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SEMIOLOGIA PANCREAS

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Anamnese 
O pâncreas é um órgão de difícil acesso ao exame físico, e, 
em razão disso, a realização de uma boa anamnese é de 
extrema importância, visto que pode sugerir o diagnóstico 
em uma grande porcentagem de pacientes. 
→ Na medida em que algumas afecções pancreáticas 
incidem mais em um sexo que no outro, esta é uma 
informação importante. A pancreatite aguda é mais 
frequente no sexo feminino, enquanto a crônica predomina 
no sexo masculino. 
→ A idade também tem importância, pois determinadas 
doenças pancreáticas, sobretudo a insuficiência pancreática, 
na infância e na adolescência, sugerem mucoviscidose ou 
doença fibrocística do pâncreas, síndrome de Shwachman 
ou mesmo pancreatite hereditária. 
→ O relato do uso de bebidas alcoólicas deve chamar a 
atenção por sua ligação com a pancreatite crônica. 
 
Sinais e sintomas 
→ Dor. É o sintoma mais frequente, sobretudo nos processos 
inflamatórios da glândula (pancreatites). Na forma aguda, 
está presente em quase todos os casos, branda ou muito 
intensa, aumentando gradualmente ou se agravando em 
curto espaço de tempo. Costuma ser contínua e durar horas. 
→ A localização mais comum é nas regiões epigástrica e do 
hipocôndrio esquerdo. Eventualmente é retroesternal. Em 
geral, irradia para o dorso. Piora com alimentação e pode 
diminuir quando o paciente se inclina para a frente ou 
comprime o tórax com os joelhos. 
→ Na pancreatite crônica, pode não ocorrer dor ou ser 
substituída por leve mal estar epigástrico, em 50% dos 
pacientes. 
→Apresenta estreita relação com a ingestão de bebidas 
alcoólicas. Nos pacientes que bebem apenas nos fins de 
semana, a dor é intermitente, ocorrendo 12 a 48 horas após o 
último drinque, durando de poucas horas a vários dias. 
→No câncer do pâncreas, a dor não costuma ser intensa na 
fase inicial, mas cerca de 80% relatam dor abdominal. 
 
Sintomas 
→ Dor em faixa na pancreatite 
A descrição clássica de dor em faixa ou cinturão só é 
observada em pequena porcentagem de pacientes com 
pancreatite. Portanto, não se deve esperar encontrar dor com 
essas características para aventar a hipótese de pancreatite. 
→ Náuseas e vômitos: ocorrem em aproximadamente 75% 
dos casos dos processos inflamatórios do pâncreas. O vômito 
geralmente é de difícil controle, podendo levar, rapidamente, 
a desequilíbrio hidreletrolítico. 
→ Emagrecimento: costuma estar presente na evolução da 
pancreatite crônica, decorrente da insuficiência exócrina e 
da endócrina. Na pancreatite aguda, o emagrecimento é 
devido ao jejum prolongado e ao acentuado catabolismo 
ao se instalar o processo inflamatório. 
→ Anorexia: pode ocorrer em quaisquer das doenças do 
pâncreas, sendo mais frequente nos processos neoplásicos. 
→ Astenia: é um sintoma presente em praticamente todas as 
doenças crônicas, inclusive as do pâncreas. 
→Icterícia: é um sinal muito comum nas diversas doenças 
pancreáticas. A dosagem da bilirrubinemia mostra 
predomínio da fração direta, indicando colestase extra-
hepática. 
- Pode ser discreta e fugaz na pancreatite aguda, 
principalmente na forma edematosa, por uma das seguintes 
razões: 
(1) obstrução do colédoco terminal, determinando a icterícia 
e a própria pancreatite; 
(2) edema do tecido pancreático, comprimindo o colédoco 
intrapancreática e causando a icterícia ou contribuindo para 
o aumento da obstrução. 
- Pode ser de grande intensidade, acompanhada de 
prurido, colúria e, às vezes, acolia fecal. Nesta eventualidade, 
a causa, quase sempre, é uma obstrução do colédoco 
terminal provocada por cistos ou neoplasias localizadas na 
porção cefálica do pâncreas, ocasionada por fibrose desta 
área, como na pancreatite crônica. 
→ Diarreia: Na vigência de insuficiência pancreática, as fezes 
são volumosas, pastosas, brilhantes, de odor rançoso, 
coloração pálida, deixando traços ou camada oleosa sobre 
a água do vaso sanitário (esteatorreia). 
→ Síndrome de má absorção: Representada por esteatorreia 
e creatorreia 
 
Síndrome de má absorção 
A esteatorreia ocorre quando aproximadamente 70% da 
glândula estão destruídos. Na sua fase inicial é necessário 
insistir no interrogatório para se certificar se há ou não 
esteatorreia, a qual geralmente não é referida 
espontaneamente pelo paciente. Em uma fase posterior, a 
esteatorreia pode ocorrer até passivamente, sujando as 
peças íntimas, fato, às vezes, muito constrangedor para o 
Pâncreas 
semiologia 
paciente. A perda de gordura pelas fezes deve-se à 
deficiência da lipase responsável por sua digestão. A 
creatorreia corresponde à perda de proteínas nas fezes, 
devido à deficiência das enzimas proteolíticas, 
especialmente da tripsina e quimotripsina. A má absorção 
de gorduras e proteínas leva a uma deficiência da absorção 
das vitaminas lipossolúveis, oligoelementos e 
hipoalbuminemia, responsáveis por alterações sistêmicas, 
tais como osteoporose, lesões dermatológicas tipo pelagra, 
manifestações neurológicas (neuropatias periféricas, 
demência e encefalopatias), discrasias e edema localizado 
ou generalizado (anasarca). 
 
