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DESCRIÇÃO Tipos de magnetos e aparelhos que existem no mercado de trabalho, vantagens e desvantagens de cada equipamento, fluxo do paciente de ressonância magnética (RM). PROPÓSITO Apresentar a maneira adequada de se trabalhar num setor de Ressonância, em relação à postura em algumas situações, conhecimento técnico dos aparelhos e protocolos seguidos pelo serviço. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever as características dos equipamentos e o fluxo de trabalho para a realização do exame MÓDULO 2 Identificar os principais exames realizados, principais indicações médicas e seus respectivos protocolos INTRODUÇÃO Atualmente, temos no mercado de trabalho modelos (aberto, fechado, baixo campo e alto campo) e fabricantes (Siemens, GE, Philips etc.) de aparelhos de RM diferentes. É necessário conhecer os pontos fortes e fracos de cada um desses equipamentos, com a finalidade de se obter o melhor resultado diagnóstico para o cliente. A realização do exame de RM é sacrificante para algumas pessoas, por exemplo, crianças, obesos e claustrofóbicos. Assim, ter o domínio de todos os processos envolvidos na realização de um exame e passar segurança para o paciente é muito importante. MÓDULO 1 Descrever as características dos equipamentos e o fluxo de trabalho para a realização do exame Imagem: Shutterstock.com TIPOS DE MAGNETOS Podemos dizer que o aparelho de ressonância magnética funciona como um ímã gigante, que, através de um campo magnético, alinha os prótons de hidrogênio, sendo esse campo mantido através de um magneto. Veremos, então, os tipos de magnetos e suas principais características. SUPERCONDUTORES Os magnetos supercondutores são capazes de gerar um alto campo magnético, entre 1,5 e 3,0 Tesla (T). Isso é muito bom, pois, como consequência direta, teremos imagens com excelente sinal. Por outro lado, são aparelhos que necessitam ser refrigerados pelo hélio na forma líquida para mantê-lo frio. Com a troca de calor, o hélio é consumido, o que vai acarretar num reabastecimento periódico, gerando um alto custo para a empresa. RESISTIVOS São magnetos capazes de gerar apenas baixos campos, entre 0,2 e 0,5 Tesla. São alimentados por corrente elétrica ambiente e não necessitam da refrigeração através do hélio liquido. Este tipo de magneto pode ser ligado e desligado pelo operador. PERMANENTES São magnetos que também só conseguem gerar baixo campo magnético e, como os resistivos, não necessitam de hélio líquido. Possuem um baixo custo de manutenção em relação aos outros. CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS APARELHOS Podemos dividir os aparelhos de ressonância em 2 blocos: Imagem: Shutterstock.com. Aparelho de ressonância magnética de campo fechado. RM fechada, aparelhos de 1,5 a 3,0T (alto campo) Possuem magnetos supercondutores. Geram as melhores imagens. Realizam, praticamente, todos os exames (difusões, perfusões e exames funcionais). Exames com tempo de aquisições menores. Equipamento mais caro e com maior custo de manutenção. Pior para realização de pacientes claustrofóbicos, obesos e crianças. Requer mais atenção com as normas de segurança. Imagem: Shutterstock.com. Aparelho de ressonância de campo aberto. RM aberta, aparelhos de 0,2 a 0,5T (baixo campo) Possuem magnetos resistivos ou permanentes. Geram imagens com menor relação sinal-ruído. Não realizam todos os exames. Exames mais longos. Menor custo de manutenção. Mais confortável para pacientes claustrofóbicos e obesos. ATENÇÃO Vale a pena lembrar que os aparelhos de alto campo necessitam da refrigeração com o elemento hélio líquido, já que possuem magnetos supercondutores. Isso faz com que o custo para manter esse tipo de aparelho cresça muito, já que esse hélio vai sendo “consumido” pelo aparelho com o passar do tempo, até que seja necessária uma nova recarga, e isso realmente é muito caro. Os aparelhos de baixo campo, com magnetos resistivos ou permanentes, não necessitam utilizar o hélio como criogênico. Atualmente, existe outra modalidade de aparelho de ressonância chamada de RM de extremidades, que é voltada exclusivamente para os exames articulares. Este é um aparelho mais compacto, onde não há necessidade que o paciente entre no gantry. Parece