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Asma brônquica afeta 1-18% da população em diferentes países, mas 16% dos adultos com diagnóstico recente de asma podem ter remissão clínica (ausência de sintomas ou de medicação para asma por pelo menos 1 ano) em até 5 anos. Doença heterogênea caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas e associada à hiperreatividade das vias aéreas a estímulos diretos e indiretos, em geral, há história de sintomas respiratórios (sibilos, falta de ar, aperto no peito e tosse) que variam em tempo e intensidade. Essa condição se mantém mesmo com os sintomas ausentes ou função pulmonar normal, e está associado a limitação variável do fluxo aéreo expiratório que pode se tornar persistente ao longo do curso da doença. Essas variações podem ser desencadeadas por fatores como exercício, exposição a alérgenos ou irritantes, mudanças no clima ou infecções respiratórias virais, assim, os pacientes podem ter crises episódicas (exacerbações) que podem ser fatais. A asma é responsável por cerca de 15 milhões de consultas médicas ambulatoriais por ano e por 2 milhões de internações hospitalares anuais, assim, os custos estimados anuais diretos e indiretos do atendimento à asma são mais de US$ 55 bilhões. uma região do cromossomo 17q21, no locus para ORMDL3, um membro de uma família de genes que codifica proteínas transmembranares reticuloendoplasmáticas, tem sido associada repetidamente à asma que se inicia na infância. A asma tem cerca de 60% de hereditariedade, ou seja, os fatores genéticos e ambientais são importantes em sua etiologia. G E N É T I C A L A Y A N E S I L V A Asma alérgica Asma não alérgica Asma de início tardio Asma com limitação persistente do fluxo aéreo Asma com obesidade Grupos de características demográficas, clínicas e/ou fisiopatológicas, mas não se correlacionam com processos patológicos específicos ou respostas terapêuticas. Existem muitos fenótipos clínicos de asma, entre eles estão: Inicia na infância, está associada com história pessoal ou familiar de alergia (eczema, rinite alérgica ou alergia alimentar/medicamentosa), revela inflamação eosinofílica das vias aéreas no exame do escarro induzido, tem boa resposta ao tratamento com corticoides inalatórios (ICS). Asma não associada à alergia, mostra perfil celular do escarro neutrofílico, eosinofílico ou com poucas células inflamatórias, tem menor resposta a CI a curto prazo. Ocorre pela primeira vez na vida adulta, principalmente em mulheres, que tendem a ser não-alérgicos e requerem doses mais altas de CI ou são refratários ao tratamento com corticoides - deve-se descartar a asma ocupacional, que é adquirida devido a exposições no trabalho. Limitação do fluxo aéreo persistente ou incompletamente reversível em função da remodelação da parede das vias aéreas. Pacientes com obesidade e asma tem sintomas respiratórios proeminentes e inflamação das vias aéreas pouco eosinofílica. F E N Ó T I P O S D A A S M A É um transtorno muito comum, menos comum nas meninas e, após a puberdade, é mais comum em mulheres do que em homens, atinge 8% dos adultos dos EUA, tem início antes dos 25 anos, mas pode se desenvolver em qualquer época da vida. A prevalência mundial de asma aumentou mais de 45% desde 1970, na última década a prevalência de chiado em crianças aumentou em 0,1% por ano, além disso, essa prevalência aumentou muito em países que adotaram um estilo de vida “industrializado”, independentemente de fatores genéticos, em função da exposição a uma maior diversidade de micróbios ambientais em uma fase precoce da vida. E P I D E M I O L O G I A Síndrome clínica de etiologia desconhecida, caracterizada por 3 componentes: (1) episódios recorrentes de obstrução das vias aéreas, que regridem espontaneamente ou como resultado do tratamento; (2) resposta broncoconstritora exagerada a estímulos que têm pouco ou nenhum efeito nos indivíduos não asmáticos, um fenômeno conhecido como hiper‐responsividade das vias aéreas; e (3) inflamação das vias aéreas, definida por vários critérios. F I S I O P A T O L O G I A na asma crônica grave, ocorre hipertrofia e hiperplasia das glândulas das vias aéreas e células secretoras da superfície epitelial e glandular, e hiperplasia do músculo liso das vias aéreas. em alguns casos, pode haver espessamento da parede dessas vias de magnitude suficiente para aumentar a resistência ao fluxo aéreo e estimular a responsividade das vias aéreas. A asma leve é caracterizada por edema, hiperemia da mucosa, e infiltração da mucosa com mastócitos, eosinófilos e linfócitos que exibem o fenótipo TH2, como resultado desses estímulos inflamatórios, acoplados com a deformação mecânica do epitélio pela constrição da musculatura lisa das vias aéreas, a parede dessas vias é espessada pelo depósito de colágeno tipos III e V abaixo da membrana basal verdadeira. Durante uma crise asmática, a parede das vias aéreas está acentuadamente espessada e há oclusão focal das vias aéreas em função de uma mistura de muco hiperviscoso e agregados de células epiteliais descamadas pelas vias aéreas - assim, a obstrução episódica das vias aéreas resulta do estreitamento da luz das vias aéreas ao fluxo de ar. Sabe-se que a asma está associada à infiltração das vias aéreas por células inflamatórias, e pontua-se 3 mecanismos possíveis para a obstrução reversível aguda das vias aéreas nas crises de asma, são elas: (1) constrição da musculatura lisa secundária à liberação local de mediadores bioativos ou neurotransmissores, (2) espessamento do epitélio e (3) presença de líquido no lúmen das vias aéreas. Além disso, supõe-se uma associação com mediadores broncoativos que causariam a obstrução das vias aéreas no paciente asmático e uma relação com o estreitamento crônico das vias aéreas (remodelamento da parede das vias aéreas) em função da presença de células inflamatórias nas vias aéreas dos asmáticos. P A T O L O G I A Em uma crise de asma, ocorre obstrução em todos os níveis das vias aéreas; à medida que a crise regride, essas alterações revertem — primeiramente nas grandes vias aéreas e em seguida nas vias aéreas mais periféricas - assim, quando uma crise de asma regride, as taxas de fluxo normalizam‐se inicialmente em um volume elevado da capacidade vital, e apenas posteriormente num volume baixo na capacidade vital. Durante uma crise aguda de asma, o estreitamento das vias aéreas pode ser tão grave a ponto de resultar em fechamento das vias aéreas, com cada unidade pulmonar individual se fechando em um volume próximo ao seu volume máximo, causando uma alteração da curva de pressão‐volume, de tal maneira que, para um determinado volume de gás contido no tórax, ocorre redução da retração elástica, o que, por sua vez, deprime ainda mais as taxas de fluxo expiratório. A fase expiratória da respiração se torna ativa, pois o paciente procura forçar a saída de ar dos pulmões, consequentemente, a pressão pleural máxima durante a expiração pode atingir 20 a 30 cm H2O acima da pressão atmosférica. As pressões pleurais baixas durante a inspiração tendem a dilatar as vias aéreas, enquanto as pressões pleurais elevadas durante a expiração tendem a estreitá‐las, assim, as amplas oscilações de pressão + alterações mecânicas nas paredes das vias aéreas causam resistência ao fluxo de ar expiratório muito maior do que ao fluxo aéreo inspiratório. A frequência respiratória costuma ser alta, gerando taquipneia em função da estimulação dos receptores intrapulmonares, com efeitos subsequentes sobre os centros respiratórios centrais (estreitamento das vias aéreas + fluxo de ar rápido = elevada sobrecarga mecânica sobre a bomba ventilatória) - se crise grave pode haver aumento exacerbado do trabalho respiratório causando fadiga dos músculos respiratórios. Quanto à troca gasosa, a natureza focal do estreitamento das vias aéreas asmáticas resulta em má distribuição da ventilação (V) com relação à perfusão pulmonar (Q), que induz hipoxemia arterial - além disso, a hiperpneia da asma provoca hiperventilação com PCO2 arterial baixa. a eficáciados antagonistas dos receptores dos leucotrienos ou do inibidor da síntese na asma persistente crônica levou à conclusão de que os leucotrienos são importantes mas não são os mediadores exclusivos da resposta asmática. altos níveis de NO + ânion superóxido podem formar produtos tóxicos de oxidação que podem lesar as vias - pacientes com asma tem altos níveis de NO em seu ar expirado, que diminuem após tratamento com corticoides. Acetilcolina: liberada dos nervos motores intrapulmonares causa constrição dos músculos lisos das vias aéreas através da estimulação direta dos receptores muscarínicos do subtipo M3. Histamina: ou β‐imidazoliletilamina, agente broncoativo endógeno potente liberado pelos mastócitos das vias aéreas (fonte pulmonar de histamina) que atua na obstrução delas. Leucotrienos: derivados da lipoxigenação do ácido araquidônico liberado dos fosfolipídios da membrana das células‐alvo durante ativação celular, para produção dos leucotrienos cisteínicos é necessário conteúdo proteico e enzimático formado por 5‐lipoxigenase, proteína ativadora da 5‐lipoxigenase e sintase da LTC4. Mastócitos, eosinófilos e macrófagos alveolares têm capacidade enzimática de produzir cisteinil leucotrienos (LTCD4 e LTD4 - agonistas da contração dos músculos lisos das vias aéreas) a partir dos fosfolipídios da membrana, e leucócitos polimorfonucleares produzem apenas LTB4 (molécula quimioatraente). Lipoxinas: lipoxigenases duplas, produtos do metabolismo do ácido araquidônico, infrarreguladoras endógenas das respostas inflamatórias, são diminuídas nas vias aéreas se asma grave. Óxido nítrico: produzido enzimaticamente pelas células epiteliais das vias aéreas e por células inflamatórias no pulmão asmático, o NO livre tem meia‐vida de segundos nas vias aéreas e é estabilizado pela conjugação de tióis para formar RS‐NO, ambos tem ações broncodilatadoras e tem papel homeostático. M E D I A D O R E S D A R E S P O S T A A S M Á T I C A A G U D A M A N I F E S T A Ç Õ E S C L Í N I C A S L A Y A N E S I L V A A L T E R A Ç Õ E S F I S I O L Ó G I C A S Obstrução das vias aéreas induzida por constrição da musculatura lisa, espessamento do seu epitélio ou líquido livre na luz das vias aéreas causa aumento da resistência ao fluxo aéreo e redução da velocidade de fluxo na capacidade vital. H I S T Ó R I C O Asma ocupacional: causada por exposições ocupacionais. Asma agravada pelo local de trabalho: asma preexistente que é exacerbada pela exposição no local de trabalho. na síndrome da disfunção das vias aéreas reativas, uma exposição grande conduz ao fenótipo asmático persistente. Durante uma crise de asma aguda, os pacientes apresentam dispnéia, que é influenciada pela natureza aguda da crise, acompanhada de tosse, sibilo e ansiedade, ela pode ocorrer induzida por exercício, após ingestão de AAS, após exposição a um alérgeno específico (asma extrínseca) ou sem razão intrínseca (asma intrínseca). Existem variantes de asma que podem incluir sintomas como: tosse, rouquidão, incapacidade de dormir à noite ou dispneia quando exposta a rápidas mudanças na temperatura e na umidade do ar inspirado - por isso, na entrevista é essencial identificar estímulo desencadeante, potencial para exposições ocupacionais. L A Y A N E S I L V A SANGUE: pode-se observar eosinofilia no sangue periférico, níveis séricos elevados de IgE - podem ser realizados testes de imunoadsorção específicos (RAST), que medem IgE direcionada contra antígenos agressores específicos - concentrações séricas de aminotransferases, desidrogenase lática, creatina quinase muscular, ornitina transcarbamilase e hormônio antidiurético podem estar elevadas. ESCARRO: pode ser claro ou opaco, com coloração esverdeada ou amarelada. contém eosinófilos, cristais de Charcot‐Leyden (lisofosfolipase dos eosinófilos cristalizada), espirais de Curschmann (moldes bronquiolares compostos de muco e células), ou corpúsculos de Creola (agregados de células epiteliais das vias aéreas com cílios identificáveis). E X A M E F Í S I C O SINAIS VITAIS: durante uma crise de asma aguda, há frequência respiratória alta (25-40 incursões respiratórias por minuto), taquicardia e pulso paradoxal (queda inspiratória exagerada na pressão sistólica) - valor maior que 15 mmHg indica ataque de gravidade moderada - e a oximetria revela saturação de oxigênio próximo a 90%. EXAME DO TÓRAX: durante uma crise aguda, há uso de musculatura acessória da respiração, a pele sobre o tórax pode estar retraída nos espaços intercostais durante a inspiração, tórax hiperinsuflado, fase expiratória prolongada em relação à fase inspiratória, hipertimpanismo do tórax com perda da variação normal na macicez pelo movimento diafragmático, frêmito toracovocal diminuído, sibilos mais altos na expiração (polifônicos), roncos sugestivos de secreções livres na luz das vias aéreas, estertores e perda da intensidade ou ausência do murmúrio vesicular se obstrução grave do fluxo aéreo. A C H A D O S L A B O R A T O R I A I S FUNÇÃO PULMONAR: durante episódio de asma há redução das taxas de fluxo aéreo na capacidade vital, pico do fluxo expiratório (PFE), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e o fluxo máximo na metade da expiração (FMME). Quando a crise regride, o PEF e VEF1 aumentam para valores normais e o FMME permanece deprimido e só normaliza após um período prolongado de tratamento. NO EXALADO: a fração de NO• no ar exalado (FENO) está elevada, uma concentração de 15 partes por bilhão é um nível conveniente e confiável que pode ser usado para distinguir indivíduos sem asma de pacientes com asma não tratada. GASOMETRIA ARTERIAL: se asma grave, observa-se hipoxemia e hipcapnia, com PaO2 entre 55-70 mmHg e 25-35 mmHg, inicialmente há alcalose respiratória, em crises longas, o pH se normaliza por uma acidose metabólica compensatória. A C H A D O S D E I M A G E M podem ser identificadas complicações da asma grave como: enfisema subcutâneo, pneumomediastino e pneumotórax RADIOGRAFIA: se asma grave, há hiperinsuflação, como indicado pela depressão do diafragma e por campos pulmonares anormalmente transparentes. ELETROCARDIOGRAMA: pode haver taquicardia sinusal, desvio do eixo elétrico para a direita, bloqueio do ramo direito e “P pulmonar” ou até mesmo anormalidades na onda ST‐T podem surgir na asma grave e regredir quando a crise cessa. o padrão dos sintomas é importante porque os