Diabetes 
Pode variar desde a forma branda, revelada apenas por 
intolerância à glicose (30% dos casos de pancreatite crônica), 
até a forma franca. Pode surgir desde o início, porém é rara 
nesta fase da doença, sendo mais frequente após 12 anos, 
em média, de evolução. É instável, alternando-se hiper e 
hipoglicemias. As complicações que ocorrem no diabetes de 
outra etiologia são raras no diabetes secundário à 
pancreatite crônica. 
 
Hemorragias. 
Na pancreatite aguda e na agudização da forma crônica 
ocorrem hemorragias por ruptura de vasos sanguíneos 
devido à digestão das paredes pelas enzimas pancreáticas 
ativadas, sobretudo a elastase. O sangue extravasado fica 
restrito à glândula ou às cavidades retroperitoneal e 
peritoneal. Em algumas situações, contudo, o sangramento 
pode exteriorizar-se sob a forma de hemorragia digestiva, 
quando houver comunicação do vaso com o canal 
pancreático ou com uma fístula pancreatodigestiva. Outros 
sintomas e sinais que podem surgir em decorrência do 
acometimento pancreático agudo são: íleo adinâmico, 
distensão abdominal, sinais de insuficiência pulmonar e 
insuficiência renal. 
 
Antecedentes pessoais 
As doenças pancreáticas podem estar associadas ou 
manifestarem-se como complicação de afecções 
primitivas de outros órgãos, destacando-se: 
→ Afecções biliares: a litíase biliar foi responsável por 46,5% 
de 376 casos de pancreatite aguda, segundo Camatte e 
Sarles; 12,5% foram secundárias à coledocolitíase. Nessa 
mesma série, 0,5% correspondia à colecistite alitiásica. 
→ Traumatismos abdominais: podem ser abertos, causados 
por arma de fogo ou arma branca, ou fechados, ocasionados 
por contusões, como nos acidentes automobilísticos, de 
bicicleta ou de motocicleta, nos quais os condutores são 
lançados contra o volante ou o guidom desses veículos. 
→ Afecções respiratórias crônicas.: quando associadas à 
pancreatite crônica em crianças, sugerem o diagnóstico de 
mucoviscidose. 
→ Hiperparatireoidismo: responsável por 1% das pancreatites 
crônicas. 
→ Úlcera péptica: sobretudo quando penetrante no 
pâncreas, pode levar a uma pancreatite aguda, quase 
sempre localizada. 
→ Desnutrição: a associação de desnutrição e pancreatite 
crônica é encontrada principalmente no sul da Índia. A 
desnutrição proteica acarreta atrofia pancreática, tal como 
ocorre no kwashiorkor. 
→ Medicamentos: utilizados no tratamento de doenças 
cardíacas e renais, podem ser causa de pancreatite aguda, 
como os diuréticos (furosemida), além de outros 
 
Antecedentes familiares 
É importante investigar certas afecções de base genética, 
como a mucoviscidose, síndrome de Shwachman e mesmo 
pancreatite crônica, principalmente em se tratando de 
crianças, adolescentes ou adultos jovens. Acredita-se que 
exista um fator familiar, possivelmente hereditário, nas 
pancreatites crônicas calcificantes, representado pela baixa 
concentração de “proteína do cálculo” no suco pancreático 
dos portadores desta afecção.Exame físico 
O pâncreas, por sua posição anatômica, é um órgão de difícil 
“acesso” ao exame físico, principalmente quando está 
normal. As neoplasias e os cistos, quando atingem 
determinado tamanho, podem ser palpados no andar 
superior do abdome, localizados à direita ou à esquerda da 
linha mediana, dependendo da porção pancreática 
acometida. A dor à palpação é outro sinal que pode ocorrer. 
Devem-se evitar manobras bruscas, com exagerada força, 
pois, além de exacerbarem a dor, podem traumatizar o 
pâncreas que já se encontra friável. Apesar da sensação 
dolorosa, às vezes muito intensa, o abdome fica flácido, a 
não ser que haja comprometimento peritoneal pelo 
processo inflamatório. 
 
Sinais de Cullen e de Greyturner. 
Nas formas agudas graves, dois sinais devem ser procurados: 
o de Cullen e o de Greyturner, que correspondem a manchas 
azuladas nas regiões periumbilical e flancos, 
respectivamente. Estes sinais não são frequentes, mas, 
quando presentes, apontam para a forma necrohemorrágico 
da afecção. As doenças crônicas do pâncreas, quando na 
sua fase inicial, na qual predomina a dor, podem não se 
acompanhar de alterações detectáveis ao exame físico. 
 
