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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CAMPUS FLORESTA CENTRO DE EDUCAÇÃO E LETRAS (CEL) LICENCIATURA EM PEDAGOGIA FICHAMENTO DO TEXTO - GESTÃO EDUCACIONAL: OS DESAFIOS DO COTIDIANO ESCOLAR. Trabalho proposto pelo professor Marcos Cândido, como parte da N1, elaborado pelas acadêmicas: Alberlene de Castro Andriola e Jéssica Castro Guedes. CRUZEIRO DO SUL-AC GESTÃO EDUCACIONAL: OS DESAFIOS DO COTIDIANO ESCOLAR. “No processo histórico de organização e reorganização da sociedade brasileira, as relações de poder dão o tom do avanço ou do retrocesso da democratização da gestão educacional” (p. 243) “O aperfeiçoamento de relações de poder democratiza das e com respeito à cidadania do povo disputa espaço, dia a dia, com as conservadoras políticas de fisiologismo e coronelismo ainda existentes no Brasil.” (p. 243). “O tema gestão está associado aos paradigmas que fundamentam as mudanças conservadores na forma de pensar a sociedade e a gestão educacional.” (p. 244) “Fazem da escola um lugar de aparente autonomia, ao incentivar a solução dos "pequenos Os problemas cotidianos", pelo exercício da criatividade e da busca de parceiros para superação imediata, mesmo que momentânea, das dificuldades encontradas na gestão escolar, deixando claro um certo sentido micro institucional.” (p. 244) “As regras seletivas e burocráticas da administração escolar, hão de ser protestadas com a concepção de uma gestão democrática que se desenvolve dentro da escola, fazendo emergir novas relações de trabalho, socializando o poder, construindo a efetiva participação de todos os segmentos da comunidade escolar” (p. 245) “A forma, alicerçada em forte poder de sedução, promete transformar a escola em um paraíso de realizações, onde todos trabalham com satisfação compartilhando dos mesmos sonhos e partilhando as responsabilidades e os frutos de tão harmonioso trabalho.” (p. 246) “Os professores e funcionários administrativos, grupo que internamente apresenta suas contradições. Os alunos, em alguns casos representados por seus pais, não raras vezes com expectativas diversas quanto a função da escola.” (p. 246) “O que vem sendo posto pelas políticas de governo é o primeiro conceito, como concessão de um poder maior, com o objetivo de envolver as pessoas e buscar aliados de “boa vontade” que se interessem em salvar a escola pública.” (p. 246) “É bastante comprovar que a realidade é grave e precisa ser resolvida, estando a solução nas mãos da comunidade escolar que, na forma de gestão compartilhada, irá buscar os meios possíveis para melhorar o desempenho e a imagem da escola.” (p. 246) “Por isso o projeto político pedagógico, espaço privilegiado para a escola se definir em seus objetivos, sua organização e forma de gestão, não encontra ressonância na gestão compartilhada.”(p. 246-247) “[...] PDE, trata-se de um plano de metas, calcado no pragmatismo dos resultados estáticos e na paranoia da otimização e da eficiência a qualquer custo.” (p. 247) “A linha conceitual do Renageste, divulga na publicação Gestão em rede, enfatiza as parcerias entre o público e o privado, as premiações públicas por méritos em gestão compartilhada, a descentralização da gestão, a cultura do sucesso e a participação das empresas e entidades empresariais tanto para recuperação física das escolas, como para atividades de complementação educacional.” (p. 248) “A bandeira de luta da democratização da gestão defendida pelos movimentos sociais, na proposital confusão de que todos falam a mesma língua e “estão no mesmo barco”, é apropriada pelo discurso oficial, em solene cinismo e atitudes inconsequentes que estão afetando o caráter público da educação como um direito de cidadania, o debate e as experiências exitosas de democratização da gestão, a qualidade e a inclusão social que precisam ser proporcionadas pela escola pública.” (p. 248) “[...] os focos da analise se prenderam a dimensionar, na gestão da escola, o peso das questões pedagógicas e das questões administrativas, separadamente.” (p. 248) “Retrato da Escola, revela dados inquietadores, alguns já nossos conhecidos, acerca da gestão da escola e do sistema educacional, ao tempo em ampla a visão e traz elementos importantes, como o repasse de recursos financeiros, a forma de provimento dos cargos de direção e a caracterização da gestão escolar.” (p. 249) “Dentre outras irregularidades na gestão, ainda na linha de ampliar a abordagem, a consulta “retrato da Escola” indica a demora, ausência ou desvios no repasse dos recursos financeiros para a escola; a falta de prestação de contas das verbas recebidas e aplicadas; professores trabalhando sem a habilitação exigida; excesso de alunos por sala de aula” (p. 249) “ Essas interfaces da gestão educacional com financiamento da educação, formação de professores, organização interna da escola, empiricamente consultadas e diagnosticadas, através de questionário aplicado pela CNTE, são objeto