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1 FUNDOS DE INVESTIMENTO 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre- sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere- cendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici- pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra- vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário FUNDOS DE INVESTIMENTO ..................................................................................... 1 NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................................... 2 CONCEITOS .................................................................................................................... 4 TIPOS DE INVESTIMENTOS ........................................................................................ 9 AGENTES DO MERCADO .......................................................................................... 12 FUNDOS DE INVESTIMENTOS ................................................................................. 14 COMÉRCIO INTERNACIONAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ............ 17 TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL ......................................................... 25 POLÍTICA COMERCIAL ............................................................................................. 29 PROTECIONISMO ........................................................................................................ 30 LIVRE-CAMBISMO ..................................................................................................... 31 BARREIRAS TARIFÁRIAS ......................................................................................... 31 BARREIRAS NÃO TARIFÁRIAS ............................................................................... 32 REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 35 file://192.168.0.2/E$/Pedagogico/Controle%20-%20Cursos/POSTAGEM/MBA/MBA%20EXECUTIVO%20EM%20GESTÃO%20BANCARIA%20CPA-20/FUNDOS%20DE%20INVESTIMENTO/FUNDOS%20DE%20INVESTIMENTO.docx%23_Toc65594675 4 CONCEITOS Os fundos de investimento podem ser organizados sob a forma de con- domínios abertos ou fechados. Os fundos abertos são definidos como aqueles em que os cotistas po- dem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer tempo. Na prática, nos fundos abertos é permitida a entrada de novos cotistas ou o aumento da participação dos antigos por meio de novos investimentos, assim como é permitida a saída de cotistas, por meio de resgates de cotas. Entretanto, é importante lembrar que o administrador pode suspender, a qualquer momento, novas aplicações no fundo, desde que tal suspensão se apli- que indistintamente a novos investidores e cotistas atuais, de modo a não per- mitir mais a entrada de novos cotistas ou o aumento da participação dos atuais. Além disso, o administrador poderá declarar o fechamento do fundo para a realização de resgates, em casos excepcionais de iliquidez dos ativos finan- ceiros componentes da carteira do fundo, inclusive em decorrência de pedidos de resgates incompatíveis com a liquidez existente, ou que possam implicar al- teração do tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em preju- ízo destes últimos, sendo obrigatória a convocação de Assembleia Geral Extra- ordinária, nas condições estabelecidas na regulamentação. Fundos fechados, por outro lado, são aqueles em que as cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração do fundo. A entrada e a saída de cotistas não é permitida. Após o período de captação de recursos pelo fundo, não são admitidos novos cotistas nem novos investimentos pelos antigos cotistas (embora possam ser abertas novas fases de investimento, conhecidas no mercado como "rodadas 5 de investimento"). Neste caso, as cotas poderão ser negociadas em mercado secundário. Os fundos fechados podem ser registrados para negociação de cotas em mercados administrados pela BM&FBOVESPA. Assim, quando um cotista pretende comprar ou vender cotas de um fundo fechado, como os Fundos de Investimento Imobiliário - FII, por exemplo, pode enviar suas ordens por uma corretora para o sistema de negociação da BM&FBOVESPA no qual a cota es- teja registrada. Fundo de Investimento é uma comunhão de recursos, constituído sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em ativos financeiros. Trata-se de uma estrutura formal de investimento coletivo, em que diversos investidores reu- nem seus recursos para investir de forma conjunta no mercado financeiro. O funcionamento dos fundos obedece a normas da CVM e a um regula- mento próprio, principal documento do fundo, em que são estabelecidas as re- gras relativas ao objetivo, à política de investimento, aos tipos de ativo negocia- dos, aos riscos envolvidos nas operações, às taxas de administração e outras despesas do fundo, bem como ao seu regime de tributação e outras informações relevantes. Os fundos podem ser uma alternativa de investimento interessante para o investidor. Mas, como existem diferentes tipos de fundos e considerando que esta modalidade de investimento apresenta características específicas, é sepmre importante conhecer um pouco mais antes de investir. Direitos e deveres dos cotistas Ao adquirir cotas de um determinado fundo, o investidor está concor- dando com suas regras de funcionamento e passa a ter os mesmos direitos e deveres dos demais cotistas, independentemente da quantidade de cotas que possui. O exame do regulamento é fundamental para a tomada de uma decisão de investimento. 