Doenças do pâncreas 
Formas avançadas, com déficit funcional, acompanhadas 
por má absorção, as alterações que se observam são 
aquelas próprias da desnutrição, como emagrecimento, 
alterações tegumentares tipo pelagra, cabelos secos e 
quebradiços, glossite e queilite e, finalmente, edema de 
membros inferiores e até mesmo anasarca. 
→ Hepatomegalia: frente a uma afecção crônica do 
pâncreas associada ao alcoolismo, o achado de fígado 
aumentado sugere a concomitância de hepatopatia 
alcoólica. A hepatomegalia pode, também, ocorrer nas 
neoplasias do pâncreas com metástase para o fígado. 
→ Esplenomegalia: pode haver aumento do baço na 
pancreatite crônica e, neste caso, duas possibilidades 
deverão ser pesquisadas: trombose da veia esplênica ou da 
veia porta e associação à doença crônica do fígado, ambas 
levando à hipertensão portal. No primeiro caso, trata-se de 
hipertensão portal segmentar e, portanto, passível de 
correção cirúrgica. 
→ Ascite: a ascite de causa pancreática é caracterizada por 
sua alta concentração em amilase e, às vezes, por seu 
aspecto serossanguinolento, observável na vigência de 
ruptura de cisto necrohemorrágico para o interior da 
cavidade peritoneal, no decorrer de uma pancreatite aguda 
ou crônica agudizada. O líquido é claro ou citrino quando se 
tratar de ruptura de cisto de retenção das pancreatites 
crônicas. 
→ Derrame pleural. É uma ocorrência relativamente comum 
nas pancreatites agudas, sendo mais frequente à esquerda. 
O líquido pleural caracteriza-se pelo seu alto teor em amilase, 
semelhante ao que ocorre na ascite. 
→ Sinal de Courvoisier. Denomina-se sinal de Courvoisier a 
presença de vesícula biliar palpável em paciente ictérico. 
Caracteriza a obstrução prolongada do colédoco terminal. 
Neoplasia da cabeça do pâncreas é a sua principal causa. 
 
Síndrome de insuficiência pancreática 
Essa síndrome é o resultado de qualquer das afecções 
pancreáticas que cursam de forma crônica. Sua instalação 
se dá de modo gradual, desde a forma frustra, detectada 
apenas por anormalidades bioquímicas, até insuficiência 
pancreática total, tanto exócrina como endócrina. 
 
Os pacientes apresentam dor, perda de peso, icterícia, má 
absorção e, finalmente, diabetes. A dor depende da causa 
básica e é encontrada em 93 a 100% dos casos de pancreatite 
crônica em sua fase inicial. É de intensidade moderada, 
podendo agravar-se nas agudizações da doença. Localiza-
se no epigástrio, hipocôndrio direito ou esquerdo, região 
lateral do tórax, direita ou esquerda; irradia-se para a face 
posterior do tronco (no nível de TX e TXII), região 
interescapular, lombar, escapular direita ou esquerda; tem 
início insidioso, dentro de 12 a 48 horas após excesso 
alimentar ou de bebida alcoólica; dura vários dias e o 
paciente assume uma posição antálgica característica 
(anteflexão das coxas sobre o tronco). A perda de peso, nos 
casos de pancreatite crônica, acompanha as crises 
dolorosas. Nas outras causas, ou mesmo na evolução da 
pancreatite crônica, ela aparece em consequência da 
diarreia disabsortiva e do diabetes secundário à 
insuficiência pancreática. A icterícia surge como resultado da 
formação de pseudocisto da cabeça do pâncreas, o qual 
comprime o colédoco terminal, ou, mais raramente, em 
consequência da fibrose dessa região. A icterícia é mais 
frequente nas neoplasias da cabeça do pâncreas. 
A má absorção manifesta-se principalmente para os 
protídios, os lipídios de cadeias longas, as vitaminas 
lipossolúveis,os oligoelementos e, mais raramente, para a 
vitamina B12. 
 
Pancreatite aguda 
A pancreatite aguda é um processo inflamatório agudo de 
etiologia variada, cuja principal causa é a colelitíase, 
caracterizada pela regressão do quadro clínico, das lesões e 
da disfunção pancreática, desde que a causa seja removida. 
Manifesta-se clinicamente por dor abdominal de intensidade 
variável, desde um desconforto até uma dor muito intensa, a 
qual pode levar à instalação de quadro de choque, localizada 
na região epigástrica e no hipocôndrio esquerdo, com 
irradiação para o dorso no mesmo nível, nas pancreatites 
segmentares, ou em faixa (todo o andar superior e região 
posterior) quando há comprometimento difuso da glândula. 
A dor é contínua e pode durar horas e até dias. 
Os sintomas que mais comumente acompanham a dor são 
náuseas e vômito, alimentares no início e posteriormente 
aquosos, que rapidamente levam a uma grave 
desidratação. Observa-se também parada de eliminação 
de gases com distensão abdominal, pela instalação de íleo 
paralítico ou adinâmico. 
 