um aparelho portátil, com um pequeno gantry, e somente a articulação em estudo entrará nesse orifício. O aparelho vem acompanhado de uma cadeira modular que pode ser posta em várias posições, dependendo do exame que o paciente irá realizar. Foto: Flavio Leandro Gomes. Aparelho de RM de extremidades. Os aparelhos de extremidades também consomem hélio, porém numa quantidade muito menor do que um aparelho de alto campo fechado. Este ainda é um tipo de aparelho pouco encontrado nos serviços de radiologia de modo geral. Nesse tipo de aparelho, iremos realizar as seguintes articulações: JOELHO COTOVELO DEDO PUNHO TORNOZELO PÉ COMENTÁRIO De modo geral, existe uma tendência em que todos os aparelhos de RM estão ficando mais amplos, com aberturas (gantry) maiores para facilitar a realização do exame. Esses aparelhos vêm ajudando muito, principalmente na realização do procedimento com pacientes obesos, claustrofóbicos e crianças. De fato, o aparelho está com uma aparência muito mais amigável. BOBINAS EM RM As bobinas (antenas) possuem como principal função receber o sinal de RM liberado pelo paciente. Devemos sempre priorizar a utilização da menor bobina possível, desde que a região anatômica em estudo caiba, com o objetivo de gerar um sinal amplificado ao máximo. Trabalhar com uma boa bobina traz resultados excelentes para o nosso exame. Temos bobinas dos mais variados modelos e com números de canais diferentes. Quanto mais canais, melhor o sinal da nossa imagem, acarretando numa possibilidade de alcançarmos uma melhor resolução espacial. Quando se começa um exame com um bom posicionamento do paciente e a escolha da bobina ideal, temos tudo para obter excelentes imagens, mas, em contrapartida, se o posicionamento não está bom e a escolha da bobina não foi a mais adequada, será mais difícil obter excelentes imagens. Podemos classificar as bobinas de RM quanto ao seu mecanismo de emitir e receber sinal: TRANSMISSORAS Produzem pulsos rápidos e intensos de RF em intervalos de tempo determinados, ou seja, emitem sinal. RECEPTORAS Medem a intensidade do sinal de RM dos tecidos. Recebem sinal. A maioria das bobinas em um sistema de RM são receptoras. TRANSCEPTORAS Bobinas que exercem as duas funções, recebem e emitem sinal. Normalmente, são superiores às demais e capazes de gerar as melhores imagens. Outra classificação das bobinas é quanto à sua forma de utilização: BOBINA DE CORPO Normalmente, é instalada no gantry do aparelho. Possui grandes dimensões, sendo utilizada nos exames em que necessitamos de uma ampla área de visão. BOBINA DE SUPERFÍCIE Normalmente, são flexíveis e se ajustam à estrutura anatômica em estudo, apresentando-se em diversos tamanhos e, como já falamos anteriormente, devemos sempre utilizar a menor bobina possível, com a intenção de amplificar o sinal da nossa imagem. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Foto: Flavio Leandro Gomes Bobinas de superfícies grande e pequena. Foto: Flavio Leandro Gomes. BOBINA DE QUADRATURA Duas ou mais bobinas de superfície, conjugadas de forma que se obtenha, simultaneamente, o sinal de uma mesma região. Foto: Flavio Leandro Gomes. Bobinas de cérebro. Foto: Flavio Leandro Gomes. BOBINAS DE FASE Várias bobinas de pequenas dimensões que trabalham de forma conjugada. Também são chamadas de bobinas de arranjo, e temos a possibilidade de se trabalhar com as partes que mais nos interessam na bobina. Isso faz com que se concentre mais o sinal na área de interesse. SALA DE COMANDO Este é o local onde ficam os profissionais, realizando (comandando) o exame. É uma sala à parte, com um computador e um console, separada da sala de exame por um vidro que possibilita a visualização do paciente todo o tempo. É na salade comando que vamos decidir a rotina e o protocolo que iremos realizar para cada paciente, assim como também as sequências e parâmetros de ajustes. Foto: Flavio Leandro Gomes. Console. SALA DE GRADIENTES Além da sala de exames e sala de comando, temos a sala de gradientes. É o local onde fica o coração do aparelho, com seus computadores superpotentes. Foto: Flavio Leandro Gomes. Armário de gradientes. Dentro da sala de exames, além do aparelho de RM e suas respectivas bobinas, também podem estar presentes uma bomba infusora e um carro