de pesquisa científica realizada pelo laboratório de Psicologia do Trabalho, da Universidade de Brasília, sob a coordenação política da CNTE.” (p. 249) “O objeto central da pesquisa – “Relações de Trabalho e Saúde Mental dos Trabalhadores em Educação” –desmembrou-se em vários relatórios, fruto da riqueza e complexidade do ambiente escolar e das inter-relações estabelecidas entre os diversos componentes e atores da prática educativa. Foi daí que originou-se o relatório sobre gestão escolar, que por sua vez está relacionado com outros relatórios da pesquisa.” (p. 249) “A democratização da gestão produz resultados positivos nos índices de aprovação e permanência do aluno na escola e a participação dos pais, em um processo que não vise à mera cobrança ao professor, mas à efetiva integração no processo de ensino e aprendizagem, contribui para dividir cargas uma carga que muitas vezes pesa enormemente nas costas dos professores. Não são raros os casos, registrados na pesquisa, de professores que tentam até o limite do estresse, integrar pais e mães no processo educativo de seus filhos.” (p. 250) “Finamente, mais dois pontos destacados na organização escolar como consequência da gestão democratizada: a descentralização das decisões e os efeitos positivos na superação da violência externa sofrida pelas escolas.” (p. 250) “Como a hegemonia do projeto é outra, as ações se implementam na direção oposta, embora em alguns momentos com roupagens que confundem. Os resultados que provocam-no interior da escola, além dos outros que já citamos no decorrer da reflexão, estão impactando em outros meandros da política educacional, tal é a investida feita pelos secretários de Educação no tema gestão educacional.” (p. 251) “Primeiro, com certa razão conceitual, eles articulam gestão e avaliação do sistema em um só eixo. Coerente com o que defendem para a gestão, pressupõem a avaliação como um processo impulsionador da produtividade e da competição. [...].” (p. 251) “ Segundo, a questão da formação profissional. Conforme a leitura do MEC e do Banco Mundial, os nossos professores não estão devidamente preparados nem para ensinar, quanto mais para exercer funções de dirigentes ou mesmo participar efetivamente da gestão educacional. [...] O impacto mais negativo produzido por tais programas é o ataque à afirmação da identidade profissional dos trabalhadores em educação.” (p. 251) “Terceiro, a relação com as políticas da qualidade de ensino, vistas como o embate estatístico à evasão e à repetência. Com a recente avaliação dos resultados da declaração Mundial de Educação para Todos, dez anos após Jomtien, o Brasil comemorou índices de matricula, beirando a universalização. [...] Tratar com essa questão desvinculada da gestão escolar é continuar trabalhando sob a batuta dos números pelos números.[...]” (p. 251) “[...] Tratá-la coma implementação de algumas inovações pedagógicas, trazidas pela LDB, como classes de aceleração, ciclos de aprendizagem, progressão parcial, considerando apenas a melhoria do fluxo no sistema e a economia de recursos é maquiar a gravidade do problema. [...]” (p. 251-252) “Portanto, se é na escola que a gestão educacional tem o seu campo primordial de repercussão, considerando ser nesta instituição que se materializam as políticas e programas governamentais para educação, dela retornando para a sociedade, não podemos conceber que tais políticas e programas continuem a ser gestados em gabinetes, ouvindo apenas as imposições do Banco Mundial e longe de construir uma escola pública de qualidade, com profissionais valorizados e gestão democrática, tendo como perspectiva o direito a cidadania e a inclusão social.” (p. 252) “ A escola tem um papel fundamental nesse processo de transformação, que resgata incialmente as nossas referências coletivas e a convicção de que podemos intervir no processo de construção histórica da sociedade.” (p. 252) “Pode parecer muito antes os desafios que temos a enfrentar, mas é pouco diante do que merecemos como “gente que nasceu para ser feliz”. Na verdade, será um dos passos em nossa caminhada pela democratização da sociedade. [...] A concepção política e os desvios da ética enchem os noticiários nacionais.” (p. 253) “Este é o nosso desafio: dar um salto a favor e na direção de superar esta realidade. Olhar a escola, olhar a educação como instrumento de transformação social. E sonhar...sonhar coletivamente com o grande educador Pernambuco Paulo Freire, na esperança e no compromisso “de fazer esse pais, torna-lo sério, democratizá-lo e, assim, defender a vida, construir um sonho e viabilizar o amor”. (p. 254) REFERÊNCIA TEÓRICA: MELO, Maria Tereza Leitão de. Gestão educacional: os desafios do cotidiano escolar. IN: AGUIAR, Márcia Ângela da S., FERREIRA, NauraSyriaCarapete (orgs.). Gestão da educação: Impasses, perspectiva e compromissos. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2006. p. 129-145
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