6 É obrigação do administrador fornecer o regulamento e a lâmina de in- formações esseniais do fundo a todos os cotistas, assim como relatórios, além de divulgar ampla e imediatamente qualquer informação que possa influenciar na decisão do cotista em permanecer investindo. É fundamental que o cotista mantenha seu cadastro atualizado junto ao administrador, acompanhe todas as informações relativas ao fundo e participe das assembleias. Risco x retorno Podemos considerar o risco como sendo a possibilidade de não se atin- gir o retorno esperado do investimento. E diversos fatores podem concorrer para isso, incluindo mudanças na política, na economia, nas regras de tributação etc. No caso de um fundo de investimento, o principal risco é aquele inerente aos ativos que compõem a carteira. Porém, há três riscos principais aos quais o investidor está invariavelmente sujeito: o risco de mercado, o risco de crédito e o risco de liquidez. O primeiro é o decorrente das oscilações nos preços dos títulos que compõem a carteira do fundo. Uma vez que estes ativos são contabilizados por seu valor de mercado, quanto maior a oscilação nos preços, maior a oscilação no valor das cotas e mais difícil estimar o valor de resgate ou de venda das cotas. Já o risco de crédito se refere à certeza sobre a liquidação do título na data de vencimento.Quando o fundo adquire um título, está emprestando di- nheiro a alguém e, certamente, correndo o risco de que o tomador dos recursos não honre a obrigação, ou não pague os juros combinados. Por fim, existe o risco de liquidez, que tanto pode ser dos ativos quanto das cotas que compõem o fundo. No caso dos ativos, o risco de liquidez consiste na eventual dificuldade que o administrador possa encontrar para vender os ati- vos que compõem a carteira do fundo, ficando impossibilitado de atender aos 7 pedidos de resgate do investimento. No caso das cotas, o risco de liquidez de- corre da dificuldade, no fundo fechado, do investidor encontrar um comprador para as suas cotas, forçando-o a vender por um valor mais baixo que o esperado, caso sua necessidade de recursos seja imediata. Por tudo isso, é importante que o investidor se mantenha informado so- bre os ativos que compõem a carteira do fundo, sobre as restrições ao resgate e sobre o mercado para a negociação de cotas de fundos fechados, tanto na hora de investir quanto periodicamente, para decidir se permanecerá ou não com o investimento. Não se esqueça de que o retorno de um investimento costuma estar as- sociado ao seu grau de risco. Expectativa de retornos melhores normalmente estão associados a um maior grau de risco. As aplicações mais conservadoras costumam apresentar uma menor rentabilidade. Desconfie de fundos de investimento que apresentem rentabilidade muito superior aos demais fundos da mesma natureza, pois é possível que o seu gestor esteja incorrendo em um risco muito maior que os demais e que, talvez, não seja adequado ao seu perfil. Vantagens e desvantagens A principal vantagem dos fundos é possibilitar que investidores de perfil similar - com objetivos comuns, estratégias de investimento semelhantes e mesmo grau de tolerância a risco - concentrem recursos para aumentar seu po- der de negociação e diluir os custos de administração, além de contarem com profissionais especializados, dedicados exclusivamente à gestão dos recursos. Já as desvantagens estão associadas ao fato de o investidor delegar a terceiros a administração de seus recursos - falta de autonomia na tomada de decisão, submissão a regras previamente estabelecidas e à vontade da maioria dos cotistas, entre outras. Perguntas importantes antes de investir em um fundo de investimento: 8 Qual a classe do fundo? Está em linha com os meus objetivos? Qual a taxa de administração cobrada pelo fundo? São cobradas outras taxas (performance, ingresso, saída)? Quais? Onde e como posso obter o regulamento do fundo e a lâmina de infor- mações essenciais? Que tipo de informações tenho direito a receber sobre o fundo? Com que periodicidade vou receber informações? Qual é o prazo de resgate? Qual foi o desempenho desse fundo até o momento? Onde posso obter informações sobre seu desempenho? Que posição ocupa em comparação a outros fundos semelhantes, ou ainda em relação a um índice de mercado? Que papéis compõem a carteira desse fundo? Existem limites para a composição dessa carteira? Com que frequência esses papéis são trocados? Há, na composição da carteira desse fundo, algum título ou valor mobi- liário com alto grau de risco, como, por exemplo, derivativos? Ações sem liqui- dez? Empresas concordatárias? Quais os riscos específicos de investimento nesse fundo? Qual o investimento mínimo inicial? E os subsequentes, têm algum li- mite? Alguns cuidados devem ser observados no momento da adesão a um fundo, ou durante o período em que o investidor dele participar, recomendando- se: 9 1) Escolher cuidadosamente o administrador do fundo e informar-se so- bre o gestor da carteira, caso seja terceirizado; 2) Conhecer detalhadamente a política de investimentos adotada, a fim de escolher a alternativa que melhor atenda ao perfil de risco e retorno do inves- tidor; 3) Verificar se as despesas cobradas pelo fundo justificam o desempe- nho apresentado; 4) Ler atentamente o regulamento e a lâmina de informações essenciais do fundo escolhido, antes de ingressar no mesmo. TIPOS DE INVESTIMENTOS O mercado financeiro oferece basicamente dois tipos de investimento, a renda fixa e a renda variável. Ambas são bastante interessantes e não devem ser descartadas pelo investidor. 10 No Brasil, a renda fixa tem muito maior adesão do que a variável. E a campeã de aplicações ainda é a poupança. Renda Fixa Renda fixa é o tipo de investimento que oferece uma base de proje- ção ou o cálculo do retorno exato antes da aplicação. Títulos assim podem ter rendimento prefixado, com um juro anual defi- nido, pós-fixado, atrelado a um indicador como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, referência de rentabilidade), ou híbrido, com um juro fixo mais a variação do IPCA(Índice de Preços ao Consumidor Amplo, considerado a infla- ção oficial do país). São exemplos de renda fixa boa parte das aplicações que você conhece, como a poupança, o CDB (Certificado de Depósito Bancário), a LCI/LCA (Letra de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito do Agronegócio), Tesouro Direto, de- bêntures, LC (Letra de câmbio), entre outros. Renda Variável A renda variável ainda é pouco explorada pelo investidor pessoa física no Brasil. Em mercados mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, a ela representa fatia bem mais ampla dos investimentos. Exemplos de renda variável são ações, opções e derivativos na bolsa de valores, fundos de investimento de ações e multimercados, entre outros. Na comparação com a renda fixa, a variável acarreta maior volatilidade e maior risco de prejuízo, embora ofereça potencial de retornos mais elevados. Para quem está começando, é importante não alocar todas as suas re- servas em renda variável. https://www.btgpactualdigital.com/blog/financas/tudo-sobre-cdi/ https://www.btgpactualdigital.com/blog/financas/ipca-o-que-e/ https://www.btgpactualdigital.com/blog/investimentos/tudo-sobre-tesouro-direto 11 Dessa forma, procure saber o seu perfil de investidor, saber se esse tipo de investimento faz sentido para você e busque se informar primeiro e, se for o caso, destine, inicialmente, uma parcela pequena, como 5% ou 10%, para ações ou fundos. 