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● Introdução: Todas as vísceras são banhadas em líquidos, evitando aderências. O fluido seroso é um dialisado plasmático, dependendo direta- mente da concentração sanguínea, permeabi- lidade da membrana, carga dos íons e concen- tração dos íons não difusíveis. ➤ Características: Os fluidos apresentam com- posição química similar, com baixo teor proteico (< 3,0g/dl), mínima quantidade de fibrinogênio (evitando coagulação), densidade menor que 1,015, e baixa celularidade. ☞ Distribuição: A água corporal represente 60- 65% do peso corporal, sendo 33% localizado no espaço extracelular. Obs.: Animais magros possuem mais água do que os obesos, visto que a gordura compete por espaço. ➤ Trocas Normais de Fluidos: É a partir de pressão, retornando a partir do sistema linfático. ☞ Pressão Hidrostática: É formada a partir da contração do músculo cardíaco. Tende a extrava- sar. Capilar: A força exercida pelo músculo cardí- aco sobre os vasos promove saída de líquido para o meio extracelular nas extremidades arteriais. Intersticial: Quando é positiva, estimula o líquido para o meio intracelular por diminuir a filtração capilar por feeback negativo. Seu valor médio; no entanto, é negativo, visto que sofre grande ação de absorção pelo sistema linfático. ☞ Pressão Coloidosmótica: É aquela exercida por proteínas e eletrólitos. Tende a retornar. Capilar: A concentração proteica exerce pressão osmótica, retornando o líquido para o meio intracelular nas extremidades venosas. Intersticial: Tende a exercer pressão osmó- tica para promover a saída de líquidos para o meio extracelular. ➤ Fatores de Influência: Ingestão de água, de- sequilíbrio eletrolítico, deficiência proteica, pro- cessos inflamatórios, doenças sistêmicas ● Acúmulo de Líquido Tissular: ➤ Obstrução Linfática: Promove acúmulo por 2 vias: ☞ Acúmulo Proteico Progressivo: As proteínas filtradas não retornam à circulação, promovendo aumento da pressão coloidosmótica intersticial e aumentando a filtração capilar. Mecanismos de Segurança Atuam em situação de desequilíbrio entre as forças. Caso não sejam suficientes, é estabelecido o edema. Substância Fundamental: Consegue absorver até 30% de líquido extravasado além do normal. Fluxo Linfático: Consegue aumentar em até 70% ☞ Impedimento do Retorno à Circulação: O líquido não retorna à circulação, provocando o aumento da pressão hidrostática intersticial. No entanto, a retroalimentação negativa pelo acúmulo do volume intersticial não ocorre para diminuir a filtração capilar, visto que o acúmulo proteico estimula fortemente a via, sobrepondo a competição. ☞ Causas da Obstrução: Linfagites, linfadeno- mas, tumores, abcessos e extirpação cirúrgica da cadeia linfática. ➤ Aumento da Permeabilidade Capilar: Pro- move vazamento da plasma para o tecido. Sendo assim, a concentração de proteínas no interstício também aumenta, promovendo maior filtração capilar e aumentando o volume de líquido intersticial e fluxo linfático. Além disso, a resis- tência arteriolar diminuída provoca o aumento da pressão hidrostática capilar. ☞ Causas: Processos inflamatórios, reações a- lérgicas, substâncias tóxicas, envenenamento e queimaduras. ➤ Diminuição da Pressão Coloidosmótica: Promove o acúmulo de líquido por hipopro- teinemia, visto que a diminuição da concentração proteica diminui a pressão osmótica. ☞ Causas Hipoproteinemia: Ingestão inade- quada de proteínas, absorção prejudicada, pro- dução hepática ineficiente ou perda via renal ou intestinal (parasitismo). ➤ Aumento da Pressão Hidrostática: É re- metida à alguma forma de obstrução venosa, for- çando a filtração e consequente acúmulo de líqui- do na região. ☞ Causas Obstrução: Deficiência cardíaca congestiva, estase portal, inflamação, compressão por tumores ou nódulos, aumento da resistência pulmonar e colocação apertada de curativos. ● Exames Laboratoriais: É indicado em situações de acúmulo excessivo de líquido e sus- peita de lesão caracterizada por esfoliação celular. Um bom diagnóstico promove abordagens tera- pêuticas adequadas e conhecimento específico da disfunção. ➤ Amostra: Deve ser sempre utilizado dois fras- cos: um com anticoagulante e outro sem. Em situações ativas, o excesso de proteínas promo- verá a coagulação, impedindo a análise celular; enquanto situações de hipoproteinemia tendem a manter a amostra líquida. ➤ Análise do Fluido: ☞ Física: Compreende os aspectos visuais. Cor: É esperado que seja incolor ou amarelo claro. Caso seja vermelho, há indicação de hemor- ragia iatrogênica (colheita) ou real, devendo analisar presença de eritrofagocitose para diferen- ciação. Aspecto: É esperado líquido límpido, sem muita celularidade. Caso esteja turvo, há indicação de aumento da celularidade, infecção bacteriana, presença de fibrina ou lipídios, ruptura gastrin- testinal ou enterocentese acidental. ☞ Química: Avaliação com auxílio de fitas reagentes. pH: É esperado que esteja próximo ao do sangue, em torno de 7-7,2. Caso esteja mais ácido, indica infecção bacteriana. Proteína: É esperado que esteja inferior a 2,5g/dL. Caso esteja aumentada, é indicativo de processo ativo. ☞ Citologia: É analisada na câmara de Neu- bauer de maneira qualitativa e quantitativa. Células Mesoteliais: Compõem o revestimento de pleura, peritônio, pericárdio e superfícies vis- cerais. Em situações de infla- mação, se tornam mais rea- tivas, com desenvolvimento de anisocitoses, anisocarioses, binucleação, multinucleação e aumento de basofilia citoplas- mática. Macrófagos: Se apresentam em pequenas quantidades em amostras normais. É importante não confundir com outros grupos celulares. Neutrófilos: Se apresentam em pequenas quantidades e não degenerados em amostras nor- mais. Caso estejam degenerados e em alta quan- tidade, podem indicar inflamações sépticas. Células Neoplásicas: Indicam presença de massa. Eosinófilos: Se apresentam em pequenas quantidades em amostras normais. Quando aumentados indicam parasitismo, hipersensibi- lidade, neoplasias e pneumotórax. Linfócitos, Plasmócitos e Mastócitos: Se apre- sentam sempre em pouca quantidade. ● Classificação das Efusões: É baseado nas informações observadas nos exames laboratoriais. É importante para a conduta do diagnóstico. ➤ Transudato: É o líquido filtrado que não foi capaz de retornar à circulação por redução da pressão coloidosmótica promovida por hipopro- teinemia. ☞ Características: Apresentam coloração lím- pida, pouca quantidade proteica, pH alcalino, baixa densidade (<1,017) e baixa celularidade (<1500). ☞ Nomenclatura: É baseada na localização. Cavidade Abdominal: Ascite ou Hidroperitô- nio. Cavidade Pleural ou Torácica: Hidrotórax. Pericárdio: Hidropericárdio. Cavidade Articular: Hidroartrose. Bolsa Escrotal: Hidrocele. Espaço Subaracnóide Nervoso: Hidrocéfalo. Tecido Conjuntivo: Edema. ☞ Causas: São aquelas indicadas em hipoprot- einemias: ingestão inadequada de proteínas, absorção prejudicada, produção hepática inefi- ciente ou perda via renal ou intestinal (parasi- tismo). ➤ Transudato Modificado: É o líquido filtrado que foi forçado excessivamente para o interstício pelo aumento da pressão hidrostática. Pode tam- bém ser desenvolvido em situações iniciais de rup- turas. ☞ Características: Apresentam aspecto leve a moderadamente turvo, cor variável, proteína mo- derada (2,5-7,0), celularidade de 1.000 a 7.000. ☞ Nomenclatura: É baseada na localização e composição. Cavidade Abdominal: Hemoperitônio (sangui- nolento), uroperitônio (ruptura de bexiga), quilo- peritônio (rompimento do ducto torácico). Cavidade Pleural ou Torácica: Hemotórax, qui- lotórax. Pericárdio: Hemopericárdio. Cavidade Articular: Hematrose. Bolsa Escrotal: Hematocele. ☞ Causas: São aquelas indicadas pelo aumento da pressão hidrostáticaou rupturas: estase portal, distúrbios cardiovasculares, neoplasias, inflama- ção tecidual, torção pulmonar, quilo e pseudo- quilo. ➤ Exsudato: É o líquido filtrado associado ao aumento de permeabilidade vascular em situa- ções ativas de origem inflamatória. ☞ Características: Apresentam aspecto turvo, cor variável, proteína acima de 2,5g/dL, densidade acima de 1,025, pH ácido, elevada celularidade (>7000), e geralmente coagulam a amostra. ☞ Classificação: É baseada na composição. Inflamatório Purulento: Apresentam neutró- filos íntegros ou degenerados em alta quantidade, hemácias, monócitos, células mesoteliais e linfócitos em pouca quantidade, e podem ser en- contrados agentes infecciosos. Inflamatório Crônico: Apresenta predominân- cia de linfócitos, marcante presença de monócitos e macrófagos, pouca quantidade de neutrófilos, e podem ser encontrados agentes infecciosos. Alérgico: Apresenta predominância de eosi- nófilos. Neoplásico: Apresenta células neoplásicas e monócitos e macrófagos.
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