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Sistemas e Redes de Telecomunicações Capítulo 5 Introdução à Teoria do Tráfego e Comutação João Pires e Adolfo Cartaxo © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 2 Introdução à teoria do tráfego (I) • O objectivo principal da rede telefónica pública comutada consiste em estabelecer circuitos. Os circuitos podem ser comutados ou alugados. • Os circuitos comutados são estabelecidos em resposta às chamadas telefónicas e são dinâmicos. Um circuito comutado suporta um débito de 64 kb/s. • Os circuitos alugados são usados para responder a volumes de tráfego elevados, são implementados com cruzadores (cross-connects), são estáticos e suportam débitos múltiplos de 64 kb/s até 2 Mb/s. Circuito comutado: ligação bidireccional extremo-a-extremo estabelecida por acção do plano de controlo, usando sinalização Circuito alugado: ligação bidireccional extremo-a-extremo estabelecida por acção do plano de gestão © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 3 Introdução à teoria do tráfego (II) • O estabelecimento de circuitos envolve a afectação de recursos da rede (vias de transmissão, equipamento de multiplexagem e comutação etc.). • Número e duração das chamadas telefónicas associadas aos circuitos comutados variam aleatoriamente. a análise e projecto da rede recorre a modelos estatísticos apropriados engenharia de teletráfego Aplicação da engenharia de teletráfego • Dimensionar o número de troncas (circuitos) necessárias numa determinada ligação entre centrais telefónicas que garantem uma determinada qualidade (resposta a pedidos de serviço). por razões económicas, tal é feito com um certo bloqueio (rejeição de alguns pedidos de ligação). © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 4 Características do tráfego telefónico • Variação considerável do número de chamadas com o período de medição e no período de medição. • Utilização de medidas de tráfego na hora mais carregada para analisar e projectar as redes telefónicas: compromisso entre a inteira utilização (incluindo horas de utilização quase nula) e os picos de tráfego de curta duração (resultantes de fenómenos imprevisíveis). HMC © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 5 Tráfego telefónico versus IP • O tráfego telefónico tem uma estatística de Poisson e o tráfego IP tem uma distribuição de Pareto (auto-similar). 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 t unit = 10 ms Pa ck et s/ tim es lo t 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 t unit = 10 ms Pa ck et s/ tim es lo t 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 t unit = 10 s Pa ck et s/ tim es lo t 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 t unit = 10 s Pa ck et s/ tim es lo t Auto-similar Poisson tempo tempo © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 6 Acesso total das centrais telefónicas • Admite-se acesso total das centrais telefónicas: qualquer entrada livre pode ligar-se a qualquer saída livre. • Estabelecimento de um circuito: apresar uma das N troncas de saída e ligá-la a uma das M linhas de entrada. – Se todas as troncas de saída estão ocupadas (activas), a chamada é bloqueada. – Para haver bloqueio é necessário que M>N sistema com concentração partilha de recursos de saída devido à redução de custos. 1 2 3 M 1 2 3 N Saídas (troncas) Entradas (troncas) Modelo de uma central local (comutação de circuitos) © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 7 Definições relacionadas com o tráfego ( ) 1 se a tronca está activa 0 caso contrárioi K t ⎧ = ⎨ ⎩ ( ) 0 T vA m t dt= ∫ • Tráfego instantâneo transportado pela tronca i: • Tráfego instantâneo transportado por um grupo de M troncas: ( ) ( ) 1 M i i m t K t = = ∑ Número de troncas activas num certo instante de tempo • Volume de tráfego transportado por um grupo de M troncas durante um intervalo de tempo de duração T: número médio de chamadas no intervalo de tempo duração média das chamadas v C A C h T h ≡⎧ ⎪= ⋅ ⎨ ⎪ ≡⎩ © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 8 Intensidade de tráfego vA C hA h T T λ⋅= = = ⋅ • Intensidade de tráfego (fluxo de tráfego) • Unidades da intensidade de tráfego: Erlang (E) Tráfego máximo transportado por uma tronca é 1 E a tronca está sempre ocupada durante o período de medida (habitualmente 1 hora) número médio de chamadas por unidade de tempo λ ≡ Taxa de chamadas na HMC varia entre 0.5 (zona rural) e 1.5 (zona muito activa) Taxa de chamadas na HMC: número médio de chamadas realizadas por assinante durante a HMC Duração das chamadas varia entre 3 e 4 minutos Tráfego por assinante 0.025 E ≤ A ≤ 0.1 E © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 9 Funções