Buscar

Asma: Definição, Epidemiologia e Diagnóstico

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Alice Bastos 
Asma 
Definição 
Asma é uma doença inflamatória crônica das vias 
aéreas inferiores, caracterizada por um aumento da 
responsividade dessas vias a diferentes estímulos, com 
consequente obstrução ao fluxo aéreo, de forma 
recorrente e, tipicamente, reversível. 
Epidemiologia 
No Brasil, a prevalência média de sintomas de asma 
(broncoespasmo) em adolescentes é de cerca de 20%; 
As hospitalizações e a mortalidade estão diminuindo na 
maioria das regiões, em decorrência do maior acesso 
ao tratamento; 
Em 2018, o número de internações por asma no Brasil 
de aproximadamente 87 mil; 
A asma não controlada possui alto impacto social e 
custo muito elevado para as famílias e para o sistema 
de saúde; 
→ Portadores de asma grave não controlada 
procuram 15 vezes mais as unidades de 
emergência médica e são hospitalizados 20 
vezes mais que os asmáticos moderados. 
Fenótipos 
Asma alérgica: geralmente começa na infância e está 
associada a uma história passada e/ou familiar de 
doença alérgica (eczema, rinite alérgica ou alergia a 
alimentos ou medicamentos) com inflamação 
eosinofílica das vias aéreas; 
Asma não alérgica: ocorre em adultos e o perfil celular 
pode ser neutrofílico, eosinofílico ou conter apenas 
algumas células inflamatórias; 
Asma de início tardio: ocorre pela primeira vez na vida 
adulta e geralmente os pacientes são refratários ao 
tratamento com corticosteroides; 
Asma com limitação do fluxo de ar: alguns pacientes 
com asma há muito tempo desenvolvem limitação fixa 
do fluxo de ar devido à remodelação da parede das vias 
aéreas; 
Asma com obesidade: pacientes obesos com asma 
apresentam sintomas respiratórios proeminentes e 
pouca inflamação eosinofílica das vias aéreas. 
Diagnóstico 
O diagnóstico da asma é feito com a identificação de 
critérios clínicos e funcionais (variação e limitação ao 
fluxo aéreo), obtidos com a anamnese, exame físico e 
exames de função pulmonar (espirometria); 
Alguns achados do paciente que tem asma são: 
→ Sibilos, dispneia, tosse, cansaço aos esforços, 
aperto no peito; 
→ Sintomas que pioram à noite ou pela manhã; 
→ Sintomas variam de intensidade ao longo do 
tempo; 
→ Sintomas mais frequentes em vigência de 
infecções virais de vias aéreas; 
→ Sintomas são desencadeados por exposição a 
alérgenos, exercício, mudanças climáticas, 
riso, choro ou ainda por irritantes 
respiratórios, como fumaça ou cheiros fortes; 
Frequentemente, os indivíduos com asma apresentam 
exame físico normal no período entre as crises; 
Quando é anormal, normalmente o indivíduo 
apresenta sibilos expiratórios à ausculta pulmonar; 
Outros achados observados em pacientes com asma 
não controlada: chiado no peito, tempo expiratório 
prolongado e tiragem intercostal. 
Exames de função pulmonar 
ESPIROMETRIA 
A espirometria é o exame de função pulmonar 
recomendado na avaliação dos indivíduos com 
suspeita de asma; 
→ Além de identificar limitação ao fluxo aéreo 
expiratório, permite avaliar a sua 
reversibilidade, sendo essencial para o 
diagnóstico e acompanhamento; 
É um exame realizado com o paciente sentado, no qual 
uma inspiração máxima é seguida por uma expiração 
completa rápida e vigorosa em um segundo (VEF1) e da 
Alice Bastos 
capacidade vital forçada (é o volume máximo de gás 
exalado com o esforço máximo); 
O volume expiratório forçado no primeiro segundo 
(VEF1) pós-broncodilatador é o melhor parâmetro 
espirométrico para avaliar a reversibilidade da 
limitação ao fluxo aéreo, ou seja, a resposta ao 
broncodilatador, bem como avaliar as mudanças em 
