Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Rita Cabral - FITS P5 Afecções do estômago e intestino ESTÔMAGO ● Órgão saciforme situado entre o esôfago e o duodeno; ● Onde ocorre uma importante etapa da digestão dos alimentos; ● Possui 4 camadas (mucosa, submucosa, muscular e serosa) e é dividido em quadros regiões anatômicas: cárdia, fundo, corpo e antro → cada uma revestida por mucosa com características próprias; ● CORPO E O FUNDO GÁSTRICO: são revestidos por mucosa oxíntica (secretora de ácido), que possui glândulas com: (a) células parietais, que secretam ácido clorídrico (HCl) e fator intrínseco; (b) células principais, produtoras de pepsinogênio; ● As mucosas antral e cárdica possuem glândulas produtoras de muco; ● Toda a superfície gástrica é revestida por epitélio cilíndrico que secreta bicarbonato e muco semelhante ao produzido na região antral (mucinas neutras). No corpo e no antro, existe também grande número de células neuroendócrinas. No antro, encontram-se células G (gastrina), D (somatostatina) e EC (célula enterocromafim, secretora de serotonina). Gastrina é potente estimuladora da produção de HCl. Na mucosa oxíntica, existem: (a) células ECL (enterocromafim-like), produtoras de histamina, que é o principal estímulo das células parietais; (b) células EC. Além dessas, outras células na mucosa gástrica produzem diversos peptídeos com funções variadas (p. ex., grelina). Como a mucosa gástrica fica em contato com enzimas e ácido na luz do estômago, alguns fatores são essenciais para sua proteção: (a) camada de muco sobre o epitélio. Além da barreira física, o muco contém íons bicarbonato, que neutralizam íons H+; (b) a própria camada de células epiteliais, que formam uma barreira contra a retrodifusão de íons H+ e a penetração de enzimas na mucosa; (c) fluxo sanguíneo, indispensável para manter a integridade e a função das células epiteliais; (d) prostaglandinas, que estimulam a secreção de muco e bicarbonato, reduzem a secreção de ácido, aumentam o fluxo sanguíneo e ativam a regeneração epitelial. Gastrites/Gastropatias ● Inflamação na mucosa gástrica; ● Alteração nos mecanismo de proteção: ● GASTRITE AGUDA: agressão autolimitada + infiltrado com predominância de neutrófilos; ● GASTRITE CRÔNICA: agressão persistente + infiltrado com predominância de mononucleares; ● GASTROPATIA: infiltrado inflamatório escasso ou ausente + predominância de alterações degenerativas e regenerativas. GASTRITE AGUDA ● Agressão por diversos agentes → álcool, substâncias químicas (ácidos ou álcalis), certos medicamentos (p. ex., quimioterápicos), componentes da bile ou redução na proteção da mucosa. Menor proteção da mucosa acontece quando há queda na secreção de muco e bicarbonato por isquemia, quase sempre em condições de estresse grave (traumatismo extenso, queimaduras, hipertensão intracraniana, grandes cirurgias, outras doenças graves). Nos estados de estresse, há vasoconstrição esplâncnica e redução do fluxo sanguíneo na mucosa gástrica. Estimulação vagal (como ocorre em lesões encefálicas) induz a síntese de suco gástrico. Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, que reduzem a síntese de prostaglandinas, são causa frequente e importante de lesões gástricas agudas. Ana Rita Cabral - FITS P5 ● Encontram-se desde hiperemia e edema até necrose com erosões e úlceras múltiplas, às vezes atingindo grande parte da mucosa gástrica → Erosões comprometem somente a mucosa e sofrem regeneração rápida, já as úlceras são lesões mais extensas e profundas. ● Erosões e úlceras causam sangramento de intensidade variada, às vezes fatal. Com a retirada do agente agressor, a mucosa sofre regeneração. ● QUADRO CLÍNICO: dor epigástrica, náuseas, vômitos, hematêmese e melena; em alguns pacientes, a hemorragia é volumosa e grave. GASTRITE CRÔNICA ● Quando se tem agressão repetida e persistente na mucosa gástrica; ● Muito prevalente na população e, muitas vezes, assintomática; ● Maioria dos casos o Helicobacter pylori é o agente causal; ● A gastrite é superficial e predomina no antro, embora possa comprometer também o corpo e o fundo gástricos, constituindo uma pangastrite; ● Gastrite crônica pelo H. pylori evolui com atrofia da mucosa, metaplasia intestinal e displasia → fator de risco do câncer gástrico; ● Gastrite autoimune, que compromete as regiões do corpo e do fundo gástrico, corresponde a 10% das gastrites crônicas e caracteriza-se por destruição das células parietais por mecanismo imunitário e leva a atrofia da mucosa, metaplasia intestinal e anemia perniciosa. Gastrite por Helicobacter pylori ● Forma mais importante de gastrite crônica; ● A prevalência de infecção por H. pylori aumenta com a idade e é