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ANEXO I - HISTÓRICO DO MUNICÍPIO

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1 
ANEXO I 
 
PARTE I 
 
HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE QUATIS 
 
 
O Município de Quatis, após sua emancipação, passou a abranger a seguinte divisão político-administrativa: 
. 1° distrito – Sede 
. 2° distrito – Ribeirão de São Joaquim 
. 3° distrito – Falcão 
 
 
O DISTRITO DE QUATIS 
 
Primitivamente habitado pelos índios Puris, nossa região demorou muito a ser desbravada devido à Serra do Mar e à reação 
dos índios. Somente em 1724, iniciou-se a escalada por ordem do governador Luís Vahia Monteiro, com a finalidade de abrir 
um caminho mais curto para São Paulo, sem os inconvenientes da travessia marítima até Paraty. Passou a ser trajeto natural 
de bandeirantes e tropeiros que ligavam Minas Gerais ao litoral, que aqui paravam por causa da boa água da área hoje 
conhecida como Biquinha, marco zero de nossa história. 
 
A ocupação definitiva se fez a partir de Resende, quando Simão da 
Cunha Gago, taubateano, vindo de Aiuruoca (MG), descobriu, em 1744, 
uma extensa clareira na Mata Atlântica, de aproximadamente 40 
quilômetros, entre Quatis e Itatiaia. Com a fundação do povoado de 
Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova, mais 
tarde Resende, esta área começou a ser povoada. Os primeiros 
moradores dedicaram-se à criação de gado, plantação de cana-de-açúcar 
e produção de anil. 
 
Com o declínio do ouro em Minas Gerais, no final do século XVIII, os primeiros mineiros passaram a vir para cá, com seus 
escravos e o dinheiro conseguido com a mineração, a fim de plantar café. Várias sesmarias começaram a ser concedidas por 
boa parte do Vale do Paraíba fluminense, em virtude deste produto ter-se espalhado por todo o vale, sendo Resende o centro 
irradiador. Na primeira metade do século XIX, já encontramos notícias de várias fazendas em Quatis e uma capela, do outro 
lado da linha férrea, dedicada a Santo Antônio. 
 
Em 5 de março de 1832, Faustino Pinheiro de Araújo e sua 
esposa, Gertrudes Maria de Jesus, fazendeiros de Guaratinguetá, 
doaram terras que possuíam na encruzilhada dos quatis para a 
construção de uma capela em homenagem a Nossa Senhora do 
Rosário, além de casas de comércio e residência. Por causa da 
grande quantidade destes animais, aqui existentes, o povoado 
passou a se chamar Nossa Senhora do Rosário da Encruzilhada 
dos Quatis, mais tarde abreviado para Quatis. 
 
Neste mesmo ano, Barra Mansa se separou de Resende, mas 
Quatis continuou com este município até 1844, quando foi 
desmembrado e anexado a Barra Mansa. Quando esta foi elevada 
à cidade em 1857, Quatis passou a ser seu 5° distrito, situação 
em que permaneceu até 9 de janeiro de 1991, quando foi criado o novo município pela Lei n° 1787. 
 
Continuamos a produzir café por todo o século XIX. A partir de 1870, começaram os primeiros sinais de decadência deste 
produto. Mesmo assim ele foi produzido até o final da década de 1920. 
2 
 
 
Com a construção da estação ferroviária em Quatis, em 15 de maio de 1897, e a 
conclusão da Estrada de Ferro Oeste de Minas, em 1915, novos mineiros criadores de 
gado, da região do Rio Grande (Andrelândia, Lavras, Aiuruoca, Liberdade, São 
Vicente) e outros pontos de Minas Gerais vieram para toda a região sul fluminense, 
onde adquiriram as fazendas de café já em decadência, implantando assim um novo 
tipo de economia, a pecuária leiteira. Até por volta de 1930, gado e café conviveram 
nestas fazendas, quando este foi definitivamente suplantado pela produção do leite. 
 
Com o crescimento dessa nova atividade 
econômica, criou-se, em 17 de novembro de 1941, a Cooperativa Agropecuária 
de Quatis Ltda, órgão máximo da economia quatiense. 
 
A partir de 1916, com nova chegada de mineiros, muitas coisas se modificaram 
no distrito: foram substituídas as casas de adobe por tijolos e a barca 
“Mirandópolis”, que fazia a ligação até 
Floriano, cessou suas atividades, 
sendo então construída a ponte de 
ferro que nos liga a Porto Real. 
 
Em 1951, foi construído um hospital pela Associação de Proteção à Maternidade e 
à Infância de Quatis (APAMIQ). Nesta mesma época surgiu a Viação Falcão, 
ligando os distritos de Falcão e Quatis a Barra Mansa. 
 
Nosso distrito teve, na segunda metade do século XX, um curto período de 
apogeu com a produção de frango, hoje não mais existente. Na década de 70, o distrito de Quatis aumentou 
consideravelmente sua população como conseqüência da construção da Ferrovia do Aço, surgindo novos bairros como: 
Jardim Independência e Jardim Pollastri. 
 
Social e politicamente, Quatis sempre se destacou dentro do município de Barra Mansa. Ainda no século XIX, por obra de Luís 
da Rocha Miranda (Comendador Miranda), primeiro proprietário da Fazenda Santana da Cachoeira e da fazenda Moquém, foi 
construído o primeiro teatro do município, o Teatro São Luís. Muitos fazendeiros do município-sede possuíam casas aqui. E 
nossos políticos sempre se destacaram, sendo os primeiros prefeitos eleitos de Barra Mansa os quatienses Coronel Alfredo 
Dias de Oliveira ( 2 de agosto de 1922 a 12 de junho de 1924), Wanderlino Teixeira Leite (1924 a 1927) e Oscar Teixeira de 
Mendonça (1927 a 1929). Foi no período de governo de Wanderlino Teixeira Leite (1925) que se instalou aqui a luz elétrica, 
tendo então se transformado o teatro em cinema com o nome de Cine Teatro São Luís, mais tarde Petit Cinema/Clube. 
 