de procedimento anestésico. Esses componentes não fazem parte do aparelho, mas são acessórios importantes na realização de um exame mais preciso e seguro. Dentro da sala de exames, além do aparelho de RM e suas respectivas bobinas, também podem estar presentes uma bomba infusora e um carro de procedimento anestésico. Esses componentes não fazem parte do aparelho, mas são acessórios importantes na realização de um exame mais preciso e seguro. Foto: Flavio Leandro Gomes. Bomba infusora. BOMBA INFUSORA Importante para que se tenha uma maior precisão da injeção do contraste. Ela é responsável pelo volume, velocidade e continuidade dos meios de contraste. Foto: Flavio Leandro Gomes. Carro de anestesia. CARRO DE ANESTESIA Muito importante para a realização dos procedimentos anestésicos e no auxílio, caso ocorra alguma intercorrência com o paciente durante a realização do exame. Tanto a bomba infusora quanto o carro de anestesia devem ser compatíveis com a ressonância magnética quanto à segurança, não podendo, assim, conter materiais ferromagnéticos. PREPARAÇÃO PARA O EXAME Antes de iniciar o exame, o paciente passa por uma triagem e responde a uma ficha de anamnese. Assim, podemos concluir se o paciente tem alguma contraindicação ao método e à administração ao meio de contraste, se necessária. Todas as perguntas presentes na anamnese visam à realização de um exame mais seguro e mais específico, dependendo da indicação clínica e dos sintomas apresentados pelo paciente. Abaixo, alguns exemplos de perguntas importantes que sempre estão presentes na ficha de anamnese: Imagem: EnsineMe. É recomendado que todos os pacientes utilizem a roupa fornecida pelo serviço de radiologia para a realização do exame, independentemente da região do corpo examinada. Com isso, conseguimos assegurar que o paciente não entrará na sala de exames com algum material que não seja compatível com a RM. Imagem: Shutterstock.com SAIBA MAIS Na maioria dos serviços, normalmente, é recomendado um jejum de aproximadamente 3 horas, para que se possa evitar eventuais náuseas, caso seja necessária a injeção do meio de contraste. Uma exceção é o exame de colângio-RM, onde se faz necessário um tempo maior de jejum, de aproximadamente 8 horas. Foto: Flavio Leandro Gomes. Scalp. A injeção do meio de contraste será realizada por enfermeiro do serviço. Nos exames mais simples, como articulações e coluna vertebral, o acesso venoso pode ser realizado através de scalp, método mais fácil e rápido. Foto: Flavio Leandro Gomes. Jelco. Já nos exames mais complexos, como abdômen, angios e perfusões, o mais aconselhado seria a utilização de jelco, pois nesses casos vamos precisar de uma injeção mais rápida e precisa e o acesso com jelco nos permite trabalhar com mais segurança. VOCÊ SABIA No acesso com jelco, somente o silicone fica introduzido na veia do paciente e isso transmite muito mais conforto para ele e menor risco de se perder esse acesso, além de possibilitar uma injeção com maior fluxo de contraste e solução salina. Sabendo a região do corpo que será examinada, vamos posicionar o paciente da maneira mais confortável possível e escolher a bobina mais apropriada para a realização daquele exame. Aproveitamos esse momento também para comunicar ao paciente como é o exame e como ele deve se comportar, além de oferecer protetores auriculares e uma campainha de alarme, caso ele precise se comunicar com o operador. Imagem: Pixabay Abafador. É muito importante deixar claro para o paciente que é possível ele se comunicar a qualquer momento. Isso pode parecer uma informação irrelevante, mas passa muito mais tranquilidade para o paciente. Durante a realização do exame, é possível que um acompanhante fique dentro da sala com o paciente. Essa é uma solicitação muito comum, feita pelos pacientes com algum tipo de claustrofobia e ansiedades. Todavia, o acompanhante deve cumprir todas as exigências de segurança, inclusive o preenchimento da ficha de anamnese. Nos casos em que o paciente não consegue, por algum motivo, permanecer no aparelho, por exemplo crianças e pacientes claustrofóbicos, o exame de RM pode ser realizado com um procedimento anestésico. Dessa forma, o exame será todo o tempo acompanhado por um médico anestesista e devemos ressaltar que