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Literatura Infantil - Unidade 2

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Prévia do material em texto

introdução
Introdução
LITERATURA LITERATURA 
INFANTILINFANTIL
Me. Hellyery Agda Gonçalves da Si lva
IN IC IAR
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) à primeira unidade do livro Literatura Infantil. Nesta
unidade, discutiremos temas importantes e introdutórios. Iniciaremos com um breve
panorama da Literatura Infantil. Voltaremos no tempo e descobriremos como se deu o
início da literatura voltada para as crianças e os seus desdobramentos ao longo dos
séculos.
Na sequência de nossos estudos, faremos uma parada e conversaremos sobre o trabalho
de La Fontaine, um dos primeiros fabulistas. Faremos, então, uma viagem ao Oriente Médio
para abordaremos o clássico Mil e Uma Noites e as adaptações dessa obra aqui no Brasil,
em especial.
Por �m, conversaremos sobre um gênero muito importante e diretamente relacionado à
criança: os Contos de Fadas, os quais são revisitados, adaptados e readaptados,
contribuindo para o ensino-aprendizagem, por terem um caráter pedagógico.
Convido você, caro(a) aluno(a), a mergulhar nesta aventura pela história comigo. Vamos
nessa? Desejo-lhe bons estudos!
Caro(a) aluno(a), iniciaremos nossa unidade comentando sobre a importância da Literatura
Infantil para o desenvolvimento da leitura nas crianças. Também, discutiremos os meios
que o docente pode utilizar para a promoção da leitura em sala de aula. Considerando que
toda a �cção pode ser considerada literatura, o texto literário cria a �cção. Este texto liga-se
ao mundo real, porém é capaz de criar seres, universos, situações imaginárias etc.
No que se refere à Literatura Infantil, trata-se de uma fonte inesgotável de conhecimento e
informação, visto que traz ao pequeno leitor momentos de alegria, imaginação e
aprendizado. Nas últimas décadas, a Literatura Infantil vem sendo objeto de estudo, cujo
intuito é apresentar re�exões sobre a importância da leitura desde as etapas iniciais de
escolarização, bem como apresentar alternativas e orientações aos docentes de como
realizar um trabalho mais sistemático e interacionista, com obras literárias voltadas ao
público infantil.
Para um trabalho efetivo de leitura com crianças, faz-se necessário propiciar a elas
momentos lúdicos e prazerosos no manuseio e na apreensão dos textos literários, tendo
em vista o estímulo à alfabetização e ao letramento, já nos anos escolares iniciais.
Considerando esse processo, a Literatura Infantil pode ser vista como um recurso
fundamental para a formação do indivíduo, tornando-o mais crítico e desenvolvendo nele
valores morais.
Ler o mundo, ouvir histórias são fatores que in�uenciam na formação do leitor,
uma vez que a formação do leitor se inicia nas suas primeiras leituras de
mundo, na prática de ouvir histórias narradas oralmente ou a partir de textos
Panorama da Literatura InfantilPanorama da Literatura Infantil
escritos, na elaboração de signi�cados e na descoberta de que as marcas
impressas produzem linguagem (CORSINO, 2009, p. 57).
Assim, a literatura é uma grande auxiliadora no processo de alfabetização e letramento,
pois facilita o aprendizado e contribui para o desenvolvimento da criatividade, da
imaginação e do prazer pela leitura. Quando o docente insere a literatura como um meio de
promoção da aprendizagem, concomitantemente está inserindo a criança em um mundo
de aprendizagem lúdica e prazerosa.
Segundo o ponto de vista de Zilberman (1985, p. 22):
A literatura sintetiza, por meio dos recursos da �cção, uma realidade, que tem
amplos pontos de contato com o que o leitor vive cotidianamente. Assim, por
mais exacerbada que seja a fantasia do escritor ou mais distanciadas e
diferentes as circunstâncias de espaço e tempo dentro das quais uma obra é
concebida, o sintoma de sua sobrevivência é o fato de que ela continua a se
comunicar com o destinatário atual, porque ainda fala de seu mundo, com suas
di�culdades e soluções, ajudando-o, pois, a conhecê-lo melhor.
Considerando o exposto, é imprescindível que o docente consiga despertar o gosto pela
leitura na criança, uma vez que é dimensão essencial na vida de todo o indivíduo, pelo
único fato de que “[...] quando lemos estamos exercitando a mente, aguçando nossa
inteligência” (TELES; SOARES, s/d., p. 3), bem como desenvolvendo nossa concepção de
mundo.
Figura 1.1 - Estratégia para a promoção da leitura em sala de aula 
Fonte: Graham Oliver / 123RF.
Por meio da literatura, a criança é estimulada a vivenciar situações que estão, muitas vezes,
fora de sua realidade. Nas palavras de Pinati et al. (2017, p. 51):
A criança precisa habituar com a variedade de textos e estilos desde o começo
da vida na escola, isso acontece porque nessa fase da escola, a criança se
encontra em processo de aprendizado e de desenvolvimento de suas
capacidades, mesmo que não tenha domínio da língua, ela necessita dessa
relação com a literatura para no futuro, serem leitores críticos.
Para isso que isso ocorra, é preciso que o docente estabeleça situações em que a criança
seja capaz de realizar suas próprias leituras, visando ao desenvolvimento da criticidade, por
meio de textos e leituras adequadas e diversas para a sua faixa etária. Ainda conforme
Pinati et al. (2017, p. 51):
A atuação do professor com o propósito de fomentar a alfabetização no
ambiente escolar, utilizando várias vertentes oferecidas pela Literatura Infantil,
necessita ser uma ação de maneira a propiciar divertimento e uma leitura
signi�cativa para as crianças, sem dispor do ensino da tradicional gramática ou
da ortogra�a como ênfase principal, mas sempre dando estímulo ao prazer de
ouvir, ver e ler.
A partir do momento em que a criança tem acesso à leitura, toda a equipe pedagógica
(professores e coordenadores pedagógicos) deve atuar em conjunto e sintonia, a �m de
assegurar que o trabalho com a Literatura Infantil aconteça de forma dinâmica e
proveitosa, tendo em vista as práticas docentes que estimulam os pequenos a
desenvolverem as habilidades orais, leitoras e escritoras.
reflita
re�ita
“Os contos populares possuem conteúdo transpassado por sabedoria
ancestral e tradição popular, e sua temática é universal e atemporal,
assim, o ato de contar histórias confere intimidade e encontro do
imaginário com o real” (SOUZA, 2016, p. 28).