 
Coronel Alfredo Dias de Oliveira Wanderlino Teixeira Leite Oscar Teixeira de Mendonça 
 
A partir da década de 60, algumas tentativas pró-emancipação foram feitas visando a autonomia do distrito, somente 
conseguida em 1990, quando num plebiscito a 25 de novembro o povo quatiense decidiu por sua separação do município-
sede e constituiu um novo município. 
 
 
3 
DISTRITO DE RIBEIRÃO DE SÃO JOAQUIM 
 
 
Sobre a origem do povoado há uma lenda, segundo a qual três irmãos - Diogo Álvares 
Pereira, Boaventura Álvares Pereira e Joaquim Álvares Pereira – reunidos, marcaram a hora 
da saída de casa, e convencionaram que, onde se encontrassem ao meio-dia, seria 
estabelecida a sede da freguesia. Assim o fizeram, iniciando a construção da capela do 
Patriarca São Joaquim. 
 
Historicamente, o distrito deve sua origem a Joaquim José Pereira de Carvalho e sua mulher, 
Umbelina de Mendonça, que, em 10 de janeiro de 1827, doaram ao Patriarca São Joaquim 
uma área de terras destinada à construção de uma capela em honra ao referido santo e 
distribuição àquelas pessoas que nela desejassem levantar suas casas de moradia e de 
comércio. 
 
Primitivamente pertencente a Valença, passou para Barra Mansa em 1844, em decorrência 
da mesma Lei Provincial que também anexou Quatis a este município. 
 
Enquanto afluíam tropas de Minas Gerais, e de algumas povoações 
vizinhas, que ali deixavam as cargas em troca de sal – quando não 
prosseguiam até os portos do mar – a povoação progrediu 
vertiginosamente, a ponto de se transformar em uma das mais 
importantes praças comerciais do município de Barra Mansa em fins do 
século XIX. 
 
O apogeu do povoado foi provocado pela cafeicultura, que para ali atraiu 
grandes fazendeiros e senhores de escravos. Diz-se mesmo que a 
ostentação da população era tão intensa, que o povoado teve, no século 
XIX e no início do século XX, até um cassino onde as riquezas eram 
ampliadas ou diluíam-se rapidamente nas mesas de jogo. 
 
Com a crise que se seguiu à libertação dos escravos, o povoado iniciou sua decadência econômica e social, agravada ainda 
mais com a construção, no final do século XIX, de um trecho da E.F. Oeste de Minas, cujo traçado cortava as terras da 
freguesia de Nossa Senhora do Rosário da Encruzilhada dos Quatis e não as terras do Patriarca São Joaquim. 
 
Este último empreendimento muito concorreu para o soerguimento de 
Quatis, atraindo população de diversas regiões vizinhas, mas infelizmente, 
provocou o declínio daquele distrito, em cujo casario, ainda hoje, podemos 
encontrar vestígios do fausto que imperava na sociedade dos tempos 
áureos do café. 
 
As velhas fazendas de café, falidas ou abandonadas, foramadquiridas 
pelos migrantes mineiros, procedentes do sul das Gerais e transformadas 
em importantes centros pecuaristas, principal fonte econômica do distrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
DISTRITO DE FALCÃO 
 
 
As terras do atual distrito de Falcão, a 18 km da sede do município (Quatis), apesar de 
conhecidas desde a segunda metade do século XVIII, só foram desbravadas nos primeiros anos 
do século XIX. 
 
Pertenceram, primitivamente, ao município de Resende, passando, mais tarde, a integrar o 
distrito de São Joaquim. 
Deve-se, contudo, sua existência à passagem por suas terras da famosa “estrada de Passa 
Vinte”, que fazia a comunicação de Barra Mansa com o sul de Minas Gerais. No ponto em que 
esta estrada, depois de concluída, se entroncava com os caminhos procedentes das freguesias 
de Resende e de São Joaquim, foram levantadas, em 1865, as primeiras edificações, impostas 
pelas necessidades do comércio com as tropas e viajantes que por elas transitavam, dando 
assim origem ao povoado. 
 
A iniciativa de Francisco de Souza e Almeida, doando, em 1877, um 
alqueire de terras a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, para a 
construção de uma capela e distribuição entre aqueles que 
desejassem edificar as suas moradias, foi um dos fatores que mais 
concorreu para o seu rápido desenvolvimento. Desta capela não 
temos notícia. 
 
O certo é que o Coronel Felicíssimo do Rego Barros, nascido na 
Província do Rio de Janeiro em 1846, foi um dos fundadores da 
Freguesia de Falcão. Por sua iniciativa foram construídos o cemitério 
público local e a capela de São Sebastião. Felicíssimo e Carlota 
Augusta Machado se casaram em 1871 e moraram em Falcão até 
1885, onde ele era lavrador e exerceu cargos públicos de destaque, 
como: Juiz de Paz, subdelegado, agente de correio. Felicíssimo do Rego Barros era filho de Felicíssimo José Braga e Balbina 
Zeferina de São José, ambos professores primários em Falcão. 
 
A presença continuada de tropeiros e viajantes das mais longínquas paragens no povoado e a sua 
distância da sede do município (na época Barra Mansa) levou os seus moradores a pleitear, ali, a 
criação de um distrito policial. Tal pretensão somente foi atendida em 30 de outubro de 1885, 
quando, por deliberação, o Governo da Província criou o distrito policial, com terras desmembradas 
da freguesia de São Joaquim. Outra deliberação provincial, de 29 de março de 1889, criou em seu 
território um distrito de paz. 
 