das centrais telefónicas • Sinalização: responsável por transferir a informação sobre o estado das linhas para o sistema de controlo e por gerar os sinais adequados para estabelecer, manter e terminar ligações (circuitos). – Nos casos em que os caminhos físicos da sinalização e do sinal de voz são os mesmos sinalização em canal associado ou CAS (channel-associated signalling). – Nos casos em que a rede de sinalização é independente da rede de voz sinalização em canal comum ou CCS (common-channel signalling), ex: Sistema de Sinalização n°7. • Controlo: interacção com o equipamento de comutação de modo a responder aos requisitos da sinalização. – O controlo pode ser distribuído ou centralizado. • Comutação: responsável por estabelecer, manter e concluir as ligações físicas (circuitos). • Terminação da linha de assinante:funções ILA © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 10 Tipos de comutação • As centrais de comutação telefónica usam comutação de circuitos e a redes de dados comutação de pacotes • A comutação de circuitos pode ser analógica ou digital. Comutação de circuitos: Na comutação de circuitos estabelece-se uma ligação física entre os intervenientes na chamada, que se mantém durante toda a duração da chamada. Comutação de pacotes: As mensagens trocadas entre os intervenientes na chamada são segmentadas em pacotes, sendo o encaminhamento dos pacotes realizado com base no endereço presente no cabeçalho do pacote. Comutação analógica: A ligação física é mantida continuamente durante toda a duração da chamada. Usa comutação espacial. Comutação digital: A ligação física é mantida de uma forma cíclica só durante o time-slot correspondente a essa chamada. Usa comutação espacial e comutação temporal. Passo-a-passo, Barras cruzadas e Electrónica © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 11 Centrais manuais • Usavam operadores humanos para ligar os circuitos de entrada e saída • O desenvolvimento das redes telefónicas ditou o seu desaparecimento Automatização da comutação Foram usadas na rede telefónica portuguesa até ao início da década de 80. © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 12 Comutação passo-a- passo • A ligação é estabelecida progressivamente ao longo dos diferentes andares do comutador, por acção dos pulsos decádicos gerados pelo telefone. • Cada selector avança uma posição por cada pulso de controlo. O selector pode ser de 1 ou 2 movimentos. Neste último caso, os movimentos ocorrem quer na horizontal quer na vertical. Controlo Progressivo Controlo Distribuído 2 7 5 Sequência de pulsos decádicos Selector #1 275 Selector #2 Selector #3 © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 13 Selector da comutação passo-a-passo • Elemento de comutação básico do comutador Strowger é o selector. • Conjunto de escovas que se movem sobreum conjunto de contactos fixos em resposta directa aos impulsos decádicos do telefone • O movimento na vertical é controlado pelo dígito marcado e o movimento na horizontal é realizado até encontrar uma linha de saída livre. A comutação analógica Strowger foi usada na rede telefónica portuguesa até meados dos anos 90. © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 14 Comutação de barras cruzadas Controlo centralizado: o sistema de controlo armazena os dígitos marcados, processa-os em seguida e gera os sinais apropriados para controlar o comutador no estabelecimento das ligações. • O elemento de comutação parece uma matriz constituída por barras horizontais e verticais que são operadas por electroímanes activados pela corrente gerada pelo sistema de controlo, sendo os pontos de cruzamento estabelecidos pelo contacto mecânico das barras. © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 15 Centrais de Controlo Centralizado • Nas centrais de controlo centralizado o plano de controlo é implementado usando um processador e um programa residente, ou seja é baseado em software. • Nas centrais SPC há uma separação entre o plano de utilizador e plano de controlo. Centrais SPC (Stored Program Control) Matriz de Comutação Sistema de controlo Sistema de controlo Matriz de Comutação Central A Central B Voz sinalização Matriz de Comutação Sistema de Controlo Sistema de controlo Matriz de Comutação sinalização voz Central BCentral A Sinalização em canal associado Sinalização em canal comum (SS7) Os sinais de sinalização e de voz partilham a mesma via de transmissão Tem-se uma rede própria para a sinalização e independente da rede telefónica © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 16 Estrutura de uma central de comutação digital • Uma central de comutação digital local é constituída por duas grandes unidades: Unidade de