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Líquidos cavitários

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Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | @study.sarahs 
Os animais possuem cerca de 65% do seu peso 
corpóreo constituído de água, e desta 
quantia, aproximadamente 24% correspondem 
a líquidos extracelular, onde incluem – se o 
líquido plasmático, intersticial e transcelular. 
Dentre estes, o líquido transcelular é o que está 
presente em órgãos ocos, nas cavidades 
corporais, e demais locais (LOPES et al., 2003). 
Estes líquidos são delimitados por um epitélio 
ou mesotélio, e engloba o fluido 
cerebroespinhal, líquido sinovial, linfa, humor 
aquoso, líquido peritonial, pleural pericárdico, 
entre outros (GUYTON & HALL, 2002). 
Em meio a todos estes líquidos, o pleural, 
pericárdico e peritonial são classificados como 
cavitários, por estarem presentes em cavidades 
fechadas do corpo e revestidos por duas 
membranas serosas, uma parietal em contato 
com a parede da cavidade e outra visceral, 
que reveste o órgão no interior da cavidade 
(BLAZIUS, 2008). 
Estes líquidos fisiológicos possuem a função de 
lubrificar as membranas e órgãos, facilitando 
assim a movimentação, eliminar catabólitos e 
fornecem nutrientes (FILHO, 2011). 
Normalmente este fluido e claro e incolor, e 
possui pequena quantia de células como 
fagócitos mononucleares, células mesoteliais, 
linfócitos e neutrófilos. 
As classificações clínicas enquadram estes 
líquidos como transudato ou exsudato. 
Transudatos resulta do desequilíbrio das 
pressões hidrostática e oncótica. Já o 
exsudato ocorre principalmente quando há 
uma injúria do mesotélio (FILHO, 2011). 
▪ LCR 
O líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquor é 
formado dentro das cavidades ventriculares do 
sistema nervoso central (SNC) nos plexos 
coróides, onde são localizados o cerebelo e a 
coluna espinal dorsal. 
O LCR é formado em duas etapas; a primeira 
consiste na filtração passiva do sangue 
através do endotélio capilar coroidal, e a 
segunda através de secreção ativa pelo 
epitélio monoestratificado modulado por 
sistemas neuroendócrinos e hormonais 
A composição do LCR se assemelha a um 
transudato, contendo aproximadamente 99% 
de água e pequenas concentrações de 
magnésio, cloro, glicose, proteínas, 
aminoácidos, ácido úrico e fosfato. O LCR é um 
fluido corporal límpido e incolor, com baixo teor 
de proteínas e poucas células. 
A produção do LCR é diária, ao redor de 500 
mL/dia. 
Composição: 
✓ Apresenta baixo peso molecular 
✓ Pequenas concentrações de proteína, 
glicose, lactato, enzimas, potássio, 
magnésio e concentrações relativamente 
elevadas de cloreto de sódio 
✓ Glicose 
o Hipoglicorraquia é causada 
principalmente por alterações 
nos mecanismos de transporte de 
glicose através da barreira 
hematoencefálica e por sua 
grande utilização por parte das 
células encefálicas 
o Aumentada – hiperglicemia 
diabética ou encefalite 
epidêmica 
o Diminuído – hemorragia 
subaracnóidea, tumor primário ou 
metastático, meningite piogênica 
✓ Proteínas 
o Em grande parte, albumina e em 
muito menos globulinas 
o Doenças do SNC associadas 
com o aumento da 
permeabilidade da barreira 
hematoencefálica 
o Valores anormalmente baixos 
estão presentes quando há 
presença de fluido no SNC 
o Aumento pode ser observado em 
infecções, hemorragias, esclerose 
múltipla 
✓ Lactato 
o Não são vinculados a 
concentração sanguínea 
o Aumento pode ser detectado 
mais cedo do que a 
concentração reduzida de 
glicose 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | @study.sarahs 
o Melhor indicador para diferenciar 
meningite bacteriana e meningite 
asséptica 
✓ Lactato desidrogenase (LDH) 
o Pacientes com malignidade ou 
infecção bacteriana, apresentam 
níveis de LDH no líquor maiores 
comparados a pacientes 
saudáveis. 
o Elevada quando a relação 
líquor/soro é > 0,1 
✓ Leucócitos 
o No adulto há uma predominância 
de linfócitos de (60-70%) 
o Monócitos 30-50% 
o Neutrófilos 1-3% 
✓ Hemácias 
o Normal não apresenta 
o Presença isolada pode ser 
associada a punção traumática 
Coleta e análise: 
O exame do LCR é um passo indispensável no 
diagnóstico da MENINGITE e outras patologias 
neurológicas. Possibilita o estadiamento e o 
seguimento de processos vasculares, 
infecciosos, inflamatórios e neoplásicos. 
Uma vez que a coleta do LCR é um 
procedimento invasivo, o exame só pode ser 
realizado após assinatura do Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 
A análise do LCR propicia a identificação de 
doenças que acometem o SNC como infecções, 
hemorragias, doenças degenerativas e 
neoplasias. As alterações na composição e 
fluxo do LCR podem levar ao surgimento de 
distúrbios cognitivos e da função motora, o 
que justifica a análise do LCR para a 
confirmação destas enfermidades. 
O volume total é de, aproximadamente, 90 a 
150ml no adulto normal. 
Desempenha diversas funções: 
• protege contra traumatismos e 
movimentos bruscos 
• exerce função imunológica 
• representa veículo para excreção e 
difusão de substâncias 
A coleta do LCR pode ser realizada na maioria 
das cavidades do SNC, porém, existem vias 
preferenciais que propiciam segurança na 
extração, como a punção lombar entre L3 e L4, 
L4 e L5 ou L5 e S1 (espaços entre as vértebras 
lombares), a punção suboccipital feita na 
região cisterna magna entre o occipital e a 1ª 
vértebra cervical (na região das vértebras 
occipitais), e a punção ventricular feita 
diretamente em um dos ventrículos laterais 
através da trepanação da calota craniana. 
O paciente não deve estar fazendo uso de 
medicação anticoagulante ou de drogas que 
interfiram na coagulação sanguínea. 
 
