometimento entre sexo, etnia ou tipo de pele.
Contudo, é especialmente característica de indivíduos vivendo o período púbere. Quem nunca se deparou com
uma espinha inflamada na face? Além disso, não é incomum que tenha sido em momentos importantes da vida,
como uma festa de formatura ou uma entrevista de emprego.
Mais proeminente em uns que em outros, todos passam pela adolescência e se deparam com a fase acneica.
Algumas pessoas, quando adultas, veem tais erupções terem seu número e gravidade diminuído, enquanto
outros não. Iremos compreender mais sobre o tema com o item na sequência.
2.1.2 Panorama geral da acne
O desenvolvimento da acne se dá por uma associação de fatores, como o aumento da produção de sebo, que,
junto à queratina, obstrui poros e folículos pilossebáceos, formando comedões, também conhecidos como cravos.
A colonização desse microambiente pela bactéria PropionibacteriumAcnes ativa a resposta imunológica do
hospedeiro, que, por sua vez, promove uma reação inflamatória localizada, resultando na formação de pústulas,
também conhecidas como espinhas (ASAI ., 2016).et al
Apesar da obstrução, o conteúdo sebáceo continua a ser produzido, de modo que as pústulas evoluem para
cistos, os quais podem ou não se romperem voluntariamente. No caso de rompimento — seja voluntário, seja por
ação do hospedeiro —, o produto da reação inflamatória pode infectar as regiões adjacentes. Além disso, a
abertura abrupta do tecido cutâneo pode causar marcas de tamanha densidade que permaneçam ao longo da
vida do hospedeiro. Tais marcas podem ser minimizadas com o uso de produtos e procedimentos estéticos
corretivos (ASAI ., 2016).et al
Sabe-se que na imunopatologia da acne à resposta imune de memória bem arquitetada é decisiva para o
- -4
Sabe-se que na imunopatologia da acne à resposta imune de memória bem arquitetada é decisiva para o
desenvolvimento do quadro acneico mais brando. Parece que a qualidade da resposta imune do hospedeiro é um
fator determinante para a intensidade da reação inflamatória, por isso, temos a acne superficial e a acne
profunda. Clique nas abas e aprenda mais sobre o tema.
• Acne superficial
Caracterizada pela presença de comedões, pústulas, pápulas, pústulas e pequenos cistos. 
• Acne profunda
Caracterizada pela presença de nódulos profundos, cistos com substância purulenta em seu interior e
muitas cicatrizes.
Tanto a acne superficial quanto a profunda acometem a face, mas, em alguns casos, podem ser expandidas para o
pescoço, tórax, região póstero superior do dorso e, eventualmente, região externa do braço.
Figura 2 - Esquema ilustrando os tipos morfológicos de acne.
Fonte: gritsalak karalak, Shutterstock, 2019.
Para facilitar a compreensão sobre os tipos de peles acneicas e seus graus de intensidade, temos, a seguinte,
algumas imagens de pacientes reais com diferentes apresentações da doença.
•
•
- -5
Figura 3 - Pacientes com diferentes graus de acne
Fonte: ASAI, et al., 2016, p. 119.
Na figura, podemos perceber acne facial nos estágios de comedões (A), moderada inflamação (B) e severa
inflamação (C). No dorso, vemos os estágios moderado de inflamação (D) e severa inflamação (E).
Como vimos, o acometimento por acne é similar entre sexos, etnias e faixas etárias, porém se nota elevada
incidência em indivíduos entre 15 e 18 anos, com tendência a redução ao longo da vida. Aliás, estima-se que em
torno de 15% da população, em geral, precisa de terapia medicamentosa e acompanhamento médico para
resolver o quadro acneico. Os demais tendem a se curar espontaneamente (ASAI ., 2016).et al
VOCÊ SABIA?
A pele tem íntima ligação com o sistema endócrino. Desta forma, sob estresse, as glândulas
sebáceas ficam hiperestimuladas, há maior produção de sebo e maiores chances de
entupimentode poros e folículos pilosos, aumentando a presença da acne (FIGUEIREDO .,et al
2011). É exatamente por isso que, em situações de alterações hormonais ou emocionais, a acne
pode vir a aparecer. Uma vez estabilizados os hormônios, ela desaparece. Temos, ainda, que a
ingestão de alimentos ricos em hormônios também pode acentuá-la.
- -6
2.1.3 Prevenção e tratamento da acne
A mais efetiva ação profilática contra acne é higienizar o rosto adequadamente. Independentemente do tipo de
pele, o ideal é lavar a face duas vezes ao dia. É importante ressaltar que o excesso de lavagem também pode ser
prejudicial, causando efeito rebote e provocando episódios de acne (ASAI ., 2016).et al
Clique nos itens e aprenda aspectos importantes relacionados à prevenção e ao tratamento da acne.
