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Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a2 Notas Históricas De Esperantinópolis RAIMUNDO CARNEIRO CORRÊA 3º Edição 2003 Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a3 Copyright © 2003 de Raimundo Carneiro Corrêa Não copie sem citar a fonte. Todos os direitos reservados. Todos os conteúdos deste livro estão protegidos por direitos autorais de seu autor. Sendo proibida toda e qualquer forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor, as penalidades previstas civil e criminalmente. (Lei 9.610, de 19.02.1998) 1ª edição | 2003 Carneiro, Raimundo , Corrêa; Notas Históricas de Esperantinópolis – 3ª Edição Bacabal – MA – Grafica e Editora Dimensão – 2003 Fone (99) 621-6405 Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a4 “... Na oferenda de uma esperança pura que nos guia” José Chagas SILENCIO FALADO Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a5 SUMÁRIO Aspectos Geográficos Desbravadores Boa Esperança do Mearim Vila Município Cidade Os Últimos Quarenta Anos do Século XX / Economia Organização Social e Politica Educação Cultura Folclore e Festas Símbolos Municipais Hino de Esperantinópolis Cronologia Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a6 ASPECTOS GEOGRAFICOS A cidade de Esperantinópolis está localizada na Microrregião do Médio Mearim, 350 Km ao Sul de São Luís; Capital do Estado do Maranhão. Com uma área de 362 Km², o município tem como limites; ao Norte, o município de Poção de Pedras; ao sul, o município de São Roberto; ao Leste, o Município de Joselândia; ao Oeste, o Município de Lago da Pedra. Pertencente à zona dos cocais maranhenses, Esperantinópolis é de clima quente e úmido, apresentando duas estações anuais, a chuvosa, de dezembro a maio; a seca de junho a novembro. A temperatura média é de 30ºC e a pluviosidade, de 1.400mm. O relevo é formado de morros e vales, com uma altitude média de 38m acima do nível do mar. O rio Mearim, que limita a fronteira Leste por mais de 40 Km, e a presença florestal da palmeira babaçu, são o que de mais notável caracterizam geograficamente o Município. A população atual, censo de 2000, é de 21.080 habitantes. A economia baseia-se, principalmente, em atividades de trabalho do setor primário (agricultura, pecuária de gado, bovino e extrativismo do coco babaçu). O comercio é bem expressivo na cidade de Esperantinópolis onde se realiza, semanalmente, feira popular de grande movimento Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a7 DESBRAVADORES O povoamento da região do Médio Mearim teve início com o Século XX. Povoados já eram formados nas margens do rio, daí surgindo caminhos adentrando as matas onde se cultivava o algodão. Migrantes sertanejos de Altos Parnaíba, Itapecuru, Mearim da chapa das Mangabeiras deixavam a criação do gado e por cá chegavam para o trabalho das lavouras. Em 1910, o lavrador Candido Mendes da Silva, natural de Barra do Corda, residente no povoado Angelim, na margem direita do Rio Mearim, resolveu entrar na mata da margem esquerda em busca de caça, mas também na esperança de achar um lugar que lhe oferecesse água potável, onde pudesse habitar, livre das febres palustres que eram frequentes nas margens ribeirinhas. E encontrou o lugar com uma lagoa formada das aguas pluviais da última temporada das chuvas. Era o mês de agosto de 1910. Candido Mendes da Silva marcou sua descoberta, abrindo uma vereda da lagoa do reio, trazendo história do boi selvagem que ele viu a beber na hora do descobrimento, boi que ele mirou para o tiro, mas que fugiu, deixando só o rastro das patas nas margens úmidas da aguada. Candido Mendes da Silva voltou a tomar posse do local acompanhado dos companheiros Aristides Vieira, Manoel Cardoso, Pedro Lopes, José Pinto e Eloy Pinto, que fizeram roças, construíram casas e deram ao centro de lavouras o nome de Centro do Boi, em memória do boi que misteriosamente apareceu e desapareceu deixando só a evidencia do rastro e porque, para espantar a solidão da mata, inventaram a brincadeira de um bumba-meu-boi, tocando tambores de alegrias e esperanças chamando mais gente para a festa do novo povoado que se formava vinte léguas ao Norte da fronteira do Município de Barra do Corda. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a8 BOA ESPERANÇA DO MEARIM De Barra do Corda vieram os primeiros habitantes do Centro do Boi, fundado por Candido Mendes da Silva. A população se formava de parentes, conhecidos, amigos, abrindo-se uma entrada pela várzea do Igarapé que desce de Serras ao Norte e a margem do qual fizeram as moradias, os quintais, sítios, avançando as roças de algodão baixões afora, também se plantando os primeiros canaviais. A grande fertilidade da terra abria perspectivas de prosperidade e de início de uma fronteira agrícola. Em 1920, em atendimento a doente em perigo de morte, visita o povoado o missionário capuchinho Frei Josué de Monza que abençoa a terra como Boa Esperança do Mearim. Daí começando o fluxo migratório de famílias de Pastos Bons, São João dos Patos, Passagem Franca, Colinas, São Raimundo das Mangabeiras e de nordestinos piauienses, pernambucanos e cearenses. Abriu-se uma estrada de tropas até Pedreiras, doze léguas ao Norte, ligando muitos povoados que a exploração agrícola fazia na região, opção nova e mais próxima para o comercio de venda de gêneros e compra de mercadorias. Em 1927, abriu-se a primeira escola da comunidade que, então assumia sua organização política, social, comercial. Foi o mestre Júlio Melo de Albuquerque, de Barra do Corda, o seu primeiro educador. Chão fértil, livre de marcos da propriedade, terras devolutas do estado, em Boa Esperança do Mearim havia produção de muito algodão, gêneros alimentícios e excelente cana de açúcar. Engenhosa de moagem de cana foram construídos de madeira, vários, atraindo mão-de-obra de piauienses, na maioria, que vinham ganhar dinheiro e por cá ficavam, muitos indo buscar a família, parentes, conterrâneos da terra natal. Na década de 1930, fundou-se o povoado Verdun, na margem esquerda do Rio Mearim, 10 Km ao Sul de Boa Esperança, pelo grupo empresarial francês Cotoniere, para a compra e beneficiamento do algodão, o que muito contribuiu para a derrubada da mata na extensão das lavouras e fundação de muitos povoados. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a9 VILA Boa Esperança formou-se povoação dispersa em sítios ao longo de mais de seis quilômetros de estrada povoada. Em ponto médio da povoação, construiu-se uma capela dedicada a Santa Teresinha do Menino Jesus, sob liderança de Gastão maranhão. Mais ao Norte, formou-se um trecho de rua em que se estabeleciam lojas, oficinas, farmácia e a escola, onde atualmente é o início da Avenida Leal Arraes, localizando-se ali, ainda, o prédio que foi a primeira prefeitura, local onde ocorreu a solenidade de instalação do Município. Os anos da década de 1930 formaram um período de expectativas. A revolução e o Estado Novo chegaram somente no retrato de Getúlio Vargas para a Escola pública com a professora Maria Thomázia Mendes. A Segunda Guerra Mundial também se fez sentir com a escassez de mercadorias como querosene, soda caustica, ferramentas e outras. Os crentes evangélicos da Assembleia de Deus iniciaram suas pregações, convertendo as primeiras famílias para o seu culto. Após a guerra, com a redemocratização, no ano de 1946, Boa Esperançado Mearim recebia o título de Vila, sede do Distrito Municipal, com o Cartório do Registro Civil, sendo Escrivão o ferreiro Isaac Varão e, Juiz de Paz, o alfaiate Joao Carneiro de Almeida. A economia do povoado continuava em expansão de uma frente agrícola que derrubava a mata para o plantio do algodão e, também, do arroz que, então, começava