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Hipo/Hipertireoidismo: RELEMBRANDO A FISIOLOGIA NORMAL: HIPOTÁLAMO produz TRH -> TRH estimula a ADENO- HIPOFISE a produzir TSH -> TSH estimula a produção de T4 pela TIREÓIDE -> T4 é convertido em T3 na corrente sanguínea, que age com função adrenérgica no corpo (tecidos), estimulando a regulação positiva (aumento) do metabolismo. AS PATOLOGIAS: São condições clínicas que marcam a queda (hipo) ou aumento (hiper) das funções tireoidianas, que podem ser detectados a partir da dosagem de TSH (exame inicial de avaliação da função tireoidiana que identifica se o problema é primário ou secundário), T3 total e T4 livre (dosado, pois este é convertido em T3, além disso, não depende das proteínas plasmáticas para ser carreado). HIPOTIREOIDISMO: Síndrome clínica -> síntese de produção/secreção inadequada de hormônios tireoidianos nos tecidos, que consequentemente, leva a lentificação generalizada do metabolismo. **Em formas mais graves, ocorre a deposição de mucopolissacarídeos na derme, levando a formação do MIXEDEMA (edema não compressível, ou seja, não ocorre cacifo). CLASSIFICAÇÃO: • Primário -> casos de falência tireoidiana (causa principal em áreas com suficiência de iodo, é a TIREOIDITE DE HASHIMOTO -> causa autoimune, que leva a produção de autoanticorpos que promovem a destruição do tecido tireoidiano levando à baixa de T3 e T4 e alta de TSH – podemos identificar a causa do hipotireoidismo como tireoidite de Hashimoto por meio dos anticorpos ANTI-TIREOPEROXIDASE – ANTI-TPO – leva a destruição tecidual; ANTI- TIREOGLOBULINA – causa destruição hormonal. Logo atrás da tireoidite de Hashimoto, temos as causas iatrogênicas – ressecções de tireóide, tratamentos radioterápicos, dosagem excessiva no tratamento para doença de graves...); • Secundário -> casos de falência hipofisária, e consequentemente de deficiência de TSH; • Terciário -> problema hipotalâmico, logo, ocorrerá deficiência de TRH, que resultará uma deficiência de TSH e dos hormônios tireoidianos. !! -> as causas secundárias e terciárias são agrupadas como HIPOTIREOIDISMO CENTRAL, e as causas mais prevalentes nos adultos são os tumores hipofisários, e a Síndrome de Sheehan (hemorragia pós-parto, que leva a isquemia da hipófise). Já em crianças, temos como principal causa o craniofaringioma (tumor hipofisário – calcificações heretogêneas na região da célula túrcica). **Existem ainda as disfunções transitórias da tireóide, com posterior retorno da função, sendo então denominadas de TIREOIDITES, e temos como exemplo destas a TIREOIDITE PÓS-PARTO. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: DIAGNÓSTICO: Se faz por meio da dosagem de FSH, T3 e T4 livre, sendo que a depender dos quadros de hipotireoidismo, esses valores estarão alterados da seguinte maneira: **Atenção -> SUBCLÍNICO = tem sistema de compensação que ainda está conseguindo suprir a baixa hormonal no corpo, mas quando acaba essa compensação, o paciente passa a apresentar sintomatologia da doença. ATENÇÃO: Pacientes que apresentam uma doença autoimune, tem maior chance de apresentar mais outras (normalmente são 2 juntas -> síndrome autoimune tipo II), logo, ficar atento à HPP do Faculdade Ciências Médicas MG // Clínica médica I Luísa Trindade Vieira (@medstudydalu) – 72D paciente com sintomatologia de hipotireoidismo, pois apenas a presença de uma outra condição autoimune em seu histórico, pode te guiar para a solicitação de dosagem de anticorpos para a bisca de HASHIMOTO. TRATAMENTO: O objetivo principal do tratamento do hipotireoidismo é a reversão da queda hormonal. Com isso, devemos sempre que possível, tentar reverter a causa do hipotireoidismo (ocorre na minoria dos casos), e quando não for possível, devemos fazer a reposição hormonal com LEVOTIROXINA (T4) -> Devemos sempre recomendar a administração em jejum (1hr a 30min antes das refeições e de outras medicações, sendo que a dose de escolha é -> 1,3 – 2 mcg/Kg/dia). **Caso o paciente seja portador de doença coronariana, ou idoso, nós devemos iniciar o tratamento com metade da dosagem recomendada, pois há risco de infarto, caso a dose iniciada seja maior que a recomendada e por isso, é melhor ir ajustando a dose a cada 1-2 semanas. Nós não devemos realizar o tratamento em idosos acima dos 70 anos, com TSH entre 7-10mU/I, visto o risco ser maior que os benefícios de um tratamento. DEVEMOS TRATAR: • Gestantes ou mulheres em menacme, com desejo de engravidar e que apresentam infertilidade (possível causa de infertilidade é o hipotireoidismo descontrolado); • Paciente com os anticorpos ANTI-TPO e ANTI- TIREOGLOBULINA positivos; • Pacientes com TSH ≥ 10mU/I; • Pacientes menores de 65 anos com fatores de risco cardiovascular com TSH ≥ 7mU/I; • Pacientes sintomáticos -> controverso. HIPERTIREOIDISMO: Síndrome clínica -> hiperfuncionamento da glândula tireoide, que leva a um quadro de hipertireotoxicose (elevação dos hormônios tireoidianos na corrente sanguínea). ATENÇÃO -> A tireotoxicose não é sempre ocasionada por hipertireoidismo, pois não é apenas o hiperfuncionamento glandular que leva