maior nas regiões tropicais e nos países em desenvolvimento, onde compromete cerca de 80% da população. ● O H. pylori é uma bactéria espiralada, móvel (flagelada), que vive no muco junto à superfície das células epiteliais, mas não invade a mucosa. A bactéria produz enzimas, como a urease, que degrada a ureia em amônia, que neutraliza o meio ácido e permite sua sobrevivência no estômago → H. pylori interage com as células epiteliais da mucosa gástrica e atua por meio de fatores de virulência (CagA e vacA) → a citotoxina associada ao gene A (CagA), o principal fator de virulência, é altamente imunogênico → esses fatores de virulência ativam a migração de células inflamatórias para a mucosa por mecanismos tanto da resposta inata como da resposta adaptativa → no processo, há liberação de diversas citocinas, como IL-8, IL-1a e IL-6, que ativam e atraem neutrófilos e células mononucleadas para a mucosa. ● A principal consequência da infecção por H. pylori é gastrite crônica, predominantemente antral, mas que pode progredir e comprometer as regiões proximais do corpo e do fundo gástricos. ● Caracterizada por infiltrado inflamatório de linfócitos, plasmócitos e neutrófilos na lâmina própria da mucosa. O número de neutrófilos indica o grau de atividade da inflamação. Também se tem folículos linfoides com centros germinativos proeminentes em meio à inflamação → formação de folículos linfoides na mucosa gástrica é sinal de resposta imunitária frente à agressão persistente pelo H. pylori → os folículos linfoides podem ser vistos endoscopicamente como pequenos nódulos na mucosa, tanto no antro como no corpo gástrico. ● Na biópsia gástrica a bactéria é encontrada junto à superfície epitelial ao exame histopatológico convencional → métodos histoquímicos, como Giemsa, impregnação pela prata e imuno-histoquímica, facilitam sua identificação em cortes histológicos. ● A inflamação por muito tempo vai levar a destruição das glândulas da mucosa redução de células parietais, atrofia da mucosa e metaplasia intestinal → SUBSTITUIÇÃO DO EPITÉLIO GÁSTRICO PELO INTESTINAL (células caliciformes e absortivas); ● Pode surgir displasia (baixo e alto graus), que se associa a maior risco de adenocarcinoma gástrico. Além de sua relação com gastrite e adenocarcinoma gástrico, infecção por H. pylori associa-se também a úlcera péptica gastroduodenal e linfoma MALT. Ana Rita Cabral - FITS P5 ● DIAGNÓSTICO: teste da urease, exames sorológicos, antígenos fecais, teste respiratório da ureia e cultura. DNA da bactéria pode ser identificado por PCR. ● Correlação entre gastrite crônica por H. pylori e manifestações clínicas é muitas vezes pobre, pois a maioria dos pacientes é assintomática. Quando sintomática, os pacientes queixam-se de dor ou queimação epigástrica, náuseas, vômitos e desconforto abdominal. Gastrite autoimune ● A destruição de células parietais da mucosa, corpo e fundo gástrico por meio mecanismos imunitários; ● Mais comum em idosos, imunodeprimidos, mulheres e portadores de outra doença autoimune; ● Linfócitos T CD4+ agridem células parietais (fator intrínseco e a ATPase H+/K+) → hipocloridria → aumenta a da produção de gastrina pelas células G do antro e ocorre hiperplasia de células neuroendócrinas na mucosa do corpo e do fundo; ● Sem o fator extrínseco o paciente pode ter anemia perniciosa (megaloblástica) → pois o fator atuana absorçãoda vitamina B12 no íleo. ● MORFOLOGIA: mucosa gástrica mostra atrofia (difusa) e metaplasia intestinal no corpo e no fundo gástricos + perda expressiva de células parietais e principais, sendo substituídas por metaplasia intestinal e pseudopilórica + infiltrado inflamatório constituído por linfócitos, sem neutrófilos ou plasmócitos, e está presente em toda a espessura da mucosa + hiperplasia de células neuroendócrinas devido a hipocloridria. ● Pacientes com gastrite autoimune têm anticorpos anticélula parietal e antifator intrínseco no soro e na secreção gástrica, deficiência na secreção de ácido clorídrico no estômago, hipergastrinemia e, em poucos casos, anemia megaloblástica por deficiência de vitamina B12. Gastrite linfocítica ● Forma incomum de gastrite; ● Caracterizada por aumento do número de linfócitos intraepiteliais; ● Mais casos em mulheres; ● Afeta toda mucosa; ● Patogênese envolve mecanismos imunitários → devido a associação com doença celíaca (40% dos casos); ● Cerca de 20% dos pacientes têm infecção por H. pylori. ● Outra possibilidade etiológica inclui reação alérgica a medicamentos. ● Quadro clínico: incaracterístico, porém pacientes possuem queixas de e dor abdominal. ● Gastrite eosinofílica. ● Caracterizada por infiltrado inflamatório predominantemente de eosinófilos na mucosa