Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Aula 4 - Os vetores e as suas bases Metas Projetar os vetores em bases ortogonais, definir o produto escalar entre ve- tores e, ainda, definir superficialmente os conceitos de limite, derivada, dife- rencial e integral de funções vetoriais, com uma variável real. Objetivos Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de: 1. projetar vetores em uma direção; 2. calcular componentes de vetores; 3. calcular as componentes da soma de vetores e da multiplicação de um vetor por um número real; 4. calcular o produto escalar entre vetores; 5. derivar vetores. Introdução Na Aula 3 iniciamos a discussão acerca do movimento dos corpos e concluí- mos que a escolha do ponto de observação é muito importante na descrição desses movimentos. Descrevemos o movimento de alguns corpos (como, por exemplo, o carrinho em um trilho de ar, a esfera etc.), tratando-os como partículas, além de termos falado sobre trajetórias e deslocamentos. Ainda, a soma de deslocamentos e a sua multiplicação por números reais foram definidas geometricamente, o que, além de ser um fator limitador, tem o inconveniente de que essas operações geométricas dependem da qualidade dos desenhos. Nesta aula, vamos transformar as regras de soma de desloca- mentos e a sua multiplicação por um número real em somas e multiplicações de números reais; com esse fim, vamos representar os vetores de maneira algébrica. A forma mais apropriada para a nossa finalidade é representar os vetores em bases ortogonais, e tal representação requer o conceito de projeção 121 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases de um vetor em uma direção. Esse conceito será definido geometricamente e algebricamente. Nas Aulas 1 e 2 apresentamos os conceitos de limite, derivada e diferencial de funções reais, com variáveis reais. Esses conceitos serão generalizados para o caso de funções vetoriais, com variáveis reais, já que eles são necessários para as descrições dos movimentos dos corpos. Antes da leitura desta aula, veja se você é capaz de solucionar as seguintes questões: 1. O que é um vetor unitário? 2. Como se projeta um vetor na direção de um vetor unitário uˆ ? 3. O que é uma base de vetores ortogonais? 4. O que são componentes de um vetor em uma base ortogonal? 5. Enuncie a regra para somar vetores utilizando as componentes dos ve- tores. 6. Enuncie a regra para multiplicar um vetor por um número real utili- zando as componentes dos vetores. Projeção de vetores A decomposição de vetores de um plano em uma base ortogonal apa- rece naturalmente quando fazemos as seguintes perguntas: Quantos vetores existem em um plano? Como conseguimos relacioná-los? Sabemos que existem infinitos vetores em um plano e que as relações entre eles aparecem quando os projetamos nas direções de vetores escolhidos que constituem uma base. Para simplificar, utilizamos uma base com vetores unitários, representados por letras com acentos circunflexos em cima, por exemplo uˆ; ele é assim chamado pois tem módulo igual a um. Projeção ortogonal de um vetor na direção de um vetor unitário uˆ A projeção de vetores que é utilizada usualmente é a ortogonal. Ela utiliza um vetor unitário e retas perpendiculares a eles. Projetar um vetor ~d1 na direção de um vetor unitário uˆ é passar pelo início e pelo final do vetor ~d1 retas perpendiculares à direção do vetor uˆ. O CEDERJ 122 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 vetor projetado ~d1u tem a direção do vetor unitário uˆ, o sentido do vetor ~d1 e o módulo igual à menor distância entre as perpendiculares que projetaram o vetor ~d1. Figura 4.1: Projeção de um vetor na direção de um vetor unitário uˆ. A Figura 4.1 mostra o vetor ~d1, o vetor unitário uˆ, as retas perpendi- culares a uˆ usadas na projeção, o vetor projetado ~d1u e o ângulo que o vetor ~d1 forma com a direção do vetor unitário uˆ. Como o vetor projetado ~d1u tem a direção do vetor unitário uˆ, e este último tem módulo 1, ele pode ser escrito como ~du = d1u uˆ, sendo d1u a com- ponente do vetor ~d1 na direção do unitário uˆ. Logo, a componente de um vetor ~d1 na direção do unitário uˆ é o número que deve ser multiplicado a uˆ para se obter o vetor projetado ~d1u. As Figuras 4.1 e 4.2 mostram que a componente d1u é dada por: d1u = d1 cos(θ). Ela pode ser positiva ou negativa. Figura 4.2: Projeção de um vetor na direção de um vetor unitário uˆ. Ela será positiva quando o sentido do vetor projetado for igual ao vetor unitário uˆ (como na Figura 4.1); tal situação ocorre quando o ângulo θ entre os vetores é menor do que 90o. Por outro lado, ela será negativa quando o 123 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases sentido do vetor projetado ~du for contrário ao do vetor unitário uˆ (como na Figura 4.2); situação que ocorre quando θ > 90o. Atividade 1 Atende ao Objetivo 1 Baseado no que você leu nesta aula, responda às seguintes perguntas: 1. O que é um vetor unitário? 2. Como se projeta um vetor na direção de um vetor unitário uˆ? Respostas Comentadas 1. O vetor unitário é um vetor com módulo igual a um. 2. Projetar um vetor ~d1 na direção de um vetor unitário uˆ é passar pelo início e pelo final do vetor ~d1 retas perpendiculares à direção do vetor uˆ. O vetor projetado ~d1u tem a direção do vetor unitário uˆ, o sentido do vetor ~d1 e módulo igual à menor distância entre as perpendiculares que projetaram o vetor ~d1. A Figura 4.3 mostra uma propriedade importante dos vetores projetados na direção de um vetor unitário uˆ: se o vetor ~d é a soma dos vetores ~d1 e ~d2, então o vetor projetado é a soma dos vetores projetados ~d1u e ~d2u, isto é, ~du = ~d1u + ~d2u. CEDERJ 124 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Figura 4.3: Projeção da soma de vetores na direção de um vetor unitário uˆ. Isso faz com que a componente da soma dos vetores na direção de um vetor unitário uˆ seja a soma das componentes de cada um dos