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28/08/2016 1 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do Acetato-Malonato Prof. Marcelo J. Pena Ferreira BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 2 CO2 + H2O GLICOSE PIRUVATO 3-FOSFOGLICERATO (3-PGA) VIA DO METILERITRITOL- FOSFATO (MEP) ACETIL-CoA VIA DO ACETATO- MEVALONATO TERPENÓIDES MONOTERPENOS (C10) SESQUITERPENOS (C15) DITERPENOS (C20) TRITERPENOS (C30) ESTERÓIDES CAROTENÓIDES CICLO DE KREBS VIA DO ACETATO- MALONATO DERIVADOS DE ÁCIDOS GRAXOS CUTINA SUBERINA CERAS POLIACETILENOS FOSFOENOLPIRUVATO ERITROSE-4- FOSFATO VIA DO CHIQUIMATO SUBSTÂNCIAS FENÓLICAS SUBSTÂNCIAS FENÓLICAS AMINOÁCIDOS AROMÁTICOS AMINOÁCIDOS ALIFÁTICOS METABÓLITOS NITROGENADOS ALCALOIDES GLICOS. CIANOGÊNICOS GLUCOSINOLATOS POLIAMINAS FLAVONÓIDES FENILPROPANÓIDES 28/08/2016 2 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 • Precursora de policetídeos: cadeias poli--ceto • Compreende as seguintes classes de metabólitos: • Ácidos graxos; • Poliacetilenos; • Prostaglandinas; • Antibióticos macrolídeos; • Várias substâncias aromáticas: xantonas, antraquinonas, tetraciclinas.... Via do acetato-malonato BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato Formação da cadeia poli--ceto: ocorre com a carboxilação da Ac-CoA à malonil-CoA (na presença de ATP, HCO3- e coenzima biotina) acetil-CoA -CO2 malonil-CoA acetoacetil-CoA poli--ceto-éster malonil-CoA -CO 2 aromáticos macrolídeos ácidos graxos sem redução dos grupos ceto todos grupos ceto reduzidos redução/ desidratação -cetoéster hidroxiéster redução desidratação éster conjugado redução éster reduzido ACP: proteína carreadora de acila 28/08/2016 3 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados 1. Ácidos graxos Biossintetizados pela enzima ácido graxo sintase (do inglês: FAS) Animais e fungos: FAS tipo I – proteína multifuncional com sete domínios funcionais Plantas e bactérias: FAS tipo II – conjunto de enzimas separadas codificadas por sete genes diferentes Malonil-CoA Malonil-CoA acetil-CoA acetil-CoA Unidade Iniciadora Unidade Iniciadora Unidades extensoras Unidades extensoras Ácido palmítico (16:0) Ácido esteárico (18:0) BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados 1. Ácidos graxos Frequentemente possuem n° par de C e esterificados ao glicerol Triglicerídeos: Lipídeos de reserva de plantas oleaginosas Geralmente presentes em: Sementes: legumes, cereais, palmeiras; Frutos: oliva, abacate G L I C E R O L ÁCIDO GRAXO ÁCIDO GRAXO ÁCIDO GRAXO Importante reserva energética para o embrião Saturados Aves e mamíferos Insaturados Graxas e gorduras Vegetais: óleos 28/08/2016 4 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados 1. Ácidos graxos Espécies vegetais e peixes contém predominantemente triglicerídeos de ácidos graxos insaturados. Ácido oleico - 18:1 (9c) Espécies de clima frio produzem % de ácidos graxos poliinsaturados manter a fluidez. Óleo de Colza – Brassica napus [ ] C20, C22 (ácido erúcico) e de glicosinolatos Variedades genetica//e modificadas: Canola “Canadian oil low acid” % de -3 e -6 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados 1. Ácidos graxos Organismos eucariontes: 9-desaturase Espécies vegetais Ácido oleico - 18:1 (9c) Espécies animais – dieta: ácido linoleico prostaglandinas tromboxanos leucotrienos 28/08/2016 5 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Oenothera biennis – Onagraceae Sementes: óleo de prímula Óleo: suplemento alimentar glicerídeos de ácido -linolênico (7-14%) glicerídeos do ácido linoleico (65-80%) Usos adicionais: tratamento tensão pré-menstrual esclerose múltipla mastalgia Dilinoleil--linolenil-glicerol: tratamento da neuropatia e retinopatia relacionadas ao diabetes BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Ricinus communis - Euphorbiaceae ácido oleico ácido ricinoleico oleato 12-hidroxilase PL: fosfolipídio ácido undecenóico Óleo de rícinio: purgante, base de emolientes e fabricação sabões Emprego do óleo para preparação de biodiesel 28/08/2016 6 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados 1. Ácidos graxos Fosfolipídeos: Componentes estruturais de membranas celulares; Constituído por diacil-éster do glicerol 3P: ácido fosfatídico O grupo fosfato pode estar ligado a colina, etanolamina, serina, mioinositol formando fosfatidilcolina , ........ Fosfatidilcolina: lecitina Lipossomos: potencial interesse em sistemas “drug delivery”. PAF (fator agregação plaquetária): ativa plaquetas sanguíneas; contribui para efeitos como trombose, alergias e inflamações. BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados 2. Ceras cuticulares Constituída por longas cadeias alifáticas tais como n-alcanos, alcoóis graxos (1° e 2°), aldeídos e cetonas, ácidos graxos livres e ésteres. Também encontrados: triterpenos e esteróides. Lamela média (pectinas) Parede celular 1ª Cera epicuticular Matriz de cutina Matriz de cutina “embebida” por ceras: Cera intracuticular Capa cuticular: cutina + celulose aderida a lamela média Cutícula (cutina + ceras): Um dos fatores para a conquista do ambiente terrestre 28/08/2016 7 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados Cutícula Constituída por cutina (biopolímero de estéres de ácidos graxos C16 ou C18) e 2 tipos de ceras: epicuticular: depositada sobre a superfície da cutina intracuticular: incorporada a matrix de cutina ...O-(CH2)15-C-O-(CH2)9-CH-(CH2)7-C.... (CH2)7-CH-(CH2)9-O-C-(CH2)7-CH-(CH2)9-O-C.... O... O... Estrutura parcial da molécula de cutina Cutina: Principal constituinte da cutícula que recobre as paredes celulares externas da epiderme dos órgãos aéreos BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Produção (Biossíntese) das ceras 28/08/2016 8 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados Funções da Cutícula A: Redução da perda de água não estomática e difusão de gases; B: Evita acumulação de água e pó; E: Camada fotoprotetora; C: Participa da interação planta-inseto; F: Promove suporte mecânico D: Participa da tradução de sinais para ativação de genes específicos; BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Hidrofobicidadeda cutícula depende da composição relativa das frações de hidrocarbonetos, álcoois e aldeídos (mais relacionada com as ceras); Fig. 3 – Evaporation rates (E) in Whatman paper discs impregnated with constituents separated from foliar epicuticular waxes of species from caatinga and cerrado. Empty symbols correspond to triterpenoids. () ursolic acid, () hentriacontan-16- one, () lupeol, () lupeol + β-amyrin, () epifriedelinol, ()n- alkanes. Values correspond to means ± sd (n = 30), obtained at 25◦C and 65% relative humidity. alcanos são mais eficientes que terpenóides como barreiras a perda de água Oliveira et al. Epicuticular waxes from caatinga and cerrado species and their efficiency against water loss. Anais da Academia Brasileira de Ciências (2003) 75(4): 431-439 28/08/2016 9 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados 3. Poliacetilenos Obtidos pela desaturação de ácidos graxos insaturados Atuam como componentes de defesa nas espécies produtoras Atividades: Inseticida Supressora alimentação de insetos Fitoalexinas Efeitos fototóxicos ácido oleico - 18:1 (9c) ácido linoleico - 18:2 (9c,12c) ácido crepenínico - 18:2 (9c,12a) ácido deidrocrepêninico - 18:3 (9c,12a,14c) 18:3 (9c,12a,14a) 18:4 (9c,12a,14a, 16a) ácido deidromatricaria - 10:4 (2t,4a,6a,8a) -oxidação e isomerização BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Ácidos graxos e derivados 3. Poliacetilenos Ocorrência: especialmente comuns em Asteraceae e Apiaceae; Fungos basidiomicetos Geralmente, substâncias altamente tóxicas cicutoxina Bidens pilosa - Asteraceae 28/08/2016 10 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 + de 10.000 ocorrências em Asteraceae APG-III (2009) POLIACETILENOS BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 aromáticos macrolídeos ácidos graxos sem redução dos grupos ceto todos grupos ceto reduzidos redução/ desidratação -cetoéster hidroxiéster redução desidratação éster conjugado redução éster reduzido Via do acetato-malonato – Policetídeos Biossintetizados pela enzima policetídeo sintase (do inglês: PKS) 28/08/2016 11 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeo sintases Tipos de PKS’s PKS – tipo I: proteínas multifuncionais muito grandes com domínios funcionais individuais, podendo esses ser iterativos ou não. Responsáveis: biossíntese de macrolídeos Unidade iniciadora: Ac-CoA ou Pro-CoA Unidade extensora: Mal-CoA ou Me-Mal-CoA