sintomas respiratórios podem estar associados a outras condições agudas ou crônicas além da asma. em populações específicas (pacientes em tratamento de controle, idosos e pacientes em ambientes com poucos recursos) podem ser necessárias estratégias adicionais para confirmar o diagnóstico de asma. Baseado na história de padrões característicos de sintomas respiratórios (sibilos, falta de ar/dispneia, aperto no peito ou tosse) e evidências de limitação variável do fluxo aéreo expiratório, que deve ser documentado com teste de resposta ao broncodilatador ou outros testes. É essencial documentar as evidências para diagnóstico de asma quando elas acontecem pela primeira vez antes de iniciar o tratamento com corticóide inalatório, sempre que possível, pois torna-se mais difícil confirmar o diagnóstico posteriormente, visto que pode ocorrer melhora espontânea ou com tratamento. D I A G N Ó S T I C O I N I C I A L P A D R Ã O D E S I N T O M A S R E S P I R A T Ó R I O S C A R A C T E R Í S T I C O S pacientes adultos costumam ter > 1 desses sintomas; sintomas que são piores à noite ou no início da manhã; sintomas variam ao longo do tempo e em intensidade; sintomas são desencadeados por infecções virais (resfriados), exercícios, exposição a alérgenos, mudanças no clima, risadas, irritantes como fumaça de carro, cigarro ou cheiros fortes. As características típicas da asma incluem sintomas respiratórios de piado, falta de ar, tosse e/ou aperto no peito, quando associados a alguma das características abaixo há aumento da probabilidade do paciente ter asma, são eles: L A Y A N E S I L V AL A Y A N E S I L V A tosse isolada sem outros sintomas respiratórios; produção crônica de expectoração; falta de ar associada à tontura ou parestesia. dor no peito; dispneia aos esforços com inspiração ruidosa. Existem características diminuem a probabilidade de que os sintomas respiratórios serem associados à asma, são eles: diminuição na função pulmonar após o exercício ou durante um teste de provocação brônquica. variação na função pulmonar além da faixa normal quando repetida ao longo do tempo, seja em visitas separadas ou em monitoramento domiciliar por pelo menos 1-2 semanas. diminuição da função pulmonar na infecção respiratória não indica que uma pessoa tenha asma pois pode ser observada em indivíduos saudáveis ou pessoas com DPOC. se o VEF1 estiver dentro da faixa normal prevista quando o paciente estiver apresentando sintomas, isso reduz a probabilidade de que os sintomas sejam devidos à asma. pacientes cujo VEF1 basal é >80% do previsto podem ter aumento significativo da função pulmonar com broncodilatador ou tratamento de controle. Observa-se as melhoras rápidas no VEF1 ou PEF minutos após a inalação de broncodilatador de ação rápida, ou melhora sustentada por dias ou semanas após introdução de tratamento controlador eficaz. No paciente com sintomas respiratórios típicos, obter evidência de variabilidade excessiva na função pulmonar expiratória é essencial, pode-se identificar: VARIAÇÃO NO FLUXO AÉREO CONSISTENTE COM ASMA: há sobreposição na reversibilidade do broncodilatador e outras medidas de variação entre saúde e doença, no paciente com sintomas respiratórios, quanto maiores as variações em sua função pulmonar ou quanto mais variações excessivas forem observadas, mais provável será o diagnóstico de asma. Em adultos com sintomas respiratórios típicos de asma, há aumento ou diminuição do VEF1 de >12% e >200 mL da linha de base, ou alteração no PFE de pelo menos 20%, é aceito como sendo compatível com asma. A variabilidade diurna do PEF é calculada a partir de leituras 2 vezes ao dia como a média percentual da amplitude diária, ao longo de 1-2 semanas, sendo que o limite superior de confiança de 95% dessa medida é de 9% em adultos, 24 e 12,3% em crianças - são considerados excessivos níveis > 10% para adultos e > 13% para crianças. DOCUMENTAÇÃO DA LIMITAÇÃO VARIÁVEL DO FLUXO AÉREO EXPIRATÓRIO: se possível, a evidência de limitação variável do fluxo aéreo expiratório deve ser documentada antes do início do tratamento, pois a variabilidade com o tratamento com CI à medida que a função pulmonar melhora - além disso, qualquer aumento da função pulmonar após o início do tratamento de controle pode ajudar a confirmar o diagnóstico. H I S T Ó R I A P E S S O A L E F A M I L I A R pacientes com rinite alérgica ou dermatite atópica devem ser questionados sobre sintomas respiratórios. Avaliar fatores como início de sintomas respiratórios na infância, história de rinite alérgica ou eczema, ou história familiar de asma ou alergia que são mais prováveis de estarem associados à asma - apesar de não serem específicas para asma e não são observadas em todos os fenótipos. C O N F I R M A Ç Ã O D I A G N Ó S T I C A A P Ó S T R A T A M E N T O em adultos com diagnóstico de asma nos últimos 5 anos, ⅓ não foi confirmado como diagnóstico de asma após testes repetidos ao longo de 12 meses e suspensão do tratamento de controle. a confirmação do diagnóstico de asma é menos provável em pacientes que não realizaram teste de função pulmonar no momento do diagnóstico inicial. alguns pacientes (2%) apresentavam condições cardiorrespiratórias graves que foram diagnosticadas erroneamente como asma. É essencial confirmar o diagnóstico para evitar tratamento desnecessário ou excessivo e perda de outros diagnósticos. E X A M E F Í S I C O sibilos podem ser ouvidos com obstrução laríngea induzível, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), infecções respiratórias, traqueomalácia ou corpo estranho inalado. estalidos (crepitações) e sibilos inspiratórios não são características da asma. exame da cavidade nasal pode mostrar sinais de rinite alérgica ou polipose nasal. Em geral é normal, pode haver sibilos expiratórios (roncos) à ausculta que pode ser audível apenas na expiração forçada, pode estar ausente durante as exacerbações graves da asma, devido ao fluxo de ar severamente reduzido (“peito silencioso”), mas podem haver outros sinais físicos de insuficiência respiratória. T E S T E D E F U N Ç Ã O P U L M O N A R Avalia limitação variável do fluxo de ar expiratório, visto que na asma a função pulmonar pode variar entre normal e gravemente obstruída com o tempo, principalmente se não controlada. Espirometria deve ser realizada em ambiente adequado, considerando que o volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) é mais confiável do que pico de fluxo expiratório (PFE). O VEF1 reduzido pode ser encontrado em várias doenças pulmonares ou caso a técnica espirométrica seja ruim, mas relação reduzida de VEF1 para capacidade vital forçada (VEF1/CVF) indica fluxo aéreo expiratório limitado. A variabilidade (melhora e/ou deterioração dos sintomas e da função pulmonar) excessiva pode ser identificada a partir do teste de reversibilidade/responsividade. T E S T E D E P R O V O C A Ç Ã O B R Ô N Q U I C A Avalia a hiperresponsividade das vias aéreas, os agentes incluem: metacolina inalada, histamina, exercício, hiperventilação voluntária ou corticóide inalado, é um teste moderadamente sensível para diagnóstico de asma mas tem especificidade limitada - ou seja, um teste negativo em um paciente que não está tomando CI pode