vetores, uma vez que ~du = ~d1u + ~d2u ⇒ d1u uˆ+ d2u uˆ = (d1u + d2u) uˆ. Podemos dizer que todos os vetores que têm a direção do vetor unitário uˆ podem ser escritos como ~d = duuˆ. Logo, eles podem ser representados por esse mesmo vetor e pela sua componente du. Todavia, os vetores com direções diferentes do vetor unitário uˆ não podem ser representados apenas por ele e por sua referida componente du. Veremos, a seguir, que todo vetor de um plano pode ser representado em termos de dois vetores unitários ortogonais e pelas componentes associadas às projeções do vetor nas direções desses unitários. Assim, dizemos que dois vetores unitários perpendiculares formam uma base ortogonal para os vetores de um plano. Projeção dos vetores do plano em base ortogonal Os unitários mais usados como base ortogonal para os vetores de um plano são aqueles que têm a direção e o sentido dos eixos utilizados. No caso dos eixos cartesianos OX e OY , eles são denominados, respectivamente, por ıˆ e ˆ, como mostra a Figura 4.4. 125 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases Figura 4.4: Decomposição de vetores em uma base ortogonal. Na Figura 4.4 estão representados o vetor ~d1, as bases ıˆ e ˆ e os vetores projetados associados ao vetor ~d1 na base escolhida. O vetor projetado na direção do unitário ıˆ foi denominado ~d1x e o projetado na direção de ˆ, ~d1y. Os vetores projetados ~d1x e ~d1y podem ser escritos da seguinte forma: ~d1x = d1x ıˆ; ~d1y = d1y ˆ, em que d1x é o número que deve ser multiplicado por ıˆ para se obter o vetor projetado ~d1x na direção do unitário ıˆ, e d1y é o número que deve ser multiplicado por ˆ para obtermos o vetor projetado ~d1y. Os números d1x e d1y são denominados componentes do vetor nas direções dos vetores unitários ıˆ e ˆ. Vemos que o vetor ~d1 pode ser escrito como a combinação linear dos unitários ıˆ e ˆ,isto é, ~d1 = d1x ıˆ+ d1x ˆ. Uma vez que isso pode ser feito para qualquer vetor, podemos dizer que todo vetor de um plano pode ser representado por uma base ortogonal contida no plano e por suas componentes nessa base. Todos os vetores de um plano estão relacionados com os vetores unitários da base ortogonal através das suas componentes. A Figura 4.4 mostra que é possível caracterizar completamente um vetor em um plano fornecendo-se as suas componentes dx e dy, ou o seu módulo d (tamanho) e ângulo θ, medido a partir da direção do eixo OX no sentido anti-horário (ângulo positivo). CEDERJ 126 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 O ângulo poderia ser escolhido de outra maneira. Ele é escolhido em relação ao eixo OX por conveniência. A representação de um vetor que utiliza o seu módulo e o ângulo que ele forma com o eixo OX é denominada de polar , enquanto aquela que utiliza as componentes nas direções dos unitários dos eixos é denominada de cartesiana . As representações polar e cartesiana são equivalentes e a relação entre elas pode ser deduzida facilmente a partir da Figura 4.4. Se as quantidades que caracterizam a representação polar, d e θ, são conhecidas, podemos obter as componentes cartesianas do vetor da seguinte forma: dx = dcos(θ) e dy = d sen(θ). Por outro lado, se as componentes dx e dy são conhecidas, podemos obter o módulo do vetor e o ângulo que ele faz com o eixo OX da seguinte forma: d = ∣∣∣~d ∣∣∣ = √(d21x + d21y) e tan(θ) = d1yd1x . As componentes de um vetor podem ser positivas ou negativas. Nas projeções realizadas na Figura 4.5, observamos que o vetor projetado ~d1x tem o mesmo sentido do vetor unitário ıˆ. Logo, a componente d1x é positiva. Já a componente d2x é negativa porque o vetor projetado ~d2x tem sentido contrário ao do unitário ıˆ. Os vetores projetados ~d1y e ~d2y têm, ambos, o mesmo sentido de ˆ. Logo, as componentes d1y e d2y são positivas. Figura 4.5: Sinais das componentes dos vetores. 127 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases Exemplo 4.1 A Figura 4.6 mostra um carro que parte do ponto A e se desloca até um ponto B, que dista 80 km de A. Figura 4.6: Um carro se desloca 80 km na direção nordeste, indo do ponto A até o ponto B. A reta que une os pontos A e B faz um ângulo de 45o com o eixo OX. (a) Desenhe o vetor deslocamento ~d do carro. (b) Desenhe os vetores projetados ~dx e ~dy. (c) Calcule as componentes dx e dy do vetor deslocamento do carro nas dire- ções dos vetores unitários ıˆ e ˆ. (d) Escreva os vetores projetados em função dos vetores unitários ıˆ e ˆ. Resolução (a) O vetor deslocamento do carro vai de A até B e está desenhado na Figura 4.7. Figura 4.7: Vetor deslocamento do carro indo do ponto A até o ponto B na direção nordeste. CEDERJ 128 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 (b) Todo o procedimento para as projeções está indicado na Figura 4.8. Figura 4.8: Vetores projetados. Para projetar o vetor deslocamento ~d na direção do vetor unitário ıˆ, é neces- sário levantar duas retas perpendiculares à direção de ıˆ, a partir do eixo OX, que passem pelo início e pelo final de ~d. O vetor projetado ~dx é aquele que tem a direção do unitário ıˆ, módulo igual à menor distância entre as retas que o projetaram e sentido do vetor ~d. De maneira análoga, para projetar o vetor deslocamento ~d na direção do vetor unitário ˆ, é necessário levantar duas retas perpendiculares à direção de ˆ, a partir do eixo OY , que passem pelo início e pelo final de ~d. O vetor projetado ~dy é aquele que tem a direção do vetor unitário ˆ, o módulo igual à menor distância entre as retas que o projetaram e o sentido do vetor ~d. (c) A componente dx é o número pelo qual se deve multiplicar o vetor unitário ıˆ para obtermos o vetor projetado ~dx. O módulo da componente dx é igual ao módulo do vetor projetado ∣∣∣~dx∣∣∣. O módulo da componente pode ser calculado por trigonometria, uma vez que cos(45o) = |dx|∣∣∣~d ∣∣∣ ⇒ |dx| = √ 2 ∣∣∣~d ∣∣∣ 2 = √ 2 (80 km) 2 = 40 √ 2 km. Como o vetor projetado ~dx tem o mesmo sentido do vetor unitário