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EFUSÕES CAVITÁRIAS – PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA |YASMIN GODOY Cavidades Efusões cavitárias = acúmulo de líquido que se forma em cavidades pré-existentes. E essas cavidades já possuem uma cavidade muito pequena de líquido que revestem a superfície dos órgãos. Pleural Peritoneal Pericárdica Amostra do líquido Com EDTA Contagem de células nucleadas. Morfologia celular. Sem EDTA Testes bioquímicos o Proteína – principal avaliação. o Albumina o Bilirrubina o Creatinina o Triglicerídeos o Outros Processamento – o que será observado? Cor Odor Turbidez pH Densidade Contagem de células nucleadas Dosagem de proteínas Outros testes bioquímicos Morfologia celular – a partir do sedimento do líquido, fazer uma lâmina. *Contagem de células nucleadas não é feita de maneira automatizada. Fisiologia Vaso sanguíneo, onde dentro dele tem água, proteínas, hemácias, leucócitos – fora do vaso sanguíneo, está o interstício (composto por colágeno, estroma, etc e também tem água e proteína – porém em quantidade menor do que se vê em um vaso sanguíneo. Por conta da pressão constante que o coração faz, sempre terá sangue querendo sair do vaso – fazendo uma pressão hidrostática para o interstício (pressão de dentro para fora do vaso). De vez em quando, algumas quantidades de líquido (água) podem atravessar pelas células endoteliais, saindo do vaso sanguíneo para o interstício. Porém no interstício irá ter as proteínas osmoticamente ativas (ex: albumina) que fará uma pressão oncótica na direção do vaso sanguíneo, fazendo com que a água volte. A pressão EFUSÕES CAVITÁRIAS – PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA |YASMIN GODOY oncótica tende a se sobrepor a pressão hidrostática. Mas no geral estão sempre se equilibrando. Se a pressão hidrostática estiver “ganhando”, a drenagem linfática irá resolver o problema, líquido que não for puxado pela pressão oncótica de volta para o vaso, irá ser recolhido pelos vasos linfáticos e será levado na linfa e depois cair na corrente sanguínea. A linfa possui uma coloração mais esbranquiçada por causa dos quilomícrons. Formação de efusões Filtração = Pressão hidrostática – pressão oncótica Diminuição da pressão oncótica – pouca proteína para continuar puxando o líquido para a corrente sanguíneo, acumulando líquido no interstício e indo para a cavidade. Aumento da pressão hidrostática. Aumento da permeabilidade capilar – permite a passagem de líquido, células, proteínas, acumulando líquido na cavidade. Diminuição da drenagem linfática – não recolhe o excesso de água do interstício. Ruptura de vasos ou vísceras. Esfoliação de células na cavidade. Transudato – tipo mais simples de efusão Transudato pobre em proteína Diminuição da pressão oncótica Hipoalbuminemia → Transudato puro, só tem água, quantidade baixa de células. Patogenia Diminuição da quantidade de albumina, diminuição da pressão oncótica, acúmulo de líquido no interstício. Causas: Hipoalbuminemia: insuficiência hepática, enteropatia com perda de proteínas, nefropatia com perda de proteínas. Causas de perda importante de albumina ou insuficiência na produção de albumina. Dietas pobres em proteínas não chegam a causar problemas tão severos como uma efusão. Nesse caso a drenagem linfática também não consegue compensar. Transudato rico em proteína/modificado Elevação da pressão hidrostática. Congestão e hipertensão → Transudato modificado. – Celularidade um pouco maior. Patogenia Acúmulo de sangue no vaso sanguíneo, aumentando a pressão hidrostática e esse líquido é empurrado para o interstício e proteína. Células não passam (pois não existe aumento de permeabilidade vascular), apenas líquido e um pouco de proteína. Causas Congestão e hipertensão: Insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão portal e neoplasias (obstrui vasos). EFUSÕES CAVITÁRIAS – PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA |YASMIN GODOY Exsudato (séptico ou asséptico) Formação de efusões Aumento da permeabilidade endotelial/mesotelial. – Permite a passagem das células que estão dentro do vaso. Inflamações e infecções → Exsudatos – permitem o aumento de permeabilidade. Patogenia Existe um aumento da permeabilidade vascular – passando água, células