Ao exame físico, podem-se encontrar fácies de sofrimento, 
hipotensão, taquicardia, sudorese e palidez cutâneo-
mucosa, sobretudo nas formas hemorrágicas. O abdome, 
apesar da intensa dor, encontra-se flácido, sem sinais de 
comprometimento peritoneal. Se há este comprometimento, 
aparecem os sinais de abdome agudo. Há dois sinais raros, 
mas, quando presentes, são importantes no estabelecimento 
do prognóstico: são o sinal de Cullen e o de GreyTurner, os 
quais correspondem a manchas azuladas na região 
periumbilical e flancos, respectivamente. Quando ocorrem 
representam doença grave, pois estão presentes nas formas 
necrohemorrágicas. Os derrames cavitários devem ser 
cuidadosamente investigados pelo exame do tórax (derrame 
pleural) e pelas manobras utilizadas para a pesquisa de 
ascite (derrame peritoneal). Chamamos a atenção para um 
cuidadoso seguimento destes pacientes com o objetivo de 
detectar as complicações tardias da pancreatite aguda 
(cistos e necrose infectada), as quais se revelam por massas 
palpáveis na topografia pancreática, e geralmente surgem 
após a primeira semana de evolução da doença. 
 
Pancreatite crônica 
A pancreatite crônica é um processo inflamatório crônico 
caracterizado pela persistência e evolução das lesões, 
culminando com a insuficiência endócrina do órgão, mesmo 
que o agente etiológico tenha sido afastado. Sua principal 
causa é o etanol, base de todas as bebidas alcoólicas. 
 
Há duas formas clínicas: pancreatite crônica calcificante, 
cujo estágio final é a calcificação da glândula, apresentando 
como possível marcador imunológico a diminuição da 
concentração da proteína do cálculo no suco pancreático. 
Esta diminuição está presente em todos os casos, 
independentemente da etiologia, seja alcoólica, hereditária, 
tropical ou idiopática; e a pancreatite crônica obstrutiva, 
causada pela obstrução dos canais pancreáticos primários 
ou secundários, seguida de processo inflamatório 
desenvolvido a montante da obstrução. A obstrução pode se 
dever a neoplasia, estenose (sequela de pancreatite aguda) 
ou traumatismo abdominal. Nesse tipo, além de não se 
observar calcificação, a proteína do cálculo quase sempre 
está dentro dos limites normais. Os sintomas principais da 
fase inicial sãodor, emagrecimento e icterícia. O 
desenvolvimento de diabetes e/ou diarreia do tipo má 
absorção (esteatorreia) contribui para a perda de peso, a 
qual poderá evoluir para um grave estado de desnutrição. A 
icterícia, que surge geralmente após as crises dolorosas, tem 
duração fugaz. 
 
Neoplasias do pâncreas 
Localização → nos tecidos ductais ou no parênquima, 
originadas das células acinares ou do tecido conjuntivo. 
Neoplasias endócrinas → provêm das células produtoras 
dos hormônios → o insulinoma, o gastrinoma, o vipoma, o 
glucagonoma → cada um com sintomatologia própria das 
funções exacerbadas de seus produtos hormonais. 
Neoplasias benignas → adenomas que não têm grandes 
repercussões clínicas, podem causar sintomas relacionados 
às compressões. 
Neoplasias malignas “não endócrinas” podem ser: 
Primárias → as mais frequentes são as originadas nos ductos 
→ adenocarcinomas de células ductais representam mais de 
75% dos cânceres não endócrinos do pâncreas. 
→ localização mais frequente dos adenocarcinomas → 
cabeça da glândula (cerca de 60%). 
→ faixas etárias predominantes são a sexta e a sétima 
década. 
→ Sexo - predominância do sexo masculino 
(cistadenocarcinoma mais no sexo fem.). 
→ Principais Sintomas das Neoplasias do Pâncreas →dor, 
anorexia, astenia, perda de peso. 
→ icterícia → sinal mais característico da doença (caráter 
progressivo, altas taxas de Bb) → Colestase = intenso prurido. 
→ diarreia com esteatorreia. 
→ Consequência da compressão do colédoco → aumento da 
vesícula→ se torna palpável ao exame físico (lei de Curvoisier 
Terrier). 
→ Dispepsia pode preceder em meses a dor e a icterícia. 
 
Secundárias → metástases → diante de um paciente idade 
acima de 40 anos e sintomas dispépticos, acompanhados ou 
não de dor, submetê-lo a um cuidadoso exame clínico e aos 
testes capazes de demonstrar neoplasias acima de 2 cm de 
diâmetro, como; 
→ tomografia computadorizada*; 
→ ressonância magnética*; 
→ ultrassonografia*; 
→ colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. 
 
