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Farmacologi� d� TGI: Antiulcer�� No tratamento de desordens do TGI, além do uso de fármacos, é essencial a adoção de medidas não farmacológicas - muitos problemas serão resolvidos com medidas não medicamentosas - alimentação saudável, prática de exercícios físicos, regulação do sono, ingesta hídrica… Muitas vezes os problemas estão relacionados a hábitos alimentares ruins, excesso de medicamentos… Utilizar os medicamentos somente em casos de real necessidade e por um tempo estabelecido. Antes de pensar em um fármaco, pensar sempre em medidas não farmacológicas - mudança de hábitos. A nova geração de médicos traz consigo o desafio de mudar a realidade atual: uma sociedade polimedicada e dependente de fármacos. Os objetivos principais dos fármacos do TGI são: Controlar a acidez; Regular a motilidade - motilidade excessiva: diarreia. Motilidade reduzida: constipação. Fármacos que atuam no TGI: ● Antiulcerosos; ● Antieméticos; ● Procinéticos; ● Laxantes; ● Antidiarreicos; ● Antifiséticos. FÁRMACOS ANTIULCEROSOS São utilizados para: Gastrite; Úlceras pépticas (gástricas ou duodenais); DRGE. Atualmente é grande é número de pacientes com gastrite, úlceras, DRGE… devido a hábitos alimentares ruins, estresse, uso excessivo de medicamentos... Relembrando a fisiologia: A secreção ácido gástrica ocorre da seguinte maneira: No estômago, há células parietais, que são produtoras de HCl, que possuem bombas de prótons. Essas bombas são H/K ATPase. Há células mucosas, que produzem mucina e bicarbonato, que são importantes para a proteção da mucosa gástrica. Há diversos outros tipos celulares, bem como inervações, para que ocorra a liberação de algumas substâncias endógenas, incluindo neurotransmissores que vão estimular o processo digestivo. Gastrina, histamina e acetilcolina (parassimpático) - estimulam a secreção de HCl. OBS.: O parassimpático estimula tanto a produção de HCl quanto a motilidade intestinal. Nas células parietais há receptores muscarínicos que são estimulados pela acetilcolina.Que estimula a liberação de Gastrina e de histamina. As células parietais, ao serem estimuladas por essas substâncias, expõem as bombas de K/H na superfície de suas células, iniciando a produção de HCl. Dependendo da quantidade de HCl produzido, pode abaixar o pH da luz estomacal a um pH 2. As células do intestino se protegem contra o pH baixo. Mecanismos de defesa gástrica: produção de mucina (muco protetor que reveste a mucosa do estômago) e produção de bicarbonato, que é um tampão potente. O bicarbonato vai tamponar esse pH, de maneira que as células vão estar com pH MEDICINA UFAL P7 ADRIELY BLANDINO 82 em torno de 7. Nessa camada de mucina, há um pH fisiológico, no qual as células estão adaptadas. Na luz estomacal o pH é baixo, necessário para o processo digestivo. A produção de mucina e bicarbonato é estimulada, fisiologicamente, por acetilcolina e prostaglandinas. COX1 → produção de prostaglandinas e prostaciclinas → inibem a produção ácido/gástrica (diminuindo a ativação das bombas de prótons). Além disso, também aumentam a secreção de mucina e bicarbonato - importantes para revestir a mucosa gástrica e manter o pH fisiológico para essas células. Os AINES podem interferir ou até mesmo agravar o sangramento das ulcerações pois são antiagregantes plaquetários. Por meio da inibição de COX1 nas plaquetas e, nas plaquetas, a COX1 é importante para produção de tromboxano, que é agregante plaquetário. O uso frequente de AINES pode levar à hemorragia gástrica (e outros tipos de hemorragia também). A acetilcolina é liberada e age sobre as células mucosas. Lembrar que o parassimpático é importante para que ocorra o processo digestivo. Ele não só estimula a secreção ácido gástrica, como também estimula os mecanismos de proteção, para que, à medida que a secreção esteja sendo produzida, esses mecanismos de defesa também estejam presentes, para que ocorra a digestão do alimento. Quando