a ser exportado para os Estados do Nordeste Brasileiro, graças a abertura de estradas de rodagem integrando o Maranhão à região. o caminhão nordestino, trazendo migrantes, levando arroz, contribuiu em muito para o povoamento, exigindo abertura de estradas carroçáveis para o escoamento da produção. Por essa época, as classes produtoras possibilitaram a criação de uma autarquia, denominada Campanha de Produção, que desenvolvia ações de abertura de estradas, perfuração de poços, etc., que construiu a estrada de Pedreiras a Verdun, passando por Boa Esperança do Mearim. Com a abertura da estrada carroçável, utilizada só em tempo de estiagem – junho a novembro – Pedreiras tornou-se polo comercial. Para Boa Esperança do Mearim isto significou um desligamento econômico, político e cultural de Barra do Corda. Ainda mais que quando a usina de Verdun passou a pertencer ao grupo empresarial Chames Aboude & Cia. Com bases em Pedreiras. Pedreiras aproximou São Luís e Teresina a que se chegava pela estrada de rodagem até Coroatá, ponto de alcance da estrada de ferro. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 0 MUNICIPIO Boa Esperança do Mearim desligava-se de Barra do Corda, separada pela grande distância, a falta de estrada e nenhum interesse econômico. O rápido povoamento da região por nordestinos formava uma cultura em que os traços herdados da cidade mãe já que não existiam. Em início da década dos anos de 1950, o latifúndio do qual milhares de nordestinos haviam fugido, abrigando-se nas terras livres do Médio Mearim, por cá também chegava. O sistema extensivo de agricultura ia deixando as capoeiras, enquanto o machado lavrador seguia à frente derrubando as matas virgens. Depois do lavrador apareceu o teodolito do agrimensor a demarcar as terras que os grileiros, de então, conseguiam apropriar-se através de processos fraudulentos de usucapião. Começaram as questões entre posseiros e proprietários de escrituras. Uma dessas questões mais famosas foi a havida entre João Ângelo Batista e José Maria Martins Jorge em área da margem direita do rio Mearim, onde se localizavam os povoados de Axixá e Angelim em que se residiam os dois contendores. João Ângelo Batista, alto comerciante, conseguiu a compra de escritura pública de posse de vasta área densamente povoada, exigindo dessas populações que lhe reconhecessem a posse no sistema de agregados ou a desocupação dos descontentes. José Maria Martins Jorge, mais conhecido como Zé Maria Bodão, assumiu a luta de contestar a pretensão de João Ângelo Batista, desenvolvendo-se um processo judiciário no fórum Barra do Corda que, dado o seu caráter também político, provocou grande repercussão, chegando à capital do Estado, São Luís. Obtendo apoio de políticos ligados ao então Senado Vitorino Freire, João Ângelo Batista idealizou a possibilidade da criação de um novo município em cujo território pudessem estar suas terras. Criar-se-ia um município que abrangesse toda a área setentrional do Município de Barra do Corda, em ambas as margens do Rio Mearim. Para a sede seria a Vila de Boa Esperança. O então deputado Jefferson Rodrigues Moreira apresentou o projeto na Assembleia Legislativa, sendo aprovado e sancionado pelo Governador Eugenio Barros como a lei nº 1.139, de 27 de abril de 1954, que criou a Cidade de Esperantinópolis, nome dado pelo deputado autor. No entanto, o objetivo maior de João Ângelo Batista não lhe foi dado a alcançar. A formação da área do mapa do novo município ocupou somente a Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 1 margem esquerda do rio Mearim, ficando sempre suas terras na jurisdição do Município de Barra do Corda. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 2 CIDADE Tão logo fundada a Cidade de Esperantinópolis, 27 de abril de 1954, os padres capuchinhos realizaram santas Missões presididas pelo bispo Prelado de Grajaú Dom Emiliano José Lonati, que abençoou o novo Município, lançando bases para a fundação da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, o que veio a ocorrer a 25 de dezembro de 1954. Para ser o centro da nova cidade, escolheu-se um local onde existiam seis casas, uma delas, de propriedade de Manoel Monteiro da Silva, sendo cedida para ser a residência paroquial. A Paróquia foi instalada a 31 de janeiro de 1955 com a posse do pároco Frei Cosme de Borno que construí, de imediato, uma igrejinha no local onde é atualmente o Hospital Santa Marta, fundou a Escola Paroquial Pio XII e iniciou a construção do salão paroquial. Ao lado de Frei Cosme de Borno muito contribuiu com a construção da nova cidade o padre Frei Raimundo de Valle que construiu o ambulatório médico, trouxe a luz elétrica, o cinema e se integrou a cultura do povo marcando a história de Esperantinópolis com sua presença humana admirável. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 3 OS ÚLTIMOS QUARENTA ANOS DO SECULO XX Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 4 ECONOMIA A história econômica de Esperantinópolis começou com o ciclo do algodão e da cana-de-açúcar na primeira metade do Século XX. A partir de 1950, entrou no ciclo do arroz e do extrativismo do babaçu. O ciclo do arroz, porém, entra em declínio em anos de 1970, por causa de crise fundiária, chegando o Município ao final do Século XX praticamente sem agricultura. A partir dos anos de 1970 e continuando pelas décadas que se lhe seguiram, houve uma grande emigração populacional, sendo vários povoados extintos, e os conflitos pela posse de terra provocando grandes sacrifícios. Em 1972, foi criado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais que organizou a luta dos camponeses contra o latifúndio. Foi decisivo o apoio da Igreja Católica Romana ao lado dos lavradores, e sua postura renovada e profética da opção preferencial pelos pobres que, na pessoa do Vigário Padre Raimundo Jorge de Melo e dos que se lhe seguiram, Padre Sebastiao de Oliveira e Padre Antônio Carlos Lima de Carvalho, esteve corajosamente a defender e orientar a organização dos trabalhadores. Em 1980, o então Presidente da República Joao Batista Figueiredo assinou o primeiro decreto da desapropriação de terras do Município de Esperantinópolis para fins da reforma agraria. Foi o início da pacificação a tanto esperada. Por outro lado, o município ganhou agencias bancarias, Banco da Amazônia S.A e Banco do Brasil S.A. Fez-se a construção da estrada M012 até Barra do Corda e para Joselândia, desenvolveu-se o comercio devido as melhorias das vias de transportes. Já nos anos de 1990, a paisagem vegetal de todo Município é caracterizada pelos capinzais, mostrando possibilidades de que a pecuária venha a se constituir o novo ciclo econômico. Há uma predominância de pequenas e medias propriedades rurais e a inexistência de latifúndios improdutivos. As comunidades rurais e a inexistência de associações, realizando projetos de infraestruturas como caminhos de acesso, eletrificação rural, captação e distribuição de agua, construção de casas dentre outros. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 5 ORGANIZAÇÃO SOCIAL E POLITICA A partir de 1965, como o governo do Regime Militar teve início o período de desenvolvimento proporcionado pelo aumento das verbas destinadas aos Municípios e programas de planejamento e execução de obras públicas. Desse período, registra-se a fundação doGinásio Bandeirantes, importante projeto de educação para as regiões do interior do estado, seguida da criação de mais escolas, tanto na cidade, como na zona rural. Esperantinópolis tornou-se Comarca de primeira entrância, recebeu agencia de correios, construído o Hospital Municipal, Mercado Público, Praça, et. O pluralismo religioso teve, nesta década, o seu marco mais importante, a fundação