Contudo, implantada a República, quando da realização da 
primeira divisão administrativa do Estado do Rio de Janeiro, o 
distrito de Falcão foi suprimido pelos decretos 1 e 1-A, 
respectivamente, de 8 de maio e de 3 de junho de 1892, 
voltando suas terras a integrarem o distrito de São Joaquim. 
 
Somente em 1919, por força da Lei de 20 de novembro, o distrito foi restabelecido, passando a figurar em todas as divisões 
administrativas e territoriais do Estado que, então, se lhes seguiram, como distrito componente do município de Barra Mansa. 
 
Foi a conclusão de um trecho da E.F. Oeste de Minas, em 1915, que estendia a linha tronco, de Barra Mansa até Ribeirão 
Vermelho (MG), que permitiu o soerguimento do distrito, depois da crise que se seguiu com o término da escravidão negreira. 
 
As velhas fazendas de café, quase abandonadas, foram adquiridas por migrantes mineiros, procedentes de municípios 
vizinhos, e transformadas em importantes centros agropastoris, fonte em que se apóia a riqueza do município de Quatis nos 
dias atuais. 
5 
 
MUNICÍPIO DE QUATIS 
 
 
No novo município já havia o Conselho Popular de Quatis (CPQ), presidido a 
princípio por Irmã Elizabeth Alves, depois por Alfredo José de Oliveira. Enquanto 
não se fazia a eleição para prefeito, coube a este conselho fazer a ligação entre 
as reivindicações da nossa população e o prefeito de Barra Mansa, até que o 
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) marcasse a primeira eleição para 3 de outubro 
de 1992, sendo então eleito José Laerte D’Elias para o período 1993/l997. O 
segundo prefeito eleito foi Alfredo José de Oliveira para o período de 1997/2001, 
sendo substituído por José Laerte D’Elias no período de 2001/2005. Atualmente, 
está governando a cidade o prefeito Alfredo José de Oliveira, eleito para o 
período de 2005 a 2009. 
 
Com a eleição do primeiro prefeito em 1992, foi eleita também a nossa primeira Câmara de vereadores assim constituída: 
Aroldo Cabral, Engrácia Vera Maia Rafael, Rosa Idalina Nunes de Macedo, José Cardoso 
Fonseca, Geraldo de Souza Marques, Cláudio Luiz de Lima, Altamyr Gomes de Oliveira Campbell, 
Raimundo Valeriano da Silva e Hugo Marciano de Elias. Com o falecimento de Rosa Idalina e 
Hugo de Elias tomaram posse, respectivamente, Manuel Francisco da Silva e João Paulo dos 
Santos. Coube a esta Câmara elaborar a nossa Lei Orgânica, promulgada em 30 de junho de 
1993, na presidência de Aroldo Cabral, e aprovar o Projeto de Lei do então presidente, indicando 
o samba “Água da Fonte”, com letra de Adelaide da Cunha Franco e música de Antônio 
Quintilhant e Nestor Silva, para ser o Hino Quatiense. Projeto este que se transformou na Lei n° 
103 de 02/04/96. 
 
Com o início da administração própria houve a municipalização 
da educação e da saúde. Embora com pouca arrecadação, o município tem conseguido 
manter os serviços essenciais para a população e investido em algumas obras de vulto, com 
a parceria dos Governos Federal e Estadual. Entre estas obras destacamos: a retificação do 
Ribeirão dos Quatis, a construção de represa e captação da água no Córrego dos Lima, a 
pavimentação da estrada RJ 159, a infra-estrutura e a pavimentação das vias públicas, a 
construção de Estação de Tratamento de Esgoto na sede e nos distritos. 
 
Quatis, o 1° distrito, compreende o Centro, Joaquim Leite, São Benedito, Água Espalhada, Pilotos, Mirandópolis, Barrinha, 
Santo Antônio, Nossa Senhora do Rosário, Jardim Independência, Boa Vista, Jardim Pollastri, Bondarowsky e Santa Bárbara. 
 
Durante a formação do município foram surgindo vários povoados conhecidos como: 
 
Povoado do Centro 
 
Sua origem remonta a 5 de março de 1832, quando Faustino Pinheiro de Araújo e sua 
mulher, Gertrudes Maria de Jesus, doaram parte das terras que possuíam, na então 
“Encruzilhada de Quatis”, para construção de uma capela, dedicada a Nossa Senhora do 
Rosário, e para as pessoas que nela desejassem levantar suas moradias e casas de 
comércio. 
 
Situada em terras de média altitude, com clima seco, temperatura e ventilação suave, a 
primitiva povoação não demorou a se expandir, graças à grande lavoura cafeeira, no século XIX, e por tratar-se de caminho 
natural dos tropeiros que, de Minas Gerais, através da estrada de Passa Vinte, demandavam ao porto de Angra dos Reis, e 
aqui paravam para descanso e reposição de suas energias junto à fonte de água mineral – a nossa Biquinha – cujas terras em 
torno foram doadas ao povo quatiense pelo capitão Mamede Fróes de Andrade. 
 
 
6 
 
Povoado de Joaquim Leite 
 
Nome dado à estação ferroviária localizada na fazenda do Comendador Joaquim Leite Ribeiro de Almeida. Político influente 
em Barra Mansa administrou a cidade, durante vários mandatos como presidente da Câmara de Vereadores. Está enterrado 
no cemitério de Quatis. O povoado surgiu no início do século XX. 
 
O nome da estação, que se estendeu ao povoado, é uma homenagem a seu filho, Dr. 
Joaquim Leite Ribeiro de Almeida Júnior. Engenheiro, construiu a maior parte da E.F. Oeste 
de Minas, desde Barra Mansa até Cedro (hoje Pestana-MG), reconhecendo e locando 
igualmente o trecho de Barra Mansa a Angra dos Reis. 
 
