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Avaliação Hepática - Patologia Clínica Veterinária

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● Introdução: O fígado é a maior glândula do 
corpo e é continuamente exposto a toxinas, 
metabólitos, endotoxinas e agentes infecciosos; 
visto sua posição sentinela entre o canal alimentar 
e o sistema circulatório. É considerado um órgão 
de grande capacidade de reserva e regeneração, 
com sinais de falha hepática estabelecidos a partir 
de 70% de comprometimento. 
 ➤ Manifestações Clínicas: Se dão no meta-
bolismo, digestão, excreção e síntese; visto o 
fígado sendo um órgão central. 
● Avaliação Hepática: É realizada a partir de 
testes que visam observar alterações hepáticas, 
danos, e comprometimento de função. 
 ➤ Enzimas de Detecção de Dano aos He-
patócitos: As enzimas hepáticas devem estar 
presentes no órgão em elevadas concentrações no 
interior dos hepatócitos; e dependem do tamanho 
molecular, localização intracelular, taxa de 
depuração do plasma, taxa de inativação e taxa de 
aumento da produção. 
 ☞ Alanina Aminotransferase (ALT/TGP): É uma 
enzima que possui elevada atividade hepática e 
está presente no citoplasma dos hepatócitos. 
Portanto, ao haver dano contra a integridade dos 
hepatócitos, há extravasamento dessa enzima 
para a circulação sanguínea. O aumento é 
proporcional ao número de células danificadas e 
não indica causa ou tipo de dano. 
 Dano Hepatocelular: Aumento a partir de 12 
horas, com pico entre 1 a 2 dias. Meia vida é 
menor que 60 horas. Aumento de 4-8 vezes acima 
da AST. Obs.: Grandes animais possuem baixas 
concentrações, não sendo um exame sensível para 
avaliação nessas espécies. 
 Dano Severo: ALT pode estar normal ou 
diminuída, visto ausência de hepatócitos viáveis 
presentes no tecido. 
 Principais Doenças: Hipóxia, lipidose, toxinas 
bacterianas, inflamação, neoplasia hepática, 
drogas hepatotóxicas. 
 Amostra Laboratorial: É instável após conge-
lamento e descongelamento, com até 60% de 
perda da atividade. Portanto, deve ser mantida 
apenas sob refrigeração. 
 ☞ Aspartato Aminotransferase (AST/TGO): É 
uma enzima que está presente no citoplasma e 
mitocôndrias dos hepatócitos periacinares. 
Portanto, ao haver aumento considerável de AST, 
é indicação de dano mais extenso aos hepatócitos, 
com extravasamento mitocôndrial dessa enzima. 
 Dano Hepatocelular: É inespecífica e de meia-
vida curta em pequenos animais (cão: 4-12 horas; 
gato: 77 minutos) e longa em grandes animais (7-
8 dias). Obs.: em pequenos animais não é um 
exame de eleição, sendo apenas aplicado para 
avaliação de rotina de um dano aos hepatócitos já 
previamente diagnosticados. 
 Amostra Laboratorial: É uma enzima estável a 
temperatura ambiente, congelada ou refrigerada. 
Doença x Falha 
A falha hepática é caracterizada pelo perda de 
função do fígado. 
A doença hepática é caracterizada por alte-
rações que podem ou não levar a falha. 
Obs.: Músculo também contém ALT/TGP, por 
esse motivo é necessário realizar diferenciação 
de dano muscular x hepático por meio da CK, 
uma enzima muscular específica. 
Obs.: Rins, Pâncreas, Eritrócitos e 
Musculatura Esquelética possuem AST/TGO, 
por esse motivo é necessário realizar 
diferenciação de danos 
 ☞ Sorbitol Desidrogenase (SDH): É uma enzima 
raramente utilizada na rotina. Está presente em 
vários tecidos; concentrada nos testículos e 
fígado. 
 Dano Hepatocelular: Cães, equinos e rumi-
nantes. 