longo prazo da função pulmonar; 
→ Esse VEF1 diminui com a piora clínica da 
obstrução aérea e aumenta com o tratamento 
bem sucedido; 
→ Deve ser utilizada para determinar o grau de 
obstrução e acompanhar a avaliação do 
paciente; 
Em adultos com sintomas respiratórios típicos de asma, 
a observação de um aumento ou um decréscimo do 
VEF1 de mais de 12% do valor basal e superior a 200 
mL é compatível com asma; 
Um VEF1 reduzido em termos absolutos pode ser visto 
em outras doenças, inclusive não obstrutivas, bem 
como com uma manobra expiratória inadequada; 
A redução da razão entre o VEF1 e a capacidade vital 
forçada (CVF) indica limitação ao fluxo aéreo; 
→ O valor da razão VEF1/CVF é geralmente 
superior a 0,75-0,80 em adultos e maior que 
0,90 em crianças; 
• Valores inferiores a esses são 
compatíveis com distúrbio obstrutivo; 
A decisão de iniciar o tratamento na falta de avaliação 
funcional pulmonar deve levar em conta a 
probabilidade de asma, conforme os achados clínicos e 
a urgência do tratamento; 
A espirometria deverá ser solicitada logo que possível. 
BRONCOPROVOCAÇÃO 
É uma ferramenta útil para diagnosticar asma em 
pacientes com fluxo aéreo basal normal; 
É usado para identificar ou excluir hiperresponsividade 
das vias aéreas em pacientes com apresentações 
atípicas (ex.: paciente com espirometria basal normal, 
sem limitação do fluxo aéreo); 
Nesse exame, um estímulo provocativo (ex.: 
metacolina inalada) é usado para estimular a 
broncoconstrição; 
Um teste positivo, identificando hiperresponsividade 
brônquica, não é totalmente específico para asma; 
No entanto, resultados falsos negativos são incomuns, 
e um teste negativo realizado em um paciente sem 
terapia de controle para asma exclui de forma confiável 
o diagnóstico de asma. 
MEDIDA DO PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO (PFE) 
O pico de fluxo expiratório (PFE) é um exame que 
apresenta menos acurácia do que a espirometria, 
podendo ser utilizado quando esta não está disponível 
É medido durante uma expiração breve e vigorosa, 
usando um dispositivo; 
Serve para avaliar a variabilidade da obstrução e auxilia 
na monitorização clínica e na detecção precoce de 
crises, especialmente em pacientes com baixa 
percepção dos sintomas de obstrução; 
Pico de fluxo reduzido em uma única determinação 
feita no consultório, não é específico para obstrução do 
fluxo aéreo e pode ser observado em outros processos 
pulmonares; 
Por outro lado, um fluxo de pico reduzido que melhora 
em mais de 20% aproximadamente 10 a 20 minutos 
após a administração de um broncodilatador de ação 
rápida fornece evidências de suporte que favorecem o 
diagnóstico de asma; 
→ Já de acordo com o GINA, a variação maior do 
que 10% em adultos documenta a 
variabilidade da obstrução da via aérea. 
Exames complementares 
Radiografia de tórax: deve ser solicitada na avaliação 
diagnóstica inicial, especialmente em fumantes, para 
diagnóstico diferencial; 
Hemograma: útil para excluir anemia como causa ou 
fator agravante de dispneia, bem como identificar 
eventuais anormalidades da série branca (ex.: 
eosinofilia); 
→ Porcentagens ou contagens de eosinófilos 
acentuadamente elevadas podem ser 
decorrentes de asma alérgica; 
Investigação da sensibilização IgE específica: é 
realizada através de testes cutâneos de leitura 
imediata, com extratos alergênicos padronizados ou 
dosagem de IgE sérica específica; 
Alice Bastos 
→ Os testes cutâneos são, na prática clínica, o 
método mais utilizado devido à facilidade de 
execução, resultados rápidos, alta 
sensibilidade e menor custo.

Outros materiais