Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 1 RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 18 – DINÂMICA DOS FLUIDOS 16. Um tanque contém água até a altura H. É feito um pequeno orifício em sua parede, à profundidade h abaixo da superfície da água (Fig. 31). (a) Mostre que a distância x da base da parede até onde o jato atinge o solo é dado por x = 2 [h(H − h)]1/2. (b) Poderia ser perfurado um orifício a outra profundidade, de modo que este segundo jato tivesse o mesmo alcance? Em caso afirmativo, a que profundidade? (c) Determinar a que profundidade h deveria ser feito um pequeno orifício para que a água que sair por ele atinja o solo à distância máxima da base. Qual é esta distância máxima? (Pág. 94) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: Aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos 1 e 2: 2 21 1 1 2 2 2 1 1 2 2 p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + 20 1 0 2 2 1 1 0 2 2 p gy p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + ( ) 21 2 2 1 2 g y y vρ ρ− = v2 x H 1 2 y h x Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 2 Como y1 − y2 = h, temos: 2 2v gh= (1) Na coordenada x, o jato de fluido possui velocidade constante: 0 xx x v t= + 20x v t= + (2) Substituindo-se (1) em (2): 2x t gh= (3) Na coordenada y, o jato de fluido possui movimento com aceleração constante: 20 0 1 2y y y v t at− = + 20 1 0 0 2 y t gt− = − ( ) 21 2 H h gt− − = − ( )2 H h t g − = (4) Na Eq. (4), t é o tempo que o jato de fluido leva para atingir o solo. Substituindo-se (4) em (3): ( )2 2H h gh x g − = ( )2x H h h= − (5) (b) Sim. Veja o esquema a seguir. A outra profundidade (h’) deve produzir o mesmo alcance x. Isto significa que na expressão: ( ) ( )' '2 2x H h h H h h= − = − ( ) ( )' 'H h h H h h− = − ( )'2 ' 2 0h Hh Hh h− + − = As raízes desta equação são: '1h h= '2h H h= − x H 1 y h x h’ Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 3 Logo: 'h H h= − (c) O alcance máximo é obtido derivando-se (5) em relação a h e igualando-se o resultado a zero (ponto de máximo da função): ( )( )2 0dx d H h h dh dh = − = ( ) 2 0 H h H h h − = − 2 H h = Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 16 – Fluidos 1 HALLIDAY, RESNICK, WALKER, FUNDAMENTOS DE FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 16 – FLUIDOS 67. Se a velocidade de escoamento, passando de baixo de uma asa, é 110 m/s, que velocidade de escoamento na parte de cima criará uma diferença de pressão de 900 Pa entre as superfícies de cima e de baixo? Considere a densidade do ar ρ = 1,30 × 10−3 g/cm3. (Ver Exercício 66.) (Pág. 73) Solução. Considere o seguinte esquema: Aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos A e B, localizados sobre as linhas de corrente do ar bem próximas à asa, nas partes inferior (i) e superior (s): 2 2 1 1 2 2s s s i i i p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + Os termos ρgyi e ρgys são aproximadamente iguais. Logo: 1/ 2 22 1 2s i s i v p p vρ ρ = − + ( ) ( ) ( )( ) 1/ 2 23 3 2 1 900 Pa 1,30 kg/m 110 m/s 116,1232 m/s 21,30 kg/m sv = + = 116 m/ssv ≈ vi vs A B pi ps Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 1 RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 18 – DINÂMICA DOS FLUIDOS 31. Considere o medidor de Venturi da Fig. 9. Aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos 1 e 2, e a equação de continuidade (Eq. 3), verifique a Eq. 11 para a velocidade do escoamento no ponto 1. 1 1 2 2A v A v= Eq. 3 ( ) ( ) ' 2 2 2 gh v a A a ρ ρ ρ − = − Eq. 11 (Pág. 96) Solução. Aplicando-se a equação de continuidade aos pontos 1 e 2, teremos: 1 1 2 2A v A v= 1 12 2 A v v A = (1) Aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos 1 e 2, teremos: 2 21 1 1 2 2 2 1 1 2 2 p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + Como os pontos 1 e 2 estão no mesmo nível em relação ao solo horizontal, temos y1 = y2. Logo: 2 21 2 2 1 1 1 2 2 p p v vρ ρ− = − Mas, p1 − p2 = (ρ’ − ρ)gh, em que ρ’ é a densidade do líquido no tubo curvo. Logo: ( ) ( )' 2 22 112gh v vρ ρ ρ− = − Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 2 ( )'2 2 2 1 2 gh v v ρ ρ ρ − − = (2) Substituindo-se (1) em (2): ( )2 '21 1 1 2 2 ghA v v A ρ ρ ρ − − = ( )'2 1 2 2 1 2 2 2 2 gh v A A A ρ ρ ρ − = − ( ) ( ) ' 1 2 2 2 1 2 2 gh v A A A ρ ρ ρ − = − Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 1 RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 18 – DINÂMICA DOS FLUIDOS 27. O ar escoa sobre a parte superior da asa de um avião, cuja área é A, com velocidade vs, e sob a parte inferior da asa com velocidade vi. Mostre que a equação de Bernoulli prevê que a força de sustentação S orientada para cima sobre a asa será ( )2 21 2 s i S A v vρ= − onde ρ é a densidade do ar. (Sugestão: Aplique a equação de Bernoulli a uma linha de corrente bem próxima à superfície superior da asa e a outra linha de corrente igualmente próxima à superfície inferior. Você pode justificar o fato de termos considerado as constantes para as duas linhas de corrente iguais?) (Pág. 96) Solução. Considere o seguinte esquema da situação: A força de sustentação (S) é a força resultante da diferença de pressão do ar imediatamente acima e abaixo da asa (pi > ps). ( )res i sF S p p A= = − (1) O termo pi − ps é pode ser calculado por meio da aplicação da equação de Bernoulli às linhas de corrente do ar bem próximas à asa, nas partes superior e inferior: 2 2 1 1 2 2s s s i i i p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + Como ρgys ≅ ρgyi (a pressão exercida por uma coluna de ar pequena é desprezível), teremos: ( )2 21 2i s s i p p v vρ− ≈ − (2) Substituindo-se (2) em (1): ( )2 21 2 s i S A v vρ≈ − A equação de Bernoulli somente tem validade quando aplicada a pontos sobre a mesma linha de corrente. Para que ela possa ser plicada a pontos que estejam em linhas de corrente diferentes,o vi vs S A B Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 2 escoamento além de ser estacionário, incompressível e não-viscoso, deverá ser irrotacional. Para que seja irrotacional e homogêneo, as linhas de corrente do escoamento devem ser paralelas e igualmente espaçadas, como no esquema abaixo: No caso das linhas de corrente que fluem ao longo da asa do avião, essa condição não é satisfeita. Pode-se obter boa aproximação ao tomarmos pontos sobre linhas de corrente próximas à asa, acima e abaixo da mesma, como os pontos A e B do esquema inicial. Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 1 RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 18 – DINÂMICA DOS FLUIDOS 21. Um sifão é um dispositivo para remover líquidos de um recipiente que não pode ser tombado. Ele funciona como mostra a Fig. 35. O tubo deve ser inicialmente cheio, mas tão logo isso tenha sido feito, o líquido escoará até que seu nível paire abaixo da abertura do tubo em A. O líquido tem densidade ρ e viscosidade desprezível. (a) Com que velocidade o líquido sai do tubo em C? (b) Qual é a pressão no líquido no ponto máximo B? (c) Qual é a maior altura possível h1, a que um sifão pode fazer subir a água? (Pág. 95) Solução. (a) Aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos S e C, teremos: 2 2 1 1 2 2S S S C C C p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + Como vS << vC, é razoável desprezar o termo que envolve vS. Logo: ( ) 20 2 0 1 0 0 2 C p g d h p vρ ρ+ + + ≈ + + ( )22Cv g d h≈ + (b) Aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos B e C, teremos: 2 2 1 1 2 2B B B C C C p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + ( ) 2 21 2 0 1 1 0 2 2B B C p g d h h v p vρ ρ ρ+ + + + = + + (1) De acordo com a equação de continuidade, temos: y 0 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 2 B B C CA v A v= Como AB = AC, isto implica em vB = vC. Aplicando-se este raciocínio em (1), teremos: ( )1 2 0Bp g d h h pρ+ + + = ( )0 1 2Bp p g d h hρ= − + + (c) Uma das condições que limitam a altura h1 é a velocidade com que o líquido passa pelo ponto B. Quanto maior for h1, menor será vB. O maior valor que h1 pode ter é quando vB = 0. Logo, aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos S e B, teremos: 2 2 1 1 2 2S S S B B B p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + ( ) ( )0 2 1 20 0Bp g d h p g d h hρ ρ+ + + = + + + + 0 1Bp p ghρ= + (2) Na Eq. (2), a soma pB + ρgh1 