gástrica → no antro e na região pilórica; ● Outras regiões do trato gastrointestinal podem apresentar esse mesmo tipo de infiltrado inflamatório → gastroenteropatia eosinofílica; ● Pacientes possuem eosinofilia periférica + aumento dos níveis séricos de IgE. Gastrite granulomatosa ● Pouco frequente; ● Principais causas: tuberculose e infecções por fungos → e em menor quantidade sarcoidose e doença de Crohn. ● Gastropatia química ● Agressão prolongada à mucosa gástrica por agentes químicos, como anti-inflamatórios não esteroides ou componentes da bile por refluxo duodenogástrico → alterações reacionais na mucosa com pouca inflamação; Ana Rita Cabral - FITS P5 ● Lesão caracterizada por hiperplasia da camada foveolar, que apresenta fovéolas longas, tortuosas e irregulares (em saca-rolhas) revestidas por células epiteliais com núcleos hipercromáticos, com aspecto reacional. Úlcera péptica gastroduodenal ● Lesão caracterizada por destruição localizada da mucosa do trato digestivo causada pela secreção ácido-péptica; ● Na maioria a lesão forma-se no duodeno proximal ou no estômago distal Na síndrome de Zollinger-Ellison (hipersecreção gástrica por gastrinoma, ver adiante), pode haver úlceras múltiplas em vários locais, inclusive no jejuno; ● UP duodenal é mais frequente em homens, enquanto a UP gástrica predomina em idosos de ambos os sexos; ● Etiopatogênese ● As principais causas da doença são infecção por H. pylori e uso de AINES; ● AINE diminui a secreção de prostaglandina → diminuição da produção de muco, secreção de bicarbonato e a perfusão vascular; ● Resulta sempre de digestão da mucosa pela secreção ácido-péptica que ocorre quando se rompe o equilíbrio entre a agressão pelo suco gástrico e as defesas locais → na UP duodenal e na UP gástrica pré-pilórica, há aumento da agressão à mucosa por secreção excessiva de HCl. ● Por sua atividade ureásica, a bactéria cliva a ureia e aumenta o pH na mucosa → estimula as células G a produzir gastrina → hipergastrinemia → hipersecreção ácida no estômago, e ao mesmo tempo, há redução na síntese de somatostatina, que bloqueia a secreção gástrica. ● A UP gástrica associa-se à redução na defesa da mucosa por inflamação crônica, o que favorece a retrodifusão de ácido (H+), causador da destruição tecidual. Componentes biliopancreáticos no estômago, por refluxo duodenogástrico, também são lesivos para a mucosa do estômago → reduzem a síntese de prostaglandinas (protetoras da mucosa gástrica), anti-inflamatórios não esteroides associam-se à UP gástrica e duodenal → prostaglandinas aumentam o fluxo sanguíneo, a síntese de muco e de bicarbonato e a regeneração epitelial → essenciais para manter a integridade da mucosa → se perde a barreira epitelial facilita a penetração de H+, pepsina e outros agressores na mucosa gastroduoenal. ● MORFOLOGIA: lesões únicas, pequenas (< 2 cm), com fundo limpo recoberto por fibrina e bordas planas, bem definidas e não infiltradas; em lesões antigas, há convergência das pregas da mucosa em direção à úlcera. A úlcera pode ser superficial (mucosa e submucosa), profunda (quando atinge a camada muscular) ou perfurada (se destrói toda a parede). Na lesão ativa encontram-se, a partir da luz: camada de fibrina e leucócitos misturados a restos necróticos + tecido de granulação (tecido frouxo formado por numerosos vasos sanguíneos e poucos fibroblastos) + cicatriz fibrosa → Nas bordas da lesão, há regeneração do epitélio. ● COMPLICAÇÕES: hemorragia e perfuração. Hemorragia, que se manifesta por hematêmese. ● QUADRO CLÍNICO: dor em queimação no epigástrio, geralmente 1 a 3 horas após as refeições, que piora à noite e melhora com alimentos alcalinos. Em certos casos, a doença manifesta-se por suas complicações, como anemia por deficiência de ferro, hemorragia digestiva ou perfuração da parede. Gastropatias hiperplásicas Ana Rita Cabral - FITS P5 ● Ocorre na doença de Ménétrier e na síndrome de Zollinger-Ellison, ambas pouco prevalentes; ● Lesão caracterizada por espessamento das pregas na região do corpo e do fundo gástrico → resulta em pregueamento exuberante e cerebriforme da mucosa gástrica. Doença de Ménétrier: espessamento das pregas da mucosa ocorre devido hiperplasia difusa da camada foveolar na mucosa do corpo e do fundo; ● Devido a hiperprodução de muco → hipoalbuminemia; ● Tais alterações associam-se a excesso de TGF-β, fator de crescimento que estimula a proliferação celular → produção aumentada de TGF-β (idiopática ou devido a infecção); ● Mais comum em homens (50-60 anos) ● CASOS GRAVES: dor abdominal e edema periférico. ● A lesão associa-se a maior risco de câncer gástrico. ● Síndrome de Zollinger-Ellison: espessamento das pregas da mucosa