Assim, recomenda-se a realização de limpeza de pele periódica, mas a frequência deve ser analisada caso a caso,
junto a um profissional de estética ou médico dermatologista.
A retirada de produtos e maquiagem diariamente, bem como a ingestão controlada de alimentos ricos em gordura
e o acompanhamento das taxas hormonais são de grande importância para manter o organismo livre de acne.
As ações terapêuticas para o tratamento variam de acordo com a apresentação do paciente. Para casos de acne
superficial, recomenda-se o uso de sabonetes com propriedades adstringentes e antioleosas.
Apesar de ser causada por uma bactéria, nota-se que sabonetes com ação bactericida não são efetivos para o
tratamento de acne. Além disso, deve-se evitar a administração de produtos à base de óleo ou com substâncias
abrasivas, como é o caso de sabonetes esfoliativos (ASAI et al., 2016).
Devido às altas chances de promover marcas permanentes, o ideal é que a retirada de comedões e a manipulação
de pústulas seja feita por profissionais. Caso a acne superficial persista, recomenda-se o uso de tretinoína,
peróxido de benzoíla e tetraciclina, todos de uso tópico.
Já para a , fármacos de uso tópico, como monoterapia, não produzem resposta suficientementeacne profunda 
satisfatória. Deve-se evitar terapêuticas pouco eficazes e descontinuidade do tratamento, a fim de evitar
cicatrizes. Portanto, a administração de fármacos de uso tópico deve seguir em concomitância aos antibióticos de
amplo espectro. Nesse caso, recomenda-se o uso de tetraciclina para pacientes gerais e eritromicina em
gestantes, ambos por via oral. Nos casos de alta gravidade, administra-se retinoides ou isotretinoína, também
por via oral .(FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013)
O uso de retinoides pode ocasionar ressecamento do tecido cutâneo, sensibilidade a luz solar, sensação de
formigamento e queimação, entre outros sintomas consequentes Já a(FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013). 
isotretinoína tem efeito teratogênico, sendo que pacientes do sexo feminino precisam de acompanhamento
antes, durante e depois do tratamento, a fim de afastar o risco de gravidez. Seu mecanismo de ação resulta em
diversos efeitos colaterais, como ressecamento das mucosas e da conjuntiva ocular, rigidez nas articulações,
cefaleia, entre outros.
Sendo assim, tanto o uso de retinoide quanto de isotretinoína são altamente restritos e necessitam de
acompanhamento médico .(FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013)
VOCÊ O CONHECE?
A isotretinoína é um dos medicamentos mais usados para o tratamento da acne. Em 1971, ela
foi sintetizada pela primeira vez. Já em 1979, Gary Peck, um dermatologista americano,
comunicou a eficácia deste derivado do ácido retinóico ao mundo, mudando a vida de muitas
pessoas que sofrem de acne (SAMPAIO; BAGATIN, 2008).
- -7
Aproveitamos para lembrar, aqui, que a presença de alterações nos tecidos cutâneos deve, obrigatoriamente, ser
avaliada por médicos dermatologistas. Da mesma forma, o uso de medicamentos de qualquer natureza precisa
ser baseado em aconselhamento médico.
Agora que já observamos mais a fundo quanto às glândulas sebáceas, passaremos ao estudo das glândulas
sudoríparas.
2.2 Anexos epidérmicos: glândula sudorípara
As glândulas sudoríparas podem ser do tipo merócrinas, cuja excreção ocorre por exocitose; ou do tipo
apócrinas, que libera uma pequena parte do citoplasma juntamente com o suor. Espalhadas por quase todo o
corpo, as glândulas sudoríparas podem ser amadas — quando produzem o suor que nos refresca — ou causar
desconforto, quando molham nossas roupas ou trazem um odor desagradável.
Vamos ver como elas funcionam? Acompanhe a partir de agora!
2.2.1 Estrutura e função das glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas do tipo são estruturas tubulares enoveladas cujos ductos semerócrinas ou écrinas
abrem na superfície da pele. A luz no interior da glândula é reduzida. Desse modo, as secreções são liberadas
para fora do organismo.
Essas glândulas são responsáveis pela formação do suor, substância que contém baixos níveis de proteicos,
sódio, potássio, cloreto, ureia, amônia, ácido úrico e água em grande quantidade. Na verdade, o suor produzido
pelas glândulas merócrinas é um ultrafiltrado do plasma sanguíneo.
São ativas desde o nascimento, estando presentes em quase todo o corpo humano, exceto nos lábios e na glande
peniana. Existem em abundância especialmente na região palmoplantar e temporal (NEIVA, 2015).
A função principal das glândulas sudoríparas merócrinas é regular a temperatura corporal. A evaporação na
superfície da pele do suor produzido por elas refresca e diminui a temperatura corporal. Normalmente, o suor
produzido não tem cheiro.