assinante & concentração (UAC) e unidade do grupo de comutação (UGC). A UAC pode em alguns casos estar fisicamente separada da central local fazendo parte da unidade remota. O equipamento de comutação está situado na unidade de concentração e na UGC. Interface de linha de assinante (1) M ul tip le xa do r Unidade de concentração Bloco do grupo de comutaçãoInterface de linha de assinante (30) Sistema de controlo da central Controlador das interfaces Sin. MF Tons Sin. MF CAS CCS Tronca digital Sistema de gestão Unidade de assinante & concentração Unidade do grupo de comutação Linha analógica As centrais de comutação de troncas incluem só a UGC. Sinais de controlo Linha digital Linha analógica CCS: Common Channel Signaling CAS: Channel Associated Signalling Sistema de Sinalização nº 7 A primeira central digital da rede telefónica nacional foi instalada em 1987 (Carnide) © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 17 Interface de linha de assinante analógico • A estrutura de uma interface de linha de assinante (ILA) analógico é a seguinte: • A alimentação é responsável por alimentar os telefones analógicos com uma tensão –48 V DC. A protecção contra sobre-tensões protege a linha telefónica contra altas tensões (descargas atmosféricas, linhas de alta tensão). O relé de toque é responsável por gerar o sinal de toque de campainha. A unidade de supervisão extrai/insere a informação de sinalização. O híbrido faz a conversão de 2/4 e 4/2 fios. O codificador / descodificador é responsável pela conversão A/D e D/A. O relé de teste permite testar o lacete local e detectar possíveis falhas. Relé de teste de acesso Relé de toque Unidade de supervisão Alimentação de linha Protecção de sobre- tensões Híbrido Descodificador Codificador 64 kb/s 64 kb/s Mux 1 1 30Outras ILAs Controlador de interfaces Extracção de sinalização Outras ILAs Sistema de controlo da central 2 Mb/sAs funções de uma ILA podem sintetizar-se no acrónimo BORSCHT, ou seja alimentação (Battery), protecção contra sobre-tensões (Over- voltage protection), toque de campainha (Ringing), supervisão de linha (Supervision), codificação A/D e D/A (Coding), híbrido (Hybrid ) e vários tipos de teste (Testing). © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 18 Etapas associadas à realização de uma chamada local • As principais etapas são as seguintes: Sinal de aclarar inv.Sinal de aclarar 10 Desliga o equipamento Assinante Chamador Central local Assinante chamado Endereço 4 1 Sinal de apresar 1) Estabelecimento de corrente DC na linha (sinal de apresar). 2) O assinante que requereu o pedido de serviço é identificado e é atribuído a esse assinante uma área de memória (registo). 3) Depois de disponibilizar o registo, a central envia para o assinante chamador o sinal de linha. 4) O assinante marca os dígitos correspondentes ao endereço do destinatário. 5) O sistema de controlo analisa os dígitos e escolhe o circuito de saída apropriado para encaminhar a chamada. Se o circuito de saída estiver ocupado será enviado para o assinante o sinal de linha impedida. 6) Nesta fase são conhecidos os portos de entrada e de saída da matriz de comutação. Para estabelecer um caminho entre o porto de entrada e de saída da matriz de comutação o sistema de controlo deverá enviar para esta um sinal de controlo apropriado. 7) O sinal de chamada é enviado para o destinatário (toque de campainha) e o tom de chamada é enviado para o chamador. 8) O assinante chamado atende, levando ao estabelecimento de uma corrente DC. A conversação pode iniciar-se usando o circuito estabelecido através da matriz de comutação. 2 Identificação de assinante Sinal de linha 3 Atribuição de memória 5 Análise dos dígitos 6 Estabelece o caminho Sinal de chamada 7 Tom de chamada Sinal de resposta 8 Desliga o sinal e o tom de chamada Conversação 9Supervisão © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 19 Comutação espacial • As matrizes de comutação espacial eram usadas nas antigas centrais de comutação analógicas, como também são usadas nas modernas centrais digitais. São ainda usadas como malhas de interligação nos comutadores de alta velocidade (ATM). • Matriz de comutação espacial: consiste numa matriz de pontos de cruzamento, designada por matriz de barras cruzadas. Para ligar N linhas de entrada a M linhas de saída requer NM pontos de cruzamento. 