Para a coleta do LCR são utilizados três 
frascos estéreis sem anticoagulantes onde, um 
será utilizado para análises bioquímicas e 
sorológicas, outro para exames microbiológicos 
e o terceiro para contagem celular. 
1º tubo destinado ao setor de análise 
bioquímica (proteína, hemácia, lactato), 2º 
microbiológica (coloração de GRAM, 
cultura) e 3º citologia (celular). 
Depois de introduzida a agulha, é preciso 
deixar que o líquido saia naturalmente, gota a 
gota, para recipientes próprios (frasco estéril 
SEM anticoagulante). 
O volume puncionado não deve exceder 1/7 
do volume total: 
• Adulto: em torno de 20ml 
• Infância: 12ml 
• Recém-nascido: 6ml 
Exame físico: 
Aspecto normal: 
• Estéril 
• Aspecto aquoso transparente 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | @study.sarahs 
Aspecto LCR patológico 
• Tonalidade variável, desde levemente 
opalescente até turvo 
Aspecto LCR hemorrágico 
• Indicará hemorragia subaracnóide ou 
acidente de punção 
• Presença de coágulo, indica acidente 
de punção 
• Sobrenadante após centrifugação: nas 
hemorragias apresenta-se eritrocômico 
ou xantocrômico 
• Prova dos 3 tubos 
Cor LCR normal 
• Incolor 
Cor LCR xantocrômico 
• Indica presença de bilirrubinas ou 
hemólise 
 
 
Na meningite a pressão está aumentada tanto 
pela formação do exsudato quanto pela maior 
secreção de líquor. O aumento da pressão 
além de indicar hipertensão intracraniana, 
sugere anóxia encefálica e maior risco de 
sequelas neurológicas tardias. 
O líquor normalmente é incolor, e em 
determinadas condições pode apresentar 
alteração na coloração, como a xantocrômica 
(amarelada ou alaranjada) e a hemorrágica 
(vermelha ou rósea). 
 