ajudar a excluir asma, mas teste positivo nem sempre significa asma. T E S T E D E A L E R G I A Presença de atopia aumenta a probabilidade do paciente com sintomas respiratórios ter asma alérgica, mas não é uma característica específica, esse estado tópico pode ser identificado pelo teste cutâneo ou pela medição do nível de imunoglobulina E específica (sIgE) no soro. presença de teste cutâneo positivo ou sIgE positivo não significa que o alérgeno esteja causando sintomas - a relevância da exposição ao alérgeno e sua relação com os sintomas devem ser confirmadas pela história do paciente. L A Y A N E S I L V A T E S T E D E Ó X I D O N Í T R I C O FeNO é menor em fumantes e durante a broncoconstrição e no início da resposta alérgica, pode ser aumentada ou diminuída durante infecções respiratórias virais. A concentração fracionária de óxido nítrico exalado (FeNO) está modestamente associada aos níveis de escarro e eosinófilos no sangue, mas não é útil para determinar um diagnóstico de asma, apenas está elevada em função da inflamação das vias aéreas. C O N F I R M A Ç Ã O D O D I A G N Ó S T I C O se o diagnóstico não puder ser confirmado, encaminhar o paciente para investigação e diagnóstico especializado. Se a base do diagnóstico de asma de um paciente não tiver sido previamente documentada, deve-se buscar a confirmação com testes objetivos, esse processo depende dos sintomas e da função pulmonar do paciente. Em paciente com suspeita de asma, o diagnóstico diferencial varia com a idade, além disso, qualquer um desses diagnósticos alternativos podem ser encontrados junto com a asma. D I A G N Ó S T I C O D I F E R E N C I A L pacientes com “asma variante da tosse” tem como único sintoma a tosse persistente associada à hiperresponsividade das vias aéreas, que piora à noite, a função pulmonar pode ser normal, sendo essencial documentar sua variabilidade, espirometria normal e responsividade das vias aéreas. Pacientes com tosse não produtiva persistente com 1 sintoma respiratório: considerar diagnóstico de síndrome da tosse crônica das vias aéreas superiores (gotejamento pós-nasal), tosse induzida por IECA, refluxo gastroesofágico, sinusite crônica e obstrução laríngea induzível. Asma ocupacional e asma exacerbada pelo trabalho: induzida ou agravada pela exposição a alérgenos ou outros agentes sensibilizantes no trabalho, ou às vezes por exposição maciça- o quadro pode ser precedido por rinite ocupacional, sendo essencial o diagnóstico precoce, pois a exposição persistente está associada a piores desfechos. O U T R O S C O N T E X T O S 5-20% dos novos casos de asma com início na vida adulta estão associados à exposição ocupacional, assim, requer investigação sistemática sobre histórico de trabalho e exposições, o que pode levar a mudança de ocupação com implicações legais e socioeconômicas. Atletas: o diagnóstico de asma deve ser confirmado por testes de função pulmonar com testes de broncoprovocação, além de excluir condições que podem mimetizar ou estarem associadas à asma (rinite, distúrbios laríngeos, respiração disfuncional, doenças cardíacas e excesso de treinamento. Gestantes: se for necessária confirmação objetiva do diagnóstico, não se recomenda realizar teste de provocação ou adiar o tratamento de controle até depois do parto. Idosos: a asma é subdiagnosticada em idosos em função da má percepção da limitação do fluxo aéreo, tendo em vista a aceitação da dispneia, falta de aptidão e redução da atividade física como fatores normais da velhice - além disso, a presença de comorbidades (DPOC, DAC, depressão, DM) e dificuldades de acesso a atendimento clínico ou medicamentos complicam o diagnóstico. Tabagista e ex-tabagistas: torna-se difícil distinguir asma e DPOC principalmente em idosos e fumantes, visto que essas condições podem se sobrepor (asma-DPOC), deve-se avaliar sintomas respiratórios crônicos, exposição ao tabagismo e VEF1/CVF pós-broncodilatador < 0,7, história/padrão de sintomas e registros anteriores para identificar limitação persistente do fluxo aéreo. L A Y A N E S I L V A Sinais de DPOC: reversibilidade broncodilatadora clinicamente importante (>12% e >200 mL), baixa capacidade de difusão. Se incerteza do diagnóstico, deve-se encaminhar precocemente para investigação com especialista pois os pacientes com sobreposição de asma-DPOC tem desfechos piores do que de forma isolada. Pacientes com obesidade: a asma é mais comum em pacientes obesos, mas os sintomas respiratórios associados à obesidade (dispneia aos esforços) podem mimetizar um quadro de asma. Países de baixa e média renda: há um acesso limitado aos testes de função pulmonar e, mesmo quando disponível, pode ser subutilizado ou impraticável pois requer visitas repetidas aos pacientes, além disso, o diagnóstico diferencial deve incluir doenças respiratórias endêmicas. o mau controle dos sintomas é oneroso para os pacientes e aumenta o risco de exacerbações, mas os pacientes com bom controle dos sintomas ainda podem ter exacerbações graves. A avaliação do controle da asma é feita a partir dos seguintes critérios: controle dos sintomas, risco futuro de resultados adversos, questões relacionadas ao tratamento (técnica inalatória e adesão), função pulmonar prevista e quaisquer comorbidades que possam contribuir para carga de sintomas e má qualidade de vida. A V A L I A Ç Ã O D A A S M A C O N T R O L E D O S S I N T O M A S O nível de controle é a extensão em que características podem ser observadas, foram reduzidas ou removidas pelo tratamento, determinado pela interação entre herança genética, processos patológicos subjacentes, controle ambiental e fatores psicossociais. Avaliar controle de sintomas (frequência de sintomas diurnos e noturnos, vigília noturna, limitação de atividade e frequência uso de SABA) e risco de resultados adversos - a função pulmonar é essencial deve ser medido no momento do diagnóstico, 3-6 meses após início do tratamento e periodicamente para avaliação contínua. Outras ferramentas incluem: Teste de Controle de Asma e Questionário de Controle de Asma, que avaliam risco futuro de exacerbações a partir de fatores como: história de exacerbação há 1 ano, problemas socioeconômicos, baixa adesão, técnica inalatória incorreta, VEF1 baixo, tabagismo e eosinofilia sanguínea. Questionário de controle de asma: pontuações variam de 0-6 (quanto mais alto, pior o quadro), média de 5-7 itens, entre eles: uso de SABA como medicação de alívio dos sintomas, VEF1 pré- broncodilatador. Teste de controle de asma: as pontuações variam de 5 a 25 (quanto mais alto, melhor o quadro), pontuações de 20-25 são classificadas como bem controladas, 16-19 mal controlada e 5-15 muito mal controlada. Os sintomas da asma são chiado, aperto no peito, falta de ar e tosse, que variam em frequência e intensidade, o controle inadequado está associado a risco aumentado de exacerbações da asma, por isso, o questionamento direcionado é essencial, já que a frequência ou gravidade dos sintomas que os pacientes consideram inaceitáveis ou incômodos diferem entre pacientes. L A Y A N E S I L V A L A Y A N E S I L V A É importante perguntar sobre frequência dos sintomas de asma (dias por semana), qualquer despertar noturno devido à