ocorre devido a hiperplasia de células parietais na mucosa do corpo e do fundo secundária à produção excessiva de gastrina por um tumor neuroendócrino (gastrinoma), no pâncreas ou no duodeno. Neoplasias ● Originam-se no epitélio e podem ser benignas ou malignas; ● Pólipos gástricos podem ser hiperplásicos ou neoplásicos (adenomas)--> têm maior interesse pelo risco de transformação maligna; ● Adenocarcinoma é o tumor maligno mais comum; Pólipos ● Consistem massas de tecido que fazem saliência na superfície de uma mucosa; ● Na maioria dos casos são hiperplásicos; ● Pólipo hiperplásico: comuns e formados por hiperplasia foveolar em área de inflamação, eles vão representar representam resposta exagerada da mucosa a agressões crônicas → lesão única ou múltipla, geralmente é pequena e muitas vezes tem erosões → as células hiperplásicas exibem atipias reacionais → pode apresentar displasia → o risco de displasia aumenta com o tamanho do pólipo ● Pólipo de glândulas fúndicas: lesão frequente, geralmente pequena e bem delimitada, formada por glândulas dilatadas revestidas por células parietais, principais ou foveolares baixas em meio a estroma sem inflamação → encontrados em pacientes tratados com inibidores da secreção de ácido no estômago. Adenoma ● Lesões únicas, exceto na polipose familial do cólon em que são vistos em toda a superfície da mucosa; ● + comuns em homens, de 50 a 60 anos e na mucosa antral; ● ASSOCIADOS COM gastrite crônica e metaplasia intestinal; ● Lesão é formada por glândulas revestidas por epitélio colunar alto, pseudoestratificado, do tipo intestinal metaplásico + displasia de baixo ou alto grau; ● Podem evoluir para adenocarcinoma → depende do TAMANHO da lesão (> 2 cm). Adenocarcinoma ● Neoplasia maligna mais frequente do estômago, sendo responsável por 90% dos cânceres do órgão; ● + prevalente no Japão, no Chile, na Colômbia e em países do leste Europeu; ● Adenocarcinoma intestinal/bem diferenciado (melhor prognóstico do que o tipo difuso) :mais prevalente(alta incidência de câncer gástrico, homens e em pessoas idosas) e formado por células coesas que formam glândulas semelhantes às do intestino Gastrite crônica → atrofia da mucosa gástrica → metaplasia intestinal → displasia → neoplasia. Ana Rita Cabral - FITS P5 ● Adenocarcinoma difuso/pouco diferenciado: proliferação de células isoladas que crescem de modo infiltrativo (NÃO TEM FORMAÇÃO DE GLÂNDULAS); Pode ser familiar ou esporádico; + comum em indivíduos mais jovens, de ambos os sexos. ● Patogênese: alterações genômicas + componentes ambientais 9alimentação e infecção por H. pylori) H pylori: a bactéria induz inflamação na mucosa gástrica → hipotrofia da mucosa + regeneração epitelial + metaplasia intestinal + displasia. Além disso por meio de Cag-A, estimula a proliferação celular diretamente ou por destruir células epiteliais → PROLIFERAÇÃO CELULAR AUMENTADA Alimentação: Alimentos salgados, defumados ou contendo substâncias mutagênicas (nitratos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) ou deficientes em antioxidantes (contidos sobretudo em frutas frescas e vegetais) Alterações genômicas: O adenocarcinoma difuso familiar associa-se a mutações no gene CDH1, que codifica a caderina E, molécula envolvida em adesão celular. Em metade dos tumores difusos esporádicos, também existe inativação do gene CDH1 por mecanismos variados, sobretudo metilação do promotor do gene. Anormalidades em muitos outros genes associam-se ao câncer gástrico. Os genes mais afetados são APC (polipose familiar do cólon), TP53, BAX (pró-apoptótico) e CDKN2A (regulador do ciclo celular). ● MORFOLOGIA: maioria dos adenocarcinomas localiza-se no antro gástrico, próximo da pequena curvatura → pode ficar restrito à mucosa ou infiltrar-se na parede → forma massa exofítica, polipoide ou ulcerada com tamanho variado e padrão expansivo de crescimento. Linfomas ● São neoplasias malignas que se originam de linfócitos B, T e NK; ● Cerca de 5% das neoplasias malignas gástricas são linfomas primários; ● QUADRO CLÍNICO: quadro inespecífico de dispepsia e dor epigástrica; com o tempo, surgem hemorragia digestiva e emagrecimento. ● A maioria dos linfomas gástricos é linfoma da zona marginal do tecido linfoide associado a mucosas (MALT) ou linfoma difuso de grandes células B, ambos associados à infecção por H. pylori. ● MORFOLOGIA: como espessamento das pregas ou como massas ulceradas na mucosa + lesão constituída por células linfoides pequenas e uniformes na lâmina própria que infiltram o epitélio das glândulas → formam as lesões linfoepiteliais, muito características desse linfoma. Tumor estromal gastrointestinal (GIST) ● Tumor mesenquimal mais frequente no