Um exemplo disso é a contação de histórias, que traz um momento prazeroso e educativo,
além de trabalhar com os eixos: leitura, escrita e oralidade, imprescindíveis para o
desenvolvimento cognitivo infantil (MELO, 2015).
Para que a leitura seja signi�cativa, formadora de opinião e proporcione um ensino-
aprendizagem de qualidade, faz-se necessário seguir algumas estratégias:
a) Atividades antes da leitura: 
I) Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto; 
II) Antecipação do tema ou ideia principal como: título, subtítulo, do exame de
imagens. 
III) Expectativas em função do autor ou instituição responsável pela publicação. 
b) Atividades durante a leitura: 
I) Reti�cação, con�rmação ou rejeição das idéias antecipadas ou expectativas
criadas antes do ato de ler; 
II) Utilização do dicionário para consulta, esclarecendo sobre possíveis dúvidas
do vocabulário; 
III) Identi�cação de palavras-chave; 
IV) Suposições sobre as conclusões implícitas no texto, com base em outras
leituras, valores, experiências de vida, crenças; 
V) Construção do sentido global do texto; 
VI) Busca de informações complementares; 
VII) Relação de novas informações ao conhecimento prévio; 
VIII) Identi�cação referencial a outros textos. 
c) Atividades para depois da leitura: 
I) Construção do sentido sobre o texto lido; 
II) Troca de opiniões e impressões a respeito do texto; 
III) Relacionar informações para concluir ideias; 
IV) Avaliar as informações ou opiniões expressas no texto lido; 
V) Avaliar criticamente o texto abordado (SOLÉ, 1998 apud ARANA; KLEBIS,
2015, p. 11-12).
Acreditamos, caro(a), aluno(a), que o docente é a peça fundamental para instigar e auxiliar
o discente ao longo do processo de leitura. Além das estratégias apresentadas, deve-se
prestaratenção a alguns detalhes e tomar algumas medidas pedagógicas, como:
[...] convívio contínuo com histórias, livros e leitores; valorização do momento da
leitura; disponibilidade de um acervo variado; tempo para ler, sem interrupções;
espaço físico agradável e estimulante; ambiente de segurança psicológica e de
tolerância dos educadores em relação às singularidades e às di�culdades de
aprendizagem de cada criança; oportunidades para que expressem, registrem e
compartilhem interpretações e emoções vividas nas experiências de leitura;
acesso à orientação quali�cada sobre por que ler, o que ler, como ler e quando
ler (MELO, 2015, on-line).
Dessa forma, o docente deve preparar um momento para a realização da leitura, tendo em
vista o espaço, o tempo e o tipo de texto, em conformidade com a faixa etária das crianças
(recomenda-se a utilização de contos de fadas, fábulas, poesias etc.). Além disso, deve-se
pensar em estratégias que despertem a curiosidade e o imaginário do aluno. A leitura de
história pode provocar (e essa é a intenção) as mais diversas sensações (riso, choro) e
também a formulação de perguntas e respostas. A leitura deve ser entendida como uma
prática social.
atividade
atividade
Leia o excerto a seguir:
“A criança que possui contato com a literatura enquanto obra de arte, acaba por participar de uma
ação pedagógica ainda que não seja essa a função do texto; e nesta ação elas alargam sua
capacidade de convivência no plano social e coletivo, sua percepção de tempo e espaço, seu
mecanismo de comunicação, seu conhecimento de diversidade estética, e [...] desenvolvem-se nos
campos emocional, histórico e cultural”.
SOUZA, D. L. de. Literatura Infantil: origens e contribuições na Educação Infantil. 2016. 47 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia) - Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho” (UNESP), Rio Claro-SP, 2016, p. 30.
A partir do excerto apresentado e do conteúdo discutido a respeito das contribuições da Literatura
Infantil para as crianças, analise as a�rmativas a seguir:
I. A leitura auxilia na assimilação de informações, bem como ajuda a criança a encontrar os
signi�cados na vida.
II. A Literatura Infantil contribui para o desenvolvimento da imaginação, da criatividade e da
criticidade.
III. A Literatura Infantil contribui para o desenvolvimento moral, pois apresenta resoluções de
con�itos internos da criança.
IV. A Literatura Infantil e a leitura capacitam a criança para que ela seja capaz de produzir opiniões,
justi�cativas e julgamento sobre o que é certo ou errado, bom ou mau.
A partir das a�rmativas apresentadas, assinale, a seguir, a alternativa correta:
a) Apenas a a�rmativa IV está correta.
b) Apenas as a�rmativas I e II estão corretas.
c) Apenas as a�rmativas III e IV estão corretas.
d) Apenas as a�rmativas I, II e III estão corretas.
e) Todas as a�rmativas estão corretas.
O homem, desde os primórdios, utilizava a contação de histórias para transmitir, de
geração para geração, as histórias de suas origens e de seu povo. De acordo com Souza e
Feba (2011, p. 153):
As primeiras civilizações utilizavam a linguagem oral para repassar aos seus
descendentes a sabedoria deixada por seus antepassados, para solucionar
problemas e manter viva as tradições e segredos de seus povos. Nesse sentido,
ao olharmos para a história da humanidade, constatamos que ela está
fortemente marcada pelo uso que os homens �zeram das narrativas para que
pudessem se descobrir enquanto pessoas e para repassar às gerações futuras
sua identidade e as descobertas realizadas em consequência de suas
necessidades, ou seja, o fazer-se ser humano foi construído no decorrer da
história narrada.
Com a aquisição da escrita, as histórias contadas oralmente foram passadas para o papel;
assim, a literatura imortalizou-se. No que se refere aos textos da Literatura Infantil, estes se
alimentavam de obras destinadas a um público adulto e, nas palavras de Souza e Feba
(2011, p. 100), “[...] circulavam entre as pessoas do povo da Idade Média e eram utilizados
como forma de entretenimento dos adultos. [Com o tempo] foram compilados e,
posteriormente, adaptados para o público infantil”.
O que de�ne e distingue a literatura infantil é, justamente, seu leitor implícito, ou
melhor, o que marca sua especi�cidade é o público a que se destina, pois é a
única manifestação literária que [...] tem um público bem determinado (SIMÕES,
2013, p. 219).