asma ou limitação de atividade e, para pacientes em uso de analgésico SABA, frequência do seu uso para alívio dos sintomas. F R E Q U Ê N C I A D E U S O D E S A B A o uso de ICS + formoterol conforme necessário está associado a redução desse risco em comparação com paciente que faziam uso de SABA de manutenção ou se crise - mas, a dose de controle e manutenção do paciente deve ser avaliada e revisada periodicamente. Se o SABA for usado > 2 dias na semana, é um indicativo de necessidade de iniciar terapia de controle ou aumentar a dose, o uso prolongado de SABA ao longo de 1 ano está associado a maior risco de exacerbações graves e o uso exacerbado de SABA em um curto prazo está associado a maior probabilidade de exacerbação grave nos dias/semanas subsequentes. na pediatria, os escores numéricos utilizados são: teste de controle de as infantil, questionário de controle da asma, teste para controle respiratório e de asma e índice de gravidade da asma. Controle de sintomas de asma para crianças de 6-11 anos: a avaliação é baseada nos sintomas, limitação de atividades e uso de medicação de resgate com revisão das atividades diárias de uma criança (esportes, brincadeiras e atividades sociais, principalmente absenteísmo escolar), visto que crianças com asma mal controlada evitam exercícios extenuantes, o que pode levar a má condição física e maior risco de obesidade. As crianças variam no grau de limitação do fluxo aéreo e tem redução acentuada da função pulmonar antes de se queixarem de dispneia ou usarem terapia de alívio, os pais podem relatar irritabilidade, cansaço e mudanças de humor nos filhos. R I S C O F U T U R O D E E X A C E R B A Ç Ã O Deve-se identificar se o paciente está em risco de desfechos adversos da asma: exacerbações, limitação persistente do fluxo aéreo e efeitos colaterais dos medicamentos, pois os sintomas da asma não são suficientes porque são variáveis. Fatores de risco para exacerbações: controle inadequado dos sintomas, história de exacerbações no último ano, má adesão, técnica incorreta de inalação, sinusite crônica e tabagismo. Fatores de risco para desenvolvimento de limitação persistente do fluxo aéreo: a taxa média de declínio do VEF1 em adultos saudáveis não fumantes é de 15 a 20 mL/ano, mas pessoas com asma podem ter declínio acelerado da função pulmonar e desenvolver limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível, associado a dispneia persistente. Os fatores de risco incluem exposição à fumaça de cigarro ou agentes nocivos, hipersecreção crônica de muco e exacerbações de asma em pacientes que não tomam CI. Crianças com asma persistente podem ter crescimento reduzido da função pulmonar ou declínio acelerado da função pulmonar no início da vida adulta. L A Y A N E S I L V A Fatores de risco para efeitos colaterais de medicamentos: as escolhas medicamentosas devem ser baseadas no equilíbrio entre benefício e risco, está relacionado à doses mais altas, principalmente CI em longo prazo, cujos efeitos sistêmicos são hematomas, risco maior de osteoporose, catarata e glaucoma, e supressão adrenal, já os locais são candidíase oral e disfonia. Diretamente relacionada com os sintomasde asma em adultos ou crianças, mas o baixo VEF1 é um forte preditor de risco de exacerbações, mesmo após ajuste da frequência de sintomas, por isso, ela deve ser registrada com mais frequência em crianças com base na gravidade da asma e no curso clínico F U N Ç Ã O P U L M O N A R L A Y A N E S I L V A VEF1 baixo: pacientes em risco de exacerbações de asma, independente dos níveis de sintomas, principalmente se < 60%; VEF1 normal + sintomas respiratórios frequentes: considerar causas alternativas para os sintomas. Resposta broncodilatadora persistente: se aumento do VEF1 >12% e >200 mL do valor de base em um paciente em tratamento de controle, ou que tenha tomado beta2-agonista de curta ação dentro de 4 horas, ou um LABA dentro de 12 horas (ou 24 horas para um LABA uma vez ao dia), sugere asma não controlada. T R A T A M E N T O Em crianças, a espirometria não pode ser obtida de forma confiável até > 5 anos, e é menos útil do que em adultos, pois muitas crianças tem função pulmonar normal entre os surtos. Com o tratamento regular com ICS, o VEF1 começa a melhorar em poucos dias e atinge platô após cerca de 2 meses, deve-se documentar a leitura do VEF1 mais alta do paciente para comparação na prática clínica. Em caso de crianças, medir a altura em cada consulta. depois de iniciar o ICS, o melhor PEF pessoal (a partir de leituras 2 vezes ao dia) é alcançado em 2 semanas - PFE médio aumenta e a variabilidade do PFE diurno diminui, por cerca de 3 meses, essa variação excessiva sugere controle subótimo da asma e aumenta o risco de exacerbações. O monitoramento do pico de fluxo expiratório (PFE) de curto prazo pode ser usado para avaliar a resposta ao tratamento, fatores desencadeantes (incluindo no trabalho) para piora dos sintomas ou estabelecer linha de base para planos de ação - sendo recomendado apenas para pacientes com asma grave ou com percepção prejudicada da limitação do fluxo aéreo. essa definição é útil para asma grave, que é refratária à dose alta convencional de LABA e pode se beneficiar de tratamento adicional (Ex.: terapia biológica). deve ser diferenciada da asma difícil de tratar devido ao tratamento inadequado, problemas persistentes de adesão ou comorbidades, como rinossinusite crônica ou obesidade. asma grave e não controlada se diferenciam devido a fatores modificáveis (Ex: técnica inalatória incorreta e má adesão). o termo asma leve é frequentemente usado na prática clínica para significar sintomas infrequentes ou leves, o que não significa ausência de risco ou ausência de necessidade de tratamento de controle. A definição atual de gravidade da asma é baseada em avaliação retrospectiva, após pelo menos 2-3 meses de tratamento controlador, desde o tratamento necessário para controlar os sintomas e exacerbações. Será avaliada após alcançar bom controle e iniciar redução do tratamento para definir dose mínima efetiva, ou se a asma permanecer descontrolada apesar de vários meses de terapia máxima otimizada. Asma grave: asma que permanece não controlada apesar do tratamento otimizado com altas doses de ICS-LABA, ou que requer altas doses de ICS-LABA para evitar descontrole. Asma moderada: asma que é bem controlada com o tratamento da Etapa 3 ou Etapa 4 (dose baixa ou média de ICS-LABA). Asma leve: asma que é bem controlada com ICS-formoterol se necessário, ou com baixa dose de ICS mais SABA se necessário. G R A V I D A D E Para distinguir entre asma não controlada e asma grave é importante excluir problemas como: má técnica inalatória, má adesão à medicação, diagnóstico incorreto de asma com sintomas devido a condições alternativas (laringe induzível, obstrução, IC ou falta de condicionamento físico), comorbidades (rinossinusite, DRGE, obesidade e apneia obstrutiva do sono) e exposição contínua a agentes sensibilizantes ou irritantes no ambiente. À longo prazo, os objetivo do manejo da asma são obter um bom controle dos sintomas e manter os níveis normais, e minimizar o risco de morte relacionada à asma, exacerbações, limitação persistente ao fluxo aéreo e