12 AGENTES DO MERCADO O mercado financeiro é um termo muito utilizado. No entanto, a sua com- posição é extremamente ampla e conta com diversos agentes e instituições. As instituições são, em suma, empresas, pessoas, órgãos ou estruturas que facilitam o encontro dos agentes que fazem a composição do mercado fi- nanceiro. Ou seja, eles permitem que a economia funcione da maneira que acon- tece atualmente. Para algum leigo, pode parecer que essa estrutura não tem tantas vari- áveis assim. No entanto, são diversos os agentes que fazem a composição desse mercado. É o que veremos a seguir. Emissores de títulos Na renda fixa, os emissores dos títulos podem ser o Tesouro (para os tí- tulos públicos) ou instituições financeiras (para títulos privados). Analisando o risco, nesse caso, é fácil entender por que o Tesouro Direto é considerado o investimento mais seguro: você está colocando seu dinheiro em dívida do Governo Federal, que se compromete a pagar seu dinheiro de volta acrescido de juros. No caso dos títulos privados, o risco é maior, já que se trata de institui- ções privadas (bancos ou corretoras). Para aumentar a segurança dessas aplicações, há um mecanismo de proteção ao investidor chamado de Fundo Garantidor de Crédito, que garante o saldo de algumas aplicações (como CDB, LCI/LCA, poupança) em caso de que- https://maisretorno.com/blog/termos/m/mercado-financeiro https://www.btgpactualdigital.com/blog/investimentos/tudo-sobre-titulos-publicos https://www.btgpactualdigital.com/blog/investimentos/tudo-sobre-titulos-publicos https://www.btgpactualdigital.com/blog/financas/fundo-garantidor-de-credito/13 bra do emissor, para um limite de até R$ 250 mil. Para ter essa garantia, certifi- que-se se o produto que você tem interesse conta com essa proteção antes de investir. Bolsa de valores A bolsa de valores é uma plataforma de negociação de ações de empre- sas de capital aberto. No Brasil, a bolsa oficial se chama Bm&fBovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo), desde 2008, quando ocorreu a fusão da Bolsa de Valores de São Paulo com a Bolsa de Mercadorias e Futuros. O investidor pode atuar no mercado à vista, comprando diretamente ações de empresas que considerar promissoras, ou optar por aplicar em fundos de investimento, nos quais o papel de alocação recai sobre o gestor, um profis- sional com larga experiência na área. Tomadores Tomadores de recursos são empresas ou indivíduos que precisam de capital (para fluxo de caixa, capital de giro, financiamento etc.) e estão dispostos a pagar juros pelo dinheiro. Investidores Investidores são pessoas físicas ou jurídicas que desejam multiplicar seu capital que está sobrando. Eles abrem mão da disponibilidade do recurso em um momento para colherem a valorização em um prazo previamente acer- tado na aplicação. 14 FUNDOS DE INVESTIMENTOS Fundos de investimentos Fundos de investimentos são uma excelente maneira de ingressar no mercado financeiro, já que oferecem a chance de você diversificar aplicações sem ter grande conhecimento sobre o assunto. Em um fundo, você faz um aporte inicial, que é convertido em cotas, e depois espera esse dinheiro se valorizar. Existem quatro tipos de fundos considerando as classes de ativos, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais: renda fixa, ações, multimercados e cambiais. Fundo de renda fixa Tem foco em retornos por meio de investimentos em ativos de renda fixa (também são aceitos títulos sintetizados via derivativos), com estratégias que envolvam risco de juros e de índice de preços. São indicados para quem quer menor volatilidade e riscos bastante controlados, com alta liquidez. Fundo de ações Possui principalmente ativos de renda variável, como ações à vista, bô- nus ou recibos de subscrição, certificados de depósito de ações. No mínimo, 67% da carteira é alocada nessas aplicações. Fundo multimercado É o mais versátil dos fundos e oferece estratégias complexas, sem mui- tas restrições sobre as alocações em determinados ativos ou derivativos. Fundos cambiais https://www.btgpactualdigital.com/blog/videos/fundo-de-investimento-btg-pactual-cambial/ https://www.btgpactualdigital.com/blog/financas/volatilidade-o-que-e 15 Pelo menos 80% da carteira é destinada a ativos relacionados direta- mente ou sintetizados, via derivativos, a moedas estrangeiras. É uma opção bas- tante atraente para quem possui contratos em moeda estrangeira e busca se proteger de oscilações do dólar ou do euro, por exemplo. Fundos de investimento da família Tesouro no BTG Pactual digital Ficou interessado em investir em fundos? O BTG Pactual digital possui uma família de fundos que investem prioritariamente em títulos do Tesouro. Esses fundos de investimentos aplicam recursos dos cotistas em títulos do Tesouro com variados vencimentos e rendimentos, com o objetivo de obter o melhor retorno para cada perfil de investidor. Com eles, em vez de pagar uma taxa de custódia anual de 0,3% no Te- souro Direto, você paga uma taxa de administração anual de 0,2%. Abaixo, você vai conhecer quatro fundos desse tipo: o IPCA Curto, o IPCA Longo, o IPCA Geral e o Tesouro Selic. IPCA Curto O IPCA Curto mira a rentabilidade atrelada ao IPCA e coloca os recursos dos cotistas em títulos Tesouro IPCA com prazo de até cinco anos. É uma ma- neira acessível e prática de conseguir boa rentabilidade protegida de inflação, com alta liquidez. Liquidez financeira: D+1 (em um dia útil). Investimento mínimo: R$ 3.000,00. IPCA Longo O IPCA Longo busca a superação do índice IMA-B5+ e destina a maior parte do capital títulos Tesouro IPCA com prazo superiores a cinco anos. Ele oferece o rendimento do Tesouro atrelada ao IPCA e serve para quem quer se blindar da inflação. https://www.btgpactualdigital.com/blog/noticias/btg-pactual-digital-amplia-oferta-de-fundos/ https://www.btgpactualdigital.com/investimentos/fundos-de-investimento/detalhe/70821/btg_pactual_tesouro_ipca_curto_fi_rf https://www.btgpactualdigital.com/investimentos/fundos-de-investimento/detalhe/353888/btg_pactual_tesouro_ipca_longo_fi_rf 16 Liquidez financeira: D+2 (em dois dias úteis). Investimento mínimo: R$ 3.000,00. IPCA Geral O IPCA Geral tem o objetivo de proporcionar rentabilidade superior ao índice IMA-B, que representa o desempenho de uma carteira de títulos federais atrelados à inflação. A alocação dos recursos visa principalmente os títulos Te- souro IPCA com prazos variados. Serve para quem busca se proteger da infla- ção e garantir rentabilidade real. Liquidez