Na análise citológica são considerados 
elementos figurados do LCR, hemácias, 
leucócitos, células tumorais, leveduras e fungos. 
Normalmente o LCR não contém esses 
elementos, porém após a extração é necessário 
que se faça a contagem global de hemácias e 
leucócitos, sendo considerado normal uma 
contagem de leucócitos e hemácias de até 5 
células/mL. 
Bacterioscopia (GRAM) 
 
Cultura do líquor 
 
 
 
 
 
 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | @study.sarahs 
▪ LÍQUIDO SINOVIAL 
A síntese do líquido sinovialé produzida 
quando a membrana sinovial atravessa o 
plasma. O líquido ultra-filtrado resultante do 
processo apresenta um conteúdo muito baixo 
em proteínas e células. A este líquido junta-se o 
ácido hialurônico, sintetizado pelos sinoviócitos 
de tipo B da membrana sinovial. O ácido 
hialurônico é o responsável pela alta 
viscosidade do líquido sinovial, e é 
indispensável para todas as funções do mesmo. 
Entre as principais funções do líquido sinovial, 
destacam-se: 
✓ É o responsável pela nutrição da 
cartilagem articular. 
✓ Elimina os desperdícios que surgem 
devido ao uso da articulação. 
✓ Função protetora: Devido à sua 
viscosidade, diminui o atrito entre as 
cartilagens, lubrificando a articulação e 
amortecendo-a durante os movimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Volume: 
Normal de 0,1 a 2 mL, no joelho o volume pode 
chegar a 3,5 mL. As articulações podem ser 
aspiradas, desde que exista derrame, distúrbios 
articulares. 
A análise do líquido sinovial é um recurso 
bastante útil no diagnóstico diferencial de 
monoartrites agudas e crônicas, oligoartrites e 
em determinados casos de poliartrite com 
processo agudo em uma ou mais articulações, 
podendo ainda estar indicada em bursites e 
tenossinovites agudas. 
O exame pode definir o diagnóstico de 
artropatias infecciosas e microcristalinas, a 
exemplo de gota, doença por deposição de 
pirofosfato de cálcio e doença por 
hidroxiapatita, e também permite o 
direcionamento diagnóstico da artropatia por 
anemia falciforme, sinovite vilonodular 
pigmentar, fratura da medula óssea, amiloidose 
articular, artrite por depósito de 
corticosteróides e tumores. 
Deve ser colhido em condições estéreis em 
frasco com heparina. O paciente deve estar 
de jejum no mínimo 6 horas, o ideal seria 12 
horas, de forma a permitir um equilíbrio da 
glicose entre o plasma e o líquido sinovial. 
Deve ser colhida uma glicemia de jejum. 
O material colhido é distribuído em 3 tubos 
com 3 mL: 
• 1 tubo com anticoagulante EDTA: para 
análises de citologia; 
• 1 tubo sem anticoagulante: para 
exames bioquímicos e/ou imunológicos; 
• 1 Tubo estéril: para exame 
microbiológico. 
 
 
 