Base Histórica da LiteraturaBase Histórica da Literatura
InfantilInfantil
Uma literatura pensada para crianças teve origem no século XVII com François Fénelon
(1651-1751), que objetivava educar moralmente as crianças. Antes desse século, porém,
não havia uma visão especial da infância, ou seja, adultos e crianças conviviam de modo
igualitário, compartilhando os mesmos ambientes, o mesmo tipo de vestimenta, trabalho
etc. As crianças não eram compreendidas como crianças; logo, não havia uma literatura
voltada para este público. De acordo com Zilberman (1985, p. 13):
[...] a concepção de uma faixa etária diferenciada, com interesses próprios e
necessitando de uma formação especí�ca, só acontece em meio à Idade
Moderna. Esta mudança se deveu a outro acontecimento da época: a
emergência de uma nova noção de família, centrada não mais em amplas
relações de parentesco, mas num núcleo unicelular, preocupado em manter sua
privacidade (impedindo a intervenção dos parentes em seus negócios internos)
e estimular o afeto entre seus membros.
Na Idade Média, a escola era uma instituição precária e instável, muito ligada à Igreja. Além
das escolas eclesiásticas medievais, voltadas à formação dos clérigos, existiam ainda os
estudos livres, ministrados por professores que não eram livres para determinar o próprio
currículo. Esses estudos podiam ser frequentados por qualquer pessoa que precisasse ler e
escrever; não havia um trabalho pedagógico voltado à faixa etária e as turmas poderiam
chegar a 200 alunos. Poucas crianças frequentavam a escola e não havia uma permanência.
Tendo em vista a concepção de criança, estas participavam efetivamente da vida
comunitária e social. Assim, não havia assuntos dos quais as crianças não poderiam saber e
discutir sobre, e tais assuntos giravam em torno de temáticas como: luta pela sobrevivência,
sexualidade, morte, transgressão das regras sociais etc. Em outras palavras, não havia um
“�ltro”, pois tudo era comentado, independentemente da faixa etária do indivíduo. Nas
palavras de Cortez (2011, p. 2):
A concepção de infância que conhecemos hoje vem evoluindo e se
desenvolvendo desde o século XV; foi no �m desse século que começaram a
acontecer as mudanças. Até então, o que denominamos de primeira infância
(três ou quatro anos), a criança era acompanhada pelos pais e tinha seus
momentos de criança, isoladamente ou brincando e jogando com outras
crianças. Logo depois, passam a jogar e brincar com os adultos e com jogos de
adultos; até mesmo das festividades esses pequenos participavam até acabar.
As famílias não desenvolviam afetividade pelas crianças e não havia a
preocupação em cuidar delas com sentimentos fraternos.
Qualquer criança com mais de sete anos já era vista como um adulto, mesmo pequena,
possuindo o direito de manifestar sua identidade própria em sociedade.
Foi durante o Classicismo Francês, especi�camente na monarquia de Luís XIV, que houve
certa preocupação com uma literatura voltada para crianças. A partir daí, criaram-se
histórias direcionadas ao público infantil, as quais foram editadas no período de 1668 a
1697. Como exemplo temos: “As Aventuras de Telêmaco”, de Fénelon; e as “Fábulas de La
Fontaine” e os “Contos da Mamãe Gansa”, de Charles Perrault. 
saiba mais
Saiba mais
Em relação ao seu marco inicial, ao menos para o
Ocidente, pode-se a�rmar que a Literatura Infantil
surgiu no século XVII com François Fénelon (1651-
1715), um padre, teólogo, poeta e escritor francês.
Dentre seus escritos, os considerados infantis
surgiram a pedido daDuquesa de Beauviller,
justamente com a função de educar moralmente as
crianças (de modo particular, as meninas). As
narrativas propostas tinham estrutura maniqueísta, a
�m de demarcarem claramente o bem a ser
aprendido e o mal a ser desprezado. A maioria dos
contos de fadas, das fábulas e de muitos textos
contemporâneos inclui-se nessa tradição (CARVALHO,
2015).
Para saber mais, acesse:
ACESSAR
A partir do século XVII, a criança passou a ser considerada um indivíduo diferente do adulto;
portanto, com necessidades e características próprias. Desse modo, houve uma mudança
na concepção de indivíduo e um distanciamento da vida adulta. Com isso, nesse século, a
criança começou a receber uma educação diferenciada, com a função de prepará-la para a
vida.
Em 1697, Charles Perrault (1628-1703), escritor e poeta francês considerado o “Pai da
Literatura Infantil”, estabeleceu as bases para um novo gênero literário: o Conto de Fadas.
Perrault criou grandes clássicos da literatura, como “Chapeuzinho Vermelho”, “O Gato de
Botas”, “Cinderela”, “A Bela Adormecida” etc. 
https://www.paulus.com.br/portal/colunista/alexandre-carvalho/literatura-infantil-revisitando-suas-origens.html#.XKa8uphKjIV
Figura 1.2 - Chapeuzinho Vermelho 
Fonte: neftali77 / 123RF.
A respeito da história de vida de Perrault, sabe-se que era um nobre da alta sociedade
francesa e que integrou a corte do rei Luís XVI, exercendo atividades ligadas ao Direito.
Voltou-se para as Letras quando já tinha mais de 60 anos de idade e estava aposentado.
Charles Perrault, coletor de contos populares, realiza seu trabalho após a
Fronde, movimento popular contra o governo absolutista no reinado de Luís
XIV, cuja repressão deixou marcas de terror na França. Os contos chegam à
família Perrault através de contadores que, na época, se integravam à vida
doméstica como servos. Considere-se que se trata de um momento histórico de
grande tensão entre as classes. O burguês Perrault despreza o povo e as
superstições populares e, como homem culto, as ironiza. Seus contos, em
alguns momentos, caracterizam-se por um certo sarcasmo em relação ao
popular. Ao mesmo tempo, são marcados pela preocupação de fazer uma arte
moralizante através de uma literatura pedagógica (CADEMARTORI, 1987, p. 35-
36).
Perrault teve o cuidado de editar as narrativas folclóricas contadas pelos camponeses,
adaptando-as para o público infantil. Desse modo, retirou as cenas de violência e sexo. Em
outras palavras, Perrault deu acabamento literário às histórias que, até então, transitavam
de forma oral entre as classes sociais. 