Metástases → se dão pelas vias linfática e hematogênica → 
LOCALIZADAS principalmente nos linfonodos, fígado e 
pulmões. 
→ tomografia computadorizada tem propiciado o 
diagnóstico de lesões neoplásicas menores que 1 cm e, em 
algumas ocasiões, de 0,5 cm. 
→ ressonância magnética possibilita identificar lesões cada 
vez menores; 
→ ACIMA três primeiras*→ podem demonstrar o tamanho e a 
localização da neoplasia → podem orientar a biopsia por 
punção = confirmam diagnóstico. 
Sinais indiretos das neoplasias → dilatação do Wirsung e das 
vias biliares, podem ser demonstrados por estes métodos. 
→ Colangiopancreatografia endoscópica se presta para: 
localizar a neoplasia pela parada da progressão do 
contraste→ por estenose do canal ou canais. 
 
Mucoviscidose ou fibrose cística do pâncreas 
Mucoviscidose = fibrose cística ou doença fibrocística do 
pâncreas 
→ doença hereditária, tipo autossômico recessivo; 
Característica → disfunção generalizada das glândulas 
exócrinas, comprometendo principalmente o pâncreas, os 
pulmões, as glândulas sudoríparas e a parótida. 
Alteração básica → produção secreção espessa das 
glândulas exócrinas, com precipitação nos ductos secretores 
obstrução. 
Manifestação → ao nascimento com obstrução intestinal 
(íleo meconial), edema generalizado e, em alguns casos, 
icterícia neonatal prolongada. 
→ 85% das crianças, os sintomas surgem no primeiro ano 
de vida. 
Principais alterações na infância→ são diarreia com feze 
esteatorreica, bronquites e infecções pulmonares de 
repetição, déficit pônderoestatural, a despeito de um bom 
apetite, e desidratação. 
 → Obs.: Crianças com esta afecção desidratam facilmente 
nos períodos mais quentes do ano → grande perda de 
eletrólitos no suor, principalmente cloro e sódio. 
Adolescência ou a idade adulta → tosse persistente com 
expectoração purulenta, esteatorreia, dor abdominal 
recorrente, retardo da puberdade, infertilidade masculina e 
diabetes mellitos, consequente à progressiva fibrose do 
pâncreas*. 
*explicação para a diarreia disabsortiva, observável em todos 
os estágios da doença. 
Pâncreas → alterações tipo obstrução dos ductos e fibrose 
levam à insuficiência pancreática exócrina e endócrina. 
 
Exame físico 
estágios iniciais: 
→ pouco crescimento, fezes com odor rançoso, distensão 
abdominal, tórax enfisematoso, baqueteamento dos dedos 
da mão. 
→ sinais tardios: desnutrição, síndrome pulmonar obstrutiva 
crônica, com instalação do quadro de insuficiência cardíaca 
(cor pulmonale), hepatomegalia de consistência aumentada 
e superfície irregular, acompanhada ou não de sinais de 
hipertensão portal. Retardo no aparecimento das 
características sexuais secundárias (mais no sexo 
masculino). 
Confirmação diagnóstica: 
→ dosagem dos eletrólitos no suor-→ níveis de sódio e cloro 
acima de 60 mEq/ℓ; 
→ dosagem de gordura fecal, com valores acima de 7 g por 
24 horas, pelo método de Van de Kamer; 
→ determinação da quimotripsina fecal, que mostra valor 
abaixo de 5,6 U/g. 
OUTROS ÓRGÃOS: 
Pâncreas → insuficiência pancreática é confirmada pela 
tubagem duodenal → dosagem das enzimas pancreáticas e 
do bicarbonato→ após estímulos hormonais → encontrando 
valores abaixo dos limites inferiores da normalidade. 
Pulmões→ secreção espessa e viscosa produzida pela árvore 
brônquica leva à obstrução → consequência = surgem áreas 
de atelectasia e enfisema pulmonar. 
OBS→ secreção serve como “meio de cultura” para bactérias, 
principalmente Pseudomonas e Staphylococcus = infecções 
de repetição; Estágio final é a doença pulmonar obstrutiva 
crônica (DPOC) e o cor pulmonale. 
Fígado raro acometer → cirrose biliar ocorrendo em menos 
de 5% dos casos. Se presente, ela se deve à obstrução dos 
ductos pela bile espessa e por surtos de pericolangites→ 
hipertensão portal é uma evolução natural da cirrose. 
Sistema Digestório → alterações = grande quantidade de 
muco produzido pelas células caliciformes e glândulas 
mucosas→ episódios de semioclusão intestinal na evolução 
da doença→ manifestação mais precoce, = íleo meconial. 
Glândulas Sudoríparas→ sem mudanças histológicas → sua 
função está alterada, representada pela alta concentração 
de sódio no suor→ achado é indispensável para o 
diagnóstico. 
Obs.: pode ser afastada a mucoviscidose quando duas ou 
mais dosagens, pelo método da iontoforese com pilocarpina 
= valores abaixo de 60 mEq/ℓ para o sódio e 50 mEq/ℓ para o 
cloro. 
 
 
Exames complementares 
→ Dosagens bioquímicas e exames de imagem. 
 