Exame físico: 
Aspectos 
• Aspecto turvo ou Ligeiramente turvo, 
juntamente com o aumento de 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | @study.sarahs 
leucócitos, devido à inflamação séptica 
ou não séptica; 
• Líquido leitoso pode ocorrer na artrite 
tuberculosa, artrite reumatóide crônica, 
artrite gotosa aguda ou no lupos 
eritematoso sistêmico. O líquido Sinovial, 
normalmente não se coagula, mas o 
proveniente das articulações 
comprometidas pode conter fibrinogênio 
e formar coágulos. 
Cor 
• Amarelo citrino, normalmente varia de 
transparente a amarelo claro, podendo 
escurecer nos processos inflamatórios. 
• Cor esverdeada – Artrite séptica por 
Haemophilus influenzae 
• Hemorrágica – Pode ocorrer nos casos 
de fraturas através da superfície das 
articulações, no envolvimento tumoral da 
articulação, na artrite traumática, na 
artropatia neurogênica, na artrite 
hemofílica e na sinovite vilonodular 
pigmentada. Ocasionalmente o líquido 
hemático pode ser observado também 
na artrite séptica, na artrite reumatóide 
e na osteoartrite. A Punção traumática 
pode ser distinguida por quantidades 
diminuídas de sangue a medida que se 
continua a aspiração, há presença de 
hemácias íntegras. 
Viscosidade 
• É normal formar um filamento entre 4 a 6 
cm, se o filamento se quebrar antes de 
atingir 3 cm, viscosidade diminuída. A 
viscosidade relaciona-se 
fundamentalmente com a concentração 
e a polimerização do hialuronato do 
líquido sinovial. 
• A diminuição pode ocorrer em uma 
ampla variedade de situações 
inflamatórias incluindo: 
o artrite séptica 
o artrite gotosa 
o artrite reumática 
o trauma (viscosidade diminuída se 
o hialuronato for diluído por um 
derrame). 
Exame bioquímico 
✓ Mucina: O teste consiste na adição de 
ácido acético e na observação da 
formação ou não do coágulo de 
mucina. 
o Formação do coágulo 
▪ Bom (solido) 
▪ Regular (mole) 
▪ Ruim (frágil) 
▪ Péssimo (ausência de 
coágulo) 
✓ Ácido úrico 
o Artrite gotosa 
o O acido mais elevado no líquido 
sinovial do que no soro é 
sugestivo de gota 
✓ Proteína 
o Inflamação causa aumento na 
permeabilidade da membrana 
sinovial facilitando a passagem 
de grandes quantidades de 
proteínas 
✓ Glicose 
o Mesma referência do plasma 
o Requer comparação com os 
níveis séricos da glicose em jejum 
o Diferenças significativas são 
encontradas nos processos 
inflamatórios e infecciosos 
o Normal varia de 1,2 a 2,5g/dL 
Achados: 
Não inflamatório: glicose normal, igual 
plasmática; 
Inflamatórios: glicose diminuída, possibilidade 
de presença de autoanticorpos; 
Sépticos: opaco, glicose diminuída, cultura 
positiva; 
Induzidos: opaco ou leitoso por cristais, pouca 
viscosidade, glicose diminuída, ácido úrico 
elevado, cristais presentes; 
Hemorrágicos: opaco, vermelho, pouca 
viscosidade, glicose normal, eritrócitos 
presentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | @study.sarahs 
▪ LÍQUIDO PLEURAL 
O espaço pleural contém um ultrafiltrado de 
plasma denominado líquido pleural, o qual 
entra por meio da circulação sistêmica e é 
removido pelos vasos linfáticos da pleura 
parietal. 
Função principal é a lubrificação da superfície 
pleural, facilitando o deslizamento das pleuras 
visceral e parietal durante os movimentos 
respiratórios. 
Os derrames pleurais são sistematicamente 
classificados como transudatos ou exsudatos, 
de acordo com sua composição bioquímica. 
Essa classificação é fundamental para se definir 
quais derrames necessitam de investigação 
laboratorial. Se o derrame é um transudato, 
frequentemente não há necessidade de 
estudos laboratoriais adicionais, ao contrário 
dos exsudatos, que requerem a continuidade 
da investigação para estabelecimento do 
diagnóstico etiológico. 
Toracocentese 
Para coleta de líquido pleural é um 
procedimento seguro, de baixo custo e que 
fornece grande eficiência diagnóstica. Essa 
técnica é responsável pela obtenção de mais 
de 90% das amostras de fluido pleural que são 
encaminhadas para diagnóstico laboratorial. 
Entretanto, amostras obtidas através de 
drenagem torácica, por coleta durante a 
toracoscopia ou mesmo durante a toracotomia 
também se prestam para análises bioquímicas e 
citológicas. 
 