e proteínas. Líquido mais rico em proteínas comparado com o transudato. Causas: Exsudato séptico – visualização do agente etiológico. Infecções Bacteriano – mais comum. o Iatrogênica. o Perfuração do TGI. o Perfuração da vesícula urinária com cistite/pielonefrite. o Glicose sangue – glicose efusão >20 mg/dL. – Usada para avaliar uma infecção., se tem ou não. Se tiver uma diferença acima de 20 – glicose está sendo consumida por bactérias. Fúngico Parasitário Viral – não é possível ver microscopicamente, normalmente quando é viral, acaba sendo classificado como asséptico por não ser possível ver o agente. Exsudato asséptico – não tem ou não consegue ver agente etiológico. Inflamações Pancreatite o Lipase líquido > dobro da sérica Necrose tecidual Corpo estranho Substâncias irritativas – ruptura de vesícula urinária ou biliar. PIF EFUSÕES CAVITÁRIAS – PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA |YASMIN GODOY Peritonite infecciosa felina Achados característicos: Fluido amarelado Proteína > 3,5 g/dL Relação albumina/globulina ≤ 0,9 Teste de Rivalta Predomínio de neutrófilos Presença de linfócitos, mesoteliais, macrófagos, plasmócitos Fundo eosinofílico – rico em proteínas. Extravasamento de vasos ou vísceras Efusão quilosa (quilo) Alteração da drenagem linfática. Neoplasias compressivas de linfonodo, linfangiectasia (alteração no vaso linfático) e linfadenite. Patogenia Conteúdo do vaso linfático como a extravasar para a cavidade. Linfa começa a ser regurgitada para o interstício e cavidade. Têm perda de líquido, linfócitos e quilomícron (triglicérides). Efusão quilosa Fluido leitoso Predomínio de linfócitos maduros Pseudoquilo – efusão que parece, mas o aumento da turbidez pode vir do colesterol em vez de triglicérides. Triglicérides efusão > sangue = quilo. Triglicérides > 100mg/dL = quilo Peritonite biliar Ruptura da vesícula biliar – bile caindo na cavidade e irritando. Peritonite química. Aumento de permeabilidade capilar. Características da efusão: Amarronzado a esverdeado. Neutrófilos e macrófagos Material amorfo livre e fagocitado Bilirrubina efusão > sérica – para confirmar a peritonite biliar. Só de ser maior, já pode inferir que é peritonite biliar. EFUSÕES CAVITÁRIAS – PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA |YASMIN GODOY Uroabdômen Ruptura do trato urinário inferior Aumento de permeabilidade capilar Peritonite irritativa Séptica ou asséptica – caso tenha presença de algum processo infeccioso. Neutrófilos e macrófagos Variação de proteína e celularidade Creatinina efusão > creatinina sérica – para confirmar. Efusão hemorrágica Trauma Déficit na coagulação Neoplasia esplênicas e hepáticas Aspecto avermelhado e hemolisado Presença de hemácias e leucócitos Hematócrito da efusão >10% - indica que o animal está perdendo bastante sangue para a cavidade, podendo entrar em um quadro de hipovolemia. Plaquetas pequena quantidade – se degradam muito facilmente na efusão. Pode ser encontrada em casos de hemorragia aguda. Eritrofagocitose Siderófagos e hematoidina Podem ser encontradas células neoplásicas ou não – se for muito esfoliativa. Efusões decorrentes de esfoliação celular Efusões esfoliativas Neoplasias Carcinomas Mesoteliomas Tumores de células redondas Células com alterações morfológicas de malignidade Cuidado com mesoteliais reativa Efusão eosinofílica Presença marcada de eosinófilos. Hipersensibilidade, filariose, linfoma oculto, mastocitoma.Presença de outros tipos celulares. avaliação das efusões **Exsudato asséptico: PIF pode ter a celularidade menor que 5. EFUSÕES CAVITÁRIAS – PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA |YASMIN GODOY Casos Clínicos Brad, Felino, Maine Coon, Macho, 15 anos. Líquido incolor, inodoro, límpido, 0,85mg/dl de proteínas e celularidade baixa – transudato pobre em proteína. Spike, cão, Bulldog, macho,10 meses. Efusão mais avermelhada, proteína alta, celularidade menor que 5mil = Transudato rico em proteína. Maricota, Felino, SRD, fêmea Efusão amarelada, proteína alta, celularidade elevada = Exsudato asséptico (por não observar o agente) Otto, cão, SRD, macho, 7 anos. Efusão amarronzada, com muita proteína, celularidade alta e presença de bactérias – Exsudato séptico.
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