há um desbalanço entre os fatores protetores e os fatores agressores, iniciam os distúrbios relacionados ao excesso de produção de ácido ou redução dos mecanismos de proteção. Os fármacos que vão agir para controlar a secreção ácido gástrica, podem agir de diversas maneiras. Podem ser utilizados, inclusive, em associação. Não se usa antimuscarínicos (exemplo: buscopan) para tratar gastrite porque ele até diminuiria um pouco a secreção ácido gástrica, mas também iria diminuir a secreção de mucina e bicarbonato, o que não é desejável. Então, busca-se diminuir a secreção gástrica, sem interferir com a secreção de mucina e bicarbonato. 1 - INIBIDORES DE BOMBA DE PRÓTONS As células do intestino se protegem contra o pH baixo. Bloqueiam diretamente a bomba K/HATPase diretamente, sem se ligar com nenhum receptor de substâncias endógenas. Eles inativam a bomba de prótons, independentemente de haver estímulo de substâncias como a acetilcolina, histamina, gastrina etc. São os fármacos mais utilizados atualmente com essa finalidade. São pró-fármacos convertidos na forma ativa em ambiente ácido. Por isso, geralmente são comprimidos revestidos, na fórmula de cápsulas… Ele não age na luz estomacal, ele precisa ser absorvido. Esses medicamentos são bases fracas, em ambiente ácido eles iriam captar o excesso de prótons presente no ambiente ácido, ficariam protonados, ou seja, ionizados e seriam mais dificilmente absorvidos. Ele precisa ser absorvido no intestino delgado, chegar no sangue, no sangue ele vai para o estômago para penetrar nas células parietais, nos canalículos dessas células que é um ambiente ácido, se tornar ativo e então desempenhar suas funções. ● Omeprazol - disponível no SUS. ● Pantoprazol ● Lansoprazol ● Rabeprazol ● Esomeprazol ● Dexlanzoprazol O mecanismo de ação é o mesmo para todos. Mas, tem pequenas diferenças farmacocinéticas que, às MEDICINA UFAL P7 ADRIELY BLANDINO 82 vezes, podem dar um pouco mais de comodidade, um pouco menos de efeitos adversos. Mas, no final das contas, não são diferenças tão drásticas. É imperioso pesar o custo x benefício e o acesso do paciente a esses medicamentos. A meia vida desses fármacos é muito curta - 1 a 2h. Mas, o efeito não é tão curto assim. O efeito é a longo prazo. Utilizados 1 ou 2x ao dia. 24h ou 12/12h. A meia vida é curta, mas a inibição das células parietais é irreversível. Uma vez inibida, a célula parietal permanece inibida pelo resto da vida dela - que não é muito longa. A renovação das células parietais se dá em torno de 48/92h. Os IBP’s que chegaram nas células parietais vão precisar ser ativados - quando o ambiente estiver ácido. O ambiente fica ácido quando o indivíduo tem um estímulo para produzir HCl. Recomenda-se que os IBP’s sejam utilizados 30/40min antes das refeições. Ele precisa chegar nas células parietais na hora em que o suco gástrico está sendo produzido, que o ambiente vai estar ácido. É para garantir que ele esteja presente na hora da ativação das células parietais. Com o estímulo para produção de HCl, a célula parietal se torna uma célula ativada - é uma célula parietal que pegou a rede tubulovesicular, contendo as bombas de prótons, fundiu as vesículas e formou microvilosidades. Esses canalículos cheios de prótons expostas. Agora, ela secreta HCl, o interior dos canalículos se torna ácido e os IBPs se tornam ativos pois agora se encontram num ambiente ácido. Se você toma o IBP e não se alimenta, ou seja, se a célula parietal não está ativa, corre o risco dele ser eliminado já que a meia vida dele é de 1-2h, sem ter conseguido realizar sua função. Quanto maior o número de bombas de prótons inibidas, menor a secreção ácido gástrica. A administração junto com os alimentos não impede que ele seja absorvido, masa biodisponibilidade (quantidade de fármaco que vai chegar ao sítio ativo) pode reduzir em até 50%. Então, o ideal é ingerir mesmo antes da alimentação. Chega mais fármaco, e chega num momento oportuno. Mecanismo de ação: Quando o