É do mesmo engenheiro, filho mais novo do Comendador Joaquim Leite, a famosa ponte da 
Oeste, sobre o rio Paraíba do Sul, dentro de Barra Mansa. Faleceu durante as obras da 
ferrovia. 
 
 
Povoado de São Benedito 
 
É o mais antigo loteamento do então distrito. Seu início deveu-se à construção de casas, pela 
Oeste de Minas, para os funcionários da ferrovia. Por volta de 1950, surgiu em terras daprimitiva propriedade dos Teixeira Franco, mais tarde adquirida pelo dentista Antônio Feliciano 
Pimenta Júnior, um loteamento desenvolvendo a parte mais alta do bairro. Seus moradores 
eram oriundos das fazendas da região e de Minas Gerais. 
 
O nome do loteamento é devido ao padroeiro da capela ali construída, São Benedito, e a 
implantação de uma escola primária, a Escola São Benedito, que funcionou, provisoriamente, em salas cedidas pelo senhor 
Aguilar Alegrete Faria. No mesmo local funcionou, no século XIX, o “Ateneu Quatiense”. Mais tarde o prédio abrigou um 
“Sanatório” para tratamento de doenças pulmonares, nome pelo qual ficou conhecido. 
 
 
Povoado da Água Espalhada 
 
Nome tradicional do local, sua origem se deve ao fato do Ribeirão dos Quatis cortar a estrada 
principal, e, nas cheias, a água se espalhava pela área de baixadas. 
 
Conta-se que , em 1927, morreram um carreiro e seus dois ajudantes, vitimados por um raio, 
razão da construção de uma Santa Cruz, ponto referencial do bairro primitivo. 
 
Anteriormente conhecido como “Jolival”, seu último proprietário foi Omar de Oliveira Barros. 
Sua expansão iniciou-se a partir de 1959, quando foram comercializados os primeiros lotes. 
 
O asfaltamento da via principal do bairro levou à demolição da primitiva Santa Cruz, com a promessa de, mais tarde, ser 
refeita, devido à necessidade de alargar-se a estrada. Contudo, a comunidade decidiu ter por padroeira Nossa Senhora 
Aparecida, cuja capela e salão paroquial foram construídos em 1982, mantendo em seus terrenos uma mina de água potável, 
amplamente utilizada pela população local. O único logradouro do loteamento é a Estrada Vereador Víctor Marcondes 
Sampaio. 
 
 
Povoado do Pilotos 
 
Área de passagem daqueles que se dirigiam ao distrito de Falcão e a Minas Gerais. No local existia uma singela capela, à 
beira da estrada, encimada pela Santa Cruz, a padroeira do bairro, onde os primitivos moradores faziam suas orações. Havia 
7 
também na área, um curral onde o gado, proveniente de Minas Gerais, aguardava os compradores, em geral originários de 
Barra Mansa. 
 
O nome do loteamento, segundo transmissão oral dos moradores, era devido à dificuldade de 
transportes, na época do comércio de gado, para aqueles moradores que vinham de fora. Para 
solucionar o problema, e levando-se em consideração o relevo alto e plano, pretendeu-se 
instalar ali um campo de pouso – o campo dos pilotos – mas a idéia não foi adiante. 
 
A expansão da região, no entanto, iniciou-se quando funcionários do DER-RJ, vindos de Lídice, 
no município de Rio Claro, com o objetivo de construírem a Rodovia RJ 159, interligando a Via 
Dutra ao sul de Minas, chegaram com suas famílias, acamparam na área, construindo 
posteriormente uma fábrica de manilhas para suprir as necessidades desta obra. 
 
Mais tarde, fazendeiros donos das terras às margens da estrada – dentre eles Isaac Marcondes Sampaio – começaram a 
lotear a área, presenteando seus antigos empregados com pequenas glebas, razão de suas casas estarem extremamente 
próximas umas das outras. 
 
 
Povoado de Mirandópolis 
 
Havia na área uma fazenda, denominada “Mirandópolis”, nome derivado de seu primeiro proprietário. Era também conhecida 
como “Fazendinha”. Interligava a sede da fazenda a Ribeirão da Divisa, hoje Floriano, uma barca também chamada 
“Mirandópolis”. Posteriormente, foi propriedade do Sr. Euclides Alves Guimarães Cotia. 
 
Na década de 1960, os novos proprietários, Isaac Marcondes Sampaio e Afonso de Freitas Lustosa, decidiram ali iniciar um 
loteamento, facilitando àqueles que quisessem, no local, construir suas moradias. 
 
A comunidade começou a organizar-se por volta de 1967, pois, até então, para cumprimento de suas obrigações religiosas, 
seus membros reuniam-se em suas residências, para a reza diária do terço e as explicações do 
santo Evangelho. 
 
Para escolha do padroeiro da comunidade houve campanha e acirrado pleito eleitoral. Os 
concorrentes eram o Sagrado Coração de Jesus, São Sebastião e Nossa Senhora Aparecida. 
Ao final das apurações, o vencedor foi o Sagrado Coração de Jesus. 
 
Por meio de festas, leilões de prendas e gado, quermesses e rifas, a comunidade acabou por 
adquirir um terreno para a construção da capela, em homenagem a seu padroeiro. Tal feito 
ocorreu em 1970, quando, por cerca de seis mil cruzeiros, compraram da senhora Julieta Pereira 
Sampaio, o dito terreno, onde em 1972, foi erguido o templo, marco do desenvolvimento local. 
 
 
Povoado da Barrinha 
 
Geograficamente, barra significa a foz de um rio ou riacho, isto é, o local onde um deságua no 
outro. No caso, a pequena barra, daí o nome barrinha, significa o desaguar do ribeirão dos 
Quatis no Rio Paraíba do Sul, marca indelével da área. 
 
Criado, em 1963, em terras antes pertencentes à professora Julieta Pereira Sampaio, o 
loteamento foi marcado, a princípio, por tragédias, visto localizar-se no principal acesso de 
nossa cidade. 
 