financeira: D+2 (em dois dias úteis). Investimento mínimo: R$ 3.000,00. Tesouro Selic O fundo Tesouro Selic investe em títulos Tesouro Selic, ou seja, na taxa de juros definida pelo Banco Central. É o mais indicado para o perfil conservador. Aqui você pode resgatar seu dinheiro a qualquer momento e não precisa se pre- ocupar com a volatilidade. Liquidez financeira: D+0 (no mesmo dia). Investimento mínimo: R$ 3.000,00. Ao considerar a opção de investir em fundos, é preciso lembrar como funciona o recolhimento do Imposto de Renda nesse tipo de aplicação. Nesse caso, existe um elemento de nome curioso, o “come-cotas”, que faz a antecipação do recolhimento do IR a cada semestre. O que acontece, portanto: há o pagamento da alíquota mínima, de 15% sobre o rendimento, no fim de maio e no fim de novembro, em vez de um paga- mento apenas no resgate. https://www.btgpactualdigital.com/investimentos/fundos-de-investimento/detalhe/104689/btg_pactual_tesouro_ipca_geral_fi_rf https://www.btgpactualdigital.com/investimentos/fundos-de-investimento/detalhe/98370/btg_pactual_tesouro_selic_fi_rf https://www.btgpactualdigital.com/blog/financas/volatilidade-o-que-e/ https://www.btgpactualdigital.com/blog/imposto/come-cotas-o-que-e/ 17 COMÉRCIO INTERNACIONAL E DESENVOLVI- MENTO ECONÔMICO Evolução histórica do comércio internacional Começaremos com uma questão básica: para que serve o comércio e por que ele é importante? Essa questão é objeto de diversos estudos da ciência econômica que aponta para a sua relevância para a riqueza das nações. Inúmeras teorias do comércio procuram explicar seu fundamento, suas vantagens e seus efeitos econômicos, especialmente sob a dimensão internacional. O homem comercializa com o objetivo de maximizar sua riqueza e au- mentar seu bem-estar, de forma a satisfazer suas necessidades básicas e/ou seus desejos por outros produtos. A questão está ligada ao dilema: comercializar ou estocar? Qual a melhor alternativa, considerando um excedente de produ- ção/extração? Por que comercializamos o excedente se podemos acumular o bem para um momento de escassez? O comércio se desenvolve a medida que o detentor de algum bem ou serviço, ao invés de acumulá-lo, resolve trocá-lo por outro bem ou serviço, ou seu valor correspondente em moeda ou outro ativo, por entender que tal troca seria mais vantajosa. Em sua fase primitiva, estava associado a um excedente de produção. No comércio internacional é a mesma coisa, mas leva em conta o fator território. 18 Comércio internacional refere-se ao intercâmbio de bens e serviços entre diferentes países. Em geral, tem como objetivo a maximização da riqueza, tanto do comerciante quanto do país, e/ou o aumento do bem-estar da população. O conceito envolve tudo que está relacionado com a operação comercial, inclusive o transporte, seguro e financiamento,caso existente. Atenção!! A ESAF, nos concursos da RFB de 2000 e 2002, cobrou o tema “conceito de comércio internacional”: - Ao conjunto dinâmico do intercâmbio físico de bens e de serviços, bem como dos fluxos financeiros correspondentes, entre os diversos países, regiões e grupos econômicos do mundo, resultante da divisão internacional do trabalho, da dotação diferenciada dos fatores de produção e da diversidade das habilida- des adquiridas por cada participante, poder-se-ia denominar Comércio Interna- cional. - A expressão "Comércio Internacional" designa a troca de mercadorias e serviços de todos os tipos entre diferentes países em tudo o que for ligado à sua execução, incluindo transporte e pagamento. COMENTÁRIO: Trata-se de conceitos semelhantes, que consideram a relação de troca de bens e serviços entre diferentes territórios soberanos. 19 Importante diferenciar a expressão “comércio internacional” da expressão “comércio exterior”. Tratamse de expressões semelhantes, referindo-se ao inter- câmbio de bens e serviços entre diferentes países, mas a partir de pontos de vista distintos: referimos a “comércio internacional” a partir de uma perspectiva global; e a “comércio exterior” a partir de uma perspectiva de um país específico. Portanto é equivocada afirmarmos que estamos estudando comércio internacio- nal brasileiro, mas sim comércio internacional, numa perspectiva global; de outro lado, é correto afirmarmos que estudaremos as políticas brasileiras de comércio exterior, não as políticas de comércio internacional brasileiro. Entenderam a sutil diferença? O estudo do comércio internacional é de fundamental importância para o pleno desempenho das atividades aduaneiras na RFB. Trata-se de matérias intimamente ligadas, e, por isso, são cobradas na mesma prova no concurso da Receita. A atividade aduaneira possui uma estreita vinculação com a comerciali- zação de mercadorias entre diferentes territórios, observada até mesmo em an- tigas civilizações. Segundo Montesquieu, “Onde há comércio há alfândegas. O objetivo do comércio é a exportação e a importa- ção das mercadorias em favor do Estado, e o objetivo das alfândegas é um certo direito sobre essa mesma exportação e importação, também em favor do Estado” A vigilância das fronteiras do território (cidade-estado, reino, império, feudo, tribo), com o controle do tráfego externo de mercadorias, refletia o poder do ente controlador do território e era exercido por alguma espécie de autoridade aduaneira. A aplicação de restrições à importação e à exportação de mercado- rias é tão antiga quanto o comércio entre os territórios, como forma de proteção à economia interna (ainda que de forma primitiva) e à segurança, além de propi- ciar o reconhecimento da autoridade do ente controlador do território e a sobe- rania territorial, influenciada pela corrente econômica dominante em cada época. 