ıˆ, a com- ponente dx é positiva e igual a 40 √ 2 km. Já a componente dy é o número pelo qual se deve multiplicar o vetor unitário ˆ para obtermos o vetor projetado ~dy. O módulo da componente |dy| é igual ao do vetor projetado |~dy|. O módulo |dy| pode ser calculado por trigonometria, uma vez que 129 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases sen(45o) = |dy|∣∣∣~d ∣∣∣ ⇒ |dy| = √ 2 ∣∣∣~d ∣∣∣ 2 = √ 2 (80 km) 2 = 40 √ 2 km. Como o vetor projetado ~dy tem o mesmo sentido do vetor unitário ˆ, a com- ponente dy é positiva e igual a 40 √ 2 km. (d) Os vetores projetados escritos em função dos unitários ıˆ e ˆ são: ~dx = (40 √ 2 ıˆ) km e ~dy = (40 √ 2 ˆ) km. Exemplo 4.2 A Figura 4.9 mostra um carro que parte do ponto A e se desloca até um ponto B, que dista 80 km de A. Figura 4.9: Um carro se desloca 80 km na direção noroeste, indo do ponto A até o ponto B. A reta que une os pontos A e B faz um ângulo de 135o com o eixo OX. (a) Desenhe o vetor deslocamento ~d do carro. (b) Desenhe os vetores projetados ~dx e ~dy. (c) Calcule as componentes dx e dy do vetor deslocamento do carro nas dire- ções dos vetores unitários ıˆ e ˆ. (d) Escreva os vetores projetados em função dos vetores unitários ıˆ e ˆ. Resolução (a) O vetor deslocamento do carro que vai de A até B está desenhado na Figura 4.10. CEDERJ 130 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Figura 4.10: Vetor deslocamento do carro indo do ponto A até o ponto B na direção noroeste. (b) O procedimento de projeção está detalhado na Figura 4.11. Para pro- jetar o vetor deslocamento ~d na direção do vetor unitário ıˆ, é necessário levantar duas retas perpendiculares à direção do unitário ıˆ, a partir do eixo OX, e que essas retas passem pelo início e pelo final de ~d. O vetor projetado ~dx é aquele que tem a direção do unitário ıˆ, módulo igual à menor distância entre as retas que o projetaram e mesmo sentido do vetor ~d. Para projetar o vetor deslocamento ~d na direção do unitário ˆ, é necessário levantar duas retas perpendiculares à direção de ˆ, a partir do eixo OY, e que essas retas passem pelo início e pelo final de ~d. O vetor projetado ~dy é aquele que tem a direção do unitário ˆ, módulo igual à menor distância entre as retas que o projetaram e mesmo sentido do vetor ~d. Figura 4.11: Vetores projetados. (c) A componente dx é o número que se deve multiplicar pelo vetor unitário ıˆ para obter o vetor projetado ~dx. O módulo da componente |dx| é igual ao módulo do vetor |~dx| e pode ser calculado por trigonometria, uma vez que 131 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases cos(45o) = |dx|∣∣∣~d ∣∣∣ ⇒ |dx| = √ 2 ∣∣∣~d ∣∣∣ 2 = √ 2 (80 km) 2 = 40 √ 2 km. Como o vetor projetado |~dx| tem o sentido contrário ao do unitário ıˆ, a componente dx é negativa e igual a − 40 √ 2 km. De maneira análoga, a componente dy é o número que se deve multiplicar pelo unitário ˆ para obter o vetor projetado ~dy. O módulo da componente |dy| é igual ao módulo do vetor |~dy| e pode ser calculado por trigonometria, visto que sen(45o) = |dy|∣∣∣~d ∣∣∣ ⇒ |dy| = √ 2 ∣∣∣~d ∣∣∣ 2 = √ 2 (80 km) 2 = 40 √ 2 km. Como o vetor projetado ~dy tem o mesmo sentido do vetor unitário ˆ, a com- ponente dy é positiva e igual a 40 √ 2 km. (d) Os vetores projetados escritos em função dos unitários ıˆ e ˆ são: ~dx = −(40 √ 2 ıˆ) km e ~dy = (40 √ 2 ˆ) km. Comparando os Exemplos 4.1 e 4.2, podemos verificar que, apesar de os deslocamentos terem o mesmo módulo, os vetores que os representam são diferentes, uma vez que a direção não é a mesma. Já sabemos que a projeção de vetores em uma base ortogonal permite transformara soma de vetores definida pela Regra do Triângulo em uma soma de números reais. Já mostramos que, se o vetor ~d é a soma dos vetores ~d1 e ~d2, a componente du na direção do vetor unitário uˆ é a soma das componentes individuais, isto é, du = d1u + d2u. Logo, as componentes dx e dy do vetor ~d nas direções dos vetores unitários da base ortogonal são: dx = d1x + d2x e dy = d1y + d2y. Logo, as componentes da soma de vetores, nas direções dos vetores unitários da base ortogonal, são as somas das componentes dos vetores nas direções dos vetores unitários da base. Essas relações podem ser observadas facilmente na Figura 4.12. CEDERJ 132 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Figura 4.12: As componentes da soma de vetores são iguais às somas das componentes dos vetores. Exemplo 4.3 Um carro se desloca 80 km entre os pontos A e B e, a seguir, 40 km entre os pontos B e C, conforme indicado na Figura 4.13. Os deslocamentos são retilíneos: a reta que une os pontos A e B tem a direção leste-oeste e aquela que une os pontos B e C forma um ângulo de 30o com essa direção. Figura 4.13: Deslocamentos do carro. (a) Desenhe os vetores deslocamento entre os pontos A e B (~d1), entre os pontos B e C (~d2) e entre os pontos A e C (~d3). (b) Encontre as componentes dos vetores ~d1 e ~d2 nas direções dos vetores unitários ıˆ e ˆ desenhados na Figura 4.13. (c) Encontre as componentes do vetor ~d3 nas direções dos vetores unitários ıˆ e ˆ, desenhados na Figura 4.13. Expresse o vetor ~d3 em termos desses vetores unitários. (d) Encontre o módulo do deslocamento ~d3 e o ângulo que ele faz com o eixo 133 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases OX. Resolução (a) Os vetores deslocamento do carro entre os pontos A e B (~d1), entre os pontos B e C (~d2) e entre A e C (~d3) foram desenhados na Figura 4.14. Figura 4.14: Vetores deslocamento do carro. (b) A Figura 4.15 mostra que o vetor projetado ~d1x é igual ao vetor ~d1. O vetor projetado ~d1y é nulo pois as duas retas perpendiculares ao unitário ˆ, que projetam o vetor ~d1 nessa direção, coincidem. Sendo assim, as componentes do vetor ~d1 são: d1x = d1 = 80 km e d1y = 0 km. Figura 4.15: Projeções do vetor deslocamento. Na Figura 4.15 estão representados os vetores projetados ~d2x e ~d2y. Os módulos de tais componentes podem ser calculados