1 2 3 N 1 2 3 M E nt ra da s Saídas Matriz de comutação espacial N×M Ponto de cruzamento N × M 1 2 3 N 1 2 3 M M<N: concentrador M>N: expansor M=N: distribuidor 2×2 1 2 1 2 Elemento de comutação © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 20 Matriz espacial com um único andar • Esta matriz não apresenta bloqueio de interligação (conectividade total) • A complexidade (número de pontos de cruzamento) aumenta com o quadrado da dimensão da matriz (N×N): C(1)=N2 • A eficiência (fracção de pontos de cruzamento activos) decresce inversamente com N: ε=N/C(1)=1/N. • Apresenta baixa fiabilidade (qualquer avaria num ponto de cruzamento implica que uma ligação não se pode efectuar) 1 2 3 4 5 54321 Mapa das ligações 1 2 3 4 5 3 1 5 2 4 E nt ra da s Saídas © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 21 Arquitecturas multi-andar • É desejável encontrar arquitecturas alternativas que garantam conectividade total e ainda que: – permitam caminhos alternativos na malha de comutação (para a aumentar fiabilidade) – partilhem pontos de cruzamento entre as diversas ligações possíveis (para aumentar a eficiência) • Para resolver essas limitações usam-se as arquitecturas multi-andar – Cada andar é composto por sub-matrizes com conectividade total (sem bloqueio) – Possibilidade dos diferentes andares serem realizados por diferentestecnologias © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 22 Arquitecturas com dois andares • As arquitecturas multiandar são baseadas em sub-matrizes sem bloqueio • Só há uma ligação entre as sub- matrizes de andares diferentes • Devido ao número limitado de ligações, as arquitecturas com dois andares introduzem bloqueio de interligação • Fiabilidade reduzida 1 2 3 4 43 1 2 1 3 3 2 2 4 ? 4 1 ? Bloqueio Bloqueio © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 23 Análise da arquitectura com dois andares • Só há uma ligação entre cada sub-matriz do andar de entrada e cada sub-matriz do andar de saída • Para estruturas com dois andares, a complexidade é C(2)=2k(n×k)=2nk2=2N2/n (N: nº linhas de entrada e n: nº entradas da sub-matriz) • Parâmetro adicional: nº total de ligações entre as sub-matrizes do 1º andar e do 2º andar (k2=N2/n2) • Com esta arquitectura aumenta-se a eficiência … • k sub-matrizes no andar de entrada (e no andar de saída). • Cada sub-matriz no andar de entrada tem n entradas N=n×k © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 24 Matriz de comutação espacial com três andares • Os problemas (bloqueio e baixa fiabilidade) da arquitectura de dois andares, resultantes de só ser possível estabelecer uma ligação entre as sub-matrizes de andares diferentes, podem ser ultrapassados usando arquitecturas com três ou mais andares. Matriz espacial com três andares NxN n×k n×k n×k r×s r×s r×s k×n k×n k×n N li nh as d e en tra da N li nh as d e sa íd a r=s=N/n • as N entradas e as N saídas são divididas em sub-grupos de dimensão n e • existem k percursos de uma dada entrada para uma dada saída (um por cada sub- matriz do andar intermédio). #N/n #k #N/n ( ) 2 2(3) 2 2 N N N NC n k k k N n n n n ⎛ ⎞⎛ ⎞= × + × = +⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎜ ⎟⎝ ⎠ ⎝ ⎠ Complexidade © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 25 Bloqueio de interligação • Bloqueio de interligação nulo: é sempre possível estabelecer uma ligação entre uma entrada livre e uma saída livre, independentemente do estado da rede de interligação. • Tipos de matrizes sem bloqueio: – Em sentido estrito: é sempre possível ligar uma entrada livre a uma qualquer saída livre independentemente do conjunto de interligações já estabelecidas e do algoritmo de conexão. – Em sentido lato: é possível ligar uma entrada livre a uma saída livre desde que se use um algoritmo adequado para estabelecer as ligações. – Rearranjáveis: para ligar uma entrada livre a uma saída livre pode ser necessário rearranjar as interligações. © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 26 Teorema de Clos para redes com três andares • Para demonstrar o teorema de Clos, suponha-se que se pretende realizar uma ligação entre uma entrada livre a e uma saída livre b. A pior situação é representada abaixo. As n-1 entradas da sub-matriz a que pertence a estão ocupadas e as n-1 saídas da sub-matriz a que pertence b também estão ocupadas. Além disso, estas 2(n-1) ligações são realizadas através de sub-matrizes do andar intermédio diferentes. • Assim, requer-se uma sub-matriz adicional no andar intermédio, o que perfaz um total de k=2n-1 sub-matrizes intermédias. 