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saiba mais
Saiba mais
Houve, na história do Ocidente, grandes autores de
fábulas. Na Grécia Antiga, o mais famoso deles foi
Esopo, que viveu entre os séculos VII e VI a. C. Diz a
tradição que Esopo era um grande contador de
histórias, mas que não deixou nenhuma fábula escrita.
Seus apólogos foram registrados de forma literária
mais tarde, por outros autores, e o mais importante
deles foi o romano Fedro (15 a.C. – 50 d.C.), que se
declarava admirador e imitador de Esopo. Algumas
fábulas de Fedro que se tornaram extremamente
conhecidas são: “O lobo e o cordeiro”, “A raposa e o
corvo”, “A rã e os bois” e “A raposa e as uvas”. No
século XVII, na França, viveu o mais importante
fabulista da Era Moderna: Jean de La Fontaine (1621-
1695). Esse autor, além de compor suas próprias
fábulas, também reescreveu em versos franceses
muitas das fábulas antigas de Esopo e de Fedro. É dele
a fábula mais conhecida de todo o Ocidente: “A cigarra
e a formiga” (CARVALHO; MENDONÇA, 2006).
Para saber mais, acesse:
ACESSAR
Vejamos, a seguir, ainda na mesma temática de adaptação de obra para o público infantil,
as contribuições de La Fontaine, contemporâneo de Charles Perrault.
O Estudo das Fábulas de La Fontaine
Jean de La Fontaine nasceu em Château-Thierry, na França, em 8 de julho de 1621 e faleceu
em 13 de abril de 1695, em Paris, deixando para as gerações futuras um legado repleto de
lições sobre a condição humana.
A primeira obra importante de La Fontaine foi publicada em vários volumes, a partir de
1665, e foi chamada de “Contos”, cujo propósito era a diversão do leitor. O primeiro volume
foi nomeado “Novelas em versos extraídos de Bocaccio e Ariosto”, e o último saiu em 1667.
Em um outro momento de sua produção, La Fontaine inspirou-se nas literaturas clássicas
(gregas) e na Oriental, começando a escrever fábulas (relato �ctício, com �m didático e
moralizante, cujas personagens são animais). Na Antiguidade, o fabulista mais famoso foi o
grego Esopo, grande inspiração de La Fontaine. La Fontaine visitou também as histórias
medievais, as parábolas bíblicas e as coletâneas orientais, as quais possuíam a mesma
característica: pertencer à memória popular.
http://files.brejodigital.webnode.com/200000056-b7398b833c/livro_salto_praticas_de_leitura_e_escrita.pdf#page=51
Com toda essa referência, La Fontaine desenvolveu as suas histórias. No ano de 1684,
tornou-se membro da Academia Francesa, por ter atuado no classicismo francês, fato que o
tornou uma das mais belas expressões literárias do período. 
reflita
re�ita
“Sirvo-me de animais para instruir os homens. [...] Procuro tornar o vício,
ridículo. Por não poder atacá-lo com braço de Hércules. [...] Algumas vezes
oponho, através de uma dupla imagem, o vício à virtude, a tolice ao bom
senso. [...] Uma moral nua provoca o tédio: O conto faz passar o preceito
com ele. Nessa espécie de �ngimento, é preciso instruir e agradar. Pois,
contar por contar me parece de pouca monta” (LA FONTAINE, 1668 apud
COELHO, 2000, p. 166).
Contabilizando a produção literária de La Fontaine, chegamos aos números de:
[...] 64 contos, um romance em prosa entremeado de versos, um idílio heroico,
dois libretos de ópera, duas tragédias (uma lírica e outra incompleta), duas
comédias, um balé cômico, fragmentos de um sonho, um poema cientí�co, três
epístolas críticas em verso, um poema cristão, duas paráfrases de textos
sagrados, um relato de viagem, seis elegias, sátiras, odes, baladas, madrigais,
sonetos, canções, epitálamos e epigramas, um pastiche, traduções de versos
latinos, de cartas, muitos versos de circunstância e outras obras perdidas
(CARDOSO, 2015, p. 53).
Apesar da quantidade, a coletânea de fábulas é ainda maior, sendo composta por 240, as
quais foram distribuídas em doze livros, em 1694. A primeira edição, lançada em dois
volumes no ano de 1668, continha um total de 124 fábulas, divididas em seis livros.
La Fontaine tem suas fábulas tidas como modelo até os dias de hoje. Nelas, o referido autor
aborda princípios básicos que movem os homens, como o comportamento humano e o
sentido da vida. As temáticas são apresentadas por meio da exempli�cação, podendo
conter humor e comicidade, uma vez que as fábulas trazem por personagens, conforme
exposto, os animais. Com isso, o fabulista apresenta valores de seres racionais transmitidos
por seres irracionais, a �m de transmitir um ensinamento por meio da moral da história.
Por meio da fábula, o ser humano pode satisfazer sua necessidade natural de
usar a comparação e a imagem para explicar melhor seu pensamento, suas
ideias. O importante das fábulas de La Fontaine não é somente o que se conta,
pois os temas já faziam parte do imaginário coletivo desde Esopo (620 a.C. –
564 a.C.), mas sim como se conta. A unicidade da obra de La Fontaine está no
modus dicendi e não nos temas (CARDOSO, 2015, p. 57).
Diante do exposto, podemos a�rmar, caro(a) aluno(a), que La Fontaine foi um grande
entendedor e criador de fábulas e que, por meio dessa produção ,consagrou-se, entrando
para o rol de escritores que produziram literaturas universais. Por isso, o poder moralizante
de suas fábulas continua forte ainda nos dias atuais.
O Uso das Fábulas no Processo de Ensino-
aprendizagem
Considerando que as fábulas possuem um �m moralizante, autores como Esopo, Perrault e
La Fontaine utilizaram as fábulas como um meio para criticar e denunciar as injustiças e asmaldades. Desse modo, trazer esse gênero para a sala de aula é uma forma de mostrar às
crianças a vida como ela é, além de esse ser um tipo de texto propício para o
desenvolvimento das habilidades de leitura.
A fábula também é uma excelente atividade de re�exão sobre o
comportamento humano, exigindo do professor uma participação crítica,
levando os educandos a realizarem uma leitura re�exiva de forma que
percebam a ação dos personagens, relacionando-as aos acontecimentos do dia
a dia e do seu próprio contexto social. Pela sua versatilidade, a criança enxerga
com maior facilidade as diversas situações, orientações e aprendizado (LIMA;
MARTINS; RODRIGUES, 2016, p. 41).