por trigonometria, visto que: CEDERJ 134 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 cos(30o) = |d2x| d2 ⇒ |d2x| = √ 3 d2 2 = 20 √ 3 km, sen(30o) = |d2y| d2 ⇒ |d2y| = d2 2 = 20 km. As componentes d2x e d2y são positivas, visto que os vetores projetados ~d2x e ~d2y têm os mesmos sentidos dos vetores unitários ıˆ e ˆ. Portanto, temos que: d2x = 20 √ 3 km e d2y = 20 km. (c) A Figura 4.15mostra que o deslocamento ~d3 é a soma dos deslocamentos ~d1 e ~d2, isto é, ~d3 = ~d1 + ~d2. Logo, temos que: d3x = d1x + d2x = 80 + 20 √ 3 = (80 + 20 √ 3) km, d3y = d1y + d2y = 0 + 20 = 20 km. (d) O módulo do deslocamento ~d3 é dado por: d3 = √ d23x + d 2 3y ∼= 116 km. O ângulo que o vetor deslocamento ~d3 faz com o eixo OX é dado por: θ = arctan ( d3y d3x ) ∼= 0,17 rad = 9,9o. Da mesma forma que a soma de vetores pode ser representada por somas de números reais (soma das componentes), a multiplicação de um vetor por um número real pode ser representada por multiplicações de números reais, uma vez que, se ~a = α(ax ıˆ + ay ˆ), temos ~b = α~a = α(ax ıˆ + ay ˆ). Na Aula 3 você aprendeu que a multiplicação de uma soma de vetores por um número real é distributiva em relação à soma. Por isso, as componentes do vetor ~b são iguais a bx = α ax e by = α ay. Logo, as componentes do produto de um número real por um vetor são iguais ao produto do número real pelas componentes do vetor. Atividade 2 Atende aos Objetivos 1, 2 e 3 Baseado no que você leu nesta aula, responda às seguintes propostas de atividade: 135 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases 1. O que é uma base de vetores ortogonais em um plano? 2. O que são componentes de um vetor em uma base ortogonal? 3. Enuncie a regra para somar vetores utilizando as componentes dos ve- tores. 4. Enuncie a regra para multiplicar um vetor por um número real utili- zando as componentes dos vetores. Respostas Comentadas 1. É o conjunto formado por dois vetores unitários perpendiculares conti- dos no plano. 2. As componentes de um vetor ~d em uma base ortogonal são os números pelos quais devem ser multiplicados os vetores unitários da base para se obterem os vetores projetados nas direções desses unitários. 3. A componente da soma de vetores é a soma das componentes dos ve- tores. 4. As componentes do produto de um número real por um vetor são as componentes do vetor multiplicadas pelo número real. Atividade 3 Atende aos Objetivos 1, 2 e 3 Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão: Na Figura 4.16 foram desenhados os vetores ~d1, ~d2, ~d3, ~d4 e ~d5. CEDERJ 136 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Figura 4.16: Nesta figura, o tamanho do quadriculado deve ser considerado como unidade. a) Represente na figura os vetores projetados associados aos vetores ~d1, ~d2, ~d3, ~d4 e ~d5. Não precisa representar os vetores projetados nulos. b) Calcule as componentes dos seguintes vetores e escreva-os em termos dos vetores unitários ıˆ e ˆ : • ~d1, ~d2, ~d3, ~d4 e ~d5; • ~d = ~d1+~d5; • ~d = −2 ~d3; • ~d = ~d1 d1 ; • ~d = ~d1 − 2 ~d3; • ~d = ~d1 + ~d4 + ~d5. Resposta Comentada a) A Figura 4.17 mostra os vetores projetados associados aos vetores ~d1, 137 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases ~d2, ~d3, ~d4 e ~d5. Os vetores projetados ~d1x, ~d2y e ~d3y são nulos porque as perpendiculares que os projetam coincidem. Eles não foram representados na Figura 4.17. Figura 4.17: Vetores projetados. b) • A componente d1x do vetor ~d1 é nula porque o vetor projetado ~d1x é nulo. A componente d1y do vetor ~d1 é positiva porque o vetor projetado ~d1y tem o sentido do vetor unitário ˆ. Logo, as componentes do vetor ~d1 são: d1x = 0, d1y = 4 e ~d1 = 4 ˆ. A componente d2y do vetor ~d2 é nula porque o vetor projetado ~d2y é nulo. A componente d2x do vetor ~d2 é positiva porque o vetor projetado ~d2x tem o sentido do vetor unitário ıˆ. Logo, as componentes do vetor ~d2 são: d2x = 4, d2y = 0 e ~d2 = 4 ıˆ. A componente d3y do vetor ~d3 é nula porque o vetor projetado ~d3y é nulo. A componente d3x do vetor ~d3 é negativa porque o vetor projetado ~d3x tem o sentido contrário ao do vetor unitário ıˆ. Logo, as componentes do vetor ~d3 são: d3x = −4, d3y = 0 e ~d3 = −4 ıˆ. A componente d4y do vetor ~d4 é positiva porque o vetor projetado ~d4y tem o sentido do vetor unitário ˆ. A componente d4x do vetor ~d4 é negativa porque o vetor projetado ~d4x tem o sentido contrário ao do vetor unitário ıˆ. Logo, as componentes do vetor ~d4 são: d4x = −4, d4y = 4 e ~d4 = −4 ıˆ+ 4 ˆ. CEDERJ 138 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 A componente d5y do vetor ~d5 é positiva porque o vetor projetado ~d5y tem o sentido do vetor unitário ˆ. A componente d5x do vetor ~d5 é positiva porque o vetor projetado ~d5x tem o sentido do vetor unitário ıˆ. Logo, as componentes do vetor ~d5 são: d5x = 4, d5y = 4 e ~d5 = 4 ıˆ+ 4 ˆ. • ~d = ~d1+~d5 ⇒ dx = d1x + d5x = 0 + 4 = 4; dy = d1y + d5y = 4 + 4 = 8 e o vetor ~d é igual a 4 ıˆ+ 8 ˆ. • ~d = −2 ~d3 ⇒ dx = −2 d3x = −2.(−4) = 8; dy = −2 d3y = −2.0 = 0 e ~d = 8ıˆ. • O vetor ~d1 é 4 ˆ. O módulo do vetor ~d1 é d1 = 4. Logo, o vetor ~d = 4 ˆ 4 = ˆ. Como esperado, um vetor dividido por seu módulo é um vetor unitário. • ~d = ~d1 − 2 ~d3 ⇒ dx = d1x − 2 d3x = −2.(−4) = 8; dy = d1y − 2 d3y = 4− 2.