1 n-1 2n-2 2n-1 nnxk kxn 1º andar 2º andar 3º andar n-1 saídas do 1ºandar ocupadas n-1 entradas no 3ºandar ocupadas n-1 entradas ocupadas n-1 saídas ocupadas É necessária uma sub-matriz adicional Entrada livre Saída livreb a #k Teorema de Clos Indica o número mínimo de sub- matrizes do andar intermédio que garantem ausência de bloqueio de interligação em sentido estrito: k ≥ 2n-1 © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 27 Probabilidade de bloqueio de interligação • Em muitas centrais de comutação telefónica não são requeridas redes de comutação sem bloqueio em sentido estrito – Por exemplo, os concentradores são dimensionados para proporcionarem algum bloqueio na hora de ponta, tendo presente que os telefones residenciais só estão ocupados em cerca de 10% do tempo na HMC. – Porque não são económicas. • O cálculo da probabilidade de bloqueio pode ser realizado usando o método de Lee – Este método utiliza a teoria dos grafos para representar a matriz de comutação. – O grafo é uma colecção de pontos designados por vértices (sub-matrizes) ligados por linhas designadas por arcos (caminhos entre sub-matrizes). © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 28 Representação de uma matriz espacial por um grafo • Matriz 9x9, com n=3 e k=3 nxk 3 3 3 3 3 39 9 Grafo da matriz Grafo de canal 3 3 3 O grafo da matriz representa as interligações entre as sub-matrizes que são simbolizadas por pontos. O grafo de canal representa só os caminhos usados para estabelecer uma ligação entre uma entrada e uma determinada saída. © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 29 Probabilidade de bloqueio (caminhos alternativos) • O método de Lee baseia-se na independência entre caminhos alternativos e na independência entre a ocupação de arcos da mesma ligação. • Seja pi a probabilidade de ocupação do caminho i. A probabilidade de bloqueio de uma ligação constituída por n caminhos alternativos é dada por npppB ....21= npB = pppp n ==== ....21 © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 30 Probabilidade de bloqueio (caminhos em série) • Seja pi a probabilidade de ocupação do arco i. A probabilidade de bloqueio de uma ligação constituída por n arcos em série é dada por )1).....(1)(1(1 21 npppB −−−−= npB )1(1 −−= pppp n ==== ....21 © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 31 Análise do bloqueio em redes com três andares • Considere-se uma rede com três andares, que é caracterizada por cada sub-matriz do 1º andar ter n entradas e k saídas (k<(2n-1)). • A probabilidade de ocupação em cada andar é obtida dividindo o tráfego total oferecido pelo número de ligações presentes nesse andar. Grafo da rede com três andares ....k 1 2 p p’ p p’ p’ p: probabilidade de ocupação da linha de entrada p’ : probabilidade de ocupação das ligações entre matrizes p n p k′⋅ = ⋅ Principais características • k caminhos entre a entrada e a saída • 2 ligações (ramos) por caminho © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 32 Bloqueio em redes com três andares 2 2[1 (1 ) ] [1 (1 / ) ]k kB p pn k′= − − = − − Probabilidade de bloqueio para a rede com três andares ( ) ( ) Probabilidade dos caminhos estarem ocupados = Probabilidade de um caminho qualquer estar ocupado = Probabilidade de que pelo menos uma ligação no caminho esteja ocupada = 1-Probabilidade d k k B k= ( )21- e que nenhuma ligação no caminho esteja ocupada k p′ ⎛ ⎞ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎝ ⎠ 14444444444444244444444444443 © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 33 Exemplo de probabilidade de bloqueio (1) Matriz de três andares com distribuição no primeiro andar 100 100 10 10 100 100 1000 1000 10 100 10 5 Número de pontos de cruzamento (3) 2.1 10C = × 1000 Aa p p a′= ⇒ = = Tráfego oferecido à matriz, Tráfego oferecido a cada linha de entrada, Número de linhas de entrada, Aa N = 2 100[1 (1 ) ]B p= − − 0.371.7×10-28×10-52.7×10-83.2×10-137.5×10-73B 0.90.80.70.60.50.1p Virtualmente sem bloqueio © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 34 Exemplo de probabilidade de bloqueio (2) Matriz de três andares com concentração no primeiro andar 100 10 10 10 10 100 1000 1000 10 10 10 ( ) ( ) 4 Número de pontos de cruzamento (3) 2 10 100 10 10 10 10 (3) 2.1 10 C C = × × × + × × = × 10 10p p a′ = = 2 10[1 (1 10 ) ]B p= − − 0.390.175.6×10-21.2×10-21.2×10-3B 0.070.060.050.040.03p Quando pé pequeno podem usar-se concentradores para reduzir C(3) Nota: na rede local podem usar-se concentradores porque a varia entre 0.025 E e 0.1 E. Na rede de troncas, a varia entre 0.5 E e 0.7 E, pelo que não se deve utilizar concentração. Factor de concentração 1 n kβ = 1 10 β = © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 35 Comparação da complexidade de matrizes de três andares Probabilidade de ocupação das linhas de entrada: 0.1 2 2(3) 2 com 2 1 NC k N n k n ⎛ ⎞ = +⎜ ⎟⎜ ⎟ ⎝ ⎠ = − Uma ordem de grandeza © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 36 Comutação digital telefónica • A comutação digital também é conhecida por comutação por divisão no tempo, porque neste tipo de comutação o circuito associado a uma conversação só é activado durante o intervalo de tempo correspondente a essa