PETIÇÃO INICIAL - TEMÁTICA 1 - SEÇÃO 1

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MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DE FAMÍLIA DA COMARCA DE PORTO REAL- BAHIA.
 Jeffrey Lannister,72 anos, Holandês, casado, desempregado, portador da carteira de identidade nº XXXXXX e do CPF nº XXXXXXX, residente e domiciliado em Dorne, interior de São Paulo, em conjunto com o seu irmão Tommen, Brasileiro, solteiro, desempregado, portador da carteira de identidade nº XXXXXX e do CPF nº XXXXXXX, residente e domiciliado em Dorne, interior de São Paulo, vem a presença deste doutor de juízo, por intermédio do seu procurador regularmente constituído por meio de procuração em anexo, Dr° XXXXXXXX, OAB/ XXXXXXXX, requere a 
 INTERDIÇÃO COM TUTELA EMERGENTE CAUTELAR 
 Da Sra. Myrcella, 64 anos, brasileira, solteira, (profissão), portadora da carteira de identidade nº XXXXXX e do CPF nº XXXXXXX SSP/BA, residente e domiciliada na cidade de Porto Real/BA, Endereço eletrônico myrcela@got.com. 
 DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIO 
O Autor é pessoa idosa, com 72 anos de idade, solicita-se, nos termos do art. 1.048, I do CPC c/c o art. 71 do “Estatuto do Idoso” (lei 10.741/03), a concessão do benefício da “prioridade processual” à pessoa maior de 60 anos de idade, previsto nos referidos dispositivos. Em anexo a esta petição, segue documento atestando a idade do interditando, cuja juntada aos autos se manifesta, atendendo ao disposto nos arts. 1048, § 1ºe 71, § 1º das respectivas normas. 
 PRELIMINARMENTE DA JUSTIÇA GRATUITA 
Requerentes litigam os benefícios da Justiça Gratuita assegurado pelo Novo Código de Processo Civil, artigos 98° e 99°, Lei n° 13.105 /2015. Vale destacar que no momento, Joffrey e o seu irmão Tommen não possuem acesso às contas bancárias, assim como ele e seu irmão, a sua esposa Margaery Tyrell, não possuem emprego fixo ou fonte de renda, não tendo desta forma, condições de arcar com custos processuais no momento de interposição da ação e os honorários advocatícios sem, prejuízo próprios ou de sua família. 
DOS FATOS 
Os irmãos Tommen e Joffrey Lannister, vem por meio dessa petição a interdição da fortuna deixado pelo seu pai, Robert Baratheon. Joffrey afirma que a sua irmã Myrcella, está internada em uma clínica de recuperação na cidade de Porto Real-BA, desde 2004, devido a problemas psiquiátricos, vício em substâncias tóxicas e um histórico recorrente de prodigalidade, com episódios em que gastou fortunas em uma única noite com drogas. Ocorre que antes do falecimento do patriarca da família, Robert Baratheon, que deixou acumulado uma fortuna avaliada aproximadamente em 1 bilhão de reais, Joffrey e seu irmão Tommem pretendem impedir que sua irmã Myrcella faça mal uso dessa fortuna. Vale destacar que o falecido pai dos envolvidos tinha grande proximidade com Myrcella, motivo que mesmo diante de suas condições, confiou a ela antes de sua morte, um caderno contendo todas as suas senhas bancárias. Joffrey aponta que seu irmão, concorda com a decisão tomada e o acompanhará nos atos necessários à proteção do patrimônio, porém, apesar da vasta fortuna deixada pelo pai, Joffrey e Tommen não possuem acesso às contas bancárias e também não possuem empregos fixos ou fontes de rendas, não tendo, assim, como arcarem com as custas do processo judicial. 
 DA TUTELAR EMERGENTE CAUTELAR 
 Lei n°13.105 de 2015 
Art.300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Diante dos fatos apresentados venho pedir permissão da tutela emergente cautelar, buscando o bloqueio de movimentação das contas bancárias e a nomeação de curador provisório para Sra. Myrcella Lannister. O consentimento da tramitação prioritária, também da gratuidade da justiça, a citação eletrônica da interditada e que seja julgado procedente o pedido, confirmando a tutela emergente concedida para nomear curador definitivo da interditada.