IBP chega, ele vai ser ativado pela presença de prótons, que estão nos canalículos das células parietais. Esses prótons vão transformar os IBPs em ácido sulfênico e sulfenamida. É o enxofre presente nessas composições que vai se ligar às estruturas das bombas de prótons, formando uma ponte de dissulfeto (tão forte quanto as ligações covalentes, por isso se diz que é uma inibição irreversível). O organismo endocita a bomba e troca por uma nova bomba, mas isso leva um certo tempo. De maneira que, apesar da meia vida ser curta, o efeito de inibição da secreção ácida é de mais de 24h. Quando o uso é contínuo, mesmo que suspenda a medicação, o indivíduo ainda fica uns dias com a secreção ácida gástrica diminuída, porque o organismo leva de 24h a 96h para renovar as bombas que foram inibidas pelos IBPS. É um efeito duradouro. Em 24h renova-se, em média, 20% das bombas. Ou seja, vai voltando a secreção ácida gástrica aos poucos após a suspensão do medicamento. Quando utilizados por um período prolongado, podem diminuir até 95% a produção diária de ácido gástrico (dependendo da dose e da duração do tratamento). Retorno após interrupção. Os IBP’s não são curativos, eles são paliativos até que a causa real da gastrite seja resolvida. Aumenta HO-1 (aumenta heme oxigenase-1) - protege células gástricas. Protege os radicais livres. Diferença entre os fármacos: Poucas diferenças farmacocinéticas e farmacodinâmicas. Metabolização microssomal. Citocromo P450 no fígado e outras partes do corpo. Mas a metabolização é majoritariamente hepática. Ao serem metabolizados pelo citocromo, também podem interferir na metabolização de outras substâncias. De um modo geral, podem interferir na metabolização de outros fármacos, inclusive do Clopidogrel. É um antiagregante plaquetário, pró-fármaco, que precisa ser convertido em sua forma ativa. O omeprazol pode interferir no metabolismo, diminuindo a eficácia do Clopidogrel, que não será transformado na sua forma ativa. Essa interferência na metabolização dos fármacos é, principalmente, com o omeprazol, que foi o primeiro a ser desenvolvido. MEDICINA UFAL P7 ADRIELY BLANDINO 82 Portanto, algumas características da molécula do omeprazol foram alteradas para tentar amenizar alguns efeitos adversos. Dessa forma, há alguns efeitos que são mais marcantes com o omeprazol, mas não quer dizer que os mais modernos não são isentos de efeitos adversos. Omeprazol Lansoprazol - meia vida um pouco mais longa Pantoprazol - perfil farmacocinético linear - tem uma duração de efeito mais contínua, mais regular, não tem tanta variação, nem interferência de alimentos na absorção. Em geral, tem-se uma resposta mais previsível. Rabeprazol - ativação mais rápida. Maior inibição da urease bacteriana. Boa opção para pacientes com H. Pylori. Porque além de ter o efeito de IBP, tem essa inibição da urease. (Ele NÃO mata a bactéria, ok?) Esomeprazol - depuração mais lenta. Ou seja, vai sendo eliminado mais lentamente do corpo. Dexlansprazol - liberação retardada. Vai ser absorvido aos poucos. Presença do fármaco o dia todo. É mais caro. Principais indicações: Gastrite Tumor de células de gastrina (droga de escolha) - não é para tratar o tumor. IBP bloqueia bomba de prótons independente do estímulo que a célula parietal sofra. Terapia de infecção H. Pylori - como adjuvante. Úlceras pépticas Esofagite de refluxo Efeitos adversos: São bem tolerados em terapias a curto prazo - 15/20 dias. Que, geralmente, é tempo suficiente para resolver a causa base. É o tempo para sair da crise, adotar outras medidas… Intolerâncias no TGI - mal estar gástrico, sensação de má digestão, por conta da alteração da secreção ácido gástrica; Irritabilidade, insônia, sonolência.., em geral, são percebidos poucos sintomas no SNC a curto prazo; Rash cutâneo, fototoxicidade. Os efeitos adversos mais severos são a longo prazo. No TGI, há alteração da digestão. Ocorre, também, alteração da microbiota. Há alteração na absorção de diversos