Nas glândulas sudoríparas apócrinas, por sua vez, os ductos emergem nos folículos pilosos, mas são ativadas
apenas no período púbere e secretam uma substância leitosa inodora. Contudo, devido à ação de bactérias
presentes no meio, passa a ter um odor característico. Elas estão presentes em abundância nas regiões axilar,
perianal, pubiana e mamária (NEIVA, 2015).
A luz no interior da glândula é aumentada, formando grande cavidades quando observadas em secção na
microscopia de luz.
VOCÊ QUER LER?
É fato que contraceptivos orais podem reduzir a acne, mas a fácil aquisição destes deriva,
muitas vezes, da falta de aconselhamento médico. O artigo “Efeitos colaterais e alterações
fisiológicas relacionadas ao uso contínuo de anticoncepcionais hormonais orais”, deAna Paula
Ferreira de Almeida e Marianna Mendes de Assis, propõe uma discussão sobre os eventos que
envolvem o uso desses medicamentos. Você pode ler o artigo completo em: 
http://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2017/01/efeitos-colaterais-e-altera%C3%
A7%C3%B5es-fisiol%C3%B3gicas-relacionadas-ao-uso-cont%C3%ADnuo-de-
.anticoncepcionais-hormonais-orais-v-5-n-5.pdf
http://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2017/01/efeitos-colaterais-e-altera%C3%A7%C3%B5es-fisiol%C3%B3gicas-relacionadas-ao-uso-cont%C3%ADnuo-de-anticoncepcionais-hormonais-orais-v-5-n-5.pdf
http://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2017/01/efeitos-colaterais-e-altera%C3%A7%C3%B5es-fisiol%C3%B3gicas-relacionadas-ao-uso-cont%C3%ADnuo-de-anticoncepcionais-hormonais-orais-v-5-n-5.pdf
http://atualizarevista.com.br/wp-content/uploads/2017/01/efeitos-colaterais-e-altera%C3%A7%C3%B5es-fisiol%C3%B3gicas-relacionadas-ao-uso-cont%C3%ADnuo-de-anticoncepcionais-hormonais-orais-v-5-n-5.pdf
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Figura 4 - Glândulas sudoríparas merócrinas (azul) e apócrinas (vermelha)
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Jose Luis Calvo, Shutterstock, 2019.
As glândulas sudoríparas apócrinas são importantes para o ciclo reprodutivo de muitos animais, pois secretam
feromônios, que são substâncias químicas capazes de atraírem o parceiro sexual. Tal fenômeno também é
observado na espécie humana, sendo que os feromônios são secretados tanto por homens quanto por mulheres,
variando de acordo com a fase do ciclo menstrual no caso de mulheres.
O suor produzido pelas glândulas sudoríparas contém lipídios e proteínas, além de água e eletrólitos. De acordo
VOCÊ SABIA?
Por dia, nosso organismo perde cerca de 600 ml de água por meio da sudorese e da superfície
pulmonar. No entanto, um jogador de futebol profissional, por exemplo, pode excretaraté três
litros de suor durante uma partida de 90 minutos. Por isso, é importante que os atletas criem o
hábito de se hidratarem antes e durante os jogos, a fim de evitarem a desidratação e
hipertermia, que é o aumento excessivo da temperatura corpórea, seguido pela
descompensação do débito cardíaco.
- -9
O suor produzido pelas glândulas sudoríparas contém lipídios e proteínas, além de água e eletrólitos. De acordo
com o tipo de alimento que comemos, tais glândulas podem secretar um odor característico. Aliás, você sabia que 
as glândulas ceruminosas da orelha externa e as glândulas situadas nos cílios das pálpebras — também
conhecidas como glândulas de Moll — são glândulas sudoríparas apócrinas?
Vamos testar se você é capaz de diferenciar todas as glândulas da pele? Faça o arraste e solte a seguir para
praticar o que estudamos até aqui!
Para que você possa ter melhor compreensão da organização das glândulas sudoríparas e sebáceas na pele,
assim como da ação bacteriana nessas estruturas, observa atentamente a figura na sequência.
Figura 5 - Diferenças morfológicas e topográficas das glândulas cutâneas
Fonte: Barks, Shutterstock, 2019.
Agora, com o auxílio da figura anterior, você pode compreender algumas questões, como a fina relação entre os
sistemas nervoso e endócrino e o suor quando estamos em situações de estresse. Seja a situação estressora
positiva, como quando conhecemos alguém por quem temos muita admiração; ou uma situação nem tão positiva
assim, como quando estamos em uma entrevista de emprego. Também podemos compreender o motivo de
algumas regiões suarem mais que outras e onde o sebo e o suor são produzidos.
Vamos, então, ir mais adianta em nosso estudos com o próximo item, que diz respeito às doenças que afetam as
glândulas sudoríparas.