Amostra Laboratorial: É altamente instável, 
com duração de 8-12 horas. 
 ☞ Desidrogenase Glutâmica (GLDH) É uma 
enzima de importante avaliação hepática de 
ruminantes e aves. No entanto, possui pouco valor 
diagnóstico e é raramente utilizada. 
Amostra Laboratorial: É altamente instável e 
de ensaio difícil e pouco disponível. 
 ➤ Enzimas de Detecção de Colestase: Avalia 
a capacidade de excreção do fígado a partir da 
colestase. 
 ☞ Fosfatase Alcalina (FA): É uma enzima 
mitocondrial do tecido ósseo, hepatobiliar, 
mucosa gastrintestinal, renal, placenta e baço. No 
entanto, tal enzima, quando dosada, é princi-
palmente de origem óssea ou hepatobiliar. Deve 
ser considerada em comparação com a GGT em 
gatos. 
 Doença Hepatobiliar: Pode ser intra ou extra-
hepáticos. Permanecendo cerca de 3 dias em cães, 
6 horas em gatos, e variável em ruminantes. Obs.: 
qualquer aumento, mesmo que discreto, nos 
felinos, deve ser considerado. Obs. 2: não é um 
exame recomendado para grandes animais, visto 
intervalo extenso de quantidade. 
 Induzida por Corticoides: Acomete apenas 
cães 
 Outras Causas: Colostro; hiperadrenocorti-
cismo, neoplasias hepáticas, ósseas ou mamárias; 
gestação e lactação de bovinos; raças caninas 
como Husky Siberiano e Scottish Terrier 
 ☞ Gama-Glutamil-Transferase (GGT): É uma 
enzima de excelente padrão de avaliação em 
grandes animais; enquanto gatos pode ser 
utilizada em comparação com a FA. 
 ➤ Enzimas de Avaliação da Função Hepá-
tica: Visa observar dano e perda de função 
hepática. 
 ☞ Bilirrubina: Substância produzida a partir da 
quebra da hemoglobina e processamento da 
Heme nos macrófagos originado a partir de uma 
hemólise inicial. Seu carreamento pela albumina 
ocorre após liberação na corrente sanguínea, 
sendo levada até os hepatócitos para conjugação 
com o ácido glicurônico formando a bilirrubina 
direta, pronta para excreção na bile e eliminação 
na fezes, recirculação ou eliminação renal. Obs.: 
As aves não possuem biliverdina-redutase, portan-
to, apenas nos hepatócitos haverá conversão em 
bilirrubina, sendo então uma substância de baixa 
concentração. 
 Comprometimento Hepático: É indicado princi-
palmente pela hiperbilirrubinemia. A icterícia só é 
detectada no exame clínico quando superior a 2-
3mg/dL, portanto, um valor muito alto na 
circulação. 
Obs.: Atividade Osteoblástica altera a FA, por 
esse motivo é necessário verificar alterações 
como fraturas ou crescimento de animais. 
Obs.: GGT é encontrada também nos rins, 
pâncreas e intestino 
Lipidose Felina 
Se Lipidose Hepática: há aumento de FA e 
pouco GGT. 
Se Lipidose Hepática + Doença Necroinflama-
tória: há aumento de GGT. é 
Quadro Resumido 
Avaliação de Dano aos Hepatócitos: 
 ALT/TGP para Pequenos Animais 
 AST/TGO para Grandes Animais 
CK dosado em suspeita de dano muscular 
Avaliação de Colestase: 
 FA para Pequenos Animais 
 GGT para Grandes Animais e Felinos 
 
Hiperbilirrubinemia: Quando pré-hepática, in-
dica comprometimento das hemácias, intensi-
ficando a quantidade de bilirrubina indireta e 
adequação dos hepatócitos; as fezes ficam 
escurecidas. Quando pós-hepática, indica com-
prometimento do fluxo biliar (neoplasia, litíase, 
etc.), impedindo a excreção da bilirrubina direta 
para a bile; causando icterícia, fezes descoradas e 
bilirrubinúria. Quando hepática, indica compro-
metimento do fígado, acumulando a bilirrubina 
indireta na circulação e podendo promover 
colestase intra-hepática, causando dificuldade na 
excreção da bilirrubina conjugada; as fezes ficam 
normais a descoradas. 