deve ter o valor constante p0 (pressão atmosférica). Quanto maior for h1, menor deverá ser pB para que a soma continue dando p0. O limite dessa situação ocorre quando pB = 0. Neste caso, h1 = h1max. Portanto: 0 1max0p ghρ= + ( ) ( )( ) 5 0 1max 3 2 1,01 Pa 10,3162 m 998 kg/m 9,81 m/s p h gρ ×10 = = = 1max 10,3 mh ≈ Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 1 RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 18 – DINÂMICA DOS FLUIDOS 12. Em um furacão, o ar (densidade 1,2 kg/m3) sopra sobre o telhado de uma casa a 110 km/h. (a) Qual a diferença de pressão entre o interior e o exterior da casa que tende a arrancar o teto? (b) Qual o módulo da força devida a esta diferença de pressão sobre um teto de 93 m2? (Pág. 94) Solução. Considere o seguinte esquema da situação, onde A é a área do telhado: (a) Aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos localizados no interior (i) e no exterior (e) do telhado da casa: 2 2 1 1 2 2i i i e e e p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + A pressão no interior é a pressão atmosférica (p0), enquanto que a pressão no exterior é p. Considerando-se que os pontos i e e encontram-se no mesmo nível em relação ao solo, teremos yi = ye = y. Pode-se considerar que a velocidade do ar no interior (vi) é aproximadamente zero. Logo: 2 1 0 2i e e p gy p gy vρ ρ ρ+ + = + + ( ) 2 2 31 1 1101,2 kg/m m/s 560,1851 Pa 2 2 3,6i e e p p vρ − = = = 560 Pai ep p− ≈ (b) ( ) ( )( )2560,1851 Pa 93 m 52.097,222 Ni eF p p A= − = = 52 kNF ≈ Esta força é equivalente ao peso de uma massa de cerca de 5 toneladas, ou seja, cerca de cinco carros de passeio. A i e F ve Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 1 RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 18 – DINÂMICA DOS FLUIDOS 15. A Fig. 30 mostra um líquido escoando por um orifício em um tanque de grandes dimensões a uma distância h abaixo da superfície do líquido. O tanque é aberto na parte superior. (a) Aplicando a equação de Bernoulli à linha de corrente que liga os pontos 1, 2 e 3, mostre que a velocidade com que o líquido sai do orifício é 2v gh= . Este resultado é conhecido como lei de Torricelli. (b) Se a saída do orifício apontasse diretamente para cima, qual seria a altura máxima atingida pelo jato de líquido? (c) Como a viscosidade ou a turbulência afetariam a sua análise? (Pág. 94) Solução. (a) Considere o seguinte esquema da situação: Aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos 1 e 2, teremos: 2 21 1 1 2 2 2 1 1 2 2 p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + A análise da situação revela que p1 = p2 = p0, em que p0 é a pressão atmosférica. Considerando-se que o diâmetro do tanque é muito maior do que o diâmetro do orifício, temos que v1 << v2. Logo, se observarmos o escoamento por curto período de tempo podemos supor que v1 ≅ 0. De acordo com o referencial adotado temos y2 = 0. Portanto: 20 0 1 0 0 2 p gh p vρ ρ+ + = + + 2 1 2 gh v= v y 0 h 1 2 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES ________________________________________________________________________________________________________ Resnick, Halliday, Krane - Física 2 - 4 a Ed. - LTC - 1996. Cap. 18 – Dinâmica dos Fluidos 2 2v gh= Este resultado é o mesmo obtido para um corpo solto em queda livre de uma altura h. (b) Considere o seguinte esquema: Aplicando-se a equação de Bernoulli aos pontos 3 e 4, teremos: 2 23 3 3 4 4 4 1 1 2 2 p gy v p gy vρ ρ ρ ρ+ + = + + No topo do jato líquido a velocidade de escoamento é zero. 20 0 max 1 0 0 2 p v p ghρ ρ+ + = + + Substituindo-se o resultado do item (a): max 1 2 2 gh ghρ ρ= maxh h= Este resultado é esperado, pois sendo o fluido ideal não há dissipação de energia mecânica durante o fluxo. Logo, a energia potencial gravitacional inicial que é convertida em energia cinética no item (a) é reconvertida em potencial no item (b). (c) A viscosidade do líquido dissiparia parte da energia mecânica do sistema, enquanto que a turbulência ocasionaria perda de pressão. Em ambos os casos, o resultado prático seria a diminuição da velocidadede saída do fluido em (a) e da altura em (b). v y 0 h 1 2 3
Compartilhar