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RESENHA CRITICA


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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM PSICOPEGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
Resenha Crítica de Caso 
Patrícia Macedo Almeida dos Santos
Trabalho da disciplina Teoria Psicanalítica
 		 Tutor: Prof. Flaviany Ribeiro da Silva
São Gonçalo 
2020
 (
5
)
VÍNCULO É DOENÇA: INFLUÊNCIA DA DINÂMICA FAMILIAR NA MODALIDADEDE APRENDIZAGEM DO SUJEITO
Referência: 
ALMEIDA, Ana Paula Decnop. Quando o Vínculo é doença: A influência da Dinâmica familiar na aprendizagem do sujeito. Minas Gerais Revista. Psicopedagogia 2011; 28(86): 201-13, 2011.
INTRODUÇÃO:
Esta obra é resultado de um trabalho apresentado à universidade Estácio de Sá de Juiz de Fora- Minas Gerais, para a obtenção do título de especialização e psicopedagogia clínica e institucional, realizado em 2011. A pesquisa abordou vários aspectos, mas o objetivo da autora é estimular a compreensão sobre a atuação lúcida e assertiva no diagnóstico e na intervenção psicopedagógica, para discernir o vínculo normal do patológico nas relações familiares e até que ponto isso pode influenciar no processo ensino-aprendizagem do ser. 
DESENVOLVIMENTO:
	A família é a base primária do individuo e influencia na estruturação do sujeito e quando analisada percebe-se que o seu modelo de aprendizado é caracterizado pelo ambiente social familiar. 
O levantamento dos vínculos familiares na interferência da aprendizagem foi baseado na epistemologia convergente de Jorge Visca e integrado por três linhas do pensamento da psicologia: Escola de Genebra (Psicogenética de Piaget), Escola psicanalítica (Freud) e Psicologia Social (Henrique Pichon-Riviere). 
	Ao falarmos sobre inteligência, a Epistemologia Genética a compreende como resultado de construção do meio social e é nata, encontra-se em um estado de dualismo no que contribui a sua personalidade. Já o olhar da Psicologia social, analisa a aprendizagem do sujeito correlacionada ao vínculo patológico com os grupos sociais que estão inseridos. Pois o seu estudo permite coletas de informações internas do paciente e descobertas de possíveis causas da não aprendizagem. E a psicanálise estuda o aprendizado á partir dos desejos e necessidades e investimentos da relação afetiva exercida sobre a criança. 
	A partir disto, o texto traz uma reflexão referente ao papel psicossocial da aprendizagem que é resultado de experiências. E a família sendo o seu primeiro espaço inter-relacional, a influência do vínculo levanta questionamentos sobre o que é normal e o que é patológico na questão da aprendizagem e desenvolvimento escolar do sujeito. 
	Sendo a família a primeira referencia do ser humano, as interações são perceptíveis desde o nascimento e são através das interações, valores éticos, morais, ideológicos, crenças e historias anteriores que vai se estruturando até a formação da identidade do sujeito. Essa construção, interação como o outro, percebe a família como uma matriz, pois ela pode até mesmo interferir nos futuros papéis de pais a serem exercidos pelos seus filhos que nem sempre são caracterizadas por laços sanguíneos, mas ligadas por um vínculo. O condicionamento psíquico para o aprendizado está em conectados em íntima relação com o desenvolvimento dos primeiros vínculos afetivos e não na escola. 
	A família e seus vínculos. Existem dois campos psicológicos de vínculos que é o vínculo externo que é visível e tende a ser mais estável e o vinculo interno, onde a percepção do sujeito é subjetiva relacionada ao outro. De acordo com o texto, a psicanálise define vínculo por três tipos: o de dependência, vínculo da cooperação e maturidade e vínculo de competição e rivalidade intergeracional, sexual ou fraterno. Todos aprendidos no seio familiar.
	Conceituado pela psicologia social, o vínculo é sempre social e tem ligação às noções de papéis, status e comunicação. Tratando-se do vínculo normal, relaciona-se a um objeto diferenciado ou não, se houver alteração no vínculo, o mesmo pode ser identificado como patológico. Alicia Fernandez analisa a família, considerando que há três níveis: individual, vincular e dinâmico, porém todos mostram que as relações se dão de modo que uma pessoa alimente determinado comportamento em outra. Classificada por Zimermam em diferentes tipos, não existe uma família perfeitamente sadia, mas há características positivas que servem como referência para torná-la sadia, a relatividade dos critérios referidos a sadio e patológico. 
Um relacionamento harmonioso entre os membros da família colabora para o crescimento de todos e os pais são como espelho de identificação para os filhos. Portanto, é necessário que haja coerência e esclarecimento de papéis, posições e funções, dando forma a uma família estruturada e com princípios, no que favorece então a aprendizagem. A falta de uma boa estruturação familiar dificulta e gera possíveis características sintomáticas das dificuldades da aprendizagem. Considerando assim, que a aprendizagem não se restringe apenas ao espaço escolar. 
	A expressão normal, em seu sentido mais extenso refere-se ao que é padrão, sendo um protótipo, modelo guia, ou seja, um referencial. Os critérios que diferem o que é normal e o que é patológico são bem extensos, dificultando assim o psicopedagogo delimitar essa diferença. 
O ser humano tem sua particularidade sua forma individual de aprendizagem, além disso, o seu desenvolvimento é influenciado pelo ambiente de convívio e também pelas características do seu semelhante. No que faz necessário ao psicopedagogo a compreensão de todos os fatores estruturais do seu paciente para um posicionamento de uma proposta de intervenção assertiva. 
A necessidade de entender o ser humano, entender o seu desenvolvimento para intervir nas dificuldades de aprendizagem, propõe a área da psicopedagogia a analisar um conjunto de aspectos dentre eles: inconsciente, consciente, da ordem da significação, da lógica, da simbólica, da corporeidade e estética, mas o seu objetivo maior é tornar o sujeito protagonista do próprio pensamento. Por isso se faz importante pensar no sujeito como um todo, explorando o principal núcleo do qual o sujeito está inserido que é a família. Para melhor compreensão da personalidade, comportamento e a modalidade de aprendizagem do sujeito. 
No presente artigo foram citados uma extensa abordagem sobre o que é normal e o que é patológico, as estruturações familiares. E a influência, as ações negativas e positivas da família no processo da aprendizagem, tem uma significação do ser que chega ate a escola. Portanto se a criança não se percebe aceito e respeitado ou também super protegido por quem faz parte da sua família, dificilmente terá um bom desempenho escolar, o que leva o sujeito não confiar na sua capacidade e, conseqüentemente, não ter autoria de pensamento que e uma condição para autonomia. Isso traz a percepção que certos comportamentos da criança que aprende, as supostas dificuldades de aprendizagem são conexas a dinâmica familiar. 
CONCLUSÃO:
As buscas do psicopedagogo precisam ser constantes e seu foco de análise deve considerar o ambiente familiar e compreender as questões emocionais para avaliar e intervir nos problemas da aprendizagem. E de acordo com a proposta deste artigo, foi possível identificar e explicar, com uma linguagem clara e objetiva, uma analise com grande relevância para o entendimento e reflexão na diferenciação do vínculo normal e o vinculo patológico nas relações familiares e as conseqüências que geram na aprendizagem do sujeito.

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