De acordo com o exposto, a leitura de fábulas em sala de aula desencadeia no aluno o
interesse em conhecer novas histórias, bem como contribui para a formação do hábito de
leitura e, consequentemente, escrita. Considerando o caráter pedagógico, a fábula é
organizada em duas partes: primeiro, apresenta-se a história, que ocorre em um mundo
�ctício, e as personagens, na maioria das vezes, são animais; segundo, trata-se da moral da
história, que aparece, normalmente, no �nal, acentuando o signi�cado do que foi narrado.
A moral costuma estar separada da história. Vejamos o exemplo a seguir 
A Fábula, segundo La Fontaine:
[...] possui duas partes distintas: o corpo e a alma, sendo a narrativa a parte
sensível, o corpo dinâmico e �gurativo da narração; enquanto a alma é a
moralidade, implícita no corpo, embora sem ser destacada materialmente, ela
opera com conceitos que revelam as verdades mais sutis (UBIALI, 2014. p. 8).
O “corpo” refere-se ao tipo textual narrar, já a “alma” refere-se à moralidade. Assim, o texto
moralizante tem por função regular o comportamento e as ações em sociedade. Tendo isso
em vista, as fábulas podem suscitar, em sala de aula, boas discussões. Então, o professor
pode apresentar aos alunos alguns temas importantes, como: bondade, ganância,
solidariedade, injustiça social, vaidade, amizade etc. Desse modo, para a exploração das
fábulas no contexto escolar, o docente deve seguir os seguintes passos:
1. Qual é o repertório de leitura necessário para a compreensão da fábula? 
2. Resgatar os aspectos culturais trabalhados pela fábula. 
3. Desenvolver uma escuta ativa, orientada e colaborativa para que o aluno
perceba as nuances da fábula. 
4. Analisar o aspecto temático trabalhado pela fábula e trazê-lo para a
realidade do aluno. 
5. Elaborar um roteiro com as palavras mais relevantes retiradas da fábula
para a discussão logo após o encerramento da leitura. 
6. Isolar um fato da fábula para analisá-lo a partir da experiência vivida ou não,
pelo aluno. 
7. Considerar os elementos não verbais apresentados pela fábula. 
8. Veri�car as interferências das vozes e de outras imagens para a compreensão
�nal da fábula (ALMEIDA, 2010, p. 114).
Figura 1.3 - Estrutura da Fábula 
Fonte: Adaptada de Chagall (2004).
Ao analisar a fábula junto aos alunos, o docente consegue veri�car o processo interacional
autor - texto - leitor, bem como o modo como o contexto e os conhecimentos individuais
in�uenciam no momento da interpretação do texto, os quais afetam, e muito, na
compreensão dos sentidos.
Por �m, vale salientar, já antecipando o que veremos adiante, que a fábula “[...] é uma
fórmula especí�ca de comunicar pensamentos críticos. [...] dirige-se à inteligência, provoca
discussões, desa�a a crítica e fomenta capacidade dos alunos de analisar e julgar” (LIMA;
ROSA, 2012, p. 160). 
atividade
atividade
Leia o excerto a seguir:
“A história da literatura infantil tem relativamente poucos capítulos. Começa a delinear-se no início
do século XVIII, quando a criança passa a ser considerada um ser diferente do adulto, com
necessidades e características próprias, pelo que deveria distanciar-se da vida dos mais velhos e
receber uma educação especial, que a preparasse para a vida adulta”.
CUNHA, M. A. A. Literatura Infantil : teoria e prática. São Paulo: Ática, 1987, p. 19.
A respeito da história da Literatura Infantil, analise as a�rmativas a seguir:
I. Após o século XVIII, há uma fase de descoberta da infância, na qual a criança passa a receber
uma atenção especial, que foca em sua existência.
II. Com a nova percepção da criança, ocorre uma separação do mundo adulto e a escola passa a se
responsabilizar por uma educação voltada ao público infantil.
III. Os contos, a partir do século XVIII, passaram a ser selecionados, além de conterem valores
morais e regras a serem seguidas.
IV. Com a nova visão de criança, surgia uma preocupação com seu o desenvolvimento moral e
intelectual, mesmo a literatura sendo igual para adultos e crianças.
A partir das a�rmativas apresentadas, assinale, a seguir, a alternativa correta:
a) Apenas a a�rmativa IV está correta.
b) Apenas as a�rmativas I e II estão corretas.
c) Apenas as a�rmativas III e IV estão corretas.
d) Apenas as a�rmativas I, II e III estão corretas.
e) Todas as a�rmativas estão corretas.
Tendo em vista que a Literatura Infantil, desde seu surgimento, é considerada um
instrumento pedagógico e signi�cativo na formação de leitores, partiremos agora, caro(a)
aluno(a), para as adaptações literárias, as quais são um recurso muito interessante para
despertar o gosto pela leitura. Antes de iniciarmos essa temática, é necessário ter em
mente que:
[...] a adaptação literária para crianças e jovens é um processo instável, tendo
em vista que o uso de procedimentos narrativos tais como o corte, a
segmentação, a redução de elementos, a mudança ou manutenção da
perspectiva narrativa, a simpli�cação das ações, a representação do tempo e do
espaço mais próxima ou mais distante do original, depende do cruzamento da
leitura da obra e do leitor-alvo que o adaptador realiza, tendo como parâmetro
o caráter emancipatório da obra fonte (CARVALHO, 2006, p. 381).
As adaptações literárias re�etem, decisivamente, na formação de leitores; desse modo, são
práticas que merecem estudo e procedimentos bem delineados. O uso dos textos literários
adaptados em sala de aula justi�ca-se, pois é um tipo de texto que facilita o acesso ao texto
literário, bem como contribui para o processo de ensino-aprendizagem. De que forma as
adaptações podem ser trabalhadas no contexto escolar? Vejamos: 
As Adaptações do Clássico “AsAs Adaptações do Clássico “As
Mil e uma Noites” Para o MundoMil e uma Noites” Para o Mundo
Infanto-JuvenilInfanto-Juvenil
As adaptações podem facilitar o acesso dos alunos aos clássicos, funcionando como porta
de entrada. Assim sendo, com o uso dos textos adaptados, pode-se incluir ao ensino de
língua portuguesa o objetivo de ampliar o repertório e a bagagem do aluno, para formar
leitores. Também, podem ser ampliados os objetivos relacionados à re�exão sobre recursos
linguísticos.