abdome; ● Origina-se de células de Cajal, que atuam na transmissão de sinais entre o sistema nervoso entérico e a musculatura lisa dos órgãos abdominais; ● Lesão é resultante da mutação no gene KIT, que codifica proteína que atua como receptor tirosina-cinase estimulador da proliferação celular. E na minoria dos casos associa-se a mutação no receptor de PDGF (PDGFRA) ou no gene do complexo succinato-desidrogenase. ● MORFOLOGIA: tumor é intramural, único, sólido, volumoso, bem delimitado e às vezes ulcerado. A lesão é formada pela proliferação de células epitelioides ou fusiformes que expressam CD117, marcador da proteína KIT. Tumores neuroendócrinos ● (a) lesão esporádica; (b) tumor associado à gastrite autoimune; (c) parte da síndrome de Zollinger-Ellison; ● Tumores esporádicos surgem sobretudo no antro e são mais agressivos. Ana Rita Cabral - FITS P5 ● Gastrinomas, geralmente pequenos e malignos, podem ser lesão esporádica ou associada à síndrome de neoplasia endócrina múltipla por sintetizarem gastrina, levam à síndrome de Zollinger-Ellison. INTESTINOS Doença inflamatória intestinal ● Condição patológica crônica e mediada por mecanismos imunitários, com duas formas de apresentação: colite ulcerativa e doença de Crohn → se manifestam com diarreia prolongada e recidivante → mas possuem diferenças quanto à distribuição e às características morfológicas das lesões intestinais. ● Colite ulcerativa: inflamação difusa da mucosa do cólon e do reto → comprometimento inflamatório é contínuo, superficial e restrito à mucosa e forma úlceras; ● Doença de Crohn: pode comprometer qualquer porção do trato gastrointestinal, sendo o íleo terminal o segmento mais acometido. As lesões são segmentares e multifocais, designadas como lesões salteadas. A inflamação compromete todas as camadas da parede intestinal (transmural), podendo resultar em fissuras, fístulas e abscessos → cicatrização das lesões inflamatórias resulta em estreitamento da luz intestinal, que se manifesta com obstrução intestinal. Etiopatogênese ● Lesões da mucosa resultam de alterações na resposta imunitária do hospedeiro e de interações anômalas entre as células epiteliais da mucosa e a microbiota intestinal; ● Principais fatores: Fatores genéticos: 15% dos indivíduos com doença inflamatória intestinal têm um familiar de primeiro grau com a doença → 10% dos pacientes com doença de Crohn, são encontradas mutações no gene NOD2 → o produto desse gene (e de outros com função semelhante de controlar infecções intracelulares, como os genes ATG16L1 e IRGM) atua como receptor intracelular para bactérias e monta, junto com outras moléculas, Ana Rita Cabral - FITS P5 plataformas no citosol chamadas inflamassomos, que envolvem ativação do NFκB, estimulador de genes pró-inflamatórios → se ocorrer inativação do gene pode favorecer a persistência de microrganismos no interior das células, gerando estímulo inflamatório prolongado; Fatores microbiológicos: o grau de atividade da inflamação é maior nos locais do intestino com maior densidade de colonização bacteriana, como o reto e o ceco. Por outro lado, estes são os locais de maior estase fecal, o que possibilita maior tempo de contato do conteúdo luminal com a mucosa. Fatores imunitários: ativação anormal e contínua da resposta imunitária pode resultar de defeito intrínseco do sistema imunitário ou de falha nos mecanismos de supressão da resposta inflamatória. Tanto na colite ulcerativa como na doença de Crohn, agressão imunitária é mediada por linfócitos T. A colite ulcerativa relaciona-se com resposta imunitária de padrão Th2, com produção de citocinas (IL-4, IL-10) ativadoras de macrófagos M2. A doença de Crohn associa-se ao perfil Th1, expresso por ativação de macrófagos M1 e pela liberação de IFN-γ, IL-12 e TNF. Na doença de Crohn, o TNF desempenha papel relevante; tratamento com anticorpo monoclonal anti-TNF (infliximabe) dá resultados satisfatórios, particularmente em pacientes com lesões fistulizantes. O tratamento da doença inflamatória intestinal é feito, entre outros, com medicamentos imunossupressores. Outros fatores. Em muitos pacientes, ocorre aumento da permeabilidade da mucosa, que pode estimular a resposta imunitária. O uso de anti-inflamatórios não esteroides pode desencadear surtos de atividade da doença por alterações na permeabilidade da mucosa intestinal. Apendicectomia precoce associa-se a menor incidência de colite ulcerativa. Tabagismo exerce papel protetor na colite ulcerativa, mas associa-se a maior risco para doença de Crohn. RESUMINDO: alterações na permeabilidade da mucosa + modificações da microbiota intestinal (disbiose) + desregulação da resposta imunitária + indivíduos geneticamente