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UNIP-UNIVERSIDADE PAULISTA DESIGN DE INTERIORES CURSO TECNÓLOGO SUPERIOR DE DESIGN DE INTERIORES ESTHER CAROLINE RODIGUES DE OLIVEIRA D980CC0 SHIRLEY DA SILVA F070158 METODOLOGIA DO PROJETO Ergonomia e Antropometria Aplicada ao Autismo GOIÂNIA 2020 UNIP-UNIVERSIDADE PAULISTA DESIGN DE INTERIORES ESTHER CAROLINE RODIGUES DE OLIVEIRA D980CC0 SHIRLEY DA SILVA F070158 METODOLOGIA DO PROJETO Ergonomia e Antropometria Aplicada ao Autismo Trabalho da disciplina de Metodologia do Projeto, para obtenção de nota NP1, apresentada a Universidade Paulista UNIP. Orientador(a): Prof. Ma. Ana Carolina de Faria GOIÂNIA 2020 2 INTRODUÇÃO Neste estudo foi usado o método qualitativo, por se tratar de uma revisão de literatura. Para seu desenvolvimento, foram pesquisados alguns artigos científicos relacionados aos temas: “Antropometria” e “Ergonomia”, percebendo que há uma escassez de artigos específicos sobre o tema: “Ergonomia voltado ao autismo”, impossibilitaria consideravelmente a execução do mesmo. O estudo desses artigos, foram obtidos no banco de dados do Google Acadêmico e sites de relevância que abordam o mesmo conteúdo. No que foi visto nesses estudos, ficou entendido que as crianças com autismo enfrentam diversas dificuldades e barreiras que a sociedade produz, como: barreiras ergonômicas, sociais, metodológicas e pedagógicas. Essas barreiras dificultam e impedem a garantia de igualdade social. Através desse estudo pretende-se identificar algumas diretrizes importantes para soluções projetuais a ambientes propostos, por meio da adequação dos espaços organizados e em função das atividades desenvolvidas por crianças autistas e expandir o conhecimento entre os designers que podem contribuir para que seja realizada a inclusão efetiva destas crianças, através da criação de mobiliário elaborado com eficácia e padrões ergonômicos corretos. ERGONOMIA O site da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERG), adota a seguinte definição: Entende-se por Ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não dissociada, segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas. Por isso o conhecimento profundo da ergonomia para o profissional do design é tão importante. Esse profissional é capaz de projetar produtos que se enquadrem nessas exigências e leva em consideração a qualidade das interações com esses itens. 3 Os aspectos ergonômicos e de design eram pouco considerados no passado. Mas, hoje, as empresas estão investindo cada vez mais em design e ergonomia, interessadas no desempenho do produto no mercado. Do ponto de vista ergonômico, os produtos são considerados como meios para que o homem possa executar determinadas funções. Wisner, relata (1972) que, “à ergonomia é um conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto e eficácia”. Entende-se assim que para o desenvolvimento de um projeto a ergonomia é muito utilizada pelos designers, e para a execução do projeto tendo como base o público- alvo crianças com autismo, se faz necessário o estudo de áreas que complementem a ergonomia, que no caso é a antropometria. Os estudos ergonômicos têm como base a aplicação conjunta de vários conhecimentos para alcançar dados sobre o homem e suas relações com o ambiente que será utilizado, buscando encontrar a melhor solução para adaptá-lo. Os elementos do ambiente considerados pela ergonomia são aqueles referentes à percepção ambiental, o conforto, aos materiais de acabamento e revestimentos e aos postos de trabalho - mobiliário e layout –considerando, também, os dados antropométricos (RIBEIRO, MONTAL”VÃO, 2004). Entendendo que as necessidades dos portadores de Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolvem, sobretudo, questões de caráter sensorial, admite-se que as soluções destas dizem respeito ao campo da ergonomia que também se preocupa com a criação de ambientes acessíveis a todos, infelizmente ainda há pouco conhecimento sobre as dificuldades motoras e sensoriais dos autistas, o que contribuiria para à construção de espaços que realmente estejam adequados a todos. Projetos baseados no estudo da ergonomia devem ser feitos, para que haja uma ligação através do design entre o mundo interno do autista e o mundo externo à sua volta. 4 ANTROPOMETRIA A antropometria “é o estudo das medidas e movimentos do corpo humano real em relação ao espaço” (GIBBS, 2010, p. 70), prática imprescindível para dimensionar os produtos (BAXTER, 2000, p. 178). Antropometria é uma palavra grega (Antropo: Homem; Metria: Medida), pode ser definida, portanto, como o estudo das medidas do homem, ou ainda como “o estudo das medidas físicas do corpo humano” De acordo com Iida,(2005), sempre que possível e justificável, deve-se realizar as medidas antropométricas da população para a qual está sendo projetado um produto ou equipamento, pois, se estes estiverem fora das características dos usuários, poderão ocasionar estresse desnecessário e até provocar acidentes graves. Como durante as primeiras fases da vida humana a atividade principal do organismo humano é crescer e desenvolver-se, estudos sobre a antropometria da criança são importantes para se observar as variações ocorridas e seus comportamentos na interação com os objetos, equipamentos e, em particular, o mobiliário (PAIVA, 2007). O ser humano passa por mudanças físicas contínuas por toda sua vida. Há alteração no tamanho, proporções corporais, forma e peso. Na fase da infância e da adolescência essas mudanças são aceleradas. Por exemplo, a altura de um recém- nascido é 3,8 vezes o tamanho de sua cabeça e, com o passar dos anos, essas proporções vão se alterando como se pode perceber na tabela 1 e na tabela 2: (IIDA, 2005, p.116). 