ao aumento de T3 e T4 na corrente sanguínea. Temos como outras causas de tireotoxicose: • Síndrome de tireotoxicose factícia -> abuso de administração de hormônios da tireóide (forma exógena); • Tireoidites -> quando ocorre lesão tecidual e ocorre a liberação hormonal pré-formada e estocados dentro dos colóides (na própria tireoidite de Hashimoto esse quadro pode ocorrer e ele é chamado de HASHITOXICOSE); • Casos de produção ectópica -> quando um tumor, ou qualquer outra estrutura começa a produzir hormônios tireoidianos. CLASSIFICAÇÃO: Assim como no hipotireoidismo, o hipertireoidismo é dividido em primário, secundário e causas raras: • Primário -> relacionada à hiperfunção da própria glândula, sendo que a principal causa de hipertireoidismo é a DOENÇA DE GRAVES (desordem imunológica que tem como característica um estímulo, por meio de anticorpos antirreceptor de TSH à glândula tireóide -> TRAb). Além da doença de Graves, temos a DOENÇA DE PLUMMER (também conhecido como bócio uninodular tóxico -> nódulo autônomo, produtor de hormônios tireoidianos) e o BÓCIO MULTINODULAR TÓXICO (nódulos com a capacidade de produção de hormônio tireoidiano); • Secundário -> Causas ligadas à hipófise e hipotálamo (tumores, sendo que o produtor de TRH – relacionado ao hipotálamo – é extremamente raro); • Causas raras -> Secreção excessiva de HCG (tumor trofoblástico – coriocarcinoma e mola hidratiforme; hiperêmese gravídica). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Representam o contrário das manifestações do hipotireoidismo! DIAGNÓSTICO: Se faz por meio da dosagem de FSH, T3 e T4 livre, sendo que a depender dos quadros de hipotireoidismo, esses valores estarão alterados da seguinte maneira: Porém, quando estamos falando sobre hipertireoidismo, temos que lembrar que existe um quadro denominado tireotoxicose, que pode ser causado por um hipertireoidismo ou não, e nós precisamos de saber diferenciar a etiologia para realizar o correto diagnóstico e o tratamento eficaz da patologia que acomete o paciente. Para essa diferenciação, nós devemos observar a história clínica do paciente, realizar a dosagem de TSH (observar se a causa do hipertireoidismo é primária ou secundária), T3, T4 livre e TRAb (observar se o paciente está sendo acometido por Doença de Graves) e analisar exames de imagem. SOBRE OS EXAMES DE IMAGEM: ULTRASSONOGRAFIA DE TIREOIDE COM DOPPLER: Nos permite visualizar se possui aumento glandular, e aumento da vascularização do órgão: HIPERTIREOIDISMO -> Aumento glandular e de vascularização; TIREOTOXICOSE S/ HIPER -> Não são observados aumento glandular e nem de vascularização. CINTILOGRAFIA DE TIREOIDE: Nos permite visualizar a captação de iodo aumentado de acordo com a etiologia do HIPERTIREOIDISMO (Doença de Graves -> difuso; Plummer ->um nódulo hipercaptante; Bócio Multinodular tóxico -> vários pontos, ou seja, coloração heterogênea com algumas áreas hipercaptantes). TIREOTOXICOSE S/ HIPER, não observaremos captação, pois como já tem hormônio sendo produzido em outra parte do corpo, a tireóide estará suprimida. TRATAMENTO: A terapia para o hipertireoidismo é voltada para o tratamento da tireotoxicose e tem como objetivo a diminuição na formação e na secreção de hormônio tireoidiano e esta pode ser realizada por meio de 3 estratégias: 1- Uso de drogas antitireoidianas: TIAMAZOL e PROPILTIOURACIL -> Agem inibindo a oxidação e a organificação do iodo via bloqueio anti- TPO -> TRATAMENTO DE ESCOLHA COSTUMA SER O TIAMAZOL (melhor eficácia, maior meia vida e duração, além de menores efeitos colaterais), EXCETO EM CASOS DE CRISE TIREOTÓXICA E DE GRAVIDEZ; 2- Iodo radioativo (radiodoterapia): Indicado para pacientes com hipertireoidismo moderado com aumento da glândula, pacientes com reações tóxicas às drogas antitireoidianas, quando o uso regular do tratamento não é garantido pelo paciente e em indivíduos que recidivam a doença após um longo curso de tratamento medicamentoso. Além disso, é um tratamento que apresenta benefícios em pacientes que apresentam bócio multinodular, doença de graves e adenoma tóxico -> contraindicações absolutas são para gestantes e mulheres em fase de lactação e contraindicações relativas são em casos de oftalmopatia de graves; 3- Tieroidectomia total: Remoção cirúrgica da tireoide, sendo indicada para aqueles pacientes que não podem realizar radiodoterapia, além de em pessoas que possuem bócios grandes, pessoas com suspeita ou confirmação de CA de tireoide concomitante e caso o paciente escolha por esse procedimento. Para que seja feita a realização, é necessário que o paciente seja preparado com betabloqueadores e antitireoidianos, em busca da redução da resposta endócrino-metabólica durante a realização do procedimento. Ademais, é necessária a atenção durante a realização do procedimento, com as paratireoides. ATENÇÃO, PODEMOS FICAR DIANTE DE QUADROS DE HIPERTIREOIDISMO SUBCLÍNICO, E NESSES CASOS, DEVEMOS REALIZAR O TRATAMENTO DIANTE DAS SEGUINTES CONDIÇÕES: Em ambas as figuras, podemos observar o Doppler alterado (> vasc. e > volume)
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