todo o material utilizado no procedimento deverá ser compatível com o método. A entrada de qualquer material metálico ou não compatível com a RM pode provocar um acidente durante a realização do exame. DICA É recomendado que durante todo o exame o paciente seja monitorado visualmente e verbalmente, a fim de se evitar qualquer intercorrência. O registro do paciente no aparelho deve ser feito com muita atenção, para que não haja nenhum equívoco na hora de ingressar com os dados no aparelho, como nome completo, data de nascimento, sexo, peso e, nos equipamentos mais novos, até altura. Após todas essas etapas, vamos decidir o protocolo que será utilizado naquele paciente. Normalmente, vão existir protocolos específicos para cada indicação médica ou patologia. Pode acontecer de iniciarmos o exame com um determinado protocolo e, durante a realização, seja necessário alterá-lo, incluindo ou excluindo alguma sequência. PROTOCOLO Protocolo é um conjunto de sequências com parâmetros específicos para um determinado exame. Irá variar de serviço para serviço e, muitas vezes, até de médico para médico. javascript:void(0) ASSISTA AO VÍDEO A SEGUIR E CONHEÇA AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS EQUIPAMENTOS DE CAMPO ABERTO. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS APARELHOS DE ALTO CAMPO UTILIZAM MAGNETOS: A) Permanentes. B) Supercondutores refrigerados a nitrogênio. C) Resistivos. D) Supercondutores refrigerados a hélio líquido. E) Permanentes e resistivos. 2. NA PREPARAÇÃO DO PACIENTE PARA O EXAME DE RM, PODEMOS AFIRMAR QUE: A) As normas de segurança podem ser desprezadas. B) É proibida a presença de acompanhante na sala de exame. C) Oferecer protetores auriculares é completamente desnecessário. D) A ficha de anamnese dever ser preenchida com atenção. E) Não é recomendado que o paciente troque de roupa. GABARITO 1. Os aparelhos de alto campo utilizam magnetos: A alternativa "D " está correta. Somente magnetos supercondutores refrigerados a hélio são capazes de gerar um alto campo magnético. 2. Na preparação do paciente para o exame de RM, podemos afirmar que: A alternativa "D " está correta. A ficha de anamnese é um importante instrumento de segurança e prevenção de intercorrências no setor de RM, não podendo nunca ser desprezada. MÓDULO 2 Identificar os principais exames realizados, principais indicações médicas e seus respectivos protocolos AVANÇOS EM RESSONÂNCIA Imagem: Shutterstock.com O exame de ressonância magnética é, praticamente, utilizado em todas as partes do corpo humano. É um exame excelente para demonstrar as estruturas anatômicas, devido ao seu grande contraste tecidual, e surpreendente, com uma excelente resolução espacial, na maioria dos casos. Não podemos esquecer que com a evolução dos aparelhos nos últimos anos, o tempo para a realização de um exame de RM baixou drasticamente. É muito comum se trabalhar com um tempo médio de aproximadamente 20 minutos para a realização de cada exame. COMENTÁRIO Estar dentro de um aparelho de RM não é muito confortável para várias pessoas e, sendo assim, fazer o exame num tempomenor favorece esse grupo de pessoas e provavelmente resulta em imagens melhores também, pois precisamos da colaboração delas. Quanto mais tempo a pessoa passar dentro aparelho, mais ansiedade ela tem, com tendência de colaborar cada vez menos. É claro que realizar um exame mais rápido vai proporcionar, ainda, um maior número de exames feitos pelo serviço de RM. PRINCIPAIS EXAMES DE ROTINA REALIZADOS NOS SERVIÇOS DE RM RM DO ENCÉFALO ‒ ROTINA Excelente exame para visualização do parênquima cerebral. No exame de crânio, é muito comum que se faça necessária a injeção do meio de contraste. PRINCIPAIS INDICAÇÕES Como principais indicações, temos: Acidente Vascular Encefálico (AVC). Esclerose múltipla. Pesquisa de tumores. Cefaleia. Doenças inflamatórias. Foto: Flavio Leandro Gomes SAGITAL T1. Foto: Flavio Leandro Gomes AXIAL FLAIR. Foto: Flavio Leandro Gomes CORONAL T2. Além das indicações básicas vistas acima, nas rotinas dos exames do sistema nervoso central podem aparecer algumas outras solicitações, tais como: Sequência de difusão. Perfusão. Sequências funcionais (BOLD). RM DO CONDUTO AUDITIVO INTERNO (CAI) Este é um tipo de exame que, mesmo estando