Dosagens bioquímicas 
Para a investigação bioquímica nas pancreopatias, deve-se 
considerar separadamente: 
→ Pancreopatias agudas 
→ Pancreopatias crônicas. 
- Alterações bioquímicas nas pancreopatias agudas 
Amilase: o principal exame na pancreopatia aguda é a 
dosagem da amilase no soro e na urina. Esta enzima é 
produzida no pâncreas, nas glândulas salivares e no fígado. 
A separação entre as amilases pancreática e saliva, por 
eletroforese, é importante, pois hiperamilasemia ou 
hiperamilasúria pode corresponder à fração S, ou seja, à 
fração salivar e não à fração P, ou pancreática, como ocorre 
nas parotidites sem comprometimento pancreático. A 
amilasemia eleva-se rapidamente na pancreatite aguda, 
atingindo um pico máximo, geralmente acima de 3 vezes o 
valor normal, entre 24 e 48 h, decrescendo rapidamente, de 
tal maneira que no quarto dia de doença, atinge valores 
normais. Mas pode permanecer acima das taxas normais até 
o sétimo dia. A persistência de hiperamilasemia faz pensar 
em evolução desfavorável para cisto, abscesso ou necrose 
infectada. A hiperamilasemia não é um dado patognomônico 
das pancreopatias, podendo ocorrer em diversas outras 
situações, tais como insuficiência renal, traumatismo 
cerebral, choques traumáticos, pós-operatório, acidose 
diabética, transplantes renais, pneumonia, gravidez, doenças 
da próstata, trombose mesentérica e macroamilasemia. 
 
Nas pancreatites com diminuição da atividade acinar, a 
capacidade secretória do pâncreas diminuiprogressivamente, apresentando baixos valores de amilase e 
lipase no soro e na urina. Nessa situação, sobretudo se ocorre 
esteatorreia, a dosagem da tripsina imunorreativa estará 
diminuída tanto no soro como na urina. 
 
Na obstrução do ducto por neoplasia da ampola ou da 
cabeça do pâncreas, observa-se, na fase inicial, elevação 
sorológica das enzimas, porém, este fato poderá não ser 
observado se a neoplasia estiver em um pâncreas 
cronicamente doente. 
 
Alguns testes são utilizados para triagem na suspeita de 
pancreopatias crônicas. Um deles consiste na estimulação 
submáxima do pâncreas por meio da injeção de 2,0 unidades 
de secretina, seguidas 30 min após por 2,0 unidades de 
pancreozimina. Três amostras de sangue são coletadas 1, 2 e 
4 h depois da aplicação da secretina. São dosadas a amilase 
e a lipase. Uma amostra deve ser obtida antes da injeção dos 
hormônios para servir de controle. 
Os valores máximos para amilase e lipase são, 
respectivamente, 158 U/dℓ e 1,5 U/mℓ. Quando o pâncreas está 
normal, o teste pode provocar uma elevação discreta das 
enzimas; se houver obstrução do fluxo, assim como nos 
estágios iniciais da pancreatite crônica e do câncer do 
pâncreas, há aumento significativo destas enzimas. No 
entanto, na insuficiência pancreática, não se observa 
elevação enzimática. Resultados falso-positivos podem 
ocorrer nas doenças hepáticas e das vias biliares. Das duas 
enzimas, a lipase mostrou-se mais específica por ser 
produzida exclusivamente no pâncreas, enquanto a amilase 
é produzida em outros órgãos, principalmente nas glândulas 
salivares. 
 