Ocorrem: fungos e bactérias PKS – tipo II: complexo proteínas monofuncionais iterativas. Responsáveis: biossíntese de aromáticos Unidade iniciadora: pode variar Unidade extensora: Mal-CoA Ocorrem: restritas a bactérias Ambos tipos utilizam proteínas carreadoras de grupos acila (ACP) para ativar substratos e realizar crescimento intermediário policetídico. BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeo sintases Propionil-CoA 9x malonil-CoA 15 etapas Doxorubicina Tetraciclinas Acetil-CoA Malonil-CoA Metil-Malonil-CoA Anfotericina B Macrolídeos 4 etapas 28/08/2016 12 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeo sintases Tipos de PKS’s PKS – tipo III: proteínas homodiméricas que empregam os dois sítios ativos funcionalmente independentes para realizar as reações. Responsáveis: biossíntese de vários PN aromáticos Ocorrem: fungos, bactérias e espécies vegetais Unidade iniciadora: variável Unidade extensora: Mal-CoA Subtipos de acordo com o iniciador: Benzoil-CoA: bifenil-sintase (BIS) e benzofenona-sintase (BPS) Coumaroil-CoA: chalcona sintase (CHS) e estilbeno sintase (STS) Antraniloil-CoA: acridona sintase (ACS); ....... Somente utilizam ésteres de CoA ao invés de ACP para realizar crescimento intermediário policetídico. BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeo sintases Evolução das PKS-III Diversidade: relacionada modificações fora da tríade catalítica Reação inicial Descarboxilação do malonil Extensão policetídica influência no tamanho da cavidade do sítio ativo 28/08/2016 13 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Árvore filogenética de PKS-III duplicação e posterior refuncionalização gene chave para explicar a diversidade metabólica Phytochemistry 2009, 70, 1719-1727 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 PKS-III funcionalmente diferentes de CHS Em vermelho os diversos iniciadores empregados pelas PKS-III Phytochemistry 2007, 68, 2831-2846 28/08/2016 14 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeos aromáticos acetil-CoA malonil-CoA poli--cetoéster Caminho B Caminho A ácido orselínico acetofenonas Iniciador: Acetil-CoA BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeos aromáticos 1. Antraquinonas Crisofanol-antrona Crisofanol Aloe-emodina Reína Produzidas por espécies vegetais e fungos Famílias: Fabaceae, Rhamnaceae, Polygonaceae, Xanthorrhoeaceae acetil-CoA malonil-CoA 7x 28/08/2016 15 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeos aromáticos 1. Antraquinonas Senosídeos: Cassia angustifolia e C. senna Estimulam movimento peristáltico do intestino Cascarosídeos: Rhamnus purshianus Reína antrona tautomerismo ressonância Reína diantrona Senosídeo A/B Acoplamento radicalar O-glicosilação BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeos aromáticos 1. Antraquinonas Xanthoria parietina Parietina 28/08/2016 16 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeos aromáticos 1. Antraquinonas Hypericum perforatum – Hypericaceae : Erva de São João: Antidepressivo Emodina Emodina antrona Hipericina Hiperforina Floroglucinol MEP ou MEV BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeos aromáticos 2. Floroglucinóis : precursor aas. Hiperforina 3x malonil-CoA Isobutiroil-CoA Floroisobutirofenona DMAPP DMAPP GPP Isovaleroil-CoA Floroisovalerofenona Deoxiumulona Humulona 3x malonil-CoA Humulus lupulus – Cannabaceae 28/08/2016 17 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeos aromáticos 3. Benzofenonas e Xantonas : precursor benzoil-CoA. benzofenona -mangostin benzoil-CoA malonil-CoA Fenilalanina: chiquimato Distribuídasprincipalmente em Clusiaceae e Gentianaceae preniladas polioxigenadas MEP ou MEV BPS BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Via do acetato-malonato – Policetídeos aromáticos 4. Flavonóides e Estilbenos: precursor coumaroil-CoA. Chiquimato p-coumaroil-CoA 3x malonil-CoA Estilbeno Flavonóide Chiquimato Chiquimato Acetato-Malonato Acetato-Malonato BIOSSÍNTESE MISTA !!! 28/08/2016 18 BIB 0315 – Metabólitos Vegetais: Origem, Diversidade e Aplicações 2016 Referências Bibliográficas • P.M. Dewick, Medicinal Natural Products – A Biosynthetic Approach. 3th Ed., 2009. • L. Beerhues & B. Liu, Phytochemistry 2009, 70: 1719-1727
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