Havia ali uma primitiva Santa Cruz. Com a doação do terreno cedido pelo Sr. José Corbolan, foi erguida a capela do bairro, 
também dedicada a Nossa Senhora Aparecida. 
 
8 
 
 
Povoado do Santo Antônio 
 
É o segundo loteamento mais antigo, tendo surgido em terras de propriedade do Dr. Almir 
Guimarães, por volta de 1963. Sua expansão deveu-se à localização geográfica, junto à 
estrada que interliga a cidade ao distrito de Ribeirão de São Joaquim e ao distrito barra-
mansense de Nossa Senhora do Amparo. 
 
A origem do nome deveu-se à existência de uma antiga capela, erguida em honra de Santo 
Antônio, e que existia, desde tempos primitivos, sobre um morro situado logo após a 
travessia da passagem do nível da linha férrea. 
 
 
Povoado de Nossa Senhora do Rosário 
 
Terras primitivas de Omar de Oliveira Barros, parte doada à Mitra Diocesana de Barra do Piraí (hoje Volta Redonda), para que 
ali se construísse um seminário religioso, nos idos de 1960. 
 
Como tal seminário não foi adiante, na década de 70, decidiu-se pelo loteamento da área, 
buscando beneficiar os mais carentes da nossa sociedade. Em homenagem à padroeira do 
município, o novo loteamento foi denominado Nossa Senhora do Rosário. 
 
A partir de 1980, ativistas comunitários, incentivados pelas religiosas Irmã Elizabeth e Irmã 
Terezinha, que atuavam em nossa cidade, iniciaram um movimento pela melhor organização da 
sociedade local. 
 
Em regime de mutirão, foi construída a capela em terreno cedido pela Mitra Diocesana e, por meio de eleições gerais, buscou-
se escolher o padroeiro da comunidade. Os concorrentes eram Santa Terezinha, São José e São Francisco de Assis. 
Apurados os votos, São Francisco de Assis foi o escolhido. 
 
Também em regime de mutirão, foi erguido o cruzeiro em 1992. Em 1993 foram criadas a creche comunitária e a associação 
de moradores. 
 
 
Povoado do Jardim Independência 
 
Primitiva área de terras pertencente a Antônio Francisco Lima e sua mulher Maria de Oliveira Lima foi adquirida, em 20 de 
julho de 1972, pela SIGA – Sociedade Imobiliária Globo Ltda., que tinha sua sede no centro, na Praça Dr. Teixeira Brandão. 
 
Localizada à margem direita da Estrada Víctor Marcondes Sampaio (antiga Estrada Quatis-Amparo), foi desmembrada do Sítio 
e Chácara Santo Antônio, abrangendo uma área total de 189.152,34 m², sendo que 962,50 m² foram reservados para a 
instalação de escolas e 10.926,25 m² reservados como área verde, conforme se encontra no Livro de Registro de Imóveis, de 
n° 3-T, folhas 185, sob o n° 9527, do Cartório do 2° Ofício Notarial e Registral de Barra Mansa. 
 
De sua área total, a partir de 1972, foram desmembrados 61.924,50 m² em áreas de lotes que 
foram vendidos a terceiros, permitindo a sua grande expansão e desenvolvimento. 
 
No local foi construída uma capela em homenagem a Nossa senhora das Dores. Quando de 
sua construção, os moradores dos bairros Santo Antônio e Jardim Independência uniram-se e, 
em regime de mutirão, iniciaram a elevação de suas paredes. 
 
 
 
9 
 
 
Povoadodo Boa Vista 
 
Terra pertencente ao Sr. Omar de Oliveira Barros, conhecida como CHARQUEADA, vendida 
a maior parte para seu afilhado Antônio Leite e outros adquirentes. Popularmente era 
chamada de “Buraco Quente”. 
 
Situado em área plana e elevada, onde, de qualquer ponto se tem uma “boa vista” da Serra 
da Mantiqueira, daí originou-se o nome do loteamento, marcado pelas estripolias de um 
motorista do Supermercado Estrela – conhecido por Tiuri – que, descendo a Rua Geraldo 
Delgado, em uma caminhonete Toyota, e não tendo como retornar, devido à excessiva lama 
no local, acabou por derrubar a cerca, que separava duas propriedades e uniu as mesmas, através da Rua Salvador Peixoto 
da Fonseca. 
 
Mais tarde, com a ligação desses trechos, um primitivo morador do loteamento, o senhor José Roberto Ribeiro, mais 
conhecido como “Zé Botão”, acabou por construir uma ponte de madeira, por cima de uma vala de esgotos, que escorria a céu 
aberto, e atingia sua própria casa, permitindo a expansão do loteamento. 
 
 
Povoado do Jardim Pollastri 
 
Antiga área de pastos denominada Mirandópolis, e pertencente a Euclides Alves Guimarães Cotia e sua mulher Dª. Lenta, foi, 
em 1959, desmembrada e teve 22,856 alqueires geométricos, equivalentes a 1.106.230 m², vendidos ao Dr. Alexandre 
Pollastri Filho e a Isaac Marcondes Sampaio, conforme consta do livro de Registro de Imóveis de n° 3-R, às folhas 139, sob o 
n° 8.156, do Cartório do 2° Ofício Notarial e Registral de Barra Mansa. 
 
Em 1976, conforme planta aprovada pela Prefeitura Municipal de Barra Mansa, através do processo n° 12.101/75, a área foi 
loteada, com o nome de “Jardim Pollastri”, e vendida a terceiros, que iniciaram a construção de suas moradias. O novo 
loteamento, abrangendo área total de 181.403 m², teve suas terras, assim divididas: 126.184 m² em áreas de lotes; 28.794 m² 
em áreas de praças e 1.316 m² em áreas de servidão. 
 