conversação. • Note-se que, neste método, antes da operação de comutação, os canais telefónicos são amostrados à frequência de 8 kHz (o que origina um intervalo de amostragem de 125 μs), codificados com 8 bits e multiplexados para formar um sinal TDM. Comutador Espacial e Temporal 3132 1231 1 trama 3132 1231 1 trama 3132 1231 3132 1231 1 N 1 N O canal 3 (time-slot 3) da linha 1 de entrada é comutado para o canal 31 (time-slot 31) da linha N de saída. A comutação tem lugar quer no domínio do espaço (linha 1 para a linha N), quer no domínio do tempo (do time-slot 3 para o time-slot 31). © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 37 Princípios da comutação temporal • A comutação temporal consiste em transferir o conteúdo de um time- slot para outro time-slot. TS2 TS2 TS7 TS7 Trama #1 Trama #2 TS7 TS7 Trama #1 Trama #2 TS2 TS2 TempoTempo • O conteúdo dos canais de entrada e saída do comutador mantém-se na mesma trama • Atraso de 5 time-slots • O conteúdo dos canais de entrada e saída do comutador é atrasado até à trama seguinte • Se a via de entrada é um E1, 32 canais (time-slots), o atraso introduzido é (32-7)+2 = 27 time-slots O atraso introduzido pode ir de zero até à duração de uma trama menos um time-slot © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 38 Implementação da comutação temporal • A comutação temporal é implementada usando um dispositivo designado por TSI (Time- Slot Interchange). Exemplifica-se em seguida a utilização de um TSI para realizar o intercâmbio de time-slots entre tramas de entrada e tramas de saída. • Implementação (escrita sequencial e leitura aleatória) A B C D E A B C D E Trama#1 Trama#2 DEA C 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 B CA B 1 ⇒ 3 2 ⇒ 5 3 ⇒ 4 4 ⇒ 2 5 ⇒ 1 Padrão de ligações Entrada do TSI Saída do TSI A1 B2 C3 D4 E5 51 42 13 34 25 Contador Memória de endereços E D A C B tempo EDA CB tempo Escrita sequencial controlada pelo contador Leitura aleatória controlada pela memória de endereços Endereço da célula Conteúdo da célula Memória de dados Trama TS# 1 E L tempo Alocação do tempo de escrita (E) e leitura (L) TS# 2 E L TS# 3 E L TS# 4 E L TS# 5 E L ......Escrita pelo sistema de controlo da central © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 39 Dimensão das memórias do TSI (escrita sequencial e leitura aleatória) • Para uma trama da via TDM de entrada com w1 time-slots, e saída com w2 time- slots, cada um com b bits, – Dimensão da memória de dados (w1 células de b bits cada): b × w1 bits – Dimensão da memória de endereços (w2 células de log2 w1 bits cada): w2 × log2 w1 bits A1 . . . Gw1 w11 .2 .. .. 1w2 Contador Memória de endereços G … … … A tempo Escrita sequencial controlada pelo contador Leitura aleatória controlada pela memória de endereços Endereço da célula Conteúdo da célula Memória de dados tempo GA Trama TS#1 TS#w1 … … Trama TS#1 TS#w2… Endereço da célula Conteúdo da célula 1 ⇒ w2... w1 ⇒ 1 Padrão de ligações © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 40 Dimensão máxima do sistema de comutação temporal • A dimensão do sistema de comutação temporal é limitada pelo tempo de acesso à memória. • Para uma trama da via TDM (de entrada e saída) com w time-slots, cada um com b bits, e em que o débito binário por canal é Db – Débito binário do sinal TDM: w·Db bit/s – Duração de cada time-slot: b/(w·Db) – Em cada time-slot dão-se dois acessos à memória (uma operação de escrita e outra de leitura) o tempo de acesso deve verificar ta ≤ b / (2w·Db) 3.8×10-93.1×10-84.9×10-72.0×10-6ta (s) 16384204812832wb = 8 bits Db = 64 kbit/s © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 41 Comutador de intercâmbio de time-slots • Exemplo de aplicação de um comutador de intercâmbio de time-slots (TSI): • As amostras dos diferentes canais (conteúdo dos time-slots) são escritas sequencialmente na memória de dados (com capacidade para 100 octetos). • Os endereços de escrita são gerados por um contador de time slots. • A memória de dados é lida segundo a ordem determinada pelo conteúdo da memória de endereços (ou de controlo). • No exemplo apresentado, para ligar as linhas telefónicas 1 a 99, a posição de memória de endereços nº1 é programada com o número 99 e a posição 99 com o 1. H H H A/D & MUX DMUX & D/A 0 1 99 0 1 99 Trama 0 1 99 10 99 - 99 1 Trama Contador de time-slots 99 1 0 1 99 Memória de endereços Memória de dados Endereço de escrita Endereço de leitura Durante cada time-slot tem lugar uma operação de escrita e uma operação de leitura o tempo de acesso à memória é dado por ta≤125μs/(2w), onde w é o número de canais por trama © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 42 Estrutura básica de um TSI • Estrutura básica de