(0) = 4. Logo, o vetor ~d é ~d = 8 ıˆ+ 4 ˆ. • ~d = ~d1 + ~d4 + ~d5 ⇒ dx = d1x + d4x + d5x =0− 4 + 4 = 0; dy = d1y + d4y + d5y = 4 + 4 + 4 = 12 e ~d = 12ˆ. Decomposição dos vetores do espaço tridimensional em uma base ortogonal A decomposição de vetores do espaço tridimensional em uma base or- togonal requer uma base com três vetores unitários ortogonais. Utilizaremos como base ortogonal do espaço tridimensional os vetores unitários ıˆ, ˆ e kˆ, nas direções dos eixos OX, OY e OZ. A Figura 4.18 mostra o vetor ~d e os seus vetores projetados ~dx, ~dy e ~dz nas direções desses unitários. Ele é a soma dos vetores projetados, isto é, ~d = ~dx + ~dy + ~dz. Figura 4.18: Vetores do espaço tridimensional projetados na base ortogonal ıˆ, ˆ e kˆ. Cada um dos vetores projetados é paralelo ao vetor unitário da base, no qual foi feita a projeção. Além disso, eles são ortogonais entre si. O vetor ~d escrito 139 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases em termos das suas componentes é igual a: ~d = dx ıˆ+ dy ˆ+ dz kˆ. Um vetor ~d no espaço tridimensional fica completamente determinado por uma base ortogonal com três vetores unitários e por suas componentes dx, dy e dz nessa base. Nem tudo o que tem módulo, direção e sentido é vetor Existem grandezas que têm módulo, direção e sentido, mas que não são vetores, este é o caso das rotações em torno de um eixo fixo. Para caracterizar uma rotação em torno de um eixo fixo, é necessário especificar o eixo, o ângulo e um sentido (horário ou anti-horário) de rotação. Logo, uma rotação em torno de um eixo fixo tem módulo, direção e sentido, mas você aprenderá, na disciplina de Física 1B, que duas rotações não se somam segundo a Regra do Paralelogramo. Desse modo, como elas não obedecem a uma das características necessárias para tal, elas não são vetores. A projeção dos vetores e o produto escalar entre eles A operação matemática entre vetores que está relacionada com a sua projeção em uma direção é o produto escalar entre vetores . Tomemos os vetores ~a e ~b. O produto escalar entre esses vetores, repre- sentado pela notação ~a ·~b, é uma grandeza escalar definida por: ~a ·~b = |~a|.|~b|.cos(θ) = a.b.cos(θ), em que a e b são os módulos dos vetores, e θ é o menor ângulo formado pelos vetores, ~a e ~b. Na Figura 4.19 foram desenhados os vetores ~a e ~b e o ângulo θ no caso em que θ < 90o e no caso em que θ > 90o. Figura 4.19: Produto escalar entre dois vetores. CEDERJ 140 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Como o produto entre números reais é comutativo, podemos reescrever o produto escalar da seguinte forma: ~a ·~b = a.b.cos(θ) = b.a.cos(θ) = ~b ·~a. Logo, o produto escalar é comutativo. Para tratarmos de casos expeciais, na Figura 4.20 foram desenhados dois vetores perpendiculares e dois vetores iguais: Figura 4.20: Casos especiais de produto escalar. Vemos pela Figura 4.20 que o produto escalar entre os dois vetores perpendiculares é nulo, uma vez que ~a ·~b = a.b.cos(90o) = 0. Por outro lado, o produto escalar entre dois vetores iguais é o seu módulo ao quadrado, uma vez que ~a ·~a = a.a.cos(0o) = a2. Por isso, no caso dos vetores unitários representados na Figura 4.21, temos: ıˆ.ˆı = ˆ.ˆ = kˆ.kˆ = 1 e ıˆ.ˆ = ıˆ.kˆ = ˆ.kˆ = 0. Figura 4.21: Os produtos escalares entre os vetores unitários de uma base ortogonal são nulos. Na Figura 4.22 foram desenhados os vetores ~a, ~b, o vetor unitário aˆ, que tem a direção e o sentido do vetor ~a, o vetor ~ba, que é a projeção de ~b na direção de aˆ, e o ângulo θ nos casos em que θ < 90o e θ > 90o. 141 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases Figura 4.22: Relação entre o produto escalar e a componente do vetor ~b na direção do vetor unitário aˆ. A Figura 4.22mostra que a componente ba na direção do vetor unitário aˆ é dada por: ba = b.cos(θ). Essa expressão é válida para os dois casos, uma vez que quando θ < 90o, o cosseno de θ e a componente ba são positivos e, quando θ > 90o, o cosseno de θ e a componente ba são negativos. Logo, o produto escalar entre os vetores ~a e ~b pode ser reescrito da seguinte forma: ~a ·~b = a.b.cos(θ) = a.ba. No caso em que o vetor ~a é um vetor unitário uˆ, o produto escalar se reduz a: uˆ ·~b = ~b · uˆ = 1.bu = bu. Analogamente, a Figura 4.23 mostra que a componente ab na direção do vetor unitário bˆ é dada por: ab = a.cos(θ). Figura 4.23: Relação entre o produto escalar e a componente do vetor ~a na direção do vetor unitário bˆ. Essa expressão é válida para os dois casos, uma vez que, quando θ < 90o, o cosseno de θ e a componente ab são positivos e, quando θ > 90o, o cosseno de θ e a componente ab são negativos. Logo, o produto escalar entre os vetores ~a e ~b pode ser reescrito da seguinte forma: ~a ·~b = a.b.cos(θ) = b.a.cos(θ) = b.ab. CEDERJ 142 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 No caso em que o vetor ~b é um vetor unitário uˆ, o produto escalar se reduz a: uˆ ·~a = au.1 = au. Por isso, podemos dizer que a componente de um vetor ~c na direção de um vetor unitário uˆ é o produto escalar entre o vetor ~c e o vetor unitário uˆ, isto é, cu = ~c · uˆ. Em particular, lembrando que as componentes de um vetor estão relacionadas com as suas projeções nas direções dos vetores unitários ıˆ, ˆ e kˆ, temos que: ax = ~a · ıˆ, ay = ~a · ˆ e az = ~a · kˆ. O produto de números reais é comutativo e é distributivo em relação à soma de números reais, isto é, α.β = β.α e α.(β + δ) = αβ + α δ. Já demonstramos que o produto escalar é comutativo e agora demonstraremos que ele também é distributivo em relação à soma de vetores. O produto escalar é representado por ~a · (~b + ~c) = a.da, em que ~d é a soma dos vetores ~b + ~c e da é a componente do vetor ~d na direção do vetor unitário aˆ. Como a componente de uma soma de vetores é a soma das com- ponentes dos vetores, temos: ~a · (~b+~c) = a.(ba+ca) = a ba+a ca = ~a ·~b+~a ·~c. Por isso, o produto escalar é distributivo em relação à soma dos vetores. Esse fato dá origem a outra propriedade do produto escalar, que diz respeito à possibilidade de comutar um número real entre os vetores desse produto, isto é, (α~a).~b = |α~a| b cos(θ) = |α| a b cos(θ) = a |α~b| cos(θ) = ~a.(α~b). A Figura 4.24 mostra que, independentemente do sinal de α, o ângulo entre os vetores α~a e ~b será igual ao ângulo entre ~a e α~b. Figura 4.24: Comutação de um número real entre os vetores de um produto escalar. 143 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases As propriedades dos vetores e do produto escalar entre vetores permi- tem escrever o produto escalar entre os vetores ~a e ~b em termos das suas componentes dos vetores, uma vez que ~a.