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APS Nutrição Enteral e Parenteral
Acadêmica Jackeline Glins Stanziona
Mestre Iara Elizabeth Abi Zaid Teixeira
Curso Nutrição
Terapia Nutricional Enteral e Parenteral (TNE)
A TNE precoce consiste na oferta de NE nas primeiras 48 horas após ocorrência de alguma complicação traumática ou infecciosa no paciente. Para tanto, a mesma só pode ser aplicada após a estabilização hemodinâmica do indivíduo, antepassando às respostas hipercatabólica e hipermetabólica, que costumam aparecer nas 72 horas após o aparecimento da primeira lesão.
Um dos principais objetivos da TNP é supri as quantidades adequadas de macronutrientes e micronutrientes de acordo com as necessidades do indivíduo hospitalizado e como consequência disso, modular a sua resposta inflamatória e do estresse oxidativo causado pela patologia que acomete o mesmo (DAN, 2017, p.898), melhorando todo o seu quadro clínico. Além desses fatores supracitados, este suporte nutricional proporciona uma menor chance de possíveis complicações, como por exemplo, a úlcera de estresse, lesão trófica intestinal, menor síntese de citocinas inflamatórias, previne translocação bacteriana, melhora valores de balanço nitrogenado, reduz demanda metabólica, evita atrofia do tecido intestinal, reduz tempo de hospitalização e acelera a mudança para dieta oral, sendo esta última, uma das principais prioridades da terapia nutricional enteral precoce (BARRICELLI E SILVA, 2012, p.19 3).
De acordo com Artinian, a nutrição enteral precoce é capaz de reduzir a mortalidade em aproximadamente 20% na UTI e 25% no ambiente intra-hospitalar. Não somente isso, o uso da NE precoce evita a secreção exagerada de alguns hormônios que fazem catabolismo através da redução do aumento do cortisol e do glucagon séricos. Todos os pontos citados geram uma contribuição muito significativa para evitar a perda do peso corpóreo e perda massa muscular. Entretanto, alguns fatores podem contribuir para a não aplicabilidade da nutrição enteral precoce, como por exemplo, a instabilidade hemodinâmica, íleo paralítico, distensão abdominal, náuseas, vômitos frequentes e isquemia intestinal. Em pacientes acometidos com trauma grave em UTIs, o uso e aplicação da TNE precoce gera resultados positivos. Isso se dá pela diminuição de complicações infecciosas e um melhor controle glicêmico. De início, a quantidade de calorias não deve ultrapassar 25kcal/kg/dia para que haja um melhor controle da glicemia. A quantidade de proteínas deve ser entre 1,5 a 2g/kg/dia. O período necessário com TNE para atingir a meta calórica varia de três a sete dias, mesmo em UTIs com protocolos formais de terapia nutricional (SALOMÃO, MOURA E NASCIMENTO, 2013, p.344). Todavia, ao decorrer do uso da TNE, é possível que ocorra intolerâncias no trato gastrointestinal, gerando as sim, um déficit calórico-proteico ao passar da primeira semana de internação em UTI, resultando na demora para atingir a meta.
Além disso, esse problema pode ocasionar infecções, maior tempo de ventilação mecânica e até mesmo o aparecimento de úlceras de pressão.
Além da aplicação da TNP em pacientes com trauma, a mesma também deverá ser utilizada naqueles que são acometidos por queimaduras. As queimaduras graves são responsáveis por gerar uma desnutrição grave devido ao intenso e longo estado de hipermetabolismo (SALOMÃO, MOURA E NASCIMENTO, 2013, p.344). Assim, a TNE precoce está relacionada com a prevenção de efeitos gera dos pela hipermetabolismo, íleo paralítico, úlceras de stress e outros. De acordo com alguns protocolos internacionais, como os da American Burn Association, é recomendado iniciar o mais rápido possível a TNP em pacientes criticamente enfermos e em vítimas de queimaduras. De acordo com Canadian Clinical Practice Guidelines, o início da TNE deve ocorrer nas primeiras 48h após ele chegar na UTI. Em um estudo, Mosier concluiu que a TNE iniciada nas primeiras 24h após admissão resultou em um menor tempo de internação em UTI e menor probabilidade de infecção de ferida. Apesar de segura, há uma maior dificuldade para aplicação TNE nas primeiras 24h em pacientes com maior superfície do seu corpo queimada e aquelas com escore APACHE II elevado. 
A NEP também pode apresentar um papel imuno modulador, visto que a mesma é capaz de influenciar positivamente na cascata de coagulação da proteína C-reativa, reduzindo a resposta inflamatória. De acordo com alguns estudos, os pacientes que receberam NE imunomoduladora apresentaram uma menor possibilidade de infecção e complicações na ferida operatória. Entretanto, para que possa ser aplicada a NEP imunomoduladora, é necessário levar em consideração o fato de que alguns pacientes de UTI com doença muito grave não são capazes de tolerar volumes muito elevados que 700mL ao dia. Os benefícios da NEP imunomoduladora podem ser observados a partir do momento que a mesma atinge um volume ≥50-65% do volume necessário para suprir suas necessidades (BARRICELLI E SILVA, 2012, p.194).
Desse modo, quando não é possível atingir um volume mínimo, a fórmula de imuno modulação enriquecida com nucleotídeos, arginina e ômega 3 não poderá ser indicada. As fórmulas imunomoduladoras devem ser usadas no trauma, em queimados, no câncer de cabeça e pescoço e pacientes críticos em ventilação mecânica e com muito cuidado e atenção em pacientes com sepse grave. Já os pacientes em terapia intensiva que não se enquadram nos critérios para fórmulas imunomoduladoras, deverão ser aplicados as fórmulas enterais padrões. Diante dos estudos apresentados, é possível concluir que a NEP deve ser indicada de acordo com as condições clínicas do paciente. Dessa forma, o profissional deverá ter cuidados com adequação da oferta calórico-proteica, procurando evitar a hiperalimentação. Tendo isso em vista, a alimentação por sonda é uma das formas mais indicadas para alimentar o paciente crítico que está impossibilitado de utilizar a cavidade oral, sendo um importante meio de neutralização e recuperação do estado catabólico causado por diferentes doenças
REFERÊNCIAS
WAITZBERG, Dan L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 5.ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2017.
BARRICELLI, Michelle Nogimi; SILVA, Juliana Bernardo. Terapia nutricional enteral precoce no paciente crítico. Saúde alimentar. Disponível em: http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/2725 -193-195.pdf. Acesso em: 17 de abril de 2021.
SALOMÃO, Alberto Bicudo; MOURA, Renata Rodrigues; NASCIMENTO, José Eduardo De Aguilar. Terapia nutricional precoce no trauma: após o A, B, C, D, E, a importância do F (FEED). 
Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rcbc/v40n4/v40n4a15.pdf. Acesso em: 13 de abril de 2021

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