da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, pelo Pastor Raimundo Barros. Por motivo da criação da Diocese de Bacabal em 01 de novembro de 1968, desmembrou-se a Paróquia de Esperantinópolis da Prelazia de Grajaú para integrar o território da nova Diocese, o que motivou o encerramento das atividades dos padres capuchinhos na Cidade. A população do município mobilizou-se formando centros urbanos, crescendo o número de habitantes da cidade de Esperantinópolis e de povoados como São Raimundo do Doca Bezerra e São Roberto que obtiveram a emancipação municipal, realizando suas eleições de prefeitos e vereadores em 1996 e fundando suas cidades a 1º de janeiro de 1997. Outros povoados cresceram em população, recebendo benefícios como escolas, iluminação pública, distribuição de água: Palmeiral, Bom Principio, Jiquiri, dentre outros, em desenvolvimento de urbanização, no relacionamento social de comunicação, de lazer e de organização política. A televisão, como meio de comunicação social muito influente na formação de opinião, graças a tecnologia da antena parabólica, chegou a todas regiões do município. Também o telefone está em grande parte dos povoados do interior. O tipo de família, valores morais, já não são mais os mesmo de trinta anos atrás. Houve uma grande mudança de comportamento influenciados pela televisão, em parte, que fez a cidade chegar ao campo, tirando o limite entre o urbano e o rural. A moda, a música, as ideias, a vida, o mundo, tudo se igualou na cidadania da cidade e do campo. No entanto, a pobreza econômica acentua-se em todo o Município, aumentando as áreas de exclusão social, gerando situações de desagregação familiar e comunitária de graves consequências. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 6 EDUCAÇÃO Nos anos da década de 1960, a cidade de Esperantinópolis destacou-se na região como centro educacional de boa qualidade, com o estabelecimento do Educandário Santa Rosa de Viterbo das religiosas missionarias capuchinhas. A partir de 1970, o Governo do Estado assumiu a educação do nível de 1º Grau da cidade, com a fundação de três unidades escolares. A educação publica municipal tornou-se mais para as zonas rurais do município, sofrendo toda a sorte de carências de prédios e instalações, principalmente, de pessoal docente habilitado. Nas escolas municipais trabalhavam sempre e somente professoras leigas. Por todo o período desses quarenta anos houve, assim, bem nítida a escola urbana e a escola rural. A escola rural só para alfabetizar crianças, sendo que até 50% ficavam fora dela, gerando os elevados índices de analfabetos registrados. E tanto a escola urbana estadual, como a escola rural municipal, paradas ficaram, presas de um sistema político que instrumentalizou a educação para fins eleitoreiros que a impediu de avançar para a autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira, mantendo-a em eterna dependência. Por iniciativa comunitária de voluntários, em 1973, foi fundado o Colégio Claudio Carneiro para atender as necessidades de Ensino do 2º Grau de formação de professores. Somente em 1982 a Prefeitura Municipal tomou a iniciativa de levar o ensino de 5ª a 8ª serie para comunidades do interior e, em 1992, assumiu o ensino de 2ª Grau como ensino público municipal. Em 1999, por iniciativa do Município, formou-se um Curso de Estudos Superiores, em forma de extensão, do Centro Federal de Ensino tecnológico do Maranhão – CEFET, de Licenciatura Plena em Matemática para Professores, com matricula inicial de 80 alunos. A vigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional, lei nº 9.394/92, possibilitou a instituição do sistema municipal de ensino, do conselho municipal de educação e programas que possibilitaram avanços como a habilitação de professores leigos, formulação de propostas pedagógicas das escolas, melhoria da qualidade de ensino igualando-se as escolas urbanas e rurais. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 7 CULTURA A cultura artística desenvolveu-se com a cidade de Esperantinópolis escrevendo a sua história, inspirando-se na vida de seu povo. A partir de 1982, com a realização dos festivais de arte popular, o incentivo a criação artística favoreceu o surgimento de muitos talentos de expressivo valor em literatura, teatro, artes plásticas e música. Artistas de valor que enaltecem o nome de Esperantinópolis, em música, Graça Lima, Padre Carlinhos, Leone e Leonildo; em artes plásticas, Aluísio Viana, Cristiana Lima; em literatura, Raimundo Carneiro Corrêa, Francisco Rodrigues do Nascimento, Albertina Carneiro Arruda, Édezio Monteiro; em teatro, Graça Lima, José Nilton Monteiro; em comunicação, radialismo, Nilton Lee, Antônio Luís Ferreira, Gilson Vieira. Esperantinópolis adquiriu fama por méritos de seus artistas que ao seu povo representam com a beleza por que veem a sua terra, ouvem a música da vida, cantam a poesia do amor que une a todos. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 8 FOLCORE E FESTAS A cultura maranhense em Esperantinópolis é de uma expressiva união étnica, enriquecida com elementos vindos do Nordeste com os migrantes que povoaram a região. Aqui se brinca o bumba-meu-boi trazido por sertanejos de Grajaú, a dança da mangaba dos piauienses que vieram de São João do Piauí, o maneiro-pau dos cearenses que, também, trouxeram a quadrilha junina e a dança de São Gonçalo. São muitas as nossas lendas, canções, rezas que o povo tem, com muito carinho, transmitindo de geração em geração. A religiosidade festeja em junho o Santo Antônio, São João e São Pedro; em janeiro ocorrem as festas de reis; em maio, os festejos de Maria. O calendário de festas religiosas apresenta belíssima procissão do Domingo de Ramos e o festejo da Padroeira Nossa Senhora de Fátima em agosto. O povo se ajunta em bailes por todo o ano, sendo o forró, o reggae, o brega, ritmos que embalam a alegria do amor que constrói a comunidade. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a1 9 SIMBOLOS MUNICIPAIS São símbolos municipais de Esperantinópolis a Bandeira, o Escudo d’Armas e o Hino. A Bandeira é retangular verde, atravessada ao meio da altura por uma faixa horizontal com as cores maranhenses – branco, preto e vermelho – encimada por uma estrela amarela. E simboliza o verde da esperança que deu o nome à Cidade de Esperantinópolis e sua pertença ao Estado do Maranhão como uma unidade municipal. O Escudo d’Armas é do tipo português. Em Campo Verde bandeado por uma barra à direita, uma estrela em amarelo, e, no campo inferior à esquerda, um pergaminho em branco com a data em verde – 1954. O Escudo é coroado com uma coroa mural em branco com oito torres ameiadas. São enfeites dois cachos de arroz que se entrelaçam por um listão verde com a divisa escrita em amarelo “Terra de Fulgente Esperança”. O Hino é composição de letra de música que lembra a formação heroico-religiosa da cidade de Esperantinópolis. A bandeira, o Escudo e a letra do Hino são de autoria de Raimundo Carneiro Corrêa. A música do Hino é de autoria de Maria das Graças Lima Corrêa. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a2 0 HINO DE ESPERANTINOPOLIS Toda encanto és minha terra, Em teu seio de bonanças, Onde tanto amor se encerra Em sacrário de esperanças. Nas palmeiras, harpas vírides, Ledas brisas modulando,Teu nome, Esperantinópolis, Vem dos evos celebrado. Tens da paz as melodias, Pulcra ermida dos sertões. Do Mearim a várzea irias Num garrir de florações. A subir por sobre as serras Em teu céu com glória imensa Sol de bênçãos se descerra Ao por vir de nossas crenças. Messe em flor nas sinfonias Dum trabalho em comunhão, Com pujança te irradias Sublimando o Maranhão. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a2 1 CRONOLOGIA AGOSTO DE 1910 O caçador e desbravador Candido Mendes da Silva descobre uma lagoa à margem da qual fundou o povoado Centro do Boi, atualmente Esperantinópolis. AGOSTO DE 1920 Frei Josué de Monza, missionário capuchinho, visita o povoado Centro do Boi, mudando-lhe o nome para Boa Esperança do Mearim. 26 DE DEZEMBRO DE 1923 Chega em Boa Esperança do Mearim Galdino Carneiro, líder comunitário. 1 DE FEVEREIRO DE 1927 Chega em Boa Esperança o Professor Júlio Melo de Albuquerque fundando uma escola. 06 DE JANEIRO DE 1929 Chega em Boa Esperança do Mearim Antônio José Correa, líder comunitário. 20 DE FEVEREIRO DE 1935 Chega em Boa Esperança do Mearim a Professora Maria Thomázia Mendes, 1ª professora pública municipal. 1 DE NOVEMBRO DE 1935 Chega em Boa Esperança do Mearim a imagem de Santa Teresinha do Menino Jesus para a capela construída sob a liderança de Gastão Maranhão 24 DE AGOSTO DE 1945 Inauguração da estrada carroçável ligando Boa Esperança do Mearim à Pedreiras 02 DE DEZEMBRO DE 1945 Severino Correa Silva, com mais vinte companheiros, votam por Boa Esperança do Mearim em Barra do Corda na eleição da redemocratização após Estado Novo. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a2 2 26 DE JULHO DE 1946 Registro do primeiro casamento civil no cartório de Boa Esperança do Mearim, que se elevava a categoria de Vila, sede de Distrito municipal 27 DE ABRIL DE 1954 O Governador Eugenio Barros sanciona a lei nº 1.139, que criou o município de Esperantinópolis 27 DE JUNHO DE 1954 Solene instalação do município de Esperantinópolis e posse de Antônio Leal Arraes como o primeiro prefeito. Presidiu o ato o Juiz de Direito Dr. Regino de Carvalho, da Comarca de Pedreiras 30 DE JULHO DE 1954 Solene procissão de encerramento de Santas Missões presididas pelo Bispo Dom Emiliano José Lonati, da Prelazia de Grajaú, que abençoou o local da nova cidade 03 DE OUTUBRO DE 1954 Primeira eleição municipal de Esperantinópolis, elegendo o Prefeito Genésio Carvalho Serra e a primeira Câmara de Vereadores. 25 DE DEZEMBRO DE 1954 Assinatura do Decreto de Fundação da Paroquia de Nossa Senhora do Rosário de Fátima de Esperantinópolis pelo Bispo Dom Emiliano José Lonati. 31 DE JANEIRO DE 1955 Posse do Prefeito Genésio Carvalho Posse da Primeira Cama de Vereadores, sob a presidência de Claudio Carneiro de Souza Posse do Vigário Frei Cosme de Borno, instalando-se a Paróquia 15 DE AGOSTO DE 1955 Solene encerramento do primeiro Festejo da Padroeira Nossa Senhora do Rosário de Fátima 02 DE FEVEREIRO DE 1956 Fundação da Escola Paroquial Pio XII 31 DE JANEIRO DE 1960 Posse do Prefeito Osiel Miranda Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a2 3 01 DE MARÇO DE 1960 Fundação do educandário Santa Rosa de Viterbo, das irmãs missionárias capuchinhas do Brasil 31 DE JANEIRO DE 1965 Posse do vereador Adriano Rodrigues de Oliveira, presidente da Câmara de Vereadores, no cargo de prefeito municipal, no cargo de prefeito municipal na vacância deixada por Osiel Miranda que optou por não cumprir o período de prorrogação de mais um ano do seu mandato. 25 DE OUTUBRO DE 1965 Posse do prefeito Olímpio Carneiro Leite 19 DE DEZEMBRO DE 1967 Fundação da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, pelo Pastor Raimundo Barros 15 DE MARÇO DE 1968 Fundação do Ginásio Bandeirante de Esperantinópolis com ensino das quatro ultimas series do 1º Grau 15 DE AGOSTO DE 1969 Inauguração do prédio do mercado público municipal Inauguração da Praça Galdino Carneiro 27 DE SETEMBRO DE 1969 Instalação da comarca de Esperantinópolis, criada pela lei nº 2.814, de 04/12/1967, sendo o Dr. Luís Cunha Neto, Juiz de Direito, e o Dr. Omar Barroso Maia, Promotor público. 22 DE DEZEMBRO DE 1969 Abertura da Agencia dos Correios. 02 DE JANEIRO DE 1970 Despedida de Esperantinópolis dos Padres Capuchinhos. 31 DE JANEIRO DE 1970 Posse do Prefeito Anísio Carneiro Corrêa. 