suscetíveis. ● Diagnóstico: correlação de dados clínicos, laboratoriais e anatomopatológicos. Doença de Crohn ● Mais frequente em países desenvolvidos; ● Possui 2 picos de incidencia: um em adolescentes e adultos jovens, outro na sexta década; ● Mais prevalente em brancos, europeus e mulheres. ● Em 40% dos casos, as lesões são restritas ao intestino delgado, onde comprometem tipicamente a porção terminal do íleo. Em 30% dos pacientes, tanto o intestino delgado como o cólon são afetados, em especial o ceco e o cólon ascendente. ● Comprometimento do cólon direito mais frequente em pessoas idosas, ocorre sobretudo em populações com maior incidência dadoença. Em crianças, 50 a 60% dos casos apresentam ileocolite, sendo incomum lesão isolada no cólon. ● MORFOLOGIA: As lesões são segmentares e bem demarcadas, havendo áreas lesadas intercaladas com segmentos normais (lesões salteadas). Destruição do epitélio pela inflamação resulta em erosões e úlceras (úlceras aftosas), em geral associadas a folículos linfoides. As úlceras são longitudinais, lineares, profundas e estreitas, coalescem e formam fissuras lineares, tortuosas, Ana Rita Cabral - FITS P5 muitas vezes atingindo a serosa. As lesões são intercaladas com áreas de mucosa preservada e conferem o aspecto característico de pedra de calçada. O infiltrado inflamatório, que é rico em folículos linfoides com centros germinativos, compromete toda a espessura da parede intestinal (inflamação transmural). A doença vai evoluindo com fibrose que é máxima na submucosa, tornando o segmento intestinal comprometido estreito e rígido. A serosa tem aspecto granular e frequentemente forma aderências que, juntamente com as úlceras profundas, resultam em fístulas entre alças do intestino delgado ou com o cólon, a bexiga e a vagina; fístulas perianais são comuns. Em correspondência com as fístulas, surgem abscessos na parede intestinal, na cavidade abdominal ou no mesentério. As lesões do cólon são similares às do intestino delgado. Comprometimento da região anal é frequente; ocorrem úlceras, fissuras e fístulas geralmente associadas a lesões no cólon. Em crianças, lesões perianais são comuns. Nos casos de longa duração, a mucosa apresenta alterações na arquitetura das vilosidades do intestino delgado ou das criptas colônicas, que se tornam curtas, irregulares, ramificadas e atróficas. Pode haver metaplasia pilórica ou de células de Paneth. ● Quando o comprometimento do cólon é isolado, o diagnóstico diferencial mais importante é com colite ulcerativa; ● QUADRO CLÍNICO: se intercala episódios agudos de febre, diarreia e dor abdominal com períodos assintomáticos, que podem durar meses ou anos. Quando há comprometimento do cólon, pode haver sangramento nas fezes e anemia. Colite ulcerativa ● Mais frequente em caucasianos, judeus e mulheres; ● Possui 2 picos de incidência: um entre 15 e 30 anos e outro entre 50 e 70 anos; ● Se tiver histórico familiar de DII → grande risco de desenvolver RCUI; ● As lesões comprometem o reto e o sigmoide, estendendo-se proximalmente de modo contínuo; ● QUADRO CLÍNICO: caracterizada por surtos de diarreia com muco, sangue e pus e acompanhada de cólicas abdominais, desidratação, perda de eletrólitos, alterações da motilidade intestinal e desnutrição → quadro se torna mais grave a medida que a lesão se estende pelo intestino; ● COMPLICAÇÃO: Megacólon tóxico → risco de perfuração intestinal pela inflamação da parede muscular que leva à dilatação do órgão. ● Pacientes com colite ulcerativa têm maior risco de câncer do cólon. ● MORFOLOGIA: endoscopia, a mucosa é hiperêmica, granular, friável, sangra com facilidade e pode apresentar pontos hemorrágicos, que se tornam purulentos e formam úlceras. Pseudopólipos, que correspondem a ilhas da mucosa não destruída entre as ulcerações, são frequentes, múltiplos e sésseis. Histologicamente, encontram-se inflamação limitada à mucosa e à submucosa, microabscessos nas criptas e redução de células caliciformes. As úlceras têm tamanhos variados e tendem a dispor-se ao longo do eixo do cólon. Colite colagênica e Colite linfocítica ● Grupo de colites microscópicas; ● Os pacientes têm colonoscopia normal e compartilham alterações histológicas (aumento da celularidade da lâmina própria por infiltrado linfoplasmocitário e manutenção da integridade das criptas) e quadro clínico (diarreia aquosa de evolução prolongada); ● Colite linfocítica:aumento do número de linfócitos intraepiteliais (mais de 20 linfócitos por 100 células epiteliais) ocorre em adultos e associa-se à doença celíaca em 25% dos casos. ● Colite colagênica: tem como principal característica histológica espessamento do colágeno subepitelial (maior que 10 μm), que