20 O doutrinador argentino Ricardo Xavier Basaldúa, em seu clássico es- tudo sobre o Direito Aduaneiro, apresentou uma investigação histórica sobre a presença da Aduana em diversas civilizações (Egito, Grécia, Roma, Idade Mé- dia, Veneza, Gênova, Bizâncio, França, Espanha e América pré-colonial). O autor reporta a presença de alguma atividade aduaneira nessas civi- lizações, através do controle exercido na entrada e saída de mercadorias de seu território, de forma a impedir esse fluxo, ou aplicar-lhes alguma espécie de gra- vame na operação comercial. Buscava-se, assim, desde o início, a proteção da economia local. De acordo com a abundância ou a escassez de uma determinada mercadoria em outras regiões, estabeleciam-se cotas maiores ou menores de importação e ex- portação, definindo, ainda como fator de restrição, os gravames. Com o surgimento da Revolução Comercial e a consequente desintegra- ção do feudalismo, com a consolidação do absolutismo e a formação dos Esta- dos Nacionais, a atividade aduaneira passou a exercer um outro papel funda- mental dentro da doutrina econômica então vigente (mercantilismo): a arrecada- ção de tributos ou direitos aduaneiros sobre a entrada ou saída de mercadorias do território, constituindo uma importante fonte de recurso ao tesouro do Estado Nacional, além de instrumento para a prática de medidas protecionistas. A prá- tica mercantilista proporcionava um resultado positivo na balança comercial do Estado, com o acesso às reservas de metais preciosos e o desenvolvimento de suas manufaturas. Precisamos relembrar alguns pontos que aprendemos na escola ou na universidade: Entende-se como Revolução Comercial o conjunto de transformações ocorridas nas relações de troca entre a Europa e o resto do mundo no período que vai do século XV ao XVII, em decorrência da formação dos mercados naci- onais e do desenvolvimento do comércio no continente europeu, a partir do sé- culo XI. Nesse período, foram formadas as grandes companhias de comércio 21 (Índias Ocidentais e Índias Orientais), que, aliadas às Coroas europeias, empre- enderam a luta pelo domínio das fontes de metais preciosos e especiarias, cul- minando com o desenvolvimento do mercantilismo. A doutrina mercantilista caracterizou o período histórico da Revolução Comercial e foi marcado pela desintegração do feudalismo e pela formação dos Estados Nacionais. Essa doutrina econômica defendeu o acúmulo de divisas em metais preciosos pelo Estado por meio de um comércio exterior de caráter pro- tecionista e superavitário. Naquela época, o comércio internacional era fundamentado pela busca por excedentes na balança comercial, de forma a permitir aos Estados a acumu- lação de metais preciosos, que era considerado como o principal fator de riqueza das nações. Caso o Estado não possuísse riquezas minerais ou colônias para a extração dos metais preciosos (ouro e prata), ele deveria buscar o superávit nas transações comerciais internacionais, de forma que o excedente seria pago em metais preciosos. Importante relembrar: a riqueza de um país era considerada a partir da quantidade de metais preciosos que cada um possuía Dessa forma, o mercantilismo exigia: ▪ Acumulação de riquezas na forma de metais preciosos ▪ Busca de resultados positivos na balança comercial ▪ Incentivo à agricultura, no intuito de reduzir as importações e gerar tri- butos internos ▪ Adoção de medidas protecionistas ▪ Exploração das colônias Vocês se lembram do conceito de Balança de Pagamentos? 22 Trata-se de um registro contábil das transações de um país com o exte- rior, com registros das transações comerciais (balança comercial) e de serviços (balança de serviços). Para os mercantilistas, o que importava era a quantidade de metais pre- ciosos que o país acumulava. Aqueles países que não eram produtores de me- tais preciosos deveriam aumentar suas reservas de ouro através de superávits no comércio internacional. A diferença entre o que vendia e o que comprava era recebido em metais preciosos, permitindo a acumulação do país superavitário no comércio internacional. Destacamos que os mercantilistas entendiam que o comércio internacional tinha ganhos de soma nula, ou seja, um país ganharia à custa do outro país. Durante o mercantilismo, o comércio internacional passou por um pro- cesso de regulamentação, inclusive as normas aduaneiras, de forma a disciplinar as operações internacionais e resguardar os interesses dos agentes de comércio e dos Estados Nacionais. Data de 1687, durante o reinado de Luiz XIV, na França absolutista, aquele que é considerado como o primeiro código aduaneiro, com disposições administrativas, penais, tributárias e processuais. Trata-se da fase inicial da uti- lização de barreiras tarifárias (direitos aduaneiros) com o objetivo de restringir a importação de bens de forma a promover a produção nacional. Já no século XVIII, o desenvolvimentodo comércio internacional foi um dos pilares da doutrina econômica clássica, a partir da principal obra de Adam Smith, intitulada “A Ri- queza das Nações” , na qual defendia a concentração por parte de cada país na produção de artigos cujos custos fossem mais baixos do que em outros países. Com o livre comércio, importava não a riqueza das nações de forma separadas, mas a riqueza de todas as nações em conjunto. O comércio irrestrito entre as nações proporcionaria o crescimento de todos os países, sendo que cada país deveria se concentrar na produção dos bens que lhe oferecem vantagem absoluta. 23 O Adam Smith é pai do liberalismo e autor da célebre expressão “mão invisível do mercado”, que tudo regula. David Ricardo, outro autor clássico da Ciência Econômica, em sua obra “Princípios de Economia Política e Tributação” publicada originalmente em 1817, apresentou sua teoria das vantagens compa- rativas, fundamentando de forma mais consistente o desenvolvimento do comér- cio internacional. Essa teoria centra sua eficácia nos fatores produtivos e nos custos rela- tivos, de forma que um país deve especializar-se exclusivamente na produção de mercadorias nos quais teriam abundância de recursos e custos relativos fa- voráveis, importando as demais mercadorias cujo custo de produção seria des- favorável. Dessa forma, se produziria naturalmente uma divisão internacional da produção, através do comércio internacional, permitindo trocas eficientes e ren- táveis a todas as nações participantes. O modelo clássico do comércio internacional segunda teoria ricardiana é resumido em uma nota de rodapé de sua principal obra: “Assim, um país dotado de grandes vantagens em maquinaria e em capacidade téc- nica, e que consiga, portanto, produzir certas mercadorias com muito menos trabalho que seus vizinhos, poderá importar em troca dessas mercadorias parte dos cereais necessários a seu consumo, mesmo que sua terra seja mais fértil e nela os cereais pudessem ser cultivados com menos trabalho do que no país do qual são importados8 .” Mas a grande crítica que é feita nas teorias clássicas é que os autores se utilizaram de apenas um fator de produção: o trabalho. E os demais, não afe- tariam também o comércio internacional? A resposta é afirmativa, e foi objeto de estudo por outros economistas. Antes, temos que explicar o que são fatores de produção: são aqueles elementos indispensáveis ao processo