Buscar

Caderno Tributario 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

cADERNO tributário 2
Conceito de Normas Gerais
Três funções diversas da lei complementar em matéria tributária:
CF/88 - Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária (...)
Teoria dicotômica e da tricotômica
O entendimento da corrente dicotômica é que a Lei Complementar tem duas finalidades que são: dispor sobre conflitos de competência ou regular limitações ao poder de tributar.
Já a teoria tricotômica defende que a norma constitucional deve ser interpretada de forma literal, ou seja, em matéria tributária, a lei complementar tem tríplice função, conforme descrito no art. 146 da CF/88, quais sejam: dispor sobre conflitos de competência em matéria tributária entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, regular as limitações constitucionais ao poder de tributar e estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária.
Para a teoria tricotômica, apesar de a Constituição Federal de 1988 trazer, em seu artigo 146, uma redação bastante parecida com a redação da de 1967, a função da Lei Complementar em matéria tributária foi distribuída em três incisos que devem ser interpretados de forma literal, senão vejamos:
CTN - Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. . (BRASIL, 1988)
A corrente tricotômica defende que as leis complementares, previstas no artigo 146 do texto constitucional de 1988, têm a tríplice função, quais sejam: dispor sobre conflitos de competência entre as pessoas políticas em matéria tributária, regular as limitações constitucionais ao poder de tributar e estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária.
Conceito de Obrigação Tributária
Os fundamentos da obrigação tributária, que correspondem também à sua natureza jurídica, são provenientes do Direito Civil, e são eles: as obrigações de “dar”, “fazer” e de “não fazer”.
De forma geral, essas obrigações vinculam um credor (sujeito ativo) a um devedor (sujeito passivo), dando àquele o direito de exigir deste o cumprimento de uma prestação que pode ser econômica, como pagar um tributo ou penalidade, ou formal, por exemplo, emitir nota fiscal.
A obrigação tributária é, portanto, o vínculo jurídico decorrente do poder de império do Estado, que surge em razão de lei ou da legislação tributária, que envolve o sujeito ativo, que é o credor (pessoa jurídica de direito público), e o sujeito passivo, que é o devedor (contribuinte), de forma a obriga-lo a cumprir alguma obrigação – que pode ser uma obrigação de pagar um tributo ou uma penalidade (obrigação de dar), ou de cumprir uma prestação, positiva ou negativa (obrigação de fazer ou não fazer), no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
A obrigação tributária é o vínculo obrigacional tributário presente entre o fisco e o particular (que pode ser uma pessoa física ou jurídica), que tem por objetivo uma prestação tributária traduzida em um tributo ou multa, ou o cumprimento de um dever instrumental de fazer ou não fazer em favor da arrecadação ou fiscalização tributária.
CTN - Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
Elementos da Relação Jurídico Tributária
1) SUJEITO ATIVO
O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa que tem o direito de cobrar o tributo ou exigir o cumprimento de uma obrigação acessória. É o credor, que será sempre uma pessoa jurídica de direito público detentora de capacidade tributária ativa, ou seja, é um ente público que tem o poder para exigir o cumprimento da obrigação.
Podemos subdividir o sujeito ativo em duas modalidades: sujeito ativo direito e sujeito ativo indireto.
1.1) Sujeito Ativo Direto
O sujeito ativo direto é a pessoa jurídica de direito público que detém a competência tributária. São eles a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, todos com habilidade legislativa constitucionalmente atribuída, para que proceda a instituição, a exação e a fiscalização dos tributos. A competência tributária é indelegável.
1.2) Sujeito Ativo Indireto
O sujeito ativo indireto é a pessoa jurídica que não dispõe de competência tributária, mas para a qual foi outorgada a capacidade tributária ativa.
1.3) Sucessão do Sujeito Ativo
O Código Tributário Nacional nos ensina que, caso não haja disposição legislativa contrária, a pessoa jurídica de direito público que se constituir pelo desmembramento territorial de outra subroga-se nos direitos desta, então, a legislação tributária será aplicada até que entre em vigor a sua própria legislação.
CTN - Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria.
2) Sujeito passivo
O sujeito passivo da obrigação tributária tem a capacidade tributária passiva, que corresponde à possibilidade de cumprir a obrigação tributária. Ou seja, ele é o devedor do tributo ou da penalidade pecuniária ou, ainda, quem deve cumprir os deveres instrumentais de apoio ao fisco, no interesse da administração fazendária.
Sobre o sujeito passivo da obrigação tributária, é pertinente observar alguns pontos:
a) Convenções particulares
O artigo 123 do CTN, ensina que salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos (mesmo que tenham sido registradas em cartório), não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias.
 