Exames de imagem 
Exames de imagem nas pancreopatias crônicas e tumorais 
As principais afecções crônicas do pâncreas são: pancreatite 
crônica, mucoviscidose e hipoplasia congênita do pâncreas 
(síndrome de ShwachmanDiamond). 
→ Radiografia do tórax: este exame pouco contribui para o 
diagnóstico da pancreatite crônica, a não ser em suas 
reagudizações, cujas alterações assemelham-se às da 
pancreatite aguda. Na mucoviscidose, encontram-se 
alterações compatíveis com broncopatias, atelectasias, 
broncopneumonias e, às vezes, pneumotórax. Tais alterações 
são muito importantes no diagnóstico diferencial com as 
hipoplasias ou síndrome de Shwachman-Diamond, na qual o 
comprometimento pulmonar é pouco frequente. 
→ Radiografia simples do abdome. A radiografia simples do 
abdome pode mostrar calcificações na projeção do 
pâncreas nos casos de evolução prolongada da doença. 
Além dessas alterações, o exame pode, eventualmente, 
sugerir formações de pseudocisto ou tumores da glândula, 
pelo deslocamento das alças intestinais de sua topografia 
habitual. 
→ Radiografia dos ossos. O escopo principal da radiografia 
dos ossos é a detecção de anomalias esqueléticas presentes 
na síndrome de Shwachman-Diamond. O encontro de 
anormalidades ósseas em pacientes com insuficiência 
pancreática, na ausência de comprometimento pulmonar e 
de alterações do suor, contribui para o diagnóstico diferencial 
daquela síndrome com a mucoviscidose. Na pancreatite 
crônica, as radiografias dos ossos podem demonstrar 
osteoporose em consequência das alterações do 
metabolismo do cálcio por deficiência de absorção da 
vitamina D. 
→ Radiografia do esôfago, estômago e duodeno: fornece, 
na pancreatite crônica, algumas informações: (a) 
hipertensão portal segmentar pode ser demonstrada pelo 
achado de varizes esofágicas; (b) formações expansivas 
como neoplasias, pseudocistos e abscessos podem causar 
compressão e deslocamento do estômago, bem como 
alargamento e compressão do arco duodenal. O sinal mais 
característico é o do três invertido no arco duodenal, 
sugestivo de neoplasia da cabeça do pâncreas. Dependendo 
do tamanho e da localização da massa neoplásica, pode ser 
confundido com pseudocisto ou abscesso. 
→ Ultrassonografia do pâncreas. As alterações mais 
frequentes da pancreatite crônica na ultrassonografia (US) 
são calcificações, dilatação e segmentos de estenose 
envolvendo o ducto de Wirsung. Os tumores pancreáticos são 
geralmente hipoecoicos (mais escuros) em relação ao 
parênquima pancreático adjacente. Alterações 
ultrassonográficas que levantem a suspeita de neoplasia 
justificam a realização de tomografias computadorizadas ou 
ressonância magnética. 
→ Tomografia computadorizada. Na pancreatite crônica, 
pode-se evidenciar calcificações, dilatação e segmentos de 
estenose envolvendo o ducto de Wirsung e lipossubstituição 
do parênquima. 
→ Ressonância magnética. Exame com acurácia 
semelhante à da tomografia computadorizada para a 
identificação de tumores. Na pancreatite crônica, não é 
possível identificar as calcificações como na tomografia, 
porém na colangiorressonância, pode-se identificar cálculos 
no interior do ducto pancreático principal e no restante da 
árvore biliar. 
→ PETTC (tomografia por emissão de pósitrons associada à 
tomografia computadorizada). Associa as vantagens da 
medicina nuclear com as da radiologia e tem a capacidade 
de estudar o metabolismo das lesões, possibilitando o 
diagnóstico de algumas neoplasias que não bem 
caracterizadas na tomografia ou na ressonância magnética. 
Porém, é mais utilizada em pacientes que já têm o 
diagnóstico de neoplasia, a fim de estadiar a doença no 
corpo inteiro e monitorar sua resposta ao tratamento. 
→ Wirsungografia. A wirsungografia pelo cateterismo da 
papila torna possível separar as formas de pancreatite 
crônica em mínimas, moderadas e avançadas. Nas 
mínimas, as alterações correspondem à rigidez dos ramos 
colaterais; nas moderadas, às lesões precedentes somam-se 
as imagens de tortuosidades, estenose, rigidez e dilatação do 
canal pancreático principal; nas avançadas, as alterações 
aludidas são evidentes, podendo-se ser visualizados cálculos 
– que correspondem a falhas de enchimento no interior dos 
canais – e cistos. No câncer do pâncreas, as estenoses 
podem ser completas, porém, os canais colaterais estão 
normais. Outra vantagem da colangiopancreatografia 
retrógrada endoscópica reside na possibilidade de 
diagnóstico de malformações congênitas do pâncreas, tais 
como o pâncreas anular e o pancreas divisum, que podem 
ser a causa da pancreatite crônica. 
 
Exames de imagem nas pancreopatias agudas: 
Os exames radiológicos usados na pancreatite aguda são: 
radiografia simples do abdome e radiografia do tórax, exame 
do estômago e duodeno, colecistograma oral e, 
eventualmente, enema opaco. Enquanto os não contrastados 
são utilizados na fase aguda da doença com a finalidade 
diagnóstica do processo, o segundo grupo é utilizado no 
diagnóstico de complicações como pseudocistos e 
abscessos, e no etiológico, como é o caso das colecistopatias. 
→ Radiografia simples do abdome: tem dois objetivos: 
primeiro, afastar a presença de pneumoperitônio e oclusão 
intestinal; segundo, demonstrar se há íleo paralítico do 
duodeno ou de jejuno, sinal denominado alça sentinela, mais 
comumente encontrado no quadrante superior esquerdo. 
Quando esta distensão gasosa se localiza no cólon, 
geralmente o transverso, aparece o sinal do cólon amputado. 
A radiografia simples pode mostrar cálculos radiopacos na 
projeção da vesícula biliar. 
→ Radiografia do tórax. A alteração mais frequente é o 
derrame pleural, que predomina no lado esquerdo, podendo 
ser visto, entretanto, no lado direito, e até bilateral. Outras 
imagens observadas são atelectasias e pneumonia. 
→ Radiografia do estômago e duodeno: este exame detecta 
pseudocistos, quando causam compressão ou 
deslocamento do estômago. O alargamento do arco 
duodenal ou compressão deste poderá significar aumento 
da cabeça do pâncreas por edema ou pseudocisto. 
→ Enema opaco: assim como a radiografia do estômago e 
duodeno, o enema opaco mostra compressões e 
deslocamentos, geralmente do cólon transverso, causados 
pelos pseudocistos. Em raros casos, o processo inflamatório 
da pancreatite aguda pode estender-se ao ângulo esplênico 
e ao cólon transverso, causando estenose ou oclusão 
intestinal. 
 