5 Tabela 1 - Proporções corporais que se alteram com a idade por IIDA (2005) Fonte: IIda (2005) Para Iida (2005), antes das medições serem realizadas, é preciso definir onde ou para que serão utilizadas as medidas antropométricas e se elas serão estáticas, dinâmicas ou funcionais. Neste projeto será aplicada a antropometria estática e funcional. A primeira é aquela em que as “medidas se referem ao corpo parado ou com poucos movimentos e as medições realizam-se entre pontos anatômicos claramente identificados” (IIDA, 2005, p.110). A segunda refere-se á conjugação de diversos movimentos para realizar apenas uma determinada função. Isso porque a criança irá utilizar o móvel para escrever, desenhar, ler, estudar e também montar o móvel ao segurar as peças. De acordo com IIda (2005, p.110), “a definição das medidas envolve a descrição dos pontos do corpo, entre os quais serão tomadas as medidas.” Com isto em mente, as medições foram realizadas com uma amostra de nove crianças e os dados obtidos foram (em metros):Foram analisados: Corpo sentado e Comprimento nádega-poplíteo, altura sentado, altura dos olhos e altura do joelho, como se pode compreender na tabela 2. Tabela 2 - Medidas antropométricas sentadas 6 Fonte: IIda (2005) Fonte: Arquivo Pessoal,2020 Com relação aos assentos, deve-se observar os seguintes princípios gerais: 1) existe um assento adequado para cada tipo de função, 2) as dimensões do assento devem ser adequadas às dimensões antropométricas, 3) o assento deve permitir variações de postura, 4) o encosto deve ajudar no relaxamento, 5) assento e mesa formam um conjunto integrado (IIDA, 1991). 7 ERGONOMIA E ANTROPOMETRIA Para Norton e Olds (2005), “a antropometria é de vital importância para a ergonomia”. Oliveira et al (1998), afirma que a Antropometria tem um papel de extrema importância dentro do contexto ergonômico, pois através dela, é possível adequar os postos de trabalho em relação ao trabalhador que nele atua. O autor ainda salienta que a Antropometria é uma parteimportante e funcional da Ergonomia, que tem como um dos seus principais objetivos, contribuir na concepção ergonômica. De acordo com Pequini (2005), “os dados antropométricos definem as medições de tamanho, peso e proporção do corpo humano aplicáveis a um correto dimensionamento de projetos de produtos, equipamentos e postos de trabalho”. Segundo a autora, com o passar do tempo a necessidade de encontrar medidas mais exatas do ser humano foi crescendo cada vez mais. Hoje, para o desenvolvimento de produtos ergonômicos faz-se necessária a aplicação correta das dimensões humanas. Isso vem proporcionando uma crescente aplicação da Antropometria à Ergonomia. A autora ainda salienta, que a necessidade de estabelecer relações espaciais em coordenadas tri-dimensionais, envolvendo alcances e profundidades, desenvolveu-se como característica da aplicação da Antropometria à Ergonomia. Para Pequini (2005), o ergônomo deve entender não só do comprimento e da largura das partes do corpo, como também onde elas se localizam quando da atividade humana, demonstrando assim, que a Antropometria é base fundamental para o desenvolvimento do trabalho ergonômico. CONCLUSÃO Conclui-se após os estudo que: Ergonomia e Antropometria são fatores que caminham juntas, somando valores e agregando benefícios para os designers que adotam essas medidas. No presente estudo, ficou claro, que ambas são peças 8 fundamentais para o processo produtivo de objetos utilizados em ambientes de trabalho ou mesmo no dia-a-dia; além de serem indispensáveis para um diagnóstico de problemas apresentados durante a produção e execução de um projeto de produto, podendo desta forma, apresentar uma solução ou um meio de intervenção para solucionar possíveis problemas encontrados. Embora uma das grandes dificuldades de se aplicar a Por fim, durante o desenvolvimento deste estudo, foi observado a escassez de estudos experimentais e comparativos que abordam a Antropometria, principalmente associada à questão ergonômica voltada ao público autista. O que demonstra claramente a necessidade da realização de estudos mais específicos, para promover a conscientização e incentivar cada vez mais a aplicação dessas técnicas pelos profissionais do design em suas inúmeras criações. 9 REFERÊNCIAS BIBLIÓGRAFICAS IIDA, Itiro. Ergonomia projetos e produção. 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