É de adaptações de textos clássicos e de contos de fadas que provém e se
fortalece a literatura para jovens leitores. Compilados pelo francês Charles
Perrault, no século XVII, adaptando-os de narrativas populares e revestindo-as
de valores da burguesia, e pelos famosos alemães Jacob e Wilhelm, conhecidos
irmãos Grimm, no século XIX, os contos de fadas não foram escritos
especialmente para as crianças bem como não faziam parte da educação
burguesa. Esses contos, anônimos e, portanto, recolhidos do seio do povo – do
folclore popular –, eram ligados às camadas inferiores e estabeleciam conexões
entre a situação social e a condição servil. Assim, por meio desses materiais
preexistentes, como os clássicos e os contos de fadas, essa literatura começou a
constituir o seu acervo (CORSO, 2012, on-line).
Tendo em vista o exposto, centralizaremos nossos estudos no que se refere às adaptações
da obra “As mil e uma noites”. A respeito dessa obra, sabe-se que não há um único autor,
mas vários narradores anônimos, e que suas histórias foram reunidas ao longo de séculos,
formando uma coletânea, que é considerada pelos especialistas um clássico da literatura
fantástica. Estima-seque parte desses contos teria surgido na Índia, em torno do século 3,
em decorrência da aparição de semideuses, gênios e animais diversos, os quais remontam
o panteão hinduísta.
Da Índia, as histórias chegaram à Pérsia por meio da transmissão oral de viajantes e
mercadores, e uma obra chamada de Hezar Afsaneh , que signi�ca “Os Mil Contos”, teria
formado a primeira compilação dessas histórias. Essa versão já continha personagens
Fonte: Adaptado de Weller (2013).
importantes, como o sultão Shariar e sua esposa Sherazade, da versão �nal de “As Mil e
Uma Noites”.
Os pesquisadores acreditam que, por volta do século 8, já havia uma tradução de Hezar
Afsaneh , realizada pelos povos árabes, bem como uma espécie de adequação da
linguagem, incluindo os valores islâmicos, o erotismo e palavras de calão. O título “As Mil e
Uma Noites” também foi substituído no mesmo período, uma vez que há uma superstição
do povo árabe a respeito dos números redondos, os quais trazem azar. Nos séculos
seguintes, houve a incidência de diferentes manuscritos, cada um com uma versão da
história.
No Ocidente, a história “As Mil e Uma Noites” só �caria conhecida após 1702, por
intermédio do trabalho de Antoine Galland, que traduziu um manuscrito do ramo sírio do
século 13. Em seu trabalho de tradução, Galland eliminou o erotismo e as ofensas a outros
povos. Além disso, pesquisadores apontam que o tradutor acrescentou novos contos
árabes à obra, como “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”, “Aladim” e “As Viagens de Simbá”. É a
partir da versão francesa que a maioria das adaptações dessa obra nasceu, surgindo, assim,
um processo de adaptação a partir de uma fonte secundária.
“As mil e uma noite” conta a história de um sultão, chamado de Shariar, que surpreendeu sua
esposa traindo-o com outro homem e mandou matá-los. A partir daí, resolveu se casar todos os
dias com uma nova mulher, que seria degolada no dia seguinte à noite de núpcias. Assim,
nenhuma outra mulher o trairia de novo. Até que se casou com Sherazade e, na primeira noite,
ela contou uma história, a interrompendo sob a promessa de seguir na noite seguinte, deixando
o sultão curioso. Todas as noites, ela começava a contar uma história e a interrompia na melhor
parte. Desse modo, o sultão era obrigado a esperar a noite seguinte para ouvir a continuação.
Passando as mil e uma noites, o sultão resolveu continuar casado com Sherazade e suas
histórias foram escritas. Sherazade pediu para ser entregue ao Rei, pois sabia que havia
descoberto uma forma de escapar da morte (RIBEIRO, 2018).
A respeito das adaptações de “As mil e uma noite”, a de maior sucesso é a dos britânicos Sir
Richard Burton e Andrew Lang, na qual foi retirado o conteúdo erótico, deixando o contexto
menos sexual em alguns contos. Entretanto, a tradução, diretamente do árabe, feita por
Mamede Jarouche, da Editora Globo, recolocou o conteúdo erótico que antes havia sido
censurado, apresentando as histórias como eram contadas na época. Desse modo, esse
não é um livro recomendado para as crianças.
Para o público infantil, temos a adaptação realizada pela Publifolhinha, que apresenta as
histórias contadas pela protagonista Sherazade ao marido, a �m de se manter viva. Dentre
as histórias contadas, aparecem, por exemplo, “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, “Ali Babá
e os Quarenta Ladrões” e “O Cavalo encantado”, compostas por ilustrações.
Temos também uma versão de “As mil e uma noites” organizada por Ruth Rocha, pela
Editora Salamandra, constituída por uma reunião de contos populares do Oriente Médio e
do Sul da Ásia. Nesse material, há três das histórias lendárias, como “Aladim e a Lâmpada
Mágica”, “O Pescador e o Gênio” e “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”.
Outra adaptação voltada ao público infantil é a obra “Scherazade Das Crianças - Histórias de
As Mil e Uma Noites - Série Infantil”, de Jordi Sierra I Fabra. Nessa obra, há uma compilação
de contos que abordam hábitos, valores, crenças, visão de mundo e cultura da civilização
árabe, apresentando ao leitor o povo do Oriente. É uma obra que compõe a série “Mundo
Árabe”, da coleção Clássicos do Mundo.
Assim, uma adaptação consiste em, basicamente, realizar uma releitura de um texto
primário e reescrevê-lo sob uma nova ótica, por meio de uma seleção de léxico em
consonância com o objetivo proposto: alcançar determinado público especí�co e promover
sua formação.
Vale mencionar também que os livros voltados ao público infantojuvenil apresentam
imagens junto ao texto escrito, principalmente nas obras que são destinadas à primeira e à
segunda infância, pois essa união (texto + imagem) tem o intuito de chamar a atenção das
crianças.