produtivo. Historicamente, são conside- rados como fatores de produção a terra, o trabalho e o capital. Além do modelo ricardiano, o comércio internacional encontra sua fun- damentação na teoria de Heckscher-Ohlin, chamada de teoria das proporções 24 de fatores, desenvolvida por dois economistas suecos (Eli Heckscher e Bertil Ohlin, este último recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1977). Essa teoria fundamentase na inter-relação entre as proporções em que fatores de produção diferentes estão disponíveis em diferentes países e as proporções em que eles são utilizados na produção de diferentes bens. Com base nessa teoria, um país tende a exportar bens intensivos nos fatores cuja oferta é abundante. Para o economista Paul Krugman, os países participam do comércio in- ternacional por dois motivos básicos: em primeiro lugar, porque diferem um dos outros, permitindo a especialização na produção daquilo que fazem melhor em relação aos demais; em segundo lugar, para obter economias de escala, de forma a produzirem numa escala maior e mais eficiente do que se tentasse pro- duzir todos os bens de que necessitam. Destacaremos as principais características de cada teoria do comércio internacional no próximo tópico! Significativa mudança no comércio internacional e no papel da Aduana ocorreu no século XX, no pós-guerra. Com a economia europeia bastante debilitada, o comércio internacional se tornou sujeito a uma crescente variedade de restrições, com a implantação de medidas protecionistas que visavam a proteção de seu mercado interno no reduzido mercado mundial, prolongando o quadro recessivo das economias e diminuindo ainda mais o mercado mundial. Diante desse quadro, as potências aliadas reunidas em Bretton Woods em 1944, concluíram pela necessidade de reconstrução da economia mundial, fundando uma nova ordem econômica baseada em três instituições: o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Internacional de Reconstrução e Desen- volvimento (BIRD) e a tentativa de criação da Organização Internacional de Co- mércio (OIC), cujos reflexos no comércio internacional refletem-se até os dias atuais. 25 TEORIAS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL Teoria das vantagens absolutas A teoria das vantagens absolutas foi desenvolvida por Adam Smith, em seu livro “A Riqueza das Nações” (título completo: Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações), publicado originalmente no ano de 1776. Segundo Smith, a riqueza de cada país não seria considerada consi- derando a quantidade de metais preciosos acumulados, como defendiam os mercantilistas, mas à sua força de trabalho. Esse era o fator de produção que gerava riqueza ao país. Além disso, deveria ser considerada a riqueza das nações tomadas em conjunto, e não a riqueza de cada país de forma separada. Segundo a teoria clássica, o livre co- mércio proporcionaria o crescimento de todos os países, sendo que cada país deveria se concentrar na produção dos bens que lhe oferecem vantagem abso- luta, ou seja, em artigos cujos custos de produção fossem mais baixos do que em outros países. Vamos lembrar que Adam Smith, o pai do liberalismo, pregava a abstenção do Estado e a regulação da economia pelo mercado: a “mão invisí- vel” do mercado resolveria quase tudo! O principal pilar da Teoria das Vantagens Absolutas era a divisão inter- nacional da produção: cada país deveria se especializar na produção de itens em que possuísse maior eficiência (utilização de uma menor quantidade de in- sumos na produção do bem), importando os demais bens a serem consumidos internamente, e exportando o excedente de sua produção. Segundo essa teoria, a divisão internacional da produção permitiria a produção de bens com menores custos por países que possuíssem vantagens absolutas em sua produção, proporcionando um aumento do bem-estar a todos. Um ponto interessante: para Smith, nem sempre é necessário a obtenção de 26 superávits (exportação menos importação) para justificar o comércio internacio- nal, visto que o comércio pode beneficiar todos os envolvidos na operação, pela redução do custo de produção. A seguinte passagem da obra de Adam Smith ilustra bem a importância da divisão internacional da produção, que proporciona vantagens no comércio: “Todo pai de família prudente tem como princípio jamais tentar fazer em casa aquilo que custa mais fabricar do que comprar. O alfaiate não tenta fazer seus próprios sapatos, mas os compra do sapateiro. O sapateiro não tenta confeccionar seu traje, mas recorre ao alfaiate. O agricultor não tenta fazer nem um nem outro, mas se vale desses artesãos. Todos consideram que é mais interessante usar suas capacidades naquilo em que têm vantagem sobre seus vizi- nhos, comprando com uma parcela de sua produção ou com o preço de uma parcela dela, tudo o mais de que tiverem necessidade.” Teoria das Vantagens Comparativas A Teoria das Vantagens Comparativas, desenvolvida por David Ricardo, justifica o comércio internacional mesmo quando um país for mais eficiente na produção de todos os bens, ou seja, mesmo que tenha vantagens absolutas em todos os bens considerados. Destacamos o seguinte trecho de sua obra “Princípios de economia po- lítica e de tributação”, que foi originalmente publicada em 1817: “Assim, um país dotado de grandes vantagens em maquinaria e em capacidade téc- nica, e que consiga, portanto, produzir certas mercadoriascom muito menos trabalho que seus vizinhos, poderá importar em troca dessas mercadorias parte dos cereais necessários a seu consumo, mesmo que sua terra seja mais fértil e nela os cereais pudessem ser cultivados com menos trabalho do que no país do qual são importados.” Para Ricardo, o comércio internacional se justifica mesmo quando um país não possua vantagens absolutas em relação a outros, visto que não é o princípio da vantagem absoluta que possibilita o comércio, mas as vantagens comparativas. Mas o que seria vantagem comparativa? 