efeitos colaterais. O B J E T I V O S A gestão eficaz da asma requer o desenvolvimento de uma parceria entre a pessoa com asma (ou o pai/cuidador) e os profissionais da saúde a fim de adquirir conhecimento, confiança e habilidades para autocuidado, o que reduz a morbidade da asma em adultos e crianças. Boa comunicação: é essencial para bons resultados, entre as suas estratégias estão comportamento agradável, permitir que o paciente expresse seus objetivos, crenças e preocupações, encorajar e elogias, fornecer informações apropriadas e personalizadas e fornecer feedback e revisão. Alfabetização em saúde e asma: há um crescente reconhecimento do impacto da baixa alfabetização em saúde nos resultados de saúde, inclusive na asma, que é definida como grau em que os indivíduos têm a capacidade de obter, processar e compreender informações básicas de saúde e serviços para tomar decisões de saúde apropriadas. As estratégias de comunicação para reduzir o impacto da baixa alfabetização são: ordenar informações por nível de importância, usar linguagem simples, simplificar os conceitos numéricos, enquadrar instruções de forma eficaz, confirmar compressão do paciente, pedir a um familiar/acompanhante para repetir as informações principais, atentar para a comunicação não verbal do paciente e promover ambiente confortável para responder dúvidas. C I C L O D E G E S T Ã O D A A S M A S I N T O M A S E X A C E R B A Ç Õ E S E F E I T O S C O L A T E R A I S F U N Ç Ã O P U L M O N A R S A T I S F A Ç Ã O D O P A C I E N T E E F A M I L I A R E S C O N F I R M A Ç Ã O D E D I A G N Ó S T I C O S E N E C E S S Á R I O C O N T R O L E D E S I N T O M A S E F A T O R E S D E R I S C O M O D I F I C Á V E I S C O M O R B I D A D E S T É C N I C A I N A L A T Ó R I A E A D E S Ã O P R E F E R Ê N C I A S E M E T A S D O P A C I E N T E E F A M I L I A R E S T R A T A M E N T O D E F A T O R E S D E R I S C O M O D I F I C Á V E I S E C O M O R B I D A D E S E S T R A T É G I A S N Ã O F A R M A C O L Ó G I C A S M E D I C A Ç Õ E S P A R A A S M A ( A J U S T E D E A U M E N T O E R E D U Ç Ã O ) E N S I N A R E T R E I N A R T É C N I C A I N A L A T Ó R I A L A Y A N E S I L V A L A Y A N E S I L V A T R A T A M E N T O I N I C I A L pode ser administrada dose baixa de ICS-formoterol se necessário em pacientes com asma leve quando os sintomas ocorrerem e antes do exercício. MEDICAMENTOS DE CONTROLE: contêm ICS e são usados para reduzir a inflamação das vias aéreas, controlar sintomas e reduzir riscos futuros, como exacerbações e declínio relacionado da função pulmonar - a dose e o regime devem ser otimizados para minimizar o risco de efeitos colaterais. MEDICAMENTOS DE ALÍVIO: são fornecidos a todos os pacientes para o alívio necessário dos sintomas de surto, inclusive no agravamento da asma ou exacerbações, são recomendados para prevenção a curto prazo da broncoconstrição induzida pelo exercício, são divididos em doses baixas de ICS-formoterol ou SABA conforme necessário. TERAPIAS COMPLEMENTARES: considerar quando os pacientes tem sintomas persistentes e/ou exacerbações apesar do tratamento otimizado com medicamentos de controle de dose alta e tratamento de fatores de risco modificáveis. C A T E G O R I A S D E M E D I C A M E N T O S Por segurança, a GINA não recomenda mais o tratamento da asma em adultos e adolescentes apenas com SABA, todos os adultos e adolescentes com asma devem receber tratamento de controle contendo CI para reduzir o risco de exacerbações graves e controlar os sintomas se asma ocupacional, a remoção precoce da exposição ao agente sensibilizante e o tratamento precoce do controlador aumenta probabilidade de resolução dos sintomas, melhora na função pulmonar e hiperresponsividade das vias aéreas. o tratamento pode ser reduzido para encontrar o tratamento mínimo eficaz do paciente a partir de 2-3 meses de manutenção de bom controleda asma. se o paciente persistir com sintomas não controlados e/ou exacerbações apesar de 2 a 3 meses de tratamento de controle, avalie e corrija os seguintes problemas antes de considerar intensificação do tratamento: técnica inalatória incorreta, má adesão, exposição persistente a alérgenos, comorbidades associadas a sintomas respiratórios e diagnóstico incorreto. O tratamento de controle contendo CI deve ser iniciado o mais rápido possível após o diagnóstico de asma, pois o início precoce promovem um melhora na função pulmonar, e pacientes que não tomam CI quando tem exacerbação grave apresentam declínio maior da função pulmonar a longo prazo. Após iniciado o tratamento seguir o ciclo personalizado de avaliação, ajuste do tratamento e revisão da resposta, através do qual é feito tratamento de fatores de risco modificáveis e ajuste da medicação de controle de forma gradual a fim de obter bom controle dos sintomas e minimizar risco de exacerbações, limitação persistente do fluxo aéreo e efeitos colaterais. TRATAMENTO INICIAL Adultos e adolescentes com diagnóstico de asma Faixa 1 é preferencial se o paciente tende a má adesão de medicação de uso contínuo. Tratamento com IC é recomendado mesmo se os sintomas foram infrequentes, pois reduz o risco de exacerbação severa e necessidade de corticoide oral L A Y A N E S I L V A nos passos 3-5, os pacientes tomam ICS-formoterol como 'terapia de manutenção e alívio' ou 'MART'. Faixa 2 (via alternativa): o alívio com SABA conforme necessário é uma abordagem alternativa se a faixa 1 não for possível ou se a asma estiver estável com boa adesão e sem exacerbações em sua terapia atual. Após iniciar o tratamento com controlador deve-se revisar a resposta do paciente após 2-3 meses ou antes, dependendo da urgência clínica, verificar a adesão e técnica do inalador com frequência e reduzir o tratamento uma vez que um bom controle tenha sido mantido por 3 meses. Antes de iniciar o tratamento do controlador, registrar evidências para diagnóstico de asma, registrar o nível de controle dos sintomas e os fatores de risco do paciente, provável adesão ao controle diário, principalmente se alívio for SABA, certificar-se de que o paciente pode usar o inalado corretamente e agendar uma consulta para uma visita de acompanhamento. Faixa 1 (via preferencial): o alívio com ICS-formoterol é a abordagem preferida recomendada pela GINA para adultos e adolescentes, porque o uso de doses baixas de ICS-formoterol como alívio, que reduz o risco de exacerbações graves com controle de sintomas. T R I L H A S D E T R A T A M E N T O T R A T A M E N T O D E C O N T R O L E I N I C I A L E M A D U L T O S E A D O L E S C E N T E S C O M A S M A PRIMEIRO AVALIAR COMEÇAR AQUI SE: Confirmação do diagnóstico Controle de sintomas e fatores de risco modificáveis, incluindo função pulmonar Comorbidades Técnica inalatória e adesão Preferências e metas do paciente COMEÇAR AQUI SE: TRATAMENTO DE CONTROLE e PREFERENCIAL DE ALÍVIO (faixa 1) Uso de CI-formoterol como medicação de alívio reduz risco de exacerbações comparado com o uso de SABA TRATAMENTO DE CONTROLE e ALTERNATIVO DE ALÍVIO (faixa 2) Antes de considerar o tratamento de alívio com SABA, checar se o paciente aceita aderir ao tratamento de controle diário Sintomas menos do que 4-5 dias por semana Sintomas