é mais acentuado no cólon direito do que no retossigmoide. A lesão é mais comum em mulheres com mais de 40 anos. Cerca de 40% dos casos Ana Rita Cabral - FITS P5 associam-se a doenças sistêmicas, como artrite reumatoide, tireoidite e diabetes melito ou uso de AINES. Doença diverticular do cólon ● Flacidez na parede intestinal → forma bolsas nessa parede ● Condição patológica adquirida caracterizada por dilatações saculares (divertículos) da mucosa e da submucosa através das camadas musculares da parede intestinal; ● Divertículos são múltiplos (diverticulose) e mais comuns no cólon esquerdo, especialmente no sigmoide; ● Mais casos em idosos; ● Patogênese: fraqueza local da parede muscular e aumento da pressão intraluminal. Os locais de fraqueza correspondem aos pontos de inserção dos vasos mesentéricos na parede intestinal. Os divertículos formam-se na borda mesentérica, onde a menor resistência da parede muscular contribui para herniação da mucosa. Seus divertículos não são verdadeiros, pois são constituídos somente por mucosa e submucosa que evaginam através de locais menos resistentes na parede muscular. As causas de aumento da pressão intraluminal estão relacionadas com o padrão alimentar ocidental, pobre em fibras e vegetais. Em condições fisiológicas, as ondas peristálticas são estimuladas pelo volume fecal. Quando o conteúdo fecal é pequeno, ocorrem contrações segmentares, anômalas, que provocam grande aumento da pressão na luz e levam a herniação da mucosa nos pontos de fraqueza da parede intestinal. ● MORFOLOGIA: Os divertículos são geralmente pequenos (0,5 a 1,0 cm), arredondados e múltiplos e se comunicam com a luz intestinal através de um colo estreito. Localizam-se com maior frequência no sigmoide, ao longo da borda mesentérica. Sua intimidade com os apêndices epiploicos pode dificultar a identificação macroscópica. A estase fecal pode levar a contaminação bacteriana e inflamação (diverticulite), que pode evoluir com perfuração intestinal, abscessos pericólicos, peritonite, fístulas e hemorragia. A reparação do processo inflamatório pode causar estenose da luz intestinal e simular câncer obstrutivo do cólon ● QUADRO CLÍNICO: dor ou desconforto abdominal, diarreia intercalada com períodos de constipação intestinal, sangramento digestivo e abdome agudo por perfuração intestinal e peritonite. Ana Rita Cabral - FITS P5 Pólipos ● São massas de tecido que se projetam na luz intestinal → para dentro da luz; ● Sangramento fecal → atrito do bolo fecal; ● Mais frequentes na região colo-retal (90%), podem ocorrer em qualquer local do trato gastrointestinal. Pólipos não neoplásicos ● Pólipos hiperplásicos: os mais frequentes no cólon, geralmente pequenos (0,1 a 1,0 cm), sésseis e múltiplos; sua frequência aumenta com a idade, sendo mais comuns no retossigmoide e em indivíduos na sexta e sétima décadas de vida → Resultam da diminuição do turnover das células epiteliais nas criptas colônicas que leva ao empilhamento das células e ao aspecto serrilhado → criptas bem definidas, alongadas e/ou ramificadas, com borda de aspecto serrilhado, revestidas por células caliciformes e absortivas com maturação preservada. ● Pólipos hamartomatosos: lesões constituídas por tecidos próprios do local, com maturação preservada, mas em quantidade aumentada e com estrutura desorganizada. Podem ser isolados (esporádicos) ou múltiplos, associados a síndromes hereditárias. Pólipo juvenil ocorre principalmente no reto de crianças menores de 5 anos, mas pode aparecer também em jovens ou adultos. As lesões são geralmente solitárias (esporádicas) e consideradas como malformações (pólipos de retenção) → tumor pardo-avermelhado, geralmente pediculado, com 1,0 a 3,0 cm, que pode sofrer torção, infarto e autoamputação, podendo ser eliminado nas fezes → constituído por glândulas dilatadas cisticamente e revestidas por epitélio mucossecretor; o estroma contém infiltrado inflamatório. A síndrome de Peutz-Jeghers, rara e de herança autossômicadominante, caracteriza-se por: (1) pólipos hamartomatosos múltiplos no trato gastrointestinal: intestino delgado (100%), cólon e reto (30%) e estômago (25%) e, por vezes, nas vias respiratórias e na bexiga; (2) hiperpigmentação melânica cutaneomucosa semelhante a lentigo, na mucosa oral, face, genitália e palma das mãos. Os pólipos são em geral volumosos, pediculados e lobulados → padrão arboriforme com feixes de tecido conjuntivo e células musculares lisas que septam estruturas glandulares revestidas por epitélio colunar alto com maturação preservada. ● Pólipos inflamatórios (pseudopólipos): lesões nodulares com 0,2 a 1,5 cm, associadas a inflamações no cólon, úlceras e reparo da mucosa. As lesões