27 São as diferenças de produtividade de diferentes bens, considerando o custo de oportunidade. O custo de oportunidade considera aquela velha escolha que temos que fazer (e os países também) analisando aquilo que devemos abrir mão para obter outro item. No caso de países, abrir mão de se produzir determi- nado bem para focar a produção em outro bem mais vantajoso. Segundo Ricardo, os países deveriam se especializar em bens nos quais tivessem vantagem comparativa, e adquirir os demais bens no mercado externo a um preço inferior (considerando o fator trabalho) ao que seria na produção interna. O autor trouxe o exemplo de vinhos e tecidos: “A Inglaterra exportava tecidos em troca de vinho porque, dessa forma, sua indústria se tornava mais produtiva; teria mais tecidos e vinhos do que se os produzisse para si mesma; Portugal importava tecidos e exportava vinho porque a indústria portuguesa poderia ser mais beneficamente utilizada para ambos os países na produção de vinho.” Teoria das Proporções de Fatores – Heckscher-Ohlin A Teoria das proporções de fatores foi desenvolvida por dois economis- tas suecos, Eli Heckscher e Bertil Ohlin (Ohlin recebeu o Prêmio Nobel de Eco- nomia em 1977), e se fundamenta na inter-relação entre as proporções em que fatores de produção diferentes estão disponíveis em diferentes países, e nas proporções em que eles são utilizados na produção de diferentes bens. Com base nessa teoria, um país tende a exportar bens intensivos nos fatores cuja oferta é abundante. Esta teoria procura fundamentar o comércio internacional considerando mais de um fator de produção. Além do fator “trabalho”, considerado na teoria ricardiana, o modelo de Heckscher-Ohlin analisa as vantagens comparativas considerando o custo de produção também com base nos fatores “terra”, “recur- sos naturais” e “capital”. Como exemplo, se um país cujo fator trabalho for abun- dante poderá ter um custo relativo menor em produtos intensivos em trabalho; por outro lado, um país intensivo em capital poderá ter vantagem comparativa na produção de bens intensivos em capital. 28 A teoria das proporções de fatores complementa a teoria das vantagens comparativas, resolvendo um de seus problemas: aquela teoria considerava apenas um fator de produção (trabalho). Vejamos um exemplo simples: Não é novidade para ninguém que o Brasil é abundante no fator terra e o Japão é abun- dante no fator capital. Também sabemos que o Brasil não é abundante em capi- tal e o Japão não é abundante em terra. Dessa forma, o Brasil deveria se especializar na produção de bens in- tensivos do fator terra, que levará certamente a uma grande vantagem compa- rativa em relação ao Japão; por outro lado, o Japão deveria se especializar em bens intensivos em capital, que demandam um grande investimento. Assim, se justifica a produção brasileira e exportação de soja e carne, com grande vantagem comparativa, e a produção japonesa de bens de alta tec- nologia, que são intensivos no fator capital. Novas teorias de comércio internacional ▪ Comércio intrafirmas (mesmo setor); ▪ Comércio entre países com proporções de fatores semelhantes; ▪ Ganhos da economia de escala; ▪ Concorrência monopolística; ▪ Diferenciação de produtos; ▪ Gosto dos consumidores. 29 POLÍTICA COMERCIAL As políticas comerciais são ações governamentais que definem o co- mércio com terceiros países. Por isso é um ramo do Comércio Internacional. Várias sãos essas políti- cas razão pela qual usamos o plural. Encontramos no ICONE a seguinte mani- festação sobre este tema: A política comercial é um dos quatro pilares da política macroeconômica, que inclui ainda as políticas fiscal, cambial e monetária. A política comercial, es- pecificamente, constitui-se num conjunto de medidas e ações, em geral públicas, que afetam as transações comerciais de um país com o resto do mundo. Referidas medidas podem determinar maior ou menor integração eco- nômica do país com as demais nações, dependendo da profundidade dos acor- dos comerciais negociados pelo país em questão, bem como do perfil dos ins- trumentos de política comercial que ele aplica em seus parceiros ou recebe dos mesmos. A título de exemplo, citam-se como os principais instrumentos da polí- tica comercial a tarifa, as quotas tarifárias, as medidas de defesa comercial, os subsídios à exportação e as barreiras não-tarifárias. Nesse contexto, a política comercial de um país afeta diretamente os resultados de suas exportações e importações tanto no presente como no futuro, pois os compromissos assumidos nos acordos comerciais são negociados com prazos definidos de implementação. Além disso, ela impacta os níveis de ativi- dade e de emprego domésticos na medida em que modifica o grau e o tipo de exposição da indústria nacional ao produto importado. O Edital da ESAF para o concurso de Analista de Comércio Exterior tem, como uma das provas, o Direito Internacional. Dentro deste tema encontramos as Políticas Comerciais, que por sua vez se subdividem em: a) – Protecionismo e livre-cambismo. 30 b) – Barreiras tarifárias e não-tarifárias. PROTECIONISMO Protecionismo é uma doutrina, uma teoria que prega um conjunto de medidas a serem tomadas no sentido de favorecer as atividades econômicas in- ternas, reduzindo e dificultando ao máximo, a importação de produtos e a con- corrência estrangeira. Tal teoria é utilizada por praticamente todos os países, em maior ou menor grau. Alguns exemplos de medidas protecionistas: – Criação de altas tarifas e normas técnicas de qualidade para produtos estrangeiros, reduzindo a lucratividade dos mesmos; – Subsídios à indústria nacional, incentivando o desenvolvimento eco- nômico interno; – Fixação de quotas, limitando o número de produtos, a quantidade de serviços estrangeiros no mercado nacional, ou até mesmo o percentual que o acionário estrangeiro pode atingir em uma empresa. O responsável pela fiscalização do comércio entre os países e dos atos protecionistas que eles adotam é a OMC (Organização Mundial do Comércio), cujo papel é promover a liberalização do comércio internacional. O protecionismo é vantajoso, em tese, pelo fato de proteger a economia nacional da concorrência externa, garantir a criação de empregos e incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias. No entanto, estas políticas podem, em alguns casos, fazer com que o país perca espaço no mercado externo; provocar o atraso tecnológico e a aco- modação por parte das empresas nacionais, já que essas medidas tendem a protegê-las; além de aumentar os preços internos. Vale ressaltar também que a diminuição do comércio, consequência na- tural do protecionismo, enfraquece políticas de combate à fome e ao desenvol- vimento dos países pobres. Por Tiago Dantas Equipe Brasil Escola 31 LIVRE-CAMBISMO Livre Cambismo é um modelo de mercado onde a troca de bens e servi- ços entre países não é afetada por restrições do estado. É o contrário ao prote- cionismo, que é a política económica que pretende restringir o comércio entre países. As trocas podem ser restringidas pela aplicação de taxas e tarifas