inserido no encéfalo, possui uma rotina diferente, com cortes bem finos, direcionados para o ouvido interno. Normalmente, realizam-se sequências 3D para se fazer um pós-processamento MPR (reconstrução multiplanar), sendo comum a administração de contraste. Foto: Flavio Leandro Gomes. CAI ‒ sequência T2 3D. PRINCIPAIS INDICAÇÕES Como principais indicações, temos: Hipoacusia (perda parcial ou total da acuidade auditiva). Pacientes com indicação de desequilíbrio e tonturas. Zumbidos no ouvido. Tumores locais. RM DA HIPÓFISE Exame que também está inserido no encéfalo, mas com um protocolo diferenciado, direcionado para a sela turca. Exame sempre realizado com o meio de contraste e, na maioria das vezes, com sequências dinâmicas (sequências repetidas de maneira rápida para se observar a chegada do meio de contraste na hipófise). PRINCIPAIS INDICAÇÕES Como principais indicações, temos: Disfunções hormonais. Pacientes com déficit de crescimento. Tumores como microadenoma e macroadenoma hipofisários. RM DAS ÓRBITAS Exame com protocolo específico, com angulações e marcações dos planos orientados pelo nervo ocular. ATENÇÃO A órbita fica próxima dos seios maxilares, e a presença de ar pode acarretar no surgimento de alguns artefatos. Estar próxima da boca, onde pode haver alguma prótese nos dentes, pode gerar outros artefatos também. Durante a realização desse exame, é muito importante que o paciente mantenha os olhos fechados, com o globo ocular parado, para se evitar a degradação das imagens com o surgimento do artefato de movimento. PRINCIPAIS INDICAÇÕES Como principais indicações, temos: Perda parcial da visão. Alterações visuais de modo geral. Diplopia (visão dupla). RM DO ENCÉFALO COM ESPECTROSCOPIA Neste caso, iremos realizar uma rotina de encéfalo, seguida de uma espectroscopia. A espectroscopia pode ser realizada individualmente (univoxel) ou com aquisição numa região maior (multivoxel). Esta última, normalmente, adquirida nos casos de tumores. A espectroscopia se apresenta através de um gráfico com a demonstração dos valores desses marcadores. ESPECTROSCOPIA Estudo da concentração de alguns marcadores neurológicos presentes no metabolismo cerebral. Os principais marcadores são: NAA ‒ N-acetil aspartato (marcador neuronal). Co ‒ Colina (proliferação de membrana celular). Cr ‒ Creatinina (ATP – energia celular). javascript:void(0) Mi ‒ Mio inositol (armazenamento de difosfato). Foto: Flavio Leandro Gomes Espectroscopia univoxel. Foto: Flavio Leandro Gomes Espectroscopia multivoxel. PRINCIPAIS INDICAÇÕES Como principais indicações, temos: Investigação de síndromes como Alzheimer e Parkinson. Crise convulsiva. Tumores. Crianças com história de hiperatividade. ASSISTA AO VÍDEO A SEGUIR E OBSERVE A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO ENCÉFALO COM ESPECTROSCOPIA, AS PARTICULARIDADES DA TÉCNICA E COMO SE DÁ O DIAGNÓSTICO POR ESPECTROSCOPIA. RM DO TÓRAX Excelente para visualização do mediastino, gânglios, tumores e massas em geral. COMENTÁRIO Já para avalição do parênquima pulmonar, a RM não seria um método muito promissor, devido a pouca quantidade de hidrogênio nos pulmões. RM CARDÍACA Atualmente, essa é uma das áreas que mais se desenvolve quando o assunto é RM. A utilização de acoplamento (gating) facilitou e melhorou a qualidade das imagens obtidas. A partir do aperfeiçoamento dessas sequências, se conseguiu reduzir bastante os artefatos gerados pela contração do coração e o deslocamento de sangue pelas suas cavidades. A colaboração do paciente durante a realização desse exame também é de vital importância para se conseguir adquirir boas imagens diagnósticas. Este é um exame muito específico e, por algumas vezes, se faz necessária a presença de um especialista em cardiologia. Exame de excelência para visualização das alterações morfológicas, funcionais e de viabilidade cardíaca. Este último, com auxílio da administração do contraste intravenoso (gadolínio). Foto: Flavio Leandro Gomes. Coração – eixo curto. RM DA COLUNA VERTEBRAL Este seria um dos exames que mais aparecem no nosso dia a dia, em especial a região lombar. Muito solicitado nos casos de compressão medular, hérnia de disco, artroses, estreitamento de canal e pós-operatório. Nos casos em que o paciente relatar