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ESPELHO_CORRECAO_S1_CIVIL


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Seção 1 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
DIREITO 
CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos agora à resolução do caso prático onde Tommen e Joffrey Lannister são autores da demanda. 
E como já deve ter verificado, a peça processual adequada é a petição inicial de interdição de 
Myrcella Lannister. Os arts. 319 a 321 do CPC, orientam que a petição inicial indicará o juízo (Vara 
de Família e Sucessões da Comarca de Porto Real – Estado da Bahia – por aplicação da regra geral 
do art.46 do CPC, ou seja, o domicilio da interditanda), a qualificação das partes (somente as já 
apresentadas), os fatos alegados no caso (transcrever parafraseando), os fundamentos jurídicos 
(art.1.767, III do Código Civil), o pedido e o valor da causa (para efeitos de alçada, até porque, não 
se discute valor patrimonial na ação pretendida, mas deve ser fixado em observância a regra do art. 
291 do CPC). 
 
Para qualificação das partes, transcrever da forma como lançada no enunciado (nome, prenome, 
estado civil, casado/união estável, CPF, CNPJ, e-mail, domicílio e residência). E por ser idoso, cabe 
apontar a tramitação prioritária (art.71 da Lei nº 10.741/03). Em não se tratando de direito real, não 
há razão de a esposa de Joffrey figurar no polo ativo da ação. 
 
Quanto às provas (documental, pericial e testemunhal), cabe ao(a) aluno(a) demonstrar a 
incapacidade da interditanda. (art.749 do CPC): Incumbe ao autor, na petição inicial, especificar os 
fatos que demonstram a incapacidade do interditando para administrar seus bens e, se for o caso, 
para praticar atos da vida civil, bem como o momento em que a incapacidade se revelou. A interdição 
reclama procedimento especial, devendo observar as regras do art. 747 e seguintes do CPC. 
 
O interesse de agir está demonstrado na pretensão (proteção do interditando) e na utilidade da ação 
(impedir o mal uso da herança e preservar a parte que cabe aos autores). Assim, o pedido deve ser 
certo (vide art.755 do CPC), expresso, identificando o gênero, de forma clara respeitando o princípio 
da consubstanciação, se referindo à causa de pedir próxima (os fatos) e a remota (consequências 
jurídicas). 
 
Como não foi informado, o valor da causa deve apenas ser mencionado na inicial (vide art.291 do 
CPC), fazendo remissão juntamente com a data e deixando espaço para assinatura, como se real 
fosse a pretensão, evitando a identificação do candidato. 
 
Como apontado na situação concreta, os autores não têm condições de arcar com as custas 
processuais sem prejuízo de seu próprio sustento, razão pela qual, é possível pedir a gratuidade da 
justiça, fulcro nos artigos 98 a 102 c/c art.5º, LXXIV da CRFB. 
Seção 1 
DIREITO CIVIL 
Na prática! 
 
 
Tendo em vista a informação relativa as senhas bancárias em poder da interditanda, é necessária a 
adoção de medida que vise, justificada a urgência, a nomeação de curador provisório ao interditando, 
fulcro no parágrafo único do art. 749 do CPC, podendo ser requerida tutela de urgência cautelar, 
liminarmente (art.300, §2º do CPC c/c o art.9º, parágrafo único, inciso I), além de justificar 
previamente o “fumus boni iuris” e o “periculum in mora”. 
 
Quanto à citação, a interditanda deve ser citada eletronicamente (vide art.246 do CPC) e, em não 
havendo confirmação em até 3 dias, pelo correio (246, I do CPC). 
 
E quanto a estrutura da peça, atenção para: o endereçamento e nomes das partes (sempre em caixa 
alta); pule sempre uma linha entre os parágrafos; sinalize com reticências as informações e 
qualificações essenciais não informadas; nos fatos, prefira parafrasear do que transcrever, mas não 
invente informação; no fechamento da petição apenas escrever valor da causa, local, data, nome 
assinatura e inscrição OAB; e lembre-se que você tem 150 linhas (treine sempre escrevendo, 
nunca no computador). 
 
 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES 
DA COMARCA DE PORTO REAL – ESTADO DA BAHIA. 
 