Características: 
Os transudatos geralmente são límpidos, 
amarelo-claros e não se coagulam 
espontaneamente. Em contraposição, os 
exsudatos podem ser hemorrágicos, turvos ou 
purulentos e frequentemente se coagulam 
devido à presença de fibrinogênio. 
 
Recomendação para coleta: 
✓ Seringa heparinizada, para evitar 
coagulação do líquido durante a 
aspiração 
✓ Volume recomendado de líquido para 
análise é em torno de 50 a 60ml. 
✓ Distribuídos em tubos apropriados 5 a 
10 ml de acordo com as analises a 
serem realizadas 
✓ Recomenda-se encaminhamento 
imediato da amostra 
✓ Para a caracterização dos derrames 
pleurais como transudatos ou exsudatos, 
recomenda-se que a amostra de 
sangue seja colhida simultaneamente à 
coleta do líquido para que a 
interpretação da relação pleural-sérica 
de proteínas e desidrogenase lática 
seja confiável. 
✓ Outros exames laboratoriais realizados 
no líquido pleural, como marcadores 
tumorais, perfil reumatológico (fator 
antinúcleo, proteína C-reativa, prova do 
látex, complemento) e perfil de 
coagulação (fibrinogênio, produtos de 
degradação do fibrinogênio) também 
levam em consideração os valores 
séricos na interpretação dos resultados. 
O volume desse fluido é pequeno, em torno de 
1 a 20 mL e apresenta baixa concentração de 
proteínas e células. 
As principais proteínas encontradas são a 
albumina, as globulinas e o fibrinogênio e os 
principaistipos celulares são os monócitos, os 
linfócitos e as células mesoteliais. 
O líquido pleural é renovado continuamente 
por meio de um balanço de forças entre a 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | @study.sarahs 
pressão hidrostática e a osmótica da 
microcirculação e do espaço pleural. 
Análise: 
 
 
 
 
 
 
 
✓ GLICOSE 
Além das dosagens de proteínas e da 
desidrogenase lática (DHL), realizadas em 
todos os pacientes com derrame pleural, para 
a diferenciação entre transudato e exsudato, a 
análise da glicose, da amilase e do pH podem 
auxiliar no diagnóstico etiológico do derrame 
pleural, embora sempre de forma limitada, sem 
que haja pontos de corte que confirmem ou 
afastem uma ou outra doença. 
Níveis baixos de glicose (<60mg/dl) estão 
associados, entre as causas mais comuns de 
derrame pleural, a derrame parapneumônico, 
tuberculose pleural, neoplasia e artrite 
reumatóide. 
Nos derrames parapneumônicos, quanto menor 
o nível da glicose, maior a possibilidade de 
tratar-se de empiema. Níveis mais baixos de 
glicose nos derrames neoplásicos habitualmente 
indicam doença mais avançada, relação esta 
que não existe na tuberculose pleural. 
✓ PH 
A mensuração do pH no líquido pleural tem sua 
grande indicação na suspeita de derrame 
parapneumônico. 
Nesse caso, valores menores que 7,20, 
sobretudo em conjunto com valores baixos de 
glicose e elevados de DHL, indicam evolução 
complicada da infecção e provável 
necessidade de drenagem do derrame. 
Outras condições que também podem cursar 
com níveis baixos de pH são: ruptura de 
esôfago, artrite reumatóide, tuberculose, 
neoplasia, hemotórax, lúpus e urinotórax. 
✓ CONTAGEM DE CÉLULAS 
A contagem total de células no líquido pleural 
não traz grandes respostas em relação à sua 
etiologia. 
Embora na maioria das vezes os transudatos 
apresentem celularidade inferior a 1000/mm3 e 
os exsudatos níveis superiores, esses valores 
não melhoram o rendimento dos parâmetros 
clássicos de distinção entre os dois tipos de 
derrame pleural. 
Número de células superior a 10.000/mm3 é 
mais frequentemente encontrado no derrame 
parapneumônico e no empiema, mas pode 
ocorrer também na tuberculose, pancreatite, 
embolia, lúpus. 
O predomínio de neutrófilos é habitual no 
derrame parapneumônico, no empiema, nas 
fases iniciais da tuberculose pleural e das 
colagenoses, na pancreatite e pode ocorrer 
na embolia pulmonar. 
O predomínio de mononucleares ocorre na 
tuberculose, nas neoplasias, nas colagenoses, 
na embolia pulmonar e em acometimentos 
crônicos da pleura. A tuberculose pleural 
caracteristicamente cursa com poucas células 
mesoteliais. 
O predomínio de eosinófilos, com valores acima 
de 10%, ocorre, entre outras causas, nas 
neoplasias, do derrame induzido por drogas, 
nas parasitoses, quando há sangue ou ar no 
espaço pleural, na pneumonia eosinofílica. Não 
é raro não se encontrar a causa do derrame 
eosinofílico, mas tradicionalmente a condição é 
benigna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | @study.sarahs 
▪ LÍQUIDO PERITONEAL 
Ascite: 
Definida pelo acúmulo patológico de excesso 
de líquido na cavidade peritoneal. 
Produzido por ultrafiltração plasmática 
dependente da permeabilidade vascular e das 
forças hidrostáticas e oncótica de Starling. 
Função do líquido em condições normais: 
proteção da cavidade abdominal, banhando-
a e lubrificando-a, reduzindo, assim, o atrito 
entre os órgãos o que permite melhor 
mobilidade destes. 
 