Com a expansão do loteamento, foi criado o Grupo São João Batista, comunidade eclesial de 
base, que se reunia nas casas para a reza diária do terço, e iniciou-se um movimento para a 
construção de uma capela, em terreno doado pela Prefeitura Municipal de Quatis, conforme 
disposto na Lei 056, de 11 de fevereiro de 1994. 
 
Para a escolha do padroeiro da comunidade houve campanha e árdua eleição, entre os devotos 
de São João Batista e de Nossa Senhora Imaculada Conceição, sendo esta última, após a 
apuração, a escolhida dos moradores. 
 
 
Povoado do Bondarowsky 
 
Localizado em área de terra pertencente, primitivamente, a Aprígio Barbosa Lima que a revendeu, posteriormente, a Elias 
Bondarowsky, excluindo extensa área verde, doada à comunidade para a instalação de um horto florestal. 
 
Anos mais tarde, a área foi transferida para Samuel Bondarowsky, e por volta de 1980, foi 
dividida, dando origem ao loteamento, essencialmente residencial. Na época da implantação 
deste, era o único com infraestrutura adequada. 
 
Nessa área já havia antes da emancipação, um posto de atendimento da Prefeitura de Barra 
Mansa, uma estação de tratamento de água, um posto de saúde do Estado, o cemitério local e 
o Ginásio Roberto Silveira. 
10 
 
O nome é devido aos antigos proprietários, Elias e Samuel Bondarowsky, que permitiram a retaliação em diversos lotes e sua 
comercialização, com aqueles que ali quisessem construir suas residências. 
 
 
Povoado de Santa Bárbara 
 
Antiga área de pastos denominada “Chácara Santo Antônio”, e pertencente ao Sr. Nilo 
Rodrigues de Lima e sua mulher Dª. Geralda Andrade Lima, foi doada, em 1991, aos seus 
filhos Ana Maria das Graças Lima, Irma Aparecida de Lima Almeida e José Sebastião Andrade 
de Lima, conforme consta do livro de Registro de Imóveis de n° 230, às folhas 111/113v, sob o 
n° 4689, do Cartório do 2° Ofício Notarial e Registral de Barra Mansa. 
 
Em 1999, conforme planta aprovada pela Prefeitura Municipal de Quatis, através do processo 
n° 3977/97, a área de 91.515,92 m² foi desmembrada da área original e loteada, com o nome 
de “Loteamento Santa Bárbara”, sendo vendida a terceiros, que iniciaram a construção de suas moradias. 
 
O novo loteamento, teve suas terras, assim divididas: 39.803,02 m² em áreas de lotes; 28.295 m² em áreas de praças; e 6.092 
m² reservada para a implantação do Loteamento Popular Alto das Quaresmeiras. A escolha do nome do bairro se dá em 
função da devoção à Santa Bárbara. 
 
 
Povoado de Santana 
 
A atual Comunidade de Santana, tratada hoje como “quilombo”, está localizada no distrito de Ribeirão de São Joaquim, em 
Quatis, e faz parte da Fazenda Santana, primitivamente chamada Fazenda Retiro. Construída na primeira metade do século 
XIX, a Fazenda Retiro teve como primeiro proprietário Manoel Marques Ribeiro, que era casado com Anna Esmeria Nogueira. 
O casal teve uma única filha, Maria Isabel Marques Ribeiro que, ao se casar com João Pedro de Carvalho, filho do 1° Barão de 
Cajuru, passou a assinar Maria Isabel de Carvalho. 
 
Manoel Marques Ribeiro, grande proprietário de café, figura de destaque em Ribeirão de São Joaquim, era Capitão da Guarda 
Nacional e Comendador. Muito querido na região, o encontramos no Livro de Tombo da Paróquia do Patriarca São Joaquim 
como padrinho de inúmeras crianças e testemunha de diversos casamentos. 
 
Em 1867, Manoel Marques Ribeiro mandou construir, em suas terras, uma capela dedicada a Sant’Ana, que serviria de túmulo 
para si e sua família. Em seu testamento, ele deixa claro que só poderiam ser sepultados na capela membros de sua família. 
Por isso, o Barão de Cajuru, sogro de sua filha Maria Isabel, ao morrer na Fazenda em 1868, em visita ao filho e à nora, foi 
sepultado do lado de fora da referida capela. 
 
O Comendador Manoel Marques Ribeiro faleceu em 14 de agosto de l869. Sua filha Maria Isabel e seu genro João Pedro de 
Carvalho assumiram a administração da propriedade e, em 1878, dez anos antes da assinatura da “Lei Áurea”, distribuíram 
lotes de terra, em volta da capela de Sant’Ana, aos escravos de sua fazenda, para que iniciassem a construção de um 
povoado, uma vez que esta área havia sido doada, juntamente com a capela, à Igreja do Patriarca São Joaquim, 
representante da Mitra Diocesana de Barra do Piraí. 
 
Com a decadência do café, o povoado não conseguiu se desenvolver. Em 30 de 
outubro de 1888, Maria Isabel perdeu sua mãe, Ana Esmeria, e em 29 de agosto de 
1889, seu marido, João Pedro de Carvalho. Ambos foram sepultados na Capela de 
Sant’Ana. 
 
Por causa da capela, a Fazenda Retiro passou a ser conhecida como Sant’Ana, 
tanto que em 1903, Maria Isabel doou terras a vários de seus trabalhadores, já 
chamando a fazenda pelo novo nome, origem do povoado. 
 
11 
A fazenda produziu café até por volta de 1930, mas desde as primeiras décadas do século XX, novos proprietários, criadores 
de gado vindos de Minas Gerais, passaram a produzir leite, e este produto substituiu totalmente o anterior. Os novos donos de 
Santana foram pela ordem: Leôncio Ferreira da Silva, Olívio Alves Nogueira, Euclydes Augusto Alves, João Tibúrcio Alves, 
Diógenes Ribeiro Salgado. Com a morte deste, a propriedade foi dividida entre seus herdeiros. 
 