nutrientes. Diminui absorção de cálcio, e a longo prazo, pode levar à osteoporose, osteopenia, aumento do risco de fraturas… atenção com pacientes idosos e mulheres na menopausa! Diminui a absorção de Vit B12, importante para neurotransmissão, formação de baía de mielina. Diminui absorção de magnésio, comprometendo a neurotransmissão. O pH gástrico elevado faz com que o organismo tente regular isso. De que forma? Estimulando a secreção de gastrina. O aumento da secreção de gastrina não vai ser suficiente para o estômago voltar a produzir HCl. O excesso de gastrina pode estimular o crescimento da mucosa (?), levando a uma proliferação desordenada. Esse é mais um fator predisponente de câncer. Os IBP’s atravessam a BHE e podem causar alterações no SNC, interferindo com bombas de Na/K presentes no SNC e interferir em neurotransmissão e alterações a longo prazo. Interações medicamentosas: Reduz o metabolismo: Varfarina (aumenta o risco de sangramentos), benzodiazepinas, fenitoína e digoxina; Clopidogrel (pró-fármaco) - não vai ser ativado adequadamente. Diminui absorção (pH dependente): Os IBP’s aumentam o pH estomacal e tem fármacos que precisam do pH baixo para serem absorvidos. Cetoconazol, ampicilina, levotiroxina, sais de ferro, vit B12, digoxina e inibidores de protease (anti-HIV). Ação sobre o IBP Anti-H2 - diminui o efeito*; Dissulfiram (inibidor da álcool-desidrogenase) - aumenta a toxicidade. 2 - ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES 52 Atuam impedindo o estímulo da histamina sobre os receptores H2. Não vão interferir na ação da acetilcolina. OBS.: A histamina consegue estimular qualquer receptor (H1 ou H2), mas o anti-histamínicos H2 são para uso exclusivo como anti-ulcerosos, não vão ter efeito sobre as manifestações de reações alérgicas (que são mediadas pela histamina no receptor H1) Cimetidina e Ranitidina (2x ao dia), VO, IM e EV. Nizatidina e Famotidina - 1x ao dia. MEDICINA UFAL P7 ADRIELY BLANDINO 82 A secreção ácida diminui, mas não na mesma proporção que diminui quando se usa IBP. Quando o indivíduo vai se alimentar e ocorre o estímulo para liberar acetilcolina, vai haver um incremento da secreção gástrica, ainda que em menor proporção. Também vai haver aumento de mucina e bicarbonato, pois os receptores muscarínicos não estão inibidos. Tem a desvantagem em relação ao IBP de ser menos potente. Por outro lado, não interfere tanto no processo digestivo, por não haver um bloqueio tão intenso da secreção ácido gástrica. A indicação do fármaco depende do contexto/situação. Bem absorvidos por V.O; Biotransformação hepática parcial; Excretados praticamente inalterados; Urina, fezes, leite - (famotidina e nizatidina) - quantidades significativas no leite, atenção à pacientes que estão amamentando*. Não agem na luz estomacal, precisam ser absorvidos, vão para as células parietais, mas ao invés de se ligarem às bombas de prótons, se ligam à própria célula parietal. Mecanismo de ação: Bloqueio reversível dos receptores H2; Inibem até 60-70% da secreção ácida. Não é necessário ser ingerido meia hora antes da refeição, como os IBP’s, porque os receptores estão presentes, tendo o paciente se alimentado ou não. Diferente das bombas de prótons que ficam expostas quando o paciente se alimenta e ficam expostas nos canalículos. O uso é semelhante ao dos IBP’s mas a inibição secreção ácido-gástrica é menor. Há receptores H2 em outras partes do corpo além do estômago. O estímulo da histamina sobre os receptores H2 no intestino podediminuir a motilidade intestinal. Também há alguns receptores H2 em vasos da mucosa. A histamina é vasodilatadora, logo, anti-histamínicos levam a redução desse efeito vasodilatador. A histamina liberada no estômago serve, para além de estimular a secreção ácido-gástrica, para auxiliar na perfusão da mucosa. Esse efeito é diminuído com ação dos anti-H2. Efeitos adversos: Distúrbios do TGI - relacionados com o aumento do pH gástrico, que vai interferir na digestão de alguns