 
 
 
 
JOFFREY LANNISTER, holandês, casado, desempregado, inscrito no cadastro de pessoas físicas 
sob o nº ..., e-mail ..., residente à rua ..., nº..., Dorne-SP e TOMMEM LANNISTER, brasileiro, (estado 
civil), desempregado, inscrito no cadastro de pessoas físicas sob o nº ..., e-mail ..., residente à rua 
..., nº..., Dorne-SP, por meio de seu advogado regularmente constituído, e-mail ..., cuja qualificação 
e indicação do escritório constam na procuração anexa, onde ali aponta o endereço para receber 
notificações e intimações, vem propor AÇÃO DE INTERDIÇÃO com TUTELA EMERGENTE 
CAUTELAR, em face de MYRCELA LANNISTER brasileira, (estado civil), (profissão), inscrita no 
cadastro de pessoas físicas sob o nº ..., e-mail myrcela@got.com, internada na clínica ..., localizada 
à rua ..., nº ... na cidade de Porto Real - BA, fulcro no art. 1.747 do CC, seguindo o rito especial do 
art. 749 do Código de Processo Civil, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
 
TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA 
 
E por ser serem todas as partes envolvidas maiores de 60 anos, cabe apontar a tramitação prioritária 
para o curso processual, fulcro no art. 71 da Lei nº 10.741/03 e art. 1.048 do Código de Processo 
Civil. 
 
 
DA JUSTIÇA GRATUITA 
 
Questão de ordem! 
 
Junta-se a declaração de pobreza, assinada por duas testemunhas para confirmar o alegado a fim 
de justificar a concessão da gratuidade da justiça, nos moldes dos artigos 98 a 102 c/c art. 5º, LXXIV 
da CRFB. 
 
 
DOS FATOS 
 
Os pais dos autores e requerida, Sr. Robert Baratheon, faleceu recentemente, tendo deixado bens a 
serem partilhados por seus herdeiros. 
 
Ocorre que a herdeira Myrcella, de 64 anos, está internada em uma clínica de recuperação nesta 
cidade e comarca de Porto Real, Estado da Bahia, devido a problemas psiquiátricos e vício em 
substâncias tóxicas, desde o ano de 2004, ou seja, há mais de 15 anos vem lutando contra seus 
infortúnios. 
 
A requerida possui histórico recorrente de prodigalidade, com episódios em que gastou fortunas em 
uma única noite com drogas. Cabe frisar que o Sr. Robert Baratheon tinha grande proximidade com 
a interditanda, tendo confiado a ela, não se sabe o porquê, as senhas de suas contas bancárias. 
 
Assim, no intuito de proteger a própria interditanda, bem como o patrimônio deixado por seu falecido 
pai, os autores buscam o judiciário. 
 
DA TUTELA EMERGENTE CAUTELAR 
 
Como a requerida Myrcella possui as senhas de acesso às contas bancárias, razão assistes aos 
Autores para requerem a tutela de urgência cautelar, liminarmente, fulcro no art. 300, §2º c/c o art. 
9º, parágrafo único, inciso I, e 749, parágrafo único, todos do CPC, por justificarem previamente o 
“fumus boni iuris”, posto que são herdeiros necessários do falecido Sr. Robert Baratheon, bem como 
por existir o “periculum in mora” ante a presença das senhas bancárias em poder da interditanda, 
que, caso venha a fazer uso destas, fatalmente causará prejuízos imensuráveis ao Espolio e a ela 
mesma em decorrência de seus já noticiados vícios e histórico de prodigalidade. 
 
Desta forma, imperiosa a concessão da tutela emergente cautelar, visando impedir a movimentação 
das contas bancárias por parte da requerida, bem como para lhe nomear curador provisório caso 
haja necessidade da prática de quaisquer atos que envolvam os valores deixados por seu pai, nos 
exatos termos do art. 749 do Código de Processo Civil. 
 
 
DO DIREITO 
 
Conforme previsão expressa do art. 4º do Código Civil, os viciados em tóxicos, como no caso 
apresentado, são relativamente incapazes para o exercício de certos atos da vida civil. 
Cabe ressaltar que a interdição de um viciado em tóxicos é possível, desde que demonstrado que o 
consumo das substâncias afete sua capacidade de tomar decisões, principalmente as de natureza 
financeira, o que prejudicaria não somente a qualidade de vida da interditanda, como também de 
seus familiares. 
 