DOS FUNDAMENTOS LEGAIS E JURÍDICOS 
Os artigos 3º e 4º do Código Civil graduam a forma de proteção, a qual assume a feição de representação para os absolutamente incapazes e a de assistência para os relativamente incapazes. A incapacidade cessa quando a pessoa atinge a maioridade, tornando-se, por conseguinte, plenamente capaz para os atos da vida civil. Entretanto, pode ocorrer, por razões outras, que a pessoa, apesar da maioridade, não possua condições para a prática dos atos da vida civil, ou seja, para reger a sua pessoa e administrar os seus bens. Persiste, assim, a sua incapacidade real e efetiva, a qual tem de ser declarada por meio do procedimento de interdição, tratado nos arts. 747 a 770 do Novo Código de Processo Civil, bem como nomeado curador, consoante o artigo 1.767 do Código Civil. 
In verbis: 
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: I - Aqueles que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil; II - Aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; III - Os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; IV - Os excepcionais sem completo desenvolvimento mental; V - Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; VI - Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; VII - Os pródigos. 
 DOUTRINA 
 A Curatela é o munus público deferido por lei a uma pessoa para ser responsável por outra pessoa de maior, que devido a doença ou deficiência mental, não esteja em condições de responder por conta própria. 
 Tendo assim, o objetivo da Curatela de duplo sentido, como bem abaliza Orlando Gomes: A Curatela é deferida para reger a pessoa e os bens de quem, sendo maior, está impossibilitado, por determinada causa de incapacidade, de fazê-lo por si mesmo; ora conferida para a própria pessoa, ainda que esteja no gozo de sua capacidade (Direito de Família, p. 313, nº. 199, apud Yussef Said Cahali, verbete “Curatela”, in Enciclopédia Saraiva de Direito, p. 144). 
Conta-se á juízo de informar que o caso demostrado pela condição psiquiátrica da Sra. Myrcella e pelo histórico repetidamente de prodigalidade e ao uso de substâncias tóxicas, devido à esses fatos, os autores da ação apesar de pedirem o bloqueio dos bens deixados pela herança que o seu pai deixou, concedem o direito a irmã de desfrutar da herança, que após essa petição, o Srº Tommen e Joffrey passarão a administrar. 
PEDIDOS 
Diante do exposto requer a este juízo: 
 Ex Positis: A) Deferimento da gratuidade da justiça, tendo em vista que os requerentes não possuem recursos para arcar com as custas processuais sem prejuízo próprio e de sua família. B) A representação do interditado na presente lide pelo digno membro do Ministério Público, nos termos dos arts. 178, II e 752, § 1º, ambos do CPC. C) Seja deferido o benefício de Prioridade de Tramitação, com fulcro nos art. 1.048, I do CPC c/c o art. 71 da Lei 10.741/03, uma vez que o interditando é pessoa idosa, sendo determinado à secretaria da Vara a devida identificação e a tomada das demais providências cabíveis para assegurar, além da prioridade na tramitação, também a concernente à execução dos atos e diligências relativos a este feito, D) A concessão da tutela provisória de urgência, nos termos do art. 300 do Novo CPC, com a nomeação dos autores como curadores provisórios da interditada, a fim de que eles possam representá-la nos atos da vida civil, sobretudo na adequada gestão dos recursos fundamentais à sua manutenção. E) Sejam os pedidos da presente Ação de Interdição com pedido de Curatela Provisória em Tutela de Urgência julgados procedentes, confirmando-se a tutela de urgência para nomear em definitivo a Requerente como curador do interditando, que deverá representá-lo e assisti-lo em todos os atos de sua vida civil, de acordo com os limites da curatela prudentemente dispostos em sentença, nos termos do art. 755 do CPC. F) A citação do interditando, no endereço descrito no preâmbulo desta peça, para que, em dia a ser designado, seja efetuado o seu interrogatório, nos termos do art. 751 do CPC. 
Protesta pela junção de todos os documentosanexados presentes para a comprovação dos fatos alegados e por eventuais outros que Vossa Excelência entenda como necessários à homologação desta. 
VALOR DA CAUSA 
 Dá-se a causa o valor XXXX para afins de alçada. 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 Cidade, de Mês de ano. 
 Advogado 
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OAB/