b) Capacidade civil das pessoas naturais.
O Direito Civil nos ensina, por exemplo, que o menor de 16 anos é absolutamente incapaz, porém, essa incapacidade não se aplica no Direito Tributário, visto que essa pessoa pode sim ser obrigada a arcar com tributos, mesmo sendo incapaz civilmente.
A capacidade tributária passiva, independe, assim, da capacidade civil das pessoas. Para o Direito Tributário, portanto, são irrelevantes as regras do Direito Civil sobre capacidade.
 
c) Pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios.
Não importa, para o Direito Tributário, se a sociedade empresária é demandada por ações trabalhistas, se o contribuinte se encontra privado de liberdade ou de qualquer outra maneira está limitado do exercício dasatividades civis, comerciais ou profissionais. Se a atividade está sendo exercida, nada altera a incidência tributária, permanecendo devidos os tributos.
 
d) Estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
Se a atividade econômica ou profissional é praticada sem registro, por exemplo, um trabalho informal, os tributos devem, da mesma forma, ser recolhidos.
CTN - Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional.
2.1) Sujeito Passivo da Obrigação Principal
Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa compelida a pagar o tributo ou a penalidade pecuniária, isto é, é aquele que tem a obrigação de “dar’, o que se concretiza na entrega de dinheiro ao fisco.
CTN - Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
2.2) SUJEITO PASSIVO DIRETO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL
É o contribuinte, que tem relação pessoal e direta com a situação que constitui o respectivo fato gerador. É sujeito passivo direto, em razão de ter praticado o fato gerador, e, por isso, sofre a incidência, que enseja no dever de cumprir a obrigação tributária.
Refere-se, portanto, à pessoa que pratica o fato gerador (contribuinte).
Exemplos: - O prestador de serviços (ISS).
- Quem circula mercadoria (ICMS).
- Quem aferiu rendas (IR).
2.3) SUJEITO PASSIVO INDIRETO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL
É o responsável, pois está ligado ao fato gerador, porém, não o pratica. Trata-se daquele que quando, sem revestir da condição de contribuinte, tem uma obrigação decorrente de disposição expressa de lei (art. 128 ao art. 138 do CTN).
2.4) Sujeito Passivo da Obrigação Acessória
O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa levada a cumprir as prestações que constituam seu objeto. Ou seja, é a pessoa física ou jurídica que deve cumprir a obrigação de fazer ou deixar de fazer algo em favor da administração tributária, o que se traduz em deveres instrumentais.
CTN - Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. 
3) OBJETO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
O objeto da obrigação tributária consiste em seu conteúdo prestacional, concretizado nas obrigações existentes entre o sujeito passivo e o sujeito ativo.
3.1) Objeto da Obrigação Tributária Principal
O art. 113, § 1º do CTN aduz que “a obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente”.
Daí podemos verificar que a obrigação tributária principal visa sempre a uma prestação de dar/pagar dinheiro, pelo contribuinte ao fisco, como forma de adimplir uma dívida oriunda de um tributo, ou até mesmo de uma penalidade, aqui traduzida em uma multa. Portanto, o objeto da obrigação principal será sempre o pagamento, que pode ser de tributos ou multas, acrescidos, se for o caso, de juros.
3.2) Objeto da Obrigação Tributária Acessória
O objeto da obrigação tributária acessória corresponde, portanto, a um dever instrumental, traduzido em ações ou omissões que auxiliam o fisco na exação, fiscalização dos tributos.
Então, conforme estudamos, o objeto da obrigação acessória, diversamente da principal, não tem cunho patrimonial.
3.4) CAUSA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Para existir a obrigação tributária, são necessários dois elementos: a existência de previsão legal, que conhecemos como hipótese de incidência tributária, que é a possibilidade abstrata descrita em lei de se tributar alguma coisa; e a necessidade de que, no mundo real, alguém pratique a conduta descrita em abstrato, que chamamos de fato jurídico. O encontro da hipótese de incidência com o fato jurídico ensejará o fato gerador.
 A causa da obrigação tributária é o vínculo jurídico motivador do liame jurídico obrigacional entre o sujeito ativo e o sujeito passivo. Pode ser decorrente da “lei tributária” ou da “legislação tributária”.
O Código Tributário Nacional, no artigo 114, prescreve que o “fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência”.

Continue navegando