Caro(a) aluno(a), as adaptações literárias são imprescindíveis para o desenvolvimento do
gosto pela leitura, bem como da arte. Além disso: contribuem no processo de formação de
leitores; aproximam as obras clássicas dos leitores; promovem a circulação dos textos e,
assim, mantêm as referências culturais; atuam como um estímulo para a leitura do original,
que pode ser a tradução; e, por �m, tornam a leitura diferente e mais prazerosa (CORSO,
2012). 
atividade
atividade
Considere a citação a seguir:
“Adaptações de clássicos de literatura para o público escolar consistem em: [...] textos novos,
construídos sobre enredos antigos; são apropriações”.
FEIJÓ, M. O prazer da leitura : como a adaptação de clássicos ajuda a formar leitores. São Paulo:
Ática, 2010, p. 42.
A respeito da adaptação, analise as a�rmativas a seguir:
I. É um meio de facilitar o acesso dos alunos aos clássicos.
II. Trata-se de um texto derivado, que é resultado de um texto primário.
III. São paráfrases, “recontos”, uma vez que contam uma história de forma resumida, com as
palavras do parafraseador.
IV. É uma releitura de um texto primeiro, reescrito sob uma nova ótica, por meio de uma seleção
de léxico.
A partir das a�rmativas apresentadas, assinale, a seguir, a alternativa correta:
a) Apenas a a�rmativa IV está correta.
b) Apenas as a�rmativas I, II e IV estão corretas.
c) Apenas as a�rmativas I e II estão corretas.
d) Apenas as a�rmativas I, II e III estão corretas.
e) Todas as a�rmativas estão corretas.
Caro(a) aluno(a), chegando ao �m desta unidade, iremos nos debruçar sobre o estudo de
mais um gênero da narrativa: o conto de fadas. Vejamos, a seguir, sua de�nição:
Os contos de fadas são narrativas onde aparecem seres encantados e
elementos mágicos pertencentes a um mundo imaginário, maravilhoso. Estes
contos têm quase sempre uma estrutura simples e �xa. Tem uma característica
bem marcante como na sua fórmula inicial: “Era uma vez... ’’ e �nal: “... foram
felizes para sempre’’. Há neles uma ordem na sequência narrativa, ou seja, uma
situação inicial, uma ordem perturbadora, quando a situação de equilíbrio
inicial se desestabiliza, gerando uma série de con�itos que só se interrompem
com o aparecimento de uma força maior que restabelece a ordem. Geralmente
há personagens do bem e do mal, e a vitória, apesar do sofrimento, sempre é
do personagem do bem (PORTELA, 2013, p. 7-8).
Os contos de fadas surgiram por intermédio da tradição oral há muitos séculos, porém sua
valorização só se concretizou mais tarde, quando os contos se voltaram para o público
infantil. Nas palavras de Pinheiro (2012), essas narrativas eram chamadas de primordiais,
pois surgiram anonimamente e tinham por intuito a transmissão e o entretenimento.
Os contos de fadas são, basicamente, narrativas antigas – uma espécie de mito que era
difundido pelos povos – que apresentavam os con�itos entre a natureza e o homem. Assim,
em um determinado momento, as narrativas começaram a trazer como tema os problemas
cotidianos, como: poder, fome, família, trabalho, dentre outros. As obras literárias ligam-se,
sempre, ao seu contexto de produção. Nos contos de fadas não era diferente, pois eles
conservavam uma visão de mundo do período, além de suas ideologias.
Os Contos de Fada e suasOs Contos de Fada e suas
CaracterísticasCaracterísticasÉ no século XVII que o interesse dos intelectuais pelo conto popular nasceu, principalmente
após a publicação da obra “Contos da Mamãe Ganso”, de Charles Perrault, cujo trabalho foi
reproduzir em papel os contos que transitavam entre os componentes franceses.
saiba mais
Saiba mais
A Mamãe Ganso era uma personagem dos velhos contos
populares, muito familiar entre os franceses. Sua função
era contar histórias para os seus “�lhotes fascinados”. Com
o passar do tempo, o nome da Mamãe Ganso passou a
designar não a personagem dos contos populares, mas
uma velha contadora de histórias (PINHEIRO, 2012, p. 41).
Para leitura na íntegra, acesse:
ACESSAR
No século XIX, com os Irmãos Grimm, os contos populares foram concebidos como objeto
de estudo capaz de apresentar aspectos linguísticos, psicológicos, históricos, sociais etc. -
em outras palavras, apresentar o modo de pensar e agir dos homens do passado
(PINHEIRO, 2012). Os contos de fada podem ser encontrados em todas as culturas, porém
com outra roupagem. Nas próximas unidades, iremos nos dedicar ao estudo das obras de
Perrault e dos Irmãos Grimm.
reflita
re�ita
“É preciso que o conto seja velho na memória do povo, anônimo em sua
autoria, divulgado em seu conhecimento e persistente nos repertórios
orais” (CASCUDO, 2001, p. 11).
Os contos de fada podem apresentar algumas características, como:
[...] colocar um dilema existencial de forma breve e categórica. Isto permite à
criança aprender o problema em sua forma mais essencial, onde uma trama
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-29102012-122544/pt-br.php
mais complexa confundiria o assunto para ela. O conto de fadas simpli�ca
todas as situações. Suas �guras são esboçadas claramente; e detalhes, a menos
que muito importantes, são eliminados. Todos os personagens são mais típicos
do que únicos (BETTELHEIM, 2002. p. 7).
Além disso, os contos de fada contêm também uma simbologia �xa e estruturada. Suas
personagens são simples, apresentam qualidades e defeitos e são representadas por pais,
avós, camponeses e até animais, como lobos, porquinhos etc.; porém, tais personagens
possuem problemas reais, desenvolvendo, assim, a identi�cação da criança. Quanto ao
tempo e ao espaço, são como que indeterminados, pois é comum os contos iniciarem com
“Num certo reino”, “Em um reino muito distante” e “Era uma vez”. Há um narrador que
detém todo o conhecimento da história e que é “dono da vida” das personagens.
Estruturalmente, a narrativa inicia-se com uma situação de equilíbrio que, logo na
sequência, é alterada pelo con�ito, por parte de um herói. Adiante, com o auxílio de seres
mágicos e poderosos, consegue vencer o con�ito, saindo vitorioso(a) e com um �nal feliz: -
“E viveram felizes para sempre…”.