na maioria dos dias, ou despertar noturno por asma 1 ou mais vezes por semana Sintomas diários ou despertar noturno 1 ou mais vezes por semana e função pulmonar baixa Uso curto de corticoide oral pode ser necessário para pacientes com asma severamente descontrolada Uso curto de corticoide oral pode ser necessário para pacientes com asma severamente descontrolada Sintomas menos do que 2 vezes por mês Sintomas menos do que > 2 vezes por mês, mas <4-5 dias por semana Sintomas na maioria dos dias, ou despertar noturno por asma 1 ou mais vezes por semana Sintomas diários ou despertar noturno 1 ou mais vezes por semana a função pulmonar baixa STEP 1 Uso de CI sempre que usar SABA STEP 1 Quando necessário CI-formoterol em dose baixa STEP 3 CI-LABA em dose baixa de manutenção STEP 4 CI-LABA em dose média de manutenção STEP 5 Acrescentar LAMA Referenciar para definição de fenótipo. Considerar dose alta de manutenção de CI-LABA, anti-IgE, anti- IL5/5R, anti-IL4R, anti- TSLP MEDICAÇÃO DE ALÍVIO: quando necessário beta2-agonista de ação curta STEP 3 CI-formoterol em dose baixa de manutenção STEP 2 CI em dose baixa de manutenção STEP 4 CI-formoterol em dose média de manutenção STEP 5 Acrescentar LAMA Referenciar para definição de fenótipo. Considerar dose alta de manutenção de CI-LABA, anti-IgE, anti- IL5/5R, anti-IL4R, anti- TSLP MEDICAÇÃO DE ALÍVIO: quando necessário, CI-formoterol Sintomas diários, despertar noturno 1 ou mais vezes por semana e função pulmonar baixa? Sintomas na maioria dos dias, ou despertar noturno por asma 1 ou mais vezes por semana? Sintomas mais do que 2 vezes por mês? PRIMEIRO AVALIAR: SE: COMEÇAR COM: FAIXA 1 (preferencial) FAIXA 2 (alternativa) OU Uso curto de corticoide oral pode ser necessário para pacientes com asma severamente descontrolada Quando necessário CI- formoteral é prefencial se o paciente tende a má adesão de medicação de uso contínuo. Tratamento com IC é recomendado mesmo se os sintomas foram infrequentes, pois reduz o risco de exacerbação severa e necessidade de corticoide oral CONFIRMAÇÃO DE DIAGNÓSTICO CONTROLE DE SINTOMAS E FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS COMORBIDADES TÉCNICA INALATÓRIA E ADESÃO PREFERÊNCIAS E METAS DO PACIENTE Quando necessário CI-formoterol em dose baixa Uso de CI sempre que usar SABA Quando necessário CI-formoterol em dose baixa CI em dose baixa de manutenção + SABA se necessário CI em dose baixa + SABA se necessário CI em dose média/alta + SABA se necessário CI -formoterol em dose média/alta de manutenção e alívio CI-formoterol em dose baixa de manutenção e alívio L A Y A N E S I L V A L A Y A N E S I L V A L A Y A N E S I L V A T R A T A M E N T O P A R A C R I A N Ç A S Antes de iniciar o tratamento do controlador, registrar evidências para diagnóstico de asma se possível, registrar o nível de controle dos sintomas e os fatores de risco da criança, incluindo função pulmonar, considerar fatores que influenciam a escolha entre as opções de tratamento disponíveis, certificar- se que a criança está usando o inalador corretamente e agendar consulta de acompanhamento. Após iniciar o tratamento com controlador deve-se revisar a resposta da criança após 2-3 meses ou antes, dependendo da urgência clínica, verificar a adesão e técnica do inalador com frequência e reduzir o tratamento uma vez que um bom controle tenha sido mantido por 3 meses. A dose usual de budesonida-formoterol conforme necessário na asma leve é uma inalação única de 200/6 mcg (dose administrada 160/4,5), tomada sempre que necessário para alívio dos sintomas e a dose máxima recomendada de budesonida-formoterol é de 72 mcg em 1 dia. Opção alternativa: CI em baixa dose sempre que SABA é tomado se não houver disponibilidade do formoterol. E T A P A S D O T R A T A M E N T O Existem diferentes opções de tratamento, divididas em 2 faixas que diferem pelo tipo de medicamento de alívio (CI-formoterol em dose baixa ou SABA), sendo preferível a faixa 1 com CI- formoterol como alívio pela eficácia e segurança para menor risco de exacerbações graves. PASSO 1: para adultos e adolescentes, é usada a combinação de baixa dose ICS-formoterol tomada conforme necessário para alívio dos sintomas e, se necessário, antes do exercício como tratamento inicial da asma em pacientes com sintomas < 2 vezes ao mês e sem fatores de risco de exacerbação e tratamento de redução para pacientes cuja asma está bem controlada. Não é recomendado o tratamento da asma apenas com SABA em adultos ou adolescentes pelo risco aumentado de exacerbações e mortalidade - agentes anticolinérgicos inalatórios, como o ipratrópio, são alternativas potenciaisao SABA para o alívio rotineiro dos sintomas, que tem o inicio de ação mais lento. Para crianças de 6-11 anos, a opção é tomar CI sempre que o SABA for tomado ou CI regular com SABA importante lembrar que a adesão ao CI de manutenção na comunidade é extremamente baixa, o que pode expor o paciente aos riscos do tratamento. uso excessivo de SABA, indicado pela dispensação de três ou mais latas de 200 doses de SABA em um ano está associado a exacerbações graves. PASSO 2: para adultos e adolescentes, é usada CI-formoterol em dose baixa conforme necessário para alívio dos sintomas e, se necessário, antes do exercício para prevenir exacerbações graves em pacientes com sintomas leves ou infrequentes. Opção alternativa: CI de baixa dose diária regular mais SABA conforme necessário em pacientes com asma leve (carga de sintomas baixa) para reduzir o risco de exacerbações graves. L A Y A N E S I L V A T R A T A M E N T O D E C O N T R O L E I N I C I A L E M C R I A N Ç A S D E 6 - 1 1 A N O S C O M A S M A adultos com rinite alérgica e sensibilizados aos ácaros da poeira doméstica, com asma controlada de forma subótima apesar de dose baixa a alta de CI, considerar imunoterapia sublingual com alérgenos (SLIT), se VEF1 >70%. Opção alternativa: CI-LABA de manutenção com SABA conforme necessário se o MART não for possível ou se a asma do paciente estiver estável com boa adesão e sem exacerbações na terapia atual - estão aprovadas em baixas doses propionato de fluticasona-formoterol, furoato de fluticasona-vilanterol, propionato de fluticasona-salmeterol, beclometasona- formoterol, budesonida-formoterol, mometasona-formoterol e mometasona-indacaterol. Outra opção é CI dose média ou baixa com antileucotrieno ou teofilina de liberação sustentada em dose baixa. Ao prescrever Montelucaste é importante considerar seus benefícios e riscos, e os pacientes devem ser aconselhados sobre o risco de eventos neuropsiquiátricos (principalmente ideação suicida). Para crianças de 6-11 anos, a opção preferencial é CI de baixa dose regular com SABA conforme necessário, e o tratamento alternativo será feito com CI em baixa dose sempre que SABA é administrado ou antileucotrieno diário. Não é recomendado o uso de teofilina de liberação sustentada pois os efeitos colaterais podem ser fatais em doses mais altas; uso de LAMA sem CI associado pelo risco de exacerbações. PASSO 3: para adultos e adolescentes, é usado CI-formoterol em dose baixa de manutenção e como terapia de alívio dos sintomas - se beclometasona-formoterol dose máxima de 48 mcg. Uso curto de corticoide oral pode