 
Nestes termos, o art. 1.767do Código de Processo Civil é didático ao definir que tais pessoas estão 
sujeitas a curatela, in verbis: 
 
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: 
[...] 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
[...] 
 
 
O procedimento especial previsto no art. 747 e seguintes do Código de Processo Civil define a 
legitimidade para propositura da ação de interdição, especificando que a interdição pode ser 
promovida pelos parentes, como no presente caso, cumprindo-se, desta forma, o requisito elencado 
no parágrafo único do art. 747 com a juntada da documentação comprobatória da referida 
legitimidade. 
 
Cabe lembrar que o histórico recorrente de prodigalidade da interditanda, aliado aos seus problemas 
psicológicos e vício em substâncias toxicas, demonstrando, inclusive por sua internação há mais de 
15 anos em clínica de recuperação, por si só demonstram a incapacidade desta para administrar 
seus bens e práticas os atos da vida civil, cumprindo-se assim, o requisito constante do art. 749 do 
Código de Processo Civil. 
 
A jurisprudência é uníssona quanto a possibilidade de interdição dos viciados em substâncias 
tóxicas, quando a dependência os torne incapacitados para os atos da vida civil: 
 
 
EMENTA: CIVIL. PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE INTERDIÇÃO. ÉBRIO HABITUAL. 
COMPROVAÇÃO POR LAUDO MÉDICO. INCAPACIDADE RELATIVA. SENTENÇA 
MANTIDA. - Estão sujeitos à curatela os ébrios habituais e os viciados em tóxico 
quando a dependência química os torne incapacitados para os atos da vida civil - 
Hipótese no qual restou demonstrado no laudo médico pericial a incapacidade 
relativa do apelante em razão do uso habitual e imoderado de bebidas alcoólicas. 
(TJ-MG - AC: 100000211021878001 MG, Relator: Alberto Vilas Boas, Data de 
Julgamento: 03/08/2021, 1ª Câmara Cível) 
 
Quanto a informada prodigalidade da interditanda, o art. 1.782 do Código de Processo Civil é 
cristalino ao dispor acerca da impossibilidade de administração de seu patrimônio: 
 
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, 
dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, 
os atos que não sejam de mera administração. 
 
Assim, cabe lembrar que a interditanda além de ser pródiga, possui problemas psicológicos e é 
viciada em substâncias tóxicas, cumprindo assim, os requisitos necessários à sua efetiva interdição. 
 
DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, os autores requerem a concessão da tutela emergente cautelar, visando o bloqueio 
de movimentação das contas bancárias e a nomeação de curador provisório para a Sra. Myrcella 
Lannister, nos termos do art. 749, parágrafo único do Código de Processo Civil e ainda: 
 
 
a) A concessão da tramitação prioritária, nos termos do art. 71 da Lei nº 10.741/03 e art. 1.048 
do CPC, bem como da gratuidade da justiça, nos moldes dos artigos 98 a 102 c/c art. 5º, 
LXXIV da CRFB; 
 
b) A citação eletrônica da interditanda, no endereço de e-mail: myrcela@got.com, nos termos 
do art. 246 do CPC, sendo que, em não havendo confirmação no prazo de 3 (três) dias úteis, 
requer a citação postal desta, fulcro no §1º-A,I do mesmo códex, para responder a ação nos 
termos do art. 751 do CPC. 
 
c) Requer por fim, seja julgado procedente o pedido, confirmando a tutela emergente concedida 
para nomear curador definitivo da interditanda, seu irmão Robert Baratheon, que deverá 
representá-la em todos os atos de sua vida civil. 
 
 
Pretende o Autor provar os fatos apresentando por todos os meios de prova em direito admitidos, 
em especial a testemunhal, documental e pericial, protestando ainda pela produção das demais 
provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ ... 
 
Nestes Termos, Pede e Espera Deferimento. 
 
Porto Real, Bahia, data, assinatura, nome do advogado e inscrição da OAB. 
 
 
 
1. Deixar de confirmar a citação eletrônica tem alguma consequência? 
2. Qual a diferença entre ação de direito real e pessoal? 
3. Qual a diferença da Tutela de Urgência para a Tutela de Evidência? 
4. Por que idoso tem tramitação prioritária? 
5. Como identifico o Rito processual para as ações? 
 
Resolução comentada 
mailto:myrcela@got.com