Enquanto a fazenda passava por diversos proprietários, muitos dos ex-escravos, que haviam recebido terras, a abandonaram. 
Alguns venderam a terra doada a trabalhadores que vieram com os novos fazendeiros. O certo é: quase todos, que hoje 
moram no que se convencionou chamar de quilombo, são em sua maioria mineiros como a maioria dos habitantes de Quatis. 
 
Historicamente, quilombo foi o nome dado a aldeias formadas por escravos fugitivos, o que não ocorreu em Santana. Ao 
contrário, trata-se de um caso inédito na história brasileira, proprietários que doaram terras de sua propriedade a escravos e 
ex-escravos. Segundo os defensores do quilombo, este termo hoje é dado a comunidades formadas quase que 
exclusivamente por afro-descendentes, que ficaram isoladas de outras áreas do município. 
 
Resgatando a verdade histórica, o Barão de Cajuru jamais foio proprietário da fazenda. Ele era apenas o sogro de Maria 
Isabel de Carvalho. Aliás, o marido de Isabel sequer recebeu o título que foi do pai, pois o mesmo foi dado a seu irmão Militão 
Honório. 
 
O povoado de Santana pertence ao distrito de Ribeirão de São Joaquim. 
 
 
 
PARTE II 
 
CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS E ESTRATÉGICAS DO MUNICÍPIO DE QUATIS 
 
CONHECIMENTO DA REALIDADE 
 
Estrategicamente localizado, com sua sede distando de apenas 7 km de uma 
das rodovias federais mais importantes do país, a BR-116 que liga as duas 
maiores capitais do país, Rio de Janeiro e São Paulo (Presidente Dutra); 
entre os dois maciços rochosos mais importantes do país, o da Serra do Mar 
e o da Mantiqueira; a relativa facilidade de acesso ao litoral, através da Serra 
do Mar, em uma das maiores baías da nossa costa, a de Ilha Grande; 
integrante da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul e, o acesso pela RJ-
159 direto ao sul de Minas Gerais e pela RJ-143 que pelo Distrito de Amparo 
dá acesso a Barra Mansa por meio de estradas já parcialmente 
pavimentadas; cortado 
por ferrovias, a Estrada de 
Ferro Oeste de Minas e a 
Ferrovia doa Aço, Quatis oferece situação favorável à instalação de 
indústrias e fábricas de pequeno porte e apoio logístico ao escoamento - 
por rodovia, ferrovia ou via marítima, de matérias-primas e produtos 
manufaturados provenientes de outros pólos e municípios vizinhos, 
podendo vir a transformar seu perfil econômico de atividade agropecuária, 
serviços e comércio, em um centro de atividades do setor terciário de 
economia, além da grande potencialidade turística, segundo a Embratur. 
 
O executivo municipal, diante do papel das cidades como agente protagonizador da região em que se insere, passa a ser um 
empreendedor para difundir e catalisar maiores investimentos e, ao mesmo tempo, torna-se responsável pelas questões 
sociais de saúde e educação principalmente, a partir do momento em que ele tem maior responsabilidade com a legislação de 
uso e ocupação do solo e a gestão democrática da cidade (conforme o Estatuto da Cidade, nome da Lei Federal nº. 10.257/01, 
que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Brasileira). 
 
12 
Um outro conceito importante chama a atenção para as tendências mais contemporâneas como a questão da sustentabilidade, 
onde o aproveitamento dos recursos do lugar e o pensamento global 
dentro do local e local dentro do global definem o pensamento universal 
sem que o desenvolvimento contribua para o esgotamento dos recursos 
naturais e nem deixe de fazer parte do mundo globalizado. 
Sustentabilidade ambiental significa manutenção do capital natural e 
significa, também, que a taxa de emissão de poluentes não deve ser 
superior à capacidade de absorção e transformação, por parte do ar, da 
água e do solo. Além disso, a sustentabilidade ambiental deve garantir o 
uso racional dos recursos naturais, garantindo a preservação da 
biodiversidade, da sociedade humana e da qualidade do ar, da água e do 
solo, em níveis suficientes para manter a vida humana e o bem estar das 
sociedades, bem como a vida animal e vegetal para sempre. 
 
O objetivo do futuro há de passar necessariamente por um uso mais criterioso e econômico do solo, conseguido através de 
uma maior densidade ou intensidade de uso nos planos urbanísticos, associada a um programa de ocupação de vazios 
urbanos. Esta formulação ajudará a baixar os gastos escandalosos com as infra-estruturas e transporte, e a reduzir a pilhagem 
de outras áreas de solo disponíveis (por exemplo, ecossistemas ou terra cultivável) para urbanização. 
 
Assim, o conhecimento da realidade, primeira atividade da elaboração do plano, deve passar, de alguma forma e com 
diferentes níveis de profundidade e rigor técnico, pelos seguintes procedimentos seqüenciais e complementares: 
 
 
Delimitação do Município 
 
Situado no sudeste do Estado do Rio de Janeiro, o Município de Quatis integra a 
Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul e a Região das Agulhas Negras, faz divisa 
a oeste com o Município de Resende/RJ, ao norte com o Município de Passa 
Vinte/MG, a nordeste com o Município de Valença/RJ, a leste-sudeste e sul com o 
Município de Barra Mansa/RJ e a sudoeste com o Município de Porto Real. O 
desenvolvimento da região e dos municípios vizinhos deixa antever o adensamento 
natural de Quatis, que pelo seu porte, apesar da questão orçamentária, pode ainda 
fazer com que o aporte de medidas preventivas e de planejamento, por meio de 
políticas públicas, vençam sobre um número de medidas emergenciais como 
acontece em grande parte dos municípios brasileiros de pequeno e médio porte 
espalhados pelo país. 
 