alimentos - podem levar à formação de gases, alterar microbiota. Dores musculares, astenia - relacionadas à alteração de eletrólitos como Ca, Mg; Ginecomastia - relacionada, principalmente, com a Cimetidina*, diminuição da libido e, até mesmo, alteração da ovulação em mulheres; Alterações no SNC; Rash cutâneo; Aumento da gastrina - diminui a eficácia do anti-H2 porque a histamina estimula a célula parietal e aumenta a secreção ácido-gástrica. A inibição do citocromo P450 pode retardar o metabolismo de anticoagulantes orais, fenitoína, carbamazepina, teofilina e ADT. A inibição de citocromos pode levar a uma diminuição de testosterona, justificando a diminuição da libido, ginecomastia… 3 - ANTIÁCIDOS Tanto os antiH2 quanto os IBP’s não interferem na secreção ácida que já foi liberada. Eles vão evitar que libere. Depois que o ácido já foi liberado e o paciente encontra-se com dor/queimação, o objetivo é neutralizar o ácido que já foi liberado. Utilizados para um efeito mais rápido, alguns até imediato. O efeito é temporário, já que ele neutraliza o ácido que foi liberado mas não interfere na liberação de mais ácido. Para um objetivo preventivo, a longo prazo, os ideias são antiH2 ou IBP. MEDICINA UFAL P7 ADRIELY BLANDINO 82 Fármacos para ação momentânea. Apesar do efeito da duração ser curto, são eficazes. O efeito tem início rápido na maioria das vezes. Rapidamente conseguem neutralizar o suco gástrico. São fármacos que têm caráter básico, que em contato com o ácido do estômago, vão formar sal e água. Inibe indiretamente a atividade da pepsina. A elevação do pH altera/inibe a ação da pepsina. A partir de 4,5/5, a atividade da pepsina já é interrompida. A neutralização do suco gástrico é dose dependente. Quanto maior a dose, mais vai neutralizar. Efeito imediato, curto tempo. Muitos antiácidos são misturas de várias substâncias. Dependendo das substâncias utilizadas para neutralizar o suco gástrico, têm-se efeitos adversos diferentes e indicações clínicas diferentes. Substâncias e reações: 1. Hidróxido de alumínio - modelada elevação do pH 2. Hidróxido de magnésio - moderada elevação do pH 3. Bicarbonato de sódio (Sal de Fruta ENO) - intensa elevação do pH 4. Carbonato de cálcio - intensa elevação do pH 3 e 4 têm em comum, além da produção de sal e água, a produção de CO2, o que pode levar a eructações (arrotos). O excesso de CO2 pode pressionar o esfíncter gastroesofágico, então não é muito bom para quem tem refluxo. O excesso de CO2 pode causar um certo "afrouxamento" desse esfíncter, então evita-se o uso excessivo desse tipo de antiácido em pacientes com DRGE. Esses medicamentos podem, de forma dose-dependente, produzir alcalose. Porque são absorvidos e produzir alcalose. 4 pode ocorrer constipação intestinal e, pelo uso do carbonato de cálcio, pode promover ou predispor a cálculos renais, principalmente em que já tem essa predisposição. Sempre dose-dependente. 1 pode provocar constipação intestinal, pois o alumínio relaxa a musculatura lisa intestinal. A presença de alumínio neste medicamento pode levar à adsorção de fosfato. Adsorção do fosfato - o fosfato vai aderir na superfície e vai impedir que ele seja absorvido. Ou seja, o uso frequente de Hidróxido de Alumínio pode levar a uma diminuição da absorção de fosfato. 2 tem duas indicações clínicas dependendo da dose utilizada. Em pequenas doses, é utilizado como antiácido. Em doses maiores, é utilizado como laxantes. Laxante osmótico. É uma molécula grande, que não é absorvida e que fica na luz intestinal, aumentando a osmolaridade da luz intestinal. Ou seja, carreando água, mantendo água na luz intestinal e esse aumento da quantidade de água na luz intestinal vai “amolecer” as fezes. 