~b = (ax ıˆ+ ay ˆ+ az kˆ).(bx ıˆ+ by ˆ+ bz kˆ) = ax bx ıˆ.ˆı+ ax by ıˆ.ˆ+ ax bz ıˆ.kˆ+ ay bx ˆ.ˆı+ ay by ˆ.ˆ+ ay bz ˆ.kˆ + az bx kˆ.ˆı+ az by kˆ.ˆ+ az bz kˆ.kˆ ⇒ ~a.~b = ax bx + ay by + az bz. Na obtenção da expressão do produto escalar entre dois vetores em componentes, foram utilizadas as propriedades dos vetores da base, isto é, ıˆ.ˆı = ˆ.ˆ = kˆ.kˆ = 1 e ıˆ.ˆ = ıˆ.kˆ = ˆ.kˆ = 0. É importante ressaltar que as componentes dos vetores utilizadas na expressão do produto escalar entre dois vetores têm sinais. Elas serão positivas se os vetores projetados tiverem os sentidos dos vetores unitários, e serão negativas se os vetores projetados tiverem os sentidos contrários ao dos vetores unitários. Atividade 4 Atende aos Objetivos 1, 2 e 4 Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão: Encontre a relação entre as componentes de todos os vetores do plano XY que são perpendiculares ao vetor ~a = 6 ıˆ− 2 ˆ. Resposta Comentada Um vetor contido no plano XY tem componente z nula. Logo, ele pode ser escrito como ~b = bx ıˆ+by ˆ. Já vimos que, quando um vetor ~b é perpendicular a um vetor ~a, o produto escalar entre eles é nulo, isto é, ~a ·~b = ax bx+ay by = 6 bx − 3 by = 0⇒ by = 2 bx. CEDERJ 144 Aula 4 - Osvetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Atividade 5 Atende aos Objetivos 1, 2 e 4 Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão: Sejam os vetores ~a = 3 ıˆ+ 4 ˆ e ~b = 2 ıˆ− 2 ˆ, calcule o ângulo entre eles. Resposta Comentada O ângulo entre dois vetores cujas componentes são conhecidas pode ser cal- culado facilmente com o produto escalar entre eles, uma vez que ~a ·~b = a.b.cos(θ)⇒ cos(θ) = ~a · ~b a.b . Os módulos dos vetores ~a e ~b são dados por: a = √ a2x + a 2 y = √ 9 + 16 = 5 e b = √ b2x + b 2 y = √ 4 + 4 = 2 √ 2. Já o produto escalar entre os vetores ~a e ~b é dado por: ~a ·~b = ax bx + ay by = 3.2− 2.4 = −2. Logo, o ângulo entre os vetores ~a e ~b é dado por: θ = arccos ( −2 5.2 √ 2 ) ∼= 98,1o. Atividade 6 Atende aos Objetivos 1, 2 e 4 Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão: A Figura 4.25 mostra um triângulo com lados a, b e c. Figura 4.25: Cálculo do lado c do triângulo. São conhecidos a, b e o ângulo entre os lados a e b. Utilize os seus conheci- mentos sobre vetores e produto escalar para obter c. 145 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases Resposta Comentada Na Figura 4.26 foram desenhados os vetores ~a, ~b e ~c sobre os lados do triângulo. Figura 4.26: Cálculo do lado c do triângulo. A Figura 4.26 mostra que o vetor ~b é a soma dos vetores ~a e ~c, isto é, ~b = ~a+~c. Logo, ~c = ~b−~a. Por isso, o módulo de ~c ao quadrado é dado por: c2 = (~b− ~a) · (~b− ~a) = ~b ·~b−~b ·~a− ~a ·~b+ ~a ·~a = b2 + a2 − 2 a b cos(θ). Portanto, o tamanho do lado c é igual a c = √ b2 + a2 − 2abcos(θ). Podemos observar que, quando os vetores são ortogonais, ou seja θ = 90o, essa expres- são se reduz ao Teorema de Pitágoras e que, em todos os outros casos, o lado c será menor do que nesse caso, em que ~a e ~b são ortogonais. CEDERJ 146 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Atividade 7 Atende aos Objetivos 1, 2 e 4 Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão: A Figura 4.27 mostra um vetor ~d = 5 ıˆ + 4 ˆ + 6 kˆ e os ângulos α, β e γ que ele forma, respectivamente, com os eixos OX, OY e OZ. Calcule esses ângulos. Figura 4.27: Cálculo dos ângulos entre um vetor e os eixos coordenados. Resposta Comentada Os ângulos que o vetor ~d forma com os eixos coordenados são iguais aos que ele forma com os vetores unitários dos eixos. Logo, eles podem ser calculados utilizando-se o produto escalar entre o vetor ~d e os vetores unitários, isto é, cos(α) = ~d · ıˆ d = dx d , cos(β) = ~d · ˆ d = dy d e cos(γ) = ~d · kˆ d = dz d . O módulo do vetor ~d é dado por: d = √ d2x + d 2 y + d 2 z = √ 25 + 16 + 36 =√ 77. Os ângulos α, β e γ são: α = arccos ( dx d ) = arccos ( 5√ 77 ) ∼= 55o, β = arccos ( dy d ) = arccos ( 4√ 77 ) ∼= 63o, γ = arccos ( dz d ) = arccos ( 6√ 77 ) ∼= 47o. 147 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases Funções vetoriais no espaço tridimensional, com uma variável real Uma função vetorial, com uma variável real, associa a cada valor da variável real t um vetor do espaço tridimensional. Ela é representada da seguinte forma: ~f = < −→ <3 t −→ ~f(t) A descrição dos movimentos é realizada por grandezas cinemáticas que serão definidas na Aula 5. Entre elas podemos citar os vetores posição, velo- cidade e aceleração de uma partícula. Essas grandezas são funções vetoriais, que dependem do tempo, que é uma variável real. Por isso, a seguir, veremos de maneira simplificada, alguns dos conceitos apresentados nas Aulas 1 e 2 para funções reais, com uma variável real. Limites, derivadas, diferenciais e integrais de funções vetoriais, com uma variável real Podemos generalizar os conceitos de limite, derivada, diferencial e in- tegral de funções vetoriais com uma variável real, aplicando os conceitos definidos para funções reais, com um variável real, para cada uma de suas componentes. Sejam os vetores ~f(t) e ~L, se os limites das componentes do vetor ~f(t) existem e são iguais a lim t−→a fx(t) = Lx, lim t−→a fy(t) = Ly e lim t−→a fz(t) = Lz, dizemos que o limite da função vetorial ~f(t), quando t tende a a, existe e é igual ao vetor ~L. A representação do limite de um vetor é: lim t−→a ~f(t) = ~L. A derivada de um vetor ~f(t) em t1 é definida da seguinte forma: ~f ′(t1) = d~f dt (t1) = lim t2−→t1 ~f(t2)− ~f(t1) t2 − t1 = limt2−→t1 ∆~f ∆t . CEDERJ 148 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Como lim t2−→t1 fx(t2)− fx(t1) t2 − t1 = dfx dt (t1), lim t2−→t1 fy(t2)− fy(t1) t2 − t1 = dfy dt (t1) e lim t2−→t1 fz(t2)− fz(t1) t2 − t1 = dfz dt (t1), a derivada de uma função vetorial é dada por: ~f ′(t1) = d~f dt (t1) = dfx dt (t1) ıˆ+ dfy dt (t1) ˆ+ dfx dt (t1) kˆ. Logo, para derivar uma função