16 DE AGOSTO DE 1970 Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a2 4 Posse do vigário Padre Raimundo Jorge de Melo com a presença do Bispo Dom Pascácio Retler, da Diocese de Bacabal. 07 DE NOVEMBRO DE 1970 Visita do Governador Antônio Jorge Dino. Inauguração da estrada MA-012, Cariri-Esperantinópolis. Inauguração do Campo de Aviação da Serra do Jiquiri. Inauguração do Sistema de Distribuição de agua . 31 DE MARÇO DE 1971 Inauguração do Hospital Municipal. 07 DE MAIO DE 1972 Fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. 31 DE JANEIRO DE 1973 Posse do prefeito Adriano Rodrigues de Oliveira. 14 DE FEVEREIRO DE 1973 Fundação do Colégio Claudio Carneiro, para a formação a nível de 2º grau para o magistério, iniciativa comunitária. 31 DE MARÇO DE 1973 Visita do Governador Pedro Neiva de Santana. Inauguração do sistema de energia elétrica. 27 DE ABRIL DE 1974 Fundação da Biblioteca Municipal. 20 DE DEZEMBRO DE 1977 Visita do Governador Osvaldo da Costa Nunes Freire. Inauguração da Estrada MA-012 até Barra do Corda e Joselândia. Inauguração da prédios escolares da Unidade Integrada Antônio Correa e Colégio Municipal Francisco Jovita. 28 DE NOVEMBRO DE 1979 Inauguração do Posto Telefônico. 13 DE NOVEMBRO DE 1980 Visita do governador João Castelo Ribeiro Gonçalves. Inauguração da Agencia do Banco da Amazônia S.A. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a2 5 20 DE DEZEMBRO DE 1981 Inauguração do Templo da Assembleia de Deus. 30 DE MARÇO DE 1982 Recepção da primeira imagem de televisão captada da TV Difusora de São Luís. 15 DE OUTUBRO DE 1982 Finalização do Primeiro Festiva de Arte Popular. 31 DE JANEIRO DE 1983 Posse do Prefeito Natal Jovita Carneiro. 24 DE ABRIL DE 1983 Fundação do Movimento Artístico de Esperantinópolis. 12 DE OUTURBO DE 1985 Visitas do Poeta Chagas Val, do Maestro Welington Reis, do Teatrólogo Tácito Borralho. Fundação da Casa Municipal da Cultura 15 DE OUTUBRO DE 1985 Inauguração da Agencia do Banco do Brasil SA 27 DE JUNHO DE 1987 Fundação da Sala Museu de Esperantinópolis 01 DE JANEIRO DE 1989 Posse do Prefeito Carlos Henrique Muniz Cruz 20 DE DEZEMBRO DE 1990 Inauguração do Sistema de Comunicação Telefônica 28 DE AGOSTO DE 1991 Inauguração da Radio Boa Esperança do Mearim 01 DE JANEIRO DE 1993 Posse do Prefeito Elon Pereira Rodrigues 12 DE NOVEMBRO DE 1996 Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a2 6 Posse do Vice-Prefeito Edvilson Amorim Bruce no cargo de Prefeito Municipal que se tornou vago com a cassação do mandado pela Câmara de Vereadores do Prefeito Elon Pereira Rodrigues. 01 DE JANEIRO DE 1997 Posse do Prefeito Francisco Jovita Carneiro. Desmembramento dos Municípios de São Raimundo do Doca Bezerra e São Roberto, constituídos com as possas de prefeitos e vereadores, respectivamente. 31 DE JANEIRO DE 1999 Aula inaugural do Curso de extensão de Licenciatura Plena em Matemática do Centro Federal de Ensino Tecnológico do Maranhão – CEFET, com matricula de oitenta alunos. 27 DE JUNHO DE 1998 Inauguração da Rádio Comunitária Verdes Montes. Inauguração de asfaltamento de parte das ruas do Centro da cidade. 27 DE JUNHO DE 1999Inauguração do Fórum Desembargador Antônio Fernando Bayma Araújo em prédio que fora da Agencia do Banco da Amazônia. 01 DE JANEIRO DE 2001 Posse do Prefeito Francisco Jovita Carneiro, reeleito. 15 DE JUNHO DE 2001 Início da construção da nova Igreja Matriz. 30 DE SETEMBRO DE 2001 Conclusão do asfaltamento da Estrada MA-012, de Poção de Pedras a Esperantinópolis. 16 DE JUNHO DE 2002 Celebração de Ação de Graças presidida pelo Bispo Dom José Belisário da Silva, da Diocese de Bacabal, pela construção da nova Igreja Matriz 15 DE AGOSTO DE 2002 Solene encerramento do Festejo da Padroeira de Esperantinópolis, Nossa Senhora do Rosário de Fatima, celebrado na Nova Igreja Matriz. Digitalização e organização João Israel | 2019 P ág in a2 7