Características físicas 
• Líquido transparente 
• Amarelo claro 
• Estéril e viscoso 
• É produzido pelas células da membrana 
como um ultrafiltrado do plasma. 
Etiologias prováveis pelo aspecto: 
• Amarelo citrino 
o Cirrose hepática sem 
complicações 
• Turvo 
o Infecções 
• Sanguinolento 
o Punção traumática 
o Neoplasia maligna 
o Ascite cirrótica sanguinolenta 
o Tuberculose 
• Quiloso 
o Neoplasia 
• Cor escura não sanguinolenta 
o Síndrome ictérica 
o Extravasamento de bile 
 
Paracentese 
1ª Linha mediana (em um ponto central, 
equidistante da sínfise púbica e da cicatriz 
umbilical. 
2º ponto lateral, na meia distância da linha 
que une a cicatriz umbilical a crista ilíaca. 
Uma paracentese bem-sucedida deve 
satisfazer os seguintes critérios: quantidade 
suficiente de fluido na primeira coleta, ausência 
de complicações e o mínimo de desconforto ao 
paciente durante o procedimento. 
 
Análise 
• O primeiro deve conter EDTA ou 
heparina (1 a 2 gotas para 5ml) para a 
contagem global e diferencial 
• O segundo tubo sem anticoagulante, é 
utilizado para as análises bioquímicas 
• O terceiro se destina a microbiologia e 
deve ser estéril 
Exames principais 
• Características físicas (volume, 
coloração e aspecto) 
• Testes bioquímicos 
• Contagem celular e análise diferencial 
das células nucleadas 
• Bilirrubina no líquido ascítico/soro (≥ 0,6 
exsudato) 
• LDH > 130 U/L e uma proporção de 
proteínas totais ascite/soro > 0,4 
(exsudato) 
• Celularidade com diferencial: necessária 
para afastar infecção. O líquido está 
infectado se > 500 leucócitos/mm3 ou 
250 polimorfonucleares/mm3 
• Aumento de celularidade com 
predomínio linfocítico (<50% 
polimorfonucleares) deve levar à 
suspeita de ascite neoplásica ou por 
tuberculose. 
Sarah Silva Cordeiro | Medicina FITS | P3 2021.2 | @study.sarahs

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