4 - PROTETORES DE MUCOSA Vão agir como uma “falsa” mucina, ou estimulando a secreção de mucina e bicarbonato. Alguns se assemelham à mucina sintética e vão revestir a base de úlceras, mucosa… protegendo da secreção ácida que possa estar causando o distúrbio. Vão fazer o papel da mucina de revestir e proteger a mucosa lesada. Sucralfato É um sal de sacarose que tem hidróxido de alumínio ligado na sua estrutura. É encontrado na forma de comprimidos mastigáveis (para aumentar a superfície de contato com a secreção ácida gástrica. Também pode ser encontrado na forma de suspensão. A ação ocorre na luz estomacal, aderindo à mucosa gástrica. Ele praticamente não é absorvido, mas pode haver absorção de alumínio. Então, também é um fármaco que não deve ser utilizado frequentemente, nem por um período prolongado, tanto pela capacidade do alumínio de adsorver fosfato e outras substâncias, como na própria absorção de alumínio. O excesso de alumínio pode causa intoxicação. Mecanismo de ação: Vai aderir à mucosa lesada.Quando ingerido, ele vai formar uma espécie de gel em contato com o ambiente ácido do estômago, vai polimerizar - ficando com o aspecto semelhante ao da mucina. Ele adere às proteínas com cargas positivas, que vão estar expostas nas áreas ulceradas. Ele reveste e protege a úlcera da ação irritante do suco gástrico e, até mesmo, de alguns alimentos. Ele inibe a pepsina e estimula a própria defesa gástrica, uma vez que vai estimular a síntese local de MEDICINA UFAL P7 ADRIELY BLANDINO 82 prostaglandinas e fatores de crescimento, para ajudar na reepitelização do local ulcerado. É muito interessante a ação do sulcrafato pro indivíduo que já apresenta lesão ulcerada na mucosa. Uso ideal: 1h antes das refeições. Em contato com o alimento, ele pode se misturar ao alimento e não aderir adequadamente. Quando ingerido com uma hora de antecedência, ele vai polimerizar e revestir as áreas lesadas e quando vier a alimentação, essas áreas já vão estar protegidas. Aos poucos ele vai se desprendendo e vai ser eliminado junto com as fezes. Em média, a duração aproximada dele é de 6h. Ou seja, o indivíduo vai precisar ingerir novamente o medicamento para proteger essa mucosa a cada 6h. Principalmente se vai se alimentar e vai “machucar” novamente o local lesionado. Também é indicado para outras situações onde o indivíduo tem lesões/ulcerações de mucosa do TGI como um todo. Como o caso dos pacientes submetidos à quimioterapia, à radioterapia. Efeitos adversos: Constipação; Intoxicação - evitar o uso de outras substâncias com alumínio para evitar uma absorção excessiva e uma possível intoxicação. Não é comum com o uso individual do Sucralfato, mas se o indivíduo usa outras substâncias com alumínio na composição, isso vai se somando. Interações medicamentosas: Como o alumínio consegue adsover algumas substâncias, pode ocorrer adsorção de fosfato e vários fármacos quando utilizado concomitantemente (tetraciclinas, fluorquinolonas - quelam íons di e trivalentes -, digoxina, anti-H2, fenitoína, cetoconazol e teofilina). Bismuto 2 apresentações: subsalicilato de bismuto x subcitrato de bismuto Revestem a base da úlcera, os locais que têm lesão, e vai adsover a pepsina - se ligar a pepsina e impedir que ela execute sua ação, uma vez que a própria pepsina pode contribuir para aumentar a lesão. Auxilia na reepitelização. Potencializa a ação protetora fisiológica do estômago - estimula a síntese de prostaglandinas, prostaciclinas e estimula a secreção de bicarbonato- importante para o tamponamento e proteção. Ação antibacteriana - ele sozinho não consegue combater o H. pylori, mas, dentre os protetores de mucosa, normalmente, quando se associa um protetor de mucosa no tto de H. Pylori, se associa o bismuto. Porque além das outras capacidades do medicamento, ele tem um efeito antibacteriano. Sempre deve ser associado aos antibacterianos clássicos. Efeitos adversos: Náusea, vômitos, tontura, cefaleia, escurecimento dos dentes (orientar higiene bucal assim que tomar o medicamento), da língua e das fezes. É importante orientar o paciente. Tontura e cefaleia são indicativos de que pode ocorrer absorção do medicamento. MEDICINA UFAL P7 ADRIELY BLANDINO 82
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