Amostra Laboratorial: É altamente fotos-
sensível, exigindo cobertura do frasco. Além disso, 
hemólise e lipemia levam a pseudohiper-bilir-
rubinemia. 
 ☞ Ácidos Biliares: Importantes na avaliação da 
função hepática e da circulação portal. Eles são 
produzidos nos hepatócitos a partir do colesterol 
e após emulsificarem os alimentos, são reapro-
veitados pela circulação porta (95-98%) e de-
purados. 
 Anormalidades na Circulação Portal: Se 
acumulam na circulação sanguínea principalmente 
em shunts portossistêmicos e displasia hepato-
portal microvascular. 
 Diminuição da Massa Hepática Funcional: 
Diminuição na produção e depuração. Indicam 
casos de hepatite, necrose e hepatopatia induzida 
por glicocorticóides. 
 Diminuição na Excreção: Principalmente em 
casos de colestases e rupturas do ducto biliar ou 
da vesícula biliar. 
 
 ☞ Proteínas Plasmáticas: São produzidas 
principalmente no fígado, representando amino-
ácidos naturais. 
 Hipoproteinemia: Indica falha na ingestão, 
absorção, síntese ou perda proteica.Obs.: Animais, principalmente equinos, 
quando em jejum ou anoréxicos apresentam 
icterícia por competição dos ácidos biliares 
com a bilirrubina nos hepatócitos. 
Resumindo Hiperbilirrubinemia 
Pré-Hepática: 
Aumento na bilirrubina não conjugada 
Aumento do urobilinogênio sanguíneo, visto 
diminuição de eliminação pela urina. 
Aumento ou não da bilirrubina conjugada 
Diminuição do hematócrito ou volume globular 
Pós-Hepática 
Aumento na bilirrubina conjugada 
Aumento ou não da bilirrubina não conjugada 
Icterícia e bilirrubinúria 
VG ou Hematócrito normais 
Hepática 
Aumento na bilirrubina não conjugada 
Aumento ou não da bilirrubina conjugada 
Aumento do urobilinogênio circulatório e urinário 
VG ou Hematócrito normais 
Função das Proteínas: Base da estrutura 
celular, manutenção da pressão coloidosmótica, 
catalisadores de reações bioquímicas, 
manutenção do equilíbrio ácido-básico, regulação 
hormonal, coagulação sanguínea, defesa humoral, 
nutrição e carreadores. 
Albumina: Corresponde 35% a 50% das 
proteínas. Sua síntese é exclusivamente no fígado 
e sua principal função é transporte de substâncias 
e manutenção da pressão osmótica. Aumento: 
indica desidratação. Diminuição: problemas hepá-
ticos, renais, intestinais, subnutrição e perda 
sanguínea. 
Pré-Albumina: É encontrada principalmente 
nas aves e apresenta uma migração eletroforética 
mais rápida. Possui a função de transportar 
tiroxina. Aumento: Síndrome nefrótica. Diminuição: 
Hepatopatia, deficiência proteica. 
Globulinas: Se dividem em alfa, beta e gama. 
Quando há aumento de α-Globulinas, é indicativo 
de doenças inflamatórias agudas; enquanto sua 
diminuição indica problemas hepáticos, intestinais 
ou renais. Quando há aumento de β-Globulinas, é 
indicativo de processos inflamatórios agudos. 
Quando há aumento de γ-Globulinas, é indicativo 
de ativação imunitária; e quando há diminuição 
indica deficiência de anticorpos. 