vetorial, é suficiente derivar as suas compo- nentes. Vamos, agora, generalizar a Regra da Cadeia. Seja g(t) uma função real da variável real t, e ~f(t) uma função vetorial da variável real t, a derivada da função vetorial g(t) ~f(t) é dada por: ( g ~f )′ (t1) = d ( g ~f ) dt (t1) = d(g fx) dt (t1) ıˆ+ d(g fy) dt (t1) ˆ+ d(g fz) dt (t1) kˆ ⇒ d ( g ~f ) dt (t1) = g(t1) ( dfx dt (t1) ıˆ+ d(fy) dt (t1) ˆ+ d(fz) dt (t1) kˆ ) + dg dt (t1) ( fx(t1) ıˆ+ fy(t1)) ˆ+ fz(t1) kˆ ) ⇒ d ( g ~f ) dt (t1) = g(t1) d~f dt (t1) + dg dt (t1) ~f(t1). A diferencial de uma função vetorial ~f(t) é dada por: d~f(t1) = ~f ′(t1) dt = ( dfx dt (t1) ıˆ+ dfy dt (t1) ˆ+ dfx dt (t1) kˆ ) dt⇒ d~f(t1) = dfx(t1) ıˆ+ dfy(t1) ˆ+ dfz(t1) kˆ. Assim, para encontrar a diferencial de uma função vetorial, com uma variável real, é suficiente diferenciar as suas componentes. A integral da diferencial de uma função vetorial, com uma variável real, é dada por: ∫ t2 t1 d~f = (∫ t2 t1 dfx ) ıˆ+ (∫ t2 t1 dfy ) ˆ+ (∫ t2 t1 dfz ) kˆ. As definições de limite, derivada, diferencial e integral de uma função vetorial, com uma variável real, foram representadas na base ortogonal com- posta pelo vetores unitários ıˆ, ˆ e kˆ. É possível provar que elas valem para 149 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases qualquer base ortogonal. Nos livros de Física, em geral, as funções vetoriais, com uma variável real, são denominadas vetores . Adotaremos essa nomenclatura a partir de agora. Vetores unitários na representação polar Foi mencionado no início desta aula que, além de representar os vetores pelas suas componentes cartesianas, podemos também utilizar a represen- tação polar. Essa representação será especialmente útil quando estudarmos o movimento circular e, assim sendo, encontraremos nesta seção algumas relações envolvendo os unitários dessa representação. Exemplo 4.4 A Figura 4.28 mostra o vetor ~r(t). Ele caracteriza um deslocamento que vai da origem dos eixos coordenados até um ponto de um círculo com raio r. O vetor ~r(t) se desloca sobre o círculo à medida que o tempo t transcorre. Isso significa que, em qualquer instante de tempo, o deslocamento tem mesmo módulo. São conhecidos o módulo r do deslocamento e o ângulo θ(t) que ele faz com o eixo OX. Figura 4.28: Vetor deslocamento que depende do tempo. 1. Escreva o vetor ~r(t) em função do seu módulo r, do ângulo θ e dos vetores unitários ıˆ e ˆ. 2. Encontre o vetor unitário rˆ(t) na direção do vetor ~r(t). 3. Encontre a derivada do vetor unitário rˆ(t) em relação ao tempo. CEDERJ 150 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 4. Escreva o vetor ~r(t) em termos do seu módulo r e do vetor unitário rˆ(t). 5. Calcule o derivada do vetor ~r(t)em relação ao tempo t. Denomine essa derivada ~v(t). 6. Encontre o vetor unitário θˆ(t) na direção do vetor ~v(t). Considere todos os casos possíveis. 7. Calcule o ângulo entre o vetor unitário rˆ(t) e o vetor unitário θˆ(t). Resolução 1. A Figura 4.28 mostra que as componentes do vetor ~r(t) são dadas por: rx = rcos[θ(t)] e ry = r sen[θ(t)]. Logo, o vetor ~r(t) é dado por: ~r(t) = rcos[θ(t)] ıˆ+ r sen[θ(t)] ˆ. 2. O vetor unitário rˆ(t) na direção do vetor ~r(t) é dado por: rˆ = ~r(t) r = cos[θ(t)] ıˆ+ sen[θ(t)] ˆ. Vemos que, ao contrário dos unitários ıˆ, ˆ e kˆ, o vetor rˆ varia com o tempo. 3. A derivada temporal do vetor unitário rˆ(t) é obtida derivando-se as suas componentes em relação ao tempo, isto é, drˆ dt (t) = d(cos[θ(t)]) dt ıˆ+ d(sen[θ(t)]) dt ˆ. A derivada de cos[θ(t)] deve ser obtida com a regra da cadeia e é −d[θ(t)] dt sen[θ(t)]. Analogamente, a derivada de sen[θ(t)] é d[θ(t)] dt cos[θ(t)]. Logo, temos que: drˆ dt (t) = −ω(t) sen[θ(t)] ıˆ+ ω(t)cos[θ(t)] ˆ, em que definimos a quantidade ω(t) = d[θ(t)] dt . 151 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases 4. Pela definição do vetor unitário rˆ, temos que o vetor ~r(t) pode ser escrito da seguinte forma: rˆ = ~r(t) r ⇒ ~r(t) = r rˆ(t). 5. A derivada do vetor ~r(t) em relação ao tempo é dada por: d~r dt (t) = ~v(t) = d(r rˆ(t)) dt = r d(rˆ(t)) dt = r ω(t) (−sen[θ(t)] ıˆ+ cos[θ(t)] ˆ). 6. O vetor unitário θˆ(t) na direção do vetor ~v(t) é dado por: θˆ = ~v(t) |~v(t)| . O módulo do vetor ~v(t) é dado por:Identidade: cos2θ+ sen2θ = 1. |~v(t)| = √ v2x(t) + v 2 y(t) = √ r2 ω2(t)cos2[θ(t)] + r2 ω2(t)sen2[θ(t)]⇒ |~v(t)| = r |ω(t)|. Logo, o vetor unitário é dado por: θˆ(t) = r ω(t) (−sen[θ(t)] ıˆ+ cos[θ(t)] ˆ) r |ω(t)| . Temos dois casos, dependendo do sinal de ω(t). No caso em que ω(t) é positivo, o vetor unitário θˆ(t) é igual a θˆ+(t) = −sen[θ(t)] ıˆ+ cos[θ(t)] ˆ e, no caso em que ω(t) é negativo, o vetor unitário θˆ(t) é igual a θˆ−(t) = sen[θ(t)] ıˆ− cos[θ(t)] ˆ. 7. O ângulo α entre o vetor unitário rˆ(t) e o vetor unitário θˆ(t) pode ser obtido através do produto escalar entre esses vetores: cos(α) = rˆ · θˆ |rˆ| |θˆ| = rˆ · θˆ. O produto escalar entre entre os vetores unitários rˆ(t) e θˆ(t) é dado por: rˆ · θˆ = rx θx + ry θy rˆ · θˆ = (cos[θ(t)]). ( − ω(t)|ω(t)| sen[θ(t)] ) +(sen[θ(t)]). ( ω(t) |ω(t)|cos[θ(t)] ) = 0. Logo, o ângulo entre eles é de 90o. CEDERJ 152 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Atividade 8 Atende aos Objetivos 1, 2 e 4 Baseado no que você leu nesta aula, faça a seguinte questão: No Exemplo 4.4 foi calculada a derivada do vetor ~r(t). Essa derivada foi denominada ~v(t). 1. Escreva o vetor ~v em termos do vetor unitário θˆ+(t), encontrado no exemplo anterior. Calcule a componente do vetor ~v na direção do vetor unitário θˆ+(t). 2. Calcule a derivada do vetor unitário θˆ+(t) em relação ao tempo. Rela- cione essa derivada com o vetor unitário rˆ. 3. Calcule a derivada do vetor ~v(t) em relação ao tempo. Denomine essa derivada de ~a(t). Escreva o vetor ~a(t) em termos dos vetores unitários rˆ(t) e θˆ+(t). Respostas Comentadas 1. As expressões do vetor ~v(t) e do vetor unitário θˆ+(t) encontradas no Exemplo 4.4 mostram que o vetor ~v(t) pode ser reescrito da seguinte forma: ~v(t) = r ω(t) θˆ+(t). Logo, a componente vθ+(t) do vetor ~v(t) na direção do vetor unitário θˆ+(t) é igual a r ω(t). 