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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE PORTO REAL – BA JOFFREY LANNISTER, holandês, idoso, casado, (profissão), portador da carteira de identidade nº XXXXXX e do CPF nº XXXXXXX, residente e domiciliado em Dorne, interior de São Paulo, CEP XXXXX, endereço de e-mail xxx, e TOMMEN LENNISTER, brasileiro, Profissão XXXX, portador da Cédula de identidade nº XXXXX e CPF XXXX, residente em Dorne, interior de São Paulo, CEP XXXXX, por seu advogado devidamente constituído pelo instrumento de mandato anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1.747 do Código Civil, combinado aos art. 749 e seguintes do CPC, propor a presente AÇÃO DE INTERDIÇÃO C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face de Myrcella, brasileira, (estado civil), (profissão), portadora da carteira de identidade nº XXXXXX e do CPF nº XXXXXXX, com endereço eletrônico myrcela@got.com, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: DA JUSTIÇA GRATUITA É essencial a concessão de Assistência Judiciária Gratuita ao Requerente, pois, caso lhe seja negado tal direito, estará ocorrendo uma negativa de acesso à prestação jurisdicional, uma vez que ele não possui condições para arcar com os ônus financeiros provenientes da demanda, assim, requer que lhe seja condido os benefícios da justiça gratuita, com fundamento no inciso LXXIV do art. 5º da CF e nos artigos 98 e 99 do CPC. DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA O primeiro requerente é idoso, portanto, segundo os termos art. 71 do Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/2013, requesta a prioridade na tramitação do processo. DOS FATOS Os requerentes informam que possuem uma irmã, a sra. Myrcella de 64 (sessenta e quatro) anos, que reside em uma clínica de recuperação desde 2004 (dois mil e quatro), devido a problemas psiquiátricos, vício em substâncias tóxicas e um histórico de prodigalidade, tendo em vista o gasto de fortunas com drogas em uma única noite. Por ser mais próxima de seu pai do que seus irmãos, o sr. Robert Baratheon deu a Myrcella, antes de morrer, um caderno contendo todas as suas senhas bancárias. Ocorre que juntando todos os valores presentes nestas contas há uma fortuna de aproximadamente R$1 bi (um bilhão de reais). Levando em consideração o histórico de Myrcela, onde a mesma pode fazer mal uso do dinheiro, visando a proteção do patrimônio da família e como não possuem acesso à estas contas, os requerentes vêm perante este juízo pleitear pela interdição da mesma. DA TUTELA DE URGÊNCIA A Tutela de Urgência se mostra necessária para prevenir que a interditanda possa colocar em risco o patrimônio herdado, visto que parte deste, é de direito dos requerentes da ação. Além disso, suas condições psicológicas, devido ao uso contínuo de substâncias tóxicas, colaboram para que ela apresente histórico recorrente de prodigalidade. Sobre a Tutela de Urgência, o art. 9º, parágrafo único, inciso I, aduz que: Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; Ainda sobre este tema, o art. 300, §2º do Código Civil, determina que: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. Neste caso, o pedido de Tutela de Urgência não objetiva trazer malefícios à ré/interditada, mas sim protegê-la contra eventuais equívocos de suas decisões, já comprometidas devido a seu quadro psicológico, que podem prejudicar sua vida tanto em aspecto financeiro como pessoal. Art. 749. Parágrafo único. Justificada a urgência, o juiz pode nomear curador provisório ao interditando para a prática de determinados atos. Assim sendo, é notório que a interditada, ao possuir um curador provisório, poderá ter mais segurança ao fazer uso de seu patrimônio, não acatando possíveis infortúnios para si, nem para seus irmãos. DOS FUNDAMENTOS DA INTERDIÇÃO O artigo 1º do Código Civil aduz que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. Assim, o deferimento do pedido formulado pelos requerentes é medida excepcional, que, no caso em análise, necessita ser acatada em razão da situação psiquiátrica e da proteção dos interesses requerida, que se encontra internada em uma clínica de recuperação, demonstrando-se incapaz de exercer plenamente os atos da vida civil. Sobre matéria em análise, o art. 749 do CPC determina que: Art. 749. Incumbe ao autor, na petição inicial, especificar os fatos que demonstram a incapacidade do interditando para administrar seus bens e, se for o caso, para praticar atos da vida civil, bem como o momento em que a incapacidade se revelou. Os Requerentes, além da narrativa fática, apresentam comprovação de tais fatos, possibilitando a nomeação do sr. Joffrey, como Curador provisório da interditanda. Diante da das provas inequívocas apresentadas, requerem os Autores a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, ressaltando-se a ausência de perigo, pois os requerentes estão sujeitos à prestação de contas. DOS PEDIDOS Diante do acima exposto, requer: 1) a concessão dos benefícios da gratuidade de Justiça, haja vista que os requerentes são pobres no sentido jurídico do termo; 2) prioridade na tramitação do processo com fundamento no art. 71 do Estatuto do Idoso; 3) a concessão da tutela provisória de urgência, com fundamento nos art. 300 e 749 do CPC, com a nomeação do primeiro requerente como curador provisório da interditanda; 4) a Citação Eletrônica, com fundamento no art. 246 do CPC nos termos do art. 751 do CPC. 5) a Citação postal em caso de não confirmação, com fundamento no art. 246, §1º-A do CPC. 6) a intimação do Ministério Público, nos termos do § 1º do art. 752 do Novo CPC; 7) seja julgado procedente o pedido, confirmando-se a antecipação da tutela, para nomear em definitivo o autor como curador da interditada. Requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidas, documental, pericial, testemunhal, sem exceção de nenhuma. Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). Nestes termos, pede deferimento. Porto Real, 30 de março de 2022. Advogado OAB/UF xxx
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