são constituídas por ilhas de mucosa preservada adjacentes às úlceras, as quais se projetam na luz intestinal. Tais pólipos formam-se em pacientes com colite ulcerativa de longa duração e em indivíduos com prolapso da mucosa retal. Pólipos neoplásicos (adenomas) ● Únicos ou múltiplos, têm tamanho e aspecto variados; ● Sua prevalência aumenta com a idade, não havendo diferença entre homens e mulheres. Ana Rita Cabral - FITS P5 ● Os adenomas são classificados como tubular, viloso ou tubuloviloso → adenoma é designado viloso quando mais de 50% de sua extensão é constituída por estruturas papilíferas. Quando o componente viloso varia entre 25 e 50%, a lesão é considerada tubulovilosa. ● Formados pela proliferação de células epiteliais com diferentes graus de bloqueio da diferenciação celular (displasia). Adenoma tubular: tipo mais comum e compreende 75% dos pólipos neoplásicos. A lesão pode ser solitária (esporádica) ou múltipla, está associada à síndrome de polipose familial. Adenoma tubular é mais frequente no cólon e no reto (90%). As lesões são geralmente pequenas (menores que 1 cm) e sésseis; quando crescem, tornam-se pediculadas → o tumor é constituído por glândulas tubulares revestidas por epitélio colunar alto, pseudoestratificado, com graus variados de displasia Adenoma viloso: compreende 10% dos pólipos neoplásicos e tem pior prognóstico: o risco de transformação maligna é dez vezes maior do que o do adenoma tubular. Adenoma viloso localiza-se nos 25 cm distais do cólon. A lesão é geralmente única, tem base de implantação larga e é maior do que o adenoma tubular → constituído por projeções papilíferas revestidas por epitélio colunar alto pseudoestratificado com diferentes graus de displasia. Adenoma tubuloviloso: Compreende 15 a 20% dos pólipos neoplásicos, tem a mesma localização do adenoma tubular e apresenta-se como tumoração séssil ou pediculada, com características histológicas de estruturas tubulares e vilosas. O risco de transformação maligna é proporcional à quantidade do componente viloso. Adenoma: Pólipo séssil serrilhado. Trata-se de lesão séssil ou plana que se origina predominantemente no cólon proximal. A arquitetura serrilhada das criptas é similar à do pólipo hiperplásico, embora nos adenomas o aspecto serrilhado ocorra em toda extensão das glândulas, incluindo a base das criptas e as suas ramificações laterais. A lesão é importante porque é precursora do câncer do cólon associado à instabilidade de microssatélites. Hérnias abdominais ● Protusão de segmentos de vísceras intestinais para fora da cavidade peritoneal, em locais de fraqueza da parede abdominal, como hiato diafragmático, hiato do cordão espermático ou cicatriz umbilical; ● As hérnias inguinais são as mais comuns; ● Hérnia incisional é a que se forma em área de cicatriz cirúrgica; ● A estrutura herniada traciona o peritônio parietal, formando o saco herniário → pressão exercida pelo orifício de herniação no colo do saco herniário compromete a drenagem venosa da alça aprisionada, aumenta o volume local e aprisiona ou encarcera a alça herniada. ● Comprometimento da drenagem venosa e do suprimento arterial leva a infarto da alça herniada; ● Hérnias são causa frequente de obstrução intestinal e responsáveis por 50% das obstruções intestinais agudas. Obstrução por estruturas sólidas ● Obstrução da luz intestinal pode ocorrer por estruturas sólidas, como fecaloma, bolo de áscaris ou bezoares; ● Obstrução por fecaloma, mais frequente no reto e no sigmoide (70%), é uma das principais complicações do megacólon chagásico. Ana Rita Cabral - FITS P5 Hemorroidas ● Hemorroidas são dilatações venosas anorretais (varizes) consequentes a aumento persistente da pressão venosa nos plexos venosos do reto e do canal anal; ● Hemorroidas podem ser internas, externas ou mistas; ● INTERNAS: originam-se no plexo hemorroidário superior, cuja drenagem é para o sistema porta; localizam-se acima do esfíncter anal e são recobertas pela mucosa anal; ● EXTERNAS: As externas formam-se no plexo hemorroidário inferior, que drena para o sistema cava inferior; situam-se abaixo do esfíncter anal e são revestidas por pele. ● Hemorroidas são muito prevalentes na população e comprometem preferencialmente indivíduos acima de 50 anos e mulheres grávidas; ● Os principais fatores predisponentes incluem esforço durante a defecação associado a constipação intestinal, estase venosa na gestação e hipertensão portal; ● MORFOLOGIA: Macroscopicamente, encontram-se mamilos hemorroidários de tamanhos variados. Histologicamente, as veias são dilatadas, tortuosas e congestas; ● QUADRO CLÍNICO: dor e sangramento; ● COMPLICAÇÃO: trombose. Ana Rita Cabral - FITS P5
Compartilhar