um TSI de 32 canais (w=32) com escrita sequencial e leitura aleatória Memória de dados 32x8 S/P P/S Selector Memória de endereços 32x5 Contador Selector Endereço de leitura Endereço de leitura 8 bits 8 bits 5 bits 5 bits 5 bits Do sistema de controlo da central Endereço de escrita Endereço de escrita 5 bits E/L E/L Endereços 2.048 Mbit/s 32 canais × 8 kHz / canal = 256 kHz Relógio Selecciona a operação de escrita ou leitura E L E L E L TS#1 TS#2 TS#w Controla a leitura da memória de endereços e a escrita da memória de dados A memória de dados e a memória de endereços são implementadas usando RAMs. Cada RAM tem uma entrada, uma saída, um porto de endereços, um porto de comando de escrita / leitura e uma entrada de relógio. © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 43 Comutador digital espacial • Um comutador digital espacial pode ser visto como uma matriz de pontos de cruzamento cuja configuração (estado dos pontos de cruzamento) pode ser alterada de time-slot para time-slot. Esses pontos de cruzamento são implementados usando portas lógicas rápidas, as quais são controladas por memórias (memórias de conexão). 1 2 n 1 2 m 1 w 1 w 1 w O comutador compreende uma matriz nxm e um conjunto de memórias de conexão. As n linhas de entrada transportam vias TDM com w time-slots, enquanto que as m linhas de saída transportam também vias TDM com w time-slots. Os pontos de cruzamento em cada uma das m colunas são controlados por uma memória de conexão com capacidade para armazenar um número de palavras igual ao número de time-slots w. A cada ponto de cruzamento de uma coluna é atribuído um endereço binário único. A dimensão das palavras da memória de endereços deverá ser suficiente para armazenar um endereço binário para cada um dos n pontos de cruzamento de cada coluna, mais um endereço para manter todos os pontos desactivados. São necessários n+1 endereços, cada um identificado por um número binário de log2 (n+1) bits. Memórias de conexão Descodificador deendereços © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 44 Comutação digital espacial (exemplo) • Exemplifica-se na figura abaixo a utilização de um comutador espacial para implementar um determinado padrão de ligações. 1 2 7 1 2 7 Descodificador de endereços Memórias de conexão 010 111 001 1 2 3 w 001 010 111 1 2 3 w 111 001 010 1 2 3 w 1 2 3 w tempo 1 tempo 2 3 w 71 tempo 2 3 w1 2 3 w 1 22 3 21 3 tempo tempo 21 3 1/TS1 → 2/TS1 2/TS1 → 1/TS1 7/TS1 → 7/TS1 7/TS2 → 1/TS2 2/TS2 → 2/TS2 1/TS2 → 7/TS2 1/TS3 → 1/TS3 7/TS3 → 2/TS3 2/TS3 → 7/TS3 Padrão de ligações001 010 111 001 010 111 001 010 111 Sinais TDM de entrada com w time-slots Endereço do ponto de cruzamento © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 45 Arquitecturas de comutação digital • Os comutadores digitais podem ser baseados na matriz espacial digital (andar S), ou no TSI (andar T), ou ainda na combinação de ambos. – Os andares S não podem comutar time-slots o que reduz a sua aptidão para interligar quaisquer dois assinantes. – Por sua vez, a dimensão dos comutadores digitais baseadas em andares T é limitada pelo tempo de acesso às memórias. – Assim, usa-se, normalmente combinações de andares S e T. • As arquitecturas com 2 andares introduzem bloqueio. Para ultrapassar o problema do bloqueio é necessário recorrer a arquitecturas com, pelo menos, 3 andares (Ex: TST ou STS). 15 Comutador Espacial NxN 1 N TSI TSI TSIN 1 2 2 82 15 15 15 Comutador Espacial NxN 1 N TSI TSI TSIN 1 2 2 82 21 20 20 TSI TSI TSI 15 21 15 Arquitectura TS Arquitectura TST [1,2] ⇒ [N,15] [1,8] ⇒ [2,15] Ligações exemplificadas Bloqueio: conflito entre dois time-slots 15 © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 46 Arquitectura STS • As arquitecturas de comutação digital usadas normalmente utilizam três andares. A arquitectura STS usa um andar S (comutador digital espacial), seguido de um andar T (comutador de intercâmbio de time-slots) e termina com um andar S. w time-slots Comutador Espacial k x N 1 N TSI TSI TSIN 1 2 2 82 15 15 Comutador Espacial N x k 8 15 2 15 1 k tempo Trama TS#1 TS#w … … tempo Trama TS#1 TS#w … … tempo Trama TS#1 TS#w … … tempo Trama TS#1 TS#w … … [1,2] ⇒ [N,15] [1,8] ⇒ [2,15] Ligações exemplificadas Factor de concentração: N / k © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 47 Arquitectura TST Comutador Espacial N x N 1 N TSI TSI TSIN 1 2 2 82 21 20 20 TSI TSI TSI 15 21 15 l: # time-slots internosw: # time-slots externos [1,2] ⇒ [N,15] [1,8] ⇒ [2,15] Ligações exemplificadas tempo Trama TS#1 TS#w … … tempo Trama TS#1 TS#l … … tempo Trama TS#1 TS#l … … tempo Trama TS#1 TS#w … … • A arquitectura TST usa um andar T (TSI), seguido de um andar S (comutador espacial) e