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Ressonância Magnética Nuclear Aula 03- Princípios Físicos: Propriedades Intrínsecas do Átomo de Hidrogênio. Profª Ms. Sabrina Passoni Maravieski 2020/1 Tecnologia em Radiologia 6° Período (Noturno) Átomos e o Corpo Humano: Os principais átomos que compõem o tecido humano são: hidrogênio, oxigênio, carbono, fosforo, cálcio, flúor, sódio, potássio, e nitrogênio. Todos estes, exceto o H possuem p+ n em seu núcleo. O Átomo de Hidrogênio (H1): O próton do Hidrogênio: Partícula com carga elétrica positiva; Possui momento de giro-Spin (l ou ml): esse pode assumir dois valores +1/2 e -1/2. Estes valores chamamos de estados. Todos os átomos possuem o mesmo valor para a rotação nuclear? Na natureza são encontrados números limitados de valores para “l”, ou seja, este valor é quantizado a determinados valores distintos. Esses valores dependem do número exato de prótons e nêutrons contidos no núcleo. Todos os elementos (exceto argônio e cério), possuem no mínimo, um isótopo natural que possui spin. Assim, quase todos os elementos podem ser examinados por IMR (Brown et al, 2001). Há três grupos de valores para o spin: l=0 l=1,2 e 3 l =1/2, 3/2 e 5/2. Se o núcleo possuir número par de prótons e nêutrons, l=0, esse núcleo não interage com o campo magnético externo e não pode ser estudado por IMR. O próton: Possui momento magnético (μ): se comporta como um pequeno imã (magneto). É uma pequena esfera carregada, a qual possui uma aceleração. Toda carga elétrica acelerada produz um campo magnético em seu redor. Os Spins e o Tecido Biológico: O corpo humano possui uma temperatura média é de 36,5 °C sofrem a ação do campo magnético natural da Terra, cujo valor é 3,0 x 10-5 T. Sob a ação deste campo, os spins dos prótons do átomo de hidrogênio (e demais átomos constituintes do corpo humano) estão distribuídos de forma aleatória, pois trata-se de um campo extremamente fraco. Ou seja, sob a ação do campo magnético terrestre, os spins não possuem uma direção definida. Essa distribuição aleatória, faz com que a magnetização resultante de um volume de tecido seja igual a zero (M=0). Dizemos que este é o estado de equilíbrio. A Magnetização do Tecido: Spins sob ação de um campo magnético externo Quando o paciente fica posicionado no interior do magneto, ele fica sob a ação de um campo magnético externo (B0) de 1,5 T (por exemplo). Os spins dos prótons do hidrogênio irão se alinhar ocupando apenas dois estados de energia permitidos (2l +1): paralelamente ao campo (estado de menor energia, mais estável) ou antiparalelamente ao campo (estado de maior energia, menos estável). Efeito Zeeman: A diferença de energia entre os dois estados A Equação de Distribuição de Energia: Equação de Boltzmann Quantitativamente, quem prevê quantos spins se alinham paralelamente ou antiparalelamente ao campo externo aplicado, é a equação de Boltzman: Outros fatores que contribuem para a magnetização do tecido: A energia térmica de um núcleo é determinada pela temperatura do paciente. Essa temperatura é um dos fatores que fazem com que ocorra a orientação ou não dos spins com o campo. Outro fator que contribui para magnetização é o meio (µ0). Ex: temperaturas elevadas e meios diamagnéticos não são ideais. É natural que o estado de mínima energia seja o preferido pelos spins. Logo, um maior número de spins irá se alinhar paralelamente ao campo. Por exemplo, para cada 107 prótons antiparalelos, haverá 107 + 7 prótons paralelos. E este 7 prótons livres é que contribuem para formação da imagem em RMN. Movimento de Precessão: Equação de Larmor Os spins não se alinham todos de forma “retinha” com o campo. Na tentativa do alinhamento com o campo magnético externo, surge um movimento denominado de precessão. Nesse movimento, os prótons descrevem órbitas circulares no extremo superior. B0 Movimento de Precessão: Equação de Larmor A velocidade desse movimento pode ser caracterizada pela frequência de Larmor (ω0), a qual quantifica a frequência de precessão do próton (número de voltas a cada segundo). Ela não é constante, pois depende do valor do campo magnético externo aplicado (B0) conforme a equação de Larmor: Onde: ϒ é a constante giromagnética para o Hidrogênio 42, 58 MHz/s. Essa frequência de precessão é importante devido sua relação com o fenômeno de ressonância. Pois núcleos com precessão podem ganhar energia por ressonância quando submetidos a campos eletromagnéticos adequados (LUFKIN, 1990). Vetorialmente, como ocorre a magnetização resultante? O campo magnético externo aplicado está disposto na direção “z”. Como a maioria dos spins estão alinhados para cima, é normal que a resultante da magnetização dos spins seja para cima. Pois não há como cancelar todos os spins. Relação da formação da imagem com a magnetização dos spins Em uma imagem digital de RMN a menor unidade é o voxel. Este é da ordem de 1,0 mm3 ou mais (depende da resolução do aparelho). O efeito combinado das orientações dos spins dos prótons representam uma magnetização resultante. Essa magnetização resultante é a soma vetorial de todos os vetores magnetização ao longo de uma eixo, neste caso, no eixo “z”. Um voxel representa essa magnetização resultante (M0) somente em uma direção (ao longo de B0). Problema: Apesar de todos os spins precessarem com a mesma frequência angular (frequência de Larmor), não existe coerência de fase entre estas frequências, isto é, não há magnetização resultante no plano transversal (em x, y). Na prática, isso significa que não termos sinal detectável durante o exame. Solução: Mediante excitação dos prótons, isto é, fornecendo energia ao movimento precessional, a fim de que mude de direção o vetor magnetização. Como fazer isso? Aplicando pulsos de radiofrequência (RF). Atividades de Fixação: 1) Todos os átomos que constituem o corpo humano possuem propriedades importantes como o spin que, sob ação do campo magnético externo da RMN podem emitir sinais específicos. Porém o átomo de hidrogênio possui propriedades diferenciadas, comparadas com os demais átomos do corpo humano. Quais são estas? 2) Desenhe um átomo de hidrogénio e em seguida o próton do seu núcleo com seu momento de spin e seu momento magnético. 3) Qual é a origem do momento magnético de um partícula com carga, assim como o próton de hidrogênio? 4) Como estão distribuídos os momentos magnéticos dos prótons dos átomos de hidrogênio à uma temperatura corporal média de 36,5° C e sob a ação do campo magnético terrestre de 3,0 x 10-5 T. E como é a magnetização resultante de um volume de tecido nestas condições? 5) Quando o paciente fica posicionado no interior do magneto, ele fica sob a ação de um campo magnético externo (B0) de 1,5 T (por exemplo), como se comportam os spins dos prótons do hidrogênio? 6) A diferença de energia entre o estado de menor energia e o de maior energia é explicado por qual fenômeno? Como esta grandeza se comporta com relação ao campo magnético externo aplicado? 7) Como se quantifica os spins que se alinharão paralelamente e antiparalelamente sob a ação de um campo magnético externo? 8) Do ponto de vista prático da formação de imagem em ressonância magnética nuclear, qual é proporção dos spins que contribuirão para a formação da imagem? 9) Porque a temperatura e o meio influenciam na magnetização dos spins? 10) Juntamente com o movimento de alinhamento ou não alinhamento dos spins com o capo magnético externo, qual outro movimento surge? 11) O que é a frequência de Larmor e porque ela é importante para a IRM? 12) Como ocorre a magnetização resultante em um volume de tecido? Relacione esta grandeza com o voxel e aIRM? 13) Por que, apesar de todos os spins precessarem com a mesma frequência angular (frequência de Larmor), não temos sinal detectável durante o exame. Ou seja, todo esse fenômeno ainda não é o suficiente pra gerar uma IRM? Qual seria a solução para tal problema?
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