ser necessário para pacientes com asma severamente descontrolada Sintomas menos do que 2 vezes por mês Sintomas menos do que > 2 vezes por mês, mas <4-5 dias por semana Sintomas na maioria dos dias, ou despertar noturno por asma 1 ou mais vezes por semana Sintomas diários ou despertar noturno 1 ou mais vezes por semana a função pulmonar baixa TRATAMENTO INICIAL Crianças de 6-11 anos com diagnóstico de asma PRIMEIRO AVALIAR COMEÇAR AQUI SE: PRIMEIRO AVALIAR: SE: COMEÇAR COM: CONFIRMAÇÃO DE DIAGNÓSTICO CONTROLE DE SINTOMAS E FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS COMORBIDADES TÉCNICA INALATÓRIA E ADESÃO PREFERÊNCIAS E METAS DO PACIENTE Sintomas diários, despertar noturno 1 ou mais vezes por semana e função pulmonar baixa? Sintomas na maioria dos dias, ou despertar noturno por asma 1 ou mais vezes por semana? Sintomas mais do que 2 vezes por mês? Uso curto de corticoide oral pode ser necessário para pacientes com asma severamente descontrolada Uso de CI sempre que usar SABA CI em dose baixa em uso diário CI-LABA em dose baixa OU CI em dose média OU baixa dose de CI-LABA de manutenção e se crise CI-LABA em dose média OU CI-LABA de manutenção e se crise Referenciar para especialista STEP 1 Uso de CI sempre que usar SABA STEP 3 CI-LABA em dose baixa ou CI em dose média ou CI- formoterol em dose muito baixa de manutenção e de alívio STEP 4 CI-LABA em dose média ou CI-formoterol em dose baixa de manutenção e de alívio. Referenciar para aconselhamento com especialista STEP 5 Referenciar para definição de fenótipo. Considerar dose alta de manutenção de CI-LABA. Acrescentar anti- IgE, anti-IL5/5R, anti-IL4R, anti- TSLP MEDICAÇÃO DE ALÍVIO: quando necessário beta2-agonista de ação curta ( ou CI-formoterol em dose baixa) STEP 2 CI em dose baixa de manutenção Considerar CI em dose baixa diariamente Antileucotrieno em dose baixa de manutenção ou CI em dose baixa sempre que for usado SABA CI-LABA em dose baixa + antileucotrieno Acrescentar tiotrópio ou antileucotrieno Acrescentar anti- IL5 ou, por último, corticóide oral de baixa dose TRATAMENTO PREFERENCIAL Para prevenir exacerbações e controlar os sintomas Outras opções de controle (indicações limitadas ou poucas evidências de eficácia e segurança TRATAMENTO DE ALÍVIO Confirmação de diagnóstico Controle de sintomas e fatores de risco modificáveis (incluindo função pulmonar) Comorbidades Técnica inalatória e aderência Preferências e metas da criança e dos pais L A Y A N E S I L V A L A Y A N E S I L V A L A Y A N E S I L V A Para crianças de 6-11 anos, após verificar a técnica inalatória, adesão e tratar fatores de risco modificáveis, há 3 opções: aumentar o CI para dose média ou alterar para CI-LABA, ambos com uso do SABA de alívio conforme necessário, ou mudar para dose muito baixa de CI-formoterol de manutenção e de alívio. Outras opções: adicionar antileucotrieno. LAMA (antagonistas muscarínicos de ação prolongada) como terapia adjuvante, que pode ser o tiotrópio. acrescentar imunoterapia sublingual com alérgenos (SLIT) para pacientes adultos com rinite alérgica e sensibilização aos ácaros da poeira doméstica, asma controlada de forma subótima, apesar de doses baixas e altas de CI, desde que o VEF1 seja > 70%. para doses médias ou altas de budesonida, a eficácia pode ser melhorada com a dosagem 4 vezes ao dia. PASSO 4: para adultos e adolescentes, é usado CI-formoterol em dose média de manutenção e alívio (regime MART), que pode ser budesonida-formoterol ou beclometasona-formoterol, mas o alívio permanece dose baixa de CIformoterol. Opção alternativa: CI-LABA em dose média ou alta com SABA conforme necessário se a MART não for possível ou se a asma do paciente estiver estável com boa adesão e sem exacerbações na terapia atual. Outras opções também incluem: Para crianças de 6-11 anos, aumentar para dose média de CI- LABA, usar budesonida-formoterol como terapia de manutenção e de alívio - se a asma não estiver bem controlada com doses médias de CI, a recomendação é encaminhar a criança para avaliação e aconselhamento especializado. Outras opções: aumentar para dose pediátrica alta de CI-LABA, considerando efeitos adversos, como o tiotrópio inalatório como terapia adjuvante ou acrescentar antileucotrieno. Combinação de alta dose de CI-LABA; Antagonistas muscarínicos de ação prolongada (LAMA); Azitromicina adjuvante; Terapia biológica complementar; Anti-imunoglobulina E (anti-IgE - omalizumabe) Anti-interleucina-5 (mepolizumabe subcutâneo ou reslizumabe intravenoso) Anti-interleucina-4 Linfopoietina estromal antitímica adjuvante Tratamento guiado por escarro; Tratamento complementar com termoplastia brônquica; Corticosteróides orais em dose baixa; Terapia de manutenção e alívio com CI-formoterol. PASSO 5: para adultos, adolescentes e crianças, se apesar da técnica inalatória correta, boa adesão ao tratamento e uso de outras opções de controle persistirem os sintomas ou exacerbações deve-se encaminhar para avaliação especializada, fenotipagem e terapia complementar, que inclui: Pacientes com asma devem ser revisados regularmente para monitorar o controle dos sintomas, fatores de risco e ocorrência de exacerbações, além de documentar a resposta a alterações no tratamento. A frequência depende do nível inicial de controle, resposta ao tratamento e nível de engajamento na autogestão, mas deve ser 1-3 meses após iníciodo tratamento e a cada 3-12 meses depois, e 1 semana após episódio de exacerbação. A V A L I A Ç Ã O D A A S M A Ajuste diário: pacientes que fazem uso de CI-formoterol como medicação de alívio ajustam o número de doses necessárias de CI-formoterol diariamente de acordo com seus sintomas. Aumento de curto prazo (1-2 semanas): pode ser necessário durante infecções virais ou exposição sazonal a alérgenos. Aumento sustentado (2-3 meses): essa intensificação pode ser recomendada se for confirmado que os sintomas são devidos à asma, se não houver resposta em 2-3 meses, o tratamento deve ser reduzido ao nível anterior e considerar tratamentos alternativos ou encaminhamento. R E D U Ç Ã O D O T R A T A M E N T O Uma vez que o bom controle da asma tenha sido alcançado e mantido por 2 a 3 meses e a função pulmonar tenha atingido um platô, o tratamento muitas vezes pode ser reduzido com sucesso, sem perda do controle da asma, com objetivo de (1) encontrar o tratamento mínimo eficaz, ou seja, manter bom controle dos sintomas e exacerbações, e minimizar os custos do tratamento e o potencial de efeitos colaterais, e (2) incentivar o paciente a continuar o tratamento do controlador. ANTES DE REDUZIR: qualquer redução do tratamento deve ser considerada como ensaio terapêutico, com a resposta avaliada em termos de controle de sintomas e frequência de exacerbação, e o paciente deve receber um plano de ação sobre como e quando retornar o tratamento anterior se os sintomas piorarem. Sendo que os fatores associados a maior risco de exacerbação após a redução incluem: histórico de exacerbações e/ou visita ao departamento de emergência por asma nos últimos 12 meses e VEF1 basal baixo - outros preditores são hiperresponsividade das vias aéreas e eosinofilia no escarro. L A Y A N E S I L V A
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