termina com um andar T. Factor de concentração: w / l © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 48 Interligações numa matriz de comutação TST • Pretende-se estabelecer a interligação: A2/TS10→C1/TS45 2124 Memória de conexão MC-B1 1 2 1 3 MC-B2 MC-B3 10 10 124 124 45 124 124 45 10 45 C1 A1 TSI Memória de dados Memória de endereços Escrita sequencial - Leitura aleatória No time-slot 124 é lido o conteúdo da célula de memória de dados com endereço 10. Escrita aleatória - Leitura sequencial No time-slot 124 é escrita a célula da memória de dados com endereço 45. ME-A1 MD-A1 ME-A2 MD-A2 ME-C1 MD-C1 No time-slot 124 é activado o ponto de cruzamento com endereço 2. Para realizar este tipo de interligações o sistema de controlo escolhe um time- slot livre na matriz espacial. Neste caso o time-slot considerado é o 124. Matriz espacial digital A2 © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 49 Interligações numa matriz de comutação STS • Pretende-se estabelecer a interligação: A1/TS10→C1/TS45 345 Memória de conexão MC-C1 1 2 1 3 2MC-C2 2MC-C3 10 10 45 45 10 Matriz espacial de entrada Memória de dados Memória de endereços No time-slot 45 é lida a célula da memória de dados com endereço 10 ME-B2 MD-B2 ME-B3 MD-B3 No time-slot 10 é activado o ponto de cruzamento com endereço 3 da entrada A1 2 1 2 1 3 2MC-A2 2 MC-A3 10 Matriz espacial de saída A2 A1 A3 3 10MC-A1Memórias de conexão B3 B2 B1 Escrita sequencial - Leitura aleatória C3 C2 C1 45 No time-slot 45 é activado o ponto de cruzamento nº3 da saída C1 © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 50 Equivalentes espaciais analógicos - TSI - TSI tempo Trama TS#1 TS#w … … tempo Trama TS#1 TS#l … … • Descrevem, em termos de matriz de comutação espacial analógica, as estruturas de comutação digital. • Úteis na compreensão do funcionamento dos comutadores digitais e na determinação da sua probabilidade de bloqueio. w × l w 1 2 l 1 2 © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 51 Equivalente espacial analógico - comutador digital espacial - Comutador Digital Espacial N x N 1 N 2 tempo Trama TS# 1 TS#l … … N 1 2 tempo Trama TS# 1 TS#l … … N × N TS#1 N × N TS#2 N × N TS#l © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 52 Equivalente espacial analógico - arquitectura STS - Comutador Espacial k x N 1 N TSI TSI TSIN 1 2 2 Comutador Espacial N x k 1 k tempo Trama TS# 1 TS#w … … tempo Trama TS# 1 TS#w … … tempo Trama TS#1 TS#w … … tempo Trama TS# 1 TS#w … … Teorema de Clos: k ≥ 2N-1 N×k N×k N×k w×w w×w w×w k×N k×N k×N TS#1 TS#2 TS#w TS#1 TS#2 TS#w #1 #2 #k ....k 1 2 p p’ p p’ p’ p N p k′⋅ = ⋅ 2 2 [1 (1 ) ] [1 (1 / ) ] k k B p B pN k ′= − − = − − Grafo de canal © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 53 Equivalente espacial analógico - arquitectura TST - Comutador Espacial N x N 1 N TSI TSI TSIN 1 2 2 TSI TSI TSI tempo Trama TS# 1 TS#w … … tempo Trama TS# 1 TS#l … … tempo Trama TS#1 TS#l … … tempo Trama TS#1 TS#w … … Teorema de Clos: l ≥ 2w-1 w×l w×l w×l N x N l×w l×w l×w #2 TS#2 ....l 1 2 p p’ p p’ p’ p w p l′⋅ = ⋅ 2 2 [1 (1 ) ] [1 (1 / ) ] l l B p B pw l ′= − − = − − Grafo de canal #1 #N TS#1 TS#l N x N N x N #2 #1 #N l: # time-slots internosw: # time-slots externos © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 54 Exemplos de centrais digitais Fabricante Designação Ano de Introdução Aplicação Número de linhas As dimensões do comutador digital espacial aumentam com o quadrado do número de linhas de entrada / saída as matrizes espaciais são implementadas em vários andares estruturas TSSST (EWSD) ou TSSSST (4 ESS) Toll = Inter-urbano ESS = Electronic Switching System EAX = Electronic Automated eXchange © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 55 Central de comutação EWSD Principais sub-sistemas: • CP (call processor) • CCNC (common channel network control) • DLU (digital line unit) • SN (switching network) • Espaço requerido com 10 000 linhas: 35 m2 DLU Unidade de assinante e concentração SN Bloco do grupo de comutação CP103: máximo de 22000 call attempts na HMC CP112: máximo de 60000 call attempts na HMC CP113D: máximo de 106 call attempts na HMC CP113C: máximo de 6×106 call attempts na HMC CP113E: máximo de 10×106 call attempts na HMC Estrutura da SN TSSST Capacidade ≅ 30 000 Erlang © João Pires e Adolfo Cartaxo Sistemas e Redes de Telecomunicações (07/08) 56 Estrutura simplificada da rede DSLAM Modem xDSL Filtro Filtro Parsimétrico R P Repartidor principal ATM ADM ADM ADM ADM ATM ISP Internet Router IPComutador ATM Central de Trânsito Rede telefónica Rede de transporte Central (ou estação) Local Central de Comutação Digital Internet Service Provider
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