→Ultrassonografia:o pâncreas normal pode ser visualizado 
em todos os seus segmentos e apresenta-se sob a forma de 
uma lingueta alongada com contornos regulares, 
ligeiramente mais ecogênico do que o fígado. Nos cortes 
transversais, podem-se estudar os limites externos da 
cabeça e do corpo da glândula, enquanto os cortes sagitais 
se prestam ao estudo de suas porções superiores. A cauda é 
mais bem visualizada em cortes feitos logo abaixo do gradil 
costal esquerdo, com o paciente em decúbito ventral. O canal 
de Wirsung corresponde a um fino conduto, visualizado no 
interior do parênquima pancreático, com uma espessura de 
2 a 4 mm. A ultrassonografia oferece grande ajuda no estudo 
da pancreatite aguda, não só pelas alterações do próprio 
pâncreas, como também por possibilitar a visualização da 
vesícula e vias biliares, podendo, dessa maneira, colaborar 
na elucidação da etiologia da pancreatite. As principais 
dificuldades na realização do exame na vigência da 
doença consistem no íleo paralítico e na distensão gasosa 
do sistema digestório. As alterações observadas na forma 
edematosa da pancreatite aguda são: (1) aumento da 
glândula; (2) hiperecogenicidade; (3) homogeneidade do 
parênquima. Na forma necrótica, o parênquima se torna 
heterogêneo, exibindo áreas de hiperecogenicidade com 
áreas anecoicas de permeio. As complicações como 
pseudocistos e abscessos são detectadas precocemente na 
evolução da doença e representadas por formações livres de 
eco no pseudocisto e formações hipoecogênicas e 
heterogêneas nos abscessos. A ultrassonografia possibilita 
que a evolução da doença seja acompanhada, trazendo 
informações sobre regressão espontânea, aumento das 
coleções ou migração das mesmas para os espaços 
retroperitoneal, peritoneal ou mediastinal. Com o auxílio da 
ultrassonografia, torna-se possível a punção com agulha fina 
com finalidade diagnóstica ou mesmo terapêutica. 
 
A colelitíase, a coledocolitíase e até a colecistite alitiásica 
podem ser detectadas facilmente e, assim, contribuir para a 
elucidação etiológica da afecção. Uma das principais 
utilidades da ultrassonografia em pacientes com pancreatite 
é a avaliação do trato biliar à procura de cálculos. A presença 
e a localização destes cálculos podem determinar a causa 
da pancreatite e o tratamento mais adequado. O pâncreas 
propriamente dito pode parecer normal à ultrassonografia, 
em grande parte dos casos mais leves, e não deve ser 
utilizado para descartar o diagnóstico. Quando existem 
alterações, as mais comuns são aumento volumétrico, 
diminuição da ecogenicidade e coleções. A necrose 
pancreática, que é o melhor marcador de gravidade 
identificado pelos estudos por imagem, só é passível de ser 
bem avaliada quando é utilizado o contraste intravenoso 
(microbolhas). 
Na pancreatite crônica, as imagens são características: 
(1) redução global do volume da glândula; 
(2) contornos irregulares; 
(3) parênquima hiperecogênico; 
(4) calcificações representadas por espaços densamente 
ecogênicos e, às vezes, como nos cálculos biliares, 
produzindo sombras acústicas; 
(5) Wirsung dilatado e, às vezes, exibindo formações 
lacunares. 
 
→ Ecoendoscopia ou ultrassonografia endoscópica: a 
ecoendoscopia ou ultrassonografia endoscópica (USE) 
combina a ultrassonografia com o estudo endoscópico. Um 
transdutor é acoplado na parte final do endoscópio. O exame 
é realizado na cavidade gástrica com o aparelho em contato 
com a sua parede posterior; dessa maneira, as ondas 
sonoras atingem diretamente o pâncreas, tornando o exame 
mais preciso do que o método convencional, principalmente 
no estudo das pancreatites agudas, cujo diagnóstico 
etiológico não tenha sido possível determinar pelos métodos 
habituais. Com a ultrassonografia endoscópica, é possível 
evidenciar microcálculos no colédoco e pequenos tumores 
pancreáticos. A principal desvantagem é a necessidade de o 
examinador dominar o método endoscópico, além de ser um 
exame mais incômodo para o paciente. 
→ Colangiopancreatografia por ressonância magnética: A 
colangiopancreatografia por ressonância magnética, além 
de mostrar todas as alterações visualizadas pela 
colangiopancreatografia endoscópica, é mais bem tolerada 
pelo paciente, pois não há necessidade da endoscopia. Além 
disso, o paciente não é submetido a altas doses de 
irradiação. Não há necessidade de contraste, pois as próprias 
secreções da glândula fazem esta função. Outra vantagem é 
que, além do exame dos canais pancreáticos, este método 
fornece imagens do parênquima, o que não é possível pela 
colangiopancreatografia. 
→ Cintilografia: a cintilografia torna possível identificar 
neoplasias do tipo insulinoma e gastrinoma. A sensibilidade 
para o gastrinoma é de 100%, enquanto para o insulinoma é 
de 61%.

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