α-Globulinas 
α1-Lipoproteína Transporte de lipídios 
α1-Antitripsina Inativa proteases 
α1-Antitrombina Inibidor da trombina 
α2-Macroglobulina Inativa proteases 
α2-Haptoglobina Transporta hemoglobina livre 
α2-Ceruloplasmina Transporte de cobre 
α2-Proteína C Protease, anticoagulante 
β-Globulinas 
β2-Lipoproteína Transporte de lipídios 
Transferrina Transporte de ferro 
Ferritina Transporte de ferro 
Hemopexina Transporte de heme 
Complemento C3 Fator complemento C3 
Proteína C Reativa Ativa complemento 
Plasminogênio Proenzima da plasmina 
Fibrinogênio Precursor da fibrina 
γ-Globulinas 
Imunoglobulina G, Imunoglobulina A, Imunoglobulina E, 
Imunoglobulina M 
Dosagem: Pode ser por métodos químicos, 
como o biureto por formação do complexo cobre-
peptídeo de cor azul em solução alcalina, ou então 
fenol, ácido tricloroacético e ácido bicinconínico. 
Pode ser físico a partir da refratometria. Dosagem da 
albumina: Verde de bromocresol. Dosagem da globu-
lina: Cálculo. Eletroforese: Diferença de migração em 
campo elétrico. 
Influências Fisiológicas: Desenvolvimento fe-
tal há aumento de proteínas plasmáticas e 
albumina, e quase ausência das γ-Globulinas. O 
avançar da idade promove aumento de proteínas 
plasmáticas, diminuição da albumina e aumento 
das globulinas. Idosos apresentam declínio geral 
das proteínas plasmáticas. Gestantes e lactantes 
apresentam decréscimo da albumina e aumento 
das globulinas. Situações de estresse promovem 
catabolismo proteico. Perda de líquido promovem 
diminuição de proteínas plasmáticas. 
Hormônios: Aumento de proteínas plas-
máticas sob influência anabólica da testosterona, 
estrógenos ou GH. Diminuição sob influência 
catabólica da tiroxina e corticoides. 
 ☞ Ureia e Amônia: A amônia é produzida pelas 
bactérias intestinais e carreada até o fígado pelo 
sistema porta. Ali, ela é convertida em ureia e 
excretada para a circulação afim de ser eliminada 
na urina. 
 Comprometimento Hepático: Há acúmulo de 
amônia na circulação sanguínea com manifestação 
neurológica e formação de cristais na urina. 
Logicamente, o nível de ureia também é diminuído 
Relação Albumina : Globulina 
Normal: 0,5-1,1 
 
Relação A:G 
Normal
Hiperproteinemia
Desidratação
Hipoproteinemia
Superhidratação, 
hemorragia aguda, 
perda de plasma
 ☞ Outras Provas: Dosagem de glicose, coles-
terol e fatores de coagulação. 
 ➤ Indicações de Exames Hepáticos: Inicial-
mente deve-se realizar uma anamnese detalhada, 
exame clínico criterioso e hemograma, urinálise e 
exame de fezes. Após análise, é solicitado exames 
específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relação A:G 
Diminuída
Hipoalbuminemia
Perda Seletiva 
de Albumina
Glomerulonefrite,
Síndrome 
Nefrótica,
Doença GI
Síntese
diminuída
Doença Hepática, 
Desnutrição, 
Doença 
Inflamatória 
Crônica
Hiperglobulinemia
Alfa1
Doença 
Inflamatória 
Aguda
Alfa2
Doença 
Inflamatória 
Aguda
Beta
Hepatite 
Aguda,
Síndrome 
Nefrótica
Gama
Doença 
Inflamatória 
Crônica, 
Infecção, 
Hepatite Crônica, 
Doença 
Imunomediada, 
Linfomas
Relação A:G 
Aumentada
Hiperalbuminemia
Não Acontece
Hipoglobulinemia
Soro Fetal,
Pouco Colostro,
Imunodeficiências,
Agamaglobulinemia

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