história de trauma, se faz necessária a realização de uma sequência ponderada em STIR ou T2 com supressão de gordura. Nos exames pós-operatórios, se faz necessária a administração do meio de contraste. ATENÇÃO Tipo de exame divido em três colunas: coluna cervical, coluna dorsal (torácica) e coluna lombo- sacra (lombar). Cada uma dessas partes constitui um exame diferente. Caso seja solicitado um exame completo da coluna vertebral, teremos que fazer esses três exames. Foto: Flavio Leandro Gomes Planejamento e marcação dos cortes axiais da coluna lombar. RM DAS ARTICULAÇÕES Exame também muito presente na rotina de um serviço, já que a ressonância magnética é excelente para visualização de edemas, ligamentos, meniscos e tendões. Dentre todas as articulações, os exames que mais aparecem no nosso dia a dia seriam os de ombro e joelhos. OMBRO JOELHO OMBRO Exame simples e rápido, porém devemos ter muita atenção na orientação dos cortes e planos, já que são completamente diferentes dos planos ortogonais do corpo humano. JOELHO Sem dúvida alguma é a articulação que mais aparece no nosso dia a dia e devemos sempre dar ênfase na visualização dos meniscos, ligamento patelar, ligamento cruzado anterior e ligamento cruzado posterior. INDICAÇÕES Como principais indicações dos exames articulares, temos bursites, tendinites, torsões, traumas, fraturas, doenças degenerativas e doenças ligamentares. ARTRO-RM Exame de ressonância magnética das articulações, porém realizado com contraste intra- articular. Neste caso, o médico injetará o gadolínio na articulação em estudo com um leve procedimento anestésico local. Normalmente, essa injeção será guiada por um aparelho de ultrassonografia ou de radioscopia. Isso ajudará o médico a ter precisão, se realmente está injetando o contraste na cavidade intra articular. As principais articulações onde são realizadas as artro-RMs: Joelho. Ombro. Quadril. Punho. Cotovelo. Tornozelo. A Artro-RM possui algumas vantagens sobre a RM convencional, destacando-se o delineamento dos compartimentos intra-articulares e as estruturas internas da articulação em estudo. DICA Como principais indicações para a realização de uma Artro-RM aparecem: Lesões ligamentares. Lesões de cartilagem, labrum, menisco e cápsula interna. Corpos estranhos no interior da articulação. Foto: Flavio Leandro Gomes Artro-RM do joelho – Plano axial. RM DO ABDÔMEN Exame que evoluiu muito com o surgimento dassequências rápidas (single shot), realizadas com o auxílio de apneia pelo paciente. Isso também facilitou a realização de um estudo dinâmico, após administração do contraste, permitindo, então, a realização das fases arterial, venosa e tardia. COMENTÁRIO Nos casos em que os pacientes não conseguem colaborar com a realização de apneia, podemos realizar o exame com a utilização do acoplamento respiratório (gating) na aquisição das imagens. O único problema é que o tempo para se adquirir essas imagens é substancialmente mais longo. Exame de excelência para visualização morfológica do fígado, rins, glândula suprarrenal pâncreas e baço. Foto: Flavio Leandro Gomes CORONAL T2. Foto: Flavio Leandro Gomes AXIAL T1. Foto: Flavio Leandro Gomes AXIAL T2. Nessa região, encontram-se alguns exames mais específicos, por exemplo, a colângio-RM, uro-RM e entero-RM: COLÂNGIO-RM Estudo das vias biliares. Normalmente, é um exame realizado sem contraste, porém com necessidade da realização de um jejum mais longo (6 a 8 horas). URO-RM Estudo das vias urinárias (rins, ureteres e bexiga). Normalmente, realizado com contraste e se apresenta na maioria das vezes com preponderância no plano coronal. ENTERO-RM Estuda o intestino e se faz necessária a realização de um preparo mais rigoroso pelo paciente. RM DA PELVE Exame muito solicitado nas mulheres, para visualização do útero e ovários, pois nas indicações aparecem muitos casos de endometriose, miomas e massas pélvicas de modo geral. Já nos homens, a principal indicação é a suspeita de câncer de próstata. ATENÇÃO Nos exames de pelve, é muito comum a utilização do contraste intravenoso e, às vezes, também se faz necessária a administração de uma medicação, para diminuir os movimentos peristálticos, pois essas podem degradar as imagens gerando algum tipo de artefato, por exemplo, o artefato de movimento. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) RM DAS MAMAS Quase 100% dos exames de mama são realizados em mulheres, mas existem alguns poucos casos de ser solicitado para um homem. Exame realizado numa posição (decúbito ventral) que não é muito cômoda para a paciente e, por isso, tentamos sempre realizá-lo de modo rápido e eficiente. INDICAÇÕES Como principais indicações aparecem os tumores, nódulos e visualização da integridade das próteses mamárias. Nos casos de suspeita de tumor, o uso do gadolínio é indicado e, como pós-processamento, podemos adquirir mapas coloridos e gráficos de captação do contraste na lesão. Foto: Flavio Leandro Gomes AXIAL T1. ANGIO-RM (RM DOS VASOS – ARTÉRIAS E VEIAS) Exame que pode ser realizado com ou sem contraste, dependendo da área em estudo. Quando com contraste, utilizamos uma sequência T1 3D gradiente, já quando é realizado sem contraste, temos as possibilidades de realizar uma sequência TOF (time of flight) ou uma sequência PC (phase contrast). T1 3D GRADIENTE Técnica utilizada nas angios com a administração do meio de contraste, devido ao seu rápido tempo de aquisição e a possibilidade de se adquirir boas reconstruções ‒ MPR (reconstrução multiplanar) e MIP (projeção de intensidade máxima). TOF Técnica que vai depender da direção do deslocamento do sangue no vaso. Sendo assim, a nossa marcação (slices) deverá estar sempre perpendicular a esse fluxo. PHASE CONTRAST Técnica que vai depender da velocidade do fluido em deslocamento, onde normalmente a velocidade do sangue arterial é maior do que a do sangue venoso. Como principais indicações, aparecem obstruções vasculares, más-formações, aneurismas e tromboses. Foto: Flavio Leandro Gomes Angio de crânio ‒ TOF. Foto: Flavio Leandro Gomes Angio de carótidas com contraste. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. PODEMOS AFIRMAR QUE: A) Nunca injetaremos contraste num exame de crânio. B) Uma angio-RM pode ser realizada com ou sem contraste. C) A RM é um excelente método para visualização de doenças do parênquima pulmonar. D) Uma angio-RM só pode ser realizada com contraste. E) Uma angio-RM só pode ser realizada sem contraste. 2. EM RELAÇÃO AO EXAME DA REGIÃO ABDOMINAL, PODEMOS AFIRMAR QUE: A) Só pode ser realizado com apneia. B) Nunca deve ser realizado sem apneia. C) Nunca vamos utilizar o meio de contraste intravenoso. D) Não necessitamos da colaboração do paciente. E) Podemos realizar sequências com apneia e sequências com respiração livre. GABARITO 1. Podemos afirmar que: A alternativa "B " está correta. A utilização do contraste em exames de angio-RM vai depender da indicação médica e área examinada. 2. Em relação ao exame da região abdominal, podemos afirmar que: A alternativa "E " está correta. Dependendo da situação em que o paciente se encontra e das sequências que vamos realizar, podemos utilizar sequências com respiração livre ou apneia. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS É imprescindível que se conheça bem o aparelho com que trabalhamos. Todos os aparelhos possuem pontos positivos e negativos e, ao conhecê-los, fica mais fácil adquirir as melhores imagens possíveis para aquele determinado exame. Também é muito importante que se conheça o serviço de RM como um todo, pois o setor de RM é um local com algumas restrições e um acidente fatal pode ocorrer em qualquer momento. Podemos lembrar a imensa importância de se conhecer os protocolos básicos em ressonância, assim como as principais patologias e as indicações médicas para determinados exames. Com essas informações, conseguiremos obter exames com imagens melhores e mais específicas da região para a qual o exame foi solicitado. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS NÓBREGA, A. I. Técnicas em Ressonância Magnética Nuclear. São Paulo: Atheneu, 2006. WESTBROOK, C.; ROTH, C. K.; TALBOT, J. Ressonância Magnética: aplicações práticas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. EXPLORE+ Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia: Tratado de Posicionamento Radiográfico e Anatomia Associada, de Bontrager e Lampignano. CONTEUDISTA Flavio Leandro Gomes CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);
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