Localizado em área envolta por colinas e morrotes, Quatis oferece poucas 
alternativas na oferta de terras planas propícias à instalação de indústrias de grande 
porte, o que talvez possa ser usado como prerrogativa na preservação ambiental e 
na manutenção do perfil pacato da cidade e de sua qualidade de vida. No entanto, é 
de se prever que as áreas ao longo da RJ-159, Floriano/Quatis possam vir a abrigar indústrias de pequeno e médio porte, 
também ao longo da rodovia RJ-143, Quatis-Ribeirão de São Joaquim, ainda nas proximidades do distrito de Quatis, desde 
que prevista e executada uma via de contorno para além dos limites urbanos desviando o tráfego de veículos de carga da 
estreita e inapropriada malha viária do centro urbano e, as áreas planas ao longo 
da estrada do Hotel Fazenda Bom Retiro que liga Quatis ao município de Resende 
na rodovia BR-116. 
 
Uma nova ponte sobre o Rio Paraíba do Sul ligando Quatis a Porto Real, por meio 
do acesso a fábrica de vidros Guardian, evitando a passagem pelo distrito 
barramansense de Floriano, hoje em estudo pelo Governo Estadual, viabilizaria 
uma nova alternativa para o desenvolvimento industrial do município. 
 
A estratégica localização, eixo Rio/São Paulo, uma melhor avaliação e atenção ao 
13 
potencial hídrico no cuidado de nascentes e matas ciliares, melhoria das estradas em busca de parcerias e fomento a 
programas prioritários certamente seriam atrativos iniciais que, aliados à diversificação das atividades de comércio e melhor 
qualificação de serviços, melhor aproveitamento de seu potencial rural para a piscicultura, fruticultura etc. significariam atração 
e foco de interesse para investidores e empreendedores, como também para a oferta de um produto quatiense. 
 
 
Diagnóstico 
 
É o momento de discussão e análise no que se refere ao elenco de vocações para o 
desenvolvimento do município, e, conseqüente definição de instrumentos e mecanismos 
que venham a alavancar seu desenvolvimento sustentável. 
 
Tendo no comércio, serviços e ainda na agropecuária, a base de sua economia, Quatis 
depende hoje de parcerias que garantam o aporte de recursos nas esferas estadual, 
nacional e internacional para gerar programas que alavancariam diversas atividades 
estruturantes importantes locais, com os municípios vizinhos e a nível regional. 
 
A transformação industrial por que passam os municípios vizinhos de Resende e Porto Real deve ser percebida e aproveitada 
como diferencial para que Quatis consiga maior qualidade, tanto no comércio em geral, quanto no que se refere a serviços nas 
áreas institucional, financeira e na oferta de profissionais liberais, bens manufaturados, produção artesanal, produção rural, 
hotelaria, cozinha, lazer, cultura etc., assim como na oferta de moradias e/ou terras para instalação de famílias provenientes 
de outros municípios e estados para absorver o mercado de trabalho gerado por estas indústrias. O incentivo ao comércio 
local atrairá esse potencial futuro residente, como também conquistará o próprio cidadão quatiense que ainda mantém o hábito 
de consumir nos mercados de Resende e Barra Mansa, conseqüente da ligação histórica e afetiva aos municípios aos quais 
pertencemos no passado. 
 
Com o perfil rural e tão diverso dos municípios desta região, Quatis ainda poderá despertar para 
a utilizaçãoda atividade turística sustentável, como a hospedagem rural, cozinha local, a 
valorização do patrimônio histórico, cultural, arquitetônico e ambiental, principalmente, do distrito 
de Ribeirão de São Joaquim, a recuperação/conservação de seus cursos d’água mais 
importantes como atrativos para caminhadas ecológicas etc. O cuidado maior com o meio 
ambiente representaria por si só um grande atrativo pelo diferencial em relação aos outros 
municípios e pelas características tão peculiares de seu relevo, de recursos hídricos e ilhas de 
Mata Atlântica ainda existentes. A implementação de festas tradicionais, como as festas juninas, 
de bairros (padroeiros) e temáticas, natalinas, carnaval, festivais de música, torneios esportivos e 
leiteiros visarão atrair pessoas dos municípios e estados vizinhos, assim como turistas 
estrangeiros. 
 
O Município tem igualmente potencial para sediar eventos esportivos na região, começando com 
a otimização de locais existentes como o Clube Náutico Quatiense, o Quatis Futebol Clube e a promoção de novos 
empreendimentos para a formação de um pólo esportivo. 
 
O esforço e empenho compromissado do Poder Municipal em gerir de fato suas diversas áreas de atuação, com multi e 
interdisciplinaridade, com descentralização, na promoção do desenvolvimento, em busca de parcerias em todos os níveis para 
junto das iniciativas privadas e da comunidade, na formação de parceiros locais, na criação urgente de um “patriotismo 
quatiense”. 
 
Entende-se por “patriotismo quatiense” o movimento de cidadania que implica em 
respeito pelos poderes consolidados, cuidado com o bem público, transparência da 
administração pública, exercício dos direitos e deveres do cidadão, conhecimento e 
valorização da história do município, entre outros, garantindo a transmissão destes 
valores, sem preconceitos, às gerações futuras, por meio da família e da educação. 
 
As potencialidades do Município são muitas, e para serem alavancadas visando o 
14 
desenvolvimento sustentável faz se necessário uma atitude do governo de maneira a ganhar o crédito da comunidade, a fazer 
com que a comunidade “caminhe e governe junto”, sinta-se parceira, entenda o interesse comum, aproxime-se com a voz de 
quem tem a realidade em seu quotidiano, na apresentação de propostas, definição de programas prioritários de forma 
amplamente participativa e pontual, através de oficinas de trabalho identificando problemas e articulando a visão dos técnicos 
com a percepção da sociedade e dos atores sociais.

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