Os contos de fadas podem ser divididos em quatro etapas. Vejamos o quadro a seguir:
Quadro 1.1 - Saga do(a) herói/heroína 
Fonte: Elaborado pela autora.
1ª etapa 2ª etapa 3ª etapa 4ª etapa
Travessia
Ocorre alguma
situação
constrangedora/
embaraçosa/
desagradável que
faz com que a
personagem
principal
(herói/heroína)
saia em busca de
uma solução para
esse problema.
Assim, em seu
percurso, depara-
se com uma
paisagem
desconhecida,
contendo
acontecimentos
mágicos e
criaturas
estranhas. Esse
lugar
desconhecido
costuma ser
caracterizado
como �orestas e
bosques, lugar
onde residem
animais perigosos,
bruxas más e
magias.
Encontro
No ambiente inóspito, a
personagem depara-se
com algum ser maligno
e, para que a jornada
tenha sucesso, é preciso
que esse “obstáculo” seja
ultrapassado. Enfrentar
o mal signi�ca um ato de
autorreconhecimento.  
O ser maligno pode ser
representado por
bruxas, madrastas más,
magos etc.
Conquista
O herói/ heroína
entram em um
combate de
sobrevivência,
vida ou morte,
com o ser
maligno, que
morre no �nal.
Com a morte do
mal, a
personagem
principal
consegue
garantir a
erradicação das
partes más do
próprio eu e a
superioridade
das partes boas.
Celebração
Para comemorar
o triunfo do bem,
costuma
acontecer um
casamento ou
uma reunião de
família. O bem
sempre vence e
todos vivem
felizes para
sempre.
saiba mais
Saiba mais
A palavra “conto” origina-se do latim, sendo que seu
signi�cado remete a duas dimensões: por um lado, à
oralidade; e, por outro, à �ccionalidade, isto é, trata-se
de um relato que não tem compromisso com a
realidade, utilizando-se do maravilhoso com a função
de entreter e possibilitar a verbalização das
di�culdades humanas (HILLESHEIM E GUARESCHI,
2006).
Para leitura na íntegra, acesse:
ACESSAR
A respeito das sagas dos heróis nos contos de fadas, vale pontuar que costumam ser mais
universais e podem estar além ou aquém das divisões entre masculino e feminino, uma vez
que, por mais que os contos respeitem essas questões na de�nição de seus personagens, a
feminina costuma ser mais valorizada, em decorrência da in�uência celta; desse modo,
surgem mais heroínas (como Aurora, Mulan, Branca de Neve etc.). De qualquer modo, é
interessante percebermos que há diferenças nas narrativas das histórias clássicas de heróis
e dos contos de heroínas (por exemplo Cinderela ou Chapeuzinho Vermelho), pois tanto o
herói quanto a heroína passam pelos mesmos percalços; no entanto, terminam a jornada
de modo diferente.
https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/viewFile/22976/13260
atividade
atividade
Leia o excerto a seguir:
“Talvez um dos temas mais recorrentes nas histórias seja o mito da jornada do herói. Ele aparece
desde �lmes até os contos de fadas. Como toda narrativa de herói, o conto de fadas vai apresentar
o seu protagonista. Esse protagonista pode ser homem ou mulher, herói ou heroína”.
ASSIS, P. de. Os contos de fadas e o caminho do herói. Pablo de Assis , 14 out. 2011. Disponível
em: <http://pablo.deassis.net.br/2011/10/os-contos-de-fadas-e-o-caminho-do-heroi/>. Acesso em:
02 abr. 2019.
A respeito da saga do herói, é correto a�rmar que:
a) No encontro, o protagonista encontra o seu desa�o, seu inimigo ou antagonista, que o
ameaça de alguma forma.
b) É na celebração que o protagonista inicia suajornada; normalmente, há o bordão: Era
uma vez.
c) Nos mitos clássicos,predominam protagonistas femininas.
d) Na travessia, o protagonista chega à sua terranatal por meio de magia.
e) É na conquista que há embate de vida ou morte entre o protagonista e o antagonista, no
qual o herói morre.
indicações
Material Complementar
LIVRO
Um estudo sobre asfábulas e os contos de fadas
Maria Viana
Editora: Eureka
ISBN: 978-85-693-7755-9
Comentário: É uma obra que estuda as origens, os usos e as
transformações das fábulas e dos contos de fadas ao longo dos
séculos. Objetiva orientar e sensibilizar os docentes no sentido de
atribuir à leitura o valor devido, colocando-a como escopo do
processo educacional e de letramento. A obra apresenta algumas
fábulas de La Fontaine, Charles Perrault, Irmãos Grimm e Hans
Christian Andersen.
FILME
Cinderela
Ano: 2015
Comentário: Este �lme é uma recriação da animação de 1950,
da Disney. A crítica a�rma que o �lme funciona como uma
“homenagem à animação original”, visto que o estilo e o humor
fantásticos tomam conta desta história em live action . Como em
todos os contos de fada, o �lme apresenta uma moral, repetida
pela protagonista ao longo do �lme: Tenha coragem e seja gentil.
Além disso, esta Cinderela conserva a visão romântica do mundo,
característica dos �lmes antigos do gênero.
Para conhecer melhor o �lme, assista ao trailer disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=KsnlU2y-Lz0 >. Acesso em: 05
abr. 2019.
TRA ILER
https://www.youtube.com/watch?v=KsnlU2y-Lz0
conclusão
Conclusão
Caro(a) aluno(a), chegamos ao �m da primeira unidade. Espero que tenha aprendido
bastante. Não sei você, mas eu acredito que é essencial conhecermos as histórias do
mundo e as coisas, para vermos se houve evolução e de que modo ela ocorreu.
Em um primeiro momento, abordamos questões e conceitos sobreliteratura e literatura
infantil. Conversamos também sobre a história e apresentamos algumas referências no
gênero, como La Fontaine, Perrault, Irmãos Grimm etc. Adianto que nos aprofundaremos
nos estudos desses autores e suas respectivas contribuições nas próximas unidades.
Nesta primeira parte, discutimos os conceitos de fábula e de contos de fadas, que são os
gêneros mais indicados e trabalhados em sala de aula, pois em ambos conseguimos
depreender uma moral, que pode promover grandes discussões e ensinamentos aos
discentes.
Até as próximas unidades!
referências
Referências
Bibliográ�cas
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