2.2.2 Doenças que afetam as glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas podem ser acometidas por diferentes doenças, sendo que a mais conhecida delas é a
hiperidrose, que se caracteriza pela produção excessiva de suor. Ocorre, preferencialmente, na palma das mãos,
planta dos pés e nas axilas. Normalmente, manifesta-se dos dois lados do corpo, mas pode acometer apenas um.
Clique nas abas e confira mais sobre o tema.
No exame físico do paciente, observa-se excesso de umidade no local e mau cheiro. A causa
- -10
Exame físico
No exame físico do paciente, observa-se excesso de umidade no local e mau cheiro. A causa
pode ser variada, estando relacionada com diabetes, estresse emocional e lesões do
Sistema Nervoso Central.
Tratamento
De acordo com Festa Neto, (2013), o tratamento é feito com uso tópico deCucé e Reis
antitranspirante, aplicação de toxina botulínica para paralisar a glândula e até cirurgia
para secção dos nervos que induzem a produção do suor.
A miliária ou brotoeja, também é uma doença da glândula sudorípara. Nesta, surgem vesículas ou bolsas na
superfície da pele contendo suor. É causada pela obstrução dos poros e retenção do suor dentro dos ductos,
sendo muito frequente em recém-nascidos. De acordo com Festa Neto, (2013), o tratamento é feitoCucé e Reis
pelo arejamento da pele ou pelo uso de anti-inflamatórios.
Outra doença desagradável das glândulas sudoríparas é a bromidrose, quando há mau-cheiro intenso nas axilas
e nos pés, causado pela decomposição de bactérias em tais regiões. O tratamento é muito parecido com o
tratamento da hiperhidrose, realizado pelo uso de antitranspirante e toxina botulínica (FESTA NETO; CUCÉ;
).REIS, 2013
Vamos ver se você compreendeu as funções e disfunções das glândulas que compõem a pele? Responda a
atividade a seguir e teste seus conhecimentos!
Cabe ressaltar que as atividades das glândulas cutâneas estão finamente conectadas ao sistema endócrino pela
influência que os hormônios exercem em seu funcionamento. Desta forma, alterações na produção de suor e
sebo implicam na investigação do estado dos sistemas tegumentar e endócrino, bem como na presença de
agentes estressores que possam desregular a homeostase dos dois sistemas.
2.3 Anexos epidérmicos: unhas e pelos
Os pelos e as unhas compõem os anexos da pele e apresentam estrutura e fisiologia própria. Eles se diferenciam
grandemente das glândulas sebáceas e sudoríparas por não apresentarem função secretora e serem rígidos,
altamente queratinizados.
Vamos conhecer a estrutura e a função desses anexos? Acompanhe este tópico com atenção para
compreendermos melhor a temática.
2.3.1 Unhas
Localizadas nas extremidades dos dedos, as unhas têm a função de protegê-los. Elas se originam da camada
epidérmica da porção distal dos dedos e já estão formadas entre a nona e a vigésima semana embrionária. São
estruturas achatadas e rígidas, mas, ao mesmo tempo, ligeiramente flexíveis (GRAFF, 2003; BEGA, 2014).
Graff (2003) e Bega (2014) nos explicam que as unhas são compostas por queratina, nitrogênio, enxofre,
pequenas concentrações de cálcio, magnésio, sódio, ferro, cobre, zinco e lipídios, além de 7-12% de água.
De acordo com Graff (2003) e Bega (2014), o aparelho ungueal, como também são conhecidas as unhas, é
segmentado em alguns elementos. Clique nas abas para conhecê-los.
• Matriz ungueal ou proximal
É formada por células germinativas das quais se originam as unhas.
• Eponíquio
Conhecido popularmente como cutícula, é formada por queratina e tem a função de selar a matriz
ungueal, protegendo-a da invasão por microrganismos.
• Lúnula
•
•
•
- -11
• Lúnula
Estrutura convexa situada logo após o eponíquio, sendo uma extensão da epiderme e recobrindo muitos
vasos sanguíneos.
• Lâmina ungueal
Também conhecida como corpo da unha, é formada por queratina e, por isso, é bastante rígida, mas
translúcida.
• Leito ungueal
Também conhecido como vale da unha, situa-se entre a camada epidérmica dos dedos e a lâmina
ungueal, sendo composto por tecido conjuntivo e abundantes terminações nervosas, as quais nos
conferem a sensação de dor quando ocorre o descolamento da lâmina.
• Hiponíquio
Corresponde à parte posterior da lâmina, formado por uma fina camada da epiderme e está próximo à
digital.
• Matriz ventral
Corresponde à camada epidérmica diretamente abaixo da unha, em que esta se adere conforme cresce.
• Borda lateral
Como o próprio nome sugere, corresponde à epiderme adjacente à estrutura ungueal.
Figura 6 - Estruturas ungueais e vista longitudinal
Fonte: GRAFF, 2003, p. 117.