2. A derivada do temporal do vetor unitário θˆ+(t) é obtida derivando-se as suas componentes em relação ao tempo, isto é, dθˆ+ dt (t) = −d(sen[θ(t)]) dt ıˆ+ d(cos[θ(t)]) dt ˆ. A derivada de cos[θ(t)], obtida com a regra da cadeia, é−d[θ(t)] dt sen[θ(t)]. A derivada de sen[θ(t)], obtida com a regra da cadeia, é d[θ(t)] dt cos[θ(t)]. 153 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases Logo, temos que: dθˆ+ dt (t) = −ω(t)cos[θ(t)] ıˆ− ω(t)sen[θ(t)] ˆ. A comparação entre essa expressão e a expressão do vetor unitário rˆ, obtida no Exemplo 4.4, mostra que a derivada do vetor unitário θˆ+(t) em relação ao tempo é dada por: dθˆ+ dt (t) = −ω(t) rˆ. 3. A derivada do vetor ~v(t) em relação ao tempo é dada por: d~v(t) dt = ~a(t) = d[r ω(t) θˆ+(t)] dt = r d[ω(t) θˆ+(t)] dt ⇒ ~a(t) = r ω(t) d[θˆ+(t)] dt + r dω(t) dt θˆ+(t)⇒ ~a(t) = r ω(t) [−ω(t) rˆ] + r dω(t) dt θˆ+(t)⇒ ~a(t) = −r ω2(t) rˆ + r dω(t) dt θˆ+(t). Limites, derivadas, diferenciais e integrais de funções vetoriais, com uma variável real 1. Para calcular o limite de uma função vetorial ~f(t), com uma variável real, é suficiente calcular os limites das suas componentes fx(t), fy(t) e fz(t), isto é , lim t−→a ~f(t) = lim t−→a fx(t) ıˆ+ lim t−→a fy(t) ˆ+ lim t−→a fz(t) kˆ. 2. Para calcular a derivada de uma função vetorial ~f(t), com uma variável real, é suficiente calcular as derivadas das suas componentes fx(t), fy(t) e fz(t), isto é , d~f dt (t1) = dfx dt (t1) ıˆ+ dfy dt (t1) ˆ+ dfz dt (t1) kˆ. 3. Para calcular a diferencial de uma função vetorial ~f(t), com uma va- riável real, é suficiente calcular as diferenciais das suas componentes fx(t), fy(t) e fz(t), isto é , d~f(t1) = dfx(t1) ıˆ+ dfy(t1) ˆ+ dfz(t1) kˆ. 4. Para calcular a integral de uma função vetorial ~f(t), com uma variável real, é suficiente calcular as integrais das suas componentes fx(t), fy(t) e fz(t), isto é,∫ t2 t1 ~f dt = (∫ t2 t1 fx dt ) ıˆ+ (∫ t2 t1 fy dt ) ˆ+ (∫ t2 t1 fz dt ) kˆ. CEDERJ 154 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 Exemplo 4.5 Calcule as seguintes integrais: 1. ∫ t1 to d ~A(t); 2. ∫ t1 to ~Adt, em que ~A é um vetor constante. Resolução A integral de uma função vetorial é a integral das suas componentes, isto é, 1. ∫ t1 to d ~A(t) = (∫ t1 to dAx(t) ) ıˆ+ (∫ t1 to dAy(t) ) ˆ+ (∫ t1 to dAz(t) ) kˆ ⇒∫ t1 to d ~A(t) = (Ax(t1)− Ax(to)) ıˆ+(Ay(t1)− Ay(to)) ˆ+(Az(t1)− Az(to)) kˆ ⇒∫ t1 to d ~A(t) = ~A(t1)− ~A(to) e 2. ∫ t1 to ~Adt = (∫ t1 to Ax dt ) ıˆ+ (∫ t1 to Ay dt ) ˆ+ (∫ t1 to Az dt ) kˆ, em que Ax , Ay e Az são constantes. Como a integral de uma constante vezes uma função é igual à integral da constante vezes a integral da função, temos que: ∫ t1 to ~Adt = Ax (∫ t1 to dt ) ıˆ+ Ay (∫ t1 to dt ) ˆ+ Az (∫ t1 to dt ) kˆ ⇒ ∫ t1 to ~Adt = Ax (t1 − to) ıˆ+ Ay (t1 − to) ˆ+ Az (t1 − to) kˆ ⇒∫ t1 to ~Adt = ~A (t1 − to) . Resumo Projeção de vetores 1. Projetar um vetor ~d1 na direção de um vetor unitário uˆ é passar pelo início e pelo final do vetor ~d1 retas perpendiculares à direção do vetor uˆ. O vetor projetado ~d1u tem a direção do vetor unitário uˆ, o sentido do vetor ~d1 e o módulo igual à menor distância entre as perpendiculares que projetaram o vetor ~d1. 2. A componente de um vetor ~d1 na direção do vetor unitário uˆ é o número pelo qual deve ser multiplicado o vetor unitário uˆ para se obter o vetor projetado ~d1u. 155 CEDERJ Aula 4 - Os vetores e as suas bases 3. A componente da soma de vetores na direção de um vetor unitário uˆ é a soma das componentes dos vetores na direção desse vetor. 4. Uma base ortogonal do espaço tridimensional é um conjunto de três vetores unitários ortogonais. Utilizaremos como base ortogonal do es- paço tridimensional os vetores unitários ıˆ, ˆ e kˆ, nas direções dos eixos OX, OY e OZ. 5. Um vetor do espaço tridimensional pode ser escrito da seguinte forma: ~d = dx ıˆ+ dy ˆ+ dz kˆ, em que dx, dy e dz são as componentes do vetor ~d nas direções dos vetores unitários ıˆ, ˆ e kˆ. Produto escalar 1. Sejam os vetores ~ae ~b. O produto escalar entre esses vetores, represen- tado pela notação ~a.~b, é uma grandeza escalar definida por: ~a.~b = |~a|.|~b|.cos(θ) = a.b.cos(θ), em que a e b são os módulos dos vetores e θ é o menor ângulo formado pelos vetores ~a e ~b. O produto escalar também pode ser expresso em termos das componentes dos vetores: ~a.~b = ax bx + ay by + az bz. 2. A componente de um vetor ~c na direção de um vetor unitário uˆ é o produto escalar entre o vetor ~c e o vetor unitário uˆ, isto é, cu = ~c.uˆ. Em particular, lembrando que as componentes de um vetor estão relacionadas com as suas projeções nas direções dos vetores unitários ıˆ, ˆ e kˆ, temos que: ax = ~a.ˆı, ay = ~a.ˆ e az = ~a.kˆ. 3. O produto escalar entre vetores tem as seguintes propriedades: a. ~a.~b = ~b.~a; b. ~a.(~b+ ~c) = ~a.~b+ ~a.~c; c. (α~a).~b = ~a.(α~b). Derivadas e integrais de vetores 1. Para derivar uma função vetorial ~f(t), é suficiente derivar as suas com- ponentes, isto é, ~f ′(t1) = d~f dt (t1) = dfx dt (t1) ıˆ+ dfy dt (t1) ˆ+ dfz dt (t1) kˆ. 2. Para calcular a integral de uma função vetorial ~f(t), com uma variável real, é suficiente calcular as integrais das suas componentes fx(t), fy(t) CEDERJ 156 Aula 4 - Os vetores e as suas bases MÓDULO 1 - AULA 4 e fz(t), isto é,∫ t2 t1 ~f dt = (∫ t2 t1 fx dt ) ıˆ+ (∫ t2 t1 fy dt ) ˆ+ (∫ t2 t1 fz dt ) kˆ. Informações sobre a próxima aula Na próxima aula vamos discutir a Cinemática Vetorial. Referências Bibliográficas ALMEIDA, Maria Antonieta Teixeira. Introdução às ciências físicas I. v. 2, 4. ed. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2010. PESCO, Dirce Uesu; ARNAUT, Roberto Geraldo Tavares. Matemática bá- sica. v. 1, 5. ed. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2010. . Geometria básica. v. 1, 2. ed. Rio de Janeiro: Fundação Cecierj, 2010. 157 CEDERJ
Compartilhar