alfan- degárias, quotas e subsídios as subvenções ou subsídios às exportações, legis- lação e leis antidumping. Esta política económica visa protegera indústria naci- onal em detrimento da concorrência estrangeira. Livre Cambismo é contrário ao o protecionismo, que é a política económica que pretende restringir o comércio entre países. As trocas podem ser restringidas pela aplicação de taxas e tarifas alfandegárias, quotas e subsídios as subvenções ou subsídios às exportações, legislação e leis antidumping. Esta política económica visa proteger a indústria nacional em detrimento da concorrência estrangeira. BARREIRAS TARIFÁRIAS Conjunto de instrumentos adotados pelo governo para controlar o co- mércio internacional de seu país, reduzindo ou até mesmo impedindo a entrada de concorrentes estrangeiros em seu território através do aumento das alíquotas incidentes na importação. As barreiras e/ou restrições comerciais podem ser legítimas e visar à tutela de determinado bem jurídico pelo Estado, como a proteção da saúde do consumidor ou a proteção do meio-ambiente. Todavia, elas podem ser utilizadas como forma de protecionismo, pro- movendo um desestímulo à importação, de maneira artificial, por meio da impo- sição de tarifas, taxas, impostos, restrições quantitativas e outras barreiras não- tarifárias. 32 BARREIRAS NÃO TARIFÁRIAS O IPEA apresenta o seguinte trabalho (parte) sobre barreiras não tarifá- rias, assinado por Patrícia Anderson: – As BNTs (Barreiras não tarifárias) De acordo com Deardorff e Stern (1997), a dificuldade básica no estudo sobre BNTs é que sua definição é dada pelo que elas não são. Ou seja, as BNTs são todas as barreiras ao comércio que não sejam tarifas. Além disso, algumas BNTs são formais, no sentido de estarem explícitas na legislação do país, e ou- tras são informais e advêm, por exemplo, de procedimentos administrativos e políticas ou regulamentações governamentais não publicadas; estrutura de mer- cado; e instituições políticas, sociais e culturais. Os impedimentos ao comércio associados às barreiras informais podem ser resultado de um esforço consciente do governo em favor dos interesses domésticos, ou o subproduto de práticas ou políticas enraizadas nas instituições domésticas. A seguir estão listadas as maiores categorias de BNTs e algumas políti- cas relacionadas [ver Deardorff e Stern (1997, p. 54-57)]: a) restrições quantitativas e limitações específicas similares: quotas de importação; limite às exportações; licenças; restrições voluntárias às exporta- ções etc.; b) encargos não-tarifários e políticas relacionadas que afetam as impor- tações: requerimento de depósito antecipado; imposto antidumping; imposto an- tissubsídio etc.; c) participação do governo no comércio, práticas restritivas e políticas governamentais em geral: subsídios e outras ajudas; compras do governo, mo- nopólio do governo e franquias exclusivas; política industrial e medidas de de- senvolvimento regional etc.; 33 d) procedimentos alfandegários e práticas administrativas: procedimen- tos de valoração, classificação e desembaraço aduaneiros; e e) barreiras técnicas ao comércio: regulamentações sanitárias e de pa- drões de qualidade, de segurança e industrial; regulamentação de embalagem, etiqueta, inclusive registro de marca etc. A ABIMAQ fornece as seguintes informações quanto as barreiras não tarifárias: As Barreiras Não Tarifárias (BNTs) são quaisquer mecanismos e instru- mentos de política econômica que influenciam o comércio internacional sem o uso de mecanismos tarifários. O tipo clássico de BNT são as quotas de importação. As quotas são sim- plesmente uma forma de restrição à quantidade de produto importado, limitada a um número pré-estabelecido alocado sob a base global ou específica. As quo- tas possuem um sistema de administração e licenciamento próprio, que pode variar do leilão à concessão discricionária. As quotas de importação podem também ser combinadas às barreiras tarifárias tradicionais, com tarifas que variam entre um valor mais baixo, quando a quantidade importada ainda está abaixo da quota (tarifa intra-quota), para um mais alto, uma vez que a quota seja extrapolada (tarifa extraquota). Barreiras Técnicas São um tipo muito específico de barreira não tarifária. Reguladas pelo Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT, em inglês), não são, stricto sensu, mecanismos de defesa comercial, mas sim de defesa da sociedade: é possível determinar barreiras técnicas à importações de determinados produtos motivado pelas necessidades da segurança nacional; pela prevenção contra práticas enganosas; pela proteção à saúde ou segurança humana, à saúde de plantas e animais, ou ainda ao meio ambiente. A proibição http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/asbtc.asp 34 da entrada de carne produzida em área onde haja alguma epidemia animal ou a criação de critérios de higiene mínimos para o transporte de cerveja são exem- plos de barreiras técnicas. Um dos principais órgãos anuentes responsáveis pela imposição de bar- reiras técnicas é o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Medidas de barreira técnica têm que considerar as informações técnicas e científicas disponíveis, as tecnologias de processamento e a destinação final dos produtos. São tipos de barreiras técnicas, entre outros, as exigências ambientais, fitossanitárias, ambientais e laborais. 35 REFERÊNCIAS FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 18ª ed. Rio de Janeiro, Qualliymark, 2011. LEI 4.595, 36 LEI 9.613, LEI 9.307, LEI 7.730, LEI 6.385, LEI 12.683, LEI 12.154, LEI 10.683 Decreto 3.088 Decreto Lei 73, Decreto Lei 168 IN CVM 554, IN CVM 539 Circular 3.119, Circular 2.698, Circular 2.900, Circular 3.461 Resolução 2.554, Resolução 2.025, Resolução 2.682 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO Bodie, Kane e Marcus. Investments. 2007. Cavalcante, Misumi e Rudge. Mercado de Capitais: O que é, como funciona. 6ª edição - Rio de Janeiro: Campus, 2005. Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 14ª edição – Rio de Janeiro: QualityMark Ed, 2000. Sites utilizados: www.bcb.gov.br, www.cetip.com.br, www.cvm.gov.br, www.bovespa.com.br, www.bmf.com.br, http://www.bcb.gov.br/ http://www.cetip.com.br/ http://www.cvm.gov.br/ http://www.bovespa.com.br/ http://www.bmf.com.br/ 37 www.andima.com.br, www.anbid.com.br, www.tesourodireto.gov.br. http://www.andima.com.br/ http://www.anbid.com.br/ http://www.tesourodireto.gov.br/
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