Pode não parecer tão óbvio, mas as unhas podem ter funções diversas de acordo com a espécie. Nos seres
humanos, elas servem para proteger as extremidades dos dedos contra infecções e amortecer impactos, além de
auxiliar no movimento de pinça, importante para pegar objetos de pequeno volume.
•
•
•
•
•
•
- -12
A doença que mais frequentemente comete as unhas é a leuconiquia. Caracteriza-se pela presença de manchas
brancas que cobrem parcial ou totalmente as unhas. Ela pode ser causada por fungos, lesão química — por
esmaltes, por exemplo — ou estar associada à cirrose e tratamentos para câncer (FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013
).
Vamos, então, entender mais sobre os pelos? Acompanhe o item a seguir!
2.3.2 Pelos
Os pelos são estruturas formadas por queratina. Eles se originam a partir dos folículos pilosos que se encontram
na camada dérmica e emergem epiderme à fora. As células, no interior dos folículos, vão se dividindo por mitose
e se envolvendo às estruturas de queratina constituindo o pelo.
O pelo é composto por uma raiz (dentro da pele) e uma haste (visível na superfície da pele). Na raiz do pelo,
invagina-se uma pequena parte de derme que promoverá a nutrição da estrutura pilosa: a papila dérmica.
Veja a estrutura do pelo na figura a seguir.
VAMOS PRATICAR?
A pele é um órgão de estrutura bastante complexa. Ela apresenta muitas camadas e diferentes
células a compõe. Além disso, para que todas as suas funções possam ocorrer de maneira
adequada, conta com outros órgãos, chamados de anexos epidérmicos.
Para o profissional da estética é, sem dúvida, essencial conhecer intimamente todos esses
órgãos no que diz respeito à sua estrutura anatômica macroe microscópica, sua fisiologia e seu
metabolismo. Assim, nesta atividade, vamos exercitar nossa capacidade de aplicar o que foi
aprendido na prática profissional.
Para tanto, você vai acessar um microscópio virtual : http://histologyguide.com/.on-line
Clique em “Slide Box” e selecione o “Chapter 11 Skin”. Após, selecione a lâmina “MH 086b
Scalp”, que se trata de uma lâmina do couro cabeludo. Identifique nela as camadas da pele, da
epiderme e da derme, bem como a tela subcutânea. Verifique a presença de glândulas sebáceas
e sudoríparas. Além disso, observe a existência de numerosos folículos pilosos.
Você consegue identificar todas as camadas da epiderme? É possível perceber a camada
córnea: os queratinócitos da camada espinhosa podem ser claramente visualizados? É possível
diferenciar glândulas sebáceas de glândulas sudoríparas? Quantas camadas celulares podem
ser identificadas na parede do pelo?
- -13
- -14
- -15
Figura 7 - Folículo piloso
Fonte: JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017, p. 378.
Como podemos perceber na figura anterior, muitas estruturas compõem o pelo. Assim, clique na próxima figura
para conhecer a função de cada uma dessas estruturas.
• Bulbo
Parte mais dilatada do pelo.
• Raiz
Conjunto de células que recobrem a papila dérmica.
• Medula
Formada por células grandes, fracamente queratinizadas, vacuolizadas e derivadas da raiz do pelo.
• Córtex
Células queratinizadas ao redor da medula do pelo.
• Cutícula
Células periféricas ao córtex do pelo, queratinizadas e organizadas em camadas (“escamas”).
• Bainhas epiteliais interna e externa
Células que protegem a raiz do pelo.
• Membrana vítrea
Membrana basal entre a bainha epitelial externa e o tecido conjuntivo.
• Bainha conjuntiva
Tecido conjuntivo que envolve o folículo piloso.
Observe que, de dentro para fora, o pêlo é formado por seis camadas: medula, córtex, cutícula, bainhas epiteliais
interna e externa, membrana vítrea e bainha conjuntiva (ROSS; PAWLINA, 2018).
A — estrutura mais interna do pelo — é um feixe cilíndrico fino formado por queratina mole devido àmedula
baixa densidade de cistina.
Já o — porção intermediária que corresponde a cerca de 80% da estrutura pilosa — é composto porcórtex
proteínas queratinizadas que conferem cor aos fios e alta densidade de cistina e dissulfeto.
Por fim, a é formada por células justapostas e altos níveis de cistina e dissulfeto, que servem paracutícula
proteger os fios. A presença de cistina e dissulfeto compõe a queratina dura, que, em adição à presença de sebo,
promove a selagem dos fios, evitando a descamação. De acordo com Audi (2017), quanto mais selado o fio,et al.
maior será seu aspecto brilhoso.
Essas três estruturas estão presentes em toda a extensão pilosa, desde sua raiz ou bulbo, dentro do folículo
piloso, até sua haste, que se encontra após a epiderme, no ambiente externo ao organismo (AMARAL, 2014).
Podemos observar essa disposição na figura a seguir.
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Figura 8 - Morfologia e localização dos pelos com relação a camadas de pele, nervos e vasos sanguíneos
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Jose Luis Calvo; Rattiya Thongdumhyu, Shutterstock, 2019.
Os melanócitos que estão no bulbo do pelo são responsáveis pela sua coloração. De acordo com o tipo do
pigmento, tem-se diferenciação na coloração, podendo variar de preto ou marrom quando há melanina; amarelo
quando há feomelanina; ou branco quando ocorre uma falha na produção do pigmento.
Note que os pelos estão espalhados por todo o corpo humano, mas é próximo aos principais orifícios que eles se
tornam mais numerosos e espessos, como cabelos, sobrancelhas, cílios, nas narinas, nas orelhas e regiões
pubianas. Muitos destes apresentam espessura expressivamente maior que os presentes nos braços, por
exemplo. Isto se dá porque a principal função deles é fazer uma barreira contra possíveis invasões nas cavidades
que revestem. Os demais pelos do corpo também exercem a função de proteção, além de atuarem como
auxiliadores térmicos (AMARAL, 2014).
As regiões do corpo em que não encontramos pelos recebem o nome de “pele glabra”, como na planta e na lateral
dos pés, na palma e nas laterais das mãos e nos órgãos genitais externos (lábios menores, clitóris e na glande e
prepúcio do pênis).
Outra característica dos pelos é atuar na termorregulação. Há um pequeno músculo liso, o eretor do pelo,
associado a cada pelo que faz a ereção da haste quando há baixa temperatura (arrepio) ou quando há algum
aspecto emocional envolvido.
O ciclo de crescimento do pêlo apresenta três fases. Clique e confira!
VOCÊ QUER LER?
O artigo “Bipedalismo: solução para carregar crias, correlacionada com a redução de pelos”, de
Lia Q. Amaral, explana as diversas funções do pelo, como de atração do parceiro do sexo
oposto, além da sua redução durante a evolução e a atividade nômade. Você pode ler o texto
completo por meio do : .link http://www.ib.usp.br/revista/node/156
http://www.ib.usp.br/revista/node/156
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Anágena
Fase de intensa divisão celular e queratinização do fio. Corresponde à fase de crescimento do pêlo e pode durar
de dois a cinco anos.
Catágena
Início do processo de queda do fio. Há dilatação e formação de uma espessa bainha vítrea ao seu redor. Dura até
três semanas.
Telógena
Sseparação entre o bulbo e o folículo. Dura até três meses.
No couro cabeludo, há de 100 a 150 mil folículos pilosos. A maior parte dos pelos (80%) se encontra na fase
anágena, que é de crescimento. Em pessoas calvas, os folículos sofrem uma redução de tamanho e passam a ser
chamados de “folículos de velo”. Mesmo quando o indivíduo parece totalmente calvo, os folículos de velo
permanecem cobrindo o couro cabeludo (ROSS; PAWLINA, 2018).
À queda intensa de cabelos damos o nome de “eflúvio telógeno”, que pode acontecer por fatores genéticos,
hormonais, nutricionais ou emocionais. No caso, o ciclo dos cabelos é alterado na fase anágena e passa
rapidamente para a fase telógena. Caracteriza-se pela queda de mais de cinco fios à uma tração leve (FESTA
).NETO; CUCÉ; REIS, 2013
A alopécia androgenética corresponde à queda de cabelos na região frontal da cabeça e no vértice. Esta, por sua
vez, caracteriza-se por ser hereditária, sendo que a calvície nos homens pode ter aparecimento muito variado,
mas, nas mulheres, costuma acontecer após os 40 anos de idade ( ).FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013
Como você pode perceber, os pelos vão muito além de um elemento estético, embora algumas de suas funções
iniciais tenham sido suprimidas ao longo da evolução de nossa espécie.
No próximo tópico, vamos estudos a respeito da vascularização cutânea. Vejamos!
2.4 Vascularização cutânea
O suprimento sanguíneo da pele chega por meio da derme. Como sabemos, o tecido conjuntivo é o único dos
tecidos fundamentais que é vascularizado. Daí sua importância para a nutrição da pele. Além disso, o tegumento
está intimamente relacionado à função de proteção do organismo contra agentes externos e à termorregulação, o
que faz com que a pele adquira uma estreita relação com o sistema sanguíneo. Vamos entender melhor como
isso ocorre? 
2.4.1 Estrutura vascular da pele
A circulação na pele é feita por meio de dois plexos de vasos sanguíneos. Chamamos de plexo um emaranhado de
vasos sanguíneos. O primeiro se situa entre a derme papilar e a reticular, conhecido como “plexo superficial”. O
segundo se situa entre a derme e a tela subcutânea, chamado de “plexo profundo”.
Clique nas setas e aprenda mais sobre o tema.
O forma pequenas alças vasculares dentro de cada papila dérmica, favorecendo a nutrição daplexo superficial
epiderme. Os vasos do plexo superficial formam numerosos arteríolo-venulares.shunts
Temos três tipos de vasos sanguíneos: artérias, capilares e veias. As artérias e veias são vasos de condução do
sangue, enquanto os capilares são vasos de troca, ou seja, permitem entrada e saída de elementos da corrente
sanguínea para o tecido.
Normalmente, a arteríola se transforma em capilar sanguíneo para que possa haver troca entre os vasose o
tecido. Após a região de troca, os capilares sanguíneos se transformam em veias, sendo a sequência mais
frequente: arteríola se transforma em capilar e capilar se transforma em veia. Entretanto, em algumas regiões,
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frequente: arteríola se transforma em capilar e capilar se transforma em veia. Entretanto, em algumas regiões,
observamos a formação dos arteríolo-venulares, em que uma arteríola se transforma em vênula semshunts
passar pelo estágio de capilar. Nestes, não ocorre troca entre vaso e tecido.
Na pele, a função dos é fazer a termorregulação, pois a passagem do sangue nessas regiões aumenta ashunts
temperatura corpórea.
O , por outro lado, está conectado com o plexo superficial e apresenta vasos mais calibrosos emplexo profundo
relação aos superficiais. Tem importante função de nutrir a derme e separar a derme da tela subcutânea.
Além dos vasos sanguíneos, também encontramos na derme numerosos vasos linfáticos. Estes acompanham os
vasos sanguíneos. Eles têm início em fundo cego entre a derme papilar e a reticular, conectando-se com os vasos
linfáticos mais profundos presentes entre a derme reticular e a tela subcutânea.
Dessa forma, a pele é ricamente vascularizada para poder realizar suas funções de proteção e termorregulação.
2.4.2 Doenças relacionadas à vascularização da pele
A maior parte das doenças relacionadas à vascularização cutânea são caracterizadas pela dilatação de vasos
sanguíneos ou ectasias vasculares.
Vasos sanguíneos são órgãos com grande capacidade de crescimento. Assim, sempre que acontece uma ectasia e
há dificuldade para o fluxo sanguíneo fluir, novos vasos se formam. São as telangiectasias. Os vasos neoformados
frequentemente são menos resistentes que os iniciais e rapidamente se tornam disfuncionais.
As três principais telangiectasias são:
• nevo flâmeo: conhecida como “placa salmão”, sua cor pode variar de rosa até vermelho escuro. Surge 
mais frequentemente na cabeça e no pescoço. Também é chamada de “marca de nascimento”;
• telangiectasia aracneiforme: também conhecida como “veias de aranha”, é formada por arteríolas 
muito delgadas que se espalham a partir de um ponto central, parecendo uma aranha peluda e com 
muitas pernas;
• telangiectasia hemorrágica: é uma má-formação congênita em que se formam pequenos tumores 
vasculares (não neoplásicos). Há risco de hemorragia por rompimento dos tumores.
Figura 9 - Telangiectasia aracneiforme
Fonte: Nau Nau, Shutterstock, 2019.
Embora as telangiectasias sejam frequentes, talvez a doença vascular da pele mais importante para o
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Embora as telangiectasias sejam frequentes, talvez a doença vascular da pele mais importante para o
profissional de estética seja a . Esta é uma doença crônica que afeta a pele da face, quando há umarosácea
resposta vascular alterada, com presença constante de telangiectasias e fases em que ocorrem inflamação da
pele.
O surgimento da rosácea tem relação genética, mas há fatores que podem desencadear o processo inflamatório
ou agravá-lo, como alimentos e bebidas quentes, condimentos, bebidas alcoólicas, fatores psicológicos, infestação
pelo ácaro , condições climáticas (luz solar, calor e vento), presença de doençasDemodex Folliculorum
gastrointestinais e hipertensão arterial ( ).FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013
Figura 10 - Mulher com rosácea
Fonte: Lipowski Milan, Shutterstock, 2019.
As mulheres entre 30 e 40 anos são mais afetadas que os homens, embora o aspecto grotesco final da rosácea
(rinofima) acometa mais os homens. Apesar de comprometer a face, também pode atingir orelhas e pescoço (
).FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013
A rosácea também pode ser classificada em graus, sendo o grau I mais leve, o grau II com lesões pápulo-
pustulosas e o grau III mais grave, com a presença da rinofima.
VOCÊ QUER VER?
A acne pode ser, muitas vezes, confundida com a rosácea, em especial no grau II, quando há o
surgimento das pústulas que lembram pequenas espinhas. O aspecto do doente é que ele está
sempre ruborizado, o que causa desconforto social, impactando fortemente a vida do paciente.
Veja o depoimento de alguns pacientes portadores de rosácea no vídeo “Acne e rosácea:
novidades e tratamentos a ”, exibido pelo programa Bem-Estar, disponível em:laser
.https://www.youtube.com/watch?v=Z4Mv001tno4
https://www.youtube.com/watch?v=Z4Mv001tno4
https://www.youtube.com/watch?v=Z4Mv001tno4
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Figura 11 - Graus da rosácea
Fonte: Scio21, Shutterstock, 2019.
Recomenda-se ao paciente que evite os fatores desencadeantes agravantes. Para o tratamento, Festa Neto, Cucé e
Reis (2013) explica que este é feito com antibióticos tópicos e sistêmicos, protetores solares durante o dia,
eletrocoagulação de vasos, luz intensa pulsada e cirurgia nos casos de rinofima.
O tratamento da acne e da rosácea apresentam alguns pontos em comum, mas as doenças são diferentes e, por
CASO
Patrícia tem 28 anos e mora em Caicó, no Rio Grande do Norte. Durante a adolescência,
apresentou acne moderada na face e nas costas, porém com remissão espontânea. Há cerca de
dois meses, começaram a surgir pequenas pústulas na pele das bochechas e perto da orelha.
Para tratar, Patrícia usou esfoliante e sabonete anti-acne por conta própria. Além disso, tomar
sol e vento faziam com que a região ficasse sensível e ardesse, fazendo com que Patrícia
parasse de jogar vôlei ao ar livre, que é seu esporte favorito.
Após algumas semanas, as pústulas evoluíram para um engrossamento e avermelhamento da
pele da região. Patrícia, então, procurou um profissional de estética para o tratamento. O
profissional percebeu a presença de pústulas e pápulas, bem como descamação e
sensibilização da pele das regiões zigomática e temporal. Ele percebeu que não se tratava de
acne vulgar, por isso, recomendou o uso de um protetor solar e a encaminhou ao médico
dermatologista. Este diagnosticou o problema como rosácea, manteve o protetor solar e
acrescentou tratamento tópico e sistêmico com antibiótico, com melhora completa dos
sintomas após 30 dias.
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O tratamento da acne e da rosácea apresentam alguns pontos em comum, mas as doenças são diferentes e, por
isso, precisam de abordagens apropriadas. O profissional de estética deve saber reconhecer a rosácea e
diferenciá-la da acne vulgar, sendo capaz de fazer o encaminhamento dos pacientes para o médico.
Como pudemos observar até aqui, a pele se relaciona com quase todos os sistemas do organismo. Ela envolve
todo o corpo humano, mas, de modo íntimo, relaciona-se com os sistemas vascular, endócrino, nervoso e
imunológico. Assim, criar o hábito de se hidratar e massagear a pele diariamente com cremes vai muito além de
uma boa aparência estética. Tais ações são capazes de evitar a morte precoce de células epidérmicas, estimular a
circulação sanguínea e aumentar os níveis de serotonina, contribuindo para o bem-estar geral do organismo.
Lembre-se, ainda, que a prática de exercícios diários e uma alimentação equilibrada são de suma importância
para manter sua pele e organismo saudáveis.
Síntese
Chegamos ao fim de mais uma unidade de estudos. Agora, além de conhecer as estruturas dos tecidos cutâneos e
como ele se comporta em um ambiente comum, você também já sabe identificar algumas desordens na pele que
envolvem a vascularização, os anexos cutâneos e as organizações intra e intercelular.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender a diferença entre as glândulas sebáceas e as sudoríparas;
• identificar as disfunções das glândulas sebáceas e sudoríparas;
• comparar as fases de crescimento do pelo;
• analisar a vascularização cutânea e suas desordens mais frequentes.
Bibliografia
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http://www.scielo.br/pdf/abd/v83n4/a12v83n4.pd
	Introdução
	2.1 Anexos epidérmicos: glândula sebácea
	2.1.1 Estrutura e função das glândulas sebáceas
	2.1.2 Panorama geral da acne
	Acne superficial
	Acne profunda
	2.1.3 Prevenção e tratamento da acne
	2.2 Anexos epidérmicos: glândula sudorípara
	2.2.1 Estrutura e função das glândulas sudoríparas
	2.2.2 Doenças que afetam as glândulas sudoríparas
	2.3 Anexos epidérmicos: unhas e pelos
	2.3.1 Unhas
	Matriz ungueal ou proximal
	Eponíquio
	Lúnula
	Lâmina ungueal
	Leito ungueal
	Hiponíquio
	Matriz ventral
	Borda lateral
	2.3.2 Pelos
	Bulbo
	Raiz
	Medula
	Córtex
	Cutícula
	Bainhas epiteliais interna e externa
	Membrana vítrea
	Bainha conjuntiva
	2.4 Vascularização cutânea